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ANÁLISE CEFALOMÉTRICA EM NORMA FRONTAL Curso de Especialização em Ortodontia FUNORTE Mogi das Cruzes - 2017
ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE RICKETTS EM NORMA FRONTAL I. INTRODUÇÃO
A análise da radiografia frontal da cabeça, segundo RICKETTS, até 1968 teve pouca ou nenhuma aplicação clínica, em vista das dificuldades na orientação satisfatória do posicionamento frontal da cabeça, tempo de exposição, pontos de referência, falta de dados clínicos em pacientes normais e tratados ortodonticamente para permitir o estabelecimento de padrões para uso clínico. “Novos horizontes desenvolveram a necessidade de critérios ortodônticos em termos de avaliação transversal. O desenvolvimento da abertura da sutura palatina, técnicas ortopédicas funcionais, as mudanças características que ocorrem na dimensão frontal com tração extra bucal, e uma conscientização da relação entre respiração e crescimento total expandiram esta necessidade.” Ricketts 1981. A telerradiografia frontal encontra grande aplicação clínica na avaliação de assimetrias faciais, com finalidade de orientar os procedimentos da cirurgia ortognática. Podemos também utilizá-la para estudo das modificações das dimensões transversais da face, devido ao crescimento normal e tratamento ortodôntico. Na telerradiografia frontal estuda-se também os problemas dentários e esqueléticos, ênfase dada a relação maxilo-mandibular. O cefalograma utilizado em nosso curso, detêm-se em analizar algumas medidas do padrão esquelético. II – MÉTODO DE TOMADA DA TELERRADIOGRAFIA FRONTAL (P.A).
O posicionamento do paciente para obtenção da telerradiografia obedece as normas descritas por Ricketts (1972, 1981).
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III – ESTRUTURAS ANATÔMICAS DE INTERESSE PARA O TRAÇADO ANATÔMICO
O traçado anatômico delineou as estruturas crânio-faciais descritas a seguir.
1- Cavidade Nasal
2
2- Bordas Laterais do Crânio e Processo Mastóide 3- Tuberosidade da Maxila
3
4- Espinha Nasal Anterior
1
2
5- Dentes
4
5
1
1
2
3 5
6
8 8
1.
Órbita
2.
Osso Frontal
3.
Sutura
Fronto-
Zigomática 4.
Arco Zigomático
5.
Asa Menor
do Osso
Esfenóide 6.
7
Base Média da Fossa
Craniana
9
7.
Mandíbula
8.
Côndilos
9.
Trigonium Mentali
3
Desenho anatômico
4
IV – PONTOS CEFALOMÉTRICOS
a)
– Pontos ZL e ZR: Pontos zigomáticos bilaterais sobre a margem medial da sutura
fronto-zigomática na intersecção das órbitas ZL – esquerdo e ZR – direito. b)
– Pontos ZA e AZ: Centro da raiz do arco zigomático, pontos médios; ZA –
esquerdo e AZ – direito . c)
–Pontos JL e JR: Pontos bilaterais sobre os processos jugais na intersecção dos
contornos da tuberosidade e Pilar Zigomático. JL – esquerdo e JR – direito. d)
– Pontos AG e GA: Pontos bilaterais na margem inferior das protuberâncias
antigonial, localizados na intersecção dos contornos gonial e antigonial. AG – esquerdo e GA – direito. e) – Pontos NC e CN: Pontos no contorno da cavidade nasal na área de maior largura na perspectiva frontal. NC – esquerdo e CN – direito. f) –Ponto ANS: Extremidade da espinha nasal anterior logo abaixo da cavidade nasal e acima do palato duro. g) – Ponto M: Ponto do bordo inferior da sínfise, diretamente inferior à protuberância mental e abaixo do centro do trigonium mentali. V – LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS
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a) PLANO Z: Pontos de referência ZL e ZR. Este é o plano horizontal básico de referência.
b) PLANOS FACIAIS FRONTAIS: Pontos de referência: ZL – AG (lado esquerdo) e ZR – GA (lado direito).
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c) PLANO SAGITAL MÉDIO: Plano perpendicular ao ponto médio do plano Z.
d) PLANO DE ESPINHA NASAL ANTERIOR: Pontos de referência: ANS e M.
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e) PLANO DA PROTUBERÂNCIA ANTIGONIAL AO CENTRO DA RAIZ DO ZIGOMÁTICO: Pontos de referência: ZA – AG (esquerdo) e AZ – GA (direito).
f) PLANO DO ARCO ZIGOMÁTICO: Pontos de referência: ZA – AZ.
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VI – ESTUDO DAS GRANDEZAS LINEARES E ANGULARES. Apresentaremos como padrão de normalidade dados retirados de GUGINO (1977), onde ele nos dá uma norma e desvio clínico, e as modificações processadas pelo crescimento em incrementos anuais; e o resultado do trabalho de SATO & VIGORITO (1982), em adolescentes brasileiros, leucodermas, faixa etária de 12 a 17 anos, com oclusão dentária normal.
1. Grandezas Angulares a. ZL-AG;ZA-AG dif. ZR-GA.AZ-GA (SIMETRIA POSTURAL)
É a diferença entre ângulos esquerdo e direito formados pelos Planos Faciais Frontais e da Protuberância Antigonial ao centro da raiz do arco zigomático. Esta grandeza avalia possíveis assimetrias da postura mandibular em relação ao esqueleto facial. A norma clínica é de 0,0 º, com desvio clínico de 2,0 º (GUGINO 1977). Não se modifica com a idade. Valor médio para adolescentes brasileiros. É de 1,0 º (SATO & VIGORITO, 1982).
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b. ANS-M. Plano Sagital Médio (Relação Maxilo-Mandibular na linha mediana).
É o ângulo formado pelo Plano Espinha Nasal Anterior – Mento e o Plano Sagital Médio. Este ângulo avalia a postura maxilo-mandibular em relação ao plano mediano facial. Norma clínica é de 0,0 º, com desvio clínico de 2,0 º (GUGINO 1977). Não se modifica com a idade.Valor médio para adolescentes brasileiros é de 1,0 º (SATO & VIGORITO, 1982).
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2. Grandezas Lineares a. CN-NC (LARGURA NASAL)
É a distância entre os pontos CN e NC. A medida da largura nasal nos indica as possíveis variações lineares no sentido transversal na parte inferior das fossas nasais. Pode indicar procedimentos clínicos ortopédicos durante o tratamento ortodôntico, com a finalidade de se ampliar transversalmente a largura nasal, muitas vezes atresiada, e favorecendo a uma respiração bucal. A norma clínica aos 8 anos e meio é de 25,0 mm, aumentando 0,7 mm por ano – Desvio Clínico: 2,0 mm. Apresentamos norma clínica para as várias idades (GUGINO, 1977).
Idade
Valor CN-NC
8 anos e meio
25,0 mm
9 anos e meio
25,7 mm
O valor médio para adolescentes brasileiros é de 30mm
10 anos e meio
26,4 mm
(SATO & VIGORITO, 1982).
11 anos e meio
27,1 mm
12 anos e meio
27,8 mm
13 anos e meio
28,5 mm
14 anos e meio
29,2 mm
15 anos e meio
29,9 mm
16 anos e meio
30,6 mm
17 anos e meio
31,3 mm
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b. ANS-Z (ALTURA NASAL)
È a distância entre ANS e o Plano Z. Esta medida serve para avaliação da altura nasal. Norma clínica aos 9 anos é de 44,5 mm, aumentando 1,0 mm por ano. Desvio clínico: 3,0 mm. Apresentamos valores para várias faixas etárias (GUGINO, 1977).
Idade
Valor ANS - Z
9 anos e meio
44,5 mm
10 anos e meio
45,5 mm
11 anos e meio
46,5 mm
O valor médio para adolescentes brasileiros é de
12 anos e meio
47,5 mm
50,0mm para o sexo masculino e 46,0mm para o sexo
13 anos e meio
48,5 mm
feminino (SATO & VIGORITO, 1982).
14 anos e meio
49,5 mm
15 anos e meio
50,5 mm
16 anos e meio
51,5 mm
17 anos e meio
52,5 mm
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c.
JL-JR (LARGURA DA MAXILA)
É a distância entre os pontos JL e LR. Esta grandeza representa a dimensão transversal da maxila, e é bastante útil na avaliação para procedimentos – de disjunção da sutura palatina. Norma Clínica aos 9 anos é de 61,9 mm, aumentando 0,6 mm por ano. Desvio Clínico: 3,0 mm. Apresentamos valores para várias faixas etárias (GUGINO, 1977).
Idade
Valor JL - JR
9 anos e meio
61,9 mm
10 anos e meio
62,5 mm
11 anos e meio
63,1 mm
O valor médio para adolescentes brasileiros é de
12 anos e meio
63,7 mm
67,0mm para o sexo masculino e 64,0mm para o sexo
13 anos e meio
64,3 mm
feminino – (SATO & VIGORITO, 1982).
14 anos e meio
64,9 mm
15 anos e meio
65,5 mm
16 anos e meio
66,1 mm
17 anos e meio
66,7 mm
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d.
AG-GA (LARGURA DA MANDÍBULA)
É a distância entre os pontos AG e GA. Esta grandeza expressa a largura basal mandibular. Norma clínica aos 9 anos é de 76,1 mm, aumentando 1,4 mm por ano. Desvio Clínico: 3,0 mm. Apresentamos valores para várias faixas etárias. (GUGINO, 1977).
Idade
Valor AG - GA
9 anos e meio
76,1 mm
10 anos e meio
77,5 mm
11 anos e meio
78,9 mm
12 anos e meio
80,3 mm
13 anos e meio
81,7 mm
14 anos e meio
83,1 mm
15 anos e meio
84,5 mm
16 anos e meio
85,9 mm
17 anos e meio
87,3 mm
O valor médio para adolescentes brasileiros é de 86,0mm para o sexo masculino e de 82,0mm para o sexo feminino (SATO & VIGORITO, 1982).
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e.
ZA-AZ (LARGURA FACIAL)
Distância entre os pontos ZA e AZ. Representa a largura da face superior e pode ser útil na avaliação do tipo facial. Norma Clínica aos 9 anos é de 115,7 mm, aumentando 2,4 mm por ano. Desvio Clínico: 3,0 mm. Apresentamos valores para várias faixas etárias (GUGINO, 1977).
Idade
Valor AZ - ZA
9 anos e meio
115,7 mm
10 anos e meio
118,1 mm
11 anos e meio
120,5 mm
12 anos e meio
122,9 mm
O valor médio para adolescentes brasileiros é de
13 anos e meio
125,3 mm
133,0mm para o sexo masculino e 128,0 mm para o
14 anos e meio
127,7 mm
sexo feminino (SATO & VIGORITO, 1982)
15 anos e meio
130,1 mm
16 anos e meio
132,5 mm
17 anos e meio
134,9 mm
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Cefalograma Completo
Todas as Grandezas medidas na telerradiografia frontal são transferidas para a FICHA a seguir, destacando-se a fase de tratamento, a idade do paciente e a data da tomada da radiografia.
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ANÁLISE CEFALOMÉTRICA DE RICKETTS NORMA FRONTAL
Inicio 9a 10m Data. ZL-AG. JL-AG Dif. ZR-GA. JR-GA
0
1
1
0
1
3,5
25 (aumenta 0,7mm/ano)
30
33
(Simetria Postural)(Grau) ANS-M Plano Sagital Médio (Linha Média Maxilo Mandibular) CN-NC (Largura Nasal) ANS-Z (Altura Nasal) JL-JR (Largura da Maxila) AG-GA (Largura de Mandíbula) ZA-AZ (Largura Facial)
44,5 (aumenta 1,0mm/ano) 61,9 (aumenta 0,6mm/ano) 76,1 (aumenta 1,4mm/ano) 115,7 (aumenta 2,4mm/ano)
M 50,0 50 F
46,0
M 67,0 72 F
64,0
M 86,0 92 F
82,0
M 133,0 133 F
128,0
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valor obtido
valor normal 8,5 - 9 anos
Campo I - Problema Dentário 1-Relação molar esquerda 2-Relação molar direita
1,5 mm ± 1,5 mm 1,5 mm
± 1,5 mm
3-largura intermolar (mandíbula)
55 mm ± 2 mm
4-largura intercanina (mandíbula)
22,7 mm ± 3,2/0,8 aa
5-Linha media dentária
0 mm ± 1,5 mm
Campo II – Problema Esquelético 6-Largura maxilo-mand. esq. (JR/ZR-Ag)
10 mm ± 1,5 mm
7-Largura maxilo- mand. dir. (JR/ZR-Ga)
10 mm ± 1,5 mm
8-Linha média maxilo mandibular
0º ± 12º
Campo III – Dentoesquelético 9-Molar a ambos maxilares esq.(JL-AG)
6,3 mm ± 1,7 mm
10- Molar a ambos maxilares dir.(JR-GA)
6,3 mm ± 1,7 mm
11-Linha media dent. Inf. À ANS-ME 12-Inclinação do plano oclusal
0 mm ± 1,5 mm 0 mm ± 2 mm
Campo IV – Relação Craniofacial 13-Simetria postural esq. (ZL-AG-ZA)
0º ± 2º
14-Simetria postural dir. (ZR-GA-AZ)
0º ± 2º
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BIBLIOGRAFIA 1- BROADBENT, B.H. – A new X-ray techinique and its application to orthodontia. Angle Orthodont., v.1, n.2, p.45-66, Apr. 1931 2- GUGINO, C.F. – Na Orthodontic Philosofphy. 11º ed. Ed. Denver Colorado RM/ communicator Division of Rocky Moutain – Associats International Inc. 1977, p. P-1 – P-9 e M-1 – M-16. 3- RICKETTS, R.M. – Perspectives in the clinical application of cephalometrics. The first fifty years. Angle Orthodont., v.51 , n.2, p.115-50, Apr. 1981. 4- RICKETTS, R.M. – The value of cephalometrics and computerized tecnology. Angle Orthodont., v.42 , n.2, p.179-99, July 1972. 5- SATO, K. & VIGORITO, J. W. – Estudo cefalométrico radiográfico de padrões crâniofaciais, em norma frontal, em adolescentes brasileiros, leucodermas, com oclusão dentária normal. Ortodontia. v.15, n.3, p. 172-191, set./ Dez. 1982.
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