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MARCOS XAVIER DE ANDRADE
FUTSAL - Início, Meio e Finalidade Noções Práticas sobre Preparação Física, Tática e Técnica
Marechal Cândido Rondon - PR Gráfica Lider
2013
Autor Marcos Xavier de Andrade
Dados de Catalogação na Publicação ANDRADE, Marcos Xavier Futsal - Início, Meio e Finalidade: Noções sobre Preparação Física, Tática e Técnica. Marechal Cândido Rondon, 2010. 142 p. ISBN 978-85-62935-03-9 1. Noções Básicas sobre Preparação Física - 2. Teorias e Técnicas de Jogo 3. Estrutura e Noções dos Sistemas Táticos - 4. Atividades Práticas-Jogos Coletivos.
Diagramação Cristiane Carla Johann Revisão Bruno Marcos Radunz
Impressão e Acabamento
Gráfica Lider Av. Maripá , 796 - Centro (45) 3254-1892 - 85960-000 Marechal Cândido Rondon - PR
Dedicatória Ao maior motivo de minha vida, razão pela qual é importante lutar, superar dificuldades e viver, meu filho Leonardo que me faz renascer e me condiciona a ser uma pessoa cada dia melhor.
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Agradecimentos
Gostaria de agradecer a Deus pelas grandes oportunidades, por continuar acreditando em mim e por colocar ao meu lado pessoas especiais, que me incentivam, encorajam e me fazem crescer a cada dia. Agradecer aos meus atletas, companheiros de trabalho e aos meus amigos, satisfação e muita alegria por compartilhar momentos especiais com todos vocês. Minha família, já mencionada no primeiro projeto desta obra e que jamais poderei esquecer pela importância que ocupam na minha vida. Aos apoiadores desta reedição que acreditaram na proposta de manter viva uma obra pertencente ao Futsal. Em especial ao meu filho Leonardo, minha grande motivação. 07
Apresentação É coerente dizer que muito se tem feito na busca do conhecimento e aperfeiçoamento do treinamento em várias modalidades, mas ao final de tudo, se percebe que ainda há muito por fazer e que este ciclo é intransponível. Frente a esta incapacidade de total conhecimento, o que é muito bom, pois assim estamos sempre buscando respostas e acreditando descobrir qual o melhor caminho a ser seguido, é que sigo desenvolvendo e propondo trabalhos, procurando oferecer algo que permita auxiliar objetivamente a elaboração de novos treinamentos. Apesar de inúmeras limitações, espero atender parte da expectativa, lembrando é claro, que não se deve esperar encontrar aqui todas as respostas, pois este trabalho tem como proposta, a construção de conhecimento e desenvolvimento de novos conceitos e descobertas, tornando a evolução de nosso esporte “tão jovem” ainda mais consolidada. É de responsabilidade de todos nós, preenchermos as lacunas existentes, abrir portas aos debates e confrontar nossos pontos de vista. O material tem elementos teóricos, apresentando um ponto de vista sobre alguns dos principais assuntos, além de fornecer subsídios práticos que ilustram o desenvolvimento de atividades, proporcionando assim uma flexibilidade de adaptação conforme a realidade de cada profissional. Outra preocupação quanto à elaboração deste conteúdo, é que o mesmo pode ser estudado de forma aleatória, sem seguir uma sequência lógica, indo direto ao encontro do interesse de quem o lê. Tenho a convicta certeza que este conteúdo irá despertar aos leitores uma oportunidade de análise sobre os temas aqui expostos, e por contra partida somente decidí elaborá-lo no momento em que estivesse extremamente preparado para receber as críticas que me forem feitas, utilizando deste processo como ferramenta do meu desenvolvimento pessoal e profissional. Agradecimentos a todos que colaboraram e me incentivaram para a elaboração deste trabalho. 09
Prefácio I Com alegria e muita responsabilidade recebi o convite para prefaciar este livro do Prof. Marquinhos Xavier. Vi a trajetória deste jovem treinador começar, ainda como atleta nas categorias de base em Joinville (SC) e na grande Inpacel (PR), equipe mais vitoriosa do Futsal Brasileiro no início dos anos 90. Pela primeira vez, depois de ler muitos livros, dos mais diferentes autores no Futsal alguém consegue trazer a realidade do que se ensina e se aprende, na beira das quadras, todos os dias. Até então, ou se falava muito daquilo que não se vivenciou ou os mais experientes treinadores de Futsal Brasileiro não conseguiam passar para o papel o muito que sabiam. Alguns por vaidade, outros por incompetência. Vejo com alegria esta nova era que se inicia com o Prof. Marquinhos ensinando e falando como fazer, o dia-a-dia das grandes equipes do Futsal Brasileiro. Com certeza será fonte de estudo e inspiração para muitos outros treinadores que buscavam capacitação através da vasta bibliografia publicada e que se sentiam muitas vezes frustrados. Espero que este seja o primeiro de uma série de muitos outros livros e parabéns pela coragem de dividir o que sabe com aqueles que estão ávidos por aprender. Este é o grande legado que todo educador deveria deixar. PROF. FERNANDO FERRETTI Técnico de Futsal Sport Clube Corinthians - São Paulo-SP
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Prefácio II Há algum tempo conheci um jovem atleta, Marquinhos ou como atualmente é conhecido, professor Marquinhos Xavier, em São Caetano do Sul, na ADC GM, um jovem obstinado que distante de sua terra natal buscava uma solidificação profissional no Futsal. Tive o prazer de trabalhar com ele, enquanto atleta, eu na função de preparador físico; e diga-se de passagem, um dos mais disciplinados e interessados pelo Futsal, hoje dá mostras disso tornando-se um dos mais competentes treinadores do Futsal Nacional. Este livro tem a sua marca pela praticidade, de alguém que já esteve em diversos setores do Futsal, seja no passado como atleta, ou num contexto recente na organização e direção técnica ou até mesmo na sua experiência com a Preparação Física. Sei muito bem o que é ficar longe dos entes queridos e que isso nos trás momentos de tristeza, mas com certeza, ao vermos concretizada esta obra literária, fruto de muito trabalho que começou lá atrás, e com muito sacrifício, luta e competência de sua parte, lhe trará muito orgulho. Há poucos meses antes da finalização do livro, tive o prazer e orgulho de receber a responsabilidade de escrever este prefácio e proferir estas palavras sobre a obra do caro professor e amigo. Soube com felicidade e até mesmo surpresa que o mesmo, enquanto atleta, teve sua inspiração e desejo pela preparação física através da convivência que juntos tivemos ao longo deste tempo e que também por meio deste contato tornar-se-ia um profissional da Educação Física, futuro real e certamente de muito brilhantismo. O Prof. Marquinhos, como costumo chamá-lo, nos brinda e nos enche de alegria com esta obra, dando mostras do que ainda vem por ai nesta carreira vitoriosa. 13
Espero que esta obra seja o marco de muitas outras e que todas elas reflitam como esta, a realidade de quem conhece o Futsal em todos os seus setores. Parabéns professor Marquinhos pela obra, pelo homem e pelo grande profissional. PROF. JOÃO CARLOS ROMANO Preparador Físico da Seleção Brasileirra de Futsal e Jec/ Krona Joinville (SC)
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Sumário Introdução.......................................................................................................... 17 Capítulo I - Noções Básicas sobre Preparação Física......................................19 Conhecimento e Aplicabilidade dos Trabalhos Físicos Específicos no Futsal...21 Divisão das Fases do Treinamento Físico........................................................22 Planejamento Aplicado às Fases do Treinamento............................................24 Treinamento de Acordo com sua Predominância............................................. 26 Valências Físicas e suas Combinações........................................................... 28 Composições Dominantes entre as Capacidades Biomotoras para Futsal.......31 Interdependência entre as Capacidades Biomotoras.......................................32 Intervalo de Descanso entre as Sessões de Treinamento...............................33 Elaboração dos Trabalhos Práticos.................................................................36 Circuitos Técnicos / Físicos............................................................................. 41 Sugestões de Testes Físicos Específicos........................................................ 45 Capítulo II - Teorias e Técnicas de Jogo............................................................ 47 Administre Bem sua Equipe.............................................................................49 Objetivos e Metas............................................................................................54 Treinamento x Criatividade..............................................................................56 Leitura de Jogo, Previsões e Análises.............................................................60 Importância da Estatística Coletiva..................................................................63 Conceitos de Jogo...........................................................................................67 Treinamento - Habilidades Motoras................................................................. 70 Jogo Individual................................................................................................ 73 Capítulo III - Estrutura e Noções dos Sistemas Táticos....................................77 Principais Noções sobre Sistemas Táticos.......................................................79 Sistema de Ataque e Defesa............................................................................ 80 Organograma dos Sistemas: Marcação / Movimentação / Contra-ataque........82 Divisão dos Sistemas de Ataque e Marcação...................................................88 Comportamento da Marcação nos Sistemas de Evolução............................... 91 Ações mais Frequentes nos Respectivos Setores........................................... 93 Sistema Defensivo...................................................................................93 15
Sistema Ofensivo.................................................................................... 94 Sistema Básico de Marcação de Gol-linha.......................................................95 Noções de Marcação - Fundamentos Básicos.................................................99 Capítulo IV - Atividades Práticas - Jogos Coletivos........................................103 Considerações Finais......................................................................................137 Referências Bibliográficas..............................................................................139
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Introdução Este livro irá abordar aspectos importantes sobre a preparação física e fornecer subsídios para uma montagem de programas de trabalhos específicos. Contidas no primeiro capítulo estão dispostas informações sobre a preparação física direcionada ao Futsal, com elementos e combinações que poderão facilitar o entendimento e oferecer a oportunidade para que preparadores físicos elaborem o seu próprio programa de treinamento. No segundo capítulo, abordo as teorias do jogo, que visam difundir conceitos inerentes ao desenvolvimento técnico e tático de uma equipe, além de promover um suporte técnico importante para a montagem dos trabalhos práticos e na elaboração de atividades técnicas. No terceiro capítulo, um complemento importante para um aprofundamento tático, onde poderemos entender o jogo na sua plenitude, acreditando modificar e quebrar paradigmas já pré estabelecidos. Oportunizar uma leitura tática mais consistente e que transmita segurança nas estratégias de jogo. Complementando este trabalho, deixo para o quarto e último capítulo uma pequena contribuição prática de alguns trabalhos desenvolvidos e adaptados do treinamento em quadra, onde exploro com maior ênfase a criatividade do jogo. Todos os trabalhos são elaborados através das necessidades mais frequentes encontradas no jogo, adaptações de outros trabalhos realizados por outros treinadores em suas equipes, abrindo caminho para que outros possam surgir a partir desses. Este livro denominado início, meio e finalidade visa exatamente isso, não colocar fim ao que está disposto, proporcionar oportunidades de sequência em todos os elementos abordados, pois somente com essa proposta poderemos ter em breve outras obras dentro do nosso apaixonante esporte. Vivo do Futsal, tenho minha formação pessoal e profissional integrada a este esporte, por este motivo deixo aqui uma contribuição 17
como agradecimento por tudo que este esporte me deu, torcendo sempre para que a sua evolução possa ocorrer com a mesma velocidade e dinâmica que esse fascinante esporte exige.
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Capítulo I Noções Básicas sobre Preparação Física
Conhecimento e Aplicabilidade dos Trabalhos Físicos Específicos no Futsal
Indiscutivelmente a preparação física específica de toda modalidade é uma das principais preocupações de uma comissão técnica. A evolução da preparação física pode ser visivelmente notada nas equipes de grande porte do país, onde o grande investimento realizado por estas equipes acaba refletindo-se em resultados, pois uma grande equipe necessita de um trabalho específico de preparação física para alcançar seus objetivos. No Futsal também podemos observar a diferença que o conhecimento e aplicabilidade dos trabalhos físicos específicos proporcionam em uma equipe, basta ver os resultados de equipes que apostam em profissionais cujo conhecimento sobre os aspectos e as valências físicas do Futsal é sem dúvida muito grande. Durante muito tempo estou acompanhando a evolução do Futsal e percebendo a necessidade de um aprofundamento sobre os trabalhos específicos que a modalidade exige. Ainda não possuímos um grande número de literaturas e de pesquisas que abordem o treinamento físico específico do Futsal, o que muitas vezes dificulta o trabalho dos profissionais responsáveis por esta importante função. Nem mesmo a conscientização de dirigentes que estruturam suas equipes, pois o que percebemos é que alguns não dão uma grande importância na contratação deste profissional. Sendo assim, gostaria de prestar minha colaboração em prol do desenvolvimento de atividades que possam auxiliar estes profissionais no que se refere à montagem das suas sessões de treinamento. O material visa, principalmente fornecer subsídios para a montagem de seus programas, respeitando a particularidade de cada equipe.
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Divisão das Fases do Treinamento Físico
PERÍODO PREPARATÓRIO Período Básico
Período Específico
Desenvolvimento da Forma Esportiva Período Preparatório: Elevar os níveis de possibilidades gerais do organismo, preparando-o para desenvolver atos motores específicos do Futsal, criar condições favoráveis para a busca e aquisição da forma física/desportiva ideal devidamente estruturada neste planejamento. Objetivos do Período Básico: Adaptar o organismo às atividades; Trabalhar qualidades físicas fundamentais; Ênfase no volume da sessão de treinamento; Condicionamento físico generalizado. Objetivos do Período Específico: Transição das qualidades físicas básicas para as necessidades específicas do atleta; Redução do volume de treinamento dando ênfase na intensidade; Aprimoramento significativo na condição física geral/específico.
PERÍODO COMPETITIVO Período Pré-Competitivo Período Competitivo
Aprimoramento da Condição Desportiva / Participação em Competições 22
Período Pré-competitivo: Os exercícios adquirem equilíbrio entre o volume e a intensidade com o aumento aos realizados na preparação básica. Objetivos do Período Pré-competitivo: Ênfase nos trabalhos físicos/técnico/tático e psicológicos. Período Competitivo: Diminuição do volume de treinamento, preservando a integridade física dos atletas, com a finalidade de que os mesmos possam mobilizar a máxima performance para as disputas (competição). Objetivos do Período Competitivo: Aperfeiçoar as qualidades técnicas e físicas mantendo a forma desportiva avançada; Controlar e corrigir os estímulos de treinamento; avaliações dos pontos específicos com a finalidade de que não se permita a evolução dos pontos negativos; Potencializar os pontos fortes aumentando as opções técnico/táticas, possibilitando melhores resultados.
Escala de Intensidade / Volume de Treinamento % da intensidade máxima Intensidade Muito Forte Forte Média Fraca
Prep. Básica 80% 70% 65% 60%
Prep. Pré Competitiva 90% 80% 75% 70%
Prep. Competitiva 100% 90% 85% 80%
Prep. Regenerativa 50%
% da intensidade máxima Volume
Prep. Prep. Pré Básica Competitiva Alto 100% 90% Médio 90% 80% Baixo 80% 70% Fonte: (Benedito Daniel Olmos Hernandes Junior)
Prep. Competitiva 70% 60% 50%
Prep. Regenerativa 50
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Planejamento Aplicado às Fases do Treinamento Fases / Mesociclos:
Preparação Básica
Conteúdo / Objetivos: Treinamento da potência aeróbica através de treinamento intervalado (Ex.: tiros de 1.000 a 1.500m, num total de 5 a 7km de volume por sessão). Utilização de exercícios aeróbicos de duração contínua. (Ex.: corridas com durações entre 20 a 30 minutos, o que equivale aproximadamente 3 a 5 km). Início do treinamento de força rápida, através de tiros de até 60m, realizados com e sem bola. Aumento da força máxima e da massa muscular através da musculação, visando à prevenção de lesões. Condicionamento global, especialmente as capacidades onde se encontram maiores deficiências. Treinamento Técnico dos fundamentos em que o atleta apresente deficiências. Fases / Mesociclos:
Preparação Pré-competitivo
Conteúdo / Objetivos: Aperfeiçoamento da resistência aeróbica. Aprimoramento da potência aeróbica. Início do aprimoramento da força rápida, através de tiros de até 60m, realizados com e sem bola. Início do treinamento de força de potência em musculação, priorizando a musculatura dos membros inferiores. Utilização de exercícios pliométricos. Aumento do volume dos treinos técnicos e início do treinamento tático e psicológico visando ao aprimoramento do espírito da equipe. Fases / Mesociclos:
Preparação Competitiva
Conteúdo / Objetivos: Treinamento para manutenção e aprimoramento da resistência 24
e potência aeróbica. Busca do máximo desempenho da força máxima e força de potência através de movimentos técnicos específicos. Treinamento da resistência anaeróbica lática (tolerância ao lactato), atingindo o máximo de intensidade e buscando o treinamento das capacidades de reação, frente à fadiga provocada por esta intensidade. Ênfase e aumento no volume de treinamento técnico e tático. Atenção ao estresse psicológico referente aos desgastes da competição.
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Treinamento de Acordo com sua Predominância Resistência Aeróbica: Treinamento Aeróbico de intensidade baixa ou moderada com duração de 20 , 30 ,40 e 50 min. Treinamento Aeróbico de intensidade moderada de 3, 4 e 5 km. (80% da capacidade ou controle de tempo). Treinamento de Potência Aeróbica: 6 tiros de 1.000m (intervalo de 3 a 4 min.) 3 tiros de 1.500m (intervalo de 3 a 4 min.) Resistência Anaeróbica: Treino anaeróbico moderado, tiros de 100m (10 x 100m, intervalo de 2 a 3 min.) Treino anaeróbico forte, tiros de 50 e 60m (15 x 50 ou 60m, intervalo de 1min.) Treino anaeróbico forte, tiros de 25m (15 x 25m, intervalo de 30s a 1 min.) Treino anaeróbico forte, tiros de 30 a 40s (6 a 8 tiros x 30 a 40s, intervalo de 2 a 3 min.) Resistência de Velocidade: Treinamento de resistência de velocidade (10 tiros de 300m, intervalo de 1 a 3 min.) Treinamento de resistência de velocidade (10 tiros de 400m, intervalo de 1 a 3 min.) Treinamento de resistência de velocidade (5 a 7 tiros de 500m, intervalo de 1 a 3 min.) Resistência de Força Rápida: Treino de tiros de 10 séries de 2 x 60m (intervalo de 20s entre cada série) intervalo ativo 2 min . Treino de tiros de 10 séries de 2 x 50m (intervalo de 20s entre cada série) intervalo ativo 2 min . Intervalado de velocidade 3 séries de 10 tiros de 50 a 60m, trote (recuperação ativa 100m)
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Treinamento de Agilidade: Deslocamento frente, costas, laterais, giros, toque no chão, senta, levanta, treino com ou sem bola. Deslocamento em diagonais, utilização de cones, barreiras etc. Com ou sem bola. Utilização do teste “T-Drill”, “Agility Shuttle Run Test” e “lllinois Agily Test” para realização de atividades de agilidade, com e sem bola. Treinamento de Velocidade: Tiros de 5 a 20m ( intervalo de 1 a 3 min.) Recuperação passiva. Tiros de 2 a 10s ( intervalo de 1 a 3 min.) Recuperação passiva. Repetições de 1 a 6 e número de séries de 3 a 5 em execução máxima. Treinamento de Resistência Muscular: RML Abdômen. RML Membros superiores e inferiores (Musculação). Treinamento de Força Rápida ou Explosiva: Multi-saltos (Vertical) 3 x 15 saltos. 2 pés juntos 2 pés com agachamento salto tesoura salto com flexão do joelho/tórax salto com flexão posterior calcanhar/glúteo salto com deslocamento lateral (pés juntos) salto com deslocamento frontal/costas (pés juntos). Multi-saltos (Horizontal) 3 séries 15 saltos D – E em diagonal 15 saltos D – D frontal 15 saltos E – E frontal 15 saltos rã DE frontal. Circuito de saltos com estações variadas 3 séries execução de
40 seg. e repouso passivo de 20 seg.. Treinamento de força explosiva (musculação para membros
inferiores) RML para membros superiores (vise-versa Goleiros). 27
Valências Físicas e suas Combinações Capacidades importantes para um desempenho bem-sucedido Como é de conhecimento de todos os profissionais envolvidos em programas de atividade física e condicionamento físico no esporte, seja ele, de alto rendimento ou apenas na manutenção da forma física do indivíduo, a observação de alguns componentes que norteiam a montagem destes programas, quase sempre estão focados em uma determinada valência física que acaba complementando o objetivo do trabalho proposto, ou para atender as expectativas de seus clientes, alunos ou atletas. Falando mais especificamente sobre os Esportes de Alto Rendimento e no que tange a Preparação Física dos atletas envolvidos, sabemos que em quase todos os esportes estão incorporados os elementos de Força, Resistência, Velocidade, Flexibilidade, Amplitude dos Movimentos, entre outros. E que exatamente por este motivo é que teremos obrigatoriamente que desenvolver atividades que contemplem estas necessidades. Mas o que gostaria de chamar a atenção neste assunto é especificamente ao desempenho e importância das Capacidades Dominantes, aquelas que realmente atendem as demandas exigidas pela modalidade em questão. Todos nós devemos saber que embora todas as valências físicas são importantes dentro do programa, as que são predominantes devem receber atenção especial em determinadas fases do treinamento. Quando elaboramos nosso planejamento quase sempre os dividimos em fases; estas fases nos proporcionam identificar evoluções, manutenções ou até mesmo estabilidades nas cargas de treinamento. Estas fases são elaboradas em cima de um calendário esportivo específico de cada equipe e suas respectivas competições, prioridades e necessidades. A divisão destas fases pode ser feita da seguinte forma: Fase Preparatória, Fase Pré-competitiva e Fase Competitiva, em alguns casos o Período de Transição também está presente neste programa. Dentro de cada uma destas fases estão distribuídas as 28
valências físicas e seu grau de importância naquela etapa do programa. No Futsal, gostaria de destacar algumas delas que julgo serem fundamentais para superar as altas intensidades impostas pela modalidade. Independentemente da fase com que elas aparecerão no programa, elas irão nos seguir durante todo nosso trabalho. A diferença será na forma com que iremos trabalhá-las, em alguns momentos enfatizando mais o volume, em outras, muito mais a intensidade. Abaixo, elas estão dispostas em forma de uma grande engrenagem. Sua importância não está necessariamente proporcional ao tamanho das engrenagens, muito menos pela ordem de suas importâncias, apenas dispostas para uma melhor visualização e entendimento.
E é justamente a combinação destas valências que irá nos proporcionar a conquista de altos níveis de desempenho. Posso dizer ainda que dentre estas três valências citadas, a Força e a Velocidade ocupam um papel dominante na modalidade, e é muito simples entender suas razões! Uma combinação dos trabalhos de Força Máxima e Velocidade Máxima resultará em Potência, aumentando assim as taxas de Ativação das Unidades Motoras, melhorando a performance de nosso atleta, e por sua vez dando-lhe suporte para realizar movimentos explosivos em curto espaço de tempo, característico na modalidade. Veja a seguir como os conhecimentos da combinação das valências nos proporcionarão resultados interessantes no 29
treinamento diário: FORÇA / VELOCIDADE Resistência Muscular
FORÇA Máx/ VELOCIDADE Máx. Potência
RESISTÊNCIA / VELOCIDADE Resistência de Velocidade Velocidade / Flexibilidade / Coordenação e Força AGILIDADE Fonte: Periodização no Treinamento Esportivo / Tudor O. Bompa
Segundo (Bompa, 2001), “Os exercícios de velocidade maximizam a rapidez e a alta frequência. Os de longa distância ou duração melhoram a resistência. Uma amplitude máxima resulta em um movimento de flexibilidade, e os movimentos complexos, em coordenação”. Poderemos ter uma gama muito grande de possibilidades e de melhora do condicionamento físico geral, mas nunca esquecendo que o principal é saber identificar qual delas é realmente importante para nosso esporte e que benefícios irão nos proporcionar na medida em que nos aproximamos de uma importante competição. Está cada vez mais evidenciado que o treinamento deve imitar e simular as habilidades esportivas da modalidade, e que gestos ou trabalhos que não atendam estas necessidades não devem ocupar espaços tão significativos em nossos programas e planejamentos. Sendo assim, sugiro que antes de tudo deve-se procurar selecionar os métodos que julgamos ser os mais importantes e que realmente sejam aplicados realisticamente nas nossas sessões de treinamento.
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Composições Dominantes entre as Capacidades Biomotoras para Futsal Força – Velocidade – Resistência Lançamento/F.Reativa Decolagem / Largada
Força Aceleração Desaceleração Consiste em correr rapidamente/mudar const. Direção sem perder velocidade
F
RM Curta Duração
RM Média Duração
Futsal
V
R Velocidade Limiar Anaeróbio
Conquistar alta aceleração
RM Longa Duração
Velocidade Limiar Aeróbio
* Trabalho com alto grau de exigência de força dos membros inferiores. Fonte: Periodização no Treinamento Esportivo / Tudor O. Bompa Adaptação Futsal – Marcos Xavier de Andrade
As composições dominantes demonstram o grau de prioridades das capacidades biomotoras no Futsal, a exemplo de outras modalidades esportivas onde cada qual tem sua especificidade. No Futsal torna-se importante conhecê-las para elaboração de um bom plano de treinamento físico. Na figura acima, os elementos “adaptados ao Futsal”, com o grau de exigência, a velocidade e a força, demonstram a importância dessas duas valências ao programa. O círculo central (figura) se afasta levemente de alguns pontos menos importantes, e se aproxima de outros cuja relevância é fundamental. Este é o objetivo, demonstrar os pontos onde devemos enfatizar o planejamento físico da equipe. 31
Interdependência entre as Capacidades Biomotoras
FORÇA
RESISTÊNCIA VELOCIDADE
Resistência Muscular Localizada
Força Máxima
Resistência Anaeróbia
Resistência de Velocidade
Resistência Aeróbia
COORDENAÇÃO FLEXIBILIDADE
AGILIDADE
MOBILIDADE
Velocidade Máxima
POTÊNCIA Fonte: Periodização no Treinamento Esportivo / Tudor O. Bompa
A interdependência entre as capacidades biomotoras, demonstra o resultado das combinações entre elas, trazendo um referencial para a elaboração do programa. O conhecimento das interdependências pode delimitar o caminho a ser percorrido, tendo como objetivo principal o alcance de performance ideal. Como resultado das combinações entre as capacidades, poderemos obter resultados eficientes, principalmente no ganho de potência e força, elementos importantes em nossa modalidade.
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Intervalo de Descanso entre as Sessões de Treinamento As consequências de um intervalo de descanso inadequado Todos os esportes necessitam de uma grande quantidade de energia para atender as demandas físicas, em muitos casos as grandes intensidades e os desgastes provocados pela prática acabam esgotando estes estoques e sua reposição necessita de cuidados especiais, a fim de preservar a integridade física e a reposição de vários nutrientes. A conscientização deste processo é muito importante para que o bom andamento do trabalho seja mantido e respectivamente ocorra o pronto restabelecimento físico dos envolvidos. A reposição de nutrientes somente ocorrerá através de uma alimentação adequada e um intervalo de descanso apropriado e suficiente. Em alguns casos, a reposição alimentar necessitará de uma suplementação, mas isso somente deverá ser feito através de uma avaliação nutricional com profissional habilitado, caso contrário, a autossuplementação também poderá trazer malefícios ao nosso organismo. Já os intervalos de descanso podem ser administrados por profissionais de Educação Física, por se tratar de aspectos inerentes de nossa formação e experiência profissional. Tanto a reposição nutricional, quanto os intervalos de descanso são extremamente importantes para o bom desempenho de qualquer atleta, desta forma gostaria de prestar uma contribuição sobre o assunto com a seguinte frase: ‘Descanso faz parte do trabalho, e é tão importante quanto.’ Este pode ser o ponto de partida para iniciar esta abordagem, já que por muito tempo praticou-se uma teoria de que “quanto mais se trabalha mais se prepara”. Realmente esta teoria não está dissociada da realidade do esporte mundial, mas a única diferença é que hoje em dia sabemos que a recuperação faz-se necessária para preservar a integridade física, bem como, se executada criteriosamente, poderá proporcionar uma melhora no condicionamento físico geral. 33
O ato de se planejar as sessões de treinamento é muito importante para alcançar os objetivos, mas planejar os intervalos de descanso é extremamente necessário, não somente para um ganho no aspecto físico, mas para prevenir o estresse fisiológico e psicológico de nossos atletas, já que a nossa responsabilidade é sempre trabalhar com prevenção e não com reabilitação. Não existem regras específicas para o cálculo certo dos intervalos de descanso. Diversos fatores poderão determinar o tempo correto e o momento de sua aplicabilidade, tais como: A duração total do trabalho; A carga e a velocidade empregada na atividade; O número de músculos envolvidos; O nível do condicionamento do atleta. Poderia listar outros tópicos, entretanto acredito que cada profissional poderá fazê-lo dentro de sua realidade e especificidade. Listo estes quatro tópicos por entender que eles abrangem uma gama suficiente de exemplos e que atendem o objetivo deste tema, que nada mais é do que despertar o interesse pelo assunto. Quando me refiro a intervalos de descanso, não me limito apenas aos intervalos entre as sessões, que geralmente ocorrem naquelas folgas dadas durante uma semana exaustiva de trabalho, mas também aos intervalos entre os trabalhos ministrados nestas sessões. Uma atenção especial deve ser dada sempre que forem realizados trabalhos de altíssima intensidade, de força, potência, velocidade de curta duração, entre outros do gênero. Estes tipos de trabalho provocam uma alta concentração de Ácido Láctico (AL) e sua remoção necessita de um cálculo apropriado de descanso e de trabalhos de recuperação, que na maioria das vezes poderão ocorrer de forma ativa. Quando este intervalo for menor do que o necessário torna-se praticamente difícil de tolerar e prosseguir no trabalho sem prejuízos ao organismo, mesmo que este atleta tenha um bom condicionamento físico. Já um intervalo de descanso apropriado e bem administrado facilitará e muito na remoção do Ácido Láctico (AL). 34
Segundo (Bompa, 2001) “Uma consequência de um ID inadequado é um maior uso do sistema AL para a energia. O grau de ATP/CP são repostas dependendo da duração do ID. Quanto menor o ID, menos ATP/CP são repostos e, consequentemente, menos energia torna-se disponível”. O que ocorre neste caso é que menos energia estará disponível para a continuidade do trabalho, pois não ocorre a restauração do ATP/CP de forma adequada, e o acúmulo de AL nos músculos provocará dor e fadiga, prejudicando a capacidade física. Existem trabalhos que necessitam mais de um dia para que as fontes de energia utilizadas sejam prontamente restabelecidas. As partidas de Futsal são um bom exemplo, pois a intensidade dos jogos é extremamente alta e necessitam de um período adequado para retornar as rotinas de treinamento, assim como as substituições durante estas partidas ou competições. Elas devem ocorrer sempre antes do atleta atingir os altos níveis de concentração do AL, isso poderá proporcionar uma recuperação mais segura ainda durante o próprio jogo. Sem ID um atleta que permanece por muito tempo durante uma partida, além de acumular excessivamente o AL ainda poderá ter dificuldades para retornar aos treinamentos. Competições ou Torneios que exigem do atleta um número de partidas maior do que o comum aumentam ainda mais a preocupação dos treinadores. Infelizmente nossa realidade não nos permite, às vezes, um revezamento adequado destes atletas, mas com certeza poderemos minimizar os traumas decorrentes desta prática. Por sua complexidade, este assunto mereceria um aprofundamento muito maior, mas o objetivo do tema é de despertar o interesse e provocar a real importância em nosso planejamento. Transferindo estas informações para nossa realidade, com certeza conseguiremos administrar melhor nossas sessões de treinamento, já que o Futsal é uma modalidade de alta exigência física e suas valências necessitam atenção. O conhecimento científico a respeito do assunto é muito importante, mas com certeza o bom senso e nossa sensibilidade para negociar os Intervalos de Descanso poderão nos ajudar muito neste processo complexo. Palavras-chave ATP – Adenosina Trifosfato / CP – Creatina Fosfato / AL – Ácido Láctico / ID – Intervalo de Descanso
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Elaboração dos Trabalhos Práticos Sugestões para construção de trabalhos físico/específicos Neste tópico que requer uma atenção especial, nada melhor do que ser o mais específico possível, desta forma, o melhor a fazer é estabelecer aos programas de trabalho físico algo que se aproxime da realidade do jogo. Como observamos, nesse capítulo a montagem dos programas e planejamentos devem respeitar as fases do treinamento, e o ponto chave é conciliar as fases do trabalho físico juntamente com as valências físicas, as composições dominantes e as interdependências das capacidades biomotoras predominantes no Futsal. Digamos que este conjunto harmônico de fatores contempla o bom planejamento físico, por contra partida atendem as exigências que a modalidade requer. Sugiro que os trabalhos físico/específicos de quadra tenham em sua elaboração os seguintes deslocamentos: Deslocamentos/Mudanças de Direções
Fonte: Antonio Carlos Gomes, PhD 36
Estes deslocamentos são frequentes no Futsal e servem de base para a montagem dos trabalhos. O próximo passo é criar atividades físicas e técnicas em cima destes deslocamentos, que poderão ser executados em forma de circuitos técnicos de movimentação, finalização e até mesmo combinado com atividades de velocidade, agilidade, força, potência e coordenação. Segue então algumas sugestões, que reforço, servem para exemplificar de forma prática a construção deste conteúdo.
Fonte: Antonio Carlos Gomes, PhD
Exercício I – Atividade de deslocamento frente/costas, esta atividade pode ser executada com e sem bola.
Fonte: Antonio Carlos Gomes, PhD 37
Exercício II – Atividade de deslocamento em velocidade com mudanças de direção (com e sem bola), poderá ser concluída com finalizações a gol.
Fonte: Antonio Carlos Gomes, PhD
Exercício III – Atividade de sprints interrompidos, pode ser executada com e sem bola e com deslocamento frente/costas.
Fonte: Antonio Carlos Gomes, PhD 38
Exercício IV – Atividade técnica com bola, velocidade frente/costas, devolução de passes direita/esquerda. Variações: Domínio/devolução e cabeceio.
Formação em duplas, um atleta com bola (1), outro sem (2), deslocamento em velocidade (círculo) passe lado contrário (3) para o atleta sem bola.
Formação em duplas, um com bola, velocidade frente/costas/frente passe diagonal. Sem bola velocidade frente, agilidade cones, velocidade e finalização.
Passe pivô, velocidade frente (sem bola), deslocamento lateral Direita, deslocamento lateral Esquerda, velocidade frente e finalização.
Velocidade frente (1) deslocamento costas (2) velocidade frente (3) condução e finalização.
Velocidade frente (1) velocidade entre os cones sempre de frente, velocidade e finalização (2). Pode ser executado sem bola como treinamento de velocidade. 39
Como pode-se observar, são atividades simples mas que atendem algumas exigências do Futsal. O mais importante neste momento é entender que os trabalhos e os planejamentos devem ser divididos em trabalhos físicos de condicionamento geral e trabalhos físicos específicos. Reconhecer as principais valências, etapas do treinamento e a administração entre o volume e intensidade, tornarão a elaboração do programa ainda mais eficaz. Desenvolver atividades que possam auxiliar o atleta no aprimoramento dos fundamentos técnicos específicos do Futsal: Movimentos de condução e controle de bola em velocidade; Deslocamentos variados (frente, costas, lateralmente, etc); Mudanças constantes de direção com e sem bola; Trocas constantes de velocidade com e sem bola; Trabalhos de ação e reação, coordenação e equilíbrio; Estímulos perceptivos visuais e sonoros (comandos). Estes itens primários nos acompanham durante todos os dias, e devem ser revisados e aprimorados constantemente, servem de base para o desenvolvimento técnico individual, e nos levam ao sucesso coletivo. Use sua criatividade, monte seu próprio programa de trabalho, siga sua sensibilidade, somente assim poderá construir um treinamento que atenda suas reais necessidades.
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Circuitos Técnico/Físicos Sugestões para construção de trabalhos físico/específicos Montagem do Circuito I
Discriminação do Circuito 01) Salto duplo 02) Salto simples 03) Salto D – E 04) Salto com elevação do joelho 05) Salto triplo D – D – D / E – E – E 06) Salto de coordenação D – DE – E / E – DE – D 07) Salto rã DE 08) Salto escala – Médio / Alto 09) Salto diagonal – D – E – D – E 10) Recuperação ativa – Trote Desenvolvimento do Circuito Número Tempo Tempo Estações Execução Recuperação 10 1 min. 40 seg.
Tipo Repouso Passivo
Número Voltas
Tipo Intervalo
Ritmo Execução
Intervalo Volta
02/03
Passivo
Médio
5 min. 41
Montagem do Circuito II
Discriminação do Circuito 01) Velocidade frente / costas 02) Elevação de perna 03) Deslocamento lateral 04) Deslocamento frente / costas 05) Salto rã – DE 06) Deslocamento lateral – Cones 07) Velocidade frente 08) Velocidade costas 09) Velocidade frente 10) Deslocamento diagonal 11) Recuperação ativa – Trote Desenvolvimento do Circuito Número Tempo Tempo Estações Execução Recuperação 10 1 min. 40 seg.
Tipo Repouso Passivo
Número Voltas
Tipo Intervalo
Ritmo Execução
Intervalo Volta
02/03
Passivo
Médio
5 min.
* Este circuito poderá ser executado de forma continua, ou seja, um só atleta executa todas as estações de uma só vez.
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Montagem do Circuito III
Discriminação do Circuito 01) Condução de bola - Cones 02) Condução de bola frente / costas com velocidade 03) Condução de bola diagonal 04) Técnico – devolução pé - Interno 05) Técnico – domínio coxa / devolução 06) Técnico – domínio peito / devolução 07) Reação – posição sentado 08) Reação – posição deitado 09) Reação – posição entre as pernas 10) Recuperação ativa – Trote com bola Desenvolvimento do Circuito Número Tempo Tempo Estações Execução Recuperação 10 1 min. 40 seg.
Tipo Repouso Passivo
Número Voltas
Tipo Intervalo
Ritmo Execução
Intervalo Volta
02/03
Passivo
Médio
5 min.
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Montagem do Circuito IV
Discriminação do Circuito 01) Velocidade frente / costas 02) Velocidade em diagonal 03) Velocidade com elevação de perna 04) Deslocamento lateral 05) Deslocamento diagonal costas 06) Deslocamento salto / cabeceio 07) Reação senta / levanta / desloca 08) Reação deita / levanta / desloca 09) Reação senta / levanta / salta 10) Recuperação ativa – Trote Desenvolvimento do Circuito Número Tempo Tempo Estações Execução Recuperação 10 1 min. 40 seg.
Tipo Repouso Passivo
Número Voltas
Tipo Intervalo
Ritmo Execução
Intervalo Volta
02/03
Passivo
Médio
5 min.
*Todos os circuitos podem serem adaptados conforme condição do tempo de execução e recuperação passiva, número de voltas e ritmo de execução.
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Sugestões de Testes Físicos Específicos Resistência Aeróbica Teste de Cooper (12 minutos) Teste de 3.200 m Resistência Anaeróbica Teste dos 40 segundos Teste de Condição Cárdio-respiratória 500m (Resistência de Velocidade) Teste de Resistência de Força Rápida 2 x 60 m (intervalo de 20 seg.) Resistência de Sprint Agilidade Teste de Shuttle Run Teste “ T-Drill” Velocidade Teste de 25 metros Teste de 30 e 60 m (Velocidade de Aceleração) Teste de 30 e 60 m lançado (Velocidade Máxima)
Teste de Resistência Muscular Flexão de Braços (30 seg.) Abdominal (1 min.)
Teste de Força Rápida ou Explosiva Salto Vertical (Sargent Jump Test) 6 saltos horizontais D – E – D – E – D – E 6 saltos horizontais D – D – D – D – D – D 6 saltos “rã” DE – DE – DE – DE – DE – DE Antropometria Verificação de circunferências utilizando o padrão
mundial, com todos os segmentos em descontração muscular. Dobras Cutâneas Mensuração da gordura corporal, coleta de pregas
cutâneas.
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Capítulo II Teorias e Técnicas do Jogo
Administre Bem sua Equipe Não tenha dúvidas, sua equipe precisa apresentar resultados. Objetivos, metas, competitividade e resultados, são algumas das palavras mais comuns no nosso dia-a-dia. Alguém tem dúvidas que estamos em uma busca constante por estes caminhos? Não há como evitar estes novos modelos de administração, o esporte é um grande exemplo disso e nossas equipes são uma grande oportunidade de colocar em prática alguns conceitos. Muitas empresas têm aprendido muito com o esporte e com exemplos de atletas, mas acho que está na hora de também aprendermos com algumas empresas, pois o alto rendimento também necessita de controle e avaliação, de estratégias bem definidas e principalmente de planejamento e organização. Muitos devem estar se perguntando – Estamos falando do quê? Minha resposta é simples e objetiva, de esporte, equipe e mais precisamente do Futsal. De uma equipe que precisa de conceitos baseados na organização de grandes empresas. Se analisarmos melhor o que ocorre no nosso dia-a-dia, vivemos a mesma rotina: compromissos, cobranças, pressões e principalmente tentando driblar nossos adversários. E para nos mantermos no topo, faz-se necessário estarmos muito atentos, principalmente aos nossos problemas, com olhos voltados para nossa equipe, analisando sempre o que pode ser melhorado, mas sem nos descuidarmos dos adversários. Na prática, nem sempre isso ocorre já que muitos perdem tempo se preocupando em demasia com os adversários, esquecendo-se que essa preocupação acaba minando as suas expectativas. O triste comportamento da comparação, desperdiça seu precioso tempo comparando-se com os outros sem se preocupar consigo mesmo. Perdem tempo focados nos problemas e esquecem de buscar as soluções. O grande desafio é sobreviver às inúmeras mudanças, a nova realidade, onde existem muitos atletas despreparados para este novo momento que requer um grande envolvimento na busca de soluções. 49
Muitas vezes, resultados anteriores disfarçam problemas, outras vezes, algumas vitórias ocultam dificuldades, entretanto, a primeira derrota pode não causar grandes preocupações à equipe, mas uma série de resultados negativos poderá evidenciar o problema. E aí, o que fazer? Se rapidamente resolvidos poderão restaurar a equipe. Porém se forem protelados, irão ocasionar tensões, e é exatamente neste momento que as discordâncias provocarão conflitos internos e externos, com prejuízos a todos os envolvidos. E então inicia-se o período de busca aos culpados: os atletas culpam os responsáveis técnicos da equipe, os responsáveis técnicos culpam os diretores, os diretores culpam ambos e a ordem se alterna de equipe para equipe, dependendo sempre do grau de envolvimento e de produtividade de cada setor, normalmente o mais frágil acaba recebendo todo o “mérito” da falta de resultado. O que nem sempre é verdadeiro, pois como sabemos, achar culpados nessa hora é eximir-se de responsabilidades. E diante dessas turbulências no grupo, reuniões ocorrem com mais frequência, muitas delas sem necessidade alguma, apenas para achar o “culpado” e puni-lo. Os atletas não se envolvem mais, têm receio de colocar seu ponto de vista, e os dirigentes aproveitam para exercer ainda mais pressão sob suas cabeças. A tentativa de convivência pacífica há muito tempo foi deixada de lado e dá espaço ao pânico, o caos está instalado e “quem pode mais, chora menos”. Segundo (Kohlraush, 1996) “Determinadas reuniões são tensas, se tornam improdutivas e desnecessárias, ao ponto de deixar de acontecer e achar que não adianta mais falar”. Nossa! Quanta dificuldade não é mesmo? O que fazer diante de tudo isso? Como sair dessa situação incômoda? Como voltar a produzir resultados? Essas e outras centenas de perguntas são lançadas ao ar, e o que é pior, muitas delas acabam mesmo sem respostas. Como é importante conhecer tudo isso, para evitar que as coisas cheguem a este ponto, pois realmente é sempre muito complicado reestruturar um momento como este, mas se faz necessário e temos que encontrar uma solução para que tudo se resolva, pois muitas vezes este tipo de problema serve como uma forma de testar o poder de resiliência do grupo. 50
Avaliar e reavaliar o grupo, resultados, desempenho, entre outros fatores, tudo isso é primordial para o bom andamento das coisas. Buscar o envolvimento de todos, fazer com que todos participem e tenham liberdade na construção do trabalho, autonomia de decisão, e principalmente a coragem para assumir responsabilidades diante de fatos e momentos difíceis como esse. Uma “crise” não se inicia de um dia para o outro, portanto, não se resolve da mesma forma, é necessário estar atendo aos movimentos, e substituir reuniões que visam apenas achar culpados, por encontros informais que indiquem soluções. Muitas equipes são formadas da seguinte maneira: Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ
Monta-se a estrutura física e o corpo diretivo; Monta-se uma comissão técnica; Contratam-se atletas, oriundos de vários lugares; Estabelecem-se os objetivos e metas, há uma inversão de valor.
Pois bem, poderia listar ainda mais tópicos neste espaço, mas o objetivo é ir direto ao ponto principal, então, vejamos: Esta ordem é constantemente alterada, pois muitas vezes o técnico vem depois dos atletas. Os atletas não atendem o perfil da equipe e muito menos da filosofia de trabalho do técnico. A estrutura é precária, pois pensam que os profissionais apenas precisam receber seus salários em dia. O grupo formado pelos diretores, se reúne e aparece apenas no dia da apresentação da equipe, quando muito fazem... E aí então, estabelecem objetivos de uma forma bem simples e grosseira, “queremos isso” viram as costas e aparecem apenas pra cobrar resultados, porém, esqueceram de discutir o principal: “como fazer para alcançar tudo isso”. Então chega a minha vez de perguntar, como tudo isso pode dar certo? Julgo sempre muito complicado buscar objetivos dessa forma, falar apenas o que quer não é planejamento, planejamento é estabelecer uma linha de trabalho para saber “como se pode alcançar”, significa também exercer um monitoramento das ações do grupo, avaliando e reavaliando constantemente tudo o que ocorre de bom e também de ruim dentro dele, decidindo no momento certo e de forma descentralizada. 51
A necessidade de confrontar informações e ideias de uma forma profissional, sem impor o ponto de vista, querendo ser o “dono da verdade”, poderá inibir a opinião de uma terceira pessoa, impedindo o processo de construção e formação de opinião. Segundo (Kohlraush, 1996) “Uma ‘crise’ não se inicia de um dia para o outro, o vírus se instala e vai contaminando todas as áreas e rapidamente, toma conta de tudo, e se tardarmos em combatê-lo, (curá-lo) poderá sim ser tarde demais”. Então é importante estar atento a tudo, porque embora não seja tão obvio, ele normalmente se apresenta igual para todos, de uma forma crescente e sob pontos específicos do trabalho, seguindo um caminho, minando as etapas, e os setores. (Kohlraush, 1996) Apresenta também um caminho, que embora possa não ser exatamente nessa ordem, costuma seguir estes sintomas: Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ
Falta de competitividade e comprometimento; Rotina no trabalho; Falta de comando e insubordinação; Ausência de comunicação entre os envolvidos; Atraso e/ou adiamento nas tomadas de decisões; Surgimento de conflitos (de parceiros a rivais); Perda do foco nos objetivos e metas, sem diretrizes ; Atos frequentes de indisciplina, descompromisso. RESULTADOS NEGATIVOS; Perda da credibilidade e identidade; Caos, momento da salvação individual.
O item em destaque, RESULTADOS NEGATIVOS, aparece na lista quase na última posição, para demonstrar quantas coisas são negligenciadas antes dos “resultados negativos”, por isso caros amigos, quando o resultado negativo aparece, muitas coisas já caminhavam para isso acontecer, o que houve é que possivelmente não nos demos conta ou fingimos não vê-los. Os passos seguintes aos resultados são apenas uma confirmação de que o vírus se instalou de forma generalizada e só resta a fazer é instalar o período de reconstrução do trabalho, cuidando para que o erro não torne a se repetir em outros momentos. 52
Olhos atentos, conceitos bem definidos e acima de tudo, muito trabalho na busca por resultados melhores. Honestidade no trabalho, envolvimento e comprometimento de todos. Lembrando que não há empreendimento ou atividade que atinge ou quer atingir resultados que não se aplique os princípios básicos de administração: Planejar, Fazer, Controlar e Avaliar - PDCA*. Será que uma gestão administrativa no esporte é diferente? Esquematização para Avaliação de Resultados
META
O QUE COMO COM QUE COM QUEM
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
DIRETRIZ (Rumo)
VALOR
QUANDO QUANTO
VISÃO (Foco)
MISSÃO
RESULTADO
Fonte: Pedro Miguel de Andrade
PLANO DE AÇÃO
*PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua. Introduzido no Japão após a Guerra, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efetivamente o aplicou. Segundo (CAMPOS, 2004) “O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa independentemente da área de atuação”
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Objetivos e Metas Entendendo a importância de estabelecer objetivos no planejamento É muito comum em nossas vidas ouvir pessoas dizendo que têm objetivos e metas a cumprir. O mais estranho é observar de que forma estão buscando alcançar esses objetivos e metas, nem sempre conseguimos compreender onde querem chegar agindo desta forma, costumamos dizer que estão andando na contramão, dissociados da realidade e que não há coerência entre teoria e prática. Traçar metas é extremamente importante para qualquer profissional, pois é desta forma que ele poderá avaliar ações, detectar momentos de sucesso e insucesso. O problema está na estratégia que utiliza para isso, o tempo que tem para cumprir o cronograma, e principalmente de que forma avaliamos as condições que possui. Vivemos num mundo imediatista, onde resultados são imprescindíveis para consolidar mudanças e fundamentar teorias. Não é possível mudar radicalmente conceitos ou transformar estruturas sem que os resultados os acompanhem, não quero dizer com isso que já nos primeiros dias, semanas ou meses o resultado ou a meta já tenha de ser visível, mas que é necessário visualizar mudanças de comportamento e atitudes. Isso é o principal resultado, perceber que as coisas estão se modificando. É um grande passo para continuar crescendo, porém, pior é perceber a rejeição dos envolvidos no processo. Podemos dizer que é necessário caminhar para poder modificar, mas existem várias formas de caminhar, andar ou correr 5 km, e ao final dos mesmos perceber o quanto avançamos do ponto inicial, isso sem dúvida é uma progressão, por outro lado podemos andar ou correr os mesmos 5 km em uma esteira, estas que possuímos em casa ou em academias, e ao final perceber que não saímos do lugar, não significa que os mesmos 5 km não tenham trazido benefícios físicos, mas com toda certeza existe sim uma grande diferença na informação e no cumprimento da tarefa. Muitas pessoas quando determinam seus objetivos e metas não o fazem de maneira correta, simplesmente acreditam que a meta 54
virá ao seu alcance e permanecerá no mesmo lugar, outros aceleram demais o passo para alcançar rapidamente seus objetivos e na metade lhe faltam fôlego para completar o percurso. Outros acham que não precisam ter pressa e que têm a vida toda para atingir o objetivo, o problema é que as coisas vão se modificando e sua estratégia continua sempre a mesma, desta forma dificilmente verá seu sonho realizado, vai passar a vida inteira se lamentando e praticamente no mesmo lugar. Acredito que o segredo está na sensibilidade e na especificidade de cada objetivo e de cada meta, o que é bom para alguns, pode ser terrível para outros, adotar regras e receitas prontas não trazem mais benefícios para ninguém, cada um deve analisar em que ponto está e de que forma irá chegar ao ponto que deseja. Embora muito se tenha criado e disponibilizado para que as pessoas possam melhorar seus desempenhos profissionais, a melhor resposta para as inúmeras dúvidas e questionamentos que surgem no nosso dia-a-dia ainda continua sendo “Depende”. Esta resposta pode solucionar grandes problemas, evitar aborrecimentos e minimizar erros, tudo irá sempre “depender” da situação de cada um e da realidade profissional dos envolvidos. Para quem quer dar um enfoque prático a esta obra, o discurso parece estar um tanto quanto filosófico, mas acredito que para chegar ao ponto principal necessito passar por este caminho. Poderia iniciar este livro falando sobre o histórico do Futsal, onde, como e quando tudo começou, ou então colocar a atualização da regra para servir de instrumento de pesquisa aos interessados, um livro com muitas páginas e coberto por temas comuns em outros tantos. Optei por iniciar de forma diferente, abordando temas que embora sejam comuns na vida de todos nós, ainda são confusos. Gostaria que este livro servisse de ferramenta para auxílio dos profissionais que atuam ou querem atuar no Futsal, mas principalmente desses que acreditam que sempre é possível aprender coisas novas, modificar, quebrar paradigmas e ser crítico em relação aos modelos de treinamento que são impostos até hoje, não me excluindo também deste grupo e oferecendo esta obra para que a mesma esteja à disposição de críticas e sugestões que me auxiliem a melhorar sempre, com o intuito de poder alcançar meus objetivos e metas. 55
Treinamento X Criatividade Pequenas mudanças, grandes transformações no treinamento O caminho para a criatividade Embora seja objetivo no mundo de hoje sermos práticos, talvez tenhamos por obrigatoriedade passar pela teoria para não cometer erros, ou termos uma visão distorcida sobre este assunto, ou seja, a criatividade. Então me reservo no direito de utilizar exemplos especificamente dentro de minha experiência e visão profissional. Dou início a este assunto utilizando uma palavra que resume meu ponto de vista sobre a utilização de metodologias mais criativas nas sessões de treinamento: “transformação”. Talvez essa palavra tenha uma dimensão maior do que imaginamos, pois inevitavelmente todos os processos em nossas vidas estão em constante transformação. No treinamento, este processo ocorre de forma vertiginosa, pois cada vez que se modifica uma regra ou se quebra algum paradigma, um outro está se criando, este processo pode ser denominado como evolução. E é através deste mecanismo que alcançamos resultados positivos. Após o conhecimento destes processos e do entendimento de todo este mecanismo, o passo mais importante passa a ser o de conscientização dos envolvidos para um melhor aproveitamento das qualidades. Não gostaria de criar regras ou atribuir novos conceitos sobre o tema, apenas estabelecer um momento de reflexão e análise. Acredito que através de pequenas mudanças nas sessões de treinamento é possível melhorar a criatividade do atleta. O Futsal é sem dúvida uma modalidade muito dinâmica e requer uma atenção especial no que se refere à previsão das ações coletivas dos nossos adversários. Muito se tem feito e proporcionado ao atleta: Recursos tecnológicos, metodologias avançadas no treinamento físico, técnico e tático, mas nada pode substituir a capacidade criativa do atleta, é ela que faz a diferença no momento decisivo, e é através dela que podemos diferenciar as habilidades e capacidades individuais. 56
Experiências, estímulos e mudanças são fundamentais para gerar atitudes inovadoras e proporcionar aos atletas ferramentas para que os mesmos sejam capazes de enfrentar as dificuldades de uma partida ou competição. Viver emoções diferentes durante o treinamento poderá ajudálo a superar dificuldades emocionais e principalmente a rejeição às mudanças, comuns em atletas inseguros. O caminho para a criatividade passa pelo hábito de buscar novas soluções para resolver os problemas, informações diferentes dos adversários, pois normalmente é dessa forma que se pode fundamentar o sucesso individual de algum atleta ou de uma equipe. Todos treinam, todos recebem informações, se preparam física, técnica e taticamente, mas a diferença pode estar na forma com que utilizam seu potencial criativo. É muito comum verificarmos um atleta decidindo uma partida ou competição num lance totalmente diferente do que costumamos ver, geralmente o nível de preparação, confiança e informação deste atleta é muito acima da média geral. Já os atletas “comuns” possuem dificuldades de resolver problemas de forma criativa, esta dificuldade vem de sua estrutura cerebral, que tende a resolver seus problemas de forma simplificada. O problema é que as soluções simples geralmente são de conhecimento de todos os adversários. Você já se deparou com aquela situação em que sua equipe treinou várias vezes uma determinada ação ou uma manobra de ataque, e que tudo parecia ser imbatível? Pois é, na hora “H” algo saiu diferente do cenário que você havia preparado, e seu atleta que apenas mecanizou todo o movimento e limitou-se a reproduzí-lo sem utilizar seu poder de criatividade e inovação, acabou falhando por lhe faltar recursos de criatividade e ousadia. Este pode ser um dos milhares de exemplos que fundamentam a necessidade de buscar informações fora do nosso “Banco de Dados”, pois quando temos que resolver esse tipo de problema, nosso cérebro vai buscar soluções diretas, tornando a equipe ou o atleta um alvo fácil para o adversário. Se quisermos ter ideias diferentes, temos que buscar soluções ousadas, ou então muito provavelmente elas serão parecidas para todos. Os modelos de treinamento atuais preconizam a mecanização 57
dos movimentos, e por sua vez a limitação da capacidade criativa do atleta. Talvez essa seja uma boa explicação para o chamado “Leão de Treino”, pois este atleta quase sempre possui boas qualidades técnicas, bons fundamentos, mas apresenta dificuldades no seu potencial criativo, afetando seu rendimento no jogo. O atleta se habitua com a rotina dos treinamentos de sua equipe e não desenvolve outras capacidades. Quando no jogo se depara com situações não vivenciadas nos treinamentos, fica sem reação para agir, ou pior, acaba ficando inibido diante das dificuldades, o que é pior, frustra-se. Acredito que o treinamento também tem a função de estimular o atleta a pensar em soluções diferentes para a resolução de problemas e poderá conseguir isso através de treinamentos que o condicionem a raciocinar sobre o problema imposto. Alguns jogos de regras e de setores criados nos treinamentos podem auxiliar neste processo, tais como: Ÿ JOGO DAS BOLAS NA MÃO - O técnico formará duas equipes. Além de uma bola do jogo, cada equipe ficará com uma bola na mão, e o jogo acontece com algumas regras específicas. O atleta poderá dar apenas três toques na bola do jogo, mas não poderá fazê-lo com a bola na mão. Ÿ Sempre que estiver com a bola na mão e receber o passe, terá que transferir a bola que está em sua mão para outro companheiro antes de progredir, executar o passe ou uma finalização com o pé. Ÿ Não poderá executar marcação ao adversário com a bola na mão também, por esse motivo terá que estar passando constantemente a bola que está na sua mão. Ÿ Outras variações poderão ser adicionadas, como por exemplo: se deixar a bola da mão cair no chão será executado um tiro livre. O objetivo desse jogo é trabalhar membros inferiores e superiores utilizando os dois hemisférios do nosso cérebro, desenvolvendo coordenação dos movimentos motores primários e o raciocínio criativo, pois a equipe terá que desenvolver estratégias diferentes do jogo tradicional para obter sucesso, caso contrário não obterá êxito. 58
Este é um treinamento totalmente diferente da realidade do jogo, mas que com certeza irá evidenciar a importância de encontrar soluções diferentes. Costumo dizer que quando vamos enfrentar um adversário prevemos inúmeras ações, mas não podemos esquecer que durante uma partida outras tantas ocorrem, e se nossos atletas não estiverem preparados para observá-las e reagir às mudanças, muito provavelmente o sucesso poderá não ocorrer ou ocorrer de maneira pouco satisfatória. O tema apresentado tem o objetivo de servir de informação e de alerta, acreditando que uma análise e discussão aprofundada sobre o assunto poderá nos ajudar e consequentemente, proporcionar aos nossos atletas subsídios para que possam melhorar seus desempenhos individuais.
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Leitura de Jogo, Previsões e Análises Contrariando o que prega o senso comum O que propõe o Adversário: Talvez uma das tarefas mais difíceis, e que desafia os profissionais, é ter um bom entendimento e ser capaz de ler, prever ações e analisar as estratégias adversárias. Ao contrário do que prega o senso comum, fazer previsões pode não ser tarefa tão difícil assim; é necessário treinar esta habilidade que muitas vezes só vem com a experiência profissional, ou não. Desmistificar esta teoria é objetivo deste tema, baseando-se em algumas abordagens que garantem se não na totalidade, pelo menos parte dela, deixando-a mais clarividente. Não é tarefa tão difícil descobrir o que o adversário propõe. Se faz necessário utilizar técnicas de previsão e leitura dos movimentos da equipe em análise, e isso pode resultar em “tendências” e características particulares e próprias, levando-se em consideração algumas análises individuais, tais como: perfil do atleta e técnico; predominâncias coletivas; características do jogo (ofensivo/defensivo), entre outras observações que podem proporcionar segurança na hora de traçar as estratégias. O sucesso das análises dependem diretamente de um outro fator importante conhecido como “filtragem colaborativa”, que nada mais é do que a participação de todos os envolvidos. Estas análises produzem recomendações importantes e auxiliam na relação Atleta/Técnico e vice-versa, colaborando assim para formação do banco de dados e avaliações correlacionadas. Esses métodos de recomendações produzem modelos de treinamentos que aproximam a relação de ambos, passando, a contribuir mais com dados relevantes, além de fornecer subsídios importantes na construção do relacionamento pessoal. Cabe lembrar que o grau de dificuldade do atleta dentro de quadra é o principal feedback que um Técnico pode ter, porém essas informações precisam ser repassadas muito próximos da realidade, sem que sejam apenas sintomas de dificuldades individuais e desempenho. 60
A principal análise é em relação ao grau de dificuldade coletiva, observações à cerca do modelo tático do adversário. As questões individuais devem ser analisadas num momento posterior, cabendo ao Técnico a realização de trabalhos de correção de movimento tático, ou gestos técnicos individuais. Quando o atleta percebe que suas informações são valorizadas, ele passa a se interessar mais pela leitura, oferece opiniões importantes e participa muito mais no processo de solução da problemática do jogo. Assim o Técnico passa a contar com “consultores” a sua inteira disposição, no reconhecimento de problemas, e na ação de buscar soluções rápidas e eficazes. Uma boa razão para justificar este valor, são as inúmeras escolhas para fazer com que as dificuldades não tragam prejuízos às metas, e o poder de distinguir qual a melhor estratégia a ser seguida, no momento de se tomar uma decisão inteligente num ambiente lotado de informações. Quando a informação é filtrada de maneira transparente, o envolvimento na estratégia tende a ser muito maior pelo próprio método de participação. Se algumas ações podem ser previstas para obtenção do sucesso, por que não recomendá-las previamente? Podemos ajustar sempre as informações para obter variações das teorias e possibilidades de estratégias. Cada possibilidade de prevenção e estratégia possui margem de erro e acerto. Elas podem ser classificadas quando apresentam equilíbrio, dando margem para um redirecionamento rápido que possibilitem correção. É o ato de unir sempre senso comum à fundamentação teórica do jogo preservando individualidades. Num limite mais elevado estão as tentativas individuais, assumindo sempre o risco das ações, e tomando decisões isoladas do grupo, buscando apelos desesperados, o que aumenta o grau de exposição e risco, porém é necessário muitas vezes, em razão da exigência do jogo e/ou situação. A identificação de padrões técnicos não são matemáticos, mas apresentam normalmente alguns padrões lógicos escondidos em tendências técnicas. 61
Outro ponto de observação de grande relevância é a característica do técnico adversário que contribui de forma direta ao modelo técnico da sua equipe, conhecer o seu perfil e estilo. Prever e analisar requer conhecimento abrangente, pois somente noção específica não assegura bons resultados. Para tanto, análise estatística, características regionais, relação pessoal, gestão de equipe entre outras, contribuem diretamente nesse perfil. Para finalizar o assunto, que requer uma abrangência ainda maior, destaco como fundamental e importante no processo de leitura, as análises do Pré e Pós-jogo. O ciclo de análise é interligado, a boa análise pós-jogo permite a reconstrução para o próximo compromisso. Profissionais que de imediato buscam culpados pelo fracasso ou se colocam a frente do êxito, não conseguem construir com segurança a próxima análise, pois tendem a se eximir da culpa e da responsabilidade. Traçou-se uma estratégia no pré-jogo e não funcionou, é tão culpado ou mais. Se não a fez, é o único culpado, pois deu liberdade para o “achismo”, então não pode fazer ponderações sensatas a respeito. Cabe ao Técnico a função estratégica, seja ela tomada de forma coletiva ou autoritária. A diferença é o comprometimento e o auxílio que recebe quando compartilha ideias com os membros da equipe. Sem plano de voo é impossível voar com segurança, por isso várias pessoas são envolvidas nele, não apenas o comandante. Compartilhe ideias, receba as informações, encoraje seus atletas, transmita segurança e avalie com bom senso os resultados, só assim poderá contar com o apoio de todos e poderá formatar uma boa leitura de jogo, uma previsão segura e uma análise coerente.
62
Importância da Estatística Coletiva Identificação das ações coletivas através da estatística. Este tema tem como principal objetivo despertar o interesse para a utilização da Estatística Coletiva, aperfeiçoar os modelos existentes e principalmente estabelecer parâmetros que possam auxiliar no trabalho de preparação de uma equipe de Futsal. A estatística sempre foi uma grande aliada dos profissionais do esporte em geral, por isso cada modalidade tem suas planilhas específicas que enfatizam determinado fundamento de acordo com sua importância para a modalidade em questão. No Futsal, as planilhas quase sempre valorizam os fundamentos de passe (certo e errado), finalização (certa e errada), desarme e fundamentos relacionados às ações do Goleiro. Cada profissional monta sua planilha de acordo com o interesse da sua equipe, ou que possa contribuir para o aprimoramento técnico dos atletas. Durante nove anos venho desenvolvendo uma planilha com objetivo de identificar as ações coletivas (positivas e negativas) da equipe durante uma competição ou até mesmo durante uma partida específica. Uma coleta de mais de 500 jogos me proporcionou a confecção de alguns modelos e a identificação de algumas áreas específicas na qual ocorrem mais ações ofensivas, locais estratégicos no sistema de marcação, fragilidades nas coberturas e na postura de marcação, onde o erro é quase sempre fatal. Toda essa coleta me auxiliou muito com relação ao posicionamento de minhas equipes em determinadas situações do jogo ou adversário, levando-se em consideração que toda equipe quase sempre apresenta uma característica geral de enfrentar as partidas, e possui ações previsíveis em determinados momentos. A estatística coletiva tem por função básica servir de complemento para a estatística individual, com uma grande diferença que é de potencializar algumas ações conjuntas, tais como: Ÿ Situação do gol; Ÿ Local e distância do gol; Ÿ Tempo de jogo em que ocorreu o gol. 63
Estes três simples tópicos têm uma importância muito grande, tanto no aspecto ofensivo quanto defensivo, pois poderão ser utilizados para as duas ações. O primeiro tópico, Situação do Gol tem ações relacionadas à origem da situação em que a equipe realizou ou sofreu um gol. Elas podem ser modificadas de acordo com a necessidade da equipe, mas minha sugestão seria esta: Situação do Gol Bola Parada
Em Movimento
Canto
Lateral
Falta
Falha Marcação
Contra-ataque
x
-
-
-
-
-
-
-
x
-
* Nesta situação a identificação da ação poderá ser coletada também através do número do atleta que a realizou.
O segundo tópico, Local e Distância do Gol tem como objetivo principal identificar setores de fragilidade ou de potencialidade da equipe, assim distribuídas: Local e Distância do Gol Local
Distância
Ala Direita
Meio
Ala Esquerda
Até 6m
6m a 10m
+ 10m
x
-
-
x
-
-
-
x
-
-
x
-
O terceiro tópico, Tempo de Jogo em que ocorreu o gol poderá evidenciar aspectos com relação ao comportamento da equipe, tanto no aspecto emocional quanto no aspecto físico, pois a equipe pode apresentar uma grande incidência de gols sofridos no início das partidas, podendo ser um problema de um aquecimento inadequado ou até mesmo de uma baixa concentração. Também poderá apresentar uma grande incidência de gols sofridos nos minutos finais das partidas, aspectos que podem estar relacionados ao condicionamento físico ou até mesmo no aspecto emocional de não estar conseguindo suportar determinada pressão no jogo.
64
Tempo de Jogo Primeiro Tempo Até 5 min. De 5 a 15 min.
Segundo Tempo + 15 min.
Até 5 min.
De 5 a 15 min.
+ 15 min.
2 min. 45s
-
-
-
-
-
-
x
-
-
x
17 min. 23s
Estes três tópicos expostos configurariam em uma planilha agrupada, facilitando a coleta dos resultados, sendo assim, cada linha apresentaria o histórico geral de cada gol feito ou sofrido pela equipe. Mapa de Estatística Coletiva Estatística Coletiva Gols Feitos e/ou Sofridos Situação do Gol Local e Distância do Gol Tempo de Jogo Bola Parada Em Movimento Local Distância 1° Tempo 2° Tempo Cant Lat Falta F. Marc. Contr. AD Meio AE 6m 6a +10 5 5 a 15 +15 5 5 a 15 +15 10m min. min. min. min. min. min. x x x - 6min. 23s 16min. 24s x x x x x x 18min. 34s x x x - 14min. 43s -
*Alteração do Item Falha de Marcação, se for computado gols feitos substituir por Finalização.
Na planilha acima estão coletados os dados referentes a 4 gols sofridos numa determinada partida. A leitura e interpretação dos gols ficariam assim estabelecidos: 1) Gol – de bola parada (canto) / na ala direita / dentro do limite dos 6m / no primeiro tempo aos 6 min. 23s; 2) Gol – de bola parada (lateral) no meio / dentro do limite de 6 a 10m / no primeiro tempo aos 16 min. 24s; 3) Gol – Uma falha marcação / no meio / dentro do limite de 6 a 10m / no primeiro tempo aos 18 min. 34s; 4) Gol – Um contra-ataque / na ala direita / dentro do limite de 6 a 10m / no segundo tempo aos 14 min. 43s. Com a coleta dos gols sofridos por uma equipe numa fase de uma competição, poderiam estar bem evidenciadas determinadas fragilidades desta equipe, como por exemplo: Ÿ Sofre muitos gols de bolas paradas; Ÿ Sofre muitos gols pela ala direita; Ÿ Sofre muitos gols dentro do limite dos 6m (dentro da área por exemplo); Ÿ Sofre muitos gols nos finais de cada período de jogo. 65
Estas informações poderiam auxiliar na condução das sessões de treinamentos, corrigindo possíveis deficiências. Lembro mais uma vez que todas estas informações podem ocorrer com gols feitos pela equipe em uma partida, sendo assim, ficariam evidentes também quais os setores e os momentos mais eficientes da equipe, tais como: Ÿ Marca muitos gols de contra-ataque; Ÿ Marca muitos gols pela ala esquerda; Ÿ Marca muitos gols com finalizações a mais de 10 metros; Ÿ Marca muitos gols no inicio das partidas. E assim o Técnico e seus auxiliares poderão ir moldando sua equipe conforme os diagnósticos que juntos identificarem. Apresento a seguir uma ilustração que demonstra as divisões da quadra para planificação das ações, cujas divisões podem ser modificadas conforme a necessidade de cada equipe e sua realidade. Ÿ Quadra de Futsal
Até 6m 6 a 10m AE
MEIO
AD
Localização do Gol
+ 10m
Para facilitar ainda mais o entendimento e a visualização dos resultados por parte dos membros da comissão técnica e atletas, os dados poderão ser lançados em um gráfico utilizando um programa de planilhas e gráficos como ferramenta. 66
Conceitos do Jogo As três fases do jogo – abertura / meio / finalização Os princípios gerais de uma partida Um bom conceito do jogo pode definir caminhos mais seguros dentro de uma partida, por este motivo dividi o jogo em três partes, que na verdade não se referem ao tempo da partida nem a duração do jogo, mas sim, ao jogo propriamente dito. Se definirmos uma ação de ataque, ela terá um início, meio e uma finalidade, por sua vez, estas três partes precisam estar organizadas para que a extensão de todo movimento seja bemsucedida. Entretanto é muito importante salientar que, precisamos partir do princípio de que a dinâmica do Futsal exige organização, onde devemos pensar em ataque sem nos descuidarmos da defesa. A mesma ação que nos levará ao ataque exigirá uma preparação para a recomposição da defesa, sendo assim, devemos definir as três fases e potencializá-las para um rendimento mais seguro e eficaz. A Primeira Fase – Abertura (Saída de Jogo / Pressão) Conceitos: Ÿ Posicionamento que proporcione mobilidade para as manobras
Ÿ Ÿ
Ÿ Ÿ
de avanço. Para realizar uma boa saída de pressão é necessário um posicionamento correto com possibilidades de saída rápida; Rápido desenvolvimento de todos os atletas, criando dificuldades para o encaixe da marcação; Determinar uma linha de avanço (Ex: linha central) para que todos tenham a consciência de avançar de forma coordenada e ao mesmo tempo o limite desejado; Evitar a saída pelo centro da quadra, ao menos que seja feito no primeiro passe e com extrema segurança; Evitar a perda de tempo, movendo-se apenas 1, 2 ou 3 jogadores, onde todos devem ter movimentos definidos para quebrar o sistema de marcação; 67
Ÿ Evitar que o posicionamento de um jogador prejudique o avanço
de outro, ou dos demais; Ÿ Após a bola ter passado o centro da quadra, dando possibilidade para utilização do goleiro como segurança, dominar o centro do jogo para manter a posse da bola e elaborar a ação de ataque. A Segunda Fase – Meio (Organização do Ataque)
Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ
Ÿ
Ÿ Ÿ
Conceitos: Ocupar as diagonais abertas com buscas e aproximações, linha de passe e desmarcações; Alongar as saídas sem bola, prolongando as possibilidades de ataque no fundo de quadra; Mobilidade dos atletas (alas) para tentativas de finalizações de média e longa distância; Evitar passes para trás, pois representa atraso na construção do ataque e a necessidade de um novo desgaste para se chegar onde já se estava; Este setor precisa de criatividade, ousadia, e acima de tudo objetividade, pois se trata de um local com baixa duração da posse de bola; Disputar o domínio deste espaço, posicionando-se sempre de forma avançada; Definir a forma de ataque (Ex: 3x1, 4x0, 2x2 com busca, etc.). Os posicionamentos Ala (E)
Centro Quadra
Ala (D)
Estes posicionamentos permitem que os atletas tenham uma visão do ataque, bem como, dos demais companheiros. Correr lateralmente nestas situações dificulta a visibilidade do ataque e dos companheiros, facilitando a abordagem dos marcadores. 68
Ÿ Para evitar perda no rendimento, ter atenção: Ø Movimentos atrasados, abandonando o atleta da bola; Ø Posicionamento isolado, sem ser opção de movimento; Ø Fora de linha de passe, facilitando a abordagem da marcação; Ø Manter-se por muito tempo atrás da marcação adversária.
A Terceira Fase – Finalização (Definição do Ataque)
Ÿ
Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ
Ÿ Ÿ Ÿ
Conceitos: Buscar objetividade nas áreas de conclusão, não atrasar os ataques. É possível encontrar muitas dificuldades em razão da concentração da marcação; Não responder apressadamente aos ataques da marcação, a perda da posse pode gerar contra-ataque; Ler a marcação antes de definir o lance final; Evite trocar uma finalização por mais um toque na bola, a menos que seja inevitável; Assuma a iniciativa, atacando a marcação quando passiva; Muitos movimentos ofensivos podem limitar ou bloquear os espaços; Concentre a ação ofensiva em mais de um jogador para não se tornar previsível, busque opções pelas duas alas da quadra; Procure ter ações ofensivas definidas, para evitar muitas improvisações; Quando estiver no ataque, não se descuide da marcação, a dinâmica do jogo exige ações de contenção para evitar os contra-ataques; Faça análises após o jogo para corrigir os erros ocorridos; Sinta-se desafiado em enfrentar equipes “teoricamente” mais fortes, pois é uma grande oportunidade de evoluir; E tenha em mente que o sucesso é alcançado após algumas derrotas.
Os conceitos das fases do jogo são preconizados pela organização, criatividade e principalmente pelo trabalho de correção e ajuste após as partidas. A liberdade para o acréscimo de outros conceitos torna este tema de uso coletivo, para a evolução do nosso esporte. 69
Treinamento – Habilidades Motoras Utilização do treinamento para memorização das habilidades motoras Memorização das habilidades motoras Muito mais do que mesclar volume e intensidade, o treinamento propõe outras variáveis importantes, tais como: mecanização de movimentos, repetição de gestos específicos, ajustes e substituição de movimentos, aprimoramento técnico, entre outros. É necessário entender que o treinamento está intimamente ligado a repetição desses movimentos, e por sua vez, ao condicionamento de gestos motores e sensoriais. Não basta apenas treinar por várias horas, é importante executar estes movimentos de forma correta, criando assim um padrão de movimento e gesto eficiente. Praticar um movimento ou gesto específico por várias vezes (repetição) poderá torná-lo memorizado, ou seja, criar um padrão de movimento. Para (Fox et al, 2001) estes padrões são chamados de “engramas motores”. Segundo ele “Um engrama é um traço permanente deixado por um estimulo no protoplasma tecidual”. Diz também que, “Este movimento ou gesto depois de memorizado ficará armazenado, e sempre que o indivíduo desejar realizar, essa determinada habilidade motora particular será ‘reinterpretada’ (replay), reproduzida conforme armazenada”. Pois bem, com isso a palavra treinamento ganha importância ainda maior, pois não basta apenas treinar, mas realizar o treinamento de forma adequada, com a finalidade de se obter padrões de movimentos corretos. É comum escutarmos todos os dias atletas e treinadores justificando resultados com as seguintes palavras: “Estamos trabalhando muito, mas não estamos conseguindo os resultados”. Talvez essa seja uma das explicações, pois muito mais importante do que treinar horas e horas, é treinar de forma eficiente. Uma finalização a gol, por exemplo, pode ser treinada de forma desajustada, levando o atleta a ser perfeito em sua 70
imperfeição, quem nunca viu aquele atleta treinar finalizações a gol sem o mínimo de concentração e preocupação com os movimentos corretos? É normal vermos todos os dias o atleta muito mais preocupado com a força em que vai finalizar e com a potência do seu chute, do que com a direção que a bola irá percorrer. Por esse motivo acerta sempre o mesmo lugar, mas fora do alvo (gol). Ele adquiriu um padrão motor (engrama) incorreto e sempre que acionar este padrão irá realizá-lo incorretamente tal como armazenado em seu cérebro. Quando isso ocorre, existe a necessidade de um “realinhamento”, ou seja, uma substituição do padrão anterior, este realinhamento se transformará em uma memória motora para essa habilidade especial. Esse realinhamento (correção) poderá ser acionado com um estímulo apropriado e utilizado imediatamente sempre que necessário. Para ilustrar esta teoria vamos imaginar agora que em nosso cérebro existissem várias gavetas, como aqueles velhos arquivos de escritórios, e que em cada um deles existisse uma tarefa armazenada (fig.01)
xxxxxxxx
Passe
Recepção
Condução
xxxxxxxxxxx
xxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxx
xxxxxxxx
Finalização
xxxxxxxxxx
Cabeceio
xxxxxxxxxxxx
Fig. 01
Sempre que enviamos uma mensagem ao nosso cérebro solicitando determinada função, ele irá recorrer ao seu arquivo, e lá encontrará (ou não) a função desejada. Se este movimento estiver arquivado de forma correta, a probabilidade de acerto é garantida, já ao contrário será reproduzida sem êxito. É importante saber que esse mecanismo funciona da seguinte forma: “os proprioceptores envolvidos na tarefa enviam uma mensagem ao SNC (sistema nervoso central). Então o “engrama” estocado é utilizado como modelo”. Estes “engramas” uma vez aprendidos e armazenados poderão ser utilizados sempre que necessários. 71
Segundo (Fox et al, 2001) “Se e quando ocorrem desvios em relação ao engrama armazenado, uma correção é feita graças à liberação de sinais motores adicionais pelo córtex motor, de acordo com o que é lhe comunicado pelo cerebelo”. O que nos remete a entender que podemos fazer pequenos ajustes nesses padrões, que garantam a eficiência da tarefa proposta. E como conclusão final deste tema, é importante analisar o treinamento como um trabalho constante de correção. Um movimento ou gesto uma vez aprendido de forma correta poderá garantir o sucesso de sua equipe em uma partida. O assunto é interessante e complexo, e pode ser ainda mais aprofundado com o objetivo de se compreender todo este mecanismo.
The Physiological Basis of Physical Educattion and Athletics “Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos” Edward L. Fox, Richard W. Bowers e Merle L. Foss Editora Guanabara Koogan S. A. / Rio de Janeiro - RJ 72
Jogo Individual Ações e mecanismos do jogo individual Desenvolvimento dos processos e ações individuais Se fosse definir as ações individuais sob meu ponto de vista e de como compreendo este difícil mecanismo, diria que existem três processos complexos dentro deste gigantesco sistema, ações inteiramente integradas e que fazem toda a diferença na qualidade individual de um atleta. Dividiria desta forma e nesta ordem: 1) Análise / Recepção 2) Controle / Seleção 3) Decisão / Ação final Neste entendimento os componentes individuais que formam as qualidades do atleta passam necessariamente por estes três processos. Em alguns atletas podem também ocorrer dissociação dos processos, tornando-os frágeis e previsíveis em algum ponto. Estabelecer uma prioridade seria como interromper uma mecânica muito bem sincronizada e que forma uma ação conjunta de movimentos, exigindo do atleta fundamentos bem aprimorados, concentração e equilíbrio emocional. E para exemplificar melhor, poderia dizer que no momento em que a bola vem em direção deste atleta, uma espécie de “botão” é acionado e fará com que este mecanismo seja executado do seu início ao término, sem interrupções. Imaginamos então o desastroso final deste processo, ou o belíssimo desfecho desta ação; tudo estará diretamente ligado à forma de preparação destes processos. Por este motivo muitas vezes o atleta tem dificuldades de executar um perfeito desfecho para esta ação, que na sua grande maioria não tem correlação com os movimentos motores, mas sim com a preparação mental, equilíbrio emocional e autocontrole. Acredito que o bom desenvolvimento de um atleta está inteiramente ligado à forma com que ele se prepara ou é preparado 73
para executar estas ações. Há algum tempo, nós treinadores deixamos de usar o treinamento apenas como forma de condicionar fisicamente e coordenativamente nossos atletas, estamos no estágio do aperfeiçoamento mental, capacitando-os para momentos decisivos de uma partida. É no campo emocional que verifico os maiores problemas ou as melhores soluções, pois estar preparado para executar movimentos complexos sob uma forte pressão psicológica não é tarefa fácil pra nenhum ser humano. Por este motivo dividi os processos em três grupos, como já mencionei anteriormente, e que de forma objetiva resumi para facilitar o entendimento deste ponto de vista. Então, o primeiro processo é denominado Análise / Recepção, momento em que o atleta está sem a posse da bola e que necessariamente precisa em frações de segundos “analisar”: 1) Espaços; 2) Distâncias; 3) Local; 4) Aproximações e etc. Esta rápida análise antes de ter a posse da bola, irá contribuir para o desenvolvimento da ação final. A Recepção, processo agregado a análise do jogo é o momento onde o atleta recebe a posse, em boas ou más condições, dependendo de como ele elaborou seu primeiro processo, e consequentemente o próximo pode estar comprometido ou não em função do mesmo. Lembrando que estou falando do jogo individual, em um esporte coletivo, pois no momento em que este atleta executa seu primeiro processo (análise / recepção), o que lhe passou a bola estará executando seu terceiro processo (decisão / ação final), e isso tem interferência direta na coletividade, mas é um assunto para uma próxima oportunidade, senão fugimos do objetivo principal do tema. Passamos então ao segundo processo: Controle / Seleção, momento em que o atleta superou seu primeiro processo. É neste momento em que o atleta irá checar sua primeira análise, verificar as alterações ocorridas e prosseguir. Neste momento, ele executa um 74
controle da posse de bola sem estar “centrado na mesma”, pois se a bola passar a ser o foco principal, certamente com a velocidade do jogo e as mudanças, o atleta perderá a referência, dificultando assim a seleção do seu passe, interferindo no próximo processo. Após ter o controle e a seleção das opções disponíveis a ele, encaminha-se o terceiro processo. O processo de Decisão / Ação final: neste momento ele deve estar preparado para fazer sua escolha. Após ter executado os dois primeiros processos, deverá decidir o futuro desta ação que poderá ser: 1) Continuidade do movimento; 2) Ação técnica individual (ex: um drible); 3) Reestruturação do jogo (ex: reinício ou envolvimento do goleiro); 4) Interromper o processo de posse de bola (ex: uma finalização). Estes são apenas alguns exemplos, outras ações poderão ser denominadas nesta lista. Torna-se fascinante quando recordamos de que tudo isso é executado em segundos, é um grande mecanismo que faz do Futsal um jogo extremamente excitante. Os processos são contínuos e em muitos casos são interrompidos no seu desenvolvimento (construção e reconstrução). Os conjuntos de ações individuais formam o sucesso coletivo, onde a elaboração, o aperfeiçoamento e evolução podem e devem ser constantemente praticados nas sessões de treinamento, um trabalho bastante desgastante e prazeroso, um trabalho de correção, mas necessário. Sendo assim, é sempre importante criar possibilidades para que o atleta habitue-se a este conjunto de ações, desenvolvendo sua capacidade de agir sob pressão, reagir às adversidades e encontrar soluções criativas para momentos decisivos.
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Capítulo III Estruturas e Noções dos Sistemas Táticos
Principais Noções sobre Sistemas Táticos Futsal, um jogo de xadrez ‘Movimente uma peça errada e veja o que poderá acontecer.’ Esta frase resume bem o meu entendimento sobre o jogo, sobre o que é administrar uma partida de Futsal. Nós treinadores, quando falamos ‘movimente uma peça errada’ não estamos nos referindo somente a questão das substituições, pois isso deixou de ser algo tão relevante, já que as novas estruturas preconizam as alterações frequentes no jogo promovendo um rodízio de “todos” os atletas disponíveis em quadra. Refiro-me mais precisamente às estratégias do jogo, movimentar ou promover mudanças táticas numa partida, expondo a equipe, retraindo-a demais, avançando muito o sistema de marcação ou até mesmo adotando postura demasiadamente defensiva, entre outras. Tudo isso deve ser sempre muito bem observado, pois a cada ação que promovemos no jogo recebemos uma reação, e este ciclo se alterna entre as duas equipes durante todo o jogo. Estar atento às “jogadas” do adversário a fim de perceber qual será sua intenção em relação ao momento é algo que exige muita atenção e concentração. A leitura do jogo é mais do que uma grande responsabilidade, é de fundamental importância, somente assim é possível neutralizar as ações do nosso adversário. Falei isso antes de iniciar este capítulo, pois muitos podem estar esperando nele táticas surpreendentes ou arrasadoras, lamento pois o objetivo continua sendo o de construção, apenas mostrarei algumas ações que julgo serem importantes numa partida. Não existem táticas infalíveis, o que ocorre, são ações bem elaboradas para o momento propício do jogo. Desta forma fracionei o jogo em duas divisões conhecidas, o ataque e a defesa. É entre estas duas divisões que o jogo se desenvolve quase que na sua totalidade. As subdivisões desses dois sistemas incluem diversos itens, que veremos de forma breve, apenas para promover o entendimento e facilitar a elaboração dos planejamentos de trabalhos. 79
Sistema de Ataque e Defesa As principais subdivisões dos sistemas de ataque e defesa Neste tópico irei ser propositalmente objetivo, dividindo o jogo em dois momentos bem definidos, o momento em que se tem a posse da bola e o momento em que se está sem a possa da bola. Desta forma defini o jogo em ataque e defesa, pois é importante dizer que todas as ações que ocorrem antes, durante e depois deste processo se chamam desenvolvimento. Dentro do desenvolvimento existem as subdivisões, com os principais pontos que merecem nossa atenção. O Jogo
Sistema de Defesa Sem a posse de bola
Sistema de Ataque Posse de bola
Manobras ofensivas Jogadas
Padrões de Jogo Movimentação
Contra-Ataque
Jogadas de bola parada Canto/Lateral Faltas
Definição da Linha de marcação
Definição da Postura
Zona Mista Individual
Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4
Dentro de todas as subdivisões do jogo, existem outras tantas que poderiam ser listadas, mas é importante se concentrar na forma objetiva do jogo definindo prioridades. Entendo que o Jogo se resume em Ataque, Marcação e Contra-ataque, sendo o contra-ataque o ponto chave do jogo, porque consiste em exercer a recuperação da posse de bola (momento em que se está executando a marcação) consistindo no momento primário do ataque, pois quem tem a posse de bola “ataca” e ataca em duas situações: Em velocidade aproveitando-se da superação numérica (característica do contra-ataque) ou na construção do ataque, momento secundário, onde se constrói o ataque em equilíbrio (4x4). 80
Os critérios de seleção são particulares e dependem de cada equipe e a estratégia por ela definida. Os trabalhos específicos que visam aprimorar os sistemas táticos devem sempre contemplar estes dois sistemas de forma bem definida, os quais são indiscutivelmente os momentos principais do jogo. Devo lembrar que outras tantas ações poderiam estar relacionadas, entretanto desta forma alcanço o principal objetivo, o da continuidade da construção deste material, proporcionando àqueles que o lerem, ou se interessarem, que interajam e que possam acrescentar seus conhecimentos neste organograma, potencializando suas equipes.
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Organograma dos Sistemas: Marcação / Movimentação / Contra-ataque Organização das estruturas metodológicas do treinamento Na organização do organograma dos sistemas abaixo, uma análise mais profunda merece destaque na estruturação das sessões de treinamento. FUTSAL
MARCAÇÃO
Recuperação da Posse De bola
MOVIMENTAÇÃO
Passe
Criatividade
Critérios de Seleção
Aprimoramento dos Fundamentos Básicos
CONTRA-ATAQUE
Objetividade
Definição Conclusão
Ações Inovadoras
Vivência de novos mo delos
Atitudes
Através de análises estatísticas e por intermédio de experiência prática, observo que este esquema tem atendido com extrema eficiência às necessidades na elaboração dos planejamentos, sendo assim, gostaria de compartilhar comentários sobre o organograma acima e apresentar “uma visão” em relação a este assunto. Destaco os sistemas de Marcação, Movimentação e os Contra-ataques, já que estes três sistemas podem ser definidos como “Início, Meio e Finalidade”. 82
Apesar de serem exaustivamente destacados na literatura, achei interessante tecer alguns comentários sobre eles:
Ÿ
MARCAÇÃO: Ø Recuperação da posse de bola – disponibilizar recursos táticos com objetivo de obter (recuperar) a posse de bola. Ø Recursos táticos como sistemas de marcação coletiva e individual, delimitações dos setores de marcação (linhas e zonas), com utilização de vantagem e também em desvantagens numéricas (gol linha e expulsões), ações voluntárias e involuntárias de acordo com circunstâncias do jogo (em vantagem e em desvantagem no placar).
Ÿ
CONTRA-ATAQUE: Ø Definição / Conclusão – disponibilizar recursos técnicos e táticos com objetivo de aprimorar e potencializar as investidas ao ataque, encerrando este ciclo com velocidade e finalizações ao gol. Ø Os esforços devem ser concentrados em executar os contra-ataques em máxima velocidade e precisão (selecionar passes e passagens dos atletas sem bola), desenvolver percepção dos espaços a serem explorados (nas finalizações e nas ações individuais “dribles”), buscar aprimoramento individual (1x0 ação contra o goleiro / finalizações ao gol / passes de “segunda trave”). Define-se como contra-ataque toda ação que represente uma superação da ação ofensiva, mais características em situações de 2x1, 3x2, 4x3. De forma proposital no último tópico que considero o mais importante, abordarei com mais especificidade por se tratar da minha linha de trabalho, pois acredito que a movimentação está intimamente ligada à criatividade, além é claro de elementos técnicos também presentes nos outros sistemas acima citados. Ao longo deste trabalho desenvolvi pesquisas e treinamentos que preconizaram o desenvolvimento dos aspectos criativos do atleta, como forma de manter a essência do Futsal Brasileiro, por este motivo todos os esforços têm sido na busca de ferramentas que Palavra-chave Segunda Trave: Lado oposto da ação de finalização, refere-se a segunda baliza da trave.
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auxiliem nossos atletas na manutenção deste diferencial. Ao abordar os elementos do organograma relacionados à movimentação, gostaria de não privar os leitores de expor tópicos que fundamentem estas conclusões. É preciso ser entendido que os atuais modelos de treinamento devam preconizar a criatividade e o poder de realizar coisas novas, não apenas repetir o que já existe.
Ÿ
MOVIMENTAÇÃO: Ø Passe – Sem dúvida este é o fundamento primário do Futsal.
Um atleta deve sempre buscar a perfeição do seu passe. Uma sequência de passes em deslocamento pode ser definida como movimentação, por sua vez esta movimentação de forma organizada e pré-estabelecida poderá ser definida como padrão ou manobra, cujo principal objetivo é facilitar o entendimento entre os membros da equipe, dificultando ao adversário a recuperação da posse de bola. Ÿ Critérios de Seleção – A responsabilidade em estar com a
bola aumenta na medida em que necessitamos nos deslocar a fim de dificultar a recuperação da posse de bola pelo adversário. Outro aspecto importante são os critérios de seleção do passe, ou seja, identificar os momentos corretos para transferir esta responsabilidade. Alguns cuidados devem ser trabalhados para evitar riscos e não comprometer o sistema defensivo da equipe, cuidados como: ansiedade, pressão do adversário, desorganização da equipe, utilização dos fundamentos (passe rasteiro / meia altura / alto, fraco / forte, curta / média / longa distância). Ÿ Aprimoramento dos fundamentos básicos – Evidentemente esta questão requer uma atenção especial, pois os aprimoramentos técnicos dos fundamentos formam a base de todo o trabalho tático de uma equipe, sendo assim, necessitamos organizar nossos planejamentos de trabalho com ênfase no aprimoramento dos fundamentos (passe, recepção, finalização, condução de bola, etc.). 84
Ø Criatividade – Diria que esta é a espinha dorsal deste trabalho,
porque está relacionada à busca e o desenvolvimento da criatividade do atleta, motivo pelo qual desenvolvemos atividades esquematizando uma estrutura de treinamento que facilita o entendimento e o funcionamento eficiente destas questões. Segundo Conrado Schlochauer, que aposta na inovação como verdadeiro impulsionador do aprendizado, “sem uma busca ativa por novas ideias, os caminhos serão sempre os mesmos” comenta ainda que “a tendência do ser humano é buscar fatos e informações já conhecidos porque, com isso, economizamos energia. E isso é neurológico”. O que esquecemos é que se não utilizarmos outros caminhos, as respostas serão sempre iguais, facilitando a prevenção de nossas ações por parte dos nossos adversários. Existem razões de sobra para entendermos a importância do desenvolvimento criativo no ser humano, pois é justamente a capacidade criativa que acaba nos tirando de situações de adversidade, principalmente no Futsal, um esporte que exige muita destreza. Nosso desafio é preparar nossos atletas para livrá-los de sistemas de marcação precisos, adversários qualificados, desvantagens entre outras situações. Ÿ Ações Inovadoras – Embora pareçam a mesma coisa, as
diferenças são significativas. Possuímos como brasileiros o dom de sermos criativos, mas necessitamos também sermos inovadores e isso requer muito trabalho e dedicação. Para Bob Wollheim “inovar requer trabalho, pensar muito, quebrar regras e padrões, não se prender ao que já foi feito ou a modelos que já existem e criar tudo novo”. Segundo ele “quem souber pensar à frente do resto do mundo – e agir dessa maneira – terá a capacidade de crescer e progredir. Quem por outro lado ficar à margem desse processo ficará à margem do processo e da renda”. São depoimentos de consultores executivos bem-sucedidos que servem de bons exemplos para nós desportistas, pois o que ocorre no mundo dos negócios se aplica em nossas vidas esportivas e vice-versa.
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Por isso não podemos deixar para resolver nossos problemas no exato momento em que eles ocorrem, necessitamos ter organização e principalmente discernimento para encontrarmos novos caminhos e driblar os já conhecidos. Devemos nos antecipar aos problemas, devemos ter antevisão. Ÿ Vivência de novos modelos – Significa oportunizar ao
atleta treinamentos diferentes do modelo original, ou seja, implementar ao treinamento jogos de regras específicas, alterar espaços na quadra, modificar a estrutura do jogo, entre outras. Assim o atleta começa a buscar soluções aos problemas encontrados no jogo, diferentes dos habituais, proporcionando assim o desenvolvimento do raciocínio. Ø Objetividade – A movimentação e as ações ofensivas que
levam a definição do lance, devem sempre conter o ingrediente de objetividade. Assim como acontece no voleibol, o “rally” no Futsal também tem um tempo determinado. Identificar o melhor momento requer muita atenção e concentração, assim a objetividade passa a ser o ponto fundamental e a chave de toda essa questão, pois todo ataque necessita ter sua finalização ao gol, caso isso não ocorra, todo o esforço irá gerar apenas desgaste físico. Ÿ Atitudes – Neste último tópico o destaque refere-se à
importância do envolvimento do atleta ao trabalho proposto. Faz-se necessário que o atleta tenha atitudes e comprometimento diante do trabalho. Adotar postura sempre positiva, buscando auxiliar o seu companheiro e fornecendo também o feedback ao seu Técnico, isso contribuirá na evolução dos treinamentos, aumentando a qualidade e proporcionando também uma melhor adaptação ao jogo. É muito importante destacar que o objetivo principal deste livro é contribuir na elaboração dos planejamentos de trabalho, proporcionando assim aos responsáveis pela função, elementos básicos para a estruturação do seu programa de treinamento. 86
O assunto visa também apresentar um modelo de trabalho baseado sempre na criatividade do atleta, dando a ele o poder e a autonomia de decisão no jogo. É importante entender também, que o técnico é o responsável pela estrutura e a estratégia do jogo, mas o atleta deve participar ativamente das decisões aos problemas por ele encontrados numa partida, isso é de suma importância para o sucesso de todos.
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Divisão dos Sistemas de Ataque e Marcação Contextualização dos movimentos nos processos de evolução do Jogo
Sistemas, áreas de ataque e marcação Para um melhor entendimento dos processos de evolução de um jogo de Futsal, ou de forma simplificada tentar ajustar e fracionar os setores da quadra a fim de que se possam trabalhar os movimentos específicos de cada setor, potencializando assim o rendimento da equipe, minimizando os riscos. A organização do jogo nos leva inevitavelmente a padronização de alguns movimentos, estruturando de forma organizada todo o processo de construção dos movimentos defensivos e ofensivos, de organização e reestruturação do ataque e também de defesa. O que aqui pretendo é fazer um “Raio-X” do sistema de ataque, que se origina desde a saída de meta até a conclusão do processo. As minhas observações são baseadas em análises técnicas e táticas, tenho como principal objetivo despertar o interesse para uma melhor definição destes processos. Isso facilitará a elaboração de trabalhos para cada setor e o desenvolvimento técnico/tático de uma equipe. Vou dividir a quadra em 3 setores aqui denominados de Sistemas de Evolução, como demonstrados no quadro abaixo:
Sistema Evolução III
Sistema Evolução II
Sistema Evolução I
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Sistema de Evolução III Esta área destina-se a área de conclusão do ataque, do avanço objetivo do movimento, proporcionando oportunidades efetivas de ataque e conclusão. Sistema de Evolução II Esta área destina-se a área de construção e organização do ataque, do avanço do movimento para a linha de ataque, estruturando os movimentos para a linha de conclusão. Sistema de Evolução I Esta área destina-se a área de saída de pressão, onde devem ser trabalhados movimentos que proporcionem o avanço do jogo com segurança, superando numericamente esta primeira linha.
É fácil perceber que a maior dificuldade de alguns profissionais é de conscientizar o atleta sobre suas responsabilidades, e de transmitir a ele um embasamento capaz de despertar um discernimento para identificar o lugar ideal para cada ação a ser executada, o momento mais apropriado e por consequência a ação em questão. A administração do espaço, tempo e ações se tornam complexos para o atleta à medida que não se definem estas questões, pois quanto mais desorganizado em quadra, maior a complexidade do jogo, maior a dificuldade de ajuste e por fim, maior possibilidade de insucesso. Quando faço referência à organização, em nenhum momento estou me referindo ao “previsível”, muito menos criando um paradigma de robotizar o jogo. Quero apenas sugerir uma harmonia, criar estrutura para um jogo criativo, com impacto menor ao sistema defensivo, pois como vimos anteriormente o jogo se define em dois momentos, “Ataque e defesa”, onde nenhum dos dois são independentes, pelo contrário, um depende diretamente do outro. O correto é utilizar bem um sistema sem provocar prejuízos ao outro, isso define-se como organização do jogo. Quando nenhum dos sistemas compromete diretamente o outro, é possível construir o ataque com criatividade sem abrir mão da marcação. Como podemos fazer isso? Ÿ O primeiro passo é a conscientização dos envolvidos nesta questão, demonstrando a importância da organização e dos benefícios que se pode obter através dela. Ÿ O segundo passo é fracionar o jogo dentro dos dois sistemas, que por sua vez apresentarão subdivisões particulares, ou seja: Ø Sistema de Ataque – Ex: 1x1, 2x1, 3x2, 4x3, 5x4. Ø Sistema de Marcação – Ex: Zona, Mista, Individual / Linhas I, II, III ou IV. Ÿ O terceiro passo é integrar os dois sistemas, proporcionando um equilíbrio e que suas execuções não prejudiquem um ao outro. 89
Vejamos então o Sistema Ofensivo, caracterizado pela posse da bola, pois subentende-se que a equipe que obtém a posse de bola deseja atacar o adversário.
Sistema Evolução III
Sistema Evolução II
Sistema Evolução I
Sistema de Evolução III As manobras coletivas são importantes, mas o desequilíbrio se dá nas ações individuais, a qual deve acabar com finalização a gol, potencializando assim a evolução do jogo. Ser objetivo e utilizar as finalizações é a chave deste setor. Sistema de Evolução II A busca pela velocidade e objetividade é característica deste sistema e do local, é neste processo que a organização ganha importância. Utilização de manobras de ataque pré-definidas poderão ajudar na obtenção do sucesso da equipe. Sistema de Evolução I Desenvolvimento de movimentações objetivas, facilitando o avanço da equipe. Utilização de movimentações de buscas e aproximações, dando assim mais segurança para evoluir sem comprometer a defesa, onde todos devem avançar esta linha.
É importante frisar que em todos os Sistemas de Evolução fazse necessário a superação numérica, a fim de que a sequência do movimento caracterize superioridade e garanta o sucesso da ação. Outro ponto importantíssimo é não perder jamais a objetividade e é fundamental conscientizar os atletas de que é necessário transpor os setores sem pressa, mas com objetividade, não perdendo as oportunidades de conclusão, mesmo que elas ocorram em outro espaço de tempo. Um detalhe importante refere-se à necessidade da utilização das manobras de saída de pressão, as quais somente ocorrerão na ocasião em que a marcação esteja pressionando a equipe ou postada na ‘linha I’ de marcação. Por isso, se a marcação estiver posicionada na ‘linha II ou III’ de marcação, o processo de ‘evolução I’ já foi superado sem a necessidade de manobras e o avanço ao sistema de ‘evolução II’ já começou a ser elaborado. 90
Comportamento da Marcação nos Sistemas de Evolução
Sistema Evolução III
Sistema Evolução II
Sistema Evolução I
Sistema de Evolução III – Risco Baixo Ênfase no trabalho de retorno de marcação e no acerto do tempo da marcação sob pressão. Preenchimento dos espaços da quadra de defesa. Indução da marcação para as dobras de pressão de saída. Sistema de Evolução II – Risco Médio Ênfase no trabalho de marcação coletiva e individual, aproximação das coberturas. Desenvolvimento de tentativas para desarmar os ataques impedindo a progressão do mesmo até o setor de finalização. Sistema de Evolução I – Alto Risco Ênfase dos trabalhos de ocupação dos espaços, resistência no avanço do ataque, trabalhando o estado de alerta das finalizações de média distância e das jogadas individuais. Cobertura das bolas de segunda trave.
Estas ações defensivas servem apenas de alerta aos setores. A necessidade de ter atenção obrigatoriamente passa por concentrar a marcação em um ponto de equilíbrio, onde melhor se estrutura a marcação, observando sempre a característica da equipe, do adversário e também da estratégia de jogo proposta. Todo sistema de marcação é falível, o que pode diferenciar a marcação de uma equipe para outra são os fundamentos, e também a conscientização dos atletas quanto à importância dela para um jogo eficiente. Alguns ingredientes são fundamentais para que exista uma boa marcação: Ÿ Agressividade – representa estar sempre buscando o desarme; Ÿ Equilíbrio – buscar o melhor tempo e ponto para executar a pressão; Ÿ Espaços – preencher os espaços executando as coberturas; Ÿ Indução – saber conduzir o adversário para um ângulo desfavorável; Ÿ Comportamento – concentração, vontade, determinação e envolvimento. 91
Estes são alguns pontos importantes para o bom funcionamento de um sistema defensivo. Conhecê-los e aprimorá-los pode fazer toda a diferença. Também é muito importante lembrar que o perfil do atleta moderno exige-lhe não somente uma eficiência no ataque, mas sua participação efetiva no sistema defensivo. Os trabalhos de marcação devem contemplar os planejamentos de trabalho, sendo parte integrante e diária nas sessões e em algumas oportunidades, será a parte principal do treinamento.
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Ações mais Frequentes nos Respectivos Setores Identificação das principais ações e que merecem atenção Setores de Risco Sistema Defensivo Setor Defensivo
Setor 1
Setor 2
Setor 3
Setor 2
Setor 1 – Setor de Alto Risco Ÿ Setor de Alerta: Ø Saída de bola (Marcação Pressão); Ø Passe de longa distância (ala para ala); Ø Recepção de Bola em desequilíbrio (em alta velocidade); Ø Jogando de costas para o Gol adversário; Ø Recuo para o goleiro com marcação próxima ou em laterais defensivos; Ø Com marcação próxima e ações individuais sem cobertura. Setor 2 – Setor de Baixo Risco Ÿ Setor de Construção de Ataque: Ø Setor favorável para passes de ataque e ações individuais com cobertura; Ø Movimentação de aproximação e superação numérica. Setor 3 – Setor de Alto Risco Ÿ Setor de Alerta: Ø Forçando passe com marcação equilibrada e ações individuais; Ø Movimentação lenta, retenção de bola demasiada e toques excessivos na bola; Ø Entrar com bola dominada correndo lateralmente; Ø Recuo de bola para o goleiro com marcação equilibrada. 93
Sistema Ofensivo Setor Ofensivo
Setor 2
Setor 3
Setor 1
Setor 2
Setor 1 – Setor de Conclusão Ÿ Setor de Ataque: Ø Área de finalização e passes (segunda trave); Ø Ações individuais 1 x 0 (um contra o Goleiro); 1 x 1 (um contra um); 2 x 1 (dois ataques, um defensor) Ø Passes e finalizações de Bola Parada - Canto Laterais Faltas Setor 2 – Setor de Conclusão Ÿ Setor de Menor Ângulo: Ø Setor de Finalização e Passes (Finalizações cruzadas e segunda trave); Ø Setor de Recepção de bola e conta-ataque; Ø Passes de Paralela e Ações individuais 1 x 1 (um contra um) 2 x 1 (aproximação tabelas) Setor 3 – Setor de Conclusão Ÿ Setor de Maior Ângulo: Ø Setor de Finalização e Passes com ângulo favorável; Ø Alto risco de contra-ataque do adversário na perda da posse de bola; Ø Risco na retenção de bola e ações individuais 1 x 1; Bola de tempo PV (setor favorável para giros).
94
Sistema Básico de Marcação de Gol-linha Posicionamento e estrutura de marcação – Marcação Losango Quadro 1
Quadro 2
Quadro 3
Quadro 4
Quadro 5
A marcação do goleiro linha (losango) visa principalmente evitar a progressão do mesmo, normalmente quando ele apresenta boa qualidade de finalização de longa e média distância. A marcação de losango deverá sempre priorizar os passes para espaços com menor ângulo de finalização. O tempo de bola deve ser um dos fundamentos mais treinados a fim de que se possa alternar a postura de marcação (a ponta da lança avança no mesmo tempo) dando apenas opção de passes de fundo. Quadro 1 - Posicionamento inicial com bola no meio. Quadro 2 - Bola na ala direita, recuo das coberturas. Função do atletas do meio é de interceptar a bola cruzada da ala D para a ala E. O último atleta tem como função principal exercer marcação de flutuação para coberturas das bolas de fundo, lado contrário e passes diagonais. 95
Quadro 3 - Retorno da bola para o meio, consequentemente a marcação irá retornar para a posição 1. O retorno deverá ser rápido, recuperando o espaço perdido pelo lado contrário no Quadro 2. Quadro 4 - Bola de ala esquerda, idem ao quadro 2. Quadro 5 - Bola de fundo: O posicionamento deverá congestionar a bola de fundo a fim de que se possa dificultar o seu retorno, progressão (segunda trave), finalização de ala. Se ocorrer o passe, o mesmo deverá ser induzido para trás, sendo assim a marcação novamente deverá recuperar o espaço perdido. Ÿ A marcação deverá estar postada de maneira que se consiga achar um tempo de bola para o avanço dos atletas de frente, acelerando assim o passe do adversário e consequentemente diminuindo a qualidade do mesmo. Ÿ A equipe poderá como forma de atrair o adversário para sua quadra, permitir que a bola seja passada no homem de fundo, permitindo que as coberturas se aproximem executando o “caixote”. Ÿ O aspecto mais importante deste posicionamento é ter a consciência de que já se está em desvantagem e quanto mais o adversário estiver com a posse da bola, mais propensos estaremos a errar. A marcação deve ser agressiva.
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Sistema Básico de Marcação de Gol-linha Posicionamento e estrutura de marcação – Marcação Quadrado Quadro 1
Quadro 2
Quadro 3
Quadro 4
Quadro 5
A marcação do goleiro linha (Quadrado) visa principalmente neutralizar os passes de fundo. Permite a progressão do goleiro caso o mesmo não seja um gol linha com característica de boa finalização. A marcação de quadrado não deverá apresentar grande deslocamento, pois se refere a uma marcação que prioriza as bolas de tempo. A aproximação do lado contrário quando a bola estiver numa das alas poderá proporcionar o “caixote” no goleiro. Quadro 1 – Posicionamento inicial com bola no meio. Quadro 2 – Bola na ala direita, aproximação do lado contrário para congestionar o meio evitando os passes diagonais. Quadro 3 – Retorno para a posição 1; o retorno deverá ser rápido recuperando o espaço perdido pelo lado contrário no Quadro 2. 97
Quadro 4 – Bola de fundo: O posicionamento deverá aproximar-se da bola evitando assim as bolas de segunda trave e as finalizações curtas. Dificultando o seu retorno, o passe deverá ser induzido para trás, sendo assim a marcação novamente deverá recuperar o espaço perdido. Quadro 5 – Caso haja progressão do ala, a cobertura deverá ocorrer com o atleta de trás. O atleta do meio fará cobertura no fundo e o lado contrário vem pra dentro da área fechar os passes de segunda trave. O atleta que foi superado na bola de ala na posição inicial deverá retornar pelo meio de quadra a fim de evitar os passes de retorno. Ÿ Se houver investidas do goleiro pelo meio, um dos alas (de preferência o do pé bom) deverá retornar para auxiliar na marcação de cobertura do atleta do fundo, pois o mesmo irá abandonar o seu marcador para exercer a marcação no goleiro.
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Noções de Marcação – Fundamentos Básicos Dicas para situações em que recebemos a marcação Fundamentos de Marcação / Recebendo Marcação Saída Pressão (linha 1) Ø A equipe que recebe marcação pressão deve: Ÿ Não aceitar passivamente a marcação, através do posicionamento; Ÿ Organizar as quebras de pressão; Ÿ Utilizar o goleiro na execução do lançamento; Ÿ Utilizar o atleta de frente como primeira opção. Ø Na marcação individual: Ÿ Mudanças frequentes de direção; Ÿ Trocas de velocidade; Ÿ Passe meia altura (tirando a bola do chão); Ÿ Utilização de bloqueios.
Saída Meia Pressão (linha 2) Ø A equipe que recebe marcação meia pressão deve: Ÿ Passar a meia quadra com extrema velocidade; Ÿ Aproximar-se um do outro para movimentar; Ÿ Não executar passe na mesma ala; Ÿ Não atravessar bola de ala para ala; Ÿ Utilizar velocidade na movimentação; Ÿ Trocar rapidamente de posicionamento; Ÿ Trabalhar na linha de segurança; Ÿ Utilizar o goleiro no sinal de aperto; Ÿ Transferir a posse de bola caso a marcação seja alterada.
Saída Meia Quadra (linha 3 e 4) Ø A equipe que recebe marcação meia quadra deve: Ÿ Organizar jogo com o goleiro; Ÿ Utilizar bola de tempo para finalização rápida e de longa
distância; Ÿ Não permanecer demasiadamente com a posse de bola; 99
Ÿ Transferir a posse de bola com o objetivo de fazer o adversário
criar; Ÿ Movimentação lenta para não proporcionar contra-ataque; Ÿ Não forçar o passe pelo meio de quadra, e com marcação equilibrada; Ÿ Fazer a bola chegar ao fundo de quadra para posicionar a marcação no contra pé. Noções de marcação – Fundamentos Básicos Dicas para situações em que executamos a marcação – Linhas Fundamentos de Marcação / Executando Marcação Saída Pressão (linha 1) Ø A equipe que executa marcação pressão deve: Ÿ Posicionar a marcação na linha 2 e sair na pressão na segunda bola; Ÿ O marcador sem bola deve achar o tempo de passe; Ÿ Inibir a recepção do passe no armador; Ÿ Dificultar a passagem da bola no meio de quadra; Ÿ Flutuar na marcação de meio para contra-atacar; Ÿ Acompanhar a marcação da quebra de meio perto, evitando a recepção; Ÿ No sinal de linha 1, todos devem tirar os espaços dos adversários. Ø Na marcação individual: Ÿ Caminhar perto da marcação; Ÿ Inibir a marcação nos atletas de quebra; Ÿ Tirar o goleiro no lado do pé bom; Ÿ Acompanhar a trajetória da bola para o goleiro, marcação de
tempo; Ÿ Dar espaço de segurança quando o atleta estiver sem bola; Ÿ Não perder a referência da bola / atleta.
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Saída Meia Pressão (linha 2) Ø A equipe que executa marcação meia pressão deve: Ÿ Não ceder na movimentação; Ÿ Dar intenção de passe sempre para trás; Ÿ Dar preferência aos passes de fundo e lado contrário; Ÿ Concentrar a marcação para não entrar passe pelo meio; Ÿ Preferência de passe e finalização nas alas (menor ângulo); Ÿ Jogador com bola na ala, lado contrário fecha segunda trave; Ÿ Quando a movimentação aproxima-se, achar o tempo e executar “caixote”. Saída Meia Quadra (linha 3 e 4) Ø A equipe que executa marcação meia quadra deve: Ÿ Dar intenção de passe para contra-atacar; Ÿ Fazer a movimentação, acelerar movimentação e passe; Ÿ Último atleta na frente da referência (PV); Ÿ Evitar que o passe vire de ala para ala e chegue ao fundo; Ÿ Garantia na marcação individual e flutuar nas coberturas.
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Capítulo IV Atividades Práticas - Jogos Coletivos
Jogos de Treinamento
Este capítulo é dedicado às atividades práticas, jogos de treinamento que visam aprimorar diversas fases do jogo. Os jogos coletivos, além de auxiliar no condicionamento físico da equipe pela dinâmica e intensidade, têm como objetivo exigir do atleta um poder de criação, adaptação e principalmente inteligência. Quando propomos uma atividade coletiva, precisamos pensar nas regras deste trabalho e prever algumas situações que poderão ocorrer durante o exercício. A utilização dos jogos de regras adaptadas exige que o atleta pense em soluções diferentes do cotidiano, ativando assim o seu poder de leitura de jogo, já que em muitas situações durante uma partida algumas ações que não são previstas ocorrem, exigindo do atleta uma rápida adaptação e resposta. Durante algum tempo venho desenvolvendo esse tipo de atividade e obtendo alguns bons resultados, devendo lembrar que este processo exige um tempo satisfatório, uma adaptação ao novo método. Vários exercícios são flexíveis, dando a possibilidade de adaptá-los conforme necessidade, além de possuir elementos de variações. Por isso devo salientar que muitos dos exercícios são desenvolvidos através de outros exercícios já existentes. Outros foram criados em razão da necessidade de desenvolver e aprimorar determinados elementos. Embora o capítulo seja prático, é importante entender alguns conceitos alavancados nos capítulos anteriores, pois as atividades a seguir não necessariamente precisam ser executadas conforme o desenvolvimento proposto. O objetivo principal desse capítulo é estimular também nossa criatividade, para criação de novos exercícios e atividades mantendo assim o ciclo de criação sempre em movimento.
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Ataque móvel Ataque / Posse de bola Objetivo Específico Valorizar a posse de bola, selecionando os ataques. Aprimoramento da consciência de ocupação de espaço na quadra. Objetivo Secundário Trabalhar ataque de superação 4x3, desenvolvendo a capacidade de criar situações diversas. Trabalhar marcação em diferentes situações. Esquematização - Quadra
Trabalho Especificidade
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes, uma equipe com cinco atletas que irá executar o ataque, e a outra equipe com seis jogadores que ficarão distribuídos em dois grupos de marcação, sendo um em cada metade de quadra. A equipe que fará o ataque será distribuída da seguinte forma: os três atletas do meio poderão optar a qualquer momento em que lado da quadra executar o ataque, podendo mudar a todo tempo. Dois atletas serão chamados de “ajudas de ataque” que irão completar o quarteto, configurando assim uma situação de 4x3. O ataque irá acontecer sempre se utilizando de dois toques na bola, e o terceiro toque será permitido apenas para finalizações. O jogo acontece normalmente. Se a equipe vermelha recuperar a bola, 107
deverá executar dez toques entre si, contabilizando um ponto (gol). Permanecerá com a bola até que a outra equipe a recupere. Se a equipe apenas tocar na bola a contagem deverá recomeçar, permanecendo com a bola até que se perca a posse totalmente. Os goleiros poderão participar da posse de bola, mas uma vez tocando nela, a mesma deverá passar o meio da quadra para um novo toque. O jogo então se transforma em um grande “bobinho”.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 11 jogadores - 2 goleiros Bola 2 tempos de 20 minutos Variação / Execução
Quando a marcação recuperar a posse de bola, todos os atletas poderão ficar espalhados na quadra, saindo dos seus setores. Deverão executar os dez toques para efetivar um ponto (gol). As regras seguem normais, com laterais, tiro de canto e faltas quando ocorrerem. A contagem continua a partir dos toques que haviam sido realizados antes da falta. As equipes deverão retornar aos seus lugares (setores) quando a posse for recuperada pelo ataque. E por sua vez, o ataque não necessita esperar pela organização, poderá fazê-lo em forma de contra-ataque. 108
Ataque de setor lateral Organização do ataque Objetivo Específico Organizar o ataque no sistema 4x0, distribuindo de forma organizada os atletas em seus setores.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Potencializar o lado predominante dos atletas, identificando seu lado favorável para o ataque. Desenvolver o senso de busca e aproximações para um jogo de 2x1. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes com quatro atletas cada, depois se divide a quadra com cones em duas partes laterais iguais, deixando espaços entre eles para que os passes aconteçam. Os atletas não poderão passar de um lado para o outro, apenas a bola. Os dois atletas deverão jogar dentro do seu setor podendo passar para o outro lado apenas por dentro da área, sem poder sair dela, o mesmo poderá fazê-lo tanto no ataque quanto na sua defesa conforme na figura (variação) a seguir. Poderão ser limitados os toques na bola para tornar o jogo mais dinâmico e favorecer o jogo de duplas (2x1) bem como, as bolas de fuga no lado contrário, envolvendo a marcação da equipe adversária. Os goleiros poderão 109
jogar em qualquer lado da quadra, mas não poderão passar entre os cones. Um ataque mal executado poderá deixar a outra equipe em vantagem para contra-atacar e os marcadores do lado contrário poderão entrar na área para evitar um prejuízo maior à marcação.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola e Cones 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Podemos utilizar como variação os cones na diagonal, liberando os atletas para percorrerem toda quadra desde que as passagens sejam feitas apenas nos finais dos cones e nunca pelos intervalos entre eles. Todos os jogadores poderão estar num mesmo lado da quadra. A marcação também terá que executar as passagens da mesma forma, sob pena de um tiro livre direto caso passem nestes intervalos. Podemos também variar o número de toques na bola. Toques liberados ou não.
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Jogo de ataque lançado Busca e aproximação Objetivo Específico Desenvolver a importância da ajuda na saída de bola. Consciência da importância das aproximações. Objetivo Secundário Trabalha o ataque 4x0, utilizando-se buscas e aproximações, tentando manipular a marcação pressão adversária, os atletas iniciam um trabalho de fugas e escapadas. Esquematização - Quadra
Trabalho Especificidade
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. O jogo de ataque lançado será caracterizado por uma espécie de linha de impedimento, aqui no quadro acima representado pelo traço vermelho, em cima da linha central da quadra. O atleta não poderá receber a bola no ataque, nem estar esperando pelo passe, poderá receber apenas se o passe for feito antes de sua saída, como funciona na regra de impedimento no futebol. Os atletas poderão trocar passes entre si quantas vezes forem possíveis e necessárias. Após passar o meio da quadra, a equipe deverá manter a bola neste setor, se a bola retornar a quadra de defesa o jogo deverá reiniciar, sendo assim, os atletas somente voltarão ao ataque se forem 111
lançados novamente. O Goleiro não poderá fazer o lançamento direto em sua saída de meta, obrigatoriamente deverá repor a bola na sua quadra de defesa, obrigando assim os atletas a executarem o passe ofensivo. O jogo poderá ter toques liberados facilitando assim a condução e o controle de bola na defesa. Se a equipe adversária recuperar a bola, passará também pelo mesmo jogo de regras.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola 2 tempos de 20 minutos Variação / Execução
Como variação do jogo, podemos colocar a seguinte regra: Limitar o número de toques na bola, ou então colocar uma regra especifica de toques: ou faz o passe de primeira ou se não fizer, terá que obrigatoriamente dar três toques na bola para passá-la ao companheiro. Também podemos limitar um jogador adversário de não retornar para sua quadra de defesa para marcar, ficando um jogo característico de 4x3. O mesmo deverá retornar apenas quando sua equipe recuperar a posse de bola. A mesma regra então será adotada pela outra equipe. 112
Jogo de passes e passagens Espaço vazio e fugidas Objetivo Específico Desenvolvimento de estratégias criativas, ocupando espaços vazios e fugidas nas costas dos adversários. Objetivo Secundário Despertar nos atletas o senso de jogar sem bola, procurando espaços vazios nas costas dos adversários. Desenvolver o senso de marcação individual e coletiva. Esquematização - Quadra
Trabalho Especificidade
Quadra B
Quadra A Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Logo após, utilizando oito cones, delimitam-se as "portas" que darão passagens ao ataque e o retorno às defesas. Funcionará da seguinte forma: Representado pelos cones laranja duas portas que levarão todos os jogadores da quadra A para quadra B. Os atletas somente poderão passar para a outra quadra se saírem por estas portas, uma vez saindo somente poderão retornar pelas "portas" sinalizadas com os cones pretos. As duas "portas" de passagens estão propositalmente na diagonal, para criar ainda mais dificuldades para o jogo. Os cones poderão ser todos da mesma cor. Na figura estão de cores diferentes apenas para facilitar o 113
entendimento do trabalho. Os passes poderão ocorrer de qualquer forma e em qualquer lugar da quadra, apenas as passagens e retornos é que deverão ocorrer nos locais específicos. Na figura abaixo há variação do jogo, utilizando os cones somente nas laterais, as duas portas (cones laranja) levarão os atletas da quadra A para a B e os pretos da B para A. O exercício tem alto grau de intensidade e criatividade, mudando assim a visão de jogo e as estratégias.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola / Cones 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução Quadra B
Quadra A
Como variação do jogo, podemos então colocar as portas de passagens nas laterais, sendo que as da quadra de defesa levam ao ataque e as do ataque serão utilizadas para o retorno, como exposto na figura acima. Também podemos utilizar uma segunda variação, colocando as portas de passagens no centro da quadra, ou seja, apenas duas portas que levam e trazem das duas quadras. Os passes atendem as mesmas regras do jogo original. Poderemos liberar os toques conforme a necessidade e dinâmica do jogo.
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Jogo das traves invertidas Mudança de referência Objetivo Específico Modificar a referência do jogo, desenvolvendo assim a criatividade do atleta.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Com a mudança da referência do jogo, o atleta irá desenvolver sua capacidade de criar novas estratégias, fazendo com que sua criatividade seja incentivada. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Invertem-se as duas traves, trazendo-as para o limite da área pontilhada deixando-as viradas para sua linha de fundo. O Goleiro poderá circular livremente apenas dentro desta área limitando-se a isso. Poderá jogar com os pés dentro do seu limite e não poderá sair da área para executar coberturas. Poderá permanecer virado para o jogo enquanto não for acionado. O jogo ocorrerá de forma normal, com limitação de dois toques e a possibilidade de utilizar um terceiro toque apenas para finalização. Os atletas deverão desenvolver estratégias de posicionamento que favoreçam as finalizações já que as traves encontram-se invertidas. 115
O jogo proporciona uma referência diferente da habitual, sendo assim, desenvolve o poder de criatividade do atleta, jogo de linha de fundo e também passes de “segunda trave”.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 ou 10 jogadores - 2 goleiros Bola / Inverter traves 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Como variação do jogo, podemos colocar mais um atleta em cada equipe, sendo que este ficará somente dentro da área e poderá finalizar apenas de primeira, não poderá dar dois toques na bola. Os demais atletas não poderão entrar na área, podendo apenas passar e defender a bola. Como segunda variação, poderemos liberar a entrada de mais um atleta dentro da área com a mesma regra apenas para finalizar de primeira e o atleta que já está dentro poderá dar dois toques e não será mais finalizador. Podemos limitar para que somente o atleta que passe a bola para a ajuda entre na área, forçando ele a busca pelo passe e finalização.
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Jogo das traves na diagonal Mudança de referência Objetivo Específico Utilização de espaços diferentes na quadra, proporcionando um jogo de criatividade.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Com a mudança da referência do jogo o atleta irá desenvolver sua capacidade de criar novas estratégias, fazendo com que sua criatividade seja incentivada. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Invertem-se as duas traves, levando-as para as diagonais. O responsável pelo trabalho deverá ou não limitar uma área ao goleiro, para que o mesmo possa fazer intervenções com a mão durante o trabalho. O jogo também poderá ocorrer com limitações de toque ou de forma liberada. Se observarmos na figura acima, muda-se a referência da quadra, mas percebemos que a formação de saída neste caso é uma formação em 3x1. Apenas serve para demonstrar que mesmo com referências diferentes é possível se organizar no jogo. O desenvolvimento criativo e também a ocupação de espaços na quadra são fatores importante para o jogo. 117
Neste trabalho o goleiro poderá ser acionado sempre que necessário e as regras para devoluções de bola serão iguais as regras do Futsal. É um excelente trabalho também para o desenvolvimento do senso de marcação, cobertura e marcações individualizadas. Na simulação, uma formação de ataque gol linha.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 ou 10 jogadores - 2 goleiros Bola / Inverter traves 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Neste jogo podemos adotar a variação dos toques em setores específicos, liberando os toques fora da quadra de voleibol e dentro da quadra de voleibol apenas um toque na bola. Também podemos estipular as finalizações para que sejam feitas apenas dentro da quadra de voleibol ou somente fora dela. Poderá ser incluído mais um jogador em cada equipe como variação do jogo, de início ou não, conforme necessidade.
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Jogo das traves de meio Mudança de referência Objetivo Específico Modificar a referência do jogo, desenvolvendo assim a criatividade do atleta.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Com a mudança da referência do jogo o atleta irá desenvolver sua capacidade de criar novas estratégias, fazendo com que sua criatividade seja incentivada. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro ou cinco atletas cada. Invertem-se as duas traves, trazendo-as para o centro da quadra. Colocam-se as traves viradas para as linhas laterais, ficando assim as duas de costas uma pra outra. Limita-se ou não uma área específica ao goleiro, lembrando que as finalizações de frente ao gol (delimitar área) somente poderão ser executadas de primeira (em apenas um toque). Nos demais setores da quadra o toque poderá ser liberado ou não, com toques limitados em dois e a possibilidade de um terceiro toque para finalização o jogo se torna ainda mais dinâmico e veloz. Nos demais setores da quadra poderão também ocorrer finalizações. Sempre que a bola tocar as traves no 119
fundo ou a rede pelo lado de fora, a bola deverá ser retornada numa cobrança de lateral contra a equipe infratora. As partes entre as duas traves também podem ser utilizadas para passes e passagens dos atletas. O goleiro poderá executar a saída de meta para qualquer jogador e em qualquer local, inclusive por cima das traves.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 ou 10 jogadores - 2 goleiros Bola / Inverter traves 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Este jogo caracteriza-se pela centralização do jogo, então como variação podemos também limitar os toques em setores específicos, além de determinar os limites de finalização, podendo finalizar apenas fora da quadra de voleibol. Outra variação poderá acontecer com passes com a mão do próprio goleiro, ou seja, a equipe deve fazer os passes na mão do seu goleiro e o mesmo fará um passe também com as mãos devendo o atleta finalizar de primeira, com um domínio apenas no peito ou joelho, mas sempre com a bola no alto.
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Jogo de posse de bola Manutenção posse de bola Objetivo Específico Valorização da posse de bola.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário
Selecionar os ataques, mantendo a posse de bola por maior tempo possível. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por cinco atletas cada. Marca-se dois setores nas duas quadras (ataque), em cada setor um atleta representando cada equipe. Uma das equipes terá o início da posse de bola, e fará o ataque. Todas as reposições de bola (lateral, saídas de meta, canto, etc.), serão de posse da mesma. Se a equipe adversária roubar a bola em jogo, deverá acionar a sua ajuda no ataque para reverter a posse de bola. Se a equipe optar no momento que roubar a bola em dar continuidade ao ataque sem acionar sua ajuda, poderá fazê-la, mas mesmo que faça o gol a bola ficará em posse da equipe adversária, por não ter adquirido o direito da mesma. A equipe somente recupera a posse quando aciona sua 121
ajuda no ataque. A ajuda poderá jogar como quinto atleta no ataque, mas não poderá finalizar a gol, receber marcação dentro do setor, terá apenas três toques na bola e também não poderá sair do setor. A marcação poderá impedir (fora) do setor que a bola chegue até ele. O único que não poderá interceptar a bola nesta situação será o goleiro. Outras regras poderão ser incluídas ou alteradas.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 ou 10 jogadores - 2 goleiros Bola / Cones (separar área de posse) 2 tempos de 10 minutos Variação / Execução
O setor de posse de bola passa a ser lateral, não podendo a ajuda finalizar a gol, somente terá papel de auxílio aos passes, podendo fazer com apenas quadro jogadores em quadra para aumentar o grau de dificuldade e dinâmica. Liberar para a ajuda finalizar a gol de primeira. Liberar ou limitar toques em setores específicos são variações que podem ser incluídas.
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Regra de passagens Organização de ataque Objetivo Específico Organizar o ataque, induzir passes e passagens em local específico.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Melhorar a qualidade nas saídas para o ataque, estabelecer padrões de ataque por setores, dificultar as saídas em meia quadra. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Com o auxílio de cones ou barreiras, fechar o centro da quadra, deixando apenas duas laterais livres. Nestes intervalos é que irão passar os passes e também todos os atletas, não podendo ser executados passes pelo meio, inclusive por cima dos obstáculos. O jogo poderá ser realizado em dois ou três toques. Não poderão ultrapassar o centro da quadra com bola dominada, todas as passagens deverão acontecer através de passes. Não serão permitidos também lançamentos dos goleiros pelo meio seguindo as mesmas regras dos atletas de linha. 123
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola / Cones (Limitar áreas de passagens) 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Faz-se uma barreira nas laterais limitando os passes e as passagens apenas pelo centro da quadra. Não serão permitidos passes aéreos nas barreiras laterais, não será permitido também passar com a bola dominada, somente com passes.
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Dentro / Fora Jogo duplo e posicionamento Objetivo Específico Desenvolver jogo de duplas e potencializar os posicionamentos em quadra.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Desenvolver situações de superação 2x1 ala e centro de quadra: manipular a marcação adversária. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada, depois limita-se as áreas de atuação (dentro/fora). A marcação poderá acontecer com quadras que possuam a marcação de uma quadra de voleibol. As que não possuírem podem ser marcadas com cones ou fita, representando um retângulo igual ao da figura acima. Depois dividir os atletas, dois atletas jogarão dentro desse setor e outros dois jogarão fora deste setor. Os que estão dentro não poderão sair, e os que estão fora não poderão entrar, nem passar por dentro desse setor, os que estão fora deverão percorrer sempre por fora, mesmo para executar marcação, não sendo permitido os atalhos. Os passes poderão passar por dentro 125
normalmente. O jogo poderá acontecer ou não com limites de toques. Os atletas deverão ser trocados de setores, os que estão dentro jogam fora e vice-versa. Os goleiros podem jogar somente nos setores de fora.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola / Cones para marcar setor 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Na variação do jogo, podemos liberar a saída de um dos atletas que estão dentro do setor para saírem apenas para atacar. Os marcadores deverão permanecer dentro. Este ataque deverá acontecer apenas com um toque na bola, para finalização mesmo. Os goleiros podem interceptar o passe.
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Ajuda de meio Referência e auxílio no ataque Objetivo Específico Referência para saída pressão e auxílio no ataque.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Auxiliar o ataque na formação 3x2, simulação de dobra de ataque. Forçar o jogo de fundo e nas costas da marcação. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada e um atleta que fará a ajuda de meio. A ajuda irá jogar para as duas equipes sempre na função de ataque 3x2. Servirá de ajuda para a saída de meta auxiliando a defesa, pois o passe deverá obrigatoriamente passar pela ajuda para ir ao ataque. Os toques da defesa para saída serão liberados, obrigando a marcação a pressionar a saída de defesa e executar marcação individual. No ataque serão permitidos dois toques na bola e um terceiro somente para finalização a gol. Quando os goleiros fizerem uma defesa ou as bolas saírem nos laterais os passes poderão ir diretamente aos atletas de ataque, não sendo obrigatório passar pela ajuda de meio. 127
Será obrigatório pelo menos um toque do atleta de ajuda antes de finalizar para o gol. A ajuda não finalizará a gol e não poderá sair de dentro do setor limitado.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 9 jogadores - 2 goleiros Bola / Fita para marcação de área da ajuda 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Aumentar a área da ajuda, dando maior possibilidade de recepção de passe e também maior mobilidade ao ataque. A ajuda permanece sem finalizar a gol, cabendo ao mesmo apenas a dinâmica de ajuda nos passes, forçando sempre o jogo nas costas da marcação. A ajuda deverá ser orientada a forçar passes nas costas da marcação, esse é o maior objetivo do trabalho, passes de superação das linhas de marcação.
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Área de ataque Situação de ataque Objetivo Específico Proporcionar situação de ataque contra o goleiro 1 x 0.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Desenvolver passes nas costas da marcação, espaço vazio para finalização contra o goleiro e assistência de finalização. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Uma equipe fará a marcação, outra fará o ataque e terá posse de bola durante sete minutos. Neste tempo somente esta equipe fará o ataque. Determina-se um atleta que poderá entrar na linha de ataque/finalização. Somente ele poderá entrar. A marcação deverá impedir que a bola entre neste setor. Se roubar a bola terá o direito de um contra-ataque. Apenas uma tentativa de atacar a marcação em superação numérica 4x3 já que o atleta liberado para entrar no setor de ataque não poderá retornar para marcar. O jogo deverá acontecer com toques liberados, dando maior proximidade a realidade do jogo. Quando a bola entrar no setor de ataque o atleta 129
poderá finalizar na saída do goleiro ou driblá-lo. Podemos também acionar o goleiro da equipe que está atacando para auxiliar no jogo.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola / Fita para marcação de área da ajuda 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Na variação do jogo, podemos liberar a entrada de um outro atleta de ataque, limitando o número de toques na bola, sendo que a ajuda terá apenas dois toques ou finalizar apenas de primeira, e o outro atleta que entrar no setor deverá apenas finalizar a gol. Os marcadores não poderão entrar no setor, e poderão sair no contraataque inclusive se a bola sair para arremesso de meta, obrigando os retornos rápidos após as finalizações. Caso ocorra o gol, inicia-se uma nova tentativa. Trocar as equipes a cada sete minutos de jogo.
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Ajuda ataque / contra-ataque Seleção ataque / contra-ataque Objetivo Específico Referência de passe no fundo, selecionar e organizar o ataque e contra-ataque.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Manipular o sistema de marcação adversária, com opções de ataque e contra-ataque. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Neste jogo dividimos duas equipes, uma com quatro atletas e outra com apenas três atletas. Neste jogo a ajuda de ataque já estará dentro do setor, não podendo sair dele. Os outros três atletas farão a movimentação de ataque e os três adversários a marcação. Estes devem impedir que a bola entre na ajuda, porque a partir do momento que a bola entrar, a equipe poderá optar em atacar em qualquer uma das traves, no sentido do ataque ou inverter o ataque para a sua própria meta. Ele não poderá finalizar a gol, apenas fará a ajuda e os passes. Quando o jogo for invertido para a sua própria meta, o setor de marcação deverá retornar para impedir que isso aconteça, podendo ainda o ataque retornar mais uma vez para a origem do 131
ataque, ou seja, novamente ao gol que já estava atacando no início. Devemos mudar as equipes a cada sete minutos em média, assim como a ajuda, que deverá entrar sempre com o quarteto de ataque.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 7 jogadores - 2 goleiros Bola / Fita para marcação de área da ajuda 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Na variação do jogo, podemos liberar a finalização do atleta da ajuda, podendo a mesma ser realizada somente no toque de primeira. Outra variação, podemos liberar a ajuda para sair do setor e atacar com seus companheiros 4x3 na quadra contrária apenas, obrigando a marcação a se posicionar no outro lado da quadra. Liberar os toques ou não, conforme o objetivo do trabalho.
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Marcação de indução Indução de ataque Objetivo Específico Induzir o ataque para um setor de marcação.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Potencializar a marcação para um ponto de aperto, marcar com indução lateral, acionar cobertura e recuperação da posse de bola para contraataque. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Uma equipe fará a marcação de indução (Y), a outra fará o ataque e terá posse de bola durante sete minutos. Neste tempo somente esta equipe fará o ataque, possibilitando a marcação e o direito de um contra-ataque, caso recupere a posse de bola. A marcação de indução caracteriza-se pela formação de três linhas de marcação numa figura representada pela letra Y, com a primeira linha sendo formada por dois atletas, na segunda e terceira linha um atleta cada. O ataque deverá se organizar da maneira que quiser, tentando dificultar à marcação adversária. Por sua vez, a marcação deverá encontrar o tempo para atrair o ataque para um dos dois lados, 133
cabendo aos demais executarem a marcação de indução e aperto, forçando o ataque a acelerar os passes e perder a qualidade na movimentação. O jogo poderá iniciar com apenas três toques na bola, para dificultar um pouco mais o ataque. Depois pode-se liberar os toques na bola para dar mais dinâmica ao trabalho.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 2 goleiros Bola / Fita para marcar os pontos Y 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Na variação do jogo, para valorizar o empenho da marcação, poderemos liberar para que a marcação quando recupere a posse de bola, possa atacar em qualquer uma das traves, aumentando assim a dificuldade e a valorização da posse de bola por parte do ataque inicial, obrigando-os também a recuperar com velocidade a posse novamente, para então executar outra tentativa de passar pelo bloqueio. A cada sete minutos trocamos as equipes. Liberar ou não os toques na bola, conforme necessidade do jogo.
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Marcação setorizada Acertos de cobertura Objetivo Específico Marcar dentro de setores para acertos de cobertura.
Trabalho Especificidade
Objetivo Secundário Desenvolver noções de marcação em setores, acertos de cobertura e responsabilidade de marcação em lado contrário. Esquematização - Quadra
Equipe 1
Equipe 2
Goleiro
Cone
Bola
Linha Bola
Linha Jogador
Desenvolvimento do Trabalho Divide-se o grupo em duas equipes formadas por quatro atletas cada. Uma equipe fará a marcação setorizada, a outra fará o ataque e terá posse de bola durante sete minutos. No jogo terá apenas um goleiro que deverá ficar atrás da marcação, o outro gol deverá estar vazio, para trabalhar a responsabilidade da equipe que ataca, pois se a marcação roubar a bola terá duas opções: A primeira é de finalizar a gol de primeira ou conduzindo a bola até executar a finalização, a outra opção caso encontre dificuldades de contraatacar será de colocar a bola para linha lateral conquistando assim o direito de trocar de posição, passando de marcador pra atacante e vice-versa. Continuando assim a regra, poderá retornar caso a 135
equipe adversária proceda da mesma forma. Em caso de optar pelo gol, o gol será validado, mas a posse de bola continuará sendo da equipe atacante. Avaliar a situação e tomar a decisão mais adequada para o momento. As marcações deverão estar postadas conforme a figura, sendo que cada atleta terá o seu espaço determinado, podendo apenas fazer coberturas dentro dos setores até o seu limite. Para a equipe que ataca será permitida a permanência de dois atletas em cada setor de defesa. Podemos limitar ou não os toques na bola.
Categoria Nº Participantes Material Duração
Organização do Trabalho A partir de Sub - 15 8 jogadores - 1 goleiros Bola / Fita para demarcar a área de marcação 2 tempos de 15 minutos Variação / Execução
Na variação do jogo, para valorizar o empenho da marcação, poderemos liberar para que a marcação quando recupere a posse de bola, possa atacar em qualquer uma das traves, aumentando assim a dificuldade e a valorização da posse de bola por parte do ataque inicial, obrigando-os também a recuperar com velocidade a posse novamente, para então executar outra tentativa de passar pelo bloqueio. Caso execute o gol, a regra segue da mesma forma. O gol é validado mas a posse de bola continua com a equipe que estava no ataque. 136
Considerações Finais “Na natureza nada se cria nada se perde, tudo se transforma”. Teoria de Lavousier
Esta teoria contempla o meu maior objetivo dentro dessa obra: Enfatizar e valorizar o processo de construção do treinamento. Também o envolvimento de todos no processo de construção das estratégias, pois entendo que tudo pode e deve ser facilitado quando todos estão integrados e comprometidos com o mesmo objetivo. Não tenho como pretensão criar novos paradigmas, até porque entendo que eles limitam nossos pensamentos e destroem o poder criativo que possuímos. Todos os capítulos deste livro são claros, simples e objetivos, e não servem como “receita de bolo” para que sejam aplicados exatamente como estão dispostos. O poder de adaptação, sensibilidade e inovação proporcionarão mudanças importantes para atender as expectativas de suas equipes, assim estaremos de fato construindo nosso esporte. Ficarei feliz em presenciar outras atividades sendo criadas a partir deste protótipo, o que contemplará a finalidade deste guia prático. Por ser um esporte em constante evolução, necessitamos produzir conceitos e material a respeito da especificidade que o Futsal exige, não podemos continuar reféns da adaptação de outras modalidades, seguir um caminho onde não sabemos para onde nos levará. O Futsal tem seu espaço reconhecido, com a possibilidade de se tornar um esporte olímpico, um desejo de todos nós. Para tanto, precisamos produzir elementos que fundamentem cientificamente tudo o que dissemos, fazemos e elaboramos, deixando de ser o Futsal um esporte “parecido” com o futebol, o basquete e outras modalidades coletivas. 137
Se aqui não consegui envolvê-los com meu trabalho, tão pouco deixá-los impressionados com o conteúdo, espero despertar o sentimento de que vocês podem fazer melhor que eu, para que se sintam desafiados a escrever, criar e ousar na inovação. Todas as citações e referências aqui contidas recebem uma análise sob meu ponto de vista, mas faço aqui uma menção de agradecimento especial aos profissionais cujas vidas são dedicadas à busca do conhecimento, e que tanto me inspiraram para que pudesse encontrar alguns caminhos. Para finalizar, devo dizer que tudo em nossas vidas se transforma a partir de alguma coisa. Que nossa vaidade muitas vezes nos impede de reconhecer o que muitos nos deixaram como ensinamentos e que não somos donos ou proprietários do conhecimento e da teoria. Esta é uma obra pertencente ao Futsal Brasileiro, cujo dono, somos todos nós.
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Referências Bibliográficas
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