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Teste de avaliação de Português - 8º ano março
Grupo I Parte A
Lê atentamente o texto que se segue e responde com correção, clareza e objetividade ao questionário.
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“Um dia, de brando sol hibernal, realizou-se o casamento da Andorinha com o Rouxinol. Houve grande festa, mesa de doces e champanha. O casamento civil foi em casa da noiva, o Galo era o juiz e fez um discurso eloquente sobre as virtudes e os deveres de uma boa esposa, especialmente sobre a fidelidade devida ao marido. Da fidelidade do marido à esposa ele não falou. Era maometano e não hipócrita: todos sabem que o galo D. Juan de Rhode Island possui um harém. O casamento religioso foi na laranjeira, a linda capela do parque. O reverendo Padre Urubu veio de um convento distante para celebrar a cerimónia religiosa. O papagaio serviu de sacristão e, à noite, embriagou-se. O sermão do Urubu foi comovente. A mãe da Andorinha chorou muito. Num momento em que o cortejo nupcial, numa revoada, saía da capela, a Andorinha viu o Gato no seu canto. Não sei que jeito ela deu no voar que conseguiu derrubar sobre ele uma pétala de rosa, das rosas vermelhas do seu buquê de noiva. O Gato a colocou sobre o peito, parecia uma gota de sangue. (…) A Manhã descreveu a festa inteirinha ao Tempo, dando detalhes dos vestidos, das comilanças, da mesa de doces, da ornamentação da sala. (…) Apenas direi que era maviosa a orquestra dos pássaros e que o seu melodioso rumor chegava até ao Gato Malhado, solitário no parque. Já não havia futuro com que alimentar o seu sonho de amor impossível. Noite sem estrelas, a da festa do casamento da Andorinha Sinhá. Apenas uma pétala vermelha sobre o coração, uma gota de sangue. A música doía-lhe no coração. Canção nupcial para os noivos; para o Gato Malhado, canto funerário. Tomou a pétala de rosa: olhou mais uma vez o parque coberto pelo Inverno, saiu andando devagar. Conhece um lugar longínquo, onde vive apenas a Cobra Cascavel, que ninguém aceita nos parques nem plantações. O Gato tomou a direção dos estreitos caminhos que conduzem à encruzilhada do fim do mundo. Quando passou em frente à casa da festa, viu os noivos que saíam. A Andorinha também o viu e adivinhou o rumo de seus passos. Qualquer coisa rolou então dos céus sobre a pétala que o Gato levava nas mãos. Sobre o vermelho de sangue da pétala de rosa brilhou a luz da lágrima da Andorinha Sinhá. Iluminou o solitário caminho do Gato Malhado, na noite sem estrelas. Aqui termina a história que a Manhã ouviu do Vento e contou ao Tempo que lhe deu a prometida rosa azul. Amado, Jorge, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor
1- Quando e onde se realizou o casamento da Andorinha Sinhá com o Rouxinol? 2- Quem fez o discurso? Qual o seu teor? 3- Por que motivo chorava a mãe da Andorinha? 4- O que pretendia a Andorinha demonstrar ao Gato quando deixou cair sobre ele uma pétala de rosa vermelha? 5- Como interpretas a atitude do Gato ao recebê-la? 6- Como foi classificada pelo narrador a noite do casamento? 7- Haverá alguma relação entre a expressão “noite sem estrelas” e os sentimentos do Gato Malhado? Justifica. 8- Ao ouvir a música do casamento, para onde se dirigiu o Gato? Qual seria a sua intenção? 9- “uma pétala de rosa (…) parecia uma gota de sangue.” 9-1. Identifica a figura de estilo utilizada e refere a sua expressividade. 10- Comenta a seguinte passagem: “Canção nupcial para os noivos; para o Gato Malhado, canto funerário.” 11- De acordo com a passagem presente, enumera os narradores e os narratários desta história.
Parte B Lê agora o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
O celacanto
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Os celacantos (agrupados no clado1 Actinistia) são um grupo de peixes sarcopterígios aparentados com os dipnoicos e com várias espécies extintas no período devoniano, como os Osteolepiformes, Porolepiformes, Rhizodonti-formes e Panderichthys. Acreditava-se que os celacantos teriam sido extintos no Cretáceo Superior, porém, foram descobertos em 1938 no litoral da África do Sul. Latimeria chalumnae e Latimeria menadoensis são as duas únicas espécies vivas de celacanto, encontradas ao longo da costa do Oceano Índico. Foi apelidado de “fóssil vivo”, porque os fósseis destas espécies haviam sido encontrados muito antes da descoberta de um espécime vivo. Acredita-se que o celacanto tenha evoluído até ao seu estado atual há aproximadamente 400 milhões de anos. A sua característica mais importante é a presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são pedúnculos3 musculados que se assemelham aos membros dos vertebrados terrestres e se movem da mesma maneira. Descrição física Os celacantos são uma parte do clado Sarcopterygii, ou seja, os peixes de barbatanas lobadas 2. Externamente, há várias características que distinguem o celacanto de outros peixes de barbatanas lobadas. Possuem barbatana caudal de três lóbulos, também chamada barbatana trilobada e uma cauda secundária que se estende para além da cauda primária. As escamas agem como armadura espessa que protege o exterior do celacanto. Existem também várias características internas que ajudam a diferenciar os celacantos de quaisquer peixes de barbatanas lobadas. Na parte de trás do crânio, o celacanto possui uma articulação que lhe permite abrir a boca amplamente. O celacanto possui também uma espinha dorsal oca. O coração do celacanto tem forma diferente da de um peixe mais moderno, sendo uma estrutura de tubo em linha reta. 98,5% da caixa craniana de um celacanto é preenchida com gordura, apenas 1,5% é tecido cerebral. Descoberta A descoberta de uma espécie sobrevivente, quando se acreditava que se tinha extinguido há 65 milhões de anos, faz do celacanto o exemplo mais conhecido de um “Táxon Lazarus”, uma espécie que parecia ter ficado apenas no registo fóssil, para reaparecer mais tarde. O celacanto não tem nenhum valor comercial real; no entanto, é cobiçado por museus e colecionadores particulares. A capacidade de sobrevivência continuada do celacanto pode estar ameaçada pela pesca comercial de arrasto do mar profundo. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Celacanto (Texto adaptado, com supressões. Consultado em 25-07-2012) 1. grupo de organismos com origem num único antepassado comum; 2. pequenos órgãos de sustentação; 3. barbatanas divididas em lobos ou lóbulos
1. Identifica as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F). a. Este texto de natureza científica caracteriza-se por uma grande objetividade. b. Trata-se de um texto em que existe grande quantidade de dados mensuráveis ou observáveis. c. A presença do autor e as suas opiniões são evidentes neste texto. d. O texto tem, claramente, uma intenção explicativa. 2. Faz corresponder os elementos das colunas A e B de forma a obteres afirmações verdadeiras. A a. Com a utilização do conector “ou seja” (l. 14), o enunciador pretende
B 1. acrescentar informação de natureza idêntica à anterior.
b. Com a utilização do conector “também” (l. 18), o 2. explicitar o que disse anteriormente. enunciador pretende 3. estabelecer um contraste ou uma oposição entre a c. Com a utilização do conector “no entanto” (l. 28), o informação à esquerda do conector e a que surge à sua enunciador pretende direita.
Grupo II Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1. Atenta nas seguintes passagens. a. “O Gato a colocou sobre o peito, parecia uma gota de sangue.” b. “Aqui termina a história que a Manhã ouviu do Vento e contou ao Tempo que lhe deu a prometida rosa azul.” 1.1. Indica a que ou a quem se referem as palavras destacadas. 1.1. A que classe e subclasse pertencem as palavras destacadas? 1.3. Indica a função sintáctica das palavras destacadas. 2. Presta atenção às seguintes frases. 2.1. Reescreve as frases que se seguem, substituindo as expressões destacadaspelo pronome adequado, fazendo as alterações necessárias. a. A Manhã contou a história do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá ao Tempo. b. O Tempo entrega a rosa azul à Manhã no final da história. 2.2. Reescreve a frase que escreveste em a) passando a forma verbal para o Futuro do Indicativo. 2.3. Reescreve a frase que escreveste em b) passando a forma verbal para o Condicional. 3. Identifica as classes das palavras sublinhadas: “A música doía-lhe no coração. Canção nupcial para os noivos; para o Gato Malhado, canto funerário.(…). Conhece um lugar longínquo, onde vive apenas a Cobra Cascavel, que ninguém aceita nos parques nem plantações. (…). A Andorinha também o viu e adivinhou o rumo de seus passos. Qualquer coisa rolou então dos céus sobre a pétala que o Gato levava nas mãos.” 4. Passa a frase “ A luz da lágrima da Andorinha Sinhá ilumina o solitário caminho do Gato Malhado” para a voz passiva. 5. Substitui as expressões destacadas por um pronome, respeitando o sentido original das frases e fazendo as alterações necessárias. a. O Rouxinol estava interessado na andorinha. A andorinha era a nova amiga do Gato Malhado. b. Eu refiro-me ao livro. O livro chama-se “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”. 6. Identifica as funções sintácticas desempenhadas pelas expressões destacadas, associando a alínea ao número correspondente. a. “ O papagaio serviu de sacristão (…)” (ll.6/7) b. “O sermão do Urubu foi comovente.” (l. 7) c. “A mãe da Andorinha chorou muito.” (ll.7/8) d. “(...) a Andorinha viu o Gato no seu canto.” (ll.8/9) e. “Aqui termina a história (...)” (l.23)
1. sujeito 2. complemento oblíquo 3. predicativo do sujeito 4. modificador do grupo verbal 5. modificador restritivo do nome 6. modificador apositivo do nome
7. Classifica as orações destacadas, associando a alínea ao respetivo número. a. O Galo, que era o juiz, fez um discurso eloquente sobre 1. subordinada adverbial consecutiva as virtudes. 2. subordinada adverbial causal b. “(...) viu os noivos que saíam.”(l.20) 3. subordinada substantiva completiva c. O Gato ficou tão triste que desapareceu. 4. subordinada adjetiva relativa restritiva d. O narrador disse que a história terminava aqui. 5. subordinada adjetiva relativa explicativa
8. Faz a correspondência, registando na tua folha de teste o número da frase e a alínea relativa à subclasse de cada um dos verbos sublinhados. FRASES
SUBCLASSES DOS VERBOS
1. “Os celacantos (…) são um grupo de peixes (...)” (l. 1) 2. “(...) que os celacantos teriam sido extintos (...) “ (l.4) 3. “Possuem barbatana caudal de três lóbulos (...)” (l. 16) 4. “As escamas agem como armadura espessa (...)” (l.17)
a. verbo intransitivo; b. verbo principal transitivo direto; c. verbo principal transitivo indireto; d. verbo principal transitivo direto e indireto; e. verbo copulativo f. verbo auxiliar
Grupo III Imagina que, em vez de ser a Andorinha a casar com o Rouxinol, é o Gato que se casa com uma coelha branca, jovem e linda! No teu texto, deves:
fazer uma descrição da natureza. Não te esqueças dos recursos estilísticos próprios de uma descrição;
caracterizar as personagens;
falar dos preparativos;
narrar a cerimónia.
O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.
FIM