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Filosofia 11º Ano
Ficha Exercícios Descartes -‐ Resolução 1. Que razões levaram Descartes a rejeitar as crenças baseadas nos nossos sen9dos? R.: Descartes, na tenta>va de resposta ao problema da origem ou fonte do conhecimento, esteve imerso na dúvida. A única forma de poder rejeitar a perspec>va cép>ca baseava-‐se na dúvida de tudo e na realização que algo era indubitável. Para isso era necessário duvidar também dos sen>dos, visto que estes são uma forma de captar a realidade que, possivelmente nos podem enganar (na altura ainda não se sabia, mas actualmente quando olhas para o céu consegues ver estrelas, certo? Pois essas estrelas já não existem há muito tempo provavelmente, só que a luz ainda chega à Terra). 2. Porque razão afirma Descartes que “todas as extravagantes suposições dos cép9cos seriam impotentes” para abalar a certeza da nossa existência como seres pensantes? R.: Descartes não aceita e revela que é de extrema importância a necessidade de abalar a teoria cép>ca. Caso esta teoria es>vesse correcta, o conhecimento seria impossível e não haveria nada que pudesse ser cognoscível, apenas opiniões. No entanto o argumento cép>co baseia-‐se na regressão infinita das causas como jus>ficação para as crenças. Ora se Descartes encontra a crença inicial, a primeira, qualquer suposição cép>ca seria impotente para abalar a certeza da nossa existência, porque esta crença é indubitável e o cogito (Penso, logo existo) impõe um pensamento que pressupõe uma existência; e ao duvidar já estamos a pensar, logo exis>mos. Qualquer argumento cép>co seria abalado por esta jus>ficação cartesiana; e qualquer “suposição”, “impotente”. 3. Descartes é um filósofo cép9co? Jus9fica. R.: Não, Descartes não é um filósofo cép>co. Apesar de tal como os cép>cos caminhar na dúvida, ao invés destes ele supera a dúvida e chega a uma certeza; realização impossível para um cép>co. 4. Porque razão Descartes rejeita, como se fosse falso, o que é, apenas, duvidoso? R.: Quando Descartes está imerso na dúvida hiperbólica, existem muitas possibilidades. No entanto, para ele, o importante não são as possibilidades, são as certezas. Porque se ele quer chegar a uma certeza, ele tem que chegar a uma coisa que não deixe margem de dúvida, algo indubitável (o cogito). Tudo o que cause apenas dúvida pode ser classificado como falso, porque não é interessante para a descoberta da certeza. 5. Em que consiste o método proposto por Descartes para refutar os cép9cos? R.: Descartes propõe um método (o I>nerário Cartesiano) que pensa ser infalível. Começa pela sua dúvida hiperbólica, na posição do cép>co, que abandona depois chegando ao cogito (“Penso, logo existo”). Do cogito parte para a existência de Deus, porque se nós temos a ideia de perfeição, no entanto não somos perfeitos nem o mundo à nossa volta é perfeito, então isso significa que alguém nos impôs essa ideia, Deus. De Deus acaba no mundo, dizendo que sendo Deus sumamente bom este não deseja que nós estejamos enganados, logo o que conhecemos é verdadeiro e o mundo existe. 6. O que é a dúvida metódica de Descartes? Qual o seu objec9vo?
R.: A dúvida Cartesiana >nha várias caracterís>cas. Dizia-‐se que a dúvida era metódica porque cons>tuía-‐se como um método para encontrar o conhecimento: o seu verdadeiro objec>vo. 7. Em que medida a dúvida metódica se dis9ngue da dúvida cép9ca? R.: Em primeiro lugar no objec>vo: a metódica tem como objec>vo chegar ao conhecimento enquanto que a segunda tem apenas um objec>vo de duvidar e desta forma provar que não existe possibilidade de conhecimento. Em segundo lugar a dúvida metódica não é dinâmica, em constante alteração, enquanto que a cép>ca é está>ca, nunca saindo da conclusão nem aceitando outras. Por fim, a dúvida metódica apresenta uma perspec>va mais abrangente do que a cép>ca, na medida em que a Cartesiana é hiperbólica, e a dúvida metódica ultrapassa a dúvida, enquanto que a cép>ca se mantém na dúvida. 8. O que se segue, de acordo com Descartes, do facto de duvidarmos de uma determinada crença? R.: Ao duvidarmos de uma determinada crença, estamos a dizer que esta não é absolutamente certa; para a jus>ficar temos que recorrer a outras crenças (à excepção do cogito). Tal como aconteceu com Descartes (na sua dúvida hiperbólica), depois da dúvida vem a compreensão do cogito como crença primeira e, como consequente, a jus>ficação ou não dessa crença (sendo verdadeira se jus>ficada, ou falsa se não jus>ficada). Depois do cogito, vem a existência de Deus e por fim a existência do mundo e do conhecimento, por consequente. 9. O que se entende por dúvida hiperbólica? R.: Dúvida hiperbólica foi um conceito u>lizado para classificar a dúvida vivida por Descartes, devido ao facto desta ter sido exagerada, em dimensões descomunais (chegando a duvidar de tudo, até mesmo da própria existência). 10. Segundo Descartes, quando é que uma crença é indubitável? R.: Uma crença é indubitável quando é absolutamente certa, ou seja, não há margem de erro, nem possibilidades para falsidades; é verdadeira. A única crença indubitável para Descartes é o cogito (“Penso, logo existo”). 11. O que é a hipótese do “génio maligno”? R.: O génio maligno foi uma experiência mental realizada por Descartes de forma a duvidar de tudo. Segundo esta hipótese, exis>ria a possibilidade de um génio (uma espécie de Deus) mau, que controlasse todos os pensamentos, acções, tudo! Não era Deus, pois este é sumamente bom, e ser mau iria contra o princípio implícito no conceito de Deus. 12. Está Descartes empenhado em mostrar que existe mesmo um génio maligno que nos engana? Jus9fica. R.: Não, esse não é o propósito do génio maligno. O génio maligno é apenas uma experiência mental que nos indica que, mesmo na pior situação (na de estarmos sempre a ser manipulados), existe uma certeza “Penso, logo existo.”, ou seja, do facto de duvidarmos de tudo vem que nós pensamos e exis>mos, e isso, mesmo que estejamos sempre a ser manipulados, significa que nós temos uma certeza.
13. Consegue Descartes demonstrar, efec9vamente, que não há um génio maligno? Porquê? R.: Não, Descartes não consegue provar que não há um génio maligno. O génio maligno é apenas u>lizado para demonstrar a dúvida, e não faz parte da sua intenção mostrar que ele existe ou não. No entanto, implicitamente do facto de exis>r Deus (uma espécie de génio, mas bom), podemos re>rar que o génio não existe, porque Deus não nos quer enganar; mais, o génio não é perfeito (não é bom), logo Deus, como isso interferiria com a nossa felicidade, não o poderia deixar exis>r. No entanto isto são suposições baseadas na teoria cartesiana, mas nada de concreto está presente na mesma que indique que o génio maligno não existe. 14. O que é o cogito? R.: O cogito é a primeira causa, “Penso, logo existo” que vai jus>ficar todas as outras crenças. O cogito é indubitável é absolutamente certo. Do pensar vem a existência, sendo esta a única opção, e algo que jus>fica tudo o que vem a seguir. 15. Como chegou Descartes ao cogito? R.: Descartes fez a experiência mental do génio maligno, com o qual começou a sua dúvida hiperbólica. Ao estar emerso na dúvida, chegou a uma conclusão: de que a única certeza era de que duvidava, e por isso pensava (porque para duvidar é necessário pensar). No entanto para pensar é necessário exis>r, concluiu ele. Assim chegou ao cogito “Penso, logo existo”, através da dúvida. 16. Porque razão não podemos, segundo Descartes, duvidar da crença “penso, logo existo”? R.: Esta crença cons>tui-‐se como o cogito. É indubitável porque é a primeira crença resultante de uma certeza. Durante a dúvida a única certeza que ele >nha era que duvidava, e isso era uma certeza. Mas para duvidar é necessário pensar e exis>r, logo esta crença “Penso, logo existo”, jus>fica-‐se a si própria: existo porque penso, e penso porque sou capaz de duvidar. É a primeira crença e é, segundo Descartes, indubitável. 17. Porque razão considera Descartes o cogito como a nossa primeira crença? R.: Descartes considera o cogito a primeira crença porque esta jus>fica-‐se a si própria. O cogito resultou da experiência mental da qual Descartes re>rou que duvidava, logo que pensava e que exis>a. Como esta crença não necessita de mais jus>ficações para além de si mesma, é considerada a primeira crença, sendo considerada também como jus>ficação para as que lhe seguem. 18. O cogito é uma afirmação ou um argumento? Jus9fica. R.: O cogito é um argumento, mas não é um argumento qualquer, é um en>mema. Um en>mema é um argumento com uma premissa subentendida. Não podemos dizer que o cogito é uma afirmação, porque é cons>tuído por duas inferências “Penso” e “Existo” ligadas pela conjunção “logo”. O “Penso” só por si não teria a força para ser o cogito, por isso a necessidade de acrescentar o existo, formando assim um argumento ao invés de uma afirmação, o que pode ser problemá>co na área de considerar o cogito a crença básica, visto que este não é uma afirmação (crença), mas sim um argumento. 19. Em que sen9do o cogito cons9tui uma refutação dos cép9cos?
R.: O cogito é uma refutação dos cép>cos porque se cons>tui como uma crença básica. Ao aceitarmos o cogito como uma crença básica, inicial, primeira, estamos a dizer que é impossível uma regressão infinita das causas, logo que o conhecimento é possível e que os cép>cos, ao dizerem que é impossível conhecer, estavam errados. 20. Será o argumento convincente? Jus9fica. R.: Num certo sen>do sim, é convincente, no entanto também pode ser refutado. Da dúvida vem claramente o pensamento e a existência, e neste sen>do o cogito ser “Penso, logo existo” faz todo o sen>do e podemos até dizer que se chegou a um argumento que se jus>fique a si próprio. Pelo pensamento jus>fica-‐se a existência, porque só um ser existente pode pensar. Por outro lado o uso do cogito como primeira crença pode ser refutado, e esse pode ser o calcanhar de Aquiles do argumento cartesiano. Uma crença não pode ser inferida, tem que se compreendida directamente, enquanto que o cogito é uma inferência, podendo nesse sen>do ser considerado uma falha no argumento. No entanto no cogito em si não parece haver problema, sem ser tratar-‐ se de um en>mema, o que pode levar a alguma confusão. 21. Porque razão, se poderá afirmar que “penso, logo existo” é um en9mema? R.: Podemos afirmar isto porque, ao afirmar “Penso, logo existo”, existe uma premissa do argumento que está oculta. Assim, ao afirmar o cogito, estamos a dizer que “Se penso, existo. Penso. Logo, existo.”. A primeira premissa está ocultada, e por isso podemos dizer que é um en>mema.
22. O que há de errado, segundo os crí9cos, na demonstração cartesiana da existência de Deus? R.: Para Descartes a existência de Deus vem do conceito de perfeição. Ele diz que o conceito de perfeição tem de vir de algum lado (porque nós o conhecemos), ou de nós próprios (mas nós não somos perfeitos), ou do mundo (mas nada no mundo é mais perfeito que nós) ou de um ser perfeito, Deus. Sendo Deus o ser perfeito que nos impôs esse conceito, ele tem que exis>r (para ser perfeito). Em primeiro lugar o facto deste argumento ser circular. O facto de nós termos ideias claras e dis>ntas (como o conceito de perfeição) prova a existência de Deus, mas Deus só existe se nós >vermos ideias claras e dis>ntas (se soubermos que para ser perfeito é necessário exis>r). Em segundo lugar segundo este argumento a existência cons>tui-‐se como um predicado, ou seja, um ser é mais perfeito por exis>r, mas não é, como provado pelo filósofo I. Kant. Concluindo, a existência de Deus tem algumas falhas a nível de raciocínio. 23. Em que consiste o chamado “círculo cartesiano”? Poderemos considerá-‐lo uma falácia? R.: O “círculo cartesiano” consiste no facto do argumento ser circular. A jus>ficação para a existência de Deus é o facto de nós termos ideias claras e dis>ntas, no entanto essas ideias claras e dis>ntas vêm de Deus, formando assim um círculo. Isto é uma falácia, ou seja, algo falso. 24. Será necessário exis9r um ser perfeito para termos a ideia de perfeição? Jus9fica. R.: Segundo Descartes, sim, a ideia de perfeição requer a sua existência. Para Descartes, a ideia de perfeição ou vem de nós mesmos, ou do mundo exterior ou alguém a colocou em nós. Como nós não somos perfeitos (enganamos-‐nos e duvidamos) e o mundo não é perfeito (Descartes
considerava-‐se o mais perfeito que exis>a no mundo), a ideia de perfeição tem que ter sido colocada em nós por um ser perfeito, porque só o perfeito cria o perfeito. Para este Ser ser perfeito tem que exis>r, se não não seria perfeito, logo o ser perfeito existe (Deus). 25. O argumento da perfeição é convincente? Jus9fica. R.: Não, o argumento da perfeição não é convincente. Em primeiro lugar o facto de que nós termos a ideia de perfeição não quer dizer que a perfeição seja exactamente como a imaginamos; é apenas um conceito humano, algo que nós pensamos conhecer, mas podemos não conhecer. Nesse caso a ideia pode ter vindo de nós mesmos, logo o Ser perfeito pode não exis>r. Em segundo lugar a existência não é um predicado, ou seja, um ser não é mais perfeito por exis>r, logo o ser perfeito pode não exis>r. Por fim a ideia de “círculo cartesiano” é novamente trazida à colação. O argumento da perfeição é circular, porque a existência de um ser perfeito pressupõe que nós tenhamos ideias claras e dis>ntas, mas é esse ser que nos leva a essas ideias. Concluindo, não, não é convincente pelas razões apresentadas em cima. 26. Será que Descartes conseguiu refutar os cép9cos e provar que o conhecimento é possível? Jus9fica. R.: O argumento cartesiano tanto tem aspectos posi>vos como nega>vos (falhas). A resposta é estruturada e a linha de pensamento confnua em quase todos os pontos (excepto no caso do génio maligno, que não tem conclusão). No entanto existem algumas crí>cas a fazer ao argumento, tanto no uso do cogito como crença básica (uma crença nunca pode ser um argumento, visto que um argumento é uma inferência), como no facto do argumento da perfeição e Deus ser circular, o que afecta o resultado final (conclusão de que nós, Deus e o mundo somos reais, logo o conhecimento é possível). Descartes conseguiu refutar os cép>cos porque, quer o cogito seja ou não uma crença básica, é, sem dúvida alguma, algo que se auto-‐jus>fica, logo pode ser u>lizado como jus>ficações para outras. Neste caso o argumento cép>co caiu, no entanto provar que o conhecimento existe já é um assunto mais complicado, porque esta existência do conhecimento passa muito pela “bondade” de Deus, o que é complicado de aceitar, visto que a própria existência de Deus é posta em causa (caso o argumento seja circular). Portanto a resposta não é certa, mas refutar os cép>cos conseguiu, agora provar a possibilidade do conhecimento já é algo um pouco mais complicado de responder. 27. Porque razão, para Descartes, Deus tem de exis9r para que as nossas evidências correspondam à verdade? R.: Para Descartes Deus é essencial. Depois do cogito vem a existência de Deus. Como nós, seres pensantes, temos a ideia de perfeição, esta teve que ser adquirida. No entanto toda a verdade vem de Deus. Sendo Deus um ser sumamente bom, ele não quererá enganar-‐nos, logo, tudo o que conhecemos corresponde à verdade. As coisas só correspondem à verdade se Deus, que é bom, exis>r (se não exis>r não pode ser bom nem mau, nem controlar a verdade e as coisas). 28. O argumento de Descartes a favor da existência de Deus é a priori ou a posteriori? Jus9fica. R.: Este argumento é claramente a priori. Descartes ao provar a existência de Deus, parte do cogito (“Penso, logo existo”), no entanto este é provado através da razão sem recorrer à experiência. Todas as provas e argumentos formulados para a existência de Deus são a priori, do que resulta que o argumento final seja a priori, e talvez por isso caia numa falácia circular. 29. Porque razão não podemos inferir, directamente, a existência do mundo ]sico a par9r do cogito?
R.: Quando Descartes chega ao cogito, chega à primeira causa. No entanto antes de explicar a existência do mundo gsico explica a de Deus. Na verdade, para Descartes, o mundo só existe porque Deus, um ser perfeito bom, não nos quer enganar. Sendo bom e não nos querendo enganar, o mundo não pode ser uma ilusão, tem que exis>r, e todo o nosso pensamento tem que estar correcto, sendo possível conhecer. A existência do mundo tem de passar por Deus, e por isso não se pode inferir directamente do cogito. 30. O conhecimento é possível para Descartes? Jus9fica. R.: Sim, claro que sim. A teoria cartesiana tem como objec>vo não só refutar os cép>cos, como também provar que o conhecimento é possível. Ao provar que, através de Deus, o mundo gsico existe, prova-‐se também que todo o conhecimento é possível, porque, tal como existe o mundo gsico, Deus não quer que estejamos enganados (visto ser sumamente bom), logo o conhecimento é possível. 31. A razão, para Descartes, dá-‐nos conhecimentos acerca da realidade independentemente da experiência? R.: Sim. A razão, ao contrário dos sen>dos, não nos engana. Tudo o que inferimos do mundo gsico através dos nossos sen>dos pode estar errado, e o transporte dessa informação para análise através da razão leva a que as nossas conclusões possam estar erradas. No entanto, o pensamento a priori, sem recorrer à experiência é algo que é impossível estar errado. A razão, para Descartes, funciona mais ou menos como um frigorífico. Se colocarmos comida boa lá dentro, conserva-‐se; caso contrário, não vai voltar ao estado original. Se não colocarmos nada no frigorífico, vai con>nuar a arrefecer o espaço interior, mas nunca degradando coisas. Descartes rejeita o empirismo, dizendo que os sen>dos nos enganam, e que a razão é a única forma de obter conhecimento. 32. Para Descartes, qual a extensão do nosso conhecimento? R.: Descartes afirma que o conhecimento, apoiado pela existência divina, pode levar-‐nos a conhecer a essência das coisas, cons>tuindo conhecimentos cuja objec>vidade escapa à dúvida. 33. Podemos conhecer a realidade como é em si mesma? R.: Sim, Descartes diz que sim. Sendo a intervenção divina algo sumamente bom, tudo o que nós conhecemos corresponde à realidade e não há margem de dúvida para isso. O conhecimento da realidade tal como ela é, é possível segundo Descartes; é possível conhecer a “essência das coisas”. 34. Como é jus9ficado, para Descartes, o conhecimento? R.: Descartes jus>fica o conhecimento através de Deus (da Sua intervenção). Segundo este, Deus é quem nos garante que nós conhecemos e que não opinamos apenas. Deus, sendo sumamente bom e perfeito, impede que nós estejamos errados (porque sendo bom não quer que nos enganemos). Como a existência de Deus é jus>ficada pelo argumento da perfeição (se nós temos a ideia de perfeição, mas não o somos, nem nada à nossa volta o é, alguém tem que a ter posto em nós; esse alguém tem que ser perfeito; esse alguém é Deus), o conhecimento é jus>ficado na mesma linha de pensamento que o mundo: Deus, sumamente bom, não quer que nós estejamos errados, por isso intervém e deixa-‐nos conhecer.
35. Porque se diz que Descartes é racionalista? R.: Descartes, rejeitando o empirismo (porque os nossos sen>dos enganam-‐nos), é considerado racionalista porque toda a sua teoria se baseia na razão. A jus>ficação, para ele, deve ser sempre a priori e nunca recorrendo à experiência porque esta, ao contrário da razão, pode enganar-‐nos. Assim, rejeitando a ideia de que a mente é uma “tábua rasa” à nascença, diz que a razão é a fonte de todo o conhecimento; e que as ideias que se formam a par>r destas são certezas, e o problema é que confiamos de mais nos nossos sen>dos, e por isso é que não temos tantas certezas. Descartes é racionalista porque rejeita o empirismo e classifica a fonte do conhecimento como a razão.