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Zitiervorschau

FILOSOFIA Domingos Faria Luís Veríssimo

03481832

De acordo com Aprendizagens Essenciais

Explicação de todos os conteúdos 250 questões com resposta detalhada

Simulador de exames online Teste diagnóstico com feedback online imediato 1

Ultimas provas oficiais e respostas online

lpYí EDUCAÇAO

Introdução Caro (a) estudante Encontras-te neste momento a preparar-te para o Exame Nacional da disciplina de Filosofia de acordo com as novas Aprendizagens Essenciais. Este üpo de prova testa a tua capacidade de demonstrar competências num determinado período de tempo. Para seres bem-sucedido apresentamos te aqui um ginásio mental para praticares as tuas competên

cios filosóficas, no qual podes rever com o maior rigor e clareza tudo o que estudaste nas aulas de Filosofia, bem como podes aplicar esses conhecimentos ao longo de uma serie

de exercícios propostos e confrontar as tuas respostas com as soluções apresentadas. A obra encontra-se estruturada em duas partes principais. A primeira tem uma revisão

dos conteúdos lecionados de acordo com as Aprendizagens Essenciais. Cada um dos capítulos desta primeiro parte inclui a apresentaçao dos conteúdos fiiosoficos de um modo

claro e rigoroso, um esquema organizador um resumo dos conteúdos apresentados,

uma lista de palavras-chave que destaca os principais conceitos explorados ao longo do

capitulo, e uma ficha formativa para cada unidade temática com diferentes tipologias de questões A estrutura gerai das fichas formativas e a seguinte Grupo I. com questões de

escolha múltipla; Grupo II, com itens de construção de resposta restrita, e Grupo III. com

itens de construção de resposta desenvolvimento. Para responderes as questões de escolha míiitipia deves começar por ler atentamente

o enunciado da questão e tentar excluir as alternativas que estejam claramente erradas. Assim, ficas com mais tempo para te debruçares sobre as restantes alternativas, por forma a encontrares a solução do exercício.

As questões do Grupo II sao, geia Imente, questões Interpretativas. que testam a tua compreensão dos problemas, teorias e argumentos estudados. Deves, por isso, demons­ trar inequivocamente que compreendes aquilo que é perguntado, sem te alongares em dissertações vagas em torno do assunto da questão Por fim, no que diz respeito as questões de desenvolvimento, importa salientar que, embora estas questões apelem, quase sempre, a uma tomada de posição pessoal acerca

de um determinado problema filosoflco, a sua avaliaçao nao recai sobre a posição de­ fendida, mas sim sobre a forma como são articuladas razões para fundamentar a mesma.

Isto significa que, ao responderes a este tipo de perguntas, deves sempre começar por demonstrar que compreendes qual é o problema filosófico em causa e, em seguida, de­ ves apresentar as pnncipais posiçoes em confronto em reiaçao ao mesmo. Indicando qual

delas subscreves. Por último, deves tentar argumentar com rigor a favor da tua perspetiva

e contra as perspetivas a que te opões.

A segunda parte deste livro conta com três provas-modelo e as respetivas soluções. Online encontras disponível um teste diagnostico, um simulador de exames, as ultimas provas oficiais de exame e os respetivos cnterios de classiticaçao. uma calculadora de tabelas de verdade e a possibilidade de esclareceres alguma duvida que tenhas com os

Autores desta obra

Bom trabalho e boa sortel

Os Autores

ÍNDICE

A açao humana e os valores 4. Determinismo e liberdade na ação humana

Introdução___________________ i índice remissivo 4 Ferramentas do trabalho filosófico 1. Abordagem introdutória a filosofia e ao filosofar

8

11 O que é a filosofia?

8

1.2 As questões da filosofia

9

Competências relativos a problemas

13

Competências rdauvas a conceitos

14

13 Teses e argumentos, validade, verdade e solidez

16

Competências relativas a teses

20

Competências rdalrvns a argumentos

23

31 31

Resumo Conceitos Quostóes propostas

32

2. Lógica formal

35

2.1 Lógica preposicional clássica

35

2.2 Prncipais formas de inferência validas

49

2.3 Principais faladas formais

50

Esquematizando Resumo Conceitos Questões resolvidas e questões propostas

52 53 54

3. Lógica informal

58

51

4.1 O problema da compatibilidade

76

A resposta compatibillsta

78

4.2 O problema tradicional

83

Dctcrmmrsmo moderado Llberxjsmo

83 83

Determinismo radical

85

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

89 90 91

5. A dimensão pessoal e social da ética

95

5.1 Não cognitivismo 5.2 CognitJvIsmo

103 105

Objetrvivno

106

Criticas ao objetrvismo

107

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

6. A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspetivas filosóficas O problema do criteno etico da iroralidade de uma ação

6.1 O utilrtarismo de Jobn Stuart Mlll

Argumentos de autoridade

61

O principio da ufildade (ou principio da maior felicidade) Hcdomsmo Consequencialismo: intenção e consequências

Derrapagem__________________________ 66

Resumo Conceitos Esquematizando Questões propostas

66

67 68 69

100

Relafivismo Críticas ao relat/vismo

58 59

64 65 65 65

99 100 101

Argumentos indutivos Argumentos por analogia

Falso dilema Falsa relação causal A inexistência dc regras morais absolutas

121

Criticas a etica de Mill

123

6.2 A ética deontológica do Immânuel Kant

128

A boa vontade Agir cm conformidade com o dever e agir por dever Máxima, impeiativo hipotético e imperativo categórico Deontologia: o dever c a lei moral Heteronomia e autonomia da vontade

128

Criticas a etica de Immanuel Kant

143

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

130 133 134 142

144 145 147 148

7. O problema da Justiça social

151

O probema da organização ce uma

sociedade justa

7.1 A teoria da justiça de John Rawis

151

151

Os princípios d a justiça |!) Argumento do eoud íbrlo reflettdo

152 154

|l| Argumento da posição originai

155

7.2 Crftico libertarista de Robert Nozick

158

7-3 Crrtica comumtansta de Michaei Sandel

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

160 161 162 163 164

O conhecimento e a racionalidade científica e filosófica 8, Analise comparatrva de duas teorias explicativas do conhecimento

158

Tipos de conhecimento

168

A definição tripartida de conhecimento

169

8.1 O problema da possibilidade do conhecimento

171

O desafio cético A resposta fundaciomsta Descartei a mpoita racionaiistô

171 172 174

Hume n resposta empirbto

184

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

193 194 197 198

9. O estatuto do conhecimento cientifico 9.1 O problema da demarcação do conhecimento c ientifico

201

Cnteno da vcnticabilidade Objeções ao criterlo da verincabitodade Critério de faKlfkzatx iidade

Objeções «o Critriio de falsrficabilidàde

9.2 Problema do método cientifico Resposta indutrvrsta Objeções ã tesposia indutivlsia

202 202 203 2 04

206

207 207 208

Resposta falsfficacionista

210

Objeções ã resposta talsificacionista

212

9.3 Problema da evolução da ciência

213

A perspetiva de Popper

213

A perspetiva de Kuhn

214

9.4 Problema da objetividade da ciência

10. A dimensão estética - a criação artística e a obra de arte 10.1 O problema da definição da arte

217

Kuhn sobre a objetividade

218

Discussão das posições de Popper e Kuhn

219

220 221

223 224

228 228

10.2 Teorias essencialistas: â arte como representação, a arte como expressão e a arte como forma 229 A ane como representação

229

Críticos a teoria representadonista A arte como expressão

232 232

Criticas à teoria expressivista

234

A ade como forma

236

Cntcas a teoria formafcsta

239

10 3 Teorias nõo essencialrstas. a teoria institucional e a teoria histórica A teoria institucional da arte

241 241

Cnticas a teoria institucional da arte A teoria histórica da arte

244 245

Cnticas a teoria histórica da arte

247

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

11 A dimensão rei ti osa 11.1 O problema da existência de Deus O conceito teísta de Deus

11.2 Argumentos sobre o existência de Deus Argumento cosmologico Argumento teleologlco Argumento ontológico Argumento do mal para a discussão da existene a de Deus

11.3 OTidersmode Pascal Esquematizando Resumo Concertos Questões propostas

249 250 252 253

256 257 257 257 257 259 263

265

271 275 278 278 275

Provas-modelo Prova-modelo 1 prova-modeio 2 Prova-modelo 3

282

Soluções

29S

217

Popper sobre a objetividade

Esquematizando Resumo Conceitos Questões propostas

Dimensões da açao humana e dos valores

A

283 200

auLadigital



TESTE DIAGNÓSTICO



SIMULADOR DE EXAMES



EXAMES E RESOLUÇÕES

Acesso em www leyaeducacao com

índice remissivo A

Conexão necessana 187

Empinsmo "87

Apnori9

Conhecimento 168 169. 171

Epistemologia 11.168

Acaso 259

Conhecimento apostenort 173

Estimulação de emoçoes 233

Ações conforme o dever 130

Conhecimento a priorl 173

Etlca 114. 128

Ações contrarias ao dever 30

Conhecimento cicntrfico 202

Etica normativa 114

Ações por dever 131,133

Conhecimento por contacto "68

Expressão de emoções 232

Conhecimento pratico 168

F

Acordo hipotético 156 Adbomínem 64 Adpoputum 65 Agregacionlsmo 121 Âmbito 40

Apelo a iqnorancla 65 Argumento 23-24

Argumentos de autoridade 61 Argumentos dedutivos 35

Conhecimento pr□posicionai 168

Conjeturas e refutações 210 211

Conjunção constante 188

Falacia da aflrmaçao da consequente 50

Consequenciallsmo 121

Falacia da amostra nao representativa 69

Contraposição 50

Falácia da falsa analogia 60-61

Contratuallsmo 152

Falacia da generalização preciprtada 59

Corroboração 212 Cosmologlco 257

Crença 1f>9

Falácia da negação da antecedente 51

Crenças baslcas 172

Falácia de apelo ilegítimo a autoridade 62

Argumentos não dedutivos 58

Crenças não básicas 172

Falácia informal 63

Argumentos por analogia 59

Crise científica 214 215

Falácia intencional 236

Arte 228.230. 23l 232. 236. 242 245

Cnterio etico da moralidade de uma ação '14

Falácias formais 50

Artefacto 242

D

Falsifkacionismo 210

Argumentos indutivos |de generalização e previsão) 58

Atribuição de estatuto 242 Autonomia da vontade 142

B Bens sociais primários '56 Boa vontade 128-129.135

Boneco de palha 65-66

c Casos de Frankfurt 81

Causa 257 Ceticismo 171

Ciência extraordinarta 214 215 Ciência normal 214-215

Cogito 177 Cognitivismo 99-100 Compatibilismo 75-76. 81 Comunrtarlsmo !60

Conceção padronizada da justiça 158 Condição necessária 14.19

Dedução 211-212 Definição circular *" Definição demasiado abrangente 14

Falsa relação causal 64

Falsificado 204 Falsificavel 204 Falso dilema 63

Fideismo 271

Definição demasiado restrita 15

Forma significante 236-237

Definição explicita 14

Formas de encarar a arte 247

Deísmo 257

Funções de verdade 42-44

Demarcaçao 202

Fundaciomsmo 172

Deontologia 134

G

Derrapagem 66

Graus de falsificabilklade 205

Desígnio 259

Determinismo 73

H

Determinismo moderado 75-76. 83

Hedonismo 18 -’19

Determinismo radical 75 76, 85

Heteronomia da vontade 142

Dever 129-130.134

I

Deveres Imperfeitos 40 141 Deveres perfeitos 140-141 Dignidade humana 142’

Dupla negação 50

Duvida metódica 74

Ideias 184 Ideias adventícias 178 Ideias complexas 184 Ideias factícias 78 Ideias matas 178

Condição suficiente 14,19

E

Ideias simples 184

Conetivas 31

Emoção estetica 236-237

Igualrtarismo 151

ÍNDICE REMISSIVO

Imperativo categórico 133-134.142

O

Regra mojom/n ’54

Imperativo hipotético ' 33-134

Objetividade 217-218

Regras morais absolutas 12’ 12 2

Impressões 184

Objetivismo 99,106

Relações de ideias 18S

Incomensurabilidade ?1G

Obra de arte no sentido classlftcativo 228, 242 243

Relatlvismo 99,103

Obra de arte no sentido valoratívo 228. 244

Responsabilidade moral ’2

Indutivismo 207

Inferências validas 49

Oficio 233

Inspetores de circunstâncias 47

Omnipotência 257

s

Instituição social 242 243

Omnisciência 257

Senso comum 2Ü2

Ontologlco 263

Silogismo disjuntivo 49

Operadores proposicionais 3l

Silogismo hipotético 49

Incompatiblllsmo 75 76

Indução 207.208

J Juízo 95-96

Representação 229. 231

Revolução científica 214-215

Solidez 26

Juízos de facto 95. 97

p

Juízos de valor 96-97

Panteísmo 257

Juízos morais 97

Paradigma 214

Justiça como equidade 152

Perceções 184

T

Justiça social 161

Perfeição moral 269

Tabelas de verdade 43, 46

Petição de principio 63

Teísmo 257

L

Posição original 155-156

Telcologico 259

Lei moral 134

Possibilidades alternativas 79.81

Teodicela 269

Leis de De Morgan 49

Prazeres inferiores ,49

Teoria expressrvista 232

Libertarlsmo 151

Prazeres superiores 119

Teoria formallsta 236

Libertismo 75-76.83

Pre-cléncia 214-215

Teoria institucional 242

Livre-arbltrio 72

Principio da copia 184

Teoria representacionlsta 231

Lógica formal 38

Principio da diferença 153

Teorias da obrigação 114

Lotaria natural 155

Principio da liberdade igual 153

Teorias do valor 114

Lotaria social 154

Principio da oportunidade Justa 153

Teorias essencinlistas 228

Justificação 169-170

Subjetividade 218

Subjetivismo -i9-1(K i

Teorias nao essencialistas 229

M

Principio da utilidade 115. 117-118

Mal gratuito 266. 26?

Principio ublitansta 157

Mal Justificado 2 66

Progresso cientifico 213. 2)6

u

Proposição 6

Utilitarismo 114,121

Propriedades extrínsecas e relacionais 241

V

Mal moral 266 Mal natural 26’

Manifestação de emoções 234 Máxima 133 Maximamente perfeito 264 Método cientifico 207 Metodologia do equilíbrio reflebdo ’64 Modt/s poncns 49-50

Teste da universalização I •6

Propriedades Intrínsecas e manifestas 228.241

Validade 25-26.46

Q

Valor intrínseco H4.128

Questões de facto 196

Valoi Instrumental 114

Variavels de formula 38 37 Variáveis proposicionais 36-37

R

Verdade 18,169

Racionalidade epistemlea 271

Verificado 202-203

Racionalidade prudencial 271. 273

Verificável 202-203

N

Racional ismo 172,178,178

Verosimilhança 214

Negação 27-28. 36.43

Refutação 30

Veu de ignorância 156

Moduí. tolten* 49 51 Mundo da arte 241.243

Ferramentas do Trabalho Filosófico i. Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar

2. Lógico formal

Ferramentas do Trabalho Filosófico

1. Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar 1.10 que é a filosofia O que e a filosofia? Uma formo bastante diretn de responder a esta pergunta e dizer que a filosofia é o que os filósofos fazem e indicar alguns exemplos da história da filosofia,

como Sócrates, Piatao. Aristóteles, Santo Agostinho, Tomás de Aquino. Descartes. Hume.

Kant. etc. Contudo, esta resposta nao e particuiarmente esclarecedora. Outra possibilidade é recorrer a etimologia da palavra «filosofia», ou seja, procurai de­

terminar o seu significado investigando a sua origem e a forma como esta e composta a partir de outras palavras A este respeito, podemos d zer que a palavra «filosofia» tem origem grega e e composta pelas palavras «phitia* e «soph/o», que significam respetiva­ mente amor (amizade ou desejo) e sabedotla. Assim, atendendo a sua origem etimológica chegamos a conclusão que a filosofia « o amor da sabedoria No entanto, esta abor­

dagem também não é inteiramente satisfatória, pois não permite distinguir a filosofia de

outras atividades que envolvem a procura de algum tipo de sabedor a ou conhecimento, como a física, a química, a biologia, a psicologia, a economia, a matemática, etc. Uma outra forma bastante comum de caracterizar um determinado domin o do saber e

indicar qual é o seu objeto de estudo, isto é, o que é que estuda, e qual é o seu método de

investigação. Isto ê. como estuda. A este respeito podemos dizer que o objeto de estudo da filosofia e um conjunto de problemas fundamentais acerca da natureza da realidade, do co­ nhecimento e do valor e

seu método é, sobretudo, a discussão critica e a argumentação.

Assim, podemos caracterizar a filosofia como sendo uma atividade conceptual e crítica

Dizer que a filosofia e uma atrvidade conceptual e apenas dizer que esta se ocupa de problemas conceptuais, Isto é, que se dedica a analisar alguns conceitos fundamentais que utilizamos no nosso dia a dia. na matcmatica c nas outras ciências, sem pensar multo

sobre eles e sem nos interrogarmos acerca do seu significado mais profundo - como os corcertos de Deus, liberdade, necessidade, possibil dade, numero, conhecimento, justifi­ cação, Justiça, etc. Por seu turno, afirmar que a filosofia é uma atividade crítica significa

simplesmente que pata fazer filosofia devemos procurar avaliar de fôrma rigorosa e im­ parcial as razões que temos para pensar desta ou daquela maneira Deste modo, para

fazermos filosofia devemos ser capazes de formular problemas analisar conceitos funda­ mentais. propor teorias (respostas para os problemas de que nos ocupamos), argumentar a favor dessas teorias e imaginar possíveis objeções reiativamcnte as mesmas Sécutoi v a rv a.C.

Século rv a.c.

Séculot rv

è

v

1. Abordagem Introdutória ■ filosofia e ao filosofar

1.2 As questões da filosofia Como acabamos de ver, o filosofia ocupa-se de problemas conceptuais Assim, alguns problemas filosóficos fundamentais consistem no esclarecimento de conceitos. Como, por exemplo:

• O que è a realidade?

• O que é uma evidência?

♦ O que é o consciência?

• O que é a justiça?

♦ O que e a causalidade?

• O que ê a coragem?

* O que e um numero’

• O que é a arte’

• O que é a verdade?

• O que é a beleza?

• O que é o conhecimento?

■ etc.

Outros problemas filosoficos são acerca das relações entre conceitos Como par

exemplo. - A mente e diferente do corpo?

• A existência de Deus e compatível com a existência de mal no mundo’ » Pode uma vida humana ter objetiva mente sentido?

- Podem haver guerras Justas?

• O aborto ê moralmente permissível? ■ etc.

Os problemas conceptuais de que se ocupa a filosofia nao sao problemas empíricos,

isto é, não se resolvem com base na observação e na experiência — tal como acontece com

os problemas da ciência - mas sim atiaves do pensamento, apenas - tal como acontece

com os problemas da matemática. No entanto, ao contrário dos problemas da matemáti­ ca. os problemas da filosofia nao se resolvem com base em cálculos ou métodos formais de prova. E, ao contrário das c encias empíricas, a filosofia e considerada uma atividade o prlorl, isto é, os problemas de que se ocupa podem ser resolvidos apenas pelo pensa­ mento, através de uma reflexão cuidada acerca da forma como as corsas sao. da rorma

como as corsos podem ser e da forma como estas devem ser,

Tomás dr Aqui no

Dcscodes

Humr

Kant

9

Ferramentas do Trabalho Filosófico

Tal como na ciência existem vánas disciplinas cientificas (como, por exemplo a física, a química, a biologia. etc.), também no filosofia existem diferentes disciplinas fliosoflcas consoante o conjunto especifico de problemas de que se ocupam, como, por exemplo: a metafísica, a eplstemologla. a axlologla a ética, a filosofia da arte, a lógica, etc. Em se­

guida, veremos do forma mais aprofundada em que consistem algumas destas disc plmas

filosóficas e as questões de que se ocupam

Metafísica A metafísica é a disciplina filosófica que se ocuoa dos problemas fundamentais acerca da natureza da realidade O problema centra da metafísica pode ser formulado nos se­ guintes termos: ?

Ou de • *Se Deus existe, então a vida faz sentido*? A tabela da página seguinte representa a forma adequada de negar diferentes tipos de proposições.

27

Ferramentas do Trabalho Filosófico

Negação de proposições

Nome’

Exemplo

Explicação

Universal afirmativa

* Todos os seres humanos são egoístas.*

Alguns seres humanos não sào egoístas.»

A negaçào de uma universal afirmativa e uma particular negativa porque, uma vez que a proposição diz que o predicado se aplica à totalidade do sujeito, basta haver um caso em que isso nào aconteça para que essa proposição seja falsa

Universal negativa

«Nenhum ato e genuinamente altruísta.»

Alguns atos são genuinamente altruístas.»

A negação de uma universal negativa e uma particular afirmativa porque, uma vez que a proposição diz que o predicado nào se aplica a nenhum dos elementos do sujeito, basta haver um caso em que isso se verifica para que essa proposição seja falsa

Particular afirmativa

«Algumas guerras sào justas.»

-Nenhuma guerra e justa.»

A negaçào de uma particular afirmativa e uma universal negativa porque, uma vez que a proposição diz que o predicado se aplica a alguns elementos do sujeito, a única forma de mostrar que isso e falso ê mostrando que não se aplica a nenhum

Particular negativa

«Nem todos os argumentos são válidos.»

♦Todos os argumentos sào válidos.»

A negaçào de uma particular negativa e uma universal afirmativa porque, uma vez que a proposição diz que o predicado não se aplica a alguns elementos do sujeito, a única forma de mostrar que isso e falso e mostrando que se aplica a todos

Singular afirmativa

«Sócrates e mortal.»

«Sócrates não e mortal.»

A negaçào de uma proposição singular afirmativa e a singular negativa correspondente, porque a primeira diz que aquele predicado se aplica aquele sujeito em particular e a segunda diz que esse não e o caso

Singular negativa

«Sócrates não e mortal.»

«Sócrates e mortal.»

A negaçào de uma proposiçào singular negativa e a singular afirmativa correspondente, porque dizer que é falso que o predicado não se aplica aquele sujeito em particular e o mesmo que dizer que na verdade se aplica

Condicional

« Se chover, então levo guarda-chuva para a escola.»

«Está a chover, mas não levei o guarda-chuva para a escola.»

A negaçào de uma condicional corresponde a afirmação da sua antecedente e â negação da sua consequente pois so assim se estabelece que afinal a primeira não e uma condição suficiente para a segunda

«Algo e um ser humano se, e sõ se. é um animal racional.»

«Algo é um ser humano, mas não e um animal racional ou algo e um animal racional, mas não é um ser humano.»

Para negar uma bicondicional temos de mostrar que os seus membros não constituem condições necessárias e suficientes um para o outro, porque e possível que um deles se verifique sem que o outro se verifique

Bicondicional

’ Ver paginas 17 e 18.

28

Negação

1. Abordagem introdutória ã filosofia e ao filosofar

Para facilitar a negação das proposições categóricas com quantificadores — isto é, com palavras que servem para indicar qual é a quantidade do sujeito a que o predicado se

aplica (ou não aplica), como por exemplo *Todos», «Alguns», «Nenhuns* e *Nem todos»,

ou outras equivalentes - pode também recorrer-se ao conhecido quadrado da oposição. O quadrado da oposição consiste numa coleção de relações lógicas entre proposições categóricas quantificadas, tradicional mente representadas num diagrama em formato de

quadrado. Nomeadamente, com o quadrado da oposição visa-se dar conta das relações lógicas das seguintes quatro proposições:

Tipo

Forma

Nome

4

Todo o S e P

Universal afirmativa

E

Nenhum S e P

Universal negativa

í

Algum Se P

Particular afirmativa

0

Algum S não e P

Particular negativa

O diagrama para o tradicional quadrado da oposição é o seguinte.

Com recurso ao quadrado da oposição, as proposições categóricas negam-se pelas

linhas diagonais, ou seja, pela relação de contraditoriedade. Ora, duas proposições con­ traditórias não podem ter o mesmo valor de verdade, de tal forma que a verdade de

uma implica a falsidade da outra, e vice-versa

29

Ferramentas do Trabalho Filosófico

Contra-argumentar por redução ao absurdo Para mostrar que uma dada proposição é falsa, também podemos construir um ar­ gumento que mostre que se assumirmos

essa proposição como premissa somos validamente conduzidos a consequências

absurdas ou inaceitáveis. Esta estratégia fi­

cou conhecida por «redução ao absurdo^

Ora. qualquer teoria que tenha implicações absurdas ou inaceitáveis deve ser refor­

mulada ou rejeitada e substituída por uma melhor. Suponhamos, por exemplo, que

alguém defendia a seguinte tese «Mentir é sempre errado.» Alguém poderia rejeitar

essa ideia mostrando que isso implicaria a ideia absurda de que mesmo mentir para

salvar dezenas de vidas seria errado. George Caleb Bingham, O Discurso de Stanp (1853-1854)

Refutar argumentos Por fim, resta acrescentar que em vez de atacar diretamente a teoria em causa, pode­ mos dirigir os nossos ataques aos argumentos que a suportam. Refutar um argumento

é mostrar que esse argumento não é persuasivo Para isso, dispomos das seguintes alternativas:

1. mostrar que a sua conclusão nâo se segue das suas premissas, ou seja, mostrar que este não é válido:

2. ou mostrar que {pelo menos) uma das suas premissas é falsa, ou seja, mostrar que

(ainda que seja valido} este não é sólido 3. ou mostrar que as suas premissas náo são mais plausíveis do que a conclusão, ou seja, mostrar que (ainda que seja sólido} este não é persuasivo.

COMTRAARGUMEMTAR

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1. Abordagem introdutória ã filosofia e ao filosofar

RESUMO • A filosofia ocupa-se de problemas conceptuais. • A filosofia e considerada uma atividade o priori.

• A filosofia e uma atividade conceptual e crítica. • Em filosofia, formulamos problemas, analisamos conceitos fundamentais, pro­

pomos teses (respostas para os problemas de que se ocupa), argumentamos a favor dessas teses e imaginamos possíveis objeções relativamente ãs mesmas.

• Na filosofia existem varias disciplinas, como, por exemplo: a metafísica, a epistemologia, a axiologia. a lógica, a etica, a filosofia da arte, etc.

• Uma boa definição explícita nâo deve ser demasiado abrangente (ou lata), nem demasiado restrita e nào pode ser viciosamente circular.

• As teses ou teorias são as diferentes respostas que os filosofos avançam para

os problemas de que se ocupam. • As teses sào compostas por, pelo menos, uma proposição

• Uma proposição e o pensamento verdadeiro ou falso literalmente expresso por uma frase declarativa.

• Podemos distinguir entre proposições categóricas e condicionais • As proposições categóricas afirmam ou negam algo de forma absoluta e

incondicional. • As proposições condicionais estabelecem relações de consequência (ou de implicação) entre proposições. • A proposição que implica, isto e, aquela que constitui uma condição suficien­

te, designa-se ^antecedente^. A proposição que e implicada, isto ê. aquela que constitui uma condição necessária, designa-se