Lingua Grega. Visão Semântica, Lógica, Orgânica e Funcional: Volume 1 Teoria [PDF]

São Paulo: Discurso Editorial / Editora Vozes, 2001. - 737 p. ISBN: 85-86590-23-1, Language: Portuguese/GreekMétodo de e

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Zitiervorschau

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HENRIQUE MURACHCO

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Copyright © by Henrique Murachco, 2001 Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer sem a autorização prévia da editora.

Produção gráfica: Logaria Brasil® Projeto gráfico, editoração e capa: Guilherme Rodrigues Neto Tiragem: 2.000 exemplares

Ficha catalográfica: Sonia Marisa Luchetti CRB/8-4664 M972

Murachco, Henrique Língua grega: visão semântica, lógica, orgânica e funcional / Henrique Murachco. – São Paulo: Discurso Editorial / Editora Vozes, 2001. 2 v. ISBN v.1: 85-86590-22-3 ISBN v.2: 85-86590-23-1 1. Língua Grega Clássica 2. Semântica I. Título CDD 481 481.7 485

discurso editorial Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 (sala 1033) 05508-900 – São Paulo – SP Tel. 3818-3709 (ramal 232) Tel./Fax: 814-5383 E-mail: [email protected]

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Agradeço: Ao Prof. Robert H. AUBRETON Mestre e amigo. Todos nós de Letras Clássicas lhe devemos muito, e eu, quase tudo. A todos os meus inumeráveis alunos, colegas e amigos de todos os lugares, de todas a idades, que me proporcionaram o prazer de servir. Com um amor de amigo enorme. A France, Cristina, Sílvia e Karine, esposa e filhas, começo, fim e razão de tudo, pelo silencioso afeto, conivência afetuosa e compreensão paciente. A Jean Baptiste e Arthur Aymeric, meus netos, raios de sol. A Heloísa, minha neta, nos dedos-rosa da aurora. Por existirem.

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Introdução: Guia do leitor

Depois de ter escrito e reescrito cerca de 600 laudas, depois de ter lido e relido, sempre com a preocupação de encontrar uma falha, um vazio, um lapso, e depois das cobranças dos alunos, ex-alunos, que nunca são “ex-”, e sobretudo de meus colegas, sento-me à frente do computador para escrever uma ou a “introdução” ao meu trabalho, que, também, devido à cobrança desses “amigos”, acabou sendo a tese de doutoramento. Vou conseguir? O tempo dirá. Como começar? Pelo começo! O começo, perdido no tempo, situa-se em 1969, quando a reforma curricular do Curso de Letras introduziu as matérias optativas. Essas matérias visavam a um fim preciso: abrir os horizontes dos alunos; não deixá-los presos a esquemas fechados. Viu-se então que o interesse pela Antigüidade Grega, pela Literatura Grega e pela Língua Grega era grande, e o número de interessados foi crescendo. Mas, como fazer para que essa passagem de um, dois, três e até no máximo quatro semestres pudesse deixar uma marca, ou, melhor dizendo, para que professor e aluno não ficassem com a sensação de terem perdido seu tempo, e para que os créditos obtidos pelos alunos não se assemelhassem a tantos outros, em que, de um lado, se finge que se ensina e, de outro lado, se finge que se aprende: dá-se um programa de um manual; repete-se em aula o que está escrito nele, sem comentário e sem contestação, e cobra-se no fim do semestre numa prova, em que o aluno devolve o que recebeu. E essa devolução em geral assume um sentido

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denotativo; isto é, devolve-se de fato! O aluno vai embora com seus créditos e o professor fica com a sensação de tarefa terminada. Mas, como minha postura na sala de aula sempre foi de diálogo, de querer saber se o aluno entendia ou não o que eu tentava passar-lhe, surgiram as primeiras perguntas e contestações, e aí começaram as primeiras “apostilas” com redação pessoal, diferente dos manuais e gramáticas. Mas, o que se dizia e se discutia na sala de aula era muito diferente do que as “apostilas” traziam; ou melhor, o que se dizia na sala de aula era não só diferente, mas muitas vezes mais extenso e variado do que o que estava na apostila. E as “edições” das apostilas foram se sucedendo em folhas avulsas, sempre com a intenção de servir aos alunos. Nunca tive a idéia de escrever um método ou uma gramática de grego. Não era necessário! Havia tantas gramáticas no mercado! Todas elas lastreadas em tradição multissecular! Era um respeito quase ou mais que religioso que me impedia discuti-las e muito menos criticá-las. Eu mesmo devia meus conhecimentos de grego a elas. Quantos helenistas não deviam seu sólido saber a elas? Mas eu não encontrava nelas as respostas às perguntas que os alunos faziam: por que essa função se exprime por esse caso e aquela pelo outro. O que significa “nominativo”? O que significa “acusativo”? Por que o sujeito “vai” para o nominativo e o objeto direto “vai” para o acusativo? Por que a relação de lugar “para onde” vai também para o acusativo? Não é uma relação adverbial? Fui buscar essas explicações nas gramáticas. Passei pelas gregas (a lista delas está na Bibliografia); passei pelas latinas, pelas portuguesas, pelas francesas e sempre encontrei as mesmas coisas: uma nomenclatura fixa, com algumas variações superficiais, mas definindo e delimitando de uma maneira autoritária e final que as relações das palavras na frase estavam definidas e que o que o aluno deve fazer é aprendê-las de cor e, pelos exercícios, fixá-las na mente até que fiquem automáticas. Todas as gramáticas são descritivas, historicistas, formalistas, prescritivas. Ao criticá-las não quero desmerecê-las. Elas prestaram relevantes serviços à evolução cultural do Ocidente. Elas são preciosas sobretudo porque nos conservaram e passaram centenas de documentos, de textos, de testemunhos antigos, em todas as línguas. É um material imenso que está à nossa disposição.

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Não quero discutir as metodologias e didáticas modernas, atuais, que usam de inúmeros instrumentos para o ensino de idiomas: desde a hipnopedia até as muitas variantes dos audiovisuais. Elas são destinadas a alunos e aprendizes de diversas idades: desde a pré-escola (jardim da infância) até a adultos, que, de repente, precisam do inglês, do francês, do castelhano, do alemão “instrumental”. Mas nenhum desses métodos entra em profundidade na língua; nenhum deles faz “pensar a língua”. Todas as abordagens das gramáticas e métodos tradicionais abordam o estudo das línguas de fora para dentro, isto é, da teoria para a prática, do abstrato para o concreto. Nós achamos que dessa maneira estamos na “contramão”. As escolas despejam sobre as crianças uma série de conhecimentos abstratos, transformados em “regras”, muito antes de as crianças terem a capacidade de abstração. É por volta dos 12 aos 14 anos que o adolescente se torna capaz de pensamento abstrato. Ora, desde a alfabetização até as regras de gramática, de acentuação, ortografia, são formas de conhecimento abstrato, “arbitrário”, dizem alguns, que a criança acaba “aprendendo” de cor, e devolvendo de cor, mas não entendendo 1. Na Grécia, a gramática surgiu no período alexandrino, depois das conquistas de Alexandre Magno e da formação do seu império que não chegou a comandar; mas o grande feito de Alexandre foi o de tornar a língua grega a língua comum (² koin¯ glÇtta) de todo o Mediterrâneo, o que vale dizer, de todo o mundo antigo conhecido, ocidental, bem entendido. E a gramática do grego foi concebida para que estrangeiros, isto é, os não gregos, aprendessem a língua de todos. Pensou-se então em regras práticas: um conjunto de informações necessárias para que o falante de outra língua aprendesse rapidamente a língua grega. Essa é a origem da gramática descritiva. Ela dispensa o “porquê”; quer ser prática, objetiva.

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Em grego a raiz may- desenvolve o verbo many‹nv, que significa em primeiro lugar “eu entendo”, e daí, naturalmente, o significado se ampliou para “eu aprendo”. Aprender, então, pressupõe necessariamente entender.

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A gramática de Dionísio Trácio é herdeira dessa gramática primeira. Ela é descritiva e já contém alguns vícios de nomenclatura, que os gramáticos latinos herdaram quando a traduziram, adaptaram e adotaram para o latim. Durante a exposição das diversas partes deste trabalho, vamos comentar essa nomenclatura, como, por exemplo, a expressão “subjuntivo”, para um modo que nem sempre exprime uma subordinação. Mas os autores gregos, Platão, Aristóteles e outros, não estudaram a língua grega pela gramática. Mas sabiam muito bem a lingua grega! Muito mais do que isso: transformaram-na num instrumento perfeito, para exprimir com perfeição todos os matizes do pensamento humano. Como, então, eles aprenderam a língua? Não vamos tratar disso com pormenores. Não é o tema deste trabalho. Mas não podemos furtar-nos de reproduzir a fala de Protágoras, quando explica a Sócrates, a função da educação 2: “Começando desde a tenra infância até o fim da vida (os pais) ensinam e exortam. Assim que uma criança compreenda o que é dito, tanto a ama, quanto a mãe, o pedagogo e até o próprio pai discutem a respeito dela, de modo a que o menino seja o melhor possível; a cada gesto, a cada palavra eles dão lições demostrando que isto é justo, aquilo é injusto, isto é bonito, isto é feio e que isto é permitido aquilo é proibido e faz isto, não faças aquilo. E se ele obedece de boa vontade, (...) se não, eles o endireitam com ameaças e com pancadas, como a uma vara torta e curva. Depois disso, ao enviá-lo à escola, eles têm em vista mais cuidar do bom comportamento das crianças do que das letras e da cítara. Os mestres se encarregam dessas coisas, e quando, por sua vez, as crianças entendem as letras e passam a entender os escritos, como antes a fala, eles, os mestres, dispõem sobre as carteiras, para ler, os poemas dos bons poetas e os obrigam a aprender de cor aqueles nos quais se encontram muitos preceitos, muitas digressões (narrativas), muitos conselhos e muitos elogios dos homens antigos bons, a fim de que o menino, por emulação, os imite e procure tornar-se igual a eles. Os citaristas, por sua vez, empreendem outras coisas desse tipo; eles se preocupam com a moderação e para que os jovens não se dirijam para o mal.

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Platão, Protágoras, 325c5-326e6.

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Além disso, quando os meninos aprendem a tocar cítara eles ensinam poemas de outros poetas bons, os líricos, acordando-os ao som da cítara e condicionam as almas dos meninos a se habituarem com os ritmos e com a harmonia para que eles sejam mais calmos e para que, tornando-se mais bem ritmados e mais harmoniosos, eles se tornem aptos para a fala e para a ação; pois toda a vida do homem precisa de bom ritmo e de harmonia...” Pelo que se vê, a língua era aprendida nos textos e pelos textos. Essa passagem de Protágoras nos dá ainda outra idéia: que o menino ateniense, depois de aprender muitos textos dos poetas épicos (Homero e Hesíodo) e dos poetas líricos, que eram de toda a Grécia, ao passar para as aulas de ginástica, ele não é mais um menino ateniense, ele é um menino grego! A unidade da Grécia, desde o Ponto Euxino até Marselha e mesmo às Colunas de Heraclés, se fez pela língua. Os Jogos Olímpicos a cada 50 lunações eram a expressão dessa Grécia3. Foi essa a “gramática” de Platão, Aristóteles, Lísias, Demóstenes, Górgias e outros. Mas, a gramática pensada para os estrangeiros passou também a ser empregada nas escolas, e os meninos do período alexandrino, aos poucos, passaram a ter que aprender, além dos textos dos poetas, também as regras de gramática. É essa a origem da gramática descritiva e impositiva, prescritiva. Ela se manteve intocável durante séculos; até agora mesmo. Como exemplo poderíamos citar Konstantinos Láskaris, um dos intelectuais bizantinos que emigraram para Nápoles, por ocasião da tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453. Convidado por um nobre milanês para ensinar a língua grega para suas filhas, escreveu uma gramática, em 1476. A base dela é a de Dionísio Trácio, com alguns acréscimos, mas sem aprofundar nada. Até os paradigmas são os mesmos! No correr deste trabalho aludiremos muitas vezes a esses fatos, para o que, antecipadamente, pedimos desculpas. Mas é vício de professor. A repetição à exaustão acaba por prevalecer. Além disso, essa desordem, se não foi pretendida no início, acabou prevalecendo, como uma conseqüên-

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Conclui-se daqui que as diferenças dialetais, que as gramáticas valorizam tanto, eram sentidas como meras variantes da língua, sem nenhuma dificuldade de entendimento e de fixação.

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cia natural do meu trabalho que foi se desenvolvendo de uma maneira artesanal, diária, geralmente na sala de aula. E a cada nova abordagem esbarrávamos nos mesmos problemas de sempre: descritivismo, falta de explicação e falta de coerência. Nosso objetivo nesta Introdução (é preciso uma introducão! uma introdução é preciso!) é tentar guiar o leitor pelo nosso caminho e durante o percurso mostrar-lhe que a língua grega é de uma coerência total, a começar pelo enunciado, que é a base de todo o sistema. O que é o enunciado? Podemos chamá-lo de frase, oração, período, discurso etc. O enunciado é uma palavra ou um conjunto delas que exprime um pensamento inteiro, acabado. A base do enunciado é, como já disse, a essência (oésÛa) e o predicado (kathgorÛa, kathgñreuma)4. Em outros termos: o sujeito (tò êpokeÛmenon), o de que se diz alguma coisa e o verbo (=°ma), o que é dito daquele de que se diz alguma coisa.5 O enunciado é a base do discurso. Ele repousa sobre dois pilares: o sujeito e o predicado; o substantivo e o verbo; a essência e a ação. O sujeito deve ser, necessariamente, um substantivo (êpokeÛmenon) e o predicado deve ser, necessariamente, um verbo (=°ma). Não há enunciado sem sujeito e predicado. É uma impossibilidade funcional, lógica, semântica. O enunciado, então, só é completo se contém sujeito e predicado, num encadeamento de dependência: um não existe sem outro; a noção do sujeito supõe o predicado e a noção do predicado supõe o sujeito 6.

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Isto está na primeira obra do Órganon, de Aristóteles, chamada “As categorias”; na verdade são: uma “essência – oésÛa”, e nove “categorias – predicados”. O mesmo acontece no enunciado: o sujeito: êpokeÛmenon – oésÛa, e “=°ma – kathgorÛa / kathgñreuma”. O significado de “verbo” nesta dicotomia “sujeito/verbo” não significa “ação” mas “resultado da ação”, isto é: o que é dito. O sufixo -ma significa resultado da ação, contrapondo-se ao sufixo -siw , que significa a ação, (sufixo -ção em português). Às vezes pode acontecer que o sujeito ou o verbo não estejam expressos. Isso fez alguns gramáticos criarem as frases chamadas “nominais” / “frases sem verbo”, ou

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Mas o sujeito pode vir modificado, ampliado, enriquecido e o predicado pode vir também modificado, ampliado, enriquecido. O sujeito pode ter adjunto adnominal (epíteto), predicativo, aposto, e o predicado (verbo) precisa ter sujeito, agente ou paciente; ele pode ser também ampliado, modificado, enriquecido, completado; pode ter advérbio (que é o adjetivo do verbo), pode ter complemento direto, pode, com a ajuda da preposição, exprimir relações espaciais etc. Todas essas relações dentro do enunciado estão encadeadas organicamente, logicamente, como os elos de uma corrente, com todos os elementos formando um todo e cada elemento ligado e dependente de um e ligando e condicionando um outro. Assim, se identificarmos um desses elementos, nós teremos o fio da meada ou um elo da corrente, e por ele podemos chegar a outros e a todos. Essa identificação se faz através do sujeito e do verbo, essencialmente, e a seguir entre substantivos e verbos, no caso de desdobramentos de sujeito e predicado. Em grego nós temos a tarefa facilitada pela identificação formal das funções dos nomes. Eles estão em determinados casos, que correspondem a determinadas funções. Rigorosamente, sem desvios. Basta identificarmos os casos para identificarmos as funções. Identificada a função, passamos a procurar o que determinou essa função: se é sujeito, porque está no nominativo, vamos procurar o verbo que fala do sujeito; se o verbo está na voz ativa ou média, o sujeito é agente; se está na voz passiva, o sujeito é paciente. Se está na voz ativa ou média, e o verbo é incompleto, isto é, transitivo, vamos buscar o seu complemento que estará no caso semanticamente compatível com a relação com o verbo. Se o verbo está na voz passiva, o sujeito é paciente de um ato verbal desencadeado por um agente externo, que é o agente da passiva. E assim por diante. Os elementos acessórios, adjetivos e advérbios, serão reconhecidos a seu tempo. Mas, para dar instrumentos para que o estudante de grego identifique as partes, é preciso que ele aprenda a flexão dos nomes e dos verbos, para que possa identificar exatamente a função dos nomes e a voz, a pessoa, o modo, o aspecto do verbo. as frases só com verbos. Na verdade o verbo está implícito nas “frases nominais”, e o sujeito está implícito nas frases “verbais”.

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São a flexão nominal e a flexão verbal. Não vou chamá-las de “declinação” para os nomes e “conjugação” para os verbos. Vou chamá-las de flexão nominal e flexão verbal. O leitor encontrará, no correr da obra, a justificativa dessa opção. No momento, basta dizer que os nomes7 e verbos flexionam-se com base numa parte fixa, que eu denomino “tema”. Na flexão dos nomes, se a sucessão de casos é sobre o tema, não existe, ipso facto, um caso que se possa chamar “reto”, que seria o ponto a partir do qual os outros se sucederiam, numa espécie de escada declinante (declinação) a que se deu o nome de caso oblíquo. O tema nominal, enquanto não receber o caso (a ptÇsiw, desinência) que lhe determine a função, está fora do enunciado e contém nele apenas o significado virtual da palavra. Assim nyrvpo- encerra o significado de “homem, ser humano”; mas, quando recebe o -n, que é a marca do acusativo, ele recebe a função de completar o significado de um verbo, ou uma função análoga. Este é um fato da língua grega. Não é regra. Por isso não tem exceção. Começaremos por definir o que entendemos por caso, e o que cada caso representa. Procuraremos, a partir da relação significante-significado, explicar e justificar os nomes dos casos e mostrar que o nome que receberam corresponde às funções que eles exercem. Na medida em que formos explicando e identificando os casos, iremos arrolando exemplos hauridos em dezenas de gramáticas, procurando mostrar sempre que há uma coerência semântica no uso dos casos e que o uso deles é orgânico, lógico, semântico. Não há regras; isto é, não há interferências externas, abstratas (as regras são interferências externas e abstratas). Há uma organicidade coerente, forte, contínua. Por isso a abundância de exemplos. O leitor verá também que tivemos sempre a preocupação de traduzir os exemplos da maneira mais linear, concreta, denotativa, procurando sentir as relações. Não nos preocupamos com o estilo. Não é nem o momento nem o lugar para isso.

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Entendo por “nomes”, como Dionísio Trácio, tanto os substantivos como os adjetivos e os dêiticos todos (comumente chamados de pronomes-adjetivos).

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Mostraremos que o nominativo se chama assim porque identifica o sujeito e as relações secundárias do sujeito. Mostraremos também que o nominativo é um caso: isto é, recebe uma ptÇsiw que corresponde à sua função, e que a denominação “caso reto” é contraditória nos seus próprios termos. Se é “caso” não é reto e se é “reto” não é caso. Mostraremos também que essa denominação tem origem de má leitura da visão dos estóicos na relação do sujeito agente ôryñw, ereto, reto, em condições de agir, e sujeito paciente êptÛow, deitado, supino, passivo. A partir da idéia de uma posição reta, ereta do sujeito agente, deuse o nome de reto ao caso. É uma visão meramente formal, externa, mas que teve desdobramentos ruins, porque permitiu a visão de outros casos, que caíam, que “declinavam” do caso reto, isto é, casos oblíquos. Daí se originou todo o sistema de declinações, que consideramos falso. Aproveitaremos o espaço para mostrar o que entendemos por “tema”. Mostraremos também que o vocativo não é um caso, porque não tem função e que, coerentemente, tem desinência zero, isto é, é o próprio tema. Diremos também que o vocativo “toma emprestado” as desinências do nominativo, quando a manutenção do tema em consoante, com a apócope delas, menos o -w, -r, -n, descaracteriza fonética e semanticamente a palavra. Por isso desdobraremos as explicações sobre o genitivo e acusativo. Separaremos no acusativo a relação do verbo transitivo (incompleto) com o seu complemento (termo do ato verbal) e a relação espacial “para onde”, expressa com o auxílio das preposições. Mostraremos também que no acusativo sempre está a idéia de movimento, quer na sua expressão concreta, espacial, quer nas expressões metafóricas de expressão de duração de tempo e nas extensões referenciais, que costumamos chamar de “acusativo de relação” ou adverbial: “accusativus graecus” das gramáticas latinas. Demostraremos também que o nome “acusativo” não vem de caso da causa, culpa, mas caso da procura, da busca. No genitivo identificaremos a relação nominal de definição, restrição, delimitação (complemento ou adjunto adnominal) como no genitivo latino, e a relação espacial de lugar “de onde” expressa por preposições (ablativo latino) e ainda, por analogia, incluiremos a relação do agente da pas-

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siva, que é uma relação de origem, separação; por isso é relação de genitivo com preposição (ablativo latino com preposição). Mostraremos também o valor semântico das relações do genitivo nas “regências” de alguns verbos, como os verbos que significam poder, domínio, privação, necessidade, desejo, aspiração etc. Insistiremos muito sobre este fato da língua: os casos não são determinados por uma regra exterior, mas pelas relações semânticas entre as partes, sobretudo entre verbos e nomes. Definiremos o dativo como o caso da dação, interesse, atribuição, lateralidade, simultaneidade, exatamente como o dativo latino. Não aceitamos a inclusão das relações de instrumental e locativo sob a denominação de “dativo” por contradição nos próprios termos. Separaremos esses dois casos, embora os três tenham a mesma desinência. Nisto seguimos uma sugestão preciosa de Quintiliano. Mostraremos que o locativo é a expressão do lugar “onde”, com a idéia de estabilidade, de ausência de movimento. Ela pode ser concreta ou metafórica. Os exemplos confirmarão essas afirmações. Mostraremos também, pelos exemplos, que nos casos de dúvida, pela proximidade dos significados entre a noção de lateralidade e de locativo, o próprio texto dará a resposta certa. Definiremos também o instrumental como o objeto inerte (que não age por si) pelo qual passa o ato verbal desencadeado por um agente que não ele, o instrumento. Mostraremos também que a distinção entre o “instrumental” ou “complemento de instrumento ou meio” e o “agente da passiva” não só passa pela identificação formal (lugar de onde, expresso pelo genitivo com êpñ), mas também, e sobretudo, pela relação semântica. Passaremos então para a parte formal, falando em primeiro lugar da flexão nominal. A gramática da língua grega divide os nomes em declinações. São três (no latim são cinco). A primeira declinação, análoga à latina, contém os nomes que fazem o genitivo singular em -aw/-hw (a latina faz em -ae). A segunda declinação, análoga à latina, contém os nomes que fazem o genitivo singular em -ou (a latina faz em -i). A terceira declinação, análoga à latina, contém os nomes que fazem o genitivo singular em -ow (a latina faz em -is).

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Mas há inúmeras exceções: na primeira, os nomes masculinos em -a/-h fazem o genitivo singular em -ou; na terceira, temos nomes fazendo o genitivo singular em -ouw, em -vw etc. Cremos que a melhor forma de encarar a flexão dos nomes é ver neles, como Aristóteles viu (Poética, 20), um composto de duas partes: o tema e a desinência, isto é, uma parte fixa e outra móvel. À parte fixa damos o nome de “tema” e à parte móvel damos o nome de “casos”, para a flexão nominal. A partir daí basta acrescentar os diversos casos, conforme as funções que os nomes exercerem no enunciado, para termos a flexão deles. Um estudo detalhado, mais profundo, poderá constatar que o grupo de casos (desinências nominais) é um só, e que as diferenças que apresenta para os nomes de tema em vogal e para os nomes de temas em consoante ou semivogal são aparentes e são produto de acidentes fonéticos. No momento, vamos manter os dois grupos: nomes de tema em vogal e nomes de tema em consoante e semivogal 8. Veremos que podemos construir toda a flexão dos temas em vogal a partir de um quadro de desinências. As dificuldades que surgirão serão de natureza fonética e não morfológica, que são conseqüências das alterações, acomodações fonéticas que acontecem na junção dos temas às desinências. Elas serão destacadas e explicadas sempre que aparecerem 9. É por isso que iniciamos o trabalho com uma introdução sobre o sistema fonético da língua grega, mostrando todos os acidentes fonéticos que acontecem nos encontros dos sons: vogal + vogal, consoante + consoante. Essas alterações fonéticas são constantes, mas não se deve temêlas. Elas têm causas físicas, fisiológicas, concretas e acontecem no aparelho fonador, no momento da articulação dos diversos sons no ponto de

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As semivogais são: o -i / u , e o -j / W , que são sentidas mais como consoantes do que como vogais. A prova é que nos temas verbais terminados em semivogais, a primeira pessoa do indicativo infectum é -v como nos verbos de tema em consoante. Essas explicações estarão também no quadro geral sobre o alfabeto e os sons, no início deste trabalho.

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articulação e modo de articulação. Constataremos também que essas alterações fonéticas são comandadas por duas “leis”: a lei do menor esforço e a competência lingüística e preservação semântica. Constataremos também que, se os componentes são os mesmos, o resultado é sempre o mesmo. É uma questão orgânica, natural. Não há regras nem exceções. Devemos insistir, contudo, que não estaremos escrevendo um “tratado de fonética grega”, mas, com finalidade exclusivamente prática, estaremos registrando e explicando os vários acidentes fonéticos que acontecem na flexão nominal e verbal. Ao tratarmos dos nomes de temas em vogal, apresentaremos um quadro geral das desinências com explicação detalhada de cada acidente fonético e, a seguir, para facilitar a consulta, apresentaremos vários quadros de flexão, sempre com as explicações necessárias. Teremos sempre em mente que a flexão nominal e também a verbal são um sistema de construção, de montagem. Nunca pediremos ao aluno que decore paradigmas, embora não sejamos contra a que o aluno monte o seu, a partir da identificação das duas partes da palavra: tema e desinência. Não faremos distinção entre substantivos, adjetivos, dêiticos (pronomes-adjetivos na nomenclatura corrente). Não há razão para isso, na medida em que a flexão se faz sobre tema e desinência, que são expressões de funções. No grupo dos nomes de temas em consoante ou semivogal começaremos por traçar um quadro das desinências e a seguir mostraremos como elas se acoplam aos diversos temas. Constataremos que a flexão desses nomes todos é absolutamente regular e que todos os problemas que surgem são acidentes fonéticos que se originam desse acoplamento das desinências aos temas. Mas todos são explicáveis e serão explicados. Daremos a seguir vários quadros de flexão dos diversos temas, como um referencial seguro para o leitor. A seguir abordaremos a flexão verbal Começaremos por afirmar que no verbo grego há apenas dois fatos importantes: o aspecto e o modo. Diremos que o tempo medido, cursivo, determinante está fora da forma verbal. Ele é o enquadramento do ato verbal.

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Por isso a noção de tempo só se exprime pelo indicativo: a marca do passado não é uma desinência, mas uma forma exterior ao tema, e se usa apenas no indicativo. Não há tempo nos outros modos verbais. A partir da idéia de que uma forma gramatical, nominal ou verbal é semântica e sintaticamente autônoma, estudaremos os três aspectos verbais (que denominamos “tempo interno do verbo”), servindo-nos de inúmeros exemplos e frases que fomos buscar nas gramáticas. Mais uma vez não seremos econômicos. Acreditamos que é pela repetição que se aprende. Tentaremos explicar o infectum, que, quase sempre, faremos acompanhar da palavra “inacabado”, mostrando o leque de seus significados, que não são divergentes; todos mantêm a idéia da continuidade do processo verbal, desde a entrada no processo, até as relações de repetição, hábito etc. O leitor verá nos exemplos que há uma coerência semântica completa. Estudaremos também o aoristo, que à primeira vista parece difícil, mas se identificarmos no aoristo a “raiz-tema”, isto é, o ponto de partida para o infectum e o perfectum, veremos mais uma vez que a relação significante-significado é muito clara. Mostraremos que há dois aoristos no indicativo: um que é o ato verbal na sua essência, sem nenhuma conotação temporal, usado nas expressões de caráter geral, máximas e provérbios (aoristo gnômico), e que há o aoristo “narrativo, pontual, enquadrado”; dentro de um quadro narrativo, que dá o enquadramento temporal, o aoristo “pontual” que exprime os fatos isolados, que incidem, “pontuam” a linha narrativa. A denominação de aoristo “pontual” é sugestiva, na medida em que ele incide sobre o processo narrativo, exprimindo apenas o ato verbal isolado, sem idéia de duração ou acabamento. Mostraremos também que, por coerência semântica, o tema do aoristo é a base para a formação dos temas do Infectum-Inacabado e do Perfectum-Acabado.10

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Ao introduzirmos o estudo das flexões faremos menção especial para esses fatos.

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Mostraremos que o perfeito, perfectum “acabado” também faz jus ao nome: exprime o ponto de chegada do ato verbal, do processo interno do verbo, sem indicação de tempo externo. Mostraremos também que o perfeito mais antigo é o perfeito médio, intransitivo, que dá a idéia de resultado; o perfeito passivo deriva dessa idéia. O perfeito ativo é mais recente; é menos usado e tem conflitos semânticos com algumas formas em alguns verbos. Mostramos também que, como o infectum tem o passado expresso pelo imperfeito e o aoristo tem o passado expresso pelo aoristo enquadrado, narrativo, o passado do perfeito é expresso pelo mais-que-perfeito. Mostraremos que não há outros modos no passado; só o indicativo. Ao tratarmos da morfologia dos aspectos, veremos em primeiro lugar que o infectum-inacabado, quando não tem o tema igual ao do aoristo, ele o tem alargado, ampliado, por prefixos (redobro), infixos e sobretudo sufixos formadores. Nós vemos nisso uma nítida relação de significante e significado. O tema do infectum-inacabado nunca é menor11 do que o do aoristo. Isso não é mero acaso. Começaremos apresentando o quadro geral das desinências, que são poucas, e mostraremos que não há desinências especiais para esse ou aquele tema verbal, e que a opção para -v ou -mi da 1a pessoa da voz ativa é mero problema fonético: os temas em consoante e semivogal optam pelo -v, e os temas em vogal optam pelo -mi. Constataremos também que as desinências não pertencem a esse ou àquele quadro ou paradigma; elas pertencem, “são propriedades” das pessoas gramaticais. Isso é significativo e importante e explica por que o grego não usa o sujeito-pronome. É que as desinências o representam suficientemente. Cada pessoa gramatical tem “suas” desinências:

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Salvo alguns raros casos, antigos na língua, como ³gagon. Ver na flexão do aoristo.

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Quadro das desinências verbais

1ª pessoa sing.

ativa média/ pas.

2ª pessoa sing.

ativa média/ pas.

3ª pessoa sing.

ativa média/ pas.

1ª pessoa pl.

ativa média/ pas.

2ª pessoa pl.

ativa média/ pas.

3ª pessoa pl.

ativa média/ pas.

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prim.

-v/-mi

secund.

-m >-n (>a depois de consoante)

prim.

-mai

secund.

-mhn

prim.

-si / w

secund.

-w

prim.

-sai

secund.

-so

prim.

-ti

secund.

-t

prim.

-tai

secund.

-to

prim.

-men

secund.

-men

prim.

-meya

secund.

-meya

prim.

-te

secund.

-te

prim.

-sye

secund.

-sye

prim.

-nti

secund.

-n (sa-n)

prim.

-ntai

secund.

-nto

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As desinências do imperativo apresentam apenas um problema: o imperativo singular (o verdadeiro, original, primeiro), na voz ativa do infectum, seria de desinência zero, naturalmente.12 Mas os temas em consoante e semivogal precisaram de uma vogal de apoio -e que, por analogia, os outros verbos usam; krÛne/tÛ-ye-e > tÛ-yei. No aoristo sigmático singular da voz ativa e média, usam-se antigas fórmulas, mas são de 2ª pessoa -so-n / -sai. E no aoristo passivo singular toma-se emprestada a desinência do locativo -yi sobre o tema de aoristo passivo. Observe-se ainda a sintonia ou sinfonia fonética entre as consoantes das pessoas gramaticais e as desinências: 1 o -m- dos pronomes de 1ª pessoa e o -m da primeira pessoa: no singular: me/mou/moi → -m-> -n/-mi/-mai/-mhn 13; No plural, ²meÝw – ²m¡terow → -m2 o -s- das 2as pessoas correspondem a tu > su → -w/-sai/-so 3 o -t- das 3 as pessoas do singular tñw e do plural (com -n- epentético) → -ti / -t/-nt/ntai/-nto tñw é um antigo dêitico empregado por Homero e Heródoto com significado de “este”, um anafórico; e aï é um conetivo anafórico “também, por sua vez” são os formadores do “pronome” de 3ª pessoa, na verdade um dêitico: aï – tñw > aétñw. Ao tratarmos da morfologia do aoristo, veremos que há um aoristo flexionado sobre a própria raiz do verbo. Chamaremos esse aoristo de aoristo de “raiz-tema”. É o aoristo que as gramáticas denominam “aoristo segundo ou aoristo temático”. São denominações impróprias: a primeira porque é meramente administrativa, pois as gramáticas estudam o

12

Faria contraponto com o vocativo, que é o gancho do diálogo apenas; não tem função e por isso não tem desinência (caso). 13 ¤gÅ é absoluto; não tem plural nem feminino, e as “flexões” dele são sobre tema diferente. Mas a variante -v de primeira pessoa não deve ser mera coincidência.

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aoristo sigmático antes desse aoristo; a segunda, como já dissemos, porque confunde vogal temática com vogal de ligação. Diremos também que esse aoristo de raiz-tema é o mais antigo por razões semânticas e arrolaremos uma lista de verbos homéricos, todos com significados dos atos primeiros, essenciais, concretos, do ser humano. Estudaremos a seguir o aoristo em -h, que na origem tem um significado médio, intransitivo e depois serviu para exprimir a voz passiva, sobretudo dos verbos de tema em soante-líqüida, fazendo contraponto com outra característica da passiva, mais tardia e mais forte, que passou a ser a paradigmática, -yh- / syh. Falaremos a seguir do aoristo e do futuro sigmáticos. Embora o aoristo sigmático esteja presente nos textos homéricos, sua criação certamente é recente. Mas, por ser uma marca forte, acabou prevalecendo e passou a ser o aoristo-referência, e todos os verbos “novos” que foram sendo criados passaram a ter o aoristo sigmático. Dentro do aoristo sigmático mostraremos o tratamento fonético que ele sofre depois de temas em soante-líqüida: l, m, n, r. Vincularemos a flexão do futuro à do aoristo, mostrando que, por razões semânticas, o futuro não poderia ser construído sobre o tema do infectum-inacabado. Provaremos também que morfologicamente ele se constrói sobre o tema do aoristo. Ao tratarmos do perfectum-acabado, mostraremos que formalmente ele se constrói sobre o tema do aoristo; falaremos sobre o redobro e suas variantes e mostraremos que cronologicamente o perfeito médio-intransitivo é anterior ao passivo, que se serviu de suas desinências, e que o perfeito ativo é o mais recente. Diremos também que o perfeito ativo é mais difícil de formular em português, e que, estatisticamente, é o menos freqüente. Ao pensarmos em português, temos dificuldades em diferenciar um pretérito perfeito simples de um aoristo narrativo (pontual). A diferença existe, mas só o contexto nos pode esclarecer. O imperativo perfeito ativo, embora formalmente possível, exige uma operação mental complexa: a noção do acabado, perfeito não se coaduna com a noção eventual do imperativo. Não temos lembrança de a termos encontrado em textos.

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Passamos então a estudar os modos, numa seqüência que manteremos sempre: indicativo, subjuntivo, optativo, imperativo, particípio e infinitivo. O estudo dos modos em grego é precedido de algumas considerações sobre os modos em português e latim. Mostraremos que a nomenclatura referente aos modos é discutível, e que esse problema já está em Dionísio Trácio, em sua gramática que já sofre os vícios da gramática descritiva, que deixa de lado a relação significante-significado. Explicaremos os modos a partir de seus nomes. É preciso ter em mente, antes de tudo, que o uso desse ou daquele modo num enunciado qualquer depende do emissor da mensagem, ele é o “dono” da mensagem, e de como ele quer que o receptor a receba. Estamos falando de uma mensagem “pensada” coerente, é claro. Essa observação é muito importante porque, sempre que pensamos em estudar os modos verbais de determinada língua, pensamos na “sintaxe” dos modos. Essa visão a partir do abstrato para o concreto é a causadora principal da dificuldade do entendimento e do emprego dos modos em qualquer língua. Nós entendemos, e a prática na sala de aula nos confirmou, que as palavras são autônomas, as expressões, quer verbais quer nominais, têm um significado em si mesmas e por si mesmas e dentro do enunciado são elos da cadeia e são interdependentes; o que os comanda é a linha semântica do enunciado, que é o que o emissor elaborou ou está elaborando em sua mente e está transmitindo ao receptor da maneira que ele quer que o receptor a aceite. A interpretação e o entendimento dos modos empregados depende desse diálogo direto, sem intermediários, entre “leitor > texto”. Entendemos por “texto” o próprio emissor. É por isso que não teremos um capítulo de “Sintaxe dos Modos” ou “Sintaxe do Subjuntivo, ou do Optativo” etc. ou da “Sintaxe das Orações Temporais, Causais, Relativas, Participiais, Infinitivas. Os inúmeros exemplos que arrolaremos nos levarão a entender os modos gregos. Mostraremos, por exemplo, que um subjuntivo é eventual, e em português se traduz pelo presente ou futuro do subjuntivo quer ele esteja numa oração final, temporal, causal, modal etc. Mostraremos que o indicativo é o modo da realidade objetiva e subjetiva e, por coerência, ele é também o modo da irrealidade. Exemplificaremos com algumas frases, estabelecendo as correspondências em português.

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O grego usa o mesmo modo, indicativo, quer na realidade objetiva ou subjetiva enunciativa, quer na irrealidade supositiva, hipotética de presente e de passado, em que usa, respectivamente o imperfeito e aoristo indicativos, apenas marcados por “eޔ na condicionante e “n” na condicionada. O português emprega o indicativo para a realidade objetiva ou subjetiva enunciativa presente; para a irrealidade presente, usa o imperfeito do subjuntivo com marcador “se” na condicionante e o condicional simples sem marcador na condicionada; e, para a irrealidade passada, o português usa o mais-que-perfeito do subjuntivo com o marcador “se” na condicionante e o condicional composto, sem marcador, na condicionada. Ver exemplos nas páginas 251 e 267. Diremos também que a denominação subjuntivo/ conjuntivo é imperfeita, porque sugere que é o modo da subordinação, quando a subordinação é apenas uma parte de seu significado: nas expressões de deliberação, exortação, pedido (voto), não há subordinação. Ela só está presente na suposição da probabilidade, futura, com o se, ou caso, no caso de, quando na condicionante e subjuntivo presente ou futuro, e geralmente futuro (indicativo) sem nada na condicionada; nas construções de finalidade, ou se usa para que, a fim de que e o subjuntivo presente ou a construção para com infinitivo. Insistiremos no sentido da eventualidade do subjuntivo. O subjuntivo é o modo do eventual, do provável, do fato futuro não determinado. É uma espécie de modo da antecipação. Portanto, a tradução em português será ou pelo subjuntivo presente ou pelo subjuntivo futuro ou pelo infinitivo precedido de para. Essa eventualidade, no entanto, não é sentida em português no uso do quando eventual, isto é, quando exprime o fato repetido como presente: cada vez que, sempre que. O português usa o indicativo. O grego não. Usa coerentemente o subjuntivo, isto é, o eventual, porque, na medida em que um fato é sucessivo, repetido, ele não é um fato só, isto é, não é delimitado, e por isso o uso do indicativo é impróprio. Esse sentido da eventualidade, fato futuro, explica o uso de desinências primárias para todo o subjuntivo. Ao tratarmos do optativo, diremos que é o modo da possibilidade ou da afirmação atenuada e que em português nós o traduziremos ou pelo

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imperfeito do subjuntivo ou pelo condicional simples, que são os modos que exprimem em português a possibilidade e a afirmação atenuada. Diremos que a denominação imperfeito do subjuntivo é imprópria, porque o optativo é o modo da possibilidade, do possível, da transmissão da afirmação de terceiros, do voto negativo, incerto, da imprecação negativa, incerta, tendente à irrealidade. Esse sentido de possível, de incerteza, aproxima o optativo mais do irreal do que do real ou eventual. Isso explica o uso de desinências secundárias em todo o optativo. Ao tratarmos do modo imperativo, diremos que é o modo do diálogo, que é bipolar, horizontal, “singular” na relação eu/tu e que, por isso mesmo, mais uma vez, a denominação “imperativo” não corresponde exatamente ao seu significado. Nem sempre, ou quase nunca, o “imperativo” contém uma ordem. Mostraremos também que os outros imperativos são formações analógicas e que há dois imperativos: os de 2 as pessoas (tu e vós), que denominamos imperativo direto e os de 3as pessoas, também analógicos, que denominamos imperativo indireto, porque a 3ª pessoa não está no eixo do diálogo e a mensagem é dada indiretamente. Ao tratarmos do particípio, mostraremos a riqueza do uso do particípio em grego. Cada aspecto tem três particípios: da voz ativa, média e passiva: são doze (infectum, aoristo, futuro, perfeito), e cada um com três formas: masculino, feminino e neutro. São então, ao todo, trinta e seis particípios. Formalmente são trinta, porque no infectum e perfectum a voz média e a voz passiva têm a mesma forma Mostraremos as correspondências em português, que não são claras por causa da invasão do gerúndio, que ocupou as funções do particípio da voz ativa. Em grego, o particípio é um verbo-adjetivo; é disso que ele tira seu nome metox®, participação. Ele tem formas nominais, mas funcionamento e natureza verbal: ele pode ser adjunto adnominal (epíteto), predicativo (aposto, conjunto), pode ser substantivado, mas não perde sua natureza verbal e pode ter objeto direto, pode exprimir relações de espaço, como o verbo de que ele é a expressão nominal.

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O infinitivo é o último item desta seqüência, mas ele já terá sido tratado em parte no capítulo do infectum-inacabado, na voz ativa, porque, como noção substantiva do verbo, isto é, um substantivo, pode exercer todas as funções de um substantivo, e mostraremos como o infinitivo grego descarrega todas as funções e todos os casos no artigo, contrariamente ao latim que, não tendo artigo, foi obrigado a criar “casos” para o infinitivo, e o gerúndio representa esses casos; e que, em português, o gerúndio representa os casos instrumental e locativo (raramente o genitivo-ablativo). Mas, também no infinitivo, o grego é mais rico do que o latim e o português: cada aspecto tem três infinitivos: ativo, médio e passivo: infectum, aoristo, futuro e perfeito. São 12 infinitivos, com seu significado próprio. Na verdade são então, ao todo, 12 infinitivos, semanticamente, mas morfologicamente, formalmente, são 10, uma vez que no infectum e no perfectum a voz média e a voz passiva têm a mesma forma. Completaremos a série falando dos adjetivos verbais em -tñw, t®, -tñn, que correspondem aos adjetivos de sufixo bilis, e, em latim, e -vel, em português: “o que pode ser feito”; e -t¡ow, -t¡a, -t¡on, que correspondem aos adjetivos de sufixo -ndus, a, um do gerundivo em latim, e em português ao sufixo erudito -ndo do gerundivo latino, com o significado de “o que deve ser feito”, ambos construídos sobre o tema verbal puro, isto é, sobre o tema do aoristo. Depois da flexão nominal e verbal, passaremos a tratar das “Invariáveis”. Na verdade elas são a conexão na relação substantivo/verbo; elas são “circum-stanciais”, periféricas, “peritta۔. Começaremos pelas preposições e mostraremos que todas elas são advérbios com significado espacial. Não há nenhuma preposição com significado temporal. Mostraremos também, individualmente, que os casos que as preposições “regem” são decorrentes da relação espacial que elas determinam e que, por “regerem” mais de um caso, não mudam necessariamente de significado, que permanece o mesmo, concreto, espacial. O que pode acontecer é elas serem usadas em outro plano, metafórico, figurado, mas, a relação espacial metafórica sendo a mesma, o caso será o mesmo. Há

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uma coerência total nessas construções. Mas para demostrá-la foram precisos inúmeros exemplos que fomos buscar em várias gramáticas. A seguir abordaremos as conjunções e conetivos em geral, que a gramática grega denomina “sændesmoi”, “amarrações”. Mostraremos que o que chamamos de “partículas” são, na base, conetivos da oralidade, que permaneceram na mente do homem grego. Por coincidência, nos textos em que a oralidade está mais presente, como no teatro ou nos diálogos de Platão, há mais desses conetivos do que nos textos de Aristóteles, por exemplo. Mas eles são mais instrumentais e marcadores, e por isso é difícil identificar neles um significado próprio, independente, permanente. Eles são mais conotativos. Os inúmeros exemplos mostrarão isso com bastante clareza. Mas não estudaremos as partículas separadas das conjunções; elas estarão na mesma lista, por ordem alfabética. Nas conjunções propriamente ditas, vemos “amarrações” entre frases, enunciados. Também aí, por meio de inúmeros exemplos, mostraremos que as conjunções não “regem” esse ou aquele modo verbal. Elas têm um significado próprio e o modo verbal é decorrente de como o enunciado é passado do emissor para o receptor: se há uma realidade ou irrealidade é o indicativo; se há uma eventualidade, o modo é o subjuntivo ou futuro; se há uma possibilidade, ou atenuação da mensagem, o modo é o optativo. A seguir estudaremos os advérbios propriamente ditos; eles diferem das preposições, antigos advérbios, na medida em que não exigem uma relação espacial depois deles; são usados de maneira absoluta. Eles são os “adjetivos do verbo”, isto é, do =°ma, “o que é dito do sujeito”. Eles são basicamente circunstanciais: modais, instrumentais, temporais e espaciais, em suas várias relações de acusativo, genitivo e locativo, e por isso muitos deles são formas petrificadas desses casos. É este o roteiro da exposição de nossa teoria sobre a língua grega. Mas esta teoria quer ser essencialmente prática, porque foi da prática que ela nasceu, durante anos sucessivos, em que nenhuma aula sobre um determinado ponto foi igual à anterior ou à posterior. Além disso, a prática, isto é, o ensino foi a razão e causa deste nosso trabalho. Por isso, apresentaremos aqui também a parte didática, na qual foram aplicadas todas estas idéias sobre o funcionamento da língua grega. Até agora ela foi apresentada nas diversas versões de nossas “apostilas”, na qual era apresentada a teoria e a prática, isto é, as frases que

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deviam ser traduzidas. Mas a teoria que estava nessas apostilas ou era sumária ou estava em processo de elaboração, e por isso nós solicitávamos aos alunos que usassem a página anterior em branco para anotar nossa exposição oral que às vezes até contrariava a escrita. As frases foram reunidas enfocando um ponto determinado da matéria, que foi dividida em unidades didáticas, ou módulos, na seguinte ordem: A/ Flexão dos nomes de tema em vogal e formas do verbo ser. São os Textos I e II. Neles estão substantivos, adjetivos e dêiticos em -o e -a/-h nos diversos casos, menos no acusativo, porque os verbos de ação serão dados a seguir.14 Mas a “tradução” dessas frases não é um fim em si; ela só tem sentido se o enunciado foi entendido no relacionamento de suas partes. Por isso deve-se agir da forma seguinte: • copiar o texto, mas só a frase que vai trabalhar15; • identificar o sujeito e o verbo, e os outros casos, relacionando estreitamente caso e função. Por isso deve-se deixar uma linha em branco e registrar isso nessa linha; • só então traduzir, coerentemente com a análise feita. As palavras estão no vocabulário de mais ou menos 5.000 palavras, que foi preparado para isso. Traduzida essa frase, veremos a seguir propostas de versão, ou de uma frase imitando ou parodiando a que acabamos de traduzir, ou ainda

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Procuramos registrar apenas frases abonadas, isto é, frases de autores gregos ou da tradição grega. Frases pensadas e enunciadas em grego. Isto é extremamente importante: o aluno sente que está penetrando num mundo diferente e que esse mundo o envolve. 15 A transcrição manual é extremamente importante, essencial. Esse primeiro contato concreto com o texto tem um efeito muito importante, não só completando a alfabetização do estudante, mas familiarizando-o com o texto: a partir daí o texto grego não será o estranho com quem se bate ou de quem se foge.

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veremos alguns sintagmas em português, em que veremos as mesmas palavras que acabamos de usar na tradução. Poderá ainda haver uma proposta para manipular, transformar a frase, quer passando-a para o singular ou para o plural, ou ainda mudando-a da voz ativa para a passiva e vice-versa. Esses exercícios complementares, que foram denominados versão e ginástica nas edições anteriores, têm o objetivo de fazer fixar não só os casos da flexão nominal e as desinências da flexão verbal, mas sobretudo fazer fixar um vocabulário básico. Na versão teremos em português todas ou quase todas as frases que foram traduzidas do grego, mas em forma de glosa: muda-se o verbo, mudam-se as relações entre os nomes, muda-se o número. A versão visa a que se vejam as relações da língua a partir do lado do leitor. Na frase expressa em grego, ele tem os casos para os quais precisa encontrar a função; na frase expressa em português, ele deve identificar a função para lhe aplicar o caso correspondente. A versão tem também outra finalidade: fazer a revisão da frase grega que acabou de ser traduzida, para se identificar nela a glosa em português. Isso propicia ver pelo menos duas vezes as palavras empregadas, fixar o significado delas e assim guardá-las mais facilmente na memória. A ginástica, isto é, exercício com os sintagmas, é apresentada em duas partes: • a primeira compõe-se basicamente de sintagmas das relações nominais que se encontram nas frases traduzidas. De novo, somos levados a reler as frases, identificar as palavras e dar-lhes o caso compatível com a função que ele identifica no sintagma. O objetivo dessa ginástica é familiarizar o leitor com o sistema de casos da língua grega e ajudá-lo a identificar sempre a relação funçãocaso / caso- função; • a segunda parte consiste em registrar em grego algumas das frases traduzidas, pedindo ao leitor passá-las para o plural, se estão no singular, e vice-versa; passar para a voz passiva e vice-versa; passar as formas verbais do presente para o imperfeito ou futuro etc. O objetivo dessa ginástica é obrigar o leitor a voltar uma terceira vez para as frases traduzidas, propiciando-lhe novo contato com as palavras e as formas, ajudando-o a adquirir vocabulário e firmeza e consciência no uso das formas nominais.

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B/ Todas as formas do infectum dos verbos são introduzidas nos Textos Gregos II, III e IV, sempre com nomes de temas em vogal. O modelo de tradução é o mesmo, mas, além do acusativo, entram aí todos os verbos, tanto em -v quanto em -mi. Aliás, mostramos que a divisão tradicional em duas categorias de verbos, com desinências diferentes não é verdadeira. A única desinência diferente é a da 1ª pessoa da voz ativa, e isso decorre de fator fonético: os temas em consoante e semivogal têm a desinência -v, e os de temas em vogal têm a desinência -mi. Nesses dois grupos de textos usamos todas as formas do infectum das três vozes e de todos os modos, menos o particípio ativo, por ser um nome de tema em consoante do qual ainda não se viu a flexão. Segue-se o mesmo esquema e traduzem-se as formas verbais depois de identificá-las e analisá-las; mas a tradução parte do texto, isto é, do significado da forma dentro do enunciado. Cada um desses textos vem seguido de uma versão e de ginástica com os mesmos objetivos dos textos I e II. C/ As formas do imperfeito de todos os verbos estão nos Textos III e IV que introduzimos evidentemente depois de explicarmos a construção do passado em grego. Novamente, passamos pela tradução das frases e depois pela versão e ginástica. Nesse ponto o leitor se surpreende e pergunta a razão por que o grego não tem imperfeito do subjuntivo. Com o texto IV, termina o Módulo I do curso. Em geral ele é dado em um semestre. D/ A flexão dos nomes de temas em consoante e semivogal dá início ao Módulo II. Damos o quadro geral das desinências e solicitamos ao leitores o trabalho de acoplar essas desinências aos diversos temas. A primeira dificuldade é encontrar o tema: na maior parte dos nomes, o registro no genitivo singular ajuda a identificá-lo; mas nos temas em -w, -W, -j não. Os Textos Gregos V e VI contêm essencialmente nomes de temas em consoante e semivogal e as formas do infectum dos verbos (presente e imperfeito), em todos os modos.

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Não introduzimos aí o futuro, como fazem as gramáticas, porque o futuro é construído sobre o tema do aoristo. O “ritual” com os Textos Gregos V e VI é o mesmo dos outros: o aluno faz a tradução, depois a versão e ginástica. Os objetivos também são os mesmos. E/ O aoristo vem a seguir nos textos que denominamos Exercícios de aoristo e futuro, que seriam os Textos Gregos VII e VIII. O “ritual” é o mesmo, mas, além da tradução, pede-se que se identifique o tema verbal, para que se acostume com a idéia de que o verdadeiro tema verbal é o aoristo; a seguir pede-se que se construa o infectum a partir do aoristo. Percebe-se então com mais clareza que há uma relação estreita de significante e significado nas formas verbais. Usa-se para isso todo o quadro denominado Formação dos temas do infectum. As diversas formas de aoristo que estão nessa série de frases levam o estudioso a identificar e se familiarizar com todos os aoristos e futuros nas três vozes e em todos os modos. Nunca a partir de paradigmas, mas a partir das frases, que apresentam as formas como elementos semântica e sintaticamente autônomos. Acontece então que, por iniciativa própria, o estudioso apresenta diversas construções do verbo grego, a partir do tema do aoristo! Isto mostra que, afinal, ele está entendendo a estrutura da flexão verbal! F/ O perfeito. Finalmente, temos os Exercícios sobre o tema do perfeito. Inicialmente houve uma introdução, em que ficou demonstrado que o perfeito, por ser um resultado presente de um ato passado, é um estado presente e que, por conseguinte, o perfeito médio-intransitivo teria sido o mais antigo, do qual derivou o passivo e finalmente construiu-se o ativo. São os Textos Gregos IX e X. O estudioso começa por transcrever e traduzir as frases, tendo em vista sobretudo a identificação das formas verbais no perfeito. Ele encontra as várias formas do perfeito, que estão explicadas no manual, e vai tentando traduzir uma a uma essas formas para o português.

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Depois de cada frase vêm a Versão e a Ginástica. Mas, já, junto com o perfeito, estará enfrentando textos de autores, sobretudo de Platão, cuja tradução e leitura são instigantes e gratificantes. É esse o projeto! Foi esse o projeto! Resta ver agora se na teoria ele se justificou. A prática, ao que parece, o aprovou!

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o alfabeto grego

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O alfabeto grego Signo grego

som

a16

AB-b G-g D-d E-e Z-z H-h Y-y I -i K-k L-l M-m N-n J, j O-o P-p R-r S - s, w18 T-t U-u F-f X-x C-c V-v

a b gue d e dz é th i k l m n ks o p r /rh s (ç) t y ph kh ps ó

Denominação lfa b°ta g‹mma d¡lta ¦ cilñn z°ta ·ta y°ta ÞÇta k‹ppa l‹mbda mè nè jÝ ö mikrñn pÝ =ñ sÝgma tau ë cilñn fÝ xÝ cÝ Î m¡ga

álpha béta gáma délta e psilón17 dzéta éta théta ióta kápa lámbda mû nû ksî o mikrón pî rhô sîgma tau y psilon phî khî psî o méga

Exemplos fonéticos altar, fada belo, bolo gato, guerra dado, dedo mesa, medo Zeus (Dzeus/Zdeus) atleta, tese th (ingl. thing) nada Kant, Kent lado, lido mês, mal nada axioma tolo pedra rei, rato (vibrante) sal, ser (sempre ç) tarde hypnose (u francês) fuga kháris psicose hora

16 A

fonte grega utilizada neste livro é a Athenian. não seguimos a denominação tradicional dos grafemas gregos e, o, v, respectivamente êpsilon, ômikron e ômega; preferimos denominá-los pelo que eles são: e psilón, e simples, desguarnecido, o mikrón, o pequeno, curto, breve e o méga, o grande, longo. 18 O s- usa-se no início e no meio das palavras, e -w no final. 17 Nós

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Exercício de leitura e transcrição: Leia com auxílio da transcrição em caracteres latinos as palavras abaixo, todas existentes em português, e a seguir transcreva-as em caracteres gregos; os acentos na transcrição em português são para auxiliar a leitura: o acento circunflexo não indica vogal fechada, que não existe em grego.19 †Omhrow tr‹peza sbestow biblÛon gumn‹sion dhmokratÛa y°atron y¡atron ˆciw öciw éj¤vma ŽjÛvma b¤ow bÛow =inok°rvw =inok¡rvw ”dÆ Äd® xaraktÆr xarakt®r naËw naèw eÈgenÆw eégen®w êggelow ggelow lãrugj l‹rugj kr¤siw krÛsiw ˜moiow ÷moiow Ïmnow ìmnow _ppopÒtamow ßppopñtamow stoikÒw stoikñw diãlogow di‹logow mousikÆ mousik® Spãrth Sp‹rth Ka›sar KaÝsar

Hómeros trápeza ásbestos biblíon gymnásion demokratía théatron ópsis aksíoma bíos rhinokéros oidé/odé kharaktér naûs eugenés ángelos lárynks krísis hómoios hymnos hippopótamos stoikós diálogos mousiké Spárte Kaîsar

filanyrvp¤a filanyrvpÛa drçma drma biograf¤a biografÛa grafÆ graf® g°nesiw g¡nesiw diãgnvsiw di‹gnvsiw labÊrinyow labærinyow metaforã metafor‹ z“on zÒon Ïbriw ìbriw =eËma =eèma cuxÆ cux® »keanÒw Èkeanñw fainÒmenon fainñmenon ploËtow ploètow êgkura gkura Àra Ëra F¤lippow FÛlippow da¤mvn daÛmvn =uymÒw =uymñw m›mow mÝmow énvmal¤a ŽnvmalÛa _ppÒdromow ßppñdromow klinikÒw klinikñw sf›gj sfÝgj ékrÒpoliw Žkrñpoliw

philanthropía drâma biographía graphé génesis diágnosis labyrinthos metaphorá zôion/zôon hybris20 rheûma psykhé okeanós phainómenon ploûtos ánkyra hóra Phílippos daímon rhythmós mîmos anomalía hippódromos klinikós sphînks akrópolis

19 Há

um equívoco quando se fala de vogais fachadas em grego: v / h são vogais longas, articuladas, abertas; mas e /o são breves, simples, soltas não articuladas, e não são necessariamente fechadas. 20 O -y- não comporta acento nas línguas modernas.

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fvsfÒrow fvsfñrow §pitãfiow ¤pit‹fiow =eumatismÒw =eumatismñw profulatikÒw profulatikñw d°rma d¡rma kubernetikÆ kubernetik® lÒgow lñgow kan_n kanÅn k¤nhsiw kÛnhsiw diskobÒlow diskobñlow gevrgikÒw gevrgikñw parãdojow par‹dojow kÊklvc kæklvc paxÊdermow paxædermow sËrigj sèrigj sÊgxronow sægxronow kay°dra kay¡dra boukolikÒw boukolikñw ±x_ ±xÅ ·ppow áppow ¹m_numow õmÅnumow mayhmatikÒw mayhmatikñw tuf_n tufÅn p°ntaylon p¡ntaylon mËyow mèyow éylhtÆw Žylht®w gevmetr¤a gevmetrÛa politikÒw politikñw biblioyÆkh biblioy®kh êtomow tomow Ùbel¤skow ôbelÛskow épolog¤a ŽpologÛa kvmƒd¤a kvmÄdÛa despñthw despÒthw kat‹logow katãlogow fil‹nyrvpow filãnyrvpow must®rion mustÆrion diãlektow di‹lektow …roskÒpow Éroskñpow aÈsthrÒw aésthrñw

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phosphóros epitáphios rheumatismós prophylatikós dérma kybernetiké lógos kanón kínesis diskobólos georgikós parádoksos kyklops pakhydermos syrinks synkhronos kathédra boukolikós ekhó híppos homónymos mathematikós typhón péntathlon mythos athletés geometría politikós bibliothéke átomos obelískos apología komoidía/ komodía despótes katálogos philánthropos mysteríon diálektos horoskópos austerós

polÊglvttow polæglvttow §p¤gramma ¤pÛgramma a_morrag¤a aßmorragÛa YeÒdvrow Yeñdvrow Ípote¤nousa êpoteÛnousa ÉAy_nai ƒAy°nai nÒmow nñmow k¤nhma kÛnhma kvmikÒw kvmikñw kunikÒw kunikñw c¤ttakow cÛttakow duspec¤a duspecÛa fãntasma f‹ntasma k°ntaurow k¡ntaurow fÒrmigj fñrmigj lÆyh l®yh xrusostÒmow xrusostñmow aÂma aåma ˆnoma önoma ¥liow ´liow xrusãnyemon xrus‹nyemon t°tanow t¡tanow èrmon¤a rmonÛa metevrolog¤a metevrologÛa yumÒw yumñw lurikÒw lurikñw ériymhtikÆ Žriymhtik® pÒliw pñliw ékrobãthw Žkrob‹thw éster¤skow ŽsterÛskow éstronom¤a ŽstronomÛa tragƒd¤a tragÄdÛa _larÒw ßlarñw

polyglottos epígramma haimorragía Theódoros hypoteínousa Athénai nómos kínema komikós kynikós psíttakos dyspepsía phántasma kéntauros phórminks léthe krysostómos haîma ónoma hélios khrysánthemon tétanos harmonía meteorología thymós lyrikós arithmetiké pólis akrobátes asterískos astronomía tragoidía /tragodía hilarós

yÅraj y_raj dÛskow d¤skow ceudÅnumow ceud_numow kataklusmñw kataklusmÒw aÈtÒxyvn aétñxyvn strathgÒw strathgñw ÍpokritÆw êpokrit®w

thóraks dískos pseudónymos kataklysmós autókhthon strategós hypokrités

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lejikñn lejikÒn tojikñw tojikÒw seismñw seismÒw fr‹siw frãsiw dñgma dÒgma Pl‹tvn Plãtvn Dhmosy¡nhw Dhmosy°nhw Diog¡nhw Diog°nhw Puyagñraw PuyagÒraw LevnÛdaw Levn¤daw PrÛamow Pr¤amow Milti‹dhw Miltiãdhw ƒAgam¡mnvn ÉAgam°mnvn XenofÅn Jenof_n Zeèw ZeËw „Erm°w ÑErm_w ƒApñllvn ÉApÒllvn †Hra ÜHra ƒEstÛa ÉEst¤a …Artemiw ÖArtemiw KliÅ Kli_ OéranÛa OÈran¤a Tercixñrh TercixÒrh YalÛa Yal¤a PolumnÛa Polumn¤a

leksikón toksikós seismós phrásis dógma Pláton Demosthénes Diogénes Pythagóras Leonídas Príamos Miltiádes Agamêmnon Ksenophón Zeûs Hermés Apóllon Héra Estía Ártemis Klió Ouranía Terpsikhóre Thalía Polymnía

b‹rbarow bãrbarow yrñnow yrÒnow prñblhma prÒblhma ôbolñw ÙbolÒw Perikl°w Perikl_w Svkr‹thw Svkrãthw Al¡jandrow Al°jandrow EéklÛdhw EÈkl¤dhw ƒArxim®dhw ÉArximÆdhw ƒAxilleæw ÉAxilleÊw ƒAristot¡lhw ÉAristot°lhw ƒOdusseæw ÉOdusseÊw Sofokl°w Sofokl_w ƒAristof‹nhw ÉAristofãnhw PoseidÇn Poseid«n …Arhw ÖArhw †Hfaistow ÜHfaistow Dhm®thr DhmÆthr ƒAfrodÛth ÉAfrod¤th ƒAy®na ÉAyÆna Melpom¡nh Melpom°nh Eét¡rph EÈt°rph KalliÅph Kalli_ph ƒEratÅ ÉErat_

bárbaros thrónos próblema obolós Periklés Sokrátes Aléksandros Euklídes Arkhimédes Akhilleús Aristotéles Odysseús Sophoklés Aristophánes Poseidón Áres Héfaistos Deméter Aphrodíte Athéna Melpoméne Eutérpe Kalliópe Erató

ZEUS ERMHS APOLLVN HRA AFRODITH AYHNA MELPOMENH EUTERPH KALLIVPH ERATV ERATV

ZEUS HERMES APOLLON HERA APHRODITE ATHENA MELPOMENE EUTERPE KALLIOPE ERATO

POSEIDVN POSEIDVN ARHS ARHS HFAISTOS HFAISTOS DHMHTHR DHMHTHR ARTEMIS ARTEMIS KLIV KLIV OURANIA OURANIA TERCIXORH YALIA YALIA POLUMNIA POLUMNIA

POSEIDON ARES HEPHAISTOS DEMETER ARTEMIS KLIO OURANIA TERPSIKHORE THALIA POLYMNIA

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Normas de transliteração Para comodidade do aluno, transcrevemos a seguir as Normas de transliteração de palavras do grego antigo para o alfabeto latino acordadas pela Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, com algumas discordâncias de nossa parte, expressas nas Observações. Signo grego

Denominação

Exemplos

lfa - alfa ióta suscrito

A, a ai

Žg‹ph - agápe ›dv/idv - ádo / áido

B, b G, g

b°ta - beta g‹mma - gama

B, b G, g

b‹rbarow - bárbaros gevrgñw - georgós

gg gk

gama nasal

ng nk

ggelow - ángelos ögkow - ónkos

nks nkh

s‹lpigj - sálpinks gxein - ánkhein

gj gx D, d E, e

d¡lta - delta ¦ cilñn - e psilón

D, d E, e

dÛkh - díke eàdvlon - êidolon

Z, z H, h

z°ta - dzéta/ zéta ·ta - éta

Z, z E, e

z®thsiw - zétesis ´liow - hélios

Hi, ú Y, y

ióta suscrito y°ta - théta

I, i K, k

ÞÇta - ióta k‹ppa - kápa

I, i k

Þd¡a - idéa kakñn - kakón

L, l M, m

l‹mbda - lámbda mè - mü / my

L, l M, m

l¡vn - léon marturÛa - martyría

N, n J, j

nè - nü / ny jÝ - ksi

N, n Ks, Ks

nñmow - nómos julñn - ksylón

O, o P, p

ö mikrñn - o mikrón pÝ - pi

O, o P, p

ôlÛgow - olígos potamñw - potamós

„R-, =-r-

=Ç - rhô (inicial) rÇ - rô (interno)

Rh, rh R, r

=uymñw - rhythmós Žriymñw - arithmós

sÝgma - sîgma taæ - tau

S, s T, t

SfÝgj - Sphînks taèrow - taûros

S, -s-, -w T, t

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Signo latino

A, a Ai, &

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ei cux» / cux°i - psykhé / psykhéi Th, th yeñw - theós

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U, u au

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ï cilñn - y psilón

Ü, ü au

læra - lyra / lüra aég® - augé

eu hu

eu eu

eéagg¡lion - euangélion héj‹mhn - euksámen

ou ui

ou ui

ploètow - ploûtos ußñw - huiós

F, f X, x

fÝ - phi xÝ - khi

Ph, ph Kh, kh

f‹rmakon - phármakon x‹riw - kháris

C, c V, v

cÝ - psi v m°ga - o mega

Ps, ps O, o

cux® - psykhé Èmñw - omós

Vi, Ä

ióta suscrito

oi

espírito brando espírito rude

-.h

tragÄdÛa - tragoidía/ tragvidÛa - tragoidía

ƒ „

ôrg® - orgé ßstorÛa - historía

Mantêm-se os acentos agudo, grave e circunflexo na forma e nos locais em que se encontram em grego, mas, respeitando-se a acentuação diacrítica do português. Por exemplo, os nomes gregos z°ta, ·ta, y°ta levam acento circunflexo em grego não por terem vogais fechadas, mas por serem longas (abertas). Acentuá-las com circumflexo em português induziria o leitor de língua portuguesa a pronunciá-las fechadas. Seria um erro. Por isso empregamos o acento agudo. Não é o caso de S, sÝgma, sîgma, que poderá receber o circumflexo no -i-, e de ploètow, ploûtos, sem transtornos para a leitura. Exemplo: tÒ tñjÄ önoma bÛow, ¦rgon d¢ y‹natow tôi tóksoi ónoma bíos érgon dè thánatos Ao arco o nome é vida, a obra, morte (Heráclito) Observações: l. O leitor deve ter notado que, na transcrição para caracteres latinos, há, no português e no latim, um deslocamento da vogal tônica: a) nas palavras gregas oxítonas de mais de duas sílabas, como, metafor‹ a transcrição para o português se faz para “metáfora”, proparoxítona; b) nas palavras gregas oxítonas de duas sílabas, como “Ód®”, a transcrição para o português se faz para “ode”, paroxítona;

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c) nas palavras gregas proparoxítonas de três sílabas com a penúltima longa, ŽjÛvma, a transcrição para o português se faz para “axioma”, paroxítona e as com a penúltima breve metafor‹ se faz para proparoxítona. A explicação está na prosódia latina, intermediária entre o grego e o português, porque: • O latim não tem acentos. • O latim não tem oxítonas; por isso desloca a tônica das oxítonas gregas de três sílabas para proparoxítonas: é o caso de metafor‹ > metáfora; e das oxítonas gregas de duas sílabas para paroxítonas: é o caso de: Ód® > ode; • Nas palavras latinas de mais de duas sílabas, a posição da tônica é determinada pela quantidade da penúltima sílaba: se a penúltima é longa, a palavra é paroxítona, ŽjÛvma (penúltima longa) > axioma; se é breve, a palavra é proparoxítona: Žkrñpoliw (penúltima breve) > acrópole. 2. Particularidades da sonoridade e representação gráfica das letras gregas: a) O som do G, g, gáma, se produz no pálato, isto é o céu, ou véu da boca; por isso ora é denominado gutural, ora palatal ora velar. Os lingüistas preferem denominá-lo “velar”; nós o denominaremos palatal ou velar. A dificuldade está em lê-lo corretamente na transcrição de g¡now, gÛgnomai, isto é, seguido de -e- e -i-. Genos soa “guenos” e gígnomai soa “guígnomai”. b) A seqüência de um gama velar e uma outra consoante velar, sem vogal intermediária, leva necessariamente a primeira velar a sair pelas fossas nasais. Daí a existência do “g” nasal. c) A transcrição do J, j , ksi, deve ser exatamente k + s, que é seu verdadeiro som: a transcrição por “x”, dadas as várias pronúncias do x em português, leva a pronúncias equivocadas. d) Ultimamente os editores dos textos gregos preferem o iota adscrito, e por isso é pronunciado; os textos mais antigos, antes dos anos 50, trazem o iota suscrito, não pronunciado. Pura convenção. e) É preferível a transcrição do u em “y” e não em “u”, porque este y chamado “y grego” evoluiu para “i” em grego. f) O ditongo "ou é apenas formal; não se lê como ditongo, o que é muito incômodo; lê-se como um “u” longo (-ou- francês).

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o alfabeto alguns dados grego de fonética aplicada

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Alguns dados de fonética aplicada Considerações gerais

No curso deste trabalho, ao tomar contato com as flexões nominal e verbal, o leitor verá repetidas vezes referências a alterações fonéticas que as formas nominais e verbais sofrerão. Verá também que essas alterações ou acidentes fonéticos serão apresentados como normais, como se o autor supusesse que o leitor conhecesse fonética grega. Esse comportamento pode ser explicado pela experiência que o autor adquiriu na sala de aula. Ao apresentar o sistema das “declinações” e “conjugações” da língua grega, o autor constatou que estaria repetindo as lições multisseculares de latim e grego, em que se apresentam os esquemas numa certa ordem e o aluno decora um a um os paradigmas (declinações e conjugações) de flexão nominal e verbal, independentes um do outro. E, ao notar que há “quebras” na sucessão das desinências, a gramática e o professor afirmam que é uma regra da língua e que se deve aprender assim. Os alunos mais curiosos e teimosos iam procurar o porquê, isto é, as explicações, nos tratados de fonética histórica ou de morfologia histórica, que são recentes. Mas, ao estudar durante anos a fio a língua grega e também durante anos a ensinar (o que é a mesma coisa que aprender), tentamos nos colocar do outro lado da sala, isto é, do ponto de vista do aluno, e percebemos que devíamos explicar-lhe que uma língua é um conjunto de sinais que têm a finalidade de comunicar, que uma língua é um idioma, isto é, a identificação cultural de um povo e que, por isso mesmo, ela é um todo sólido, concreto, orgânico, lógico, coerente, que o falante adquire, conserva e vigia, porque é o elemento de sua identificação dentro do grupo, e que qualquer alteração, qualquer atentado que ela sofre, imediatamente é sentido e expulso como um elemento perturbador. Nós sentimos isso na língua grega, que é a língua de uma civilização extraordinária, toda ela construída na oralidade. Toda a tradição cul-

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alguns dados de fonética aplicada

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tural grega foi transmitida oralmente, desde a tradição oral anterior aos poemas homéricos, os próprios poemas homéricos, as obras de Hesíodo, a introdução do alfabeto (séc. VIII e VII a.C.) e os líricos, para não ultrapassarmos o século VI a.C. Mas, mesmo depois da introdução do alfabeto, os meios de transmissão da palavra escrita eram extremamente raros e caros. A oralidade e a memória eram as grandes “armas” para a transmissão e conservação do conhecimento. É o que vemos na língua grega: uma língua só, com variantes locais, mas que todos os gregos entendiam, durante os Jogos Olímpicos, por exemplo. É essa língua que o menino ateniense vai aprender ao decorar passagens de Homero, Hesíodo e dos líricos na casa do mestre, segundo diz Protágoras (Platão, Protágoras, 325c6-326c6). E quando, depois de saber de cor esses poemas, aprender a cantá-los ao som da lira ou da cítara, o menino vai para o mestre de ginástica, ele não é um menino só ateniense, circunscrito ao ambiente familiar, ele é um menino grego. E é esse o sentimento que o acompanha a vida toda. Essa transformação, essa inserção do menino, do efebo, e depois do adulto, na nação grega, foi feita pela língua grega. Pois bem, acreditando nessa coerência lingüística, nós começamos a passar aos alunos uma nova visão da língua grega. Constatamos que o sistema de flexão da língua grega é simples, orgânico e lógico. A flexão (nominal ou verbal) se constrói sobre uma parte fixa, que vamos chamar de tema, e outra parte variável, que vamos chamar de desinências21. Nós não vamos usar as expressões “declinação” nem “conjugação”, porque não vamos adotar a idéia de que existe um caso “reto” (que seria o nominativo) e outros oblíquos. Não há um caso reto, e por isso não há casos oblíquos. Os nomes se compõem de duas partes: de um tema, que é a sede do significado, em que o nome está em estado virtual, isto é, sem função,

21 Para

Aristóteles, todas as "quebras" no final das palavras são ptÅseiw, que os gramáticos latinos traduziram por "casus". Mas a tradição da gramática ocidental reservou a palavra "caso" para a flexão nominal, com certa ampliação do significado no sistema das "declinações".

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até que receba uma ptÇsiw, isto é, um “casus”, uma desinência, que lhe dá essa função dentro do enunciado. A flexão dos nomes é simples: consiste na identificação desse tema e na aplicação das desinências que correspondam à função que o nome exercerá no enunciado. Veremos isso na Flexão nominal. A flexão verbal segue o mesmo modelo: haverá um tema, sede do significado virtual, e o sistema de desinências (são poucas) que darão ao tema a pessoa, a voz (sujeito agente ou paciente), o número (se é singular, dual ou plural) e o modo. Veremos isso na Flexão verbal. Tanto a flexão nominal quanto a flexão verbal são absolutamente regulares, normais. Bastaria, então, conhecer as ptÅseiw/casus/desinências nominais e verbais (que são muito poucas) e aplicá-las aos temas nominais ou verbais. Há, contudo, um elemento complicador: a transformação fonética que a língua grega sofreu no correr dos séculos. Não vamos falar aqui de sua derivação de um tronco indo-europeu e suas opções fonéticas; vamos falar nas modificações internas da língua grega e sobretudo dos problemas fonéticos que surgiram na aplicação dessas ptÅseiw/casus/desinências que são vocálicas, semivocálicas ou consonânticas, a temas também vocálicos, semivocálicos e consonânticos. O encontro, por exemplo, de um tema vocálico com uma desinência vocálica recebe tratamentos diversos segundo os dialetos. O jônico, o dórico e o eólico, por exemplo, admitem hiatos; o ático, no entanto, opta pela contração. Também os encontros entre temas consonânticos com desinências consonânticas apresentam problemas: ou as consoantes se acomodam, assimilam, dissimilam, ou sofrem síncope dependendo das condições, ou vão buscar uma vogal para ajudar a pronunciar os encontros consonânticos difíceis. Essa vogal se chama vogal de ligação ou vogal de apoio. Mas precisamos ter em mente que o que preside às modificações em todas as línguas, e a língua grega não é exceção, são dois princípios, contraditórios mas harmônicos: de um lado o princípio da facilidade, que poderíamos chamar de praticidade, acomodação ou mesmo preguiça, que os filólogos acordaram em denominar lei do menor esforço e, de outro lado, o significado da forma, a semântica, isto é, o fundamento do exercício da língua, que é a comunicação.

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Todo e qualquer ser humano, que usa da fala, quer comunicar alguma coisa, e da maneira mais clara e prática possível. Esse princípio é ainda mais fundamental na transmissão oral: a relação entre o emissor e receptor da mensagem é momentânea, fugaz; então a maior brevidade e clareza são indispensáveis. É evidente que o código dos dois (emissor/ receptor) deve ser o mesmo, e bem conhecido. Vemos, então, que clareza (significado) e praticidade (lei do menor esforço) se vigiam mutuamente. As transformações e simplificações só se admitem quando não descaracterizam as formas e a mensagem. Teremos ocasião de repetir isso inúmeras vezes no curso da apresentação das flexões. Mas esses comentários, repetidos, exageradamente, propositadamente repetidos, estão dispersos. Vamos agora agrupá-los num espaço apropriado, para que o leitor tenha sempre onde buscar uma explicação, uma referência. Finalmente, nós não nos incomodamos em usar uma terminologia técnica ortodoxa. Não tivemos a intenção de fazer tratado de fonética ou fonologia. Respeitamos a nomenclatura tradicional na medida em que ela é significante, mas usamos do vocabulário do cotidiano para mostrar que essas modificações fonéticas são absolutamente normais, fisiológicas, concretas. Elas acontecem no aparelho fonador, isto é, na boca, laringe, fossas nasais, pulmões etc. A experiência na sala de aula nos mostrou que os alunos não só aceitam essas explicações, mas não querem outras. Por isso vamos, neste capítulo, apresentar foneticamente a língua grega. Vamos, a seguir, estudar todos os elementos (stoix¡a) do alfabeto grego, primeiro individualmente quanto à pronúncia e depois nas suas combinações entre si, nos seus diversos encontros: vogal com vogal; consoante com vogal; soante com vogal, soante com soante, consoante com consoante. Esses encontros às vezes apresentam certas dificuldades que as gramáticas tentam resolver enquandrando-as nas “leis fonéticas” que apresentam, mas não comentam. Faremos algo parecido, mas insistiremos, como estamos fazendo em todo este trabalho, em não abusar do vocabulário “técnico”, preferindo o uso de expressões do cotidiano, e procuraremos mostrar sempre que

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esses fenômenos são naturais; acontecem e são produzidos na boca, que chamamos aparelho fonador, acima mencionado. É preciso ter em conta que a língua grega foi transmitida por via oral. Não havia outro registro. A escrita entrou tardiamente, quando já havia uma larga tradição cultural e literária. Então, essas modificações fonéticas que constatamos foram aceitas e transmitidas “porque” ou “quando” não causavam dano à mensagem, isto é, ao conteúdo da mensagem, e sobretudo não causavam dano à integridade da língua grega, que era o fator de unificação daquele povo.

As vogais As vogais são modificações do som glotal, que é produzido pelas cordas vocais superiores ou inferiores, com o sopro mais ou menos forte que vem dos pulmões. Essas cordas vocais, obedecendo à vontade, ora se aproximam, ora se afastam; se se aproximam, comprimem o ar e produzem um som que se pode chamar de som glotal; se se afastam, o ar sai livre sem ser modificado e não produz som. A esse som glotal, produzido pelas cordas vocais, chamamos vogais. Como diz Aristóteles (Poética, 1456b): ¤sti tò fvn°en m¢n neu prosbol°w ¦xon fvn¯n Žkoust®n... “a vogal é o que tem um som audível sem aplicação” (sem articulação, isto é, sem aplicação da língua ou dos lábios). Conforme é a abertura ou o fechamento do aparelho fonador (boca), no sentido vertical ou horizontal, é produzido esse ou aquele timbre da vogal. Os timbres extremos das vogais gregas são: a, da abertura máxima e u, i, mínima, próxima à glote. O -i- é a vogal mais fraca; é a última das vogais. Da posição máxima do a, posição anterior, da frente, até a mínima, posterior de u, i, há uma progressão de fechamento das vogais: as variantes do som o velares, redondas, e as variantes do som e glotais laterais (palatais). Além de diferença de timbre, o grego reconhecia uma diferença de duração nas vogais: uma vogal longa tinha a duração de duas breves.

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Essa duração de tempo era também sentida como um desdobramento do tom: uma elevação da voz na primeira metade da vogal (ársis) e uma posição (thésis). Nós, que falamos as línguas ocidentais, não temos mais ouvido para sentir essas mudanças de tonalidade, e por isso mesmo somos incapazes de produzi-las. Os timbres e e o têm grafias diferentes para longa e breve: e/h; o/v; os outros a, u, i, não; os gramáticos as chamam de dÛxrona, “de dois tempos”, ou ŽmfÛbola, “ambíguas”, e para serem reconhecidas graficamente eram marcadas pelos sinais: m‹kron longo -, e br‹xia, breve ­, curto. Os fonemas vocálicos em grego são 12: a /a, e / e/ h, o /o /v, i / i, u /u.22 Além disso eles podem ser aspirados 23 ou não. A marcação da aspiração das vogais iniciais das palavras teve altos e baixos. Com a adoção do alfabeto jônico pelo ático empregava-se a letra H para indicar o pneèma dasæ, spiritus asper, espírito rude, “sopro forte”, para marcar a aspiração. Posteriormente os gramáticos alexandrinos passaram a usar a metade esquerda do H, que foi se simplificando até ser representado por um sinal que se assemelha ao nosso apóstrofo, que usamos para marcar elisão, mas em sentido esquerda/direita. E por uma espécie de “isonomia” passaram a marcar também, com a outra metade do H, a ausência de aspiração, ou pneèma cilñn, spiritus lenis, espírito leve, suave, doce. A representação gráfica das vogais foi tirada do alfabeto fenício, do nome de alguns sons de consoante, ausentes no grego: aleph > A, het > H, yod > I, ayin > O, waw > Y. No início, havia só uma letra para o som e. Foi em Mileto que começou o uso do H para o e longo, aberto, e depois, por analogia, criou-se V para o longo, aberto. 22 Devemos

considerar os timbres do a longo e breve; do e breve e longo ei; do o breve e longo ou; do i breve e longo e do u breve e longo com diferenças de timbre imperceptíveis para nós. 23 O termo aspirado se presta a confusão, porque o ato de aspirar é chupar o ar. O termo gramatical vem do latim ad spiratum, isto é soprado para (em cima) de spiritus, sopro. Então teremos vogais e consoantes aspiradas, isto é, sopradas, acompanhadas de uma lufada de ar. Todas as vogais podem ser sopradas e as consoantes oclusivas surdas (mudas), p, k, t.

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Os ditongos Segundo A.C. Juret, “o ditongo é um timbre em movimento”. É uma espécie de deslocamento do som vocálico de uma posição de abertura, para a de fechamento; o ponto extremo do ditongo é a posição u/i, que são chamadas semivogais. Por isso se diz que o ditongo são dois sons pronunciados em uma só emissão de voz. Na composição do ditongo a vogal é protática e a semivogal é hipotática24. São basicamente 12, assim definidos pelos gramáticos antigos: 1. difyñggoi katŒ krsin - “ditongos por fusão” (uma só emissão de voz); por isso são chamados kæriai, principais, e são: au, eu, ou, ai, ei, oi (o u soa “u” em au, eu, ou). O ditongo “ou” soa “u”; em português: au, eu, ou (u), ai, ei, oi. 2. difyñggoi katŒ di¡jodon - “ditongos pela saída”, porque a vogal protática sendo longa, a voz permanece mais tempo sobre ela e só no fim (saída) é que vai para a hipotática, e são: hu, vu, ui (u longo). Para os gramáticos, esses ditongos são kakñfvnoi, cacófonos, e os primeiros “katŒ krsin” são eëfvnoi, êufonos. 3. difyñggoi katƒ ¤pikr‹teian - ditongos por dominação, porque “prevalece o som de uma vogal só, a que se ouve”. São: hi, vi, ai (a longo). O enfraquecimento do -i- desses ditongos já é completo desde o IV séc. a.C. e passou a ser subscrito a partir do séc. XII: o -hi- se tornou e aberto25; o vi se tornou ó aberto (desde 150 a.C.); o ai se tornou a longo (desde 100 a.C.).

24 O

verdadeiro ditongo começa com vogal e termina na semivogal (i/u); é o que alguns chamam de "ditongo decrescente"; o chamado "ditongo crescente", isto é, semivogal seguida de vogal é um hiato, e não ditongo. 25 No dialeto ático já se pronunciava e se escrevia “-ei” no séc. V. A maioria dos escritores dessa época escreve assim.

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As edições recentes dos textos gregos restabeleceram a grafia antiga, com o -i- adscrito e não subscrito, e nas salas de aula voltou a pronúncia cacofônica.

Alternância vocálica Chama-se alternância vocálica (metafonia/apofonia) a alteração do timbre vocálico que se verifica no corpo de uma palavra, em suas diversas partes (raiz/tema, sufixos, desinências), ligada aos diversos aspectos do significado que ela assume. Essas alterações nunca acontecem juntas, isto é, presas a um paradigma. Elas são sempre isoladas e na maior parte das vezes acontecem na raiz ou no tema (radical). Essa alternância não é exclusiva da língua grega. Muitas línguas antigas e mesmo as modernas as têm. Assim, em português, o verbo fazer sofre alternância vocálica em faço, fazemos, fiz, fez, feito. A alternãncia pode ser qualitativa (variação do timbre), como fiz/ fez/faço; e quantitativa (variação da duração - longas/breves), como em fez/feito, em português.

1. Alternância qualitativa: Em grego temos três graus de alternância vocálica, na alternância qualitativa; é o que se chama de vocalismo; • vocalismo o (grau fraco); • vocalismo e (grau forte), e • vocalismo zero (reduzido), corresponde à ausência de vogal. Assim os diversos -gn-/gen-/gongÛ-gn-o-mai ¤-gen-ñ-mhn g¡-gon-a leip-/lip-/loipleÛp-v ¤-lip-o-n l¡-loip-a

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temas dos verbos: tornar-se, vir a ser eu me torno, venho a ser eu me tornei, aconteci eu me tornei, nasci, sou deixar, abandonar eu deixo, abandono eu deixei, deixo eu deixei

(presente, infectum) (aoristo) (perfeito) (presente, infectum) (aoristo) (perfeito)

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Alternância também na flexão dos nomes: T. - p‹tr- / p‹tertoè patr-ñw - do pai (gen.) tòn pat¡r-a - o pai (acus.) T. - genestò g¡now - a raça (nom. voc. acus.) toè g¡nes-ow > g¡neow > g¡nouw - da raça (gen.) T. - nyrvpoõ nyrvpo-w - o homem (nom.) Î nyrvpe - ó homem (voc.)

2. Alternância quantitativa: É a alternância de duração (quantidade da vogal: longa/breve): fhmÜ/ fam¢n digo / dizemos tÛ-yh-mi / tÛ-ye-men coloco / colocamos dÛ-dv-mi / dÛ-do-men dou / damos

3. Observação: Na flexão nominal dos nomes e adjetivos de tema em soante / líqüida, há uma falsa alternância vocálica; nos temas masculinos e femininos em vogal breve, essa vogal se alonga no nominativo singular e permanece breve nos outros casos. É um fato normal, porque no nominativo masculino e feminino o alongamento se faz compensando a apócope do sigma, marca do nominativo dos seres animados, sobretudo dos masculinos. Não se trata pois de alternância vocálica. T. =°tor T. daÝmon T. poim¡n

N. =®tvr N. daÛmvn N. poim®n

o orador; o nume; o pastor;

Mas, quando o tema é longo, não há alternância vocálica; T. ŽgÅn N. ŽgÅn a luta.

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Vogal de ligação ou de apoio É um recurso de que lançam mão todas as línguas, e não só a grega, para desfazer encontros consonânticos difíceis e que não devem se confundir, fundir ou assimilar, para não descaracterizar a palavra. A vogal de ligação isola as duas consoantes e facilita a pronúncia. O -a- epentético que as raizes e temas trilíteres desenvolvem antes da líqüida (visto acima) é um exemplo disso. T. stl ¤-st‹l-h-n eu fui enviado T. fyr ¤-fy‹r-h-n eu fui destruído T. Žnr Žnr-sin > Žn-d-r-sin > Žndr‹-sin aos homens26 As vogais de ligação básicas do grego são: e /o e às vezes -h- (no latim são i/u e e antes do -r). É importante lembrar que as vogais de ligação ou de apoio não fazem parte do corpo da palavra, como as vogais temáticas. Elas são meros recursos fônicos de que a língua oral faz uso sempre e na medida em que precisa delas. Elas também não são elementos da flexão; não são desinências nem sufixos que, no sistema verbal, indicam a relação da pessoa gramatical com o verbo, ao indicarem o singular/plural, a voz (ativa/média/passiva) e o modo. Por exemplo, nos verbos de tema em consoante ou semivogal (chamados verbos em -v), a vogal de ligação se faz presente em todo o infectum-inacabado porque as desinências são consonânticas ou em soante (semivogal)27; e, por analogia, também no futuro ativo e médio por causa da introdução da marca do futuro -s-. f¡r-o-men nós portamos ¤-f¡r-e-te vós portáveis f¡r-o-i-e-n eles portassem, portariam læs-o-men nós desligaremos læs-e-sye vós desligareis para vós 26 Nesse

caso, o que vemos é uma consoante de ligação. O -d- se desenvolve naturalmente entre o ponto de articulação do -n- e do -r-. O castelhano e o francês também desenvolvem um d epentético na flexão verbal: je viendrais < venirais; yo viendria < veniria. 27 As semivocálicas são sentidas como consonânticas.

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Mas no aoristo ativo e médio, a vocalização da desinência -n, (-s-n > sa), no perfeito ativo (-k-n > ka), dispensa a vogal de ligação. ¤-lus-n > ¦-lu-sa eu desliguei, eu desligo ¤-læ-sa-men nós desligamos ¤-lu-s‹-meya nós desligamos para nós l¡-lu-kn > l¡-luka eu completei o ato de desligar, eu desliguei le-læ-ka-men nós completamos o ato de desligar, desligamos Na característica do aoristo passivo (-h-/yh-), a presença da vogal também dispensa a vogal de ligação: ¤-dñ-yh-sye vós fostes dados, sois dados ¤-st‹l-h-men nós fomos enviados, somos enviados Mas, nas formas do perfeito contro entre as consoantes: p¡-prag-tai > p¡-prak-tai t¡-trib-sai > t¡-tricai pe-peÛy-meya > pe-peÛs-meya

médio-passivas, a língua prefere o enele foi feito, está feito tu foste esmagado, estás esmagado nós fomos convencidos, estamos convencidos

Mas, na 3a pessoa do plural: p¡-prag-ntai > pepr‹g-a-tai, eles foram, estão feitos; o -n- interconsonântico se vocaliza em -a-. Essa é a opção que encontramos nos líricos e em Heródoto; o dialeto ático construiu uma forma analítica, em lugar de vocalizar o -ninterconsonântico: pe-prag-m¡noi, ai, a eÞsin eles foram, estão feitos Veremos isso com mais detalhes quando tratarmos da flexão verbal.

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Encontro de vogais O encontro de vogais é chamado hiato, isto é, vácuo, vazio; para todos os gramáticos o hiato é uma cacofonia e a tendência geral é eliminá-lo. Essa é a tendência no dialeto ático; nos dialetos jônico, dórico e eólico o hiato permanece. 28 No grego ático há três maneiras de eliminar um hiato: a) pela elisão da vogal anterior; um sinal ƒ apóstrofo, no lugar da vogal elidida, registra o fato; b) pela crase (fusão) de duas vogais entre duas palavras diferentes (entre a última da anterior e a primeira da seguinte; é indicada por um sinal ƒ igual ao apóstrofo, colocado sobre a vogal resultante da fusão, chamado de coronis/corônide. c) pela contração, que é a redução do hiato que se encontra no meio da palavra.

Elisão: (¦kyliciw)

Na seqüência de duas palavras: a anterior terminando em vogal e a seguinte começando por vogal, pode-se dar uma elisão, que é a apócope (corte) da vogal final da palavra anterior. Nesse caso essa apócope é marcada pelo apóstrofo. 1. Em geral a vogal elidida é uma breve; raramente um ditongo, e o -u- jamais se elide. ŽllŒ ¤gÅ > Žllƒ ¤gÅ mas eu Žpò ¤moè > Žpƒ ¤moè de mim, a partir de mim 2. Pode acontecer uma elisão invertida: em lugar de elidir a vogal final da palavra anterior elide-se a vogal inicial da seguinte. Esse processo se chama aférese (ŽfaÛresiw), isto é, retirada. É rara e em geral só se usa na poesia e nos diálogos. Î naj > Î ƒnaj ó senhor, ó chefe Î Žgay¡ > Î ƒ gay¡ ó meu caro (bom) ŽgorŒ ¤n ƒAy®naiw > ŽgorŒ ƒn ƒAy®naiw mercado em Atenas

28 A

conservação ou não do hiato é uma questão de “idiotismos”. Podemos estabelecer um paralelo: o dialeto ático tende a reduzir os hiatos, como o português; o dialeto jônico não se incomoda tanto com os hiatos, como o castelhano.

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3. Pode acontecer que haja mais de uma elisão. Também é um caso raro: só na poesia ( por necessidades métricas) e nos diálogos rápidos, sobretudo em Aristófanes. poè ¤sti õ Ploètow > poè ƒ syƒ õ Ploètow; onde está Plutos? µ ¤pÜ ŽspÛdvn > µ ƒpƒ ŽspÛdvn ou sobre os escudos 4. Pode acontecer, raramente também, a elisão de um ditongo (também nos mesmos casos dos anteriores; poesia e diálogos). boælomai ¤gÅ > boælomƒ ¤gÅ sou eu que quero 5. Quando a palavra seguinte começa por vogal aspirada e a consoante anterior da vogal elidida for uma oclusiva, essa oclusiva, em contato com a vogal aspirada, se torna aspirada: Žpò ²mÇn > Žpƒ ²mÇn > Žfƒ ²mÇn de nós, a partir de nós metŒ ²mÇn > metƒ ²mÇn > meyƒ ²mÇn conosco nækta ÷lhn > næktƒ ÷lhn > nækyƒ ÷lhn a noite inteira 6. A conjunção ÷ti e as preposições perÛ e prñ nunca sofrem elisão, mas prñ + e sofre contração prñu

Crase (fusão): (krsiw)

É um processo semelhante ao da elisão; na seqüência de duas palavras, a anterior terminada em vogal e a seguinte iniciada por vogal, a última vogal da palavra anterior se funde com a primeira vogal da palavra seguinte, formando uma unidade fônica (uma longa ou um ditongo). A crase (krsiw - mistura, fusão) é marcada por um sinal semelhante ao apóstro sobre a vogal resultante da fusão. Esse sinal se chama coronis, ou corônide (korvnÛw - ganchinho). kaÜ ¤gÅ > kŽgÅ e eu (por minha vez) ¤gÆ oämai > ¤gÙmai quanto a mim, eu acho ¤gÆ oäda > ¤gÙda eu sei toè Žndrñw > tŽndrñw do homem, do marido kalòw kaÜ Žgayñw > kalòw kŽgayñw belo e bom tŒ aét‹ > tŽut‹ as mesmas coisas õ Žn®r > õn®r* o homem, o marido kaÜ õ > xÈ e ele kaÜ êpñ > xépñ e sob (por) tò ßm‹tion > yoÞm‹tion a veste, o manto * não há lugar para a corônide; o espírito rude ocupa o lugar dela.

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O -i- do primeiro elemento sofre síncope, o do segundo permanece, subscrito (ultimamente se usa adscrito), no caso de vogal longa. No caso acima ele é adscrito (forma ditongo). A crase se usa regularmente para reunir uma palavra pouco importante a uma outra com a qual ela faz uma unidade semântica. A palavra resultante tem um acento só: o do segundo elemento Pode-se ver que a crase é um recurso que facilita a métrica.

Eufonia Quando, para a harmonia e o fluxo da frase, não há interesse nem em elisão nem em crase na seqüência de uma palavra terminada em vogal e outra iniciada por vogal, usa-se um -n eufônico no final da palavra anterior para evitar o hiato e por isso a elisão ou crase. Isso acontece com freqüência: • na 3 a pessoa do singular e plural dos verbos: ¤sti / ¤stin é eÞsi / eÞsin são ¦krine / ¤krinen ele julgava • no dativo, locativo e instrumental plural dos nomes em consoante ou semivogal: sÅmasi / sÅmasin aos corpos, pelos corpos Þsxæsi / Þsxæsin às forças, pelas forças eàkosi / eàkosin vinte Diante de pontuação e em fim de frase usa-se o -n (para proteger a vogal). É importante lembrar que esse -n não faz parte da desinência. Há outros casos de consoantes eufônicas: oìtvw assim, dessa maneira diante de vogal oìtv diante de consoante oé não diante de consoante surda ou sonora oéx diante de consoante ou vogal aspirada oék diante de vogal não aspirada ¤k de dentro de diante de consoante ¤j diante de vogal

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Contração Na flexão verbal e nominal, quando um tema vocálico se encontra com uma vogal de ligação, formando um hiato, no dialeto ático esse hiato é eliminado pela contração; no jônico não. A contração se faz da maneira seguinte: 1. a contração de duas vogais breves resulta numa longa; 2. uma vogal longa absorve a breve e o resultado é uma longa; 3. quando duas vogais longas se seguem, abrevia-se a vogal anterior, que depois se contrai com a seguinte. Damos a seguir o quadro das contrações: a+a> e + e > ei a+e> e+a>`h a + ei > &/ai e + ai > ú/hi a+o>v e + o > ou a+v>v e+v>v a + oi > Ä/vi e + oi > oui > oi

o o o o o o

+ + + + + +

o > ou a>v h>v e > ou ei > oui > oi oi > oui > oi

É preciso ter sempre em mente: 1. que uma contração é um segundo tempo: isto é, antes da forma contrata existiu a não-contrata; a reconstrução e registro dela ajudam a encontrar a acentuação correta; 2. que a contração é um fenômeno físico, fisiológico, que se processa no aparelho fonador, governado sempre pela lei do menor esforço; 3. que uma vogal tônica, quando absorvida, leva consigo a tonicidade; quando a vogal absorvida não é tônica, o acento permanece no lugar, se as normas da acentuação permitirem. fil¡-ei > fileÝ ele ama fÛle-e > fÛlei ama (tu) tim‹-ei > tim˜/ timi ele honra tÛma-e > tÛma honra (tu)

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4. que duas vogais do mesmo timbre resultam numa longa do mesmo timbre: e + e > ei29, o + o > ou, a +a > a 5. que duas vogais de timbre diferente têm o seguinte tratamento: 5a) na sucessão a > e / e > a, predomina o timbre da vogal anterior: a + e >  longo e+a>h Mas a + h > h 5b) quando uma das vogais é de timbre “o” o resultado da contração é de timbre “o”. a+o>v e + o > ou o + o > ou e + oi > oui > oi Mesmo no encontro de um “o” breve e um -h- ou um -a- longo o “o” breve será absorvido pela longa, mas imporá seu timbre: didñhte > didÇte - que vós deis, se derdes. 6. Não há contrações especiais, exceções, etc. Não há diferenças nas contrações de formas nominais ou verbais. Sempre que os ingredientes fonéticos forem os mesmos a resultante fonética será a mesma Todos os casos de contração que acontecem nas flexões nominal e verbal serão assinalados no momento em que acontecerem.

Alteração de vogais Em determinadas posições, as vogais podem alterar a quantidade e o timbre: 1. Quando duas vogais longas se seguem, a vogal anterior se abrevia. É um produto da lei do menor esforço. Acontece com mais freqüência no ático:

29 E

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não em -h-, que é de timbre aberto.

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basil®-W-vn > basil®-vn > basil¡vn30 dos reis te-y®-úw > tey¡úw > tey»w sejas colocado te-y®-v-men > tey¡vmen > teyÇmen sejamos colocados 2. Quando uma vogal longa é seguida de uma breve, em geral há uma troca de posições. Chama-se metátese de quantidade; pñlh-ow > pñlevw da cidade basil°-W-ow > basil°ow > basil¡vw do rei 3. Uma vogal longa se abrevia quando, numa mesma sílaba, é seguida de um grupo formado de soante (l, m, n, r, W) e oclusiva ou -s (Lei de Osthoff). lu-y®-nt-vn > luy¡ntvn dos que foram desligados b®-nt-vn > b‹ntvn dos que caminharam gnÅ-nt-vn > gnñntvn dos que tomaram conhecimento basil®-W-w > basil¡uw > basileæw o rei

As consoantes Elas são sæmfvna, isto é, com-soantes, que “soam junto”. Aristóteles (Poética, 1456b) começa por chamá-las “áfonas = mudas” 31: “... fvnon d¢ tò metŒ prosbol°w kayƒ aêtò mhdemÛan ¦xon fvn®n, metŒ d¢ tÇn ¤xñntvn tinŒ fvn¯n gignñmenon Žkoustñn.” “... mudo (áfono, mudo) é o que não tem nenhum som por si pela aplicação (dos lábios e da língua) mas que se torna audível com alguns que têm som.” Ver, também, Platão, Crátilo, 424c.

30 Depois

da síncope do W em posição intervocálica, só se contraem as vogais do mesmo timbre. 31 Mais uma vez Aristóteles vê bem as coisas, embora não tenha a etiqueta de gramático, filólogo ou lingüista. ƒAfvnon quer dizer "sem som", portanto, mudo. Vamos tratá-las assim: mudas, e não surdas.

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Podemos classificá-las segundo: 1. o modo de articulação: de acordo com a maneira com que o som é produzido: 1.1. pelo sopro, que escapa de repente, do canal propositadamente fechado e comprimido: oclusivas (explosivas): p, b, f, m; t, d, y, n; k, g, x, 1.2. pelo ar comprimido, pressionado, que escapa aos poucos: constritivas, fricativas, sibilantes: W, s; 2. o ponto de articulação, isto é, de acordo com o ponto, o lugar do aparelho fonador, em que se produz o som: labiais (na junção dos dois lábios): p, b, f, m; dentais ou linguodentais (nos alvéolos dos dentes ou na junção da língua com os alvéolos dos dentes): t,d,y,n; velares 32 (na junção da glote com a abóboda bucal, “céu da boca”): k, g, x. 3. Segundo o ponto de vista do som glotal, as consoantes podem ser: mudas (sem nenhuma vibração glotal): p, f, t, y, k, x, ou sonoras (acompanhadas de vibração glotal): b. d, g. Há duas oclusivas sonoras nasais: m (labial), e n (dental ou línguodental). As oclusivas sonoras eram chamadas de m¡sai, médias, medianas, pelos antigos, por causa da menor energia na articulação, isto é, oclusão menos forte do que a das mudas. As oclusivas mudas eram chamadas de cilaÛ, desguarnecidas, simples, porque desprovidas de qualquer acompanhamento de vibração glotal; e quando acompanhadas de um sopro de ar, chamavam-se das¡ai, “peludas” aveludadas, espessas, isto é, revestidas. São as que chamamos de “aspiradas”, do latim ad spirare - “soprar a, para”, isto é, “assopradas, sopradas”. São: f, y, x; em caracteres latinos: ph, th, kh.

32 Esses

sons são chamados guturais pelos gramáticos. É uma denominação que persiste há muito tempo e que se repete por rotina. Não há razão de chamá-los guturais porque não são produzidos na garganta e sim na região da glote e palato duro (céu da boca). Os lingüistas atuais preferem denominá-las velares, de “véu palatino = céu da boca”.

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As constritivas, por pressionarem o ar contra as paredes do aparelho fonador, são também chamadas de: • fricativas, por “apertarem, esfregarem” a saída do ar; • sibilantes, pelo ruído que produzem, próximo ao de um assobio. Não são nem labiais nem labiodentais. Em português e em latim são o f e o v, que Quintiliano chama de tristes et horridae, quibus Graecia caret 33 (10.10, 28). Há uma dental, ou linguodental: -s- (ss/ç, em português). Ela é muda. Aristóteles (Poética, 1456b) diz que ela e o -r- são: “²mÛfvnon tò metŒ prosbol°w ¦xon fvn¯n Žkoust®n, oåon tò S kaÜ R.” “Semivogal (meio muda) é o que, com a aplicação (articulação), tem som audível, como o S e R...”34 O -s- diante de uma consoante sonora se sonoriza: Smærna, também escrito Zmærna. Entre as constritivas podemos incluir o -r- e -l- (vibrantes). O -z- foi sempre considerado consoante dupla. Dionísio Trácio e Dionísio de Halicarnasso atestam as pronúncias [zd] e [z] no grego clássico, mas desde o século IV estabiliza-se uma pronúncia [z] e [zz]. No latim arcaico transcreve-se [ss]: mza > massa. O -r- era vibrante e pronunciado mais com a ponta da língua e alvéolos dos dentes. Não são sons guturais, palatais ou velares. Dionísio de Halicarnasso diz: “tò d¢ R (¤kfvneÝtai) t°w glÅsshw kraw Žporrapizoæshw tò pneèma kaÜ pròw tòn oéranòn ¤ggçw tÇn ôdñntvn Žnistam¡nhw” - “o R se pronuncia com a ponta da língua empurrando o ar e se colocando na direção do céu (da boca) junto aos dentes” (De comp. verb., 79R). Essa vibração da ponta da língua faz um movimento de ar intenso, o que dá a impressão de consoante “soprada, ou assoprada”; é por isso que o -r- também é considerado aspirado, e, nas palavras com -r- inicial, põe-se um espírito rude: =eèma e se transcreve em português: rheuma. 33 “tristes

e horríveis, de que a Grécia carece”. gramáticos incluem nessa categoria, além dessas duas, as outras líqüidas (l, m, n) e as consoantes duplas (z, c, j). As líqüidas também são conhecidas por soantes ou consoantes-vogais.

34 Alguns

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O -l- se pronunciava com a parte anterior da língua aplicada atrás dos alvéolos. No português do Brasil, o modelo desse -l- seria o da pronúncia do sul, sobretudo do Rio Grande do Sul. É sempre consoante, jamais vocalizado.

As soantes É um nome genérico dado a algumas consoantes que ficam numa zona limítrofe entre consoantes e vogais. O grego herdou do indo-europeu duas soantes: uma labiovelar, de som próximo do -u-, denominada digama pela representação gráfica de dois gamas superpostos: W, que os especialistas chamam de waw/vau, e outra, linguopalatal, de som próximo do -i-, representada por um j, e por isso denominada yod. Elas também são chamadas de semivogais, provavelmente, porque em determinadas posições, sobretudo depois de consoantes, se vocalizam em -u- e -irespectivamente.35 As vibrantes -r- e -l- e as oclusivas sonoras nasais -m- e -n- também são chamadas de soantes ou líqüidas, mas seu uso mais geral é como consoantes. O -r- e o -l-, quando se encontram numa seqüência de três consoantes, desenvolvem um -a- epentético, como: ndrsin > Žndr-‹-sin aos homens ¦stlhn > ¤st-‹-lhn eu fui enviado ¦fyrka > ¦fy-a-rka eu destruí, corrompi As soantes l, m, n, r, seguidas de -s-, provocam a síncope do -se, por compensação, alongam a vogal anterior. Isso acontece sobretudo no aoristo sigmático dos verbos de tema em soante/líqüida: ¦-stel-sa > ¦steila eu enviei, envio ¦-fyer-sa > ¦fyeira eu destruí, eu destruo ¦-nem-sa > ¦neima eu distribuí, distribuo ¦-men-sa > ¦meina eu permaneci, permaneço

35 O

-u- e o -i- também são chamados de semivogais, quando se juntam a vogais para formarem ditongos.

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Mas na flexão nominal o sigma do dat. loc. instr. plural -si não sofre síncope, provavelmente para não confundir-se com o dat. loc. instr. singular -i. Assim: =®tvr - =®tor-i - =®tor-si o orador - ao orador - aos oradores O -n- : • ou desenvolve um -a- ou -h- epentéticos quando numa posição depois ou entre consoantes oclusivas: yn-tñw > yn-h-tñw mortal yn-tñw > y-‹-natow morte may > ma-n-y-n-v > many-‹-nv eu entendo eu aprendo • ou vocaliza-se em-a- entre oclusivas: pe-pr‹g-ntai > pepr‹gatai foram feitos, estão feitos • ou, em posição final, vocaliza-se depois de consoante: 1. na 1a pessoa do singular do aoristo sigmático: ¦-lu-s-n > ¦lusa eu desliguei, desligo 2. na 1a pessoa do singular do perfeito ativo: l¡-lu-k-n > l¡luka eu desliguei, terminei o ato de desligar 3. no acusativo singular e plural dos temas em consoante: kñrak-n > kñraka corvo kñrak-nw > kñrakaw corvos Essas soantes/líqüidas quando em posição final, depois de vogal, permanecem, menos o -m, que passa a -n. O yod (j) e o digama/waw/vau (W) sofrem tratamentos diferentes conforme a posição antes ou depois de consoante: 1. Em posição inicial: 1.a. o yod (j) cai (aférese) e é substituído (compensação) por uma aspiração, peæma dasæ, spiritus asper, espírito rude: jñw > ÷w que (relativo) jhpar > ¸par fígado 1.b. o digama/waw/vau (W) também cai (aférese), mas nem sempre é substituído por aspiração: Wesp¡ra > ¥sp¡ra (vesper em latim) tarde, véspera Wergon > ¦rgon (work inglês, werk alemão) obra, trabalho

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2. Em posição intervocálica: 2.a. O yod (j) sofre síncope e as vogais postas em contato se contraem: tim‹-j-v > tim‹v > timÇ eu honro 2.b. O digama/waw/vau (W) sofre síncope e as vogais postas em contato: • quando do timbre -e- se contraem: basileWew > basil¡ew > basileÝw os reis (nom.) • no caso de outros timbres, o hiato permanece: boWñw > boñw do boi, da vaca basil®Wa > basil®a > basil¡a o rei (acus.) 3. Em contato com consoantes: 3.a. O yod (j): depois de consoantes: • depois de uma oclusiva dental (t,y) ou velar, muda ou aspirada (k,x ), se funde com ela e produz o som soante -ss(jônico), ou -tt- (ático): m¡lit-ja > m¡lissa / m¡litta abelha ful‹k-jv > ful‹ssv / ful‹ttv eu vigio • depois de uma oclusiva dental ou velar, (g, d) funde-se com ela e produz z stÛg-jv > stÛzv eu marco ¤lpÛd-jv > ¤lpÛzv eu espero • depois de oclusiva labial, muda, sonora ou aspirada (p, b, f) > pt: kræp-jv > kræptv eu cubro, eu escondo bl‹b-jv > bl‹ptv eu causo dano, eu prejudico t‹f-jv > y‹ptv eu enterro • depois de um -l-, o -j- se assimila (> -ll-) Žl-jow > llow outro st¡l-jv > st¡llv eu envio • depois de -n-, -r-, o yod se vocaliza em -i- e sofre metátese (desloca-se para o tema): mñr-ja > mñria > moÝra o destino, o quinhão m¡lan-ja > m=lania > m¡laina negra fy¡r-jv > fy¡riv > fyeÛrv eu destruo, corrompo t¡n-jv > t¡niv > teÛnv eu estico, tendo

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3.b O W digama (waw/vau): • diante de consoante: vocaliza-se em -ubasil¡W-w > basileæw rei, senhor bñW-w > boèw boi, vaca • depois de consoante: sofre síncope, se em situação interna, e, no ático, não provoca alongamento compensatório da vogal anterior; no jônico sim:

kñrW-a > j¡nW-ow > gñnWata >

kñra (att.) j¡now (att.) gñnata (att.)

/ koærh (jôn.) a jovem, menina-moça / jeÝnow (jôn.) o estrangeiro, hóspede /goænata (jôn.) joelhos

• se em situação final, vocaliza-se em -u-: stW > stu a cidadela, o centro

Encontro de consoantes Quando duas consoantes se encontram entre duas palavras que se seguem ou no corpo mesmo da mesma palavra (na junção do tema com as desinências, nominais ou verbais), podem acontecer conflitos quanto ao ponto ou modo de articulação. Como no caso dos encontros entre vogais, também esses conflitos são resolvidos pela lei do menor esforço, sempre num processo de acomodação, de facilidade, temperada pelo conteúdo semântico, que não pode sofrer danos. Vamos ver os diversos conflitos dos encontros entre consoantes: Oclusiva + s: 1. Para as labiais e velares o alfabeto grego já tem uma letra própria (consoante composta): • labiais: p, b, f + s > c • velares: k, g, x + s > j 2. As dentais seguidas de s acomodam-se ao s (assimilação), por causa da proximidade do ponto de articulação, produzindo dois ss que depois se reduzem a um: • t, d, y + s > ss > s

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3. O -t- em posição desinencial seguido de -i- átono se enfraquece e se torna fricativo-sibilante > -s- , e, a seguir, se em posição intervocálica, esse -s- sofre síncope, mas só quando a vogal anterior é de ligação e breve. • A vogal de ligação longa, característica do subjuntivo, também provoca a síncope do -s- intervocálico. f¡r-e-ti > f¡resi > f¡rei ele porta, carrega f¡r-h-ti > f¡rhsi > f¡rhi > f¡rú ele porte, carregue mas, se a vogal é temática, não há síncope: dÛ-dv-ti > dÛdvsi. ele dá • A vogal temática e o consciente lingüístico impedem a evolução (síncope do -s-), para não descaracterizar a forma, mas: f¡r-o-nti > f¡ronsi > f¡rousi eles portam, carregam O -s- ficou em posição intervocálica após a síncope do -n-; uma simplificação maior levaria à descaracterização da forma. Oclusiva seguida de oclusiva: As oclusivas das desinências são apenas duas: -t, -m. O -n desinencial se vocaliza em -a, depois de consoante ou soante. 1. Oclusiva labial ou velar, sonora ou aspirada, seguida de -t sofre uma assimilação parcial: perde a sonoridade ou a aspiração: t¡-trib-tai > t¡trip-tai foi esmagado, está esmagado g¡-graf-tai > g¡graptai foi escrito, está escrito t¡-tag-tai > t¡taktai foi ordenado, posto em fileiras ·rx-tai > ·rktai foi comandado, está governado 2. Oclusiva labial, muda, sonora ou aspirada seguida de -m se assimila > mm: t¡-trib-mai > t¡trimmai fui esmagado, estou esmagado g¡-graf-mai > g¡grammai fui escrito, estou escrito l¡-leip-mai > l¡leimmai fui abandonado, estou abandonado 3. Oclusiva labial ou velar, muda ou sonora, seguida de -y sofre uma assimilação parcial, contamina-se da aspiração: ¤-tr¡b-yh > ¤tr¡fyh foi esmagado ¤-p¡mp-yh > ¤p°mfyh foi enviado ¤-pr‹g-yh > ¤pr‹xyh foi feito ¤-ful‹k-yh > ¤ful‹xyh foi vigiado

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4. Oclusiva dental muda, sonora ou aspirada seguida de outra dental se dissimila em -s : ¤-ceæd-yhn > ¤ceæsyhn eu fui enganado ¤-pe¤y-yhn > ¤peÛsyhn eu fui persuadido ¤-anæt-yh > ±næsyh foi completado Žnæt-tñw > Žnustñw completado, completável Exclui-se o duplo -tt- que é a variante ática do -ss-, resultado do encontro entre velar e -j-, yod, como: pr‹g-jv > pr‹ssv / pr‹ttv eu faço m¡lit-ja > m¡lissa / m¡litta abelha 5. Oclusiva dental seguida de -m se enfraquece numa assimilação parcial, passando a -s-: p¡-peiy-mai > p¡peismai eu fui, estou persuadido ¦-ceud-mai > ¦ceusmai eu fui, estou enganado 6. Oclusiva velar, sonora ou aspirada, seguida de -t se assimila parcialmente, ficando muda: p¡-prag-tai > p¡praktai foi feito, está feito ¦-arx-tai > ·rk-tai foi governado, está governado 7. Oclusiva velar muda, ou aspirada seguida de -m, se assimila parcialmente, recebendo a sonoridade do -m: de-dÛvk-mai > dedÛvgmai fui perseguido, estou perseguido pe-fælak-mai > pefælagmai fui vigiado, estou vigiado Oclusiva sonora ou aspirada, precedida de nasal: 1. nasal antes de labial > -m: ¤n-pÛptv > ¤mpÛptv eu caio dentro gr‹f-ma > gramma letra (coisa escrita) sun-fvnÛa > sumfvnÛa symphonia > sinfonía 2. nasal antes de dental > -n: ¤n-tÛyhmi > ¤ntÛyhmi eu coloco em, eu imponho 3. nasal antes de velar > -g: ¤n-kalæptv > ¤gkalæptv eu escondo em sun-kaleÝn > sugkaleÝn chamar junto, convocar 4. nasal antes de vibrante r / l > rr/ll: sun-l¡gein > sull¡gein reunir sun-=®gnumi > surr®gnumi romper, co-rromper

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Supressão de consoantes 1. Uma palavra grega não pode terminar por uma consoante, a não ser por -n, -r e -w (-c, -j), as outras sofrem apócope. É por isso que vemos muitas palavras neutras de nominativo em vogal, mas de tema em consoante, sobretudo -t T : svmat-, nom. sing.: sÇma, mas nom. pl.: sÅmat-a A razão disso é que o neutro tem desinência zero no nominativo, isto é, é o próprio tema. E se o tema termina em qualquer consoante que não seja n, r, w, essa consoante em posição final cai. Apenas a preposição ¤k / ¤j e a negação oé / oék / oéx mantêm a oclusiva final, por eufonia. 2. Um s- inicial sofre aférese (prócope) diante de vogal ou -r.; 2.1. diante de vogal, foi substituído pelo espírito rude: sWaduw > s¡pomai >

sadæw > dæw / ²dæw §pomai

doce, suave (latim, suauis) eu acompanho (latim, sequor)

sr¡v

=¡v

eu fluo (a água)

mÛa mikrñw

uma pequeno

2.2. diante de -r- cai simplesmente: >

2.3. Diante de uma nasal o -s- sempre cai: smÛa > smikrñw >

3. O -s- entre duas consoantes sofre síncope: p¡-peiy-sye > p¡peiyye > p¡-prag-sye > p¡pragye > t¡-trib-sye > t¡tribye >

p¡peisye p¡praxye t¡trifye

fostes, estais convencidos fostes, estais feitos fostes, estais esmagados

4. Na flexão verbal, em posição desinencial intervocálica, sendo a anterior vogal de ligação, o -s- sofre síncope, provocando um hiato, que, no ático é reduzido pela contração. No jônico, o hiato permanece. faÛn-e-sai > faÛn-e-sai >

faÛneai faÛneai > faÛnhi > faÛnú/-ei ¤-yaum‹sa-so > ¤yaum‹sao ¤-yaum‹sa-so > ¤yaum‹sv ¤-yaum‹z-e-so > ¤yaum‹zeo ¤-yaum‹z-e-so > ¤yaum‹zou faÛn-e-so > faÛneo faÛn-e-so > faÛneo > faÛnou

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-jônico-ático-

tu apareces tu apareces

-jônico-ático-jônico-ático-jônico-ático-

tu admiraste, tu admiras tu admiraste, admiras tu estavas admirando tu estavas admirando aparece, manifesta-te aparece, manifesta-te

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4.1. mesmo se a vogal de ligação é longa, como a característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, o -s- intervocálico sofre síncope: faÛn-h-sai > faÛnhai > faÛnhi/faÛnú apareças 4.2. Mas, quando a vogal anterior é temática ou no caso dos futuros de vogal longa, não há a síncope do -s-. • quando a vogal é temática: dÛdv-ti > dÛdv-si ele dá tÛyh-ti > tÛyh-si ele põe • quando a vogal de ligação epentética é longa no futuro: may > may-®-somai eu hei de aprender A síncope do -s- mutilaria completamente a forma. • também no futuro e aoristo dos verbos denominativos de tema em vogal: (vogal temática alongada) tim®sv eu honrarei dhlÅsv eu revelarei poi®sv eu farei Nesses casos a síncope do -s- tornaria o futuro exatamente igual ao presente e afetaria o significado. 5. Na flexão nominal, nos nomes de tema em -s, sempre que em posição intervocálica, o -s- sofre síncope e o hiato resultante é reduzido por contração no ático, e permanece no jônico. g¡nes-ow > g¡neow > g¡nouw do gênero, da raça kr¡as-ow > kr¡aow > kr¡vw da carne aÞdñs-ow > aÞdñow > aÞdoèw do pudor Svkr‹tes-ow > Svkr‹teow > Svkr‹touw de Sócrates Žlhy¡s-a > Žlhy¡a > Žlhy° coisas verdadeiras nyes-a > nyea > nyh flores Nos exemplos acima, a forma intermediária é jônica.

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Supressão da aspiração 1. Sempre que duas sílabas subseqüentes começam por consoante aspirada, uma delas, geralmente a primeira, é substituída pela muda correspondente: ¤-y¡-yh-n > ¤-t¡-yhn eu fui colocado, sou colocado É uma espécie de dissimilação, comandada pela lei do menor esforço; é uma simplificação (psilose). Pronunciar duas sílabas seguidas começadas por aspirada “soprada” exige esforço! 2. Quando numa flexão, verbal ou nominal, uma consoante aspirada, por motivos fonéticos, tem a muda36 assimilada, a aspiração se desloca para a consoante mais próxima compatível com a aspiração, ou mudando o espírito suave em rude da vogal anterior. -T. trix- cabelo, pelo Nom. sing. trÛx-w > yrÛj, D.L.I. pl. trix-sÛ > yrijÛ mas: trix-ñw, trix-Û, trÛx-ew, trix-Çn, trÛx-aw -T. sxeu seguro, eu tenho Pres. sex-v > §xv > ¦xv Fut. ¦x-s-v > §jv -T. tref- eu nutro, alimento Pres. tr¡f-v Fut. tr¡f-s-v > yr¡cv, Aor. ¦-tref-sa > ¦yreca -taxæw, æ veloz Comp. y‹ttvn, on mais veloz

36 Deve-se

lembrar sempre que as consoantes aspiradas são as consoantes oclusivas mudas: t, k, p, que se tornam respectivamente y, x, f.

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A acentuação I. Natureza do acento Nas palavras de mais de uma sílaba, com significado próprio, as vogais não eram pronunciadas na mesma elevação de voz. Segundo Dionísio de Halicarnasso, essa elevação era de uma quinta (De comp. verb., 11). Platão, em Crátilo, 416b fala de rmonÛa - ajuste, acordo. Usavam-se também as palavras tñnow - esticamento, tensão de uma corda, e prosÄdÛa - canto, para falar dessa modulação de vogais. Aristóteles, Poét., 20, Platão, Crátilo, 399b, Dionísio Trácio, Bekker, II, 629, 27 falam, do acento ôjæw - agudo, pontudo, e baræw - grave, pesado. Uma sílaba não acentuada se dizia grave, bareÝa; uma sílaba acentuada com acento agudo se dizia ôjeÝa - aguda; uma sílaba acentuada com o acento circunflexo se dizia, perispvm¡nh, esticada por cima, ou também dÛtonow, de dois tons, m°sh, média ou ôjubareÝa, tônica-grave. Havia apenas dois acentos: o acento agudo, em forma de ponta de agulha, “ ´ ” tñnow ôjæw ou prosÄdÛa ôjeÝa, canto (entonação) agudo, e tñnow perispÅmenow, acento esticado por cima, envolvente: circunflexo. Esse acento marcaria os dois tons da vogal longa: o primeiro, em elevação (rsiw) de baixo para cima, inclinado para a direita, e a seguir o segundo, marcando a posição (y¡siw), descendo em plano inclinado para a esquerda. Isso daria um “chapéu” que equivale ao nosso acento circunflexo “ ^ ”. A seguir passou-se a esticá-lo e arredondá-lo nas extremidades, para diminuir o ângulo. Hoje, muitas vezes, na pressa e no descuido, fazemos um traço que se assemelha ao nosso til. Isso às vezes confunde o principiante e fá-lo pensar que o grego tem vogais nasais. Na escrita erasmiana37, que o mundo ocidental segue desde o século XVI, todas as palavras gregas são acentuadas. E, como os nossos

37 Não

há nenhum sinal de acentuação nas inscrições gregas. Nos manuscritos em geral, o emprego dos sinais de pontuação data das edições de Aristarco da Samotrácia (215-143 a.C.) e de Aristófanes de Bizâncio (257-180 a.C.), que inventou não só os sinais de acentuação, mas também o espírito e a pontuação. A intenção era sempre diacrítica, isto é, evitar confusão na leitura das palavras e dos textos.

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ouvidos não mais estão preparados para a variação de tonalidade, as sílabas marcadas por um acento são sílabas tônicas. Os acentos são: 1. Agudo “ ´ ”, que pode aparecer nas três posições finais de uma palavra e sobre vogais breves ou longas e ditongos; proparoxítonas (antepenúltima sílaba), nyrvpow, homem; paroxítonas (penúltima sílaba), nñmow, costume, lei, e oxítonas (última sílaba), Žgor‹, mercado, praça. 2. Circunflexo “ ^ ”, que pode aparecer nas duas posições finais de uma palavra, mas só sobre vogais longas ou ditongos: properispômenas (penúltima sílaba), dÇron, dom, presente, e perispômenas (última sílaba), ¤n t» Žgor˜, no mercado. 3. Grave “ ` ”, que não é um acento propriamente dito; ele é um acento substituto: só é usado nas palavras oxítonas, substituindo o acento agudo no meio da frase, para marcar seqüência; kalòw kaÜ Žgayñw belo e bom. Os gramáticos antigos chamavam isso de “baritonização da tônica final”. Como já dissemos, os acentos podem combinar com os espíritos: õ nyrvpow o homem ² ìbriw o descomedimento, a desmedida ¤n Ú em que II. Posição do acento: 1. Os acentos são usados de conformidade com sua natureza: • o agudo, por marcar uma só unidade de tempo: pode ser usado sobre uma vogal breve ou sobre uma longa ou ditongo; • o circunflexo, por se estender sobre dois tons, só pode ser usado sobre uma vogal longa ou um ditongo. 2. A sílaba tônica não pode recuar além do terceiro tempo, a contar do fim da palavra38.

38 Esses

“tempos” são unidades tônicas. A vogal da sílaba intermediária nas palavras de três ou mais sílabas sempre conta um tempo, ou uma unidade tônica, mesmo se longa ou ditongo: nyrvpow, o homem, ou ¦mpeirow, o continente.

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3. Para efeito de acentuação, em grego, o que determina a posição da tônica (e do acento) é a quantidade da última sílaba: 3.1. se a vogal é longa ou ditongo39, conta dois tempos, ou unidades tônicas40; 3.2. se a vogal é breve, conta um tempo, ou uma unidade tônica; 3.3. As sílabas não finais, mesmo longas, contam um tempo para efeito de acentuação: nyrvpow. 4. Nas formas verbais, segundo os gramáticos, o acento tem uma tendência regressiva, isto é, tende a fugir da última sílaba. Na verdade, se aceitarmos a idéia de que a tonicidade tem uma relação com a ênfase, essa “tendência regressiva” seria apenas a busca do tema, que é a “base, o núcleo do significado”. 5. Nas formas nominais, segundo os gramáticos, o acento permanece, na medida do possível, na posição do nominativo singular. Uma observação se faz necessária: essa afirmação de que “as formas nominais mantêm, na medida do possível, a posição (da tônica) do nominativo singular” é talvez cômoda, mas repousa sobre a idéia do “caso reto”, que já demostramos que não existe. O que existe de fato é que os temas nominais podem ser oxítonos, paroxítonos ou proparoxítonos. Por exemplo, SÅkrates - é um tema proparoxítono e se torna paroxítono em todos os casos, por causa das desinências que recebe, menos no vocativo, em que é o próprio tema. No nominativo singular não recebe desinência, mas alonga a vogal do tema, deslocando a tônica, e é paroxítono. Contudo, para efeitos práticos, essa “regra” funciona bem e está consagrada pelo uso. O nominativo, por ser o caso da nomeação, da denominação, da identidade, passa a ser também o “caso da representação”. Os nomes e adjetivos não são apresentados sob forma temática (sem função), mas na forma da identificação, isto é, no nominativo. É o que ve-

39 Os

ditongos finais -ai / -oi são considerados breves para efeito de acentuação (não na métrica), menos as formas do optativo læsai, eu desligaria, desligasse, poderia desligar, e nos locativos oàkoi, em casa. Os -i i- do locativo e do optativo são longos. 40 Quando usamos a palavra tempo queremos dizer “unidade tônica”.

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mos nos dicionários e gramáticas. O acompanhamento do genitivo, já dissemos, é mero recurso didático-formalista, para que o leitor enquadre o nome na “declinação” a que o nome pertence. Neste trabalho nós não seguimos essa regra; nós trabalhamos a flexão nominal e verbal a partir do tema. No nosso vocabulário, contudo, submetemo-nos à tradição, que é irreversível. 41 Como o nosso trabalho tem um objetivo mais prático, didático, pedagógico, vamos tratar desse assunto em outra ocasião. Vamos adotar então a afirmação de que os nomes (substantivos, adjetivos, dêiticos) mantêm, na medida do possível, a tônica na posição do nominativo singular. Portanto, o avanço ou o recuo do acento, quer nas formas nominais, quer nas formas verbais, depende da variação de quantidade da última sílaba. Assim: õ nyrvpow o homem, o ser humano nom.s. õ nyrvpow nom. e voc.pl. nyrvpoi voc.s. Î nyrvpe acus.s. tòn nyrvpon acus.pl. toçw ŽnyrÅpouw gen.s. toè nyrÅpou gen.pl. tÇn nyrÅpvn dat.loc.instr.s tÒ ŽnyrÅpÄ dat.loc.instr.pl. toÝw ŽnyrÅpoiw. O acento circunflexo, por marcar sílaba longa ou ditongo, isto é, duas unidades tônicas, não pode ser usado em penúltima sílaba em uma palavra em que a final é longa, porque marcaria uma quarta unidade tônica, que não existe, Assim: tñ dÇron: o dom, o presente nom.voc.acus.sing. tò dÇron gen.sing. toè dÅrou dat.loc.instr.sing. tÒ dÅrÄ nom.voc.acus.pl. tŒ dÇra gen.pl. tÇn dÅrvn dat.loc.instr.pl. toÝw dÅroiw 41 Pretendemos

no vocabulario registrar o tema T, depois da entrada dos nomes no nominativo e genitivo.

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Para efeito de marcação e leitura, diremos que toda sílaba acentuada é tônica e inversamente toda sílaba tônica é acentuada. Toda palavra grega é acentuada (salvo algumas palavras átonas – enclíticas ou proclíticas – em determinadas posições). Quanto à posição do acento, as palavras gregas são: • oxítonas, se levam o acento agudo na última sílaba; • paroxítonas, se levam o acento agudo na penúltima sílaba; • proparoxítonas, se levam o acento agudo na antepenúltima sílaba; • perispômenas, se levam o acento circunflexo na última sílaba; • properispômenas, se levam o acento circunflexo na penúltima sílaba.

Regras práticas (resumo): 1. Toda a acentuação grega se baseia no princípio dos três tempos, isto é, cada terceiro tempo deve ser acentuado; (corresponderia mais ou menos ao que nós temos em português: o último acento é o da proparoxítona; não há nada além dele). 2. O que comanda a posição e a natureza do acento é a quantidade da última sílaba. 3. Para efeito de acentuação, a última sílaba conta um tempo, se é breve, e dois tempos, se é longa. A natureza da penúltima sílaba nos trissílabos, para efeito de acentuação, não é levada em conta; vale sempre um tempo. 4. A sílaba tônica nunca recua mais do que três tempos da final. 5. Os ditongos são naturalmente longos; excluem-se os ditongos -ai/oi em posição final absoluta, isto é, não seguidos de -w. Isto acontece nos nomes em -o, a, h, por analogia com o nominativo singular, sobretudo nos proparoxítonos e properispômenos.42

42 Menos

no locativo oàkoi porque o -i- do locativo é longo e na terceira pessoa do singular do optativo aoristo læsai, porque o -i-, marca do optativo, é longo.

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As enclíticas O que são as palavras enclíticas? São as palavras “encostadas”, “deitadas em, apoiadas em”, isto é, palavras que, desprovidas de tonicidade própria, na prosÄdÛa canto da frase, precisam se “encostar” na palavra precedente, anterior, para formar uma unidade tônica, prosódica. Por serem “en-clíticas”, isto é, “encostadas em”, elas não podem começar uma frase. São enclíticas: 1. as formas flexionadas do pronome da 1a e da 2a pessoa do singular: mou / sou de mim / de ti moi / soi me, a mim / te, a ti me / se me / te 2. Os indefinidos correspondentes aos advérbios interrogativos de lugar e tempo e aos dêiticos interrogativos de identidade, qualidade, quantidade/dimensão, idade: tÛw; poÝow; pñsow; pñsoi; phlÛkow; pñterow; poè; / poyÛ; pñyen; poÝ; p»; pÇw; pñte;

quem? de que qualidade? de que dimensão? quantos? de que idade quem dos dois? onde? de onde? para onde? por que meio? como? como? quando?

tiw poiow* posow posoi phlikow poterow pou/poyi poyen poi pú pvw/pv pote

alguém, algum, de alguma/certa qualidade de alguma/certa dimensão uma certa quantidade de certa/alguma idade algum dos dois em algum lugar, de algum modo de algum lugar para algum lugar por algum meio, de algum modo de algum modo, de alguma maneira um dia, certa vez

3. As partículas: ge, yen, nu(n), per, te, toi

* As palavras enclíticas de duas sílabas fazem recair a tonicidade sobre a última sílaba; assim, mesmo não acentuadas, elas se pronunciam como oxítonas: tinñw, poiñw, posñw, posoÛ.

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4. As formas verbais de e‰nai (ser), e fãnai (falar), do presente do indicativo, menos a 2a pessoa do singular. eÞmi, eä, ¤sti(n), ¤smen, ¤ste, eÞsi(n) fhmi, f»w, fhsi(n), famen, fate, fasi(n)

Acentuação das enclíticas Na medida em que uma enclítica é uma “encostada em”, “apoiada em”, na palavra anterior, ela passa a fazer corpo inteiro com ela, para efeito de prosódia e de acentuação.43 Por isso: 1. Depois de uma oxítona ou perispômena a enclítica não se acentua: Žn®r tiw um certo homem Žgayñw ¤stin é bom ŽndrÇn tinvn de alguns homens Não há baritonização da oxítona (acento grave) porque ela passa a fazer parte de uma unidade prosódica, e fica numa posição interna e os três tempos são respeitados. 2. Depois de uma paroxítona, a enclítica de duas sílabas é acentuada na final, para evitar que haja três sílabas seguidas átonas; lñgou tinñw, de um (certo) discurso lñgvn tinÇn de uns certos discursos fÛloi eÞsÛn são amigos Mas, se a enclítica for monossilábica ela fica sem acento; porque a unidade prosódica é normal (três sílabas = três unidades): lñgow tiw um certo discurso (como se fosse uma proparoxítona) 3. Depois de uma proparoxítona ou properispômena, a enclítica obriga a proparoxítona e properispômena a ter um acento agudo de apoio em posição de oxítona, para restabelecer uma unidade prosódica normal, evitando a seqüência de três sílabas átonas. nyrvpñw tiw um certo homem (nom.) nyrvpñn tina um certo homem (acus.) dÇrñn ti um certo presente dÇr‹ tina alguns (certos) presentes 43 Nada

mais é do que a lei dos três tempos, isto é, das três unidades tônicas, porque a enclítica faz uma unidade prosódica com a palavra anterior.

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As proclíticas As proclíticas são palavras monossilábicas (em geral partículas) que se apóiam na palavra seguinte, na frente, formando com ela uma unidade prosódica. 1. 2. 3. 4.

São as seguintes: Os artigos masculino e feminino no singular e no plural: õ / oß - ² / aß As preposições: ¤n - em, eÞw/¤w - para, ¤k/¤j - de As conjunções: eÞ - se, Éw - para, como A negação: oé / oék / oéx

A pontuação Os antigos não usavam sinais de pontuação; as partículas, herança viva da língua oral, serviam para marcar as divisões e a entonação do discurso. O uso da pontuação se desenvolveu muito tardiamente, com a introdução da escrita minúscula. Os textos gregos editados a partir do sécula XV são pontuados de conformidade com as regras e os hábitos da língua do editor (francês, inglês, italiano, alemão, holandês). Não há regras gregas de pontuação. Os sinais de pontuação usados na escrita erasmiana são os seguintes, fazendo equivalência com o português: 1. Ponto final “ . ” = igual ao português; 2. vírgula “ , ” = igual ao português; 3. ponto alto “ : " em grego = ; ponto e vírgula em português; 4. ponto alto “ : " em grego = : dois pontos em português; 5. ponto e vírgula “ ; ” em grego = ? ponto de interrogação em português; 6. ponto e vírgula “ ; ” em grego = ! ponto de exclamação em português.

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Flexão nominal Não é nosso objetivo discutir aqui as diversas teorias lingüísticas sobre a flexão nominal e verbal. Há muitas delas, todas respeitáveis, interessantes, importantes mesmo. Mas fazem parte das teorias sobre a origem da linguagem; não cabem num trabalho que quer ser especialmente prático e objetivo. Nossa intenção é oferecer os meios mais rápidos e racionais de aprender a língua grega. Nos mais de trinta anos de magistério, sempre tentando trazer à sala de aula um clima de aprendizado e não de magistério, colocando-nos ao lado do aluno, sentindo o lado de lá, fomos tentando encontrar caminhos. Mas todos eram barrados pelo esquema tradicional, descritivista e prescritivista da gramática do grego. E o mesmo esquema descritivista está na gramática do latim, primeiramente herdeira da grega, cujo modelo era a gramática alexandrina de que o exemplo mais conhecido é a Gramática de Dioníso Trácio, e, a seguir, sobretudo a partir da divisão do Império Romano, com a dominação do latim como língua única no Ocidente. Com a queda do Império Romano no séc. V, a Igreja Romana recebeu a herança e durante 10 séculos dominou todo o cenário cultural do Ocidente. O latim passou a ser a língua da Igreja e da administração e o acesso à cultura se fez por intermédio do latim, que se aprendia em manuais e gramáticas que tinham como modelo a Gramática de Donato, que também é descritiva e prescritiva. Essa tradição se manteve em todo o Ocidente até nossos dias. Mas, nos dias de hoje, o acesso ao latim e sobretudo ao grego não se faz mais aos 10 ou 11 anos de idade, que era a idade do ingresso em um Seminário ou Colégio. O método era basicamente o mesmo e a disciplina e a palmatória enquadravam os mais rebeldes. O seminarista levava uma “vantagem”: ele ouvia latim o dia todo, quer durante a missa quer no canto gregoriano quer na sala de aula. No fim de sete anos, até os menos dotados acabavam aprendendo latim, por “osmose”. Nossa experiência se fez com ingressantes na Universidade, e depois com pós-graduandos e profissionais, sem que tivessem a menor idéia do que sejam casos e declinações, ou com pessoas mais maduras até de

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mais de 80 anos: matemáticos, historiadores, lingüistas, médicos, advogados e outros que querem ler no original os textos básicos do seu campo do saber. Aos poucos, então, foi surgindo este método, que tem como característica principal encontrar a razão das coisas; enfrentar a língua grega na sua organicidade e funcionalidade. Costuma-se dizer que as línguas clássicas indo-européias (sânscrito, grego, latim, chamadas línguas mortas) e algumas modernas, como as línguas eslavas, são línguas sintéticas, por trazerem no corpo da palavra, embutidas ou agregadas, certas modificações formais que refletem modificações semânticas, sobretudo no que diz respeito às relações sintáticas, isto é, suas funções dentro do enunciado. Por outro lado, as línguas modernas, derivadas das antigas, são chamadas analíticas, por sofrerem poucas e pequenas modificações formais e porque exprimem as relações sintáticas, quer pelo uso de preposições quer pela própria ordem das palavras na frase, na qual a anterior domina, “rege”, a seguinte; isto na relação dos nomes entre si – complementos nominais ou adjuntos adnominais, na relação entre nomes e verbos –, sujeito agente/paciente, objeto direto/indireto, nas relações adverbiais marcadas por preposições ou advérbios. Nas relações nominais, o determinado vem sempre antes do determinante: método de grego, agradável ao ouvido. Esse é um traço comum nas línguas latinas; nas línguas germânicas, mesmo nas que não têm declinação, o determinado pode vir depois do determinante, sobretudo nas relações de partitivo, posse, origem etc. Nas relações entre verbo e nome, a ordem analítica prevalece: o sujeito vem antes do verbo e o objeto vem depois do verbo, quer na relação de objeto direto, quer nas relações com a ajuda de preposições; eu comprei um livro ou eu gosto de ler ou eu andei pela cidade. Assim, O homem persegue o lobo e O lobo persegue o homem são frases rigorosamente iguais quanto aos componentes, mas completamente distintas quanto à mensagem. Na primeira, o homem é sujeito, porque é o assunto da frase, porque é aquilo de que se fala (sujeito lógico) e é sujeito gramatical, porque é sujeito lógico1 e porque pratica (sujeito agen1

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Um dos fundamentos deste tabalho é exatamente a visão concreta, objetiva, lógica, coerente dos fatos da língua. O próprio termo sujeito < subjectum < êpokeÛmenon

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te, voz ativa) a ação de perseguir, que se completa no lobo (termo da ação verbal), chamado objeto direto. Na segunda frase, acontece exatamente o contrário; as funções se invertem: o que o lobo era na primeira frase, objeto direto, por vir depois do verbo transitivo perseguir e por completar-lhe o sentido, passa a ter a função de homem, que na primeira era sujeito e estava antes do verbo e agora é objeto direto, por estar depois de perseguir e por completar-lhe o sentido. Nas línguas analíticas, como o português, as funções de sujeito e objeto direto são identificadas pelas posições respectivamente antes ou depois do verbo; daí a necessidade da análise lógica para se entrar no significado das frases. No grego, essas duas frases podem ser expressas mantendo-se as palavras (sujeito, verbo e objeto direto) na mesma posição. O que vai mudar são as desinências. Assim nas frases „O lèko-w diÅkei tò-n nyrvpo-n e Tò-n lèko-n diÅkei õ nyrvpo-w, as posições de lèko-w / lèko-n e nyrvpo-w / nyrvpo-n são as mesmas, mas as funções, caracterizadas pelas desinências -w/-n, são diferentes. Nessas duas frases, com dois nomes de tema em -o, Žnyrvpo- e luko-, a desinência -w do nominativo identifica o sujeito õ lèkow, na primeira, e õ nyrvpow, na segunda; e a desinência -n do acusativo identifica o objeto direto nyrvpon, na primeira e lèkon, na segunda. Entre os sujeitos-nominativo lèkow e nyrvpow e os objetos diretosacusativo lèkon e nyrvpon está o verbo diÅkei, terceira pessoa do singular do presente do indicativo da voz ativa de diÅkv, eu persigo. Ao perguntarmos ao verbo quem persegue?, obteremos a resposta õ lèkow / õ nyrvpow, isto é, no nominativo, porque o nominativo é o caso da nomeação, da denominação, da identificação, daquilo de que se trata: õ lèkow diÅkei, o lobo persegue e õ nyrvpow diÅkei, o homem persegue. Temos agora dois elementos essenciais do enunciado: o sujeito e o verbo, sujeito e predicado: aquilo de que se diz alguma coisa ou aquilo que diz alguma coisa daquilo de que se diz alguma coisa. Mas imediatamente constatamos que um dos elementos está incompleto: õ lèkow diÅkei / õ nyrvpow diÅkei “o lobo persegue / o homem persegue”,

é um conceito concreto: “o que está disposto embaixo, disposto sob os olhos, o que está na mesa, submetido a exame”. É aquilo de que se trata. Essa aplicação do conceito de sujeito lógico para sujeito gramatical começou com os estóicos e se desenvolveu no período alexandrino.

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mas persegue quem?, persegue o quê? isto é, em quem ou em quê o ato de perseguir, desencadeado respectivamente pelos sujeito-agente-nominativo lobo - õ lèkow - e pelo sujeito-agente-nominativo homem - õ nyrvpow - se completa? A resposta é tòn nyrvpon / tòn lèkon, isto é, o complemento, o termo do ato verbal, o complemento-objeto direto de perseguir vai para o acusativo. E a gramática portuguesa chama essa relação de objeto direto, porque não há entre ele e o verbo que ele completa nenhum elemento intermediário (preposição). A supressão da palavra complemento da nomenclatura da gramática portuguesa empobreceu-lhe o significado; nós preferimos manter a denominação complemento objeto direto e complemento objeto indireto. 2 Essas duas frases, em grego, podem ser expressas de várias maneiras: „O lèkow diÅkei tòn nyrvpon. Tòn nyrvpon diÅkei õ lèkow. Tòn nyrvpon õ lèkow diÅkei. DiÅkei tòn nyrvpon õ lèkow. DiÅkei õ lèkow tòn nyrvpon. „O lèkow tòn nyrvpon diÅkei. Em todas essas variantes o significado do enunciado é o mesmo: o lobo persegue o homem. O que pode variar aí é apenas a ênfase que o enunciante queira dar a essa ou aquela palavra. É uma questão de estilo. Mas essa liberdade tem seus limites que são: a lógica e o significado do enunciado. Por exemplo: nós podemos ver que em nenhuma das variantes os artigos se separaram dos nomes. O verbo não se coloca entre o artigo e o nome, porque o artigo é um adjunto adnominal e por isso deve ficar colado ao nome. Por isso, a afirmação de que no grego e no latim a posição das palavras é livre é um exagero. Não é bem assim. Cada língua tem o seu caráter, o seu ritmo de elocução, a sua modulação, a sua prosódia, sobretudo na expressão oral (as literaturas grega e latina, sobretudo a grega, são basicamente orais); há sempre a intenção, a necessidade de comunicar, de enfatizar esta ou aquela palavra, e a posição das palavras na frase é um dos recursos da expressão.

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Veremos, contudo, que as expressões “objeto direto, objeto indireto” em nada ajudam a compreensão do discurso. São meramente descritivas, formalistas.

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Casos e funções Pelo exposto, concluímos que, enquanto as línguas analíticas exprimem as relações sintáticas basicamente pela ordem das palavras na frase e pelas preposições, o grego as exprime pelos casos. A gramática tradicional afirma que o sânscrito tem 8 casos, o grego tem 5 e o latim tem 6. É uma visão meramente descritivista. A primeira impressão que o aluno tem é que o número de casos é diretamente proporcional à complexidade das estruturas da língua estudada, o que daria, em escala decrescente, o sânscrito, o latim e o grego. É um erro. Nossa experiência mostra que a complexidade dessas línguas se manifesta ao estudioso não na quantidade de casos, mas na falta de clareza de definição do que é um caso. Os casos correspondem a funções; o enunciante associa os dois de maneira concreta, numa relação estreita entre significante e significado; ele pensa na função e depois no caso, isto é, na forma. E, se algumas formas – morfemas, desinências – exprimem mais de uma função, ele não se espanta porque em sua língua há inúmeras formas e sons convergentes, mas os elementos denotativos, circunstanciais, contribuem para a compreensão do enunciado. Assim, em grego, as relações de dativo, de instrumental e de locativo são expressas pela desinência -i, e o falante grego, como os falantes das línguas modernas, como as eslavas, não tem dificuldade em entender e se fazer entender, mesmo no plano da oralidade. Mas os gramáticos, querendo classificar, organizar e ordenar os fatos da língua, por causa da desinência -i que eles viram primeiramente no dativo (caso epistolar ou da atribuição), catalogaram junto com o dativo duas outras relações completamente distintas: o instrumental e o locativo e criaram essas “pérolas semânticas” dativo-instrumental e dativo-locativo. Essas expressões são contraditórias nos seus próprios termos e passam a idéia da arbitrariedade da nomenclatura gramatical, em que não existiria nenhuma relação de significante-significado. Mas o aluno brasileiro, e também o de todas as línguas ocidentais, está disposto a engolir mais essa definição gramatical. Aliás, ele está acostumado a receber obedientemente, passivamente, como dogmas, tudo o que dizem as gramáticas, e no seu subconsciente está registrado que não se deve querer entender a gramática: ela se deve aprender e pronto. Há

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sempre uma “autoridade” que não convém contestar. Por isso, nunca lhe passou pela cabeça que há uma relação de significante e significado em tudo o que dizemos. Voltaremos ao assunto na explicação dos casos. O que é caso? Vem do latim casus: “queda, quebra”, do verbo cadere, “cair”. Mas toda a nomenclatura gramatical latina, e conseqüentemente a portuguesa, é uma tradução, um decalque da nomenclatura grega, que se encontra na Gramática de Dionísio da Trácia (séc. II-I a.C.). A palavra ptÇsiw, casus, “queda, quebra”, já foi empregada por Aristóteles nas Categorias, I, 10, quando quer caracterizar a substituição sufixal dos derivados. É uma visão plástica da palavra, em que se vê uma parte fixa, invariável (tema) e uma parte final “quebradiça”, que se substitui em cascata declinante. Daí o nome klÛsiw - declinatio - declinação que se deu à sucessão dos diversos casos. A imagem que se queria passar era a de um ponto fixo: caso reto, e casos oblíquos, descendentes dele. Essa denominação de caso reto ôry¯ ptÇsiw foi pensada pelos estóicos, talvez por associarem o sujeito agente com a voz ativa que eles denominam ôry® “ereta, vertical”, por oposição à voz passiva êptÛa “derrubada, deitada, supina”. 3 Há ainda outras explicações para isso, todas muito imaginativas. Cremos que o nominativo foi visto como caso reto porque é a relação direta da “identificação”, daí da “nomeação”, da “denominação” daquilo de que se fala; é a relação primeira, direta, entre o significado e o significante. 4 Como as palavras caso, flexão, declinação vêm do latim, também os nomes dos casos têm a mesma origem: do grego, pelo latim. São uma tradução linear, literal do grego, com um cuidado muito grande de não dissociar o significado do significante. Esses nomes não são meramente funcionais; eles significam, eles definem as relações, isto é, as funções das palavras na frase.

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A posição ereta é a posição do sujeito agente e a deitada, supina, passiva é a posição do sujeito paciente. A posição ôry® é a posição do sujeito. Convém notar, contudo, que a gramática de Dionísio Trácio já é descritivista, sobretudo na denominação dos modos verbais. E foi assim que os latinos a receberam e passaram para nós.

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Uma vez criado o termo em grego e traduzido para o latim, definindo quase sempre de uma maneira concreta e clara as relações e fatos gramaticais, o seu uso se generalizou. Mas, aos poucos, perdeu-se o vínculo com o grego e também com o significado etimológico, denotativo. A rotina do ensino gramatical esvaziou essas palavras de seu sentido, tornando-as termos absolutos, representando apenas uma série de regras, transformando o estudo da língua em mero exercício formal, calcado na memorização e na submissão a paradigmas, que eram apresentados fechados, prontos. Ao aluno cabia apenas aprendê-los de cor e não discuti-los e nem entendê-los. Cremos que há uma outra maneira de abordá-los. As palavras são identificáveis semanticamente pelo tema e funcionalmente pela flexão (caso-desinência). É o que vamos tentar.

O tema Mas, o que é tema? Todas as gramáticas gregas falam de declinação atemática ou temática, de aoristo temático e atemático etc. Não vamos entrar em discussão com as várias interpretações lingüísticas da palavra tema. Vamos tentar entendê-la no seu significado etimológico, denotativo, e vamos ver sua funcionalidade no sistema de flexão da língua grega. A palavra tema vem da raiz the, yh do verbo tÛ-yh-mi, eu coloco, em ponho, mais o sufixo -ma, que é o resultado da ação. Significa, então: o que está colocado, posto diante de. É assim que entendem, por exemplo, Quintiliano, IV, 2, 28 (tema ou raiz de uma palavra) e Apolônio Díscolo, Sintaxe, 53, 4 (a palavra que serve para formar uma outra, como mfv para Žmfñterow. Aqui ele entende tema como base para um sufixo gramatical -terow, a, on que acrescenta uma idéia de comparação ao significado constante do tema. Poderíamos chamar os sufixos de derivacionais semânticos, isto é, que ampliam, diminuem ou modificam o significado. Já Aristóteles em Categorias, I, 10, registra as ptÅseiw em grammatikñw/grammatik®, ŽndreÝow/ŽndreÛa. As ptÅseiw derivacionais, chamadas sufixos, se dividem em:

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a) sufixo nominal alterando o significado: deil-ñw - covarde ² deil-Ûa - a covardia (a qualidade do covarde) b) sufixo nominal alterando o gênero: p‹nt-w > pw - todo pant-ya > psa - toda c) sufixo nominal alterando o grau: sofñw - sábio sof-Återow - mais sábio sof-Åtatow - o mais sábio d) sufixo verbal alterando o aspecto: • de tema verbal puro: - prag - fazer, agir tema do infectum(inacabado): prag-yv > prattv - eu faço, eu ajo. • de tema nominal: - onomat - nome verbo denominativo: ônomat-yv > ônom‹zv - eu nomeio, denomino. Na flexão nominal e verbal (declinação e conjugação) acontece a mesma coisa: sobre um tema, acrescentam-se as várias desinências ou morfemas que dão ao significado-base a idéia de função na flexão dos substantivos, adjetivos e pronomes, e pessoa, voz, modo, aspecto na flexão dos verbos. Isso quanto aos sufixos gramaticais. Essas ptÅseiw da flexão são chamadas casos (desinências/morfemas) para os substantivos, adjetivos e pronomes e desinências (morfemas), para os verbos. Mas todas se acrescentam ao tema, que é a parte fixa, sem quebra, tanto dos verbos quanto dos substantivos, adjetivos ou pronomes. Esse acréscimo, contudo, se faz respeitando-se as leis da fonética de cada língua (o grego no nosso caso): • nos casos de desinências vocálicas acrescentadas a temas em vogal, há o recurso da elisão ou contração (crase); • nos casos de desinências consonânticas (as verbais), • quando acrescentadas a temas vocálicos, há a combinação natural fazendo sílaba normalmente; • quando acrescentadas a temas consonânticos servem-se de uma vogal de apoio ou de ligação. Aliás, a denominação de declinação ou conjugação “temática” ou “atemática” da gramática tradicional é imprópria. Ela surgiu provavel-

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mente da confusão que se estabeleceu entre vogal temática e vogal de apoio ou de ligação. Uma coisa é a vogal temática, isto é, que faz parte do tema, sobre o qual se acrescentam as desinências, como em logo-w o tema é vocálico porque termina em -o, mas em læ-o-men temos três partes: o tema lu-, a desinência da primeira pessoa do plural da voz ativa do indicativo presente -men, e a vogal de ligação -o-. A vogal de ligação não faz parte necessariamente das desinências; ela não é um morfema. Sua função é fonética; ela só aparece quando necessária, para evitar conflitos fonéticos indesejáveis entre consoantes 5. Ela nunca aparece entre vogais por desnecessária, mas às vezes permanece ao lado de semivogais, como vimos em læ-o-men. É que, para todo o sistema do infectum dos verbos em -v cujos temas são quase todos consonânticos, a língua criou essa vogal de ligação o / e para evitar o conflito entre a consoante final do tema e as consoantes das desinências. A permanência da vogal de ligação nos verbos de tema em semivogal indica que, nesses casos, a “semivogal” é sentida como “semiconsoante” e, ao lado da vogal desinencial ou de ligação, ela é mais “con-soante” 6; aliás o número de verbos de tema em semivogal é reduzido. E quando a língua, a partir de temas nominais terminados em vogal, criou verbos com o sufixo -j- como filej-, nikaj-, dhloj-, que se tornaram temas do infectum e evoluíram para fil¡v > filÇ, tim‹v > timÇ, dhlñv > dhlÇ. Na flexão de todo o sistema do infectum, esse j também foi sentido como consoante, por isso recebe a desinência -v- na 1a pessoa e sofreu síncope em posição intervocálica entre a vogal temática e a vogal de ligação.

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Quem determina a presença ou não da vogal de ligação é o consciente lingüístico, que vigia sobretudo o significado. Quando uma acomodação entre consoantes descaracteriza o significado, torna-se necessária a vogal de ligação. Veremos isso muitas vezes no correr deste trabalho. Aliás, a seqüência fonética “i/u + mi” é extremamente incômoda; a acomodação com o -v é bem mais fácil e natural. É por isso também que os verbos que têm um sufixo -numi / -nnumi no infectum têm uma variante em “æv”, como deÛknumi / deiknæv.

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A síncope desse j provocou o surgimento do hiato que o dialeto ático reduziu pela contração. As gramáticas chamam esses verbos de “contratos”, mas, na verdade, eles só são “contratos”, isto é, têm formas contratas apenas no sistema do infectum, “inacabado”, por causa da síncope desse j, formador do tema do infectum. Nos outros temas (aoristo/futuro e perfeito) a vogal temática é alongada.

Os casos: definições N OMINATIVO: ƒOnomastik¯ ptÇsiw (önoma - ônom‹zv). Nominatiuus casus (nomen - nominare) - nome-nomear, nominativo. É o “caso” da denominação, da nomeação, da identidade, da identificação. É o caso do nome como ele é, na sua expressão referencial. É o de que se fala; é o assunto, o sujeito lógico, e daí sujeito gramatical: tò êpokeÛmenon - subjectum - o que jaz em baixo, o que está disposto em baixo. O nominativo é então o caso do sujeito e das relações secundárias do sujeito, isto é, da expansão do sujeito nas relações adjetivas, • quer na idéia de colagem, em que a noção adjetiva faz um todo com o nome: o cavalo branco, isto é, o epíteto, o adjunto adnominal, • quer na relação de atribuição, isto é, uma idéia de qualidade ou estado atribuída, aplicada, em função de atributo; mas, nesse caso, não há idéia de colagem; daí a necessidade do verbo de ligação. Em grego, aliás, sobretudo até a época clássica, não se usa o verbo de ligação nas relações ditas predicativas: õ nyrvpow politikòn zÒon - o homem (é) um ser (vivente) da pólis (urbano - político). Essa idéia de atribuição pode ser percebida também nas aposições: õ lñgow, m¡gistow tærannow - A palavra (discurso/ razão), o maior senhor ou õ lñgow m¡gistow tærannow - A palavra é o maior senhor. A proximidade conceitual e semântica entre um predicativo e o aposto faz com que, com freqüência, não seja fácil estabelecer distinção entre um e outro. Só o contexto resolverá o problema. Torna-se uma questão conotativa.

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A identificação e o emprego do nominativo são de fundamental importância para a compreensão do enunciado, porque se trata do sujeito, isto é, do assunto. As relações secundárias do sujeito (adjunto adnominal, predicativo, aposto) complementam essa identificação. O emprego do nominativo é pouco complexo, mas às vezes surpreende. Contudo, o nominativo não identifica apenas o sujeito lógico, conceitual, sintático, gramatical do enunciado: o amigo é fiel, õ fÛlow pistñw / pistòw õ fÛlow. Por ser o caso da identificação, da denominação, ele é empregado naturalmente também em sintagmas, em citações, em enumerações, como: os amigos fiéis: oß pistoÜ fÛloi. Nos exemplos a seguir, vamos registrar alguns desses empregos: 1. Em títulos de obras, inscrições, relações, listas: Nef¡lai - As Nuvens (de Aristófanes) Sf°kew - As Vespas (de Aristófanes) t‹de par¡dosan:... st¡fanow... fi‹lai... Eles ofereceram estas coisas: diadema... taças KallistÆ NikofÛlou Cálisto, filha de Nicófilo (inscrição tumular) 2. Em citações e predicação: Žn¯r genñmenow proseÛlhfe t¯n tÇn ponhrÇn koin¯n ¤pvnumÛan sukof‹nthw - tendo-se tornado homem, ele adotou a denominacão comum dos malfeitores: “sicofanta” toçw ¦xontaw tòn shmnòn önoma toèto tò kalñw te kŽgayñw - os que têm o nome respeitável de “belo e bom” mèw kaÜ gal° m¡lleiw l¡gein; - “ratinho e doninha” queres dizer? Žllƒ ´de m¡ntoi m¯ l¡ge - Mas, então, não digas “esta” 3. Nas enumerações: TŒ d¢ t°w pñlevw oÞkodom®mata... toiaèta [÷ra] propælaia... stoaÛ... Peiraieæw... (Dem., 23, 207) [olha] as edificações da cidade tais como: os propileus... os pórticos... o Pireu... tÛyhmi dæo... poihtik°w eàdh: yeÛa m¢n kaÛ ŽnyrvpÛnh... [t¡xnai] Eu coloco duas formas de arte poética: a divina e a humana

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llouw dƒõ... NeÝlow ¦pemcen: Sousisk‹nhw, PhgastagÆn AÞguptogen®w, ÷ te t°w ßerw M¡mfidow rxvn... (Ésq., Pers., 33) Nilo enviou ainda outros: Susískanes, Pegastágon da estirpe de Egito, e o governante da sagrada Mênfis... 4. Predicativo de indefinido: n°sow dendr®essa, yeŒ dƒ ¤n dÅmata naÛei uma ilha coberta de árvores, uma deusa dentro tem habitação. 5. Em posição de anacoluto: Oß fÛloi... tÛ f®somen aétoçw eänai; Os amigos... o que diremos serem eles? Às vezes confundindo-se, aparentemente, com o vocativo: ‰V t‹law ¤gÅ; Infeliz que eu sou! Dæsmorow; Coitado! [tu és] Sx¡tliow; Infeliz! [tu és] „O paÝw, Žkoloæyei deèro; Tu, o escravo, acompanha aqui! ‰V fÛlow; ó, amigo! [tu, o amigo!] FÛlow, Î Men¡lae; Amigo, ó Menelau! dialegñmenow aétÒ ¦doj¡ moi... (Platão, Apol., 21c) conversando com ele, pareceu-me... Ferr¡fatta d¡, polloÜ m¢n kaÜ toèto foboèntai tñ önoma (Platão, Crát., 412c) Ferréfatta, muitos temem esse nome. Prñjenow d¢ kaÜ M¡nvn... p¡mcate aétoçw deèro (Xen., An., 2, 5, 37) O Proxeno e Mênon... enviai-os para cá. Em geral todos esses empregos do nominativo próximos do vocativo são demonstrativos, afirmativos.

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6. É também o que acontece nas interpelações, em que se aponta com o dedo o objeto do chamado. Nas exclamações, o nominativo caracteriza, o vocativo se dirige, chama, o acusativo enche o objeto de emoção e o genitivo dá a fonte da esfera da emoção. Nesses casos, muitas vezes o emprego do nominativo se confunde com o do vocativo : Oðtow, s¡ kalÇ; Tu aí, é a ti que estou chamando! ‰V oðtow, oðtow, OÞdÛpouw; Ei, tu, tu aí, o Édipo! nyrvpow ßerñw; santo homem! (é um santo homem) l°row; bobagem! Î mÇrow; que bobo! Î d¡spotƒ naj... lamprñw tƒ aÞy®r; (Aristóf., Nuvens, 1168) ó senhor patrão! e brilhante éter! 7. Em aposição a um vocativo ou em lugar dele: õ paÝw, Žkoloæyei deèro (Aristóf., Rãs, 521) Tu, o escravo, vem para cá! ‰V Falhreæw, ¦fh, oðtow ƒApollñdvrow, oé perimeneÝw; (Platão, Banq., 172a) Ó o de Falera, tu (esse) aí, Apolodoro! não vais esperar? Prñjene kaÜ oß lloi oß parñntew †Ellhnew, oék àste ÷ ti poieÝte; (Xen., An., 1, 5, 16) Proxeno (embaixador), e vós os outros gregos presentes, não sabeis o que estais fazendo? sæ dƒ, ¦fh, õ tÇn „UrkanÛvn rxvn, êpñmeinon (Xen., An., 4, 5, 22) E tu, disse ele, o comandante dos Hircânios, espera! àyi m¢n oïn sæ, ¦fh, õ presbætatow, kaÜ ÞÆn taèta l¡ge (Xen., An., 4, 5, 17) Vai tu, então, o mais velho, e indo, dize [diz] essas coisas

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kaÜ p‹ntew d¢ oß parñntew kaÜ oß Žpñntew fÛloi, xaÛrete; (Xen., An., 8, 7, 28) E todos vós, os amigos presentes e ausentes, salve! 8. O sujeito de um verbo finito, na voz ativa, média ou passiva, está sempre no nominativo. Kñnvn... ¤nÛkhsen Kónon... obteve a vitória. Na voz passiva o predicativo do sujeito vai para o nominativo. Em português costuma-se uni-lo ao sujeito por uma preposição como, por, de. „O Kèrow ¼r¡yh basileæw Ciro foi eleito rei. Al¡jandrow Ènom‹zeto yeñw Alexandre era chamado [de] deus. Há também quem afirme que o nominativo não é um caso, talvez por influência do registro tradicional dos nomes, no nominativo e genitivo e dos adjetivos no nominativo nos dicionários e nas gramáticas. A forma do nominativo seria a forma-referência, e o genitivo enquadraria o nome nos diversos paradigmas (declinações). Não concordamos. O nominativo é um caso porque tem desinência7, e por isso tem uma função. Essa confusão entre nominativo, caso-referência, identificando-o com o tema dos nomes, dá origem à maior parte das dificuldades que os alunos têm para aprender a flexão dos nomes em grego e em latim. Contudo, os dicionários e as gramáticas estão aí. Vamos respeitálos, embora não concordando. A desinência básica do nominativo dos seres animados (masc. e fem.) é -w. Ela está: • nos nomes masculinos e femininos de temas em consoante e semivogal (a III declinação), • nos nomes masculinos e femininos de tema em -o, • nos nomes masculinos de tema em -a / -h.

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A apresentação clássica dos nomes, quer nas gramáticas, quer na entrada dos dicionários se faz pelo nominativo e genitivo. O genitivo identifica a declinação a que a

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Os nomes de tema em soante ou líqüida substituem o -w pelo alongamento da vogal temática. Os femininos de tema em -a / -h não têm desinência no nominativo, e os neutros, por serem inanimados, sem identidade própria, têm desinência zero no nominativo. Não há neutros de temas em -a / -h; os de tema em -o também não têm desinência. A “desinência” -n dos neutros em -o seria, na opinião dos gramáticos, um empréstimo do acusativo masculino. Pensamos que isso é improvável8. Nas palavras fortes como os dêiticos esse -n não aparece, por dispensável. É o caso de tñ, toèto, tñde, ¤keÝno, llo, aétñ. Aliás, os neutros não têm declinação própria: fora do nominativovocativo-acusativo, em que se apresentam na sua forma de tema, os outros casos se flexionam como os dos seres animados. Os neutros de tema em consoante, soante ou semivogal não têm desinência; eles se enunciam pelo próprio tema. V OCATIVO : Kletik¯ ptÇsiw (kal¡v) - Vocatiuus casus (uocare). É o ato de chamar. O vocativo não é propriamente uma função; não faz parte do mecanismo da frase; é exterior a ela. É uma espécie de interjeição, um chamado, um aceno; é o “gancho” do diálogo, que é bipolar, singular. É próprio da oralidade. E a língua grega é coerente ao representá-lo sem ptÇsiw, isto é, sem desinência. Além disso, o vocativo autêntico é só o singular. A pluralidade se criou por expansão, por analogia, como veremos mais tarde. Por isso também o vocativo é pobre em relações complementares (quase não tem predicativo e o aposto descamba freqüentemente para o nominativo); só o adjunto adnominal (epíteto), por se colar ao nome, fica no vocativo.

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palavra pertence. Mais nada, tanto em latim quanto em grego. Cremos que se registrássemos entre parênteses o tema ajudaríamos muito mais o estudioso. É mais provável que esse -n seja eufônico, isto é, vem apenas para proteger a vogal átona final, como em ¤sti (-n), eÞsi(-n), ¦lue(-n).

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1. Usa-se o vocativo apenas nos diálogos e nas interpelações (que são uma forma de diálogo). Em geral aparece a interjeição Î, que precede o nome: [Î] ndrew dikastaÛ; Senhores juízes! Î Žndrew ƒAyhnaÝoi; Cidadãos [varões] Atenienses! ŽeÜ ÷moiow eä, Î ƒApollñdvre (Plat., Banq., 173d) Tu és sempre semelhante, Apolodoro! 9 Î fÛle FaÝdre; (Plat., Fedro, 277a) Ó amigo Fedro! Î b¡ltiste SÅkratew; Ó excelente Sócrates! 2. Contudo, às vezes, a interjeição pode vir entre o vocativo e seu atributo: megalopñliew Î Sur‹kosai; (Pínd., Pít., 2, 1) Grande cidade, ó Siracusa! xaÝre, p‹ter , Î jeÝne; (i, 408) Salve, pai, ó hóspede! fÛlow Î Men¡lae (D, 189) Ó amigo Menelau! [Menelau, meu amigo!] 3. Algumas vezes a interjeição é omitida, para dar mais vivacidade ao discurso. Demóstenes ora emprega a interjeição ora não, dependendo da ênfase que quer dar ao discurso. lhreÝtƒ ƒAyhnaÝoi; (Dem., 8, 31) Estais dizendo bobagens, atenienses. …Andrew ƒAyhnaÝoi é mais freqüente do que Î ndrew ƒAyhnaÝoi. Platão usa mais com a interjeição do que sem.

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O uso da interjeição Î é constante. No Banquete, há 70 casos de Î e apenas 8 sem a interjeição. No Protágoras, por volta de 100 vocativos com nomes próprios são precedidos de Î.

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4. A posição do vocativo não é necessariamente no começo da frase. Pode vir posposto. aìth m¡n ¤stin, Î TÛmarxe, Žndròw Žgayoè ŽpologÛa (Ésquines, 1, 122) É essa, ó Timarco, a defesa de um homem de bem. 5. Vocativo nas exclamações e imprecações: „Her‹kleiw; Ó Heraclés! Î Zeè kaÜ yeoÛ; Ó Zeus e deuses! Î Zeè basileè; Ó Zeus rei! Î Zeè DÛkh te Zhnòw „HlÛou te fÇw; Ó Zeus, Justiça de Zeus e Luz do Sol! 6. Predicativo do vocativo: ŽntÜ gŒr ¤kl®yhw …Imbrase ParyenÛou (Teócr., 17, 66) Tu foste chamado, Ímbraso, em lugar de Parthênios ÞÆ ÞÆ dæsthne sæ, dæsthne d°ta diŒ pñnvn p‹ntvn faneÛw; Ai! ai! infeliz, tu, tendo aparecido (que apareceste) infeliz através de todos os sofrimentos! Por não ser função, o vocativo não é caso, isto é, não tem desinência própria. É o próprio tema. Mas ele está intimamente ligado ao nominativo, que é o caso da nomeação; ele não existe, ou está implícito, por exemplo nos pronomes pessoais, nos adjetivos possessivos, nos demonstrativos, por razões semânticas, é claro. Essas categorias são identificadoras, com funções próximas das do nominativo. Nos nomes femininos de tema em -a / -h, ele é igual ao nominativo e é o próprio tema nos masculinos. Nos nomes de tema em -o, ele é o próprio tema, mas com vocalismo -e nos masculinos e femininos e é igual ao nominativo nos neutros. Nos nomes neutros de tema em consoante, soante e semivogal, ele é igual ao nominativo, e nos masculinos e femininos ele é ou o próprio tema, ou é igual ao nominativo.

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tema?

Quando o vocativo dos nomes masculinos e femininos é o próprio

Todas as vezes em que o enunciado do tema, em posição de vocativo, não descaracteriza foneticamente o nome. Isto acontece com os nomes de tema em consoante. Ora, nós sabemos que a língua grega mantém poucas consoantes em posição final: apenas -w, -n, -r. As outras todas caem. Assim g¡rvn, ontow o ancião, cujo tema é g¡ront - faz o vocativo g¡ron. Na verdade deveria ser g¡ront, mas o -t em posição final não se sustenta em grego, contrariamente ao que acontece no latim. Mas em aäj, aÞgñw a cabra, o vocativo deveria ser aäg que é o seu tema; mas o -g em posição final também não se sustenta. Então teríamos um vocativo -aä, o que mutilaria e descaracterizaria semanticamente a palavra. Nesses casos, o consciente lingüístico, isto é, a inteligência da língua, que visa sempre ao significado, vem em socorro à palavra e lhe empresta a desinência do nominativo, caso que semanticamente lhe é próximo, e temos o vocativo aäj, igual ao nominativo. Mas ela não usa do mesmo recurso em paÝw, paidñw. O tema, e por conseguinte o vocativo, é paÝd; mas o -d em posição final sofre apócope, ficando a forma paÝ. O que ficou é representativo do núcleo semântico e a língua o mantém assim. Essa “regra” de que o vocativo ora tem forma própria ora é igual ao nominativo nunca foi e nem será bem explicada pelas gramáticas 10. E o resultado disso, tanto em grego quanto em latim, são as listas de exceções, ou então soluções mais cômodas de gramáticos como Konstantinos Lascaris, que registra dois vocativos para muitas palavras, como pñli e pñliw. As desinências do vocativo plural são todas iguais às do nominativo. O vocativo plural se fez por analogia, por extensão. O vocativo autêntico, original, funcional é o singular, horizontal, bipolar.

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A razão é que as gramáticas vêem “declinações”, a partir do “caso reto - nominativo”; nós vemos um tema, que contém o significado, e casos que lhe acrescentam funções.

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A CUSATIVO: AÞtiatik¯ ptÇsiw (aÞt¡v-aÞtÛa) - Accusatiuus, causatiuus casus (ad-causare). A gramática tradicional diz que é o caso do objeto direto, que se caracteriza pela ausência de conetivo (preposição) entre o verbo transitivo e o seu complemento. É uma visão formalista, imperfeita e inútil, porque não leva em conta a relação semântica. Ela não cobre, por exemplo, esse casuísmo gramatical que costumamos chamar de “objeto direto preposicionado”, como amar a Deus, amar ao próximo. Esse uso se localiza em toda a Ibéria, sobretudo no castelhano. Na verdade esse a não seria propriamente uma preposição mas uma espécie de vogal de apoio. A preposição a em princípio traz a idéia de referência ou de relação espacial ou equivalente, o que não existe nesse caso. Cremos que, se derivarmos aÞtiatik® do verbo aÞt¡v eu procuro, busco, exijo, poderemos explicá-lo satisfatoriamente. A derivação de aÞtÛa “causa”, por ser abstrata, não é suficiente e destoa do conjunto das denominações dos outros casos, que são concretas. Dionísio Trácio e depois alguns seguidores, como Apolônio Díscolo e Querobosco, afirmam que usamos o acusativo quando solicitamos (aÞtoæmenoi) alguém: “Eu te (acus.) peço um livro (acus.)”. Te e livro são causativos como em “Eu acuso Aristarco (acus.)”. Isso nos parece uma justificativa a posteriori, baseada em uma observação parcial e superficial dos mecanismos da língua. Contudo, o objeto de busca é também o objeto da causa; é natural, então, que esses dois termos se confundam e façam surgir a idéia de culpa e daí a idéia de acusação. É o que acontece com os verbos transitivos que, por serem incompletos, partem à busca de seu complemento; esse complemento é o termo, término do processo verbal; o ato verbal se completa, se fecha nele. A denominação de transitivo exprime bem esse fato.11 Essa busca do “complemento” pode ser verificada também nos verbos chamados de movimento ou de direção. A única diferença é que, nesse caso, há uma relação espacial.

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A idéia de movimento é uma constante em todas as relações do acusativo.

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Nas frases Eu vou à cidade / Eu amo a cidade, a palavra cidade é termo, complemento tanto de amo quanto de vou. Há uma diferença apenas: vou, por exprimir uma idéia de espaço, precisa de uma preposição 12. Mas a relação é a mesma, isto é, completar o verbo, e por isso também o caso é o mesmo. Nem sempre há coincidência entre o ponto de vista do português e o ponto de vista do grego no entendimento da transitividade dos verbos. Em português prevalece a análise formal: identifica-se o objeto direto pela ausência da preposição depois do verbo “regente”, e a presença da preposição identifica o objeto indireto. Isso em pouco ou em nada contribui para o entendimento do enunciado; ao contrário, às vezes até confunde. É que em português, nos verbos denominativos de expressão dos sentidos ou de ajuda, utilidade, proveito, conserva-se no verbo a estrutura do complemento nominal, com as preposições de e a; assim: ter gosto de, para gostar de, ser agradável a, para agradar a, fazer o bem a, dizer bem ou mal de são preferidos a beneficiar, bem-dizer, maldizer, que, aliás, assumem significados diferentes. Em grego, a identificação do acusativo (objeto direto) se faz pelo significado, tendo em vista o processo verbal em seu seguimento até sua realização e complementação no objeto, que é o termo do processo verbal. Por exemplo, as idéias contidas nos verbos de expressão dos sentidos, de ajuda, utilidade etc., mesmo compostos, são entendidos como processos verbais transitivos e se completam no objeto direto (acusativo); mas, se a mesma idéia é expressa por um adjetivo ou substantivo, o complemento nominal vai para o caso de sua relação. Assim: Èf¡limñw tini - útil a alguém (dat., mas.) ÈfelÇ tina - eu ajudo, auxilio alguém (acus.) Como dissemos, nem sempre o ponto de vista grego coincide com o ponto de vista português. Por causa de um processo diferente de formação de palavras, muitas vezes uma visão de dativo (atribuição) em português é vista como acusativo (termo do ato verbal) em grego.

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As preposições são advérbios de significado espacial. Por isso, em grego, quando há uma relação espacial ela é expressa por uma preposição.

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Alguns exemplos ilustram esse fato: Grego ÈfelÇ, ônÛnhmÛ tina eéergetÇ tina eï poiÇ, kalÇw poiÇ tina eï l¡gv, kalÇw l¡gv tin‹ lany‹nv tin‹ ŽmænomaÛ tina aÞdoèmai tin‹ bl‹ptv tin‹ ŽdikÇ tina kakÇw poiÇ tina kakÇw l¡gv tin‹ ful‹ttomaÛ tina ömnumaÛ tina aÞsxænomaÛ tina foboèmaÛ tina timvroèmaÛ tina

Em português eu sou útil a / ajudo eu faço bem a / beneficio eu faço o bem a falo bem de eu escapo a, me escondo de eu me defendo de, afasto eu me envergonho, respeito eu causo dano, prejudico faço injustiça a faço mal a falo mal de eu me guardo de, evito eu juro por (em relação a) eu me envergonho (diante) de eu tenho medo de, temo eu me vingo de

O acusativo sintático, como termo ou complemento dos verbos de ação, ditos transitivos, como eu amo a cidade, ou analógico a ele, como o termo do complemento nominal de um adjetivo que exprime qualidade, ou de um verbo que exprime um estado, que os gramáticos chamam de acusativo de relação, podem se situar na mesma idéia de movimento. Alguns também o chamam de acusativo adverbial, talvez por vir expresso pelo neutro de alguns adjetivos e substantivos, como prÇton, em primeiro lugar, primeiramente, deæteron, em segundo lugar, (em) segundo. Algumas vezes também, ele é expressso pelo plural neutro de um adjetivo de sentido geral, como “todo, outro, muito”, em que se sente um substantivo implícito, não expresso. É como se o adjetivo funcionasse como predicativo desse substantivo objeto omitido. Assim: ƒOlæmpia nikn vencer (uma modalidade esportiva) (ƒOlumpik¯n nÛkhn nikn) em Olímpia ²dç geln rir doce (em relação a algo bom) deinŒ êbrÛzein ofender (com ofensas) graves

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p‹nta nikn oéd¢n frontÛzein tlla (tŒ lla) oéd¡n prÇton / tò prÇton tò p‹lai / tò palaiñn Žrx®n Žrx¯n oé/m® tŒ poll‹ t¡low/tò t¡low /tò teleutaÝon prñteron toénatÛon (tò ¤nantÛon) t¯n eéyeÝan toèton tòn xrñnon tò nèn / tŒ nèn tò loipñn t¯n taxÛsthn (õdñn)

vencer em tudo ( em todas as coisas) pensar nada (em nenhuma coisa) quanto ao resto (a outras coisas) em nada (a nenhuma coisa) em primeiro lugar (quanto à primeira coisa) antigamente (quanto à coisa antiga) quanto ao começo, para começar, antes de tudo para começar não, de início não muitas vezes, quanto a muitas vezes, freqüentemente quanto ao fim, em último lugar, finalmente antes (disto), primeiramente ao contrário em linha reta, direto, em frente por) aquele tempo, naquele tempo quanto ao momento presente, em relação às coisas de agora quanto ao resto, daqui para frente à maneira mais rápida

Podemos incluir também nesse acusativo de relação o acusativo de objeto interno, isto é, o complemento da mesma raiz do verbo ou de significado próximo, que pode acontecer até com verbos intransitivos. Em português também existe esse uso. Por exemplo viver a vida. Também a expressão de extensão, distância, trajeto, percurso no espaço e duração no tempo se exprimem pelo acusativo, uma vez que está implícita a idéia de movimento. dein¯n nñson noseÝn adoecer de grave doença (obj. interno) b¡ltiñn ¤sti sÇma µ cux¯n noseÝn - (Men.) É melhor sofrer no corpo do que na alma [em relação a] noseÝn nñson ŽgrÛan - (Sóf.) sofrer de uma doença cruel [em relação a (objeto interno)]

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k‹mnein t®nde t¯n nñson (Eur.) sofrer dessa doença [em relação a (objeto interno)] zÇ bÛon moxyerñn eu vivo uma vida miserável (obj. interno) lagÆ bÛon ¦zhw tu vivias uma vida de lebre (obj. interno) koim®yhsan xalk¡on ìpnon eles adormeceram de um sono (de) bronze [eles dormiram um sono de bronze (obj. interno - metonímia)] ¤n MarayÇni m‹xhn nikn vencer a batalha em Maratona (obj. interno) pñdaw Èkçw ƒAxilleæw (Hom.) Aquiles rápido nos pés, quanto aos pés, em relação aos pés. Svkr‹thw toënoma Sócrates de nome, Sócrates quanto ao nome, em relação ao nome. Žn¯r tŒ met¡vra frontist®w (Plat.) homem pensador em relação aos fenômenos celestes (obj. interno). deinñw eÞmi taæthn t¯n t¡xnhn (Plat.) eu sou hábil nessa arte, em relação a essa arte (obj. interno) õ nyrvpow tòn d‹ktulon ŽlgeÝ esse homem tem dor de dedo [tem dor quanto ao dedo, em relação ao dedo]. Žpetm®yhsan tŒw kefal‹w (Xen.) eles foram cortados em relacão às cabeças. [Eles tiveram as cabeças cortadas]. M¡letñw me ¤gr‹cato t¯n graf¯n taæthn. (Plat.) Méletos me moveu esse processo [em relação a mim]. toèton tòn trñpon em relação a essa maneira, dessa maneira tÛ; em relação ao que? por quê”? tÛna trñpon:; em relação a que maneira? de (por) que maneira.

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O acusativo ilativo ou de direção, extensão ou movimento no espaço, também pode ser usado como duração, extensão no tempo, e, nesse caso, por ser uma noção menos concreta, dispensa a preposição. T°w „Ell‹dow oé meÝon µ mæria st‹dia ŽpeÝxon Estavam distantes da Grécia não menos do que 10.000 estádios. Ceudñmenow oédeÜw lany‹nei polçn xrñnon Mentindo ninguém se esconde [por] muito tempo. treÝw ÷louw m°naw par¡meinen Ele estacionou [por] três meses inteiros. oéd¡pv eàkosin ¦th gegonÅw Nascido ainda não vinte anos [nascido um tempo de ainda não vinte anos]. trÛthn ²m¡ran ´kv É o terceiro dia que eu cheguei [passaram dois dias da minha chegada]. pn ¸mar ferñmhn Eu era transportado o dia todo [ao longo de]. Esse mesmo mecanismo de relação se encontra também nos verbos que exprimem duas ações: uma sobre a pessoa e outra sobre a coisa. As gramáticas grega e latina falam de verbos de “duplo acusativo” com “objeto direto” e “objeto indireto”. A portuguesa os chama ou de bitransitivos ou de transitivos relativos. Cremos que também esse “acusativo da coisa” poderia ser entendido como um acusativo de relação. did‹skv tin‹ ti Eu ensino algo a alguém pode ser entendido como eu ensino alguém em (relação) a alguma coisa. aÞtÇ, ¦romai, ¤rvtÇ tin‹ ti Eu peço, eu exijo, eu pergunto, alguma coisa a alguém, ou alguém em alguma coisa. ¤kdæv tin‹ ti Eu desvisto alguém de alguma coisa (em relação a). ¤ndæv tin‹ ti Eu visto alguém de alguma coisa (em relação a). kræptv tin‹ ti Eu escondo algo de alguém [algo em relação a alguém].

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pr‹ttomai tin‹ ti Eu exijo algo de alguém [faço exigência em relação a algo]. Podemos incluir aqui também alguns verbos que significam nomear, escolher, eleger, ver como. O segundo acusativo é na verdade um predicativo do objeto direto: Oß ƒAyhnaÝoi tòn Perikl¡a eálonto strathgñn. Os atenienses elegeram Péricles (como) comandante. TÛ toèto l¡geiw ; Tu dizes isso o quê? O que é isso que dizes? Essa visão metafórica do movimento, que sentimos como uma relação, está também numa construção bastante freqüente em grego e em latim. É uma espécie de anacoluto construído a partir de uma apóstrofe, num movimento do pensamento dirigido a alguém, em que há uma elipse do verbo, cujo sentido está implícito no gesto: s¢ d®, s¢ t¯n neæousan ¤w p¡don k‹ra fºw µ katarn» m¯ dedrak¡nai t‹de; Ei! tu!, tu que estás inclinando a cabeça para o chão, confirmas ou negas ter praticado estas coisas? (Sóf.) [É a ti que me refiro, tu que...] No latim também: Me, me, adsum qui feci In me convertite ferrum... (Virg.) Eu?! Eu?! eu, que fiz, estou aqui Dirigi contra mim a lança... É o mesmo acusativo que se usa nas interjeições ou imprecações: n¯ DÛa; por Zeus! me miserum! - coitado de mim. Nas línguas modernas também existe essa construção, embora o caso acusativo não se identifique formalmente. Mas no francês sim: Moi? Je n’en sais rien! Eu? eu não sei de nada! Moi é o acusativo latino me.

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G ENITIVO: - É a genik¯ ptÇsiw - genitivus casus, genitivo. A primeira referência que se viu foi a de “filho de, ou oriundo de” que era, e em muitas culturas ainda o é, o modo de identificação das pessoas. É provável que o nome genik® tenha surgido daí, da palavra g¡now - família. A segunda referência, não menos freqüente e concreta foi a de posse 13; daí também o nome kthtik® ptÇsiw - caso possessivo - que alguns lhe deram; de ktÇmai - eu adquiro, eu possuo. O nome genitivus casus, decalque latino de genik¯ ptÇsiw, levou também alguns a verem no genitivo o caso-origem, isto é, o caso que enquadrava os nomes em seu paradigma de flexão, na sua declinação. É assim que nós aprendemos nas gramáticas do latim e do grego. No latim, as “5 declinações” se identificam pela desinência do genitivo singular -ae, -i, -is, -us, -ei e, no grego, as “3 declinações” se identificam pelos genitivos -aw/hw, -ou, -ow. Daí também é o uso de, nos dicionários e gramáticas, registrar o enunciado dos substantivos no nominativo e genitivo singular para indicar a sua declinação. Veremos adiante que não foi exatamente uma boa solução. Mas, se adotarmos a expressão genik¯ ptÇsiw - genitiuus casus no seu significado denotativo, etimológico, como caso da origem, veremos que é correto. A metáfora e a metonímia se encarregam de ampliar o seu significado. É a relação de origem, em todos os sentidos, concreto ou abstrato: origem, ponto de partida, parte de, proveniência, separação, afastamento, carência, necessidade, diferença, superioridade, inferioridade, definição, delimitação, restrição, anseio, desejo, dominação, começo etc. As gramáticas detalham um sem número de genitivos, fazendo distinção entre genitivo “regido” por adjetivos e substantivos e genitivos “regidos” por verbos e preposições. Não estão erradas, mas, com excesso de detalhes, elas obscurecem o aspecto semântico que é o principal. Se

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O genitivo na idéia de “posse” pode ser sentido como um “partitivo”, isto é, de mim, de ti; supõe a idéia de “partilha”, “parte que me cabe”; é uma relação substantiva em que há uma delimitação. O objeto possuído é “parte” do todo: “possuidor e posse”.

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observarmos bem o significado de todos esses genitivos, verificaremos que todos eles têm um significado próximo, concreto ou abstrato; a linha semântica se mantém, incólume, com variações metafóricas. Nós aprendemos que o genitivo é o caso das relações com de. É correto mas incompleto. A preposição de, latina, na origem, tem o significado de separação, de cima para baixo; mas o significado se expandiu para significar qualquer separação. E é assim que em português ela é usada nas relações nominais (complemento nominal ou adjunto adnominal); é um uso correto, porque nesses casos de definição, delimitação, determinação, restrição, o sentido de separação permanece. No latim, o genitivo se restringe a essas relações nominais. É, portanto, o genitivo restritivo, delimitativo do complemento terminativo, do complemento nominal, do adjunto adnominal com todas as variantes semânticas de origem, de filiação, de posse, de matéria, de lembrança, de esquecimento, de causa, de preço, de valor, de qualidade, de matéria, de conteúdo, de parte. Assim mesmo, importa menos a forma do que o significado. Por exemplo, nas relações de comparativo de superioridade ou inferioridade, o grego usa o genitivo no segundo elemento, porque uma superioridade ou inferioridade é uma diferença; o latim exprime essa relação pelo ablativo. Nas relações de superlativo relativo, em grego, tanto podemos ver a separação como uma relação partitiva: “o maior de todos, dentre todos” quanto à relação de superioridade e diferença. Em latim, a relação partitiva é expressa pelo genitivo e a segunda, de superioridade, pelo ablativo. 14 O mesmo acontece com os verbos. Sempre que o significado sugere uma idéia de separação, ausência, carência, parte, como: desejar, carecer, lembrar-se, esquecer-se, ter falta de, começar, mandar, dominar, leva-se o complemento para o genitivo. Em português, temos de na maioria desses casos, com a idéia de partitivo como: começar, gozar de, provar de, degustar, tocar e alguns verbos que exprimem a percepção pelos sentidos, como ouvir, sentir.

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Em grego, essas duas relações se exprimem pelo mesmo caso: genitivo.

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Nesses casos o que se sente não é o todo, mas uma parte. A relação semântica é importante. Contudo, não é uma regra absoluta; o contexto nos dirá, e também a presença ou não do artigo; a ausência do artigo exclui a visão do todo; ouvir barulho (genitivo partitivo) e ouvir o barulho (complemento objeto direto-acusativo) 15: pñnoi ‘ptontai toè sÅmatow os trabalhos atingem o corpo (tocam = parte de) geæesyai m¡litow provar mel geæesyai toè melitow provar do/desse mel Žkoæein t°w s‹lpiggow ouvir a trombeta (o som da trombeta) Os verbos cujo significado é mandar, dominar levam para o genitivo o seu complemento. À primeira vista é estranho para nós. Mas, se considerarmos bem, veremos que a relação de poder é uma relação de superioridade, de diferença. Mais uma vez é o conteúdo semântico que prevalece. As mesmas relações de origem, ponto de partida etc, mas concretas, espaciais ou temporais se exprimem pelo genitivo com preposição. As preposições são, na verdade, advérbios com significado espacial, que delimitam a relação espacial. Essas relações espaciais de separação, origem, o latim as leva para o ablativo. O grego, ao contrário, as leva todas, concretas ou abstratas, para o genitivo com preposição. Algumas gramáticas denominam esse caso de genitivo - ablativo. A denominação genitivo-ablativo é confortável e semanticamente correta, porque exprime o ponto de partida ou separação espacial ou temporal. É um conceito híbrido greco-latino. Já vimos no acusativo de direção e extensão e veremos com o locativo e o instrumental que as preposições acrescentam às relações sintáticas a idéia do concreto, do espaço e do tempo (a relação temporal é uma metáfora da espacial). Todas as preposições são antigos advérbios e têm um significadobase espacial. A palavra preposição do grego prñyesiw e do latim praepositio tem cunho descritivista. Diz apenas que é uma y¡siw prñ, isto é,

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Em português é difícil entender assim. A análise formal prevalece sobre a semântica.

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uma posicão diante de. Não se pensa na relação semântica, que é o essencial. É o que acontece nos compostos, tanto substantivos quanto adjetivos ou verbos. A língua grega os considera sempre como unidades autônomas, semanticamente independentes, e o resultado final é a somatória do significado das partes. ¤ntÛyhmi é igual a tÛyhmi ¤n eu ponho em, eu imponho eÞs‹gv é igual a gv eÞw eu conduzo para, eu induzo ¤j‹gv é igual a gv ¤k eu tiro de dentro, eu exijo A relação espacial irá respectivamente para o locativo, acusativo e genitivo-ablativo, e os complementos dos verbos irão para o acusativo, nos exemplos acima, ou para o caso que o significado pedir. A relação genitivo-ablativo está também muito clara na função do agente da passiva, tanto em grego (genitivo) quanto em latim (ablativo). O ponto de vista do ato verbal em relação ao sujeito é diferente: o sujeito não domina, não exerce, não desencadeia o ato verbal; ele não é ativo, não é o agente; ele é passivo, paciente, receptor, inerte. Mas ele é sujeito; é dele que se fala. O ato verbal é desencadeado fora, distante do sujeito, por um agente, sob a ação de uma força externa e recai sobre o sujeito, que é o centro, o assunto da oração, que recebe, aceita, sofre o ato verbal. O grego tem consciência desse espaço imaginário percorrido pelo ato verbal, desde o ponto em que foi desencadeado sob o efeito de -êpñdessa força, desse agente: genitivo espacial (lugar de onde). O latim também registra esse espaço imaginário entre o ponto de partida (agente) e o ponto de chegada (paciente) do ato verbal: a / ab + ablativo. D ATIVO: É a dotik¯ ptÇsiw (dÛdvmi) - dativus (dare) casus, “dandi casus” de Varrão. É o caso da “dação”, da atribuição. Acreditamos que, mais uma vez, a relação significante-significado prevaleceu. Querobosco (I, ll, l8) o denomina caso epistolar, porque “se usa quando alguém dá ou envia algo”. Mas, numa definição mais tardia encontramos uma interpretação bem mais coerente: Dativus aliquid ex-

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trinsecus addi demonstrat vel accedere: “O dativo demostra que algo de fora se junta ou é acrescentado” (Ars Anonyma Bernensis, séc. VIII-IX). É uma definição interessante que enfatiza a relação significantesignificado. A metáfora e a metonímia fazem o resto. Mas ela é também abrangente, porque, a partir da idéia de “ser acrescentado ou se juntar a”, podemos enumerar as relações de amizade, hostilidade, utilidade, proveito, interesse, comunidade, ajuda, agrado, serviço, servidão, afinidade, semelhança, contigüidade, horizontalidade, igualdade, comparação, lateralidade, interesse, paralelismo, simultaneidade etc. É esse o dativo propriamente dito em grego e em latim. Mas, os gramáticos, por causa do morfema -i, que era também o do instrumental e do locativo, pensaram que era mais fácil e prático juntar as três relações sob a mesma desinência e denominação e fizeram a fusão. Querendo facilitar, eles complicaram e passaram para a cabeça dos alunos a idéia e a certeza de que a gramática não se entende, ela se estuda e se aprende de cor, e de que é inútil tentar entender a nomenclatura gramatical. O arbítrio prevalece. Ora, em todas as línguas, qualquer analfabeto e qualquer criança sabe que há palavras que soam igual mas que têm significados diferentes. O contexto esclarece e define. Em latim, o genitivo singular e o nominativo e vocativo plural dos nomes em -o são em -i; o genitivo, o dativo singular e o nominativo e vocativo plural dos nomes em -a são em -ae, e assim por diante. E ninguém pensou em dar um nome só a todas essas funções! É que isso não foi pensado na relação do instrumental e locativo , que são conceitos do indo-europeu, que está muito longe, na poeira do tempo. Temos uma prova disso em Quintiliano, segunda metade do séc. I d.C. (cerca de 30-100 d.C.), que sente o problema e não sabe como resolvê-lo. Mas, honesto, como todo bom professor, sugere ao leitor, também professor, que atente para o fato: Quaerat (magister) etiam sitne apud Graecos uis quaedam sexti casus et apud nos quoque septimi; nam quum dico hasta percussi non utor ablatiui natura nec si idem Graece dicam datiui. Procure (o mestre) também se entre os gregos existe uma certa necessidade de um sexto caso e também entre nós a de um sétimo; pois quando eu

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digo atingidos pela lança, eu não me sirvo da natureza do ablativo nem se eu disser o mesmo em grego, do dativo. Quint., Inst. Orat., I, IV, 26. O que fez falta a Quintiliano foi o chamado “termo técnico”. Mas nós o temos. É o instrumental. Não é o termo técnico, escravizante, que os manuais nos passam, mas o termo exato, significante dessa função, distinta do dativo na sua essência, mas igual na sua forma. O instrumental tem sua origem na questão p» em grego e qua em latim. A idéia primitiva é “por onde, por que”. O instrumento ou meio seria o objeto ou ser inerte, que não exerce o ato verbal, mas é por ele que o ato verbal passa: ele não pratica a ação porque é ou está inerte (um ser animado também pode ser instrumento). Não se usa preposição porque a idéia de espaço não é concreta, é muito tênue; na verdade a idéia de instrumento está mais próxima da idéia de meio, de modo. Por isso o grego, para exprimir a idéia de espaço concreto percorrido ou atravessado, passa a usar a preposição di‹ (com acusativo), e o latim per. Na prática, o reconhecimento das relações do dativo, do instrumental e do locativo se faz pelo significado e não pela forma, nem pela categoria da palavra “regente”, quer ela seja substantivo, adjetivo, verbo ou preposição. Exemplos do uso do dativo: ² toè yeoè dñsiw ²mÝn a doação (dação) da divindade para nós ² toÝw fÛloiw bo®yeia o socorro aos amigos ² mvrÛa dÛdvsi ŽnyrÅpoiw kak‹ a loucura dá males aos homens oék ¦stin oédeÜw ÷stiw oéx aêtÒ fÛlow não há ninguém que não seja amigo a si mesmo ¤n taèya KærÄ basÛleia ·n kaÜ par‹deisow Naquele lugar era para Ciro [Ciro tinha] um palácio real e um parque. treÝw yugat¡rew eÞsÛ moi três filhas são para mim [eu tenho...]

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önom‹ ¤stÛ moi MenÛppow o nome para mim é Menipo [o meu nome é Menipo / eu tenho o nome Menipo] m®thr moÛ ƒAfrodÛth a mãe para mim é Afrodite [minha mãe é Afrodite / eu tenho como mãe Afrodite] xr®simoi t» pñlei úteis à cidade oß aétoÜ öntew ¤keÛnoiw os que eram/são os mesmos que aqueles dÇron tÒ oàkÄ um presente para o lar rpag¯n kusÛn uma presa para os cães oã ¤moÜ eënoi os que me são favoráveis Žporoènti d¢ aétÒ pros¡rxetai Promhyeæw a ele (que estava) em dificuldade aproxima-se Prometeu oé tÒ patrÜ kaÜ t» mhtrÜ mñnon geghn®meya nós não nascemos só para o pai e para a mãe õ p‹ppow moÛ Žp¡yanen morreu-me o avô / meu avô morreu kaÛ moi m¯ yorub®shte e não me façais barulho Î m°ter Éw kalñw moi õ p‹ppow; mãe, como me é belo o avô! como é belo o meu avô! ·lyon ‘ma t» ²m¡r& eles chegaram junto com o dia oÞmvg¯ õmoè kvkæmasin gemidos junto com gritos oß P¡rsai kaÜ oß sçn aétoÝw os Persas e os com eles sçn toÝw yeoÝw com os deuses

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sæneimi (eÞmi sæn), sumf¡rv (f¡rv sæn) ktl, “regem” o dativo de companhia, ou comitativo (simultaneidade). Não se trata de uma regra da gramática, mas de uma exigência baseada na coerência, na relação semântica.

L OCATIVO - responde à pergunta onde? A referência é sobre o lugar em que se está ou em que se comete um ato; é estático, concreto, espacial: responde à questão “onde?”, poè; em grego, e ubi? em latim. A idéia de espaço se transfere (metáfora) para a idéia de tempo, também estático, isto é, um espaço, um momento do tempo. O uso da preposição se faz necessário sempre que se quer enfatizar ou precisar o espaço. Nas relações de tempo seu uso é menos freqüente. Há sobrevivências do locativo indo-europeu em -i em latim e em grego, como: domi em casa ruri no campo Romai > Romae em Roma oàkoi em casa Em grego há um antigo sufixo -yi que Homero usa, mas deixou de ser usado no ático. t» trÛtú Ër& na (pela) terceira hora t» êsteraÛ& no dia seguinte taætú t» ²m¡r& nesse dia tet‹rtÄ ¦tei no quarto ano ƒEn ¦tesin ¥bdom®konta ¤j°n soi Žpi¡nai nos 70 anos (no espaço de) era-te permitido (possível) emigrar (Pl., Críton) ƒEn nuktÜ boul¯ toÝw sofoÝsi gÛgnetai De noite (na noite) o conselho acontece aos sábios ¤n t» „Ell‹di / ¤n KæprÄ na Grécia, em Chipre

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¤n psi eédñkimoi öntew entre todos (no meio de) sendo ilustres oß ¤n t¡lei öntew os que estão no cargo ¤n tÒ aétÒ no mesmo (tempo, fato, lugar) ¤n trisÜn ²m¡raiw em três dias (no espaço fechado de) O locativo “regido” por verbos compostos deve ser entendido a partir do significado. A composição se faz de uma forma coerente e lógica; deve haver compatibilidade semântica entre a preposição (que traz a idéia espacial) e o verbo, que não pode ter idéia de movimento. Se juntarmos o significado da preposição ao significado do verbo não precisamos de regra de “regência”. Saberemos que é o locativo. Assim: ¦neimi -eÞmi ¤n eu estou dentro, estou em -locativo p‹reimi -eÞmi par‹ estou ao lado de, estou presente -locativo Às vezes, por causa do significado do verbo, não é fácil fazer distinção entre dativo e locativo: ¤pidÛdvmi -dÛdvmi ¤pÛ eu dou em cima; eu dou além, eu acrescento. Aqui é nítida a idéia de acrescentar; daí o dativo prevalece. Resta ver, no entanto, se no contexto não há uma relação espacial, quando o locativo prevaleceria.16

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Assim ŽpodÛdvmi eu dou a partir de, eu atribuo (um nome a). Nas Categorias, Aristóteles o emprega com o significado de atribuir (dar) um nome a. Nesse caso, a idéia contida na preposição a partir de, de está implícita, mas não é relevante; a idéia de “dação” é mais forte e o caso então é dativo.

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I NSTRUMENTAL : exprime o meio ou o instrumento com que um ato é cometido. Ele tem sua origem na questão p» ; “por onde, por que?” O meio ou o instrumento não age; ele é inerte, e por isso se usa com seres não dotados de vontade própria, como espada, cajado, dinheiro, pedra etc. Mas às vezes um ser dotado de vontade própria pode ser usado como instrumento. As gramáticas dizem que o soldado é considerado um instrumento nas mãos do comandante. Sempre foi. Mas, quando o soldado age por vontade própria, quando ele mata o comandante, não é mais mero instrumento, é um agente da passiva: “O comandante foi morto pelo soldado”. Mas um ser animado, uma pessoa pode servir de instrumento para um crime, para uma intriga. Nesses casos o indivíduo se torna mero instrumento. Essa idéia de passagem do ato verbal contida na questão p» prevaleceu a tal ponto que a expressão de trânsito, percurso, travessia, passou a ser expressa pela preposição di‹ em grego e per em latim. Não é muito fácil, também, separar, com clareza, a idéia de meio ou instrumento da idéia de maneira, modo. O modo, a maneira podem ser considerados como uma metáfora do meio ou instrumento. Daí o caso ser o instrumental. As gramáticas falam de “dativo” de instrumento, de causa, de modo, de medida e até de diferença! Nos exemplos a seguir, extraídos de Kaegi, todos eles podem ser entendidos como instrumental. OédeÜw ¦painon ²donaÝw ¤kt®sato ninguém adquiriu glória com prazeres Xr®setai ²mÝn õ basileçw ÷ ti ’n boælhtai o rei se servirá de nós naquilo que (em relação ao que) queira [que quiser] oé mñnÄ rtÄ z» õ nyrvpow nem só de pão vive o homem eénoÛ&, ìbrei, fyñnÄ, fñbÄ poieÝn ti fazer alguma coisa por [com] benevolência, por insolência, por inveja, por medo Causa?! Não!! É mero instrumento.

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Podemos observar o mesmo nos exemplos seguintes: ƒAboulÛ& t‹ poll‹ bl‹ptontai brotoÛ Os mortais são prejudicados na maior parte das vezes pela falta de vontade/empenho XalepÇw ¦feron oß stratiÇtai toÝw paroèsi pr‹gmasin Os soldados tiveram problemas pelos [com os] acontecimentos presentes A idéia de causa, por ser abstrata, é sempre metafórica, secundária; ela é abs-tracta. meio:

A idéia de modo, maneira também deriva da idéia de instrumento, toætÄ tÒ trñpÄ oédenÜ trñpÄ taætú t» gnÅmú p‹sú t¡xnú kaÜ mhxan» pantÜ sy¡nei tÒ önti ¦rgÄ

dessa maneira de maneira nenhuma dessa opinião por toda arte e engenho com todo o empenho pelo ato que é - na realidade

Alguns adjetivos no “dativo”, isto é, instrumental-modal, passaram a ser empregados isoladamente e são por isso vistos como advérbios; nesses casos prevaleceu o significado do adjetivo sobre o do substantivo, que passou a ser omitido, ficando implícito, como: dhmosÛ& público/a; publicamente; em público taf» dhmosÛ& com / em obséquias públicas ÞdÛ& em particular, em privado koin» em comum A idéia de medida, de comparação (igualdade), do quanto (preço) também é uma expressão do instrumental: pollÒ kreÝtton muito (em muito) melhor ôlÛgÄ ¤l‹ttouw triakosÛvn pouco (em pouco) menos do que trezentos polloÝw ¦tesi ìsteron muitos anos depois pñsÄ ¤stÛn; quanto é? (por quanto?) ÷sÄ... tosoætÄ quanto (mais)... tanto (mais)

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Os gêneros No sânscrito, no grego e no latim são três: Žrsenikñn, masculinum, masculino; yhlikñn, femininum, feminino e oéd¡teron, m¡son, neutrum, neutrius generis, neutro. Na verdade, o neutro não é propriamente um gênero, mas sim uma ausência de gênero. Isso lembra certamente o gênero anímico: a referência da dualidade macho/fêmea. Os seres inanimados se definiam por analogia; mas nem sempre a analogia agiu com coerência, porque os critérios de observação variam segundo o momento, o meio, isto é, a cultura. No grego há uma certa coerência, mas numa divisão binária: gênero animado/gênero inanimado. Essa diferença aparece na declinação: o neutro não tem a caracterização do nominativo do gênero animado, que é basicamente -w. O nominativo dos neutros é o próprio tema. Isso é claro nos nomes de tema em consoante ou semivogal; nos de tema em -o, sobretudo nos de sílaba final átona, para protegê-la, a língua “toma emprestado o -n do acusativo”17, segundo os gramáticos. Mas esse -n tem uma função eufônica ou prosódica, como acontece nos dativos plurais e nas terceiras pessoas dos verbos quando em final de frase ou antes de palavras iniciadas por vogal, para proteger a vogal final átona (não há neutro em -o oxítono). É o que acontece nos neutros em -o. A explicação a posteriori de que esse -n seria um empréstimo do acusativo não é muito satisfatória. Nos demonstrativos, que são palavras fortes, essa proteção é dispensada: Assim temos: tñ, autñ, tñde, toèto, llo, ¤keÝno, ktl.

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Por ser oéd¡teron = nenhum dos dois, o neutro não tem desinências próprias: desinência zero nos casos síntáticos (N.V.A.) e desinências emprestadas dos gêneros animados nos outros casos.

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flexão flexão nominal: nominal: casos osenúmeros funções

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Os números Os números, ŽriymoÛ, são três: õ ¥nikñw, singularis, singular; õ duikñw, dualis, dual; õ plhyuntikñw, pluralis, plural. O singular e o plural não trazem nenhuma dificuldade. É a mesma idéia que temos em português. Mas a língua grega tinha um dual, isto é, a designação do par, do casal, de uso bastante restrito. Usava-se apenas nos casos em que se queria insistir na concomitância de dois: dois olhos, duas mãos etc. Os gramáticos afirmam que o dual deixou de ser usado bastante cedo. Não é bem verdade. Usava-se sempre que necessário: na linguagem afetiva e quando se queria precisar a dualidade.

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aflexão flexãonominal: nominal:casos os temas e funções nominais

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A flexão nominal: os temas nominais Definidos os casos, as funções, os gêneros, os números, vamos passar aos modelos, paradigmas de flexão. Em grego podemos dividir os nomes em dois grandes grupos: • nomes de tema em vogal; • nomes de tema em consoante e soante/semivogal.

Temas em vogal • temas em -o • temas em -a/h Os de temas em -o são: • masculinos: õ lñgow-ou - a palavra, o discurso • femininos: ² õdñw-oè - o caminho • neutros: tò t¡knon-ou - a criança, o filho Não há distinção formal entre os masculinos e femininos (gênero anímico), mas os femininos são pouco numerosos. Os temas em a/h são: • femininos: ² kefal®-°w a cabeça ² Žgor‹-w a praça, o mercado ² paideÛa-aw a educação ² glÅtta-hw a língua • masculinos: õ polÛthw-ou o cidadão õ neanÛaw-ou o rapaz, o jovem adjetivos qualificativos de tema em -o dêiticos de tema em -a / -h • adjetivos qualificativos: dÛkaiow dikaÛa dÛkaion justo mikrñw mikr‹ mikrñn pequeno kalñw kal® kalñn belo, bom dikow dikow dikon injusto, injusta

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• dêiticos: õ - ² - tñ ÷de - ´de - tñde oðtow - aìth - toèto ¤keÝnow-¤keÛnh-¤keÝno aétñw-aét®-aétñ llow-llh-llo

o, a (artigo) este, esta, isto esse, essa, isso aquele, a, aquilo ele, o mesmo outro, outra

Notas: 1. A lista dos dêiticos (demonstrativos) não é completa, mas representativa; 2. Os adjetivos podem ter três formas: uma para cada gênero (adjetivos triformes); e duas formas: uma para o masc./fem., e outra para o neutro (adjetivos biformes); esses são basicamente os compostos. Observações: A variação -a / -h do feminino dos adjetivos se identifica da seguinte maneira: • os de vogal temática precedida de semivogal i / u e r fazem o feminino em -a: dikaÛa, mikr‹ • os de vogal temática precedida de qualquer outra consoante o fazem em -h: kal® Essa norma é válida também para os nomes. Entretanto, há alguns nomes em que podem conviver o vocalismo -a e -h, como peÝna / peÛnh a fome, dÛca / dÛch a sede. Outros ainda, apesar de terem a vogal temática precedida de consoante, mantêm o vocalismo -a no nom., voc., e acus. singular e -hw no genitivo, -ú no dat. instr. loc. A gramática os chama de nomes em -a impuro ou misto. Ex.: N.dñja, V.dñja, A.dñjan, G.dñjhw, D.L.I. dñjú Todo o plural dos nomes de tema em a/h é em -a. Há ainda alguns nomes próprios de origem dórica que mantêm o vocalismo -a em toda a flexão, como: N.L®da, V.L°da, A.L®dan, G.L®daw, D.L.I. L®d&: Leda, mãe de Castor e Pólux, Helena e Clitemnestra; e Filom®la - rouxinol.

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Outros ainda, de origem jônica, mantêm o vocalismo -h em toda a flexão apesar de terem a vogal temática precedida de -r. ² rrh - hw (rsh) a face ² ¦rsh - hw o orvalho kñrh - hw a menina-moça, a jovem Essa variação a/h é, como vimos, de origem dialetal dórica-jônica. O dialeto ático, que estudamos aqui, vem da Ática, região em que se localizava Atenas, e formou-se basicamente no século V, numa fusão do dialeto jônico e dórico. Atenas se situa ao longo de uma linha imaginária norte-sul que separa a zona oeste de dialeto dórico da zona leste de dialeto jônico. Plutarco diz que Teseu reconheceu as fronteiras da Jônia e da Dórida ao erigir uma estela perto de Megara, fazendo gravar no lado oeste “Aqui termina a Dórida e começa a Jônia e do lado leste, “Aqui termina a Jônia e começa a Dórida”. Assim mesmo, o vocalismo dórico é muito presente no dialeto ático; o vocalismo jônico penetrou quer pela proximidade geográfica quer pela influência dos sábios que acorreram, sobretudo das costas da Ásia Menor, para Atenas, que depois de duas vitórias contra os Persas passou a exercer uma liderança política, econômica e intelectual sobre todo o mundo grego. O ático é o grego literário por excelência. É a língua de Platão, de Aristófanes, de Ésquilo, de Sófocles, de Eurípides, de Lísias, de Isócrates, de Iseu, de Demóstenes, de Ésquines, de Aristóteles, de Tucídides, de Xenofonte, para citar os principais. Posteriormente, com a constituição fugaz do império de Alexandre e posterior divisão em três, entre seus sucessores, o dialeto ático passou a ser a língua comum ² koin¯ glÇtta, do Mediterrâneo, desde o Ponto Euxino até o Egito e as Colunas de Heraclés (Gibraltar). A expressão koin® tem sido usada para identificar a língua dos textos bíblicos - o Antigo e o Novo Testamentos. Não é exato; as expressões grego bíblico, latim bíblico são bastante discutíveis. A koin® é também a língua do comércio, da diplomacia, das relações entre os homens em todo o Mediterrâneo oriental, e foi por essa razão que os rabinos decidiram traduzir os livros da religião judaica para a língua comum, para que os judeus da diáspora tivessem acesso a eles na única língua que conheciam, o grego. Mas o ático literário não perdeu o prestígio; ele continuou a ser a língua da excelência, a língua padrão, que serviu de modelo para todos os

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escritores em língua grega, desde o período alexandrino até o fim do Império Bizantino, em l453. Ainda hoje, a kayar¡ousa é uma tentativa de manutenção do ideal ático.

Quadro geral das desinências Casos

Temas em - o Masc./fem. Neutros

Temas em -a/-h Fem. Masc.

Singular Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

-o-w -e - * -o-n -o-sjo** -o-i > vi /Ä -o-i > vi /Ä -o-i> vi / Ä

-o-n -o-n -o-n -o-sjo -o-i > vi /Ä -o-i > vi /Ä -o-i > vi /Ä

-a/ h -aw/hw -a/-h -a/-h -a-n/-h-n -a-n/h-n -a-w/hw -ou (-a dórico) -a-i > &/h-i / ú -a-i > &/h-i / ú -a-i > &/h-i / ú -a-i > &/h-i / ú -a-i > &/h-i / ú -a-i > &/h-i / ú

Plural Nom. Voc. Acus. Gen.

-o-i -o-i -o-n-w > ouw -o-vn > vn

-a -a -a -o-vn> vn

Dat. Loc. Instr.

-o-is(in) -o-is(in)**** -o-is(in)

-o-is(in) -o-is(in) -a—o-is(in)

-a-i -a-i -a-n-w > aw -‹-svn > > ‹vn/Çn*** -a-is(in) -a-is(in) -o-is(in)

-a-is(in) -a-is(in) -a-is(in)

-v -oin

-a -ain

-a -ain

Dual N.V.A. -v G.D.L.I. -oin

-a-i -a-i -a-n-w > aw -‹-svn> ‹vn/Çn

* O vocativo é o próprio tema (desinência zero); nos masc. e fem. em -o a vogal temática sofre alternância vocálica -o/-e. ** -o-sjo > ojo > oio : no jônico (vocalização do j e síncope do -s-); -ojo >- oo > ou / v : no ático (síncope do j e contração). *** desinência do demonstrativo (forte). **** -o-i-si -/ -a-i-si - antigo instrumental indo-europeu > -oiw /-aiw no ático.

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Esse é o quadro básico da flexão dos nomes de tema em vogal. Podemos observar que a vogal temática sofre algumas alterações: Nos nomes de tema em -o: • no vocativo sing. do masc./fem., que tem desinência zero, o que houve foi apenas metafonia, isto é, alteração de timbre -o/e. • No genitivo sing. deu-se o seguinte: -o-sjo > ojo > oio > oo >ou. Esta é a explicação mais aceita. Há algumas variantes dialetais -v / -oio. A última (jônica) é constante em Homero; no ático prevalece a forma contrata -ou. • No dat. loc. instr. singular o -i é longo; houve então uma metátese de quantidade; a seguir o -i, que se tornou breve, passou a figurar em posição subscrita. Recentemente voltou a se grafar adscrito. • No acus. plural -onw houve a queda do -n- antes do -w e a natural compensação pela ditongação em -ouw. • No gen. plural dos temas em -o houve a elisão e não contração da vogal temática antes da vogal longa da desinência. • No dat. loc. instr. plural a desinência plural -oisin é constante em Homero, Heródoto e nos poetas líricos. O ático generalizou o uso de -oiw. • O neutro, como já dissemos, não tem desinências próprias. O -a do nom. voc. acus. plural não é uma desinência, mas a marca do coletivo indoeuropeu. Vemo-la também em latim. O -n dos mesmos casos no singular tem mera função prosódica e eufônica. Os outros casos são iguais aos do masc./fem. Nos nomes de tema em -a/-h:• O vocativo singular de todos esses nomes, inclusive dos masculinos é em -a. Às vezes, alguns nomes próprios masculinos em -h mantêm essa vogal alternando com o vocativo em -a: ƒAtreÛda - ƒAtreÛdh. • No dat. loc. instr. sing. deu-se o mesmo que nos nomes de tema em o:- metátese de quantidade e posição subscrita do -i. Nos temas de vogal longa aparentemente o -i- se abreviou e se subscreveu. 18 18

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Aparentemente, apenas. O que houve foi o seguinte: a vogal longa antes do -ilongo se abreviou e a seguir houve metátese de quantidade, naturalmente, e o -i-, agora breve, se subscreveu ou se adscreveu.

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• No dat. loc. instr. plural deu-se o mesmo que nos nomes de tema em o (-aisi > -aiw). • A desinência -svn do genitivo plural é um empréstimo da flexão dos dêiticos; o -s- encontrando-se em posição intervocálica sofre uma síncope, provocando o hiato entre a vogal temática -a e-vn (-‹-svn > ‹vn) que no ático se contrai > Çn. É essa a razão do “deslocamento” da tônica no genitivo plural dos nomes de tema em -a/-h, de temas paroxítonos e proparoxítonos: glÇtta > glvtt‹-svn > glvtt‹vn > glvttÇn g¡fura > gefur‹-svn > gefur‹vn > gefurÇn19 • O nominativo singular dos masculinos tem -w. • O genitivo singular dos masculinos é em -ou e não em-aw/hw como se espera (no dialeto dórico é -a). Seria um empréstimo da desinência do artigo masculino; certamente por razões de clareza, para não confundir com o nominativo singular. Nota importante: Nos quadros de flexão das páginas seguintes, o aluno encontrará as palavras flexionadas em sua forma final. Em alguns casos a separação entre vogal temática e desinência é complicada, como ficou demonstrado no quadro geral das desinências. Seguiremos então o costume, destacando as variações visíveis da flexão, separando vogal temática da desinência, quando for possível. Convém no entanto não esquecer que a flexão é uma combinação de temas e desinências, o “caso” dos nomes.

19

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As gramáticas tradicionais criaram uma regra: “todos os nomes da 1a declinação grega têm o genitivo plural perispômeno”. É mais fácil mostrar como aconteceu. É mero problema fonético.

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Quadro de flexão: masculinos em -o

T. dÛkaio- lñgoõ dÛkaiow lñgow o discurso justo T. Žgayñ- nyrvpo- ô Žgayòw nyrvpow o homem bom

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Singular Nom. Voc. Acus Gen. Dat. Loc. Instr.

õ Î tòn toè tÒ tÒ tÒ

dÛkaio-w dÛkaie dÛkaio-n dikaÛ-ou dikaÛ-Ä dikaÛ-Ä dikaÛ-Ä

lñgo-w lñge lñgo-n lñg-ou lñg-Ä lñg-Ä lñg-Ä

õ Î tñn toè tÒ tÒ tÒ

Žgayò-w Žgay¡ Žgayò-n Žgay-oè Žgay-Ò Žgay-Ò Žgay-Ò

nyrvpo-w nyrvpe nyrvpo-n ŽnyrÅp-ou ŽnyrÅp-Ä ŽnyrÅp-Ä ŽnyrÅp-Ä

Plural

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

oß Î toçw tÇn toÝw toÝw toÝw

dÛkaio-i dÛkaio-i dikaÛ-ouw dikaÛ-vn dikaÛo-iw dikaÛo-iw dikaÛo-iw

lñgo-i lñgo-i lñg-ouw lñg-vn lñgo-iw lñgo-iw lñgo-iw

oß Î toçw tÇn toÝw toÝw toÝw

Žgayo-Ü Žgayo-Ü Žgay-oçw Žgay-Çn Žgayo-Ýw Žgayo-Ýw Žgayo-Ýw

nyrvpo-i nyrvpo-i ŽnyrÅp-ouw ŽnyrÅp-vn ŽnyrÅpo-iw ŽnyrÅpo-iw ŽnyrÅpoi-w

Dual

N.V.A. tÆ dikaÛ-v lñg-v G.D.L.I. toÝn dikaÛo-in lñgo-in

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tÆ Žgay-Æ ŽnyrÅp-v toÝn Žgayo-Ýn ŽnyrÅpo-in

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Quadro de flexão: femininos em -o

T. =adÛa- õdñT. dein®- nñso-

o caminho fácil a doença perigosa

Singular

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

² Î t¯n t°w t» t» t»

=adÛa =adÛa =adÛa-n =adÛ-aw =adÛ-& =adÛ-& =adÛ-&

õdñ-w õd¡ õdñ-n õd-oè õd-Ò õd-Ò õd-Ò

² Î t¯n t°w t» t» t»

dein¯ dein¯ dein¯-n dein-°w dein-» dein-» dein-»

nñso-w nñse nñso-n nñs-ou nñs-Ä nñs-Ä nñs-Ä

Plural

Nom. Voc. Acus. Gen.

aß Î tŒw tÇn

=adÛa-i =adÛa-i =adÛa-w =adi-Çn

õdo-Û õdo-Û õd-oæw õd-Çn

aß Î tŒw tÇn

deina-Ü deina-Ü deinŒ-w dein-Çn

nñso-i nñso-i nñs-ouw nñs-vn

Dat. Loc. Instr.

taÝw =adÛa-iw taÝw =adÛa-iw taÝw =adÛa-iw

õdo-Ýw õdo-Ýw õdo-Ýw

taÝw deina-Ýw taÝw deina-Ýw taÝw deina-Ýw

nñso-iw nñso-iw nñso-iw

N.V.A. tŒ =adÛ-a G.D.L.I. taÝn =adÛa-in

õd-Å õdo-Ýn

tŒ dein-Œ taÝn deina-Ýn

nñs-v nñso-in

Dual

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² =adÛa õdñw ² dein¯ nñsow

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Quadro de flexão: neutros em -o

T. kalñ- t¡knoT. diko- dÇro-

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tò kalòn t¡knon - a bela criança tò dikon dÇron - o presente injusto

Singular

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

tò Î tò toè tÒ tÒ tÒ

kalò-n kalò-n kalò-n kal-oè kal-Ò kal-Ò kal-Ò

t¡kno-n t¡kno-n t¡kno-n t¡kn-ou t¡kn-Ä t¡kn-Ä t¡kn-Ä

tò Î tò toè tÒ tÒ tÒ

diko-n diko-n diko-n ŽdÛk-ou ŽdÛk-Ä ŽdÛk-Ä ŽdÛk-Ä

dÇro-n dÇro-n dÇro-n dÅr-ou dÅr-Ä dÅr-Ä dÅr-Ä

Plural

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

tŒ Î tŒ tÇn toÝw toÝw toÝw

kal-Œ kal-Œ kal-Œ kal-Çn kalo-Ýw kalo-Ýw kalo-Ýw

t¡kn-a t¡kn-a t¡kn-a t¡kn-vn t¡kno-iw t¡kno-iw t¡kno-iw

tŒ tŒ tŒ tÇn toÝw toÝw toÝw

dik-a dik-a dik-a ŽdÛk-vn ŽdÛko-iw ŽdÛko-iw ŽdÛko-iw

dÇr-a dÇr-a dÇr-a dÅr-vn dÅro-iw dÅro-iw dÅro-iw

Dual

N.V.A. tÆ kal-Æ t¡kn-v G.D.L.I. toÝn kalo-Ýn t¡kno-in

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tÆ ŽdÛk-v dÅr-v toÝn ŽdÛko-in dÅro-in

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Nomes e adjetivos “contratos” de tema em -o Alguns nomes e adjetivos, todos antigos na língua, têm uma vogal o/e antes da vogal característica do tema e assim são encontrados sem contração em Homero, Heródoto e nos poetas anteriores ao século V, isto é, anteriores à formação do dialeto ático. õ plñow a navegação õ nñow a inteligência õ Ždelfid¡ow o sobrinho õ =ñow a corrente, a torrente õ xnñow a pluma tò kan¡on o cesto tò ôst¡on o osso Žplñow não navegável xrus¡ow de ouro eënoow de bom caráter, amável Žrgur¡ow de prata No ático, esses hiatos se reduzem vogal longa: oo > ou =ñow > =oèw ea eo > ou ôst¡on > ôstoèn ea ev > v ôst¡v > ôstÇ ooi ov > v =ñv > =Ç eoi

por contração em ditongos ou >h >a > oÝ > oÝ

xrus¡a > Žrgur¡a > =ñoi > xrus¡oi >

xrus» Žrgur* =oÝ xrusoÝ

* Quando a vogal pré-temática é precedida de vogal ou de r, a contração se faz em a; nos outros casos, a contração se faz em h.

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Quadro de flexão: T T T T S.

nño=ñoost¡oxrus¡o-

õ nñow õ =ñow tò ôst¡on xrus¡ow

Nom.

õ

nño-w > noèw



ôst¡o-n > ôstoèn xrus¡o-w > xrusoèw

Voc.

Î

nñe > noè

Ù

ôst¡o-n > ostoèn xrus¡o-w > xrusoèw

Acus.

tòn

nño-n>noèn



ôst¡o-n > ôstoèn xrus¡o-n > xrusoèn

Gen.

toè

nñ-ou > noè

toè

ôst¡-ou > ôstoè

xrus¡-ou > xrusoè

Dat.



nñ-Ä > nÒ



ôst¡-Ä > ôstÇ

xrus¡-Ä > xrusÒ

Loc.



nñ-Ä > nÒ



ôst¡-Ä > ôstÇ

xrus¡-Ä > xrusÒ

Instr.



nñ-Ä > nÒ



ôst¡-Ä > ôstÇ

xrus¡-Ä > xrusÒ

Pl. Nom.



=ño-i > =oÝ



ôst¡-a > ôst

xrus¡-a > xrus°

Voc.

Î

=ño-i > =oÝ

Î

ôst¡-a > ôst

xrus¡-a > xrus°

Acus.

toçw =ñ-ouw > =oèw tŒ

ôst¡-a > ôst

xrus¡-a > xrus°

Gen.

tÇn =ñ-vn > =Çn tÇn ôst¡-vn > ôstÇn xrus¡-vn > xrusÇn

Dat.

toÝw

=ño-iw >=oÝw

toÝw ôst¡o-iw > ôstoÝw

xrus¡o-iw > xrusoÝw

Loc.

toÝw

=ño-iw > =oÝw

toÝw ôst¡o-iw > ôstoÝw

xrus¡o-iw > xrusoÝw

Instr.

toÝw

=ño-iw >=oÝw

toÝw ôst¡o-iw>ôstoÝw

xrus¡o-iw > xrusoÝw



=ñ-v > =Ç

D. N.V.A.

G.D.L.I. toÝn =ño-in > =oÝn

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a inteligência, o pensamento (só singular) a torrente, corrente (só plural) o osso de ouro

127



ôst¡-v > ôstÇ

toÝn ôst¡o-in > ôstoÝn

xrus¡-v > xrusÇ xrus¡o-in > xrusoÝn

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“Declinação” flexão ática Alguns nomes e adjetivos em -o, também antigos, têm em posição pré-temática uma vogal longa, mas essa vogal não absorveu a vogal temática breve por causa da presença do digama, permanecendo o hiato nos dialetos jônico, eólico e dórico. No ático, no entanto, sempre que houver uma seqüência vogal longa-vogal breve haverá uma metátese de quantidade. Assim: ho > ev / ao > av. nhWñw > nh-ñw > neÅw o templo lhWñw > lh-ñw > leÅw o povo álhWow > álh-ow > álevw propício / homérico álaow ´Wow > ´-ow > §vw , ² aurora taWñw > ta-ñw> taÅw, õ pavão ŽnÅghWon > ŽnÅghon > Žnñgevn, tñ a sala de jantar Men¡lhWow > Men¡lhow > Men¡levw, õ Menelau s‹Wow > s‹ow > sÇw / sÇow são, salvo pl¡vw cheio, repleto (por analogia) A vogal temática, tornando-se longa, altera todo o relacionamento com as desinências, mas dentro dos padrões fonéticos do ático. As formas originais, sem metátese, são encontradas em Homero, Heródoto e nos líricos. Alguns nomes já têm um -v temático e se declinam também dentro dos padrões fonéticos do ático 20. lagvñw - oè, õ > lagÅw a lebre k‹lvw -ou, õ > k‹lvw a corda, o cabo ‘lvw-ou ² > ‘lvw terreiro (redondo) de bater trigo, o disco solar ou lunar. …Ayvw-ou, õ > …Ayvw o monte Athos

20

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Nunca é demais lembrar que a língua é anterior à gramática. É um truísmo, sim, mas ninguém se lembra disso. Os chamados modelos lingüísticos nos passam paradigmas bem montados, segundo os quais uma língua é um sistema ao qual se deve submeter. Não. Existe um organismo, uma consciência, uma inteligência que domi-

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Na flexão de todos esses nomes, o v temático absorve as vogais breves das desinências, prevalecendo naturalmente o timbre -o, como se dá também no casos de tema em -o breve.

Quadro de flexão: T nhñT ®oT álho/ álao-

nhñw > neÅw ´ow > §vw álhow > álevw > álaow

o templo aurora propício (ático) (Homero)

Singular Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

nhñ-w > neÅw nhñ-w > neÅw nhñ-n > neÅn nh-oè > neÅ nh-Ò > neÐ nh-Ò > neÐ nh-Ò > neÐ

´o-w > §vw ´o-w > §vw ´o-n > §vn ´-ou > §v ´-Ä > §Ä ´-Ä > §Ä ´-Ä > §Ä

álho-w > álevw álh-ow > álevw álh-on > álevn álh-ou > álev ßl®-Ä > ßl¡Ä ßl®-Ä > ßl¡Ä ßl®-Ä > ßl¡Ä

Plural

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

nho-Û > neÐ nho-Û > neÐ nh-oæw > neÅw nh-Çn > neÇn nho-Ýw > neÐw nho-Ýw > neÐw nho-Ýw > neÐw

´o-i > §Ä ´o-i > §Ä ´-ouw > §vw ´-vn > §vn ´o-iw > §Äw ´o-iw > §Äw ´o-iw > §Äw

álho-i > áleÄ álho-i > áleÄ ßl®-ouw > ßl¡vw ßl®-vn > ßl¡vn ßl®o-iw > ßl¡Äw ßl®o-iw > ßl¡Äw áßl®o-iw > ßl¡Äw

Dual

N.V.A. G.D.L.I.

nh-Å > neÅ nho-Ýn > neÒn

´-v > §v ´o-in > §Än

ßl®-v > ßl¡v ßl®o-in > ßl¡Än

na as relações do discurso, mas no nível do concreto, a partir dos elementos. Vimos, na flexão dos “contratos”, como as formas se desenvolvem individualmente, dentro dos padrões da língua. Não há palavras contratas, há formas contratas. Aqui também, na chamada declinação ática, vai acontecer o mesmo.

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Observação: Os gramáticos prescrevem a manutenção da tônica na posição do nominativo singular. Isso pode ser verdadeiro para os oxítonos e paroxítonos. Assim mesmo nós poríamos acento circunflexo no dat. loc. instr. dos temas oxítonos. Nos temas proparoxítonos álhow > álevw veríamos formas paroxítonas no: gen. singular: ßl®ou > ßl¡v dat. loc. instr. singular: ßl®Ä > ßl¡Ä acus. plural: ßl®ouw > Þl¡vw dat. loc. instr. plural: ßl®oiw > ßl¡Äw. Nós sabemos que, no caso de contração entre vogais, a vogal tônica leva a tonicidade para o ditongo ou a vogal longa resultante: tim‹-v > timÇ eu honro tim‹-o-men > timÇmen nós honramos poi¡-o-men > poioèmen nós fazemos poi¡-e-te > poieÝte fazei, vós fazeis Nos casos de metátese de quantidade, contudo, não acontece o mesmo; permanece a tonicidade original, já que não se trata de contração. Temos um exemplo bem conhecido: pñlh-ow > pñlevw da cidade Contudo é mais cômodo servir-se da analogia, como no caso do genitivo plural: pñlevn – das cidades, que deveria ser: pol¡-j-vn > pol¡vn.

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Quadro de flexão dos nomes femininos de tema em -a puro

T oÞkÛa- ² oÞkÛa a casa T xÅra- ² xÅra o país, a terra T n¡a- n¡a nova, jovem T ski‹² ski‹ a sombra T mikr‹ mikr‹ pequena T g¡fura- ² g¡fura a ponte S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

² Î t¯n t°w t» t» t»

oÞkÛa oÞkÛa oÞkÛa-n oÞkÛ-aw oÞkÛ-& oÞkÛ-& oÞkÛ-&

xÅra xÅra xÅra-n xÅr-aw xÅr-& xÅr-& xÅr-&

n¡a n¡a n¡a-n n¡-aw n¡-& n¡-& n¡-&

ski‹ ski‹ ski‹-n ski-w ski-˜ ski-˜ ski-˜

mikrŒ mikrŒ mikrŒ-n mikr-w mikr-˜ mikr-˜ mikr-˜

g¡fura g¡fura g¡fura-n gefær-aw gefær-& gefær-& gefær-&

Pl. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

aß Î tŒw tÇn taÝw taÝw taÝw

oÞkÛa-i oÞkÛa-i oÞkÛa-w oÞki-Çn oÞkÛa-iw oÞkÛa-iw oÞkÛa-iw

xÇra-i xÇra-i xÅra-w xvr-Çn xÅra-iw xÅra-iw xÅra-iw

n¡a-i n¡a-i n¡a-w ne-Çn n¡a-iw n¡a-iw n¡a-iw

skia-Û skia-Û ski‹w ski-Çn skia-Ýw skia-Ýw skia-Ýw

mikra-Ü mikra-Ü mikr‹-w mikr-Çn mikra-Ýw mikra-Ýw mikra-Ýw

g¡fura-i g¡fura-i gefæra-w gefur-Çn gefæra-iw gefæra-iw gefæra-iw

D. N.V.A. tŒ oÞkÛ-a xÅr-a n¡-a ski-‹ mikr-Œ gefær-a G.D.L.I. taÝn oikÛa-in xÅra-in n¡a-in skia-Ýn mikra-Ýn gefæra-in

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Quadro de flexão dos nomes femininos de tema em -h e -a impuro T nÛkh- ² nÛkh a vitória T tim®- ² tim® a honra T kal®- kal® bela

T dñja² dñja a glória, opinião T dein®dein® valente, perigosa T y‹lassa- ² y‹latta o mar

S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

² Î t¯n t°w t» t» t»

nÛkh nÛkh nÛkh-n nÛk-hw nÛk-ú nÛk-ú nÛk-ú

tim® tim® tim®-n tim-°w tim-» tim-» tim-»

P.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

aß Î tŒw tÇn taÝw taÝw taÝw

nÛka-i tima-Û nÛka-i tima-Û nÛka-w tim‹-w nik-Çn tim-Çn nÛka-iw tima-Ýw nÛka-iw tima-Ýw nÛka-iw tima-Ýw

kal¯ kal¯ kal¯-n kal-°w kal-» kal-» kal-»

dñja dñja dñja-n dñj-hw dñj-ú dñj-ú dñj-ú

dein¯ dein¯ dein¯-n dein-°w dein-» dein-» dein-»

y‹latta y‹latta y‹latta-n yal‹tt-hw yal‹tt-ú yal‹tt-ú yal‹tt-ú

kala-Ü kala-Ü kal‹-w kal-Çn kala-Ýw kala-Ýw kala-Ýw

dñja-i dñja-i dñja-w doj-Çn dñja-iw dñja-iw dñja-iw

deina-Ü deina-Ü deinŒ-w dein-Çn deina-Ýw deina-Ýw deina-Ýw

y‹latta-i y‹latta-i yal‹tta-w yalatt-Çn yal‹tta-iw yal‹tta-iw yal‹tta-iw

D. N.V.A. tŒ nÛk-a tim-‹ kal-‹ dñj-a dein-Œ yal‹tt-a G.D.L.I. taÝn nÛka-in tima-Ýn kala-Ýn dñja-in deina-Ýn yal‹tta-in

Algumas observações sobre a flexão dos femininos em a/h: 1. A variação a/h só existe no singular; o plural é todo em -a. 2. Todos os oxítonos no nom. sing. têm acento circunflexo no genitivo e dat. loc. inst. singular e plural. Nos outros casos eles mantêm o acento agudo. 3. Todos esses nomes têm o genitivo plural perispômeno (p. 122). 4. O -a do nominativo singular dos nomes femininos é longo, mas é breve nos derivados com o sufixo -ia / eia. Não há uma regra precisa sobre o assunto. 5. O -a temático dos adjetivos cujo masculino e neutro são de tema em -o é longo, por analogia com o -a dos nomes femininos: dÛkaiow, dikaÛa, dÛkaion - jiow, ŽjÛa, jion.

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6. Um grande número de substantivos e adjetivos femininos se forma com o sufixo -ja / es-ja > -eia de -a breve, sobre temas em soante / consoante: eégen¡s- eégenew-ja eég¡neia berço nobre, nobreza pantpant-ja psa toda melitmelit-ja m¡lissa abelha maxarmaxar-ja m‹xaira a faca glvxglvx-ja glÇtta língua ŽmilŽmil-ja ŽmÛlla a peleja melanmelan-ja m¡laina preta mormor-ja moÝra o destino 7. Um outro grupo se forma com o sufixo em -a longo: -ia / -sÛa / -tÛa Em geral são nomes abstratos e significam a qualidade ou o conceito do tema do adjetivo: kakñw, mau kakÛa, maldade, vício oäkow, casa oÞkÛa, habitação ggelow, mensageiro ŽggelÛa - notícia ŽgÅniow, combatente ŽgvnÛa, rivalidade jiow, digno ŽjÛa, dignidade deilñw, covarde deilÛa, covardia m‹rtuw, o testemunha marturÛa, o testemunho 8. Em geral os nomes cuja vogal temática é precedida de vogal ou -r mantêm o -a (Žgor‹, mikr‹); e aqueles cuja vogal temática é precedida de qualquer consoante menos -r a têm em -h (kefal®, dein®). Alguns, no entanto, mesmo com a vogal temática precedida de consoante, mantêm o -a, como dñja, glória, opinião, =Ûza, raiz, mas fazem o genitivo e dativo (loc. instr.) em -hw, -ú: dñja - dñja - dñjan - dñjhw - dñjú =Ûza - =Ûza - =Ûzan - =Ûzhw - =Ûzú 9. A desinência -aw < -anw do acusativo plural é longa (alongamento compensatório); por isso provoca deslocação do acento nos proparoxítonos e alteração nos properispômenos. m¡litta > melÛtta glÇtta > glÅttaw

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10. Os adjetivos cuja vogal temática é precedida de qualquer consoante menos -r fazem o feminino em -h; e aqueles, cuja vogal temática é precedida de vogal ou -r, fazem o feminino em -a longo. Por isso os adjetivos proparoxítonos no masculino e neutro se tornam paroxítonos no feminino. dÛkaiow - dikaÛa - dÛkaion: justo §terow - ¥t¡ra - §tero(n): outro, alter

Quadro de flexão dos masculinos de tema em -aw/-hw T T T T

mur03.p65

naæta- / naæthmayht‹- / mayht®neanÛaƒAtreÛda- /ƒAtreÛdh-

õ õ õ õ

naæthw mayht®w neanÛaw ƒAtreÛdhw

o nauta, marinheiro o aprendiz, o discípulo o rapaz, o jovem O Atrida, o filho de Atreu

S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

õ Î tòn toè tÒ tÒ tÒ

naæth-w naèta naæth-n naæt-ou naæt-ú naæt-ú naæt-ú

mayht®-w mayht‹ mayht®-n mayht-oè mayht-» mayht-» mayht-»

neanÛa-w neanÛa neanÛa-n neanÛ-ou neanÛ-& neanÛ-& neanÛ-&

ƒAtreÛdh-w ƒAtreÝda / -h ƒAtreÛdh-n ƒAtreÛd-ou ƒAtreÛd-ú ƒAtreÛd-ú ƒAtreÛd-ú

P.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

oß Î toçw tÇn toÝw toÝw toÝw

naèta-i naèta-i naæta-w naut-Çn naæta-iw naæta-iw naæta-iw

mayhta-Û mayhta-Û mayht‹-w mayht-Çn mayhta-Ýw mayhta-Ýw mayhta-Ýw

neanÛa-i neanÛa-i neanÛa-w neani-Çn neanÛa-iw neanÛa-iw neanÛa-iw

ƒAtreÝda-i ƒAtreÝda-i ƒAtreÛda-w ƒAtreid-Çn ƒAtreÛda-iw ƒAtreÛda-iw ƒAtreÛda-iw

D.

N.V.A. G.D.L.I.

tÆ naæt-a mayht-‹ neanÛ-a ƒAtreÛd-a toÝn naæta-in mayhta-Ýn neanÛa-in ƒAtreÛda-in

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Algumas observações sobre a flexão dos masc. em -aw/-hw: 1. O plural dos masculinos é todo em -a, igual ao dos femininos. 2. O vocativo singular dos nomes comuns (em -aw ou -hw) é em -a breve, e provoca alteração na acentuação; o dos nomes próprios em -hw é em -h. 3. O genitivo singular é um empréstimo do artigo masc. (tema em -o). Como nos nomes de tema em -o, há também alguns nomes e adjetivos que têm uma vogal pré-temática e ou a, formando hiato com a vogal temática, que o ático reduz pela contração. Em princípio fazem a contração em a os que têm essa vogal precedida de r; os outros fazem a contração em h: mnaa² mn - mnw a mina, (quantia de dinheiro) gal¡h² gal°-°w a doninha, o gambá suk¡h² suk°-°w a figueira g¡a² g°-°w a terra bor¡aõ bor¡aw -bor¡ou o vento norte, boreal borrõ borrw, borr o vento norte, boreal ƒAyhn‹aƒAyhn-w Atena „Erm¡h/„Erm¡a- „Erm°w-„Ermoè Hermes Aß „HermaÝ estátuas de Hermes: só o busto. São as Hermas Žrgur¡a > Žrgur argêntea, prateada, de prata xrus¡a > xrus° áurea, dourada, de ouro kuan¡a > kuan° azul escuro xalk¡a > xalk° de bronze plñh > pl° simples, não composta, não múltipla diplñh > dipl° dupla, dobrada triplñh > tripl° tripla, tríplice

mur03.p65

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Quadro de flexão: T. T. T. T. T. Singular Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

mur03.p65

g¡a mn‹a Žrgur¡a xrus¡a „Erm¡a

g° g° g°-n g°w g» g» g»

² g° ² mn Žrgur xrus° „Erm°w

a terra a mina prateada, de prata dourada, de ouro Hermes

mn mn mn-n mnw mn˜ mn˜ mn˜

Žrgur¡a >  Žrgur¡a >  Žrgur¡a-n > n Žrgur¡a-w>w Žrgur¡& > ˜ Žrgur¡& > ˜ Žrgur¡& > ˜

xrus¡a > ° xrus¡a > ° xrus¡a-n > °n xrus¡a-w > °w xrus¡& > » xrus¡& > » xrus¡& > »

„Erm°-w „Erm° „Erm°-n „Ermoè „Erm» „Erm» „Erm»

Plural

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

mna-Ý mna-Ý mn-w mnÇn mna-Ýw mna-Ýw mna-Ýw

Žrgur¡a-i > aÝ Žrgur¡a-i > aÝ Žrgur¡a-w > w Žrgur¡vn > Çn Žrgur¡a-iw > aÝw Žrgur¡a-iw > aÝw Žrgur¡a-iw > aÝw

xrus¡a-i > aÝ xrus¡a-i > aÝ xrus¡a-w > w xrus¡vn > Çn xrus¡a-iw > aÝw xrus¡a-iw > aÝw xrus¡a-iw> aÝw

„Erma-Ý „Erma-Ý „Erm-w „ErmÇn „Erma-Ýw „Erma-Ýw „Erma-Ýw

Dual

N.V.A. G.D.L.I.

mn mn˜n

Žrgur¡a >  Žrgur¡a-in>˜n

xrus¡a> xrus¡a-in>˜n

„Erm „Erm˜n

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Os adjetivos de tema em vogal Embora já tenhamos visto a flexão de alguns adjetivos de temas em vogal junto com os nomes, vamos reapresentá-los num quadro em conjunto.

Quadro de flexão de adjetivos de tema em -o/-a: T n¡o-, n¡a-, n¡oT mikrñ-, mikr‹-, mikrñ-

mur03.p65

n¡ow, n¡a, n¡on mikrñw, mikr‹, mikrñn

novo, jovem pequeno

S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

n¡o-w n¡e/n¡o-w n¡o-n n¡-ou n¡-Ä n¡-Ä n¡-Ä

n¡a n¡a n¡a-n n¡-aw n¡-& n¡-& n¡-&

n¡o-n n¡o-n n¡o-n n¡-ou n¡-Ä n¡-Ä n¡-Ä

mikrñ-w mikr¡ mikrñ-n mikr-oè mikr-Ò mikr-Ò mikr-Ò

mikr‹ mikrñ-n mikr‹ mikrñ-n mikr‹-n mikrñ-n mikr-w mikr-oè mikr-˜ mikr-Ò mikr-˜ mikr-Ò mikr-˜ mikr-Ò

P.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

n¡o-i n¡o-i n¡-ouw n¡-vn n¡o-iw n¡o-iw n¡o-iw

n¡a-i n¡a-i n¡a-w ne-Çn n¡a-iw n¡a-iw n¡a-iw

n¡-a n¡-a n¡-a n¡-vn n¡o-iw n¡o-iw n¡o-iw

mikro-Û mikro-Û mikr-oæw mikr-Çn mikro-Ýw mikro-Ýw mikro-Ýw

mikra-Û mikra-Û mikr‹-w mikr-Çn mikra-Ýw mikra-Ýw mikra-Ýw

D.

N.V.A. G.D.L.I.

n¡-v n¡o-in

n¡-a n¡-v mikr-Å mikr-‹ mikr-Å n¡a-in n¡o-in mikro-Ýn mikra-Ýn mikro-Ýn

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mikr-‹ mikr-‹ mikr-‹ mikr-Çn mikro-Ýw mikro-Ýw mikro-Ýw

a flexão nominal: os temas nominais

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Quadro de flexão dos adjetivos de tema em -o/-h:

T mñno-, mñnh-, mñno- mñnow, mñnh, mñnon só, sozinho, único T deinñ-, dein®-, deinñ- deinñw, dein®, deinñn valente, terrível, forte

mur03.p65

S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

mñno-w mñne mñno-n mñn-ou mñn-Ä mñn-Ä mñn-Ä

mñnh mñnh mñnh-n mñn-hw mñn-ú mñn-ú mñn-ú

mñno-n mñno-n mñno-n mñn-ou mñn-Ä mñn-Ä mñn-Ä

deinñ-w dein¡ deinñ-n dein-oè dein-Ò dein-Ò dein-Ò

dein® dein® dein®-n dein-°w dein-» dein-» dein-»

deinñ-n deinñ-n deinñ-n dein-oè dein-Ò dein-Ò dein-Ò

P.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

mñno-i mñno-i mñn-ouw mñn-vn mñno-iw mñno-iw mñno-iw

mñna-i mñna-i mñna-w mon-Çn mñna-iw mñna-iw mñna-iw

mñn-a mñn-a mñn-a mñn-vn mñno-iw mñno-iw mñno-iw

deino-Û deino-Û dein-oæw dein-Çn deino-Ýw deino-Ýw deino-Ýw

deina-Û deina-Û dein‹-w dein-Çn deina-Ýw deina-Ýw deina-Ýw

dein-‹ dein-‹ dein-‹ dein-Çn deino-Ýw deino-Ýw deino-Ýw

D.

N.V.A. mñn-v G.D.L.I. mñno-in

138

mñn-a mñn-v dein-Å mñna-in mñno-in deino-Ýn

dein-‹ dein-Å deina-Ýn deino-Ýn

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Graus dos adjetivos O comparativo e o superlativo dos adjetivos são expressos em grego por sufixos que se acrescentam ao tema. Os sufixos são: -tero (-terow, a, on) / -ion (-ivn, ion) para o comparativo 21; -tato (-tatow, h, on) / -isto (-istow, n, on) para o superlativo. Assim: em -terow, a, on, - tatow, h, on Tema koèfow - leve koufo-* ‘giow - santo agio-** glukæw - doce glukum¡law - preto melan eéseb®w - piedoso eésebew-

Comparativo koufñterow,a,on giÅterow,a,on glukæterow,a,on mel‹nterow,a,on eéseb¡sterow,a,on

Superlativo koufñtatow,h,on giÅtatow,h,on glukætatow,h,on mel‹ntatow,h,on eéseb¡statow,h,on

Alguns adjetivos em -aio suprimem a vogal temática antes dos sufixos: geraiñw - velho geraÛterow,a,on geraÛtatow,h,on*** ²suxaÝow - tranqüilo ²suxaÛterow,a,on ²suxaÛtatow,h,on palaiñw - antigo palaÛterow,a,on palaÛtatow,h,on sxolaÝow - ocioso sxolaÛterow,a,on sxolaÛtatow,h,on

21

A flexão dos comparativos e superlativos não apresenta problemas, porque são adjetivos ou de tema em vogal ou de tema em consoante, e cada tema recebe seus casos “sufixos” (ptÅseiw). * quando a vogal da sílaba pretemática é longa, a vogal temática se mantém inalterada; ** quando a vogal da sílaba pretemática é breve, a vogal temática é alongada. *** não é impossível encontrar: geraiñterow/geraiñtatow; é uma questão da lei do menor esforço.

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140

Alguns outros seguem o mesmo modelo, eëdiow - sereno eédi-aÛ-terow,a,on àsow - igual Þs-aÛ-terow,a,on m¡sow - do meio mes-aÛ-terow,a,on öciow - tardio ôci-aÛ-terow,a,on plhsÛow - vizinho plhsi-aÛ-terow,a,on

aceitando o ditongo: eédi-aÛ-tatow,h,on *Þs-aÛ-tatow,h,on mes-aÛ-tatow,h,on ôci-aÛ-tatow,h,on plhsi-aÛ-tatow,h,on

Outros fazem em -Ûsterow - -Ûstatow, com a elisão da vogal temática: l‹low - tagarela lal-Ûsterow,a,on lal-Ûstatow,h,on kl¡pthw - ladrão *klept¡sterow,a,on klept-Ûstatow,h,on ptÇxow - mendigo ptvx-Ûsterow,a,on *ptvxÛstatow,h,on A maioria dos adjetivos em -vn, -on, antes do sufixo -terow,a,on /-tatow,h,on, tem um infixo -es-: eédaÛmvn - feliz eédaimon-¡s-terow,a,on eédaimon-¡s-tatow,h,on sÅfrvn - sensato svfron-¡s-terow,a,on svfron-¡s-tatow,h,on Também os adjetivos de tema em -oo- fazem o comparativo e o superlativo com esse infixo: -es-terow,a,on - -es-tatow,h,on, com as contrações normais: ploèw - simples T ploo- ploæsterow,a,on ploæstatow,h,on eënouw - cordato T eënoo- eénoæsterow,a,on eénoæstatow,h,on Os sufixos -terow,a,on/-tatow,h,on se apõem a algumas partículas interrogativas, pronomes, advérbios ou preposições formando adjetivo comparativo 22: pñ-terow - quem dos dois? êp¡r-terow - superior §terow,a,on - um dos dois (alter) êp¡r-tatow - supremo (ìpatow) prñ-terow - primeiro, anterior ìsterow - posterior ¦sxatow (¤j) - o último, derradeiro ìstatow - último

22

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O comparativo é basicamente uma relação entre dois.

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141

O sufixo -terow,a,on aparece também na formação do possessivo dos pronomes pessoais no plural: ²meÝw nós ²m¡terow,a,on nosso êmeÝw vós êm¡terow,a,on vosso sfeÝw eles sf¡terow,a,on de si mesmos mfv ambos Žmfñterow,a,on de ambos oédeÛw ninguém oéd¡terow nenhum dos dois mhdeÛw ninguém mhd¡terow nenhum dos dois Poucos adjetivos fazem o comparativo em -ion e o superlativo em -isto: kakñw mau kakÛvn,on k‹kistow,h,on aÞsxrñw - torpe, feio aÞsxÛvn,on aàsxistow,h,on ¤xyrñw - inimigo ¤xyÛvn,on ¦xyistow,h,on ²dæw prazeroso ²dÛvn,on ´distow,h,on m¡gaw - grande meÛzvn,on m¡gistow,a,on oÞktrñw - deplorável oàktistow taxæw - veloz y‹ssvn,on (-ttvn) t‹xistow,h,on kalñw - belo kallÛvn,on k‹llistow,h,on =–diow - fácil =–vn,on =˜stow,h,on

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Alguns adjetivos (poucos) formam o comparativo e superlativo sobre temas alternativos e que não se usam no grau normal. Seriam formas supletivas23. Ver à página 195. Žgayñw - bom

kakñw - ruim

mikrñw - pequeno ôlÛgow - pouco polæw - muito

Tema

Comparativo

amenarbeltkret-/kratlvkakoxer-/xeir²kmikromeoligo ¤laxuple-/pol-

ŽmeÛnvn,on

Superlativo

ristow,h,on beltÛvn,on b¡ltistow,h,on kreÛssvn-on (-ttvn) kr‹tistow,h,on lÐvn,on lÒstow,h,on kakÛvn,on ‘k‹kistow,h,on xeÛrvn,on xeÛristow,h,on ´ssvn,on (-ttvn) ´kistow,h,on mikrñterow,a,on mikrñtatow,h,on meÛvn,on olÛgistow,h,on ¤l‹ssvn,on (-ttvn) ¤l‹xistow,h,on pleÛvn,on pleÝstow,h,on pl¡vn,on

A flexão dos comparativos em -ivn, ion apresenta certas formas sincopadas: síncope do -n- temático intervocálico e posterior contração das vogais em hiato: kakÛvn, k‹kion - pior. Singular N. V. Ac. G. D.L.I.

23

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Plural

m./f.

neutro

m./f.

neutro

kakÛvn k‹kion kakÛona > kakÛv kakÛonow kakÛoni

k‹kion k‹kion k‹kion kakÛonow kakÛoni

kakÛonew > kakÛouw kakÛonew > kakÛouw kakÛonew > kakÛouw kakiñnvn kakÛosi

kakÛona > kakÛv kakÛona > kakÛv kakÛona > kakÛv kakiñnvn kakÛosi

Na verdade, seriam formas independentes, com significado próprio, que pela proximidade semântica passaram a figurar no quadro dos comparativos e superlativos de alguns adjetivos, que não criaram comparativos e superlativos “normais”, porque já existiam esses outros. Seriam redundantes.

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Observações: As formas sincopadas são as mais usadas, mas só se encontram nos casos “sintáticos”: nom., voc., acus. Qualquer adjetivo no grau normal e no comparativo ou superlativo pode ser usado como advérbio. Na verdade, trata-se mais de um predicativo do infinitivo sujeito, nas orações ditas de verbo impessoal. Contudo, quando usados adverbialmente, eles se comportam assim: normal: o neutro singular do adjetivo deinñn comparativo: o neutro singular do comparativo deinñteron superlativo: o neutro plural do superlativo deinñtata

Adjetivos numerais Os indicadores de número são os seguintes: 1. cardinais: são adjetivos, mas só os 4 primeiros cardinais têm flexão; 2. ordinais: são adjetivos triformes. Além deles, o grego tem os multiplicativos adverbiais formados com o sufixo -kiw. Para registrar os cardinais, os gregos usavam as letras do alfabeto: • as 9 primeiras para as unidades a =1; b =2; • as 9 seguintes para as dezenas i = 20, k = 30; • as nove restantes para as centenas r = 100, s = 200. Os números até 999 têm no alto à direita um sinal ´: • a´ (1). Os números superiores a 999 têm esse índice em baixo à esquerda: • ,a (1000). Quando o número contém várias unidades só a última unidade recebe o sinal (ápice) à direita; avmb€ = 1842. Ver o quadro dos numerais nas páginas seguintes.

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Sinais

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Cardinais

Ordinais

Advérbio num.



1

eåw,mÛa,§n

prÇtow,h,on

‘paj



2

dæo

deæterow,a,on

dÛw



3

treÝw, trÛa

trÛtow.h,on

trÛw



4

t¡ssarew,a (-tt-)

t¡tartow,h,on

tetr‹kiw



5

p¡nte

p¡mptow,h,on

pent‹kiw



6

§j

§ktow,h,on

¥j‹kiw



7

¥pt‹

§bdomow,h,on

¥pt‹kiw



8

ôktÅ

ögdoow,h,on

ôkt‹kiw



9

¤nn¡a

¦natow,h,on

¤n‹kiw



10

d¡ka

d¡katow,h,on

dek‹kiw

ia€

11

§ndeka

¥nd¡katow,h,on

¥ndek‹kiw

ib€

12

dÅdeka

dvd¡katow,h,on

dvdek‹kiw

ig€

13

triskaÛdeka

triskaid¡katow,h,on

triwkadek‹kiw

id€

14

tessareskaÛdeka

tessarakaid¡katow,h,on

tessaradek‹kiw

ie€

15

pentekaÛdeka

pentekaid¡katow,h,on

pentekaidek‹kiw

iw€

16

¥kkaÛdeka

¥kkaid¡katow,h,on

¥kkaidek‹kiw

iz€

17

¥ptakaÛdeka

¥ptakaid¡katow,h,on

¥ptakaidek‹kiw

ih€

18

ôktvkaÛdeka

ôktvkaid¡katow,h,on

ôktvkaidek‹kiw

iy€

19

¤nneakaÛdeka

¤nneakaid¡katow,h,on

¤nneakaidek‹kiw



20

eàkosi

eÞkostñw,®,ñn

eÞkos‹kiw



30

tri‹konta

triakostñw,®,ñn

triakos‹kiw



40

tessar‹konta

tessarakostñw,®,ñn

tessarakont‹kiw



50

pent®konta

penthkostñw,®,ñn

penthkont‹kiw



60

¥j®konta

¥jhkostñw,®,ñn

¥jhkont‹kiw



70

¥bdom®konta

¥bdomhkostñw,®,ñn

¥bdomhkont‹kiw



80

ôgdo®konta

ôgdohkostñw,®,ñn

ôgdohkont‹kiw



90

¤ne®konta

¤nehkostñw,®,ñn

¤nehkont‹kiw



100

¥katñn

¥katostñw,®,ñn

¥katont‹kiw



200

diakñsioi,ai,a

diakosiostñw,®,ñn

diakosi‹kiw



300

triakñsioi,ai,a

triakosiostñw,®,ñn

triakosi‹kiw



400

tetrakñsioi,ai,a

tetrakosiostñw,®,ñn

tetrakosi‹kiw



500

pentakñsioi,ai,a

pentakosiostñw,®,ñn

pentakosi‹kiw



600

¥jakñsioi,ai,a

¥jakosiostñw,®,ñn

¥jakosi‹kiw



700

¥ptakñsioi,ai,a

¥pakosiostñw,®,ñn

¥ptakosi‹kiw

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145

800

ôktakñsioi,ai,a

ôktakosiostñw,®,ñn

Q

900

¤nakñsioi,ai,a

¤nakosiostñw,®,ñn

¤nakosi‹kiw

,a

1000 xÛlioi,ai,a

xiliostñw,®,ñn

xili‹kiw

,b

2000 disxÛlioi,ai,a

disxiliostñw,®,ñn

disxili‹kiw

,g

3000 trisxÛlioi,ai,a

trisxiliostñw,®,ñn

trisxili‹kiw

,d

4000 tetrakisxÛlioi,ai,a tetrakisxiliostñw,®,ñn

tetrakisxili‹kiw

,e

5000 pentakisxÛlioi,ai,a pentakisxiliostñw,®,ñn

pentakisxili‹kiw

,w

6000 ¥jakisxÛlioi,ai,a

¥jakisxiliostñw,®,ñn

¦jakisxili‹kiw

,z

7000 ¥ptakisxÛlioi,ai,a

¥ptakisxiliostñw,®,ñn

¥ptakisxili‹kiw

,h

8000 ôktakisxÛlioi,ai,a

ôktakisxiliostñw,®,ñn

ôktakisxili‹kiw

9000 ¤nakisxÛlioi,ai,a

¤nakisxiliostñw,®,ñn

¤nakisxili‹kiw

,y

ôktakosi‹kiw

a

10000 mærioi,ai,a

muriostñw,®,ñn

muri‹kiw

b

20000 dismærioi,ai,a

dismuriostñw,®,ñn

dismuri‹kiw

g

30000 trismærioi,ai,a

trismuriostñw,®,ñn

trismuri‹kiw

d

40000 tetrakismærioi,ai,a tetrakismuriostñw,®,ñn

tetrakismuri‹kiw

e

50000 pent‹kismærioi,ai,a pentakismuriostñw,®,ñn

pentakismuri‹kiw

r 1000000 ¥katontakismærioi,ai,a ¥katontakismuriostñw,®,ñn ¥katonmuri‹kiw

Notas: 1. Para registrar 6, usa-se o stigma w€, interrompendo-se a seqüência normal do alfabeto (seria o z)24: • para registrar 90, usa-se o kopa q€; • para registrar 900, usa-se o sampi Q. 2. Os cardinais compostos de dois números podem ser expressos de três maneiras: 25 - ke €- eàkosi kaÜ p¡nte 25 - ke € - p¡nte kaÜ eàkosi 25 - ke €- eàkosi p¡nte

24

mur03.p65

Contudo, para numerar os cantos da Ilíada e da Odisséia, usa-se o alfabeto normal: o Canto VI da Ilíada é Z e o Canto VI da Odisséia é z. É uma convenção: os cantos da Ilíada são marcados com as letras maiúsculas do alfabeto grego, e os da Odisséia, com as minúsculas.

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Mas, em vez de acrescentar a unidade à dezena, usa-se também o processo de diminuição da dezena subseqüente: 49 - my´ - pent®konta ¥nòw d¡ontow / muiw deoæshw = 50 faltando um / uma; (reduzida de particípio = genitivo absoluto). 49 - mh´ - pent®konta duoÝn deñntoin / duoÝn deñntoin pent®konta = faltando dois para 50 / dois para 50. Em geral, esse sistema só se usa com as duas últimas unidades da dezena. 3. Os ordinais compostos podem ser expressos de três maneiras: 25 - p¡mptow kaÜ eÞkostñw 25 - eÞkostòw p¡mptow 25 - eÞkostòw kaÜ p¡mptow 4. Os adjetivos múltiplos se constroem acrescentando-se os sufixos ploèw,°,oèn / -pl‹siow,a,on. ploèw,°,oèn diploèw,°,oèn triploèw,°,oèn

dipl‹siow,a,on tripl‹siow,a,on

simples duplo triplo

5. Acima de 10.000, usam-se ou os compostos com mærioi,ai,a com o advérbio multiplicativo, ou o substantivo muri‹w-‹dow, ², a miríade. 50.000 - pentakismærioi,ai,a / p¡nte muri‹dew 6. Há também outros substantivos numerais, construídos por analogia com muri‹w-‹dow. mon‹w-‹dow ² a mônade / mônada, a unidade tri‹w-‹dow, ² a tríade dek‹w-‹dow, ² a décade,década ¥katont‹w-‹dow,² a centena xili‹w-‹dow, ² o milhar 7. Os quatro primeiros números cardinais são declináveis (em português, só os dois primeiros variam e, em latim, os três primeiros).

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Quadro paradigmático: T. ¥n- mia T. duo T. triT. tessar / tettar-

N. V. A. G. D.L.I.

eåw, mÛa, §n dæo treÝw, trÛa t¡ssarew,a

m.

f.

n.

m. f. n.

m. f.

n.

m. f. n.

eåw

mÛa

§n

dæo

treÝw

trÛa

t¡ssar-ew / -a

§n-a mÛa-n §n dæo/dæv treÝw trÛa t¡ssar-aw / -a ¥n-ñw miw ¥n-ñw duo-Ýn tri-Çn tri-Çn tess‹r-vn ¥n-Û mi˜ ¥n-Û duo-Ýn/du-sÛ tri-sÛ tri-sÛ t¡ssar-si

7. Sobre eåw, mÛa, §n, um,uma, flexionam-se: oédeÛw, oédemÛa, oéd¡n, nenhum, nenhuma, ninguém, nada, e sua variante: mhdeÛw, mhdemÛa, mhd¡n. N. oédeÛw oédemÛa oéd¡n V. A. oéd¡n-a oédemÛa-n oéd¡n G. oéden-ñw oédemi-w oéden-ñw D.L.I. oéden-Û oédemi-˜ oéden-Û 8. O grego também possui um numeral dual, de uso específico mas constante: mfv, ambos os dois, ambo, em latim, e ambos, em português. Flexiona-se como dæo: N.A. - mfv G.D.L.I. - ŽmfoÝn Há também um adjetivo derivado, possessivo: Žmfñterow,a,on - de ambos, de cada um dos dois

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Relativos O grego tem três relativos básicos (anafóricos), que podemos definir assim: Grego

Português

÷w, ´, ÷ oåow, oáa, oåon ÷sow, ÷sh, ÷son ÷soi, ÷sai, ÷sa

que qual quanto quantos

Latim relativo de identidade relativo de qualidade relativo de dimensão, valor plural do anterior, relativo de quantidade

qui, quae, quod qualis, e quantus, a, um quot

O relativo absoluto, de identidade, é ÷w, ´, ÷, que e tem como antecedentes ÷de, ´de, tñde, este, esta, isto, oðtow, aìth, toèto, esse, essa, isso, e ¤keÝnow, ¤keÛnh, ¤keÝno, aquele, aquela, aquilo ou qualquer nome; os outros têm como antecedente um dêitico de qualidade ou de dimensão, de tamanho ou de quantidade respectivamente.

Quadro de flexão dos relativos T T T T S.

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jo-/jaoßo-/aõso-/aõso-/a-

N. V. A. G. D. L. I.

÷w, ´, ÷ oåow, oáa, oåon ÷sow, ÷sh, ÷son ÷soi, ÷sai, ÷sa

que qual quão grande quantos

(qui, quae, quod) (qualis, e) (quantus,a,um) (quot)

÷-w

´

÷

oåo-w

oáa

oåo-n ÷so-w ÷sh

÷so-n

÷-n oð Ú Ú Ú

´-n ¸w à à Ã

÷ oð Ð Ð Ð

oåo-n oá-ou oá-Ä oá-Ä oá-Ä

oáa-n oá-aw oá-& oá-& oá-&

oåo-n oá-ou oá-Ä oá-Ä oá-Ä

÷so-n ÷s-ou ÷s-Ä ÷s-Ä ÷s-Ä

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÷so-n ÷s-ou ÷s-Ä ÷s-Ä ÷s-Ä

÷sh-n ÷s-hw ÷sú ÷sú ÷sú

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P.

N. V. A. G. D. L. I. D. N.V.A. G.D.L.I.

o-á

a-á

‘

oåo-i

oåa-i oå-a

oìw Ïn o-åw o-åw o-åw Ë o-ån

‘w Ïn a-åw a-åw a-åw ‘ a-ån

‘ Ïn o-åw o-åw o-åw Ë o-ån

oá-ouw oá-vn oáo-iw oáo-iw oáo-iw oá-v oáo-in

oáa-w oå-a oá-vn oá-vn oáa-iw oáo-iw oáa-iw oáo-iw oáa-iw oáo-iw oá-a oá-v aáa-in oáo-in

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÷so-i ÷sa-i ÷s-a ÷s-ouw ÷s-vn ÷so-iw ÷so-iw ÷so-iw ÷s-v ÷so-in

÷sa-w ÷s-vn ÷so-iw ÷so-iw ÷so-iw ÷s-a ÷sa-in

÷s-a ÷s-vn ÷so-iw ÷so-iw ÷so-iw ÷s-v ÷so-in

Notas: 1. Os relativos podem vir reforçados com o sufixo -per, (às vezes -ge ) precisamente, exatamente: ÷sper, ´per, ÷per exatamente que oáosper, oáaper, oáonper exatamente qual ÷sosper, ÷shper, ÷sonper exatamente quanto 2. Nas expressões: kaÜ ÷w, e ele ¸ dƒ ÷w, e ele disse, trata-se de uma antiga forma de artigo, com valor demonstrativo, anafórico (este, esse). Heródoto o emprega com freqüência. 3. O relativo ÷w, ´, ÷ se compõe também com os indefinidos: tiw, ti - poiow,a,on, - posow,posh, poson - phlikow, h, on para exercerem duas funções: a) de interrogativos indiretos de identidade, qualidade, dimensão/quantidade e idade, sobretudo nas interrogativas indiretas: - eÞp¡ moi : tÛw eä; - Dize-me: - quem és? (interrogação direta) - oék oäda ÷stiw eä. - Eu não sei quem és. (interrogação indireta) b) de relativo indefinido: mak‹riow ÷stiw oésÛan kaÜ noèn ¦xei - feliz quem (qualquer um que) tem posses e juízo. Veremos isso com mais detalhes no quadro dos correlativos (p. 162).

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Quadro de flexão dos dêiticos T o-, h-, to- (-de) ÷de, ´de, tñde* este, esta, isto T oðto-/ toèto-, aìth-, oðtow, aìth, toèto esse, essa, isso T ¤keÝnow-, h-, o-** aquele, aquela, aquilo Sing.

Nom. Voc. Acus Gen. Dat. Loc. Instr.

÷de

´de

tñde

oðtw

aìth

toèto

tñnde toède tÒde tÒde tÒde

t®nde t°sde t»de t»de t»de

tñde toède tÒde tÒde tÒde

toèto-n toæt-ou toæt-Ä toæt-Ä toæt-Ä

taæth-n taæt-hw taæt-ú taæt-ú taæt-ú

toèto toæt-ou toæt-Ä toæt-Ä toæt-Ä

Plural Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

oáde

aáde

t‹de

oðto-i

aìta-i

taèt-a

toæsde tÇnde toÝsde toÝsde toÝsde

t‹sde tÇnde taÝsde taÝsde taÝsde

t‹de tÇnde toÝsde toÝsde toÝsde

toæt-ouw toæt-vn toæto-iw toæto-iw toæto-iw

taæta-w taut-Çn taæta-iw taæta-iw taæta-iw

taèt-a toæt-vn toæto-iw toæto-iw toæto-iw

Dual

N.V.A. tÅde t‹de tÅde toæt-v taæt-a toæt-v G.D.L.I. toÝnde taÝnde toÝnde toæto-in taæta-in toæto-in

* Na verdade, é a flexão do artigo seguido de -de. ** Flexão como os adjetivos triformes em -o / -a/-h.

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Notas: 1. Há uma outra construção, analógica a ÷de, ´de, tñde, com a partícula restritiva-enfática -ge com o artigo õ, ², tñ > ÷ge, ´ge, tñge, com significado paralelo, e com a flexão só do artigo. 2. • O significado de ÷de, ´de, tñde corresponde ao demostrativo latino hic, haec, hoc, e ao portugês: este, esta, isto, isto é, referente à 1a pessoa e aos advérbios aqui, agora. É catafórico: - minha opinião é esta: (a que vou expor) • O significado de oðtow, aìth, toèto corresponde ao demonstrativo latino iste, ista, istud, e ao português esse, essa, isso, referente à 2a pessoa e ao advérbio aí. Também, como em latim e português, às vezes é usado com sentido depreciativo. É essa! (aponta-se com o dedo) É anafórico: é essa a minha opinião (a que acabei de expor) • O significado de ¤keÝnow, h, o corresponde ao demonstrativo latino ille, illa, illud, e ao português aquele, aquela, aquilo, referente à 3a pessoa e ao advérbio lá. 3. Tanto ÷de, ´de, tñde quanto oðtow, ‘uth, toèto são às vezes reforçados com o sufixo -i (locativo), que, ou substitui a vogal final breve: - õdÛ, ²dÛ, todÛ, este aqui ou se acrescenta à vogal longa: - aêthÛ, essa aí, toutouÛ, desse aí e à consoante final: - oêtosÛ, esse aí (nom.) toutonÛ, esse aí (acus.). 4. Os demostrativos de identidade ÷de, ´de, tñde e oðtow, aìth, toèto se compõem também com outros demonstrativos: • de qualidade: toÝow,a,on de tal qualidade, tal • de dimensão: tñsow,h,on de tal dimensão, de tal valor, tanto • de quantidade: tñsoi,ai,a de tal quantidade, tantos • de idade: thlÛkow,h,on de tal idade 25 para fazer os seguintes demonstrativos compostos:

25

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Esses demostrativos simples são usados por Homero, Hesíodo e pelos líricos; na prosa e no ático só se usam as formas compostas (4.1 e 4.2).

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4.1. com ÷de, ´de, tñde toiñsde, toi‹de, toiñde tosñsde, tos°de, tosñde tosoÛde, tosaÛde, tos‹de thlikñsde, telik°de, telikñde

desta qualidade deste tamanho, deste valor desta quantidade, tantos desta idade

4.2. com oðtow, aìth, toèto toioètow, toiaæth, toioèto tosoètow, tosaæth, tosoèto tosoètoi, tosaètai, tosaèta thlikoètow, thlikaæth, thlikoèto

dessa qualidade, desse tipo desse tamanho, desse valor dessa quantidade dessa idade

5. Alguns outros adjetivos considerados demonstrativos (catafóricos) podem ser listados aqui, mas se declinam normalmente como nomes de temas em -o para o masculino e o neutro e -a/-h para o feminino: llow,h,o outro, outra (entre vários) alius §terow,a,on outro (de dois) alter §kastow,h,on cada, cada um ¥k‹terow,a,on cada um dos dois 6. O grego tem também um demonstrativo de relações mútuas, chamado recíproco. Em português, a expressão dessa idéia passa pelo processo analítico: - uns os outros, uns dos outros, uns aos outros. Só tem o plural e o dual, evidentemente; e não tem nominativo naturalmente. Plural

Dual

Ac. Gen. D L. I. Ac. G.D.L.I.

Žll®louw,aw,a Žll®lvn Žll®loiw,aiw,oiw Žll®loiw,aiw,oiw Žll®loiw,aiw,oiw Žll®lv,a,v Žll®loin,ain,oin

uns uns uns uns uns uns uns

os outros (obj. d.) dos outros aos outros nos outros pelos outros os outros (obj. d.) dos/aos/pelos outros

No nominativo não aparece a reciprocidade, mas a alternativa; llow m¢n... llow d¢ (dentre muitos): um... outro llow m¡n oänon llow dƒ ìdvr pÛnei um bebe vinho, outro, água §terow m¢n... §terow d¢ (de dois): um... outro

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Interrogativos e indefinidos 1. O grego tem vários pronomes interrogativos: a) de identidade: -tÛw, tÛ ; quem? o quê? quis, quae, quid, quod? -pñterow,a,on; quem (qual) dos dois? b) de qualidade: -poÝow, poÛa, poÝon; qual? de que qualidade? qualis, quale? c) de dimensão, valor (sing.): -pñsow, pñsh, pñson; quanto? quão grande? de que valor? quantus, a, um? d) de quantidade (pl.): -pñsoi, pñsai, pñsa; quantos? quot? e) de idade (tamanho): -phlÛkow,h,on; de que idade? (tamanho)? f) de origem: -podapñw,®,ñn; de que país? Com exceção de tÛw, tÛ, (T tin-), todos os outros são de tema em -o para o masculino e neutro e -a / -h para o feminino, e por isso não apresentam nenhuma dificuldade de flexão. 2. Para cada interrogativo há um correspondente indefinido, como em português: - quem? / alguém, algum. Em grego, esses indefinidos são os próprios interrogativos, mas na versão átona, enclítica, enquanto os interrogativos são tônicos. Os de uso mais freqüente são: Interrogativos Indefinidos tÛw, tÛ quem? o quê? tiw, ti alguém, algum, algo poÝow,a,on qual? poiow,a,on um qualquer pñsow,h,on de que tamanho? posow,h,on de um tamanho qualquer pñsoi,ai,a quantos? posoi,ai,a uns tantos 3. Os pronomes indefinidos (átonos) são enclíticos e se pronunciam como tais, dentro do ritmo da frase. Mas os de duas sílabas soam como se fossem oxítonos: sofistaÛ tinew; - são uns sofistas! / (sophistaí tinés)/

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4. Esses indefinidos se compõem com o relativo ÷w, ´, ÷ e se empregam quer como interrogativos indiretos, quer como relativos indefinidos: de identidade, ÷stiw, ´tiw, ÷ti, que, qualquer um de qualidade, õpoÝow,a,on, de qualquer qualidade de dimensão, õpñsow,h,on, de qualquer dimensão de quantidade, õpñsoi,ai,a, de qualquer quantidade de idade, õphlÛkow,h,on, de qualquer idade de origem, õpodapñw,®,ñn, de qualquer origem Veremos com mais detalhes no quadro dos correlativos (p. 162).

Quadro de flexão: T. tinT. tin-

tÛw, tÛ tiw, ti

quem? o que? alguém, alguma coisa

Interrogativo Sing.

Pl.

Dual

Nom. Voc. Acus Gen. Dat. Loc. Instr. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr. N.V.A.

Indefinido

m. f. tÛ-w

n. tÛ

m. f. tiw

n. ti

tÛn-a tÛn-ow / toè tÛn-i / tÒ tÛn-i / tÒ tÛn-i / tÒ tÛn-ew

tÛ tÛn-ow / toè tÛn-i / tÒ tÛn-i / tÒ tÛni- / tÒ tÛn-a

tina tin-ow / tou tin-i / tÄ tin-i / tÄ tin-i / tÄ tin-ew

ti tin-ow / tou tin-i / tÄ tin-i / tÄ tini- / tÄ tin-a

tÛn-aw tÛn-vn tÛ-si tÛ-si tÛ-si tÛn-e

tÛn-a tÛn-vn tÛ-si tÛ-si tÛ-si tÛn-e

tin-aw tin-vn ti-si ti-si ti-si tin-e

tin-a* tin-vn ti-si ti-si ti-si tin-e

G.D.L.I. tÛn-oin

tÛn-oin

tin-oin

tin-oin

* As gramáticas registram uma forma alternativa tta. Não acreditamos que seja o caso, isto é, uma forma alternativa, sincopada, ser igual ou maior do que a normal. Veremos ‘tta por ‘tina < ‘ tina. É mais coerente.

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Quadro de flexão: T. õ-, ²-/- tin-

Sing.

Pl.

Dual

÷stiw, ÷ti:

o que, qualquer

masc.

fem.

neutro

Nom. Voc. Acus Gen. Dat. Loc. Instr.

÷-s ti-w

´ ti-w

÷ ti

÷-n tin-a oð tin-ow/÷tou Ú tin-i / ÷tÄ Ú tin-i / ÷tÄ Ú tin-i / ÷tÄ

´-n tin-a ¸s tin-ow Ãtin-i à tin-i à tin-i

÷ ti oð tin-ow/÷tou Ú tin-i / ÷tÄ Ú tin-i / ÷tÄ Ú tin-i / ÷tÄ

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

oá tin-ew

aá tin-ew

‘ tin-a / ‘tta

oìs tin-aw Ïn tin-vn o-ås ti-si o-ås ti-si o-ås ti-si

‘s tin-aw Ïn tin-vn a-ås ti-si a-ås ti-si a-ås ti-si

‘ tin-a/‘tta Ïn tin-vn o-ås ti-si o-ås ti-si o-ås ti-si

N.V.A. Ë tin-e G.D.L.I. o-ån tin-oin

‘ tin-e Ë tin-e a-ån tin-oin o-ån tin-oin

Notas: 1. O pronome indefinido átono tiw, ti ficou em posição enclítica; os acentos são do relativo ÷w, ´, ÷n. 2. Todos esses relativos indefinidos podem receber mais um sufixo de indeterminação (-oun / -d®pote / -d®); nesses casos a indeterminação fica mais generalizada: õstis-oèn / õstis-d®pote / õstis-d® õpoter-oèn õpoios-oèn /-d® /-d®pote õposos-oèn /-d®/ -d®pote õpñsoi-oèn /-d® /-d®pote

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qualquer um, seja qual for seja qual for dos dois seja de que qualidade for seja do tamanho que for sejam quantos forem

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3. Há um outro indefinido, de uso poético, arcaico, deÛna, um tal, um qualquer, de aparência neutro e indeclinável nos três casos sintáticos do singular; no plural há uma variação masc.fem./neutro. Mas é teórico; seu uso quase exclusivo é nos três casos sintáticos do singular:

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

Singular masc./fem. neutro deÛna deÛna

Plural masc./fem. neutro deÝnew deÝna

deÛna deÝnow deinÛ deinÛ deinÛ

deÛnaw deÛnvn deisÛ deisÛ deisÛ

deÛna deÝno deinÛ deinÛ deinÛ

deÝna deÛnvn deisÛ deisÛ deisÛ

Observação: embora classificado como indefinido ele vem freqüentemente precedido de artigo õ, ², tñ. 4. Há alguns adjetivos que são difíceis de enquadrar: ou entre os determinativos, dêiticos, ou entre os indefinidos. Além disso, convém estar atentos para sua função ou de mero adjunto adnominal ou com o nome implícito, elíptico. Assim: • §kastow,h,on cada um, cada: ¥k‹sth pñliw - cada cidade • ¥k‹terow,a,on cada um dos dois: ¥kat¡ra ² xeÛr - cada uma das duas mãos • lloi outros • oß lloi os outros (adj. substantivado), os outros (a outra parte): ² llh „Ell‹w - a outra Grécia (adjetivo, adjunto adnominal) - o restante da Grécia. • §terow,a,on um dos dois, alter • õ §terow,a,on aquele dos dois (adjetivo substantivado) Atenção às crases: elas são estranhas: toè ¥t¡rou > yat¡rou tÒ ¥t¡rÄ > yat¡rÄ tŒ §tera > y‹tera tò §teron > y‹teron

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• ¦nioi, ai, a alguns • pw, psa, pn todo, qualquer pw nyrvpow todo homem, qualquer homem • oëtiw, oëti (oë-tiw, oë-ti) - não alguém, não algo = ninguém, nada; Odisseu no canto IX da Odisséia. • oédeÛw, oédemÛa, oéd¡n (oud¡ eåw) - nem um, nem uma = ninguém, nada.

Quadro de flexão: T. ¤keÝno- ¤keÛnh- ¤keÝno- ¤keÝnow, ¤keÛnh, ¤keÝno aquele, aquela, aquilo T. aétñ-, aét®-, aétñ- aétñw, aét®, aétñ mesmo (ipse), ele, ela Sing.

Pl.

Dual

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Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

¤keÝno-w

¤keÛnh

¤keÝno

aétñ-w

aét®

aétñ

¤keÝno-n ¤keÛn-ou ¤keÛn-Ä ¤keÛn-Ä ¤keÛn-Ä

¤keÛnh-n ¤keÛn-hw ¤keÛn-ú ¤keÛn-ú ¤keÛn-ú

¤keÝno ¤keÛn-ou ¤keÛn-Ä ¤keÛn-Ä ¤keÛn-Ä

aétñ-n aét-oè aét-Ò aét-Ò aét-Ò

aét®-n aét-°w aét-» aét-» aét-»

aétñ aét-oè aét-Ò aét-Ò aét-Ò

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

¤keÝno-i

¤keÝna-i

¤keÝn-a

aéto-Û

aéta-Û aét-‹

¤keÛn-ouw ¤keÛn-vn ¤keÛno-iw ¤keÛno-iw ¤keÛno-iw

¤keÛna-w ¤kein-Çn ¤keÛna-iw ¤keÛna-iw ¤keÛna-iw

¤keÝn-a ¤keÛn-vn ¤keÛno-iw ¤keÛno-iw ¤keÛno-iw

aét-oæw aét-Çn aéto-Ýw aéto-Ýw aéto-Ýw

aét‹-w aét-Çn aéta-Ýw aéta-Ýw aéta-Ýw

aét-‹ aét-Çn aéto-Ýw aéto-Ýw aéto-Ýw

N.V.A. ¤keÛn-v ¤keÛn-a ¤keÛn-v aét-Å aét-‹ aét-Å G.D.L.I. ¤keÛno-in ¤keÛna-in ¤keÛno-in aéto-Ýn aéta-Ýn aéto-Ýn

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Notas: 1. aétñw,®,ñ substitui ou é usado como 3a pessoa ou como aposto de outras: a) no nominativo, como aposto do sujeito implícito, reforçando a identidade: aétòw ¦fa [ele] mesmo, em pessoa, dizia [disse] (expressão que os pitagóricos usavam) aétòw ¤rÇ [eu] mesmo direi aétoÜ perÜ eÞr®nhw ¤chfÛsasye [vós] mesmos votastes a respeito da paz. Nesses casos é fácil reconhecer a pessoa gramatical que está implícita observando a desinência do verbo. b) nos outros casos substituindo o dêitico de 3a pessoa: kaÜ sç öcei aétñn também tu o verás õ pat¯r aétoè o pai dele aétoÝw ¤rÇ eu lhes direi 2. Quando precedido de artigo, aétñw,®,ñ se comporta como um adjetivo substantivado e significa o mesmo (e não outro), e em aposição significa o próprio, em pessoa. aétòw aétoÝw tŒ aétŒ ¤rÇ eu mesmo (aétòw) lhes (aétoÝw) direi as mesmas (tŒ aétŒ) coisas õ yeòw õ aétñw a divindade em pessoa, a própria divindade Nesse caso, no singular, há inúmeras crases resultantes do encontro do artigo com o pronome (p. 55). No plural não há contrações, nem crases, salvo no neutro do N.V.A.: tŒ aét‹ > taét‹.

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Quadro de flexão de õ aétñw

Sing. Nom.

õ

aétñw

²

aét®



aétñ > taétñ(n) aétñ > taétñ(n)

Voc.

Pl.

Acus.

tòn aétñn

t¯n

aét®n



Gen.

toè aétoè > taétoè t°w

aét°w

toè aétoè > taétoè

Dat.

tÒ aétÒ > taétÒ t»

aét» > taét» tÒ

aétÒ > taétÒ

Loc.

tÒ aétÒ > taétÒ t»

aét» > taét» tÒ

aétÒ > taétÒ

Instr.

tÒ aétÒ > taétÒ t»

aét» > taét» tÒ

aétÒ > taétÒ

Nom.





aétaÛ



aét‹ > taét‹

aét‹w



aét‹ > taét‹

aétoÛ

Voc. Acus.

toçw aétoæw

tŒw

Gen.

tÇn aétÇn

tÇn aétÇn

tÇn aétÇn

Dat.

toÝw aétoÝw

taÝw aétaÝw

toÝw aétoÝw

Loc.

toÝw aétoÝw

taÝw aétaÝw

toÝw aétoÝw

Instr.

toÝw aétoÝw

taÝw aétaÝw

toÝw aétoÝw

tÆ aétÅ





Dual N.V.A.

G.D.L.I. toÝn aétoÝn

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aét‹

taÝn aétaÝn

aétÅ

toÝn aétoÝn

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160

O mesmo acontece com os casos oblíquos dos pronomes pessoais reflexivos no singular, quando aétñw,®,ñ está em aposição, significando mesmo. São crases ou elisões. 1a pessoa do s. Ac. Gen. Dat.

me mesmo (o.d.) ¤m¢ aétñn> de mim mesmo ¤moè aétoè > a mim mesmo ¤moÜ aétÒ >

1a pessoa do p. Ac. Gen. Dat.

nos mesmos (o.d) ²mw aétoæw de nós mesmos ²mÇn aétÇn a nós mesmos ²mÝn aétoÝw

2a pessoa do s. Ac. Gen. Dat.

te mesmo (o.d.) de ti mesmo a ti mesmo

s¢ aétñn > soè aétoè > soÜ aétÒ >

2a pessoa do p. Ac. Gen. Dat.

vós mesmos de vós mesmos a vós mesmos

êmw aétoæw êmÇn aétÇn êmÝn aétoÝw

3a pessoa do s. Ac.

se mesmo (o.d.)

¥-aétñn,®n,ñ >

Gen.

de si mesmo

¥-autoè,°w,oè >

Dat.

a si mesmo

¥-autÒ,»,Ò >

se mesmos

¥-autoæw,‹w,‹ >

3a pessoa do p. Ac.

Dual

mur03.p65

¤mautñn ¤mautoè ¤mautÒ

saétñn sautoè saétÒ

¥autñn,®n,ñ / aêtñn,®n,ñ ¥autoè,°w,oè / aêtoè,°w,oè ¥autÒ,»,Ò / aêtÒ,»,Ò

¥autoæw,‹w,‹ / aêtoæw,‹w,‹ Gen. de si mesmos ¥-autÇn > ¥autÇn / aêtÇn Dat. a si mesmos ¥-autoÝw,aÝw,oÝw> ¥autoÝw,aÝw,oÝw /aêtoÝw,aÝw,oÝw N.V.A. os dois mesmos ¤-autÅ,‹,Å > ¥autÅ,‹,Å / aêtÅ,‹,Å G.D.L.I. dos/aos 2 mesmos ¥autoÝn,aÝn,oÝn > ¥autoÝn,aÝn,oÝn /aêtoÝn,aÝn,oÝn

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Os correlativos A palavra correlativo não deve nos prender ao quadro deles. Cada uma dessas palavras tem seu significado e função próprias. Contudo, há uma linha racional, semântica, relacional, que pode ser vista no processo de composição (prefixação e sufixação). Assim, de um interrogativo direto, vamos ao indireto e daí ao indefinido e ao demonstrativo, que sugere o relativo e finalmente o relativo indefinido. O quadro da página seguinte é ilustrativo de coerência semântica e formal.

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Interr. Indir. ÷stiw, ´tiw, ÷ti

Indefinidos tiw, ti

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Demonstrativos ÷de,´de,tñde oðtow, aëth, toèto ¤keÝnow,h,o

Relativos ÷w ,´, ÷ ÷sper, ´per, ÷sper ÷per que oåow, a, on qual

quem, o que õpoÝow, a, on qual

alguém, algo poiow, a, on de certa qualidade

este, esse, aquele toÝow, toiñsde, toioètow tal, desta, dessa qual.

pñsow, h, on

õpñsiw, h, on

posow, h, on

quanto? de que valor ou tamanho? pñsoi ; quantos? phlÛkow ;

quanto, de que valor ou tamanho õpñsoi quantos õphlÛkow

de algum tam./ val., um quanto, de certo tam./valor posoi uns tantos phlikow

tñsow, tosñsde, tosoètow tanto, deste tamanho/valor desse tamanho/valor

de que idade?

de que idade

de alg. idade

tñsoi tantos thlÛkow thlikñsde thlikoètow desta id.; dessa id.

pñterow ; quem/ qual dos dois?

õpñterow quem/ qual dos dois

poterow alg. dos dois

õ §terow um dos dois

podapñw ; de que país?

õpodapñw de que país

¥k‹terow cada 1 dos 2, nenhum dos 2 pantodapñw de todo país

÷sow, quanto ÷soi quantos ²lÛkow que idade

õstisoèn, õstisd® õstisd®pou qualquer que õpoÝow de qualquer qualidade õpñsow seja de que tam. for quão grande for qq. que seja o tam. õpñsoi seja quantos forem õphlÛkow de qualquer idade que seja õpñterow qualquer 1 dos 2

õpodapñw de qualquer país que seja

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quem? o que? poÝow, a, on qual?

Relativos Indef. ÷stiw, ´tiw, ÷ti

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Interr. Diretos tÛw,tÛ

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163

Pronomes pessoais São os verdadeiros pronomes, isto é, vêm em lugar do nome; nem anafóricos nem catafóricos. Eles têm origem na oralidade e são basicamente de 1 a e 2a pessoas: eu, tu, numa linha horizontal, direta, binária e singular. Os outros pronomes: 1 a e 2a pessoas do plural são analógicas; o mesmo se pode dizer do dual. O único e verdadeiro pronome (ŽntinvmÛa) é ¤gÅ, eu, que não tem gênero, nem plural (“nós” não significa vários “eu”) e não tem derivados (as formas de outras funções se constroem sobre uma outra raiz: ¤gÅ eu sujeito nominativo ¤m¡ me objeto direto acusativo ¤moè de mim complemento/adjunto adnominal genitivo ¤moÛ a mim, mim, me complemento/adjunto adnominal dativo A segunda pessoa tu, sæ, tu, o outro pólo do diálogo, também não tem gênero nem número (“vós” não significa vários “tu”), mas tem as formas oblíquas construídas sobre a mesma raiz: sæ tu sujeito nominativo s¡ te objeto direto acusativo soè de ti complemento/adjunto adnominal genitivo soÛ a ti, te complemento/adjunto adnominal dativo As 3as pessoas, singular e plural, estão fora do eixo do diálogo; são dêiticos. É essa a origem dos “pronomes” das 3 as pessoas, desde o grego e latim até às línguas modernas. Em grego, o sistema de flexão verbal era suficientemente forte para dispensar a menção do pronome pessoal agente ou paciente sujeito, a não ser que se quisesse insistir sobre a pessoa, ela e não outra: - sou eu que..., és tu que... (e não outro).26

26

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Ver a identificação das pessoas gramaticais nas desinências verbais à p. 23.

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Quadro de flexão dos pronomes pessoais

Primeira pessoa Singular Nom. ¤gÅ Voc. Acus. ¤m¡ / me Gen. ¤moè / mou Dat. ¤moÛ / moi Loc. ¤moÛ / moi Instr. ¤moÛ / moi

eu me de mim a mim em mim por mim

N.V.A. G.D.L.I. Segunda pessoa Singular Nom. sæ Voc. Acus. s¡ / se Gen. soè / sou Dat. soÛ / soi Loc. soÛ / soi Instr. soÛ / soi N.V.A. G.D.L.I.

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tu te de ti a ti em ti por ti

Plural ²meÝw

nós

²mw ²mÇn ²mÝn ²mÝn ²mÝn Dual nÅ / nÇi nÒn / nÇin Plural êmeÝw

nos de nós a nós em nós por nós nós dois a, de nós dois

vós

êmw êmÇn êmÝn êmÝn êmÝn Dual sfÅ / sfÇi sfÒn / sfÇin

vos de vós a vós em vós por vós vós dois a, de vós dois

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Notas: 1. As variantes não acentuadas, por serem átonas, são enclíticas e menos fortes. 2. A forma antiga do pronome de 2a pessoa é tæ (latim tu). 3. Como já foi visto, não há pronomes pessoais de 3 a pessoa. Ela está fora do eixo do diálogo. Então, naturalmente é um dêitico, anafórico. Em grego é o dêitico oðtow, aìth, toèto - esse, essa, isso e aétñw, ®,ñ - mesmo, o mesmo, o próprio que o substituem. Uma explicação possível da origem de aétñw é:- aé - por sua vez, também + to, esse, aquele.27 Vejam-se as notas no quadro das flexões dos dêiticos. 4. Às vezes, para dar ênfase à pessoa, em oposição a outra ou outras, usase acrescentar a partícula restritiva, enfática -ge. ¦gvge - eu, por mim ; ¤moÛge dokeÝ - a mim, pelo menos, parece 5. Em grego, como em latim, línguas de larga tradição oral, as expressões de tratamento são em 2 a pessoa (singular e plural). As expressões de tratamento em 3 a pessoa têm origem litúrgica, palaciana, subserviente e servil e se baseiam no receio da abordagem direta. Em alguns países e regiões de língua portuguesa e castelhana, esse tratamento prevalece e lembra as relações senhoriais de uma sociedade escravocrata. A pñliw grega não concebia essas expressões de tratamento. 6. Em Homero, existe um pronome de 3a pessoa, salvo no nominativo, e é considerado reflexivo, com significado forte. A partir dele a língua usa às vezes uma forma não reflexiva, fraca, enclítica.

27

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É a hipótese de A. Meillet, Traité de Grammaire Comparée du Grec et du Latin, p. 741.

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Quadro de flexão do pronome de 3a pessoa

Singular

N.V. A. §, mÛn se, o, a G. eåo ,§o, eð, §yen dele D.L.I. oå, ¥oÝ lhe

Plural

Dual

sf¡aw, sf¡ se, os, as sfeÛvn, sf¡vn deles sfÛsi, sfÝ lhes

sfv¡ sfvÝn sfvÝn

No ático e na prosa jônica houve uma simplificação desse quadro. N. A. G. D.

Singular § < sWe oð oå / oß

se de si (sui) a si mesmo (sibi)

Plural sfeÝw sfw sfÇn sfÛsi

eles mesmos (suj.) se mesmos (o.d.) de si mesmos a si mesmos

Mesmo assim, essas formas, sozinhas, se usam pouco; em geral vêm enfatizadas pelo pronome em aposição aétñw,®,ñ, nas segundas e sobretudo na 3a pessoa, que é o uso mais comum, com valor reflexivo, isto é, quando o ato retorna ao seu agente. „O sofòw ¤n aêtÒ perif¡rei t¯n oésÛan. (¥-autÒ) O sábio leva nele mesmo sua riqueza ƒOr¡sthw feægvn ¦peisen ƒAyhnaÛouw ¥autòn kat‹gein. Orestes, estando no exílio, persuadiu os Atenienses de trazê-lo de volta. GnÇyi sautñn. (se-aétñn) Conhece te a ti-mesmo. Tòn fÛlon pròw ¥autòn ¦labe. (¥-aétñn) Ele pegou o amigo para junto de si. L¡gousi ÷ti metam¡lei aêtoÝw (¥-aétoÝw) Eles afirmam que [isso] lhes traz preocupação.

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Temas em consoante e soante/semivogal Pertencem a este grupo todos os substantivos masculinos, femininos e neutros e todos os adjetivos e dêiticos cujo tema termina em consoante ou soante/semivogal. Qualquer consoante pode servir de tema, menos m, j, c; as soantes/ semivogais são: i, u, W, j.

Quadro geral das desinências Masc./Fem.

Ac. Gen. Dat. Loc. Instr.

Singular -w/alongamento da vogal temática Tema puro/desinência zero /igual ao nom. -n > a -ow -i -i -i

Nom. Voc. Ac. Gen. Dat. Loc. Instr.

Plural -ew -ew -nw > aw / enw> eiw -vn -si -si -si

Nom. Voc.

Dual N.V.A. -e G.D.L.I. -oin

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Neutros Tema puro/desinência zero Tema puro/desinência zero Tema puro/desinência zero -ow -i -i -i -a -a -a -vn -si -si -si -e -oin

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Notas: 1. Como se pode notar, apenas duas desinências são consonânticas: o nominativo singular masc./fem.: -w e o dat./loc./inst. plural: -si. O acusativo sing. e plural masc/fem. não é consonântico; ele é em líqüida/soante -n que se vocaliza em -a sempre que, em posição final, vem depois de consoante (patrÛd-n > patrÛda) e sofre síncope, quando precedido de vogal e seguido de -w (Þxyæ-nw > Þxyæw). Isso nos leva a concluir que a flexão desses nomes é bastante fácil: basta acrescentar as desinências vocálicas aos temas em consoante, com que fazem sílaba, e aos temas em semivogal, com que fazem ditongo. 2. Nas desinências em consoante (-w/-si), o encontro das consoantes temáticas com essas desinências se resolve observando-se as normas fonéticas comuns. Mostraremos isso em detalhe nos quadros de flexão. 3. Nos nomes de tema em u- (Þxyu-), o nominativo plural Þxyæ-ew pode se contrair em Þxyæw; o mesmo acontecendo no acusativo plural Þxyænw em Þxyæw. Nesses dois casos há o alongamento compensatório do u. Nesse caso normalmente o acento deveria ser circunflexo, em se tratando de sílaba final longa. Mas, por convenção, não se acentuam com circunflexo os acusativos plurais longos, mesmo com sílaba final tônica: õdoæw, deinoæw, Žgor‹w, kefal‹w. 4. As gramáticas registram desinências iguais em -eiw para o nominativo e acusativo plural em alguns nomes e adjetivos: pñleiw - ŽlhyeÝw. Na verdade, o ditongo -ei nos dois casos é um resultado aparentemente igual, mas produto de componentes diferentes. a) No caso do Nom. pl. pñleiw, é o resultado da contração de e-e: pñlejew > pñle-ew > pñleiw. O -j- em posição intervocálica sofre síncope, pondo em contato duas vogais, que o ático reduz em ditongo. b) No caso do Acus. pl., pñleiw é o resultado da vocalização do -jantes de consoante e posterior síncope do -n- diante de -w-: pñlej-nw > pñleinw > pñleiw. c) No caso do Acus. pl. ŽlhyeÝw, a evolução é a seguinte: Žlhy¡s-nw > Žlhy¡nw > ŽlhyeÝw.

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Síncope das duas consoantes -sn- antes do -w e alongamento compensatório da vogal anterior. 5. Os nomes de tema em es- (g¡nes-, Žlhy¡s-, SÅkrates-), ao receberem uma desinência vocálica, sofrem a síncope desse -s- e põem em contato duas vogais, formando um iato, que, no dialeto ático, é reduzido por contração: g¡nes-a > g¡nea > g¡nh Svkr‹tes-ow > Svkr‹teow > Svkr‹touw 6. Os nomes de tema em nt- têm dois tratamentos diferentes no nominativo singular masculino: a) os nomes de tema em -ont- (l¡ont-,) e os particípios do infectum em -ont- (læ-o-nt-), ao receberem o -w do nominativo masculino singular, sofrem apócope do -w e do -t-, e, por compensação, alongam a vogal do tema: T. l¡ontl¡ont-w l¡vn T. læ-o-nt- læ-o-nt-w lævn.28 b) os outros temas em -nt-, ao receberem -w no masculino, sofrem a síncope29 do -nt- antes do -w e, por compensação, alongam a vogal do tema: T. gÛgantgÛgantw > gÛgaw T. læ-sa-nt- læsantw > læsaw T. lu-y®-nt- luy®ntw > luy¡ntw > luyeÛw T. deÛk-nu-nt- deiknæntw > deiknæw (as vogais a, i, u têm o mesmo registro, quer sejam longas quer sejam breves). 7. No dativo plural, as consoantes -nt- do tema sofrem síncope 30 antes do -si e alongam, por compensação, a vogal anterior: T. l¡ontl¡ont-si > l¡ousi T. læo-ntlæont-si > læousi T. gÛgantgÛgant-si > gÛgasi T. lu-y®-ntluy¡nt-si > luyeÝsi T. deÛk-nu-nt- deÛknunt-si > deÛknusi. 28

Uma outra hipótese é que o -t do tema em posição final sofre apócope e a seguir a vogal anterior se alonga no nominativo masc./fem., como os temas en -n. 29 Sucessivamente do t e do n. 30 Sucessivamente do t e do n.

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8. Os nomes masculinos e femininos de tema em líqüida (n, r) alongam a vogal do tema no nominativo:31 T. =°tor- õ =®tvr =®torow o orador T. daÝmon- õ daÛmvn daÛmonow o nume 9. Alguns nomes em líqüida têm o tema longo: ŽgÅn- ŽgÇn-ow. Nesse caso, naturalmente, constroem toda a flexão sobre o tema longo: T. ŽgÅn- : Nom. s. õ ŽgÅn Dat. pl. toÝw ŽgÇnsi > ŽgÇsi 10. No dativo/locativo/instrumental plural os nomes em -n depois de vogal temática breve sofrem síncope do -n antes do -si, sem alongarem a vogal anterior: T. daÝmon - Nom.s õ daÛmvn Gen.s toè daÛmon-ow D.L.I.pl. toÝw daÛmosi; T. lim¡n - Nom.s õ lim®n Gen.s toè lim¡n-ow D.L.I.pl. toÝw lim¡si

Mas, quando houver síncope de -nt-, o alongamento compensatório é natural, por serem duas as consoantes suprimidas: T. l¡ontõ l¡vn toÝw l¡ont-si > l¡ousi T. luy¡ntluyeÛw toÝw luy¡nt-si > luyeÝsi 11. Os neutros não têm desinência própria (desinência zero). Nos casos sintáticos do singular (nom., voc., acus.) mantêm “desinência zero”, isto é, o próprio tema. Nos casos concretos do singular e plural (gen., dat., loc., instr.) usam as desinências do masc./fem. O -a do nom., voc., acus. plural é a marca do coletivo indo-europeu. Uma vez reconhecido o tema do substantivo ou adjetivo e identificado seu gênero, não será difícil flexionar todos esses nomes. As “irregularidades” que acontecem são problemas fonéticos que se resolvem no aparelho fonador, dentro das normas fonéticas do grego.

31

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Seria uma espécie de compensação pela queda do -w final, que é a marca do nom. masc./fem.

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Exercício prático de identificação dos temas Instruções: 1. Na primeira coluna está o genitivo singular 32. Isolada a desinência do genitivo, em princípio, teremos o tema. Convém notar, contudo, que, em algumas palavras, a desinência do genitivo singular sofre alterações fonéticas, como nos temas em -w, W, e j.: T. g¡nesg¡nes-ow > g¡neow > g¡nouw do gênero, da raça T. steWsteW-ow > ste-ow > stevw da cidadela T. pñlj-, ej-, hj- pñlhj-ow > pñlh-ow > pñlevw da cidade Esse fato dificulta a identificação do tema. 2. Na segunda coluna está o nominativo singular: Se é igual ao tema, trata-se de um neutro, porque o neutro tem desinência zero no nom. sing. Os neutros de tema em oclusiva não a mantêm em posição final: T. sÇmat- sÅmat-ow tò sÇma o corpo T. luy¡nt- luy¡nt-ow luy¡n desligado, solto a) Os neutros de tema em -w e em -r têm a vogal anterior ao -sbreve, por serem o próprio tema, contrariamente aos masculinos e femininos que a têm longa: T. g¡nesg¡nes- ow > g¡nouw T. SÅkrates- Svkr‹tes-ow > Svkr‹touw T. Žlhy¡s(masc. e fem.) (neutro)

tò g¡now raça, gênero õ Svkr‹thw Sócrates Žlhy®w, real, verdadeiro Žlhy¡w

b) Se tem um -w combinado ou não com outra consoante oclusiva: T. fl¡b- > fleb-ñw fl¡c, ² a veia T. aäg- > aÞg-ñw aäj, ² a cabra T. lamp‹d- > lamp‹d-ow lamp‹w, ² a tocha, archote trata-se de um masculino ou feminino. 32

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Mantivemos essa norma tradicional, porque é assim que as gramáticas e dicionários registram os nomes, para indicar a que “declinação” pertencem. Cremos que, ao lado disso, deveríamos registrar os temas.

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c) Se a vogal temática está alongada: T. =°tor > =®tor-ow =®tvr, õ o orador T. l¡ont- > l¡ont-ow l¡vn, õ o leão T. poim¡n > poim¡n-ow poim®n, õ o pastor trata-se de um nome masculino ou feminino de tema em líqüida r, -n ou -ont d) Se tem um -w acrescentado à semivogal do tema: T. Þxyæ- > Þxyæw-æow, o o peixe T. á> áw, ßñw, ² a força trata-se de um masculino ou feminino em -i / -u 3. Na terceira coluna está o vocativo singular. Rigorosamente, deve ser o tema puro (desinência zero) igual ao da primeira coluna, porque o vocativo não é caso e por isso não deve ter desinência (desinência zero). Se o vocativo for igual ao nominativo, é porque o tema é em consoante, e a apócope dela em posição final descaracterizaria fonética e semanticamente o nome 33. 4. Na quarta coluna está o dativo, loc., instr., plural. O encontro da desinência -si com o tema deve produzir os mesmos resultados fonéticos que no nominativo singular do masc. e fem. a) nos temas em -r, o -si se adapta normalmente; =®tor-si; b) nos temas em -n há a síncope dessa consoante sem mais conseqüências; T. ²gemñn- ²gemñn-si > ²gemñsi c) nos temas em -nt há síncope dessas duas consoantes e alongamento da vogal anterior. T. l¡ont- l¡ont-si > l¡ousi d) nos temas em oclusivas labiais e velares, o -w da desinência resulta em c com as labiais e j com as velares; com as dentais há a assimilação da dental >ss e posterior redução >s; e) nos temas em -s, há a duplicação >ss e posterior redução >s.

33

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Ver explicação mais detalhada no capítulo da flexão nominal (p. 95-6).

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Gen. sing.

Nom. sing. Voc. sing.

Dat. pl.

paid-ñw fleb-ñw gup-ñw kat®lif-ow aÞg-ñw fælak-ow g¡ront-ow læont-ow læont-ow önt-ow önt-ow ôdñnt-ow pant-ñw pant-ñw deiknænt-ow deiknænt-ow luy¡nt-ow luy¡nt-ow gÛgant-ow læsant-ow læsant-ow =®tor-ow gast¡r-ow yhr-ñw aÞy¡r-ow n¡ktar-ow l-ñw fr¡at-ow ´pat-ow gra-ñw m‹nte-vw pel¡ke-vw st-evw p®x-evw

paÝw fl¡c gæc kay°lic aäj fælaj g¡rvn lævn lèon Ên ön ôdoæw pw pn deiknæw deiknæn luyeÛw luy¡n gÛgaw læsaw lèsan =®tvr gast®r y°r aÞy®r n¡ktar ‘lw fr¡ar ¸par graèw m‹ntiw p¡lekuw stu p°xuw

paisÛ flecÛ gucÛ kay®lici aÞjÛ fælaji g¡rousi læousi læousi oïsi oïsi ôdoèsi psi psi deiknèsi deiknèsi luyeÝsi luyeÝsi gÛgasi læsasi læsasi =®torsi gast¡rsi yhrsÛ aÞy¡rsi n¡ktarsi lsÛ fr¡asi ´pasi grausÛ m‹ntesi pel¡kesi stesi p®xesi

173

paÝ fl¡c gæc kay°lic aäj fælaj g¡ron lèon lèon ön ön ôdñn pn pn deiknæn deiknæn luy¡n luy¡n gÛgan lèsan lèsan =°tor g‹ster y°r aÞy¡r n¡ktar ‘lw fr¡ar ¸par graè m‹nti p¡leku stu p°xu

menino, menina a veia o abutre o sótão a cabra o vigia o ancião desligante desligante quem é - masc. o que é - neut. o dente todo homem - masc. toda coisa - neut. mostrante - masc. mostrante - neut. desligado - masc. desligado - neut. gigante tendo desligado - m. tendo desligado - n. o orador o estômago a caça, presa, fera o éter o néctar o sal o poço o fígado a velha o adivinho o machado a cidadela o côvado

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Gen. sing.

Nom. sing. Voc. sing.

²d¡-ow ²d¡-ow bay¡-ow tax¡-ow Èk¡-ow tri®r-ouw Svkr‹t-ouw Dhmosy¡n-ouw Prajit¡l-ouw g¡n-ouw b‹y-ouw ìc-ouw Žlhy-oèw Žlhy-oèw sun®y-ouw sun®y-ouw ceud-oèw ceud-oèw ceæd-ouw „Hrakl¡-ouw aÞd-oèw peiy-oèw ±x-oèw Lht-oèw Sapf-oèw kr¡-vw g®r-vw g¡r-vw Žndr-ñw gunaik-ñw ƒApñllvn-ow …Ar-evw D®mhtr-ow Di-ñw

²dæw ²dæ ²dæ ²dæ bayæw bayæ taxæw taxæ Èkæw Èkæ tri®rhw trÛhrew Svkr‹thw SÅkratew Dhmosy¡nhw Dhmñsyenew Prajit¡lhw PrajÛtelew g¡now g¡now b‹yow b‹yow ìcow ìcow Žlhy®w Žlhy¡w Žlhy¡w Žlhy¡w sun®yhw sun°yew sun°yew sun°yew ceud®w ceud¡w ceud¡w ceud¡w ceèdow ceèdow „Hrakl°w „Hr‹kleiw aÞdÅw aÞdoÝ peiyÅ peiyoÝ ±xÅ ±xoÝ LhtÅ LhtoÝ SapfÅ SapfoÝ kr¡aw kr¡aw g°raw g°raw g¡raw g¡raw Žn®r ner gun® gænai ƒApñllvn …Apollon …Arhw …Arew Dhm®thr D®mhter Zeæw Zeè

174

Dat. pl. ²d¡si ²d¡si bay¡si tax¡si Èk¡si tri®resi

g¡nesi b‹yesi ìcesi Žlhy¡si Žlhy¡si sun®yesi sun®yesi ceud¡si ceud¡si ceædesi

kr¡asi g®rasi g¡rasi Žndr‹si gunaijÛ

suave, doce - masc. suave, doce - neut. profundo rápido veloz trirreme Sócrates Demóstenes Praxíteles gênero, raça profundidade altura verdadeiro - masc. verdadeiro - neut. habitual - masc. habitual - neut. falso - masc. falso - neut. a mentira Heraclés respeito, pudor persuasão eco Letô - Latona Safo carne velhice dom, presente varão mulher Apolo Ares Deméter Zeus

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Gen. sing.

Nom. sing. Voc. sing.

Dat. pl.

´rv-ow m‹rtur-ow k¡rat-ow k¡r-vw ne-Åw ôneÛrat-ow PoseidÇn-ow ê-oè ê¡-ow/êi¡-ow xeir-ñw xer-ñw kont-ow kont-ow ¥kñnt-ow xari¡nt-ow xari¡nt-ow t¡ren-ow t¡ren-ow didñnt-ow didñnt-ow lamp‹d-ow örniy-ow frontÛd-ow sÅmat-ow x‹rit-ow ŽgÇn-ow lim¡n-ow Žhdñn-ow =in-ñw eédaÛmon-ow l¡ont-ow m¡lan-ow m¡lan-ow meÛzon-ow

´rvw m‹rtuw k¡raw k¡raw naèw önar PoseidÇn êñw êñw xeÛr xeÛr kvn kon ¥kÅn xarieÛw xari¡n t¡rhn t¡ren didoæw didñn lamp‹w örniw frontÛw sÇma x‹riw ŽgÅn lim®n ŽhdÅn =Ûw eédaÛmvn l¡vn m¡law m¡lan meÛzvn

´rvsi m‹rtusi k¡rasi k¡rasi nausÛ ôneÛrasi

175

´rvw m‹rtu k¡raw k¡raw naè önar Pñseidon ê¡ ê¡ xeÛr xeÛr kon kon ¥kñn xari¡n xari¡n t¡ren t¡ren didñn didñn lamp‹w örni frontÛ sÇma x‹ri ŽgÅn lim¡n Žhdñn =Ûw eëdaimon l¡on m¡lan m¡lan meÝzon

herói testemunha chifre, ala chifre, ala nau sonho Poseídon êoÝw filho ê¡si filho xersÛ mão xersÛ mão kousi invito - masc. kousi invito - neut. ¥koèsi voluntário xarieÝsi grato, gracioso xarieÝsi grato, gracioso t¡resi tenro - masc. t¡resi tenro - neut. didoèsi dante, dando - masc. didoèsi dante, dando - neut. lamp‹si tocha örnisi pássaro, ave frontÛsi mente, pensamento sÅmasi corpo x‹risi graça, favor ŽgÇsi liça, combate lim¡si porto Žhdñsi rouxinol =isÛ nariz eédaÛmosi contente, feliz l¡ousi leão m¡lasi negro - masc. m¡lasi negro - neut. meÛzosi maior - masc.

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a flexão nominal: os temas nominais

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Gen. sing.

Nom. sing. Voc. sing.

Dat. pl.

meÛzon-ow ²dÛon-ow ²dÛon-ow del¡at-ow p¡rat-ow kñrak-ow ŽlÅpek-ow §lminy-ow kten-ñw Èt-ñw nakt-ow ²gemñn-ow mhn-ñw ŽktÝn-ow nukt-ñw flog-ñw ¤sy°t-ow ‘rmat-ow g‹lakt-ow m¡lit-ow dñrat-ow d‹kru-ow pur-ñw gñnat-ow kñruy-ow kleid-ñw Ž¡r-ow Þxyæ-ow bñtru-ow n¡ku-ow su-ñw mu-ñw x¡lu-ow dru-ñw

meÝzon ²dÛvn ´dion d¡lear p¡raw kñraj ŽlÅphj §lmiw kteÛw oïw naj ²gemÅn m®n ŽktÝn næj flñj ¤sy®w ‘rma g‹la m¡li dñru d‹kru pèr gñnu kñru kleÛw Ž®r Þxyæw bñtruw n¡kuw sèw mèw x¡luw drèw

meÛzosi ²dÛosi ²dÛosi del¡asi p¡rasi kñraji ŽlÅpeji §lmisi ktesÛ ÈsÛ naji ²gemñsi mhsÛ ŽktÝsi nujÛ flojÛ ¤sy°si ‘rmasi g‹laji m¡lisi dñrasi d‹krusi pursÛ gñnasi kñrusi kleisÛ Ž¡rsi Þxyæsi bñtrusi n¡kusi susÛ musÛ x¡lusi drusÛ

176

meÝzon ´dion ´dion d¡lear p¡raw kñraj ŽlÅphj §lmiw kt¡n oïw na ´gemon m®n ŽktÝn næj flñj ¤sy°w ‘rma g‹la m¡li dñru d‹kru pèr gñnu kñru kleÛ Ž¡r Þxyæ bñtru n¡ku sè mè x¡lu drè

maior - neut. mais suave - masc. mais suave - neut. isca limite, fim corvo raposa lombriga pente ouvido senhor comandante, guia mês, lua raio noite chama veste, roupa carro, carruagem leite mel lança lágrima fogo joelho elmo, capacete chave ar peixe cacho de uva morto, cadáver porco rato, camondongo tartaruga carvalho

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a flexão nominal: os temas nominais

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177

Gen. sing.

Nom. sing. Voc. sing.

Dat. pl.

pÛtu-ow krat°r-ow gumn°t-ow pñle-vw dun‹me-vw ìbre-vw AÞyÛop-ow Žndri‹nt-ow …Arab-ow ¤l¡fant-ow patr-ñw mhtr-ñw yugatr-ñw basil¡-vw ßer-¡vw bo-ñw kun-ñw trix-ñw ki-ñw teÛx-ouw pel‹g-ouw ny-ouw brab-¡vw drom-¡vw fæs-evw sin‹p-evw stÛmm-evw pep¡r-evw

pÛtuw krat®r gumn®w pñliw dænamiw ìbriw AÞyÛoc Žndri‹w …Arac ¦lefaw pat®r m®thr yug‹thr basileæw ßereæw boèw kævn yrÛj kÝw teÝxow p¡lagow nyow brabeæw dromeæw fæsiw sÛnapi stÛmmi p¡peri

pÛtusi krat°rsi gumn°si pñlesi dun‹mesi ìbresi AÞyÛoci Žndrisi …Araci ¤l¡fasi patr‹si mhtr‹si yugatr‹si basileèsi ßereèsi bousÛ kusÛ yrijÛ kisÛ teÛxesi pel‹gesi nyesi brabeèsi dromeèsi fæsesi sin‹pesi stÛmmesi pep¡resi

177

pÛtu krat®r gumn®w pñli dænami ìbri AÞyÛoc Žndri‹n …Arac ¦lefan p‹ter m°ter yægater basileè ßereè boè kævn yrÛj kÝw teÝxow p¡lagow nyow brabeè dromeè fæsi(w) sÛnapi stÛmmi p¡peri

pinheiro vaso, cratera ginasta cidade potência, força insolência Etíope estátua Árabe marfim, elefante pai mãe filha rei sacerdote boi, vaca cão, cadela cabelo caruncho de trigo parede, muralha o mar a flor árbitro corredor natureza mostarda antimônio pimenta

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a flexão nominal: os temas nominais

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Quadro geral das dificuldades fonéticas Temas em Tema velar (a)

T. fulakT. aigT. onux-

labial (b)

dental (c)

Nom. sing. D.L.I. pl. fælaj aäj önuj

fælaji aÞjÛ önuji

T. gupo abutre T. fleba veia T. kathlif- o porão, sotão

gæc fl¡c kat°lic

gucÛ flecÛ kat®lici

T. T. T. T.

x‹riw paÝw örniw sÇma

x‹risi paisÛ örnisi sÅmasi

xaritpaidorniysvmat-

o vigia a cabra a unha

o favor menino (a) a ave o corpo

(a) Nominativo singular e dat. loc. instr. plural sigmáticos, combinando com a velar do tema: g, k, x - w > j (b) Nominativo singular e dat. loc. instr. plural sigmáticos, combinando com a labial do tema: b, p, f - w > c Não há neutro de tema em labial (c) Nominativo singular masc./fem. e dat. loc. instr. plural sigmáticos (a dental do tema se assimila e cai): d,t,y -w > ss > w. Nos neutros, a dental temática em posição final no nominativo singular sofre apócope: sÅmat > sÇma; no dat. loc. instr. plural a dental do tema se assimila: sÅmat-si > sÅmassi > sÅmasi.

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a flexão nominal: os temas nominais

Temas em

Tema -r (a)

179

Nom. sing.

D.L.I. pl.

líqüida

=htor¦arr/er (b) patr-

o orador a primavera o pai

=®tvr ¦ar pat®r

=®torsi ¦arsi patr‹si

líqüida

-n (c)

o comandante o pastor o combate

²gemÅn poim®n ŽgÅn

²gemñsi poim¡si ŽgÇsi

hgemonpoimenŽgvn-

(a) Alongamento compensatório da vogal temática no nom. sing. masc./fem.; (=°tor- > =®tvr) desinência zero nos neutros (¦ar). (b) A flexão se faz sobre tema em vocalismo zero (patr-) no genitivo (patr-ñw), dat. loc. e instr. sing. (patr-Û) e sobre vocalismo e- nos outros casos, (p‹ter, pat¡r-a, pat¡r-ew. pat¡r-aw, pat¡r-vn) e alongamento da vogal temática no nom. sing. (pat®r). No dat.plural uma vogal epentética -a- desfaz a seqüência das três consoantes -trs- (patrsi > patr‹si). (c) Alongamento compensatório da vogal temática no nom. sing. masc. e fem. e síncope do n antes do s no dat. loc. instr. plural. Temas em -ntTema

Nom. sing.

D.L.I. pl.

-nt (a)

gigantluyentluyentdeiknunt-

gigante desligado desligado que mostra

gÛgaw luyeÛw (masc.) luy¡n (neutro) deiknæw

gÛgasi luyeÝsi luyeÝsi deiknèsi

ont (b)

leontluontluont-

leão que desliga que desliga

l¡vn lævn (masc.) lèon (neutro)

l¡ousi læousi læousi

(a) Síncope das dentais -nt- diante do -w, no nominativo singular masc. com alongamento compensatório da vogal temática, o mesmo acontecendo no dat. loc. instr. plural masc. e neutro.

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a flexão nominal: os temas nominais

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• Apócope da dental final no nominativo singular neutro (luy¡nt > luy¡n). (b) • Alongamento da vogal temática no nominativo singular masculino (síncope de -tw) leontw > l¡vn, læontw > lævn • Apócope da dental final no nominativo do neutro (desinência zero) lèont- > lèon; no dat. loc. instr. plural, síncope das dentais -nt- antes do -s, com alongamento compensatório da vogal temática (o > ou).

Temas em

Tema

-s

geneskreasaidosSvkratesalhyesalhyes-

a raça a carne o pudor Sócrates verdadeiro verdadeiro

Nom. sing.

D.L.I. pl.

g¡now (neutro) kr¡aw (neutro) aÞdÅw (fem.) Svkr‹thw (masc.) Žlhy®w (masc.) Žlhy¡w (neutro)

g¡nesi kr¡asi *aÞdñsi Žlhy¡si Žlhy¡si

* aÞdñsi: é uma forma teórica (pudor, respeito não tem plural). • Nos substantivos neutros de tema em -es: alternância fonética -ow nos casos sintáticos do singular e -es nos outros casos e no plural. • Nos adjetivos neutros de tema em -es não há alternância vocálica. • Nos substantivos e adjetivos masculinos e femininos de tema em -s-: alongamento da vogal temática no nominativo singular. Em toda a flexão dos substantivos e adjetivos de tema em -s, o s em posição intervocálica sofre síncope e, no ático, as vogais em contato se contraem; no jônico não.

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a flexão nominal: os temas nominais

Temas em

Tema

Nom. sing.

u (a) j/ej/hj (b) hW (c) -W/eW (d)

ixyupoljfonhWtaxeW-/taxW-

peixe cidade assassino rápido

181

D.L.I. pl. Þxyæw pñliw foneæw taxæw

Þxyæsi pñlesi foneèsi taxeèsi

(a) Contração possível e freqüente no nominativo plural masc. e fem. (Þxyæew > Þxyèw) e síncope do n antes do s no acusativo plural (Þxyænw > Þxyæw). (b) 1. vocalização do j final e não intervocálico (nom., voc., acus. sing.): nom.: pñliw - voc.: pñli / pñliw - acus.: pñlin 2. síncope do j intervocálico: dat. sing.: poleji > pñle-i > pñlei 3. síncope do j intervocálico e metátese de quantidade: gen. sing.: pñlhjow > pñlhow/pñlevw 4. síncope do j intervocálico e contração das vogais do mesmo timbre: nom. pl.: pñlejew > pñleew > pñleiw 5. vogais de timbre diferente não se contraem: gen. pl.: pñlejvn > pñlevn (ditongação de -evn por analogia com o gen. sing.) 6. Vocalização do j depois de consoante e síncope do -n antes do -w: acus. pl.: pñlejnw > pñleinw > pñleiw (c) 1. o W seguido de consoante se vocaliza em -u. 2. metátese de quantidade: longa + breve > breve + longa. fonhuw > foneæw 3. as vogais do mesmo timbre se contraem; as outras não. 4. no D.L.I. do singular fon®Wi > fon®i; na seqüência de duas longas, a anterior se abrevia: fon®i > fon¡i> foneÝ (d) temas em W com vocalismo zero/e 1. vocalismo zero nos casos sintáticos do singular (nom., voc., acus.). 2. vocalismo e nos outros do singular e em todo o plural 3. vogais de tibre diferente não se contraem. O W não intervocálico ou em posição final se vocaliza em u.

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Observação: As informações necessárias para a flexão dos nomes em consoante e semivogal estão aí. Contudo, há uma lista de alguns nomes que apresentam uma certa anormalidade. Não são propriamente irregularidades; são algumas formas que evoluíram foneticamente e ficaram petrificadas, ao lado de outras; mas são muito poucas e estão no quadro prático de reconhecimento do tema e na lista dos heteroclíticos (p. 216).

Quadros de flexão: 1. Nomes de tema em oclusiva velar: T. T. T. T. T.

fælaks‹lpiggönuxb°xtrÛx-

õ ² ² ² ²

fælaj s‹lpigj önuj b°j yrÛj

fælakow s‹lpigg-ow önux-ow bhx-ñw trix-ñw

o vigia a trombeta a unha, a garra a tosse o cabelo

Sing. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

fælaj fælaj fælak-a fælak-ow fælak-i fælak-i fælak-i

s‹lpigj s‹lpigj s‹lpigg-a s‹lpigg-ow s‹lpigg-i s‹lpigg-i s‹lpigg-i

önuj önuj önux-a önux-ow önux-i önux-i önux-i

b°j b°j b°x-a bhx-ñw bhx-Û bhx-Û bhx-Û

yrÛj yrÛj trÛx-a trix-ñw trix-Û trix-Û trix-Û

Pl.

fælak-ew fælak-ew fælak-aw ful‹k-vn fælaji fælaji fælaji

s‹lpigg-ew s‹lpigg-ew s‹lpigg-aw salpÛgg-vn s‹lpigji s‹lpigji s‹lpigji

önux-ew önux-ew önux-aw ônæx-vn önuji önuji önuji

b°x-ew b°x-ew b°x-aw bhx-Çn bhjÛ bhjÛ bhjÛ

trÛx-ew trÛx-ew trÛx-aw trix-Çn yrijÛ yrijÛ yrijÛ

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

Dual N.V.A. fælak-e s‹lpigg-e önux-e b°x-e trÛx-e G.D.L.I. ful‹k-oin salpÛgg-oin ônæx-oin b®x-oin trÛx-oin

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Notas: 1. Velar seguida de sigma (g,k,x + w > j), no nominativo singular e dat. loc. instr. plural. 2. Sempre que, na flexão, a aspirada do tema (aqui é x) é seguida de sigma, ela perde a aspiração, e a consoante surda que fica combina com o sigma, sendo representados pela consoante dupla j. trÛx-w > yrikw > yrÛj. 3. Nesses casos, a aspiração se desloca para a primeira consoante compatível (trix-/yrÛj/ yrijÛ) (dissimilação). Contudo, quando esse deslocamento descaracteriza a palavra, a compensação não se faz: b°j bhxñw (e não *f°j). 4. A palavra gun® - gunaik-ñw (T. gunaik-) desloca a tônica para a posição de oxítona no genit. e dat. loc. instr. singular e plural como os monossílabos e faz o nominativo singular -k (desinência zero), o que reduz o tema a gunai, por causa da apócope do -k final; essa é a forma do vocativo: gænai. O nominativo singular gun® é uma variante oxítona do tema. 5. Todas as palavras de temas monossilábicos deslocam a tônica para uma posição de oxítonos ou perispômenos no dat. loc. instr. e gen. singular e plural. 6. Não há neutros de tema em oclusiva velar.

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2. Nomes de tema em oclusiva labial: T. T. T. T. T.

…Arabgèpfl¡bkat°lifAiyÛop-

õ õ ² ² õ

…Arac gèc fl¡c kay°lc AÞyÛoc

…Arab-ow gup-ñw fleb-ñw kat®lif-ow AÞyÛop-ow

o árabe o abutre, gavião a veia o sótão o etíope

Sing.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

…Arac …Arac …Arab-a …Arab-ow …Arab-i …Arab-i …Arab-i

kay°lic k‹y°lic kat®lif-a kat®lif-ow kat®lif-i kat®lif-i kat®lif-i

AÞyÛoc AÞyÛoc AÞyÛop-a AÞyÛop-ow AÞyÛop-i AÞyÛop-i AÞyÛop-i

fl¡c fl¡c fl¡b-a fleb-ñw fleb-Û fleb-Û fleb-Û

gèc gèc gèp-a gup-ñw gup-Û gup-Û gup-Û

Pl.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

…Arab-ew …Arab-ew …Arab-aw ƒAr‹b-vn …Araci …Araci …Araci

kat®lif-ew kat®lif-ew kat®lif-aw kathlÛf-vn kay®lici kay®lici kay®lici

AÞyÛop-ew AÞyÛop-ew AÞyÛop-aw AÞyiñp-vn AÞyÛoci AÞyÛoci AÞyÛoci

fl¡b-ew fl¡b-ew fl¡b-aw fleb-Çn flecÛ flecÛ flecÛ

gèp-ew gèp-ew gèp-aw gup-Çn gucÛ gucÛ gucÛ

Dual

N.V.A. …Arab-e kat®lif-e AÞyÛop-e fl¡b-e gèp-e G.D.L.I. ƒAr‹b-oin kathlÛf-oin AÞyiñp-oin fl¡b-oin gæp-oin

Notas: 1. O vocativo singular é igual ao nominativo. É que o vocativo de desinência zero terminaria nas oclusivas p, b, f, que, em posição final, sofreriam apócope com a conseqüente descaracterização fonética e semântica da palavra. 2. A alternância t/y em kay°lic corresponde à alternância f/c da desinência: assimilação da consoante surda p e deslocamento da aspiração sobre a dental próxima t > y.

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3. Nomes de tema em dental (masc./fem.): T. T. T. T. T. T. Sing.

Pl.

Dual

paÝdpatrÛd¦ridx‹ritörniyneñtht-

õ/² paÝw ² patrÛw ² ¦riw ² x‹riw ²/õ örniw ² neñthw

o menino, menina a pátria a disputa, briga, rixa a graça, o favor o pássaro, a ave a mocidade, juventude

Nom.

paÝw

patrÛw

¦riw

x‹riw

örniw

neñthw

Voc.

paÝ

patrÛ

¦ri

x‹ri

örni

neñthw

Acus.

paÝd-a

patrÛd-a

¦rin

x‹rin

örnin

neñtht-a

Gen.

paid-ñw patrÛd-ow

¦rid-ow

x‹rit-ow

örniy-ow neñtht-ow

Dat.

paid-Û

patrÛd-i

¦rid-i

x‹rit-i

örniy-i

neñtht-i

Loc.

paid-Û

patrÛd-i

¦rid-i

x‹rit-i

örniy-i

neñtht-i

Instr.

paid-Û

patrÛd-i

¦rid-i

x‹rit-i

örniy-i

neñtht-i

Nom.

paÝd-ew

patrÛd-ew

¦rid-ew

x‹rit-ew

örniy-ew

neñtht-ew

Voc.

paÝd-ew

patrÛd-ew

¦rid-ew

x‹rit-ew

örniy-ew

neñtht-ew

Acus.

paÝd-aw patrÛd-aw

¦rid-aw

x‹rit-aw

örniy-aw neñtht-aw

Gen.

paid-Çn patrÛd-vn

¤rÛd-vn xarÛt-vn ôrnÛy-vn neot®t-vn

Dat.

paisÛ

patrÛsi

¦risi

x‹risi

örnisi

neñthsi

Loc.

paisÛ

patrÛsi

¦risi

x‹risi

örnisi

neñthsi

Instr.

paisÛ

patrÛsi

¦risi

x‹risi

örnisi

neñthsi

N.V.A.

paÝd-e

patrÛd-e

¦rid-e

x‹rit-e

örniy-e

neñtht-e

G.D.L.I. paÛd-oin patrÛd-oin

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paid-ñw patrÛd-ow ¦rid-ow x‹rit-ow örniy-ow neñtht-ow

185

¤rÛd-oin xarÛt-oin ôrnÛy-oin neot®t-oin

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a flexão nominal: os temas nominais

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Notas: l. O vocativo singular tem normalmente desinência zero; contudo, poderemos encontrá-lo, com certa freqüência, igual ao nominativo (ver p. 184, nota 1 - flexão dos temas em labial). 2. Os nomes de -i- temático e pré-desinencial átono (¦riw, x‹riw, örniw) sofrem a síncope da consoante dental antes do -n e fazem o acusativo como se fossem de tema em -i. ¦rin - x‹rin - örnin, e os de -i- temático e pré-desinencial tônico mantêm a dental patrÛdn > patrÛda. 3. No plural, a palavra örniw se encontra em duas variantes nos casos sintáticos: örniyew / örneiw. 4. Também têm T. ¦rvtT. ßdrÇtT. xrvtT. g¡lvt-

tema em dental: õ ¦rvw ¦rvtow õ ßdrÇw ßdrÇtow õ xrÇw xrvtñw (variante xrojñw) õ g¡lvw g¡lvtow (variante g¡lojow)

5. Também têm tema em dental: T. nukt² næj nukt-ñw T. nakt- õ naj nakt-ow

o amor o suor a pele o riso

a noite o senhor, soberano

As formas “estranhas” do nom. sing. e dat. loc. instr. plural se explicam foneticamente: Nom. sing. Voc. sing. D.L.I. plural

nukt-w > nukw > næj nakt-w > nakw > naj næj (seria: nu (nukt > nuk > nu)) nakt > nak > na / naj nukt-si > nuksÛ > nujÛ nakt-si > naksi > naji

No nominativo singular e dativo plural, a dental -t se assimila ao -s que, em contato da gutural -k, é representado pelo j. No vocativo singular nakt > na há apócope sucessiva das consoantes finais. 6. O vocativo singular é o próprio tema que sofre apócope da consoante final, mas sempre que isso represente uma descaracterização fonética (e semântica) da palavra, a opção é sempre pela analogia com o nominativo. É o caso, por exemplo, em neñthw. A consoante final oclusiva do vocativo de desinência zero neñtht- cairia; daí a opção por neñthw.

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a flexão nominal: os temas nominais

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4. Nomes neutros de tema em dental: T. stñmatT. m¡litT. pr‹gmat-

tò stñma stñmat-ow tò m¡li m¡lit-ow tò prgma pr‹gmat-ow

T. g‹laktT. ´patT. ìdat-

tò g‹la tò ¸par tò ìdvr

S. Nom.

a boca o mel o fato, o feito, o negócio, a coisa o leite o fígado a água

g‹lakt-ow ´pat-ow ìdat-ow

stñma

m¡li

prgma

g‹la

¸par

ìdvr

Voc.

stñma

m¡li

prgma

g‹la

¸par

ìdvr

Acus.

stñma

m¡li

prgma

g‹la

¸par

ìdvr

Gen.

stñmat-ow

m¡lit-ow

pr‹gmat-ow

g‹lakt-ow

´pat-ow

ìdat-ow

Dat.

stñmat-i

m¡lit-i

pr‹gmat-i

g‹lakt-i

´pat-i

ìdat-i

Loc.

stñmat-i

m¡lit-i

pr‹gmat-i

g‹lakt-i

´pat-i

ìdat-i

Instr.

stñmat-i

m¡lit-i

pr‹gmat-i

g‹lakt-i

´pat-i

ìdat-i

P. Nom.

stñmat-a

m¡lit-a

pr‹gmat-a

g‹lakt-a

´pat-a

ìdat-a

Voc.

stñmat-a

m¡lit-a

pr‹gmat-a

g‹lakt-a

´pat-a

ìdat-a

Acus.

stñmat-a

m¡lit-a

pr‹gmat-a

g‹lakt-a

´pat-a

Gen.

stom‹t-vn

melÛt-vn

pragm‹t-vn

gal‹kt-vn ²p‹t-vn

êd‹t-vn

Dat.

stñmasi

m¡lisi

pr‹gmasi

g‹laji

´pasi

ìdasi

Loc.

stñmasi

m¡lisi

pr‹gmasi

g‹laji

´pasi

ìdasi

Instr.

stñmasi

m¡lisi

pr‹gmasi

g‹laji

´pasi

ìdasi

stñmat-e

m¡lit-e

pr‹gmat-e

g‹lakt-e

´pat-e

ìdat-e

melÛt-oin

pragm‹t-oin

gal‹kt-oin ²p‹t-oin

D. N.A.V.

G.D.L.I. stom‹t-oin

ìdat-a

êd‹t-oin

Notas: 1. Os temas em -mat- (prgma-tow) são bastante numerosos e incontáveis; são substantivos deverbais, construídos sobre o tema verbal puro do aoristo, e significam o resultado da ação. Em princípio, qualquer tema verbal pode produzir um nome em mat.

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2. O tema galakt- está incluído entre os temas em dental porque de fato o é; contudo há um duplo acidente fonético com ele no dativo plural: a dental, em contato com o sigma, se assimila e sofre síncope: (galakt-si > galaks-si g‹lak-si); a seguir, a gutural, em contato com o sigma, é expressa pela consoante dupla -j- (galak-si > g‹laji). Ver næj e naj na página anterior. No nom. voc. acus. singular que é o tema puro g‹lakt, as consoantes finais sofrem apócope sucessivamente: g‹lakt > g‹lak > g‹la. 3. Não é demais lembrar que, pelo fato de a desinência do nominativo singular neutro ser zero, os temas de neutros em -t sofrem apócope dessa consoante nos casos sintáticos do singular: stñmat > stñma a boca m¡lit > m¡li o mel prgmat > prgma o fato, a ação g‹lakt > g‹lak > g‹la o leite 4. Há um certo número de temas em -t (todos primitivos, neutros e de significado concreto, por serem nomes de objetos do cotidiano), que compensam a desinência zero do nominativo singular e a apócope da dental, acrescentando uma das três consoantes finais que não sofrem apócope, o -r certamente por analogia com ² d‹mar-d‹mart-ow, a mulher, senhora, dona, e também por causa do vogal temática a. Em geral são paroxítonos: T. fr¡at- fr¡ar fr¡at-ow poço T. del¡at- d¡lear del¡at-ow isca T. ŽleÛfat- leifar ŽleÛfat-0w ungüento T. eàdateädar eàdat-ow alimento T. st¡at- st¡ar st¡at-ow toucinho, banha, graxa, sebo T. ´pat¸par ´pat-ow fígado Mas, ìpar (indecl.) y¡nar y¡nar-ow ¦ar ¦ar-ow / ·r-·r-ow n¡ktar n¡ktarow têm a flexão normal em -r que é o próprio

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visão, constatação com os olhos palma da mão primavera néctar tema.

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5. Os de vocalismo em o preferem recorrer à consoante do mesmo ponto de articulação (-t > -w). T. fvttò fÇw fvt-ñw luz T. Èttò oïw Èt-ñw ouvido, orelha T. lelukñt- lelukÅw lelukñt-ow que acabou de desligar (part. perfeito masc.) T. lelukñt- lelukñw lelukñt-ow que acabou de desligar (part. p. neutro) Mas tò ìdvr ìdat-ow T. ìdr- > * ìdar / ìdvr, (como ´par, ´patow?) a água, e não *ìdvw. 6. Há também alguns poucos que, em lugar de acrescentar uma consoante para proteger a vogal do tema, preferem a troca da vogal como se flexionassem sobre dois temas. Ver na lista dos heteroclíticos à página 216. Assim: gñnu - gñnat-ow - joelho dñru - dñrat-ow - lança São lembranças de formas homéricas (eólico-jônicas) gonWatow /dorWatow > goænatow /doæratow (jônicas) 7. Alguns ainda, optando pela consoante do mesmo ponto de articulação: k¡raw-k¡ratow - chifre, ala p¡raw-p¡ratow - termo, limite acabam por criar, no singular, duas flexões paralelas: uma sobre o tema em -t, e outro sobre o tema em -w. N.V.A. G. D.L.I.

p¡raw p¡ras-ow > p¡raow > p¡rvw p¡ras-i > p¡rai > p¡r&

p¡raw p¡rat-ow p¡rat-i

No plural predominam os temas k¡rat-, p¡rat-.

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5. Nomes de tema em -nt T. T. T. T. T.

l¡ontgÛgantluy¡ntxari¡ntdeiknænt-

õ l¡vn õ gÛgaw luyeÛw xarÛeiw deiknæw

l¡ontow gÛgantow luy¡ntow xarÛentow deiknæntow

o leão o gigante tendo sido desligado (part.aor.pas.) gracioso, grato, agradável demostrante, o que demostra

S. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

l¡vn l¡on l¡onta l¡ont-ow l¡ont-i l¡ont-i l¡ont-i

gÛgaw gÛgan gÛgant-a gÛgant-ow gÛgant-i gÛgant-i gÛgant-i

luyeÛw luy¡n luy¡nt-a luy¡nt-ow luy¡nt-i luy¡nt-i luy¡nt-i

xarÛeiw xarÛen xarÛent-a xarÛent-ow xarÛent-i xarÛent-i xarÛent-i

deiknæw deiknæn deiknænt-a deiknænt-ow deiknænt-i deiknænt-i deiknænt-i

P. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

l¡ont-ew l¡ont-ew l¡ont-aw leñnt-vn l¡ousi l¡ousi l¡ousi

gÛgant-ew gÛgant-ew gÛgant-aw gig‹nt-vn gÛgasi gÛgasi gÛgasi

luy¡nt-ew luy¡nt-ew luy¡nt-aw luy¡nt-vn luyeÝsi luyeÝsi luyeÝsi

xarÛent-ew xarÛent-ew xarÛent-aw xari¡nt-vn xarÛeisi xarÛeisi xarÛeisi

deiknænt-ew deiknænt-ew deiknænt-aw deiknænt-vn deiknèsi deiknèsi deiknèsi

D. N.A.V.

l¡ont-e

gÛgant-e

luy¡nt-e

xarÛent-e

deiknènt-e

G.D.L.I. leñnt-oin gig‹nt-oin luy¡nt-oin xar¡nt-oin deiknænt-oin

Notas: 1. Pelo que se pode observar, sempre que há uma síncope de -nt- antes de -w, há um alongamento compensatório da vogal anterior: -antw > aw -antsi > asi -entw > eiw -entsi > -eisi -untw > uw, untsi > usi -ontsi > ousi

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Há apenas um tratamento especial: o nominativo singular masculino dos temas em -ont-: Onde nós esperávamos -ouw temos -vn. l¡ontw- > l¡vn læontw- > lævn Convém lembrar, entretanto, que isso acontece somente em posição final e com temas paroxítonos ou proparoxítonos. Mas odñnt- (dente), tema oxítono, tem as duas formas no nominativo singular: ôdoæw (a mais usada) e ôdÅn; o vocativo é ôdñn. 2. As gramáticas registram variantes para o dativo plural: xarÛent-si > xarÛeisi / xarÛesi 3. Sobre esses modelos de tema em -nt se flexionam todos os particípios ativos em -nt e também o particípio aoristo passivo (que usa desinências ativas). Nomin.

Gen.

T. lè-o-nt- >

lævn

læont-ow

T. lè-o-nt- >

lèon

T. lè-s-o-nt- > læs-vn T. lès-ont- >

lèson

T. læ-sant- > T. lu-sa-nt- > T. lu-yh-nt- > T. luy®nt- > T. stal-®-nt- > T. stal®nt- >

læsaw lèsan luyeÛw luy¡n staleÛw stal¡n

(masc.) desligante, desligando, que desliga læont-ow (neutro) desligante, desligando, que desliga læsont-ow (masc.) havendo de desligar, que haverá de desligar, que desligará læsont-ow (neutro) havendo de desligar, que haverá de desligar, que desligará læsant-ow (masc.) tendo desligado læsant-ow (neutro) tendo desligado luy¡nt-ow (masc.) tendo sido desligado luy¡nt-ow (neutro) tendo sido desligado stal¡nt-ow (masc.) tendo sido enviado stal¡nt-ow (neutro) tendo sido enviado

A forma neutra desses particípios é o próprio tema com a apócope da dental final.

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4. Diferentemente do latim e das línguas românicas, o grego tem o particípio feminino ativo, que se constrói com o sufixo -ja sobre o tema do particípio masculino. luont-ja >

luontia >

lusont-ja > lusontia >

luonsia >

luonsa >

læousa-shw

desligante, que desliga

lusonsia >

lusonsa >

læsousa-shw havendo de desligar, que desligará

lusant-ja > lusantia > lusansia >

lusansa > læsasa-shw

que desligou, tendo desligado

luyent-ja >

luyensa >

que foi desligada, tendo sido desligada

luyentia >

luyensia >

luyeÝsa-shw

stalent-ja > stalentia > stalensia > stalensa > staleÝsa-shw que foi enviada, tendo sido enviada, enviada

Os particípios femininos são de tema em -a impuro; (genitivo em -hw)

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6. Nomes de tema em -n T. T. T. T. T. T.

daÝmondelfÝnpoim¡nm®nŽgÅn†Ellhn-

õ daÛmvn õ delfÝn õ poim®n õ m®n õ ŽgÅn õ †Ellhn

daÛmon-ow delfÝn-ow poim¡n-ow mhn-ñw agÇn-ow †Ellhn-ow

o nume o delfim o pastor o mês, a lua a luta, a liça, o combate o grego, o heleno

S. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

daÛmvn daÝmon daÛmon-a daÛmon-ow daÛmon-i daÛmon-i daÛmon-i

delfÝw delfÝn delfÝn-a delfÝn-ow delfÝn-i delfÝn-i delfÝn-i

poim®n pom¡n poim¡n-a poim¡n-ow poim¡n-i‘ poim¡n-i‘ poim¡n-i‘

m®n m®n m°n-a mhn-ñw mhn-Û mhn-Û mhn-Û

ŽgÅn Žg‘Ån ŽgÇn-a ŽgÇn-ow ŽgÇn-i ŽgÇn-i ŽgÇn-i

†Ellhn †Ellhn †Ellhn-a †Ellhn-ow †Ellhn-i †Ellhn-i †Ellhn-i

P. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

daÛmon-ew daÛmon-ew daÛmon-aw daimñn-vn daÛmosi daÛmosi daÛmosi

delfÝn-ew delfÝn-ew delfÝn-aw delfÛn-vn delfÝsi delfÝsi delfÝsi

pom¡n-ew pom¡n-ew poim¡n-aw poim¡n-vn poim¡si poim¡si poim¡si

m°n-ew m°n-ew m°n-aw mhn-Çn mhsÛ mhsÛ mhsÛ

ŽgÇn-ew ŽgÇn-ew ŽgÇn-aw ŽgÅn-vn ŽgÇsi ŽgÇsi ŽgÇsi

†Ellhn-ew †Ellhn-ew †Ellhn-aw „Ell®n-vn †Ellhsi †Ellhsi †Ellhsi

D. N.A.V. daÛmon-e G.D.L.I. damñn-oin

delfÝn-e poim¡n-e m°n-e ŽgÇn-e †Ellhn-e delfÛn-oin pom¡n-oin m®n-oin ŽgÅn-oin „Ell®n-oin

Notas: 1. Há temas em vogal breve e temas em vogal longa; os de vogal breve alongam-na no nominativo singular e constroem o restante sobre tema breve: os de vogal longa não a alteram ao longo da flexão. A vogal longa do nominativo singular masculino seria uma compensação pela ausência do -w. Mas em: T. kten-w T. ¥n-w T. =in-w

kteÝw eåw =Ýw

kten-ñw ¥n-ñw =in-ñw

pente um, (cardinal masc.) nariz

houve a síncope do -n- pré-sigmático e alongamento compensatório da vogal. 2. No D.L.I. plural o -n temático sofre síncope antes de -si sem nenhuma alteração na vogal anterior.

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7. Adjetivos de tema em -n (masc./fem. e neutro) T. sÅfron- sÅfrvn, sÇfron prudente, moderado T. t¡rent¡rhn, t¡ren delicado, tenro, mole T. m¡lanm¡law, m¡lan negro, preto

S. Nom.

m./f.

neutro

m./f.

neutro

m./f.

neutro

sÅfrvn

sÇfron

t¡rhn

t¡ren

m¡law

m¡lan

Voc.

sÇfron

sÇfron

t¡ren

t¡ren

m¡la(n)

m¡lan

Acus.

sÅfron-a

sÇfron

t¡ren-a

t¡ren

m¡lan-a

m¡lan

Gen.

sÅfron-ow sÅfron-ow t¡ren-ow t¡ren-ow m¡lan-ow m¡lan-ow

Dat.

sÅfron-i

sÅfron-i

t¡ren-i

t¡ren-i

m¡lan-i

m¡lan-i

Loc.

sÅfron-i

sÅfron-i

t¡ren-i

t¡ren-i

m¡lan-i

m¡lan-i

Instr.

sÅfron-i

sÅfron-i

t¡ren-i

t¡ren-i

m¡lan-i

m¡lan-i

sÅfron-ew

sÅfron-a

t¡ren-ew t¡ren-a

m¡lan-ew

m¡lan-a

Voc.

sÅfron-ew

sÅfron-a

t¡ren-ew t¡ren-a

m¡lan-ew

m¡lan-a

Acus.

sÅfron-aw sÅfron-a

t¡ren-aw t¡ren-a

m¡lan-ew

m¡lan-a

Gen.

svfrñn-vn svfrñn-vn ter¡n-vn ter¡n-vn mel‹n-vn mel‹n-vn

Dat.

sÅfrosi

sÅfrosi

t¡resi

t¡resi

m¡lasi

m¡lasi

Loc.

sÅfrosi

sÅfrosi

t¡resi

t¡resi

m¡lasi

m¡lasi

Instr.

sÅfrosi

sÅfrosi

t¡resi

t¡resi

m¡lasi

m¡lasi

sÅfron-e

sÅfron-e

t¡ren-e

t¡ren-e

m¡lan-e

m¡lan-e

P. Nom.

D. N.A.V.

G.D.L.I. svfrñn-oin svfrñn-oin ter¡n-oin ter¡n-oin mel‹n-oin mel‹n-oin

Notas: 1. A alternância longa/breve da vogal temática identifica o masculino e o neutro (longa para o m./f. e breve para o neutro). 2. Os adjetivos em -vn/-on são biformes. 3. Mas os adjetivos em -hn/-en, -an/an fazem o feminino com o sufixo -ja: t¡ren-ja > t¡renia > t¡reina-hw m¡lan-ja > m¡lania > m¡laina-hw Esses femininos são temas em -a impuro e assim se declinam.

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4. Declinam-se também sobre o modelo acima um certo número de adjetivos biformes em -vn/-on com significado comparativo, que não têm grau normal do mesmo tema e, supletivamente, servem de comparativos para esses (ver p. 142). São os seguintes: Tema

masc./fem.

neutro

ameinon areion beltion kreitton kresson lÄon algion kakion xeiron hsson kallion meion ¤l‹sson pleion pleon =&on exyion meizon

ŽmeÛnvn ŽreÛvn beltÛvn kreÛttvn kreÛssvn lÐvn ŽlgÛvn kakÛvn xeÛrvn ´ssvn kallÛvn meÛvn ¤l‹ssvn pleÛvn pl¡vn =–vn ¤xyÛvn meÛzvn

meinon reion b¡ltion kreÝtton kreÝsson lÒon lgion k‹kion xeÝron ·sson k‹llion meÝon ¦lasson pleÝon pl¡on =˜on ¦xyion meÝzon

melhor, mais nobre melhor, mais nobre (poét.) melhor, de mais valor melhor, mais forte variante da anterior melhor, mais útil mais doloroso pior, mais vicioso inferior menor, mais fraco, inferior mais belo menor, mais curto, breve menos numeroso, menor mais numeroso, maior variante ática do anterior mais fácil pior, mais inimigo, repugnante maior, mais volumoso

E ainda alguns comparativos de adjetivos ²dion ²dÛvn ´dion taxion taxÛvn t‹xion‘ yatton y‹ttvn ytton yasson y‹ssvn ysson

de temas em -u; mais doce, mais agradável mais rápido variante do anterior variante do anterior

5. É muito comum encontrarmos algumas formas contratas desses adjetivos por causa da síncope do -n- intervocálico. As mais constantes são as do acusativo singular e plural masc./fem., e neutro e nominativo plural masc./fem. e neutro.

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beltÛona > beltÛv ac.sing. masc./fem. e n.v.ac. neutro pl. beltÛonew > beltÛouw n.v.masc./fem. pl. beltÛonaw > beltÛvw/beltÛouw ac.masc.fem. pl. (ver p. 142) 6. Os nomes próprios em -on - T. …Apollon-, T. Pñseidon-, T. ƒAg‹memnon- e outros fazem o nominativo singular longo, paroxítono e o vocativo, que é o próprio tema, proparoxítono; T. …Apollon- voc. -…Apollon nom. -ƒApñllvn T. Pñseidonvoc. -Pñseidon nom. -PoseÛdvn T. ƒAg‹memnon- voc. -ƒAg‹memnon nom. -ƒAgam¡mnvn O mesmo acontece com os adjetivos de mais de duas sílabas:o nominativo singular é longo, paroxítono e o vocativo, que é o próprio tema, proparoxítono: T. kakñdaimon- voc. -kakñdaimon nom. -kakodaÛmvn T. eëdaimonvoc. -eëdaimon nom. -eédaÛmvn T. pragmon- voc. -pragmon nom. -Žpr‹gmvn 7. ² Pnæj, Puknñw - a Pnix, local das assembléias, sofre metátese das consoantes do tema no nom. e voc. singular; o tema é Pækn- (²) Pnæj, Ï Pnæj, t®n Pækna, t°w Puknñw, t» PuknÛ 8. õ Žr®n, Žrn-ñw - o cordeiro, tem o tema ren/rn; então teria o nom. e voc. sing. respectivamente Žr®n - ren que quase não são usados, sendo substituídos por Žmnñw; mas todos os outros casos flexionam normalmente sobre o tema arnSing. mas: Pl.

õ Žr®n (õ Žmnñw), Î ren (Žmn¡) tòn rna, toè Žrnñw, tÒ ŽrnÛ oß rnew, Î rnew, toçw rnaw, tÇn ŽrnÇn, toÝw Žrn‹si (homérico rnessi).

9. õ / ² fr®n - fren-ñw - a mente, o coração (tema:-fren- / frn-) tem flexão normal sobre o tema fren-; apenas no D.L.I. plural podemos encontrar uma variante sobre o tema frn- frn-si > frasÛ (vocalização do n).

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8. Nomes e adjetivos de tema em -r e -l T. fvrT. =®torT. y®r-

õ fÅr õ =®tvr õ y®r

fvr-ñw =®tor-ow yhr-ñw

o gatuno, mão leve, ladrão o orador o animal selvagem, bicho, caça, presa T. gast¡r- ² gast®r gast¡r-ow o estômago T. pator- Žp‹tvr Žp‹tor-ow sem pai masc./fem. neutro

S. Nom.

fÅr

=®tvr

y®r

gast®r

Žp‹tvr

pator

Voc.

fÅr

=°tor

y®r

g‹ster

pator

pator

Acus.

fÇr-a

=®tor-a

y°r-a

gast¡r-a

Žp‹tor-a

pator

Gen.

fvr-ñw =®tor-ow yhr-ñw gast¡r-ow

Žp‹tor-ow Žp‹tor-ow

Dat.

fvr-Û

=®tor-i

yhr-Û

gast¡r-i

Žp‹tor-i

Žp‹tor-i

Loc.

fvr-Û

=®tor-i

yhr-Û

gast¡r-i

Žp‹tor-i

Žp‹tor-i

Instr.

fvr-Û

=®tor-i

yhr-Û

gast¡r-i

Žp‹tor-i

Žp‹tor-i

P. Nom.

fÇr-ew

=®tor-ew y°r-ew gast¡r-ew

Žp‹tor-ew Žp‹tor-a

Voc.

fÇr-ew

=®tor-ew y°r-ew gast¡r-ew

Žp‹tor-ew Žp‹tor-a

Acus.

fÇr-aw =®tor-aw y°r-aw gast¡r-aw Žp‹tor-aw Žp‹tor-a

Gen.

fvr-Çn =htñr-vn yhr-Çn gast¡r-vn Žpatñr-vn Žpatñr-vn

Dat.

fvr-sÛ

=®tor-si yhr-sÛ gast¡r-si

Žp‹tor-si Žp‹tor-si

Loc.

fvr-sÛ

=®tor-si yhr-sÛ gast¡r-si

Žp‹tor-si Žp‹tor-si

Instr.

fvr-sÛ

=®tor-si yhr-sÛ gast¡r-si

Žp‹tor-si Žp‹tor-si

fÇr-e

=®tor-e

Žp‹tor-e

D. N.A.V.

y°r-e

gast¡r-e

Žp‹tor-e

G.D.L.I. fÅr-oin =htñr-oin y®r-oin gast¡r-oin Žpatñr-oin Žpatñr-oin

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Notas: 1. Há apenas um nome de tema em -l- : ‘lw-l-ñw (l-), õ - o sal (tema l). 2. Há também alguns neutros: y¡nar-y¡nar-ow, (tñ) ¦ar-¦ar-ow / ·r-·r-ow ·tor-³tor-ow

palma da mão primavera pulmão, coração (sede dos sentimentos e da inteligência) (ver p. 197).

3. A flexão de ² xeÛr, xeir-ñw, que apresenta inúmeras variantes em todos os casos, pode ser vista como se tivesse dois temas: N. V. A. G. D. L. I.

S. xeÛr /x®r xeÛr / x¡r xeÝr-a / x¡r-a xeir-ñw / xer-ñw xeir-Û / xer-Û xeir-Û /xer-Û xeir-Û / xer-Û

P. xeÝr-ew / x¡r-ew xeÝr-ew / x¡r-ew xeÛr-aw / x¡r-aw xeir-Çn / xer-Çn xeir-sÛ / xer-sÛ xeir-sÛ / xer-sÛ xeir-sÛ / xer-sÛ

D. xeÝre / x¡re “ “ “ “ xeir-oÝn / xer/oÝn “ “ “ “ “ “

Todas as variantes são possíveis. 4. O substantivo õ m‹rtuw, m‹rturow, a testemunha, embora de tema em -r, por analogia com os nomes em -uw, faz o nominativo singular m‹rtuw e o dat. plural m‹rtusi.

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9. Nomes de tema em -r / -er T. T. T. T. T.

p‹tr-/p‹term®tr-/m®ternr-/ner-/ndrsteryægatr-/yægater-

S. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr. P. Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

õ ² õ õ ²

pat®r patr-ñw m®thr mhtrñw Žn®r andr-ñw Žst®r Žst¡r-ow yug‹thr yugatrñw

pat®r p‹ter pat¡r-a patr-ñw

m®thr m°ter mht¡r-a mhtr-ñw

Žn®r ner ndr-a Žndr-ñw

st®r ster Žst¡r-a Žst¡r-ow

yug‹thr yægater yugat¡r-a yugatr-ñw

patr-Û patr-Û patr-Û

mhtr-Û mhtr-Û mhtr-Û

Žndr-Û Žndr-Û Žndr-Û

Žst¡r-i Žst¡r-i Žst¡r-i

yugatr-Û yugatr-Û yugatr-Û

pat¡r-ew pat¡r-ew pat¡r-aw pat¡r-vn patr‹-si patr‹-si patr‹-si

mht¡r-ew mht¡r-ew mht¡r-aw mht¡r-vn mhtr‹-si mhtr‹-si mhtr‹-si

ndr-ew Žst¡r-ew yugat¡r-ew ndr-ew Žst¡r-ew yugat¡r-ew ndr-aw Žst¡r-aw yugat¡r-aw Žndr-Çn Žst¡r-vn yugat¡r-vn Žndr‹-si Žstr‹-si yugatr‹-si Žndr‹-si Žstr‹-si yugatr‹-si Žndr‹-si Žstr‹-si yugatr‹-si

D. N.A.V. pat¡r-e mht¡r-e G.D.L.I. pat¡r-oin mht¡r-oin

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o pai a mãe ovarão, marido a estrela, astro a filha

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ndr-e ndr-oin

Žst¡r-e yugat¡r-e Žst¡r-oin yugat¡r-oin

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a flexão nominal: os temas nominais

200

Notas: 1. Essas são as formas mais usadas. No entanto, poderemos encontrar outras variantes; é como se fossem duas declinações paralelas: uma sobre o tema de vocalismo zero e outra de vocalismo e. nrner o varão p‹trp‹ter o pai m®trm®ter a mãe yægatryægater a filha 2. No D.L.I. desses nomes, construído sobre o tema em vocalismo zero, para quebrar a seqüência de três consoantes, desenvolveu-se um a epentético. Žndrsi > Žndr‹si 34 mhtrsi > mhtr‹si patrsi > patr‹si yugatrsi > yugatr‹si gastrsi > gastr‹si Žstrsi > Žstr‹si 3. Dhm®thr se declina assim: Dhm®thr, D®mhter, D®metra, D®metrow, D®metri. 4. O tema do nome ² d‹mar-d‹mart-ow - mulher é em dental; a forma d‹mar é usada só no nominativo e vocativo singular. É a redução fonética de d‹mart-w > d‹marw > d‹mar. 5. Também são em dental alguns neutros como ·par-´pat-ow já incluídos no quadro dos temas em dental (ver p. 188).

34

mur03.p65

Na seqüência -nrs- desenvolveu-se um -d- epentético. Ver p. 44, nota.

200

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a flexão nominal: os temas nominais

201

10. Nomes e adjetivos de tema em semivogal: -u/- i T. T. T. T. T. T.

ÞsxækۃErinæd‹krusæàdri-

² Þsxæw õ kÛw ² ƒErinæw ² d‹kruw õ/² sèw/ðw àdriw

Þsxæ-ow ki-ñw ƒErinæ-ow d‹kru-ow su-ñw/êñw àdri- ow

a força o caruncho (de cereal) a/as Eríneas a lágrima a porca, o javali perito, hábil

masc./fem. neut. S. Nom.

Þsxæw

kÛw

ƒErinæw

d‹kruw

sèw

àdriw

Voc.

Þsxæ

kÛ(w)

…Erinu(w)

d‹kru

sè(w)

àdri

àdri

Acus.

Þsxæ-n

kÛ-n

ƒErinæ-n

d‹kru-n

sè-n

àdri-n

àdri

Gen.

Þsxæ-ow ki-ñw

ƒErinæ-ow

d‹kru-ow

su-ñw

àdri-ow

àdri-ow

Dat.

Þsxæ-i

ki-Û

ƒErinæ-i

d‹kru-i

su-Û

àdri-i

àdri-i

Loc.

Þsxæ-i

ki-Û

ƒErinæ-i

d‹kru-i

su-Û

àdri-i

àdri-i

Instr.

Þsxæ-i

ki-Û

ƒErinæ-i

d‹kru-i

su-Û

àdri-i

àdri-i

Þsxæ-ew

kÛ-ew

ƒErinæ-ew

d‹kru-ew

sè-ew

àdri-ew

àdri-a

Voc.

Þsxæ-ew

kÛ-ew

ƒErinæ-ew

d‹kru-ew

sè-ew

àdri-ew

àdri-a

Acus.

Þsxæw

kÛ-aw

ƒErinæw

d‹kruw

sèw

àdri-aw

àdri-a

Gen.

Þsxæ-vn ki-Çn ƒErinæ-vn

dakræ-vn su-Çn ÞdrÛ-vn

ÞdrÛ-vn

Dat.

Þsxæsi

ki-sÛ

ƒErinæ-si

d‹kru-si

su-sÛ

àdri-si

àdri-si

Loc.

Þsxæsi

ki-sÛ

ƒErinæ-si

d‹kru-si

su-sÛ

àdri-si

àdri-si

Instr.

Þsxæsi

ki-sÛ

ƒErinæ-si

d‹kru-si

su-sÛ

àdri-si

àdri-si

Þsxæ-e

kÛ-e

ƒErinæ-e

d‹kru-e

sè-e

àdri-e

P. Nom.

D. N.A.V.

G.D.L.I. Þsxæ-oin kÛ-oin ƒErinæ-oin

mur03.p65

201

dakræ-oin sæ-oin ÞdrÛ-oin

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àdri

àdri-e ÞdrÛ-oin

a flexão nominal: os temas nominais

202

Notas: 1. A forma do acusativo plural em geral aparece contrata, construída sobre -unw/inw; as do nominativo plural também podem se contrair: Acus. Pl. Þsxæ-nw > ki-nw > àdri-nw > d‹kru-nw > ƒErinæ-nw >

Nom. Pl. Þsxèw kÝw àdri-iw d‹kruw ƒErinèw

Þsxæ-ew > kÛ-ew > àdri-ew > d‹kru-ew > ƒErinæ-ew >

Þsxèw kÝw àdriw d‹kruw ƒErinèw

2. O nome d‹kruw no plural aparece de preferência na forma neutra: d‹krua. 3. Não são numerosas as palavras de tema em -u/-i. As mais usadas são as seguintes: pñtriw-iow . ² Þxyæw-æow, õ mèw-muñw

a potranca o peixe o ratinho o camundongo n¡kuw-uow, õ o cadáver pÛtuw-uow, ² o pinheiro ¦gxeluw-uow, ² a enguia*

kn°siw-iow, ² a coceira, a raspagem bñtruw-uow, õ o cacho de uva drèw-druñw, ² o carvalho x¡luw-uow, ² a tartaruga, a cítara öfruw-uow, ² a sobrancelha xlamæw-æow, ² a veste, o manto**

* Há um plural ¤gx¡leiw sobre um tema ¤gxeleW** Há variantes em dental xlamæw-xlamæd-ow, bñtruw-bñtrud-ow

4. A palavra ² oäw, oÞ-ñw - a ovelha, tem o tema ôWi-. O -W- intervocálico sofre síncope: ôWi > ôi. Portanto, é um tema em -i, perfeitamente regular: Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

mur03.p65

Singular ôWi-w > oäw ôWi > oä / oäw ôWi-n > oän ôWi-ñw > oÞñw ôWi-Û > oÞÛ > ôÛ ôWi-Û > oÞÛ > ôÛ ôWi-Û > oÞÛ > ôÛ

202

Plural ôWi-ew> oäew ôWi-ew > oäew ôWi-nw > oänw > oäw ôWi-Çn > oÞÇn ôWi-sÛ > oÞsÛ ôWi-sÛ > oÞsÛ ôWi-sÛ > oÞsÛ

Dual ôWi-e > oäe ôWi-oin > oÞoÝn

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a flexão nominal: os temas nominais

203

11. Substantivos e adjetivos de tema em -es (masc./fem.) T. trÛhresT. aÞdñsT. Žlhy¡s-

² tri®rhw - ouw ² aÞdÅw-oèw Žlhy®w, ¡w

a trirreme o respeito, pudor, vergonha real, verdadeiro (masc./fem.) masc./fem.

S. Nom.

tri®rhw

aÞdÅw

Žlhy®w

Voc.

trÛhrew

aÞdñw

Žlhy¡w

Acus.

tri®res-a > ea > h

aÞdñs-a > ña > Å

Žlhy¡s-a > ¡a > °

Gen.

tri®res-ow > eow > ouw

aÞdñs-ow > ñow > oèw Žlhy®s-ow > ¡ow > oèw

Dat.

tri®res-i > ei

aÞdñs-i > ñi > oÝ

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

Loc.

tri®res-i > ei

aÞdñs-i > ñi > oÝ

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

Instr.

tri®res-i > ei

aÞdñs-i > ñi > oÝ

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

P. Nom.

tri®res-ew > eew > eiw

Žlhy¡s-ew > ¡ew > eÝw

Voc.

tri®res-ew > eew > eiw

Žlhy¡s-ew > ¡ew > eÝw

Acus.

tri®rew-nw > enw > eiw

Žlhy¡w-nw > ¡nw > eÝw

Gen.

trihr¡s-vn > ¡vn > Çn

Žlhy¡s-vn > ¡vn > Çn

Dat.

tri®res-si > tri®resi

Žlhy¡s-si > Žlhy¡si

Loc.

tri®res-si > tri®resi

Žlhy¡s-si > Žlhy¡si

Instr.

tri®res-si > tri®resi

Žlhy¡s-si > Žlhy¡si

tri®res-e > ee > ei

Žlhy¡s-e > Ž > eÝ

D. N.A.V.

G.D.L.I. trihr¡s-oin > ¡oin > oÝn

mur03.p65

203

Žlhy¡s-oin > ¡oin > oÝn

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a flexão nominal: os temas nominais

204

Notas: 1. Os nomes masculinos e femininos de temas em -w alongam a vogal temática breve no nominativo singular: aÞdñw > aÞdÅw ; SÅkratew > Svkr‹thw ; trÛhrew > tri®rhw. 2. Alguns nomes próprios, compostos com o sufixo derivado de kl¡ow < kl¡Wow - glória, renome, têm esse sufixo no vocalismo -ew-, (como nyes-/ nyow, tais como: T. PerikleWew T. „HrakleWew T. SofokleWew

Perikl°w „Hrakl°w Sofokl°w

Péricles Héracles - Hércules Sófocles

Declinam-se normalmente com temas masculinos em -e. Nom. Perikl¡Whw > Perikl¡hw > Perikl°w Voc. PerÛkleWew > PerÛkleew > PerÛkleiw Acus. Perikl¡Wew-a > Perikl¡ea > Perikl¡a Gen. Perikl¡Wes-ow > Perikl¡eow > Perikl¡ouw Dat. Perikl¡Wes-i > Perikl¡-ei > PerikleÝ 5. Alguns nomes próprios de tema em -w, como Svkr‹thw, Demosy¡nhw, ƒAristof‹nhw, às vezes, por analogia com os temas em vogal -a/-h masculinos (-hw/-aw), fazem o acusativo singular em -n (-hn), ao lado do acusativo normal: -es-a > ea > h. Svkr‹thw Demosy¡nhw ƒAristof‹nhw

mur03.p65

204

Svkr‹th Demosy¡nh ƒAristof‹nh

e Svkr‹thn e Demosy¡nhn e ƒAristof‹nhn

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a flexão nominal: os temas nominais

205

12. Nomes e adjetivos neutros de tema em -w T. nyes- tò nyow T. kr¡as- tò kr¡aw T. Žlhy¡s- lhy¡w S. Nom.

nyouw kr¡vw

a flor a carne real, verdadeiro (neutro)

nyow

kr¡aw

Žlhy¡w

Voc.

nyow

kr¡aw

Žlhy¡w

Acus.

nyow

kr¡aw

Žlhy¡w

Gen.

nyes-ow > eow> ouw

kr¡as-ow> aow> vw

Žlhy¡s-ow> ¡ow> oèw

Dat.

nyes-i > ei

kr¡as-i > ai / &

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

Loc.

nyes-i > ei

kr¡as-i > ai / &

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

Instr.

nyes-i > ei

kr¡as-i > ai / &

Žlhy¡s-i > ¡i > eÝ

nyes-a > ea > h

kr¡as-a > aa > a

lhy¡s-a > ¡a > °

Voc.

nyes-a > ea > h

kr¡as-a > aa > a

lhy¡s-a > ¡a > °

Acus.

nyes-a > ea > h

kr¡as-a > aa > a

lhy¡s-a > ¡a > °

Gen.

Žny¡s-vn > ¡vn > Çn kre‹s-vn > ‹vn > Çn Žlhy¡s-vn > ¡vn > ‘Çn

Dat.

nyes-si > nyesi

kr¡as-si > kr¡asi

Žley¡s-si > Žlhy¡si

Loc.

nyes-si > nyesi

kr¡as-si > kr¡asi

Žley¡s-si > Žlhy¡si

Instr.

nyes-si > nyesi

kr¡as-si > kr¡asi

Žley¡s-si > Žlhy¡si

nyes-e > ee > ei

kr¡as-e > kr¡ae > kr¡a Žlhy¡s-e > ¡e > eÝ

P. Nom.

D. N.A.V.

G.D.L.I. Žny¡s-oin > ¡oin > oÝn kre‹s-oin > ‹oin > Òn Žlhy¡s-oin > ¡oin > oÝn

mur03.p65

205

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a flexão nominal: os temas nominais

206

Notas: 1. A característica maior desses nomes (substantivos, adjetivos) é a síncope do -w temático sempre que se encontrar em posição intervocálica. O hiato resultante do encontro das vogais, no ático resulta em contração; no jônico e eólico o hiato permanece. 2. Nos casos nom. voc. ac. do singular os nomes neutros de tema em -ew sofrem metafonia alternando a vogal do tema de e para o: nyew-/ nyow. Os outros casos do singular e todo o plural flexionam sobre o tema nyes-. 3. Dois nomes neutros de tema em dental: p¡raw - p¡rat-ow termo, limite e k¡raw - k¡rat-ow chifre, ala, por causa da opção do nominativo singular p¡raw e k¡raw, em lugar de p¡ra e k¡ra, que seriam normais com a apócope do -t, têm duas flexões paralelas no singular: uma analógica à de kr¡aw e outra em dental (ver o paradigma das dentais, p. 189). 4. Os adjetivos de tema em -w são biformes: o masculino/feminino tem a vogal do tema alongada no nominativo singular: - Žlhy®w, e o neutro mantém a vogal do tema breve em toda a flexão: Žlhy¡s-. 5. Sobre o modelo kr¡aw declinam-se alguns nomes neutros antigos e de significado especial: tò br¡taw a estátua, (ídolo) de madeira tò oïdaw o solo, o piso, o chão tò kn¡faw as trevas, a escuridão tò s¡law o brilho, o esplendor (que ofusca) tò d¡maw o corpo tò s¡baw o prodígio, a veneração tò t¡raw o prodígio, o monstro tò d¡paw a taça Desses nomes, alguns às vezes fazem a flexão com vocalismo -e(kn¡faw, oïdaw, br¡taw), e outros, por causa do significado, só se usam nos casos sintáticos do singular (nom., voc. e acus.), o que leva os gramáticos a classificá-los como indeclináveis.

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13. Nomes de tema em -j T. pñlj-/pñlej-/pñlhj T. peiyñj-

pñliw - pñlevw, ² peiyÅ-peiyoèw, ²

a cidade a persuasão

Flexão de ² pñliw

² peiyÅ

pñlj-w > pñli-w

peiyoj‘.> peiyÅi / peiyÐ / peiyÅ

Voc.

pñlj > pñli (w)

peiyñj > peiyoÝ

Acus.

pñlj-n > pñli-n

peiyñja > peiyña > peiyÅ

Gen.

polhj-ow > pñlhiow > pñlhow > pñlevw

peiyñjow > peiyñow > peiyoèw

Dat.

polej-i > pñle-i > pñlei

peiyñji > peiyoÝ

Loc.

polej-i > pñle-i > pñlei

peiyñji > peiyoÝ

Instr.

polej-i > pñle-i > pñlei

peiyñji > peiyoÝ

S. Nom.

P. Nom.

polej-ew > pñleew > pñleiw

Voc.

polej-ew > pñleew > pñleiw

Acus.

polej-nw > pñleinw > pñleiw

Gen.

polej-vn > pñlevn

Dat.

polej-si > pñlesi

Loc.

polej-si > pñlesi

Instr.

polej-si > pñlesi

D. N.A.V. G.D.L.I.

polej-e > pñlee > pñlei polej-oin > pol¡oin

Notas: 1. O -j depois de consoante se vocaliza; entre vogais sofre síncope e, no ático, vogais do mesmo timbre se contraem. nom. sing. pñlj-w > pñliw voc. sing. pñlj- > pñli / pñliw acus. sing. pñlj-n > pñlin nom. pl. pñlej-ew > pñleew > pñleiw

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2. No ático, sempre que houver uma seqüência de vogal longa + vogal breve, há uma metátese de quantidade; mas a posição da tônica fica inalterada: gen. sing. - pñlhj-ow > pñlhow > pñlevw 3. Há muitas variantes da flexão de pñliw; há mesmo uma que se flexiona sobre o tema poli- sem nenhuma complicação fonética: Singular: pñliw - pñli(w) - pñlin - pñliow - pñlii > pñli Plural: pñliew - pñliew - pñli-nw > póliw/ pñliaw - polÛvn - pñlisi Outras duas variantes arcaicas são as seguintes: tema poli- para os três casos sintáticos do singular e polh para os concretos e para o plural: Singular: pñliw - pñli(w) - pñlin - pñlhow - pñlhi Plural: pñlhew - pñlhew - pñlhaw - pol®vn - pñlhsi 4. Esse modelo é importante porque é sobre ele que se flexionam, além de alguns temas nominais antigos na língua, também todos os nomes deverbais em -siw, que significam a ação do verbo. Esses são tão incontáveis quanto os deverbais em ma com quem fazem contraponto. Alguns temas nominais: öfiw-evw, ² a serpente sÛnapi-evw, tñ a mostarda ìbriw-ìbrevw, ² o descomedimento m‹ntiw-evw, õ o adivinho p¡peri-evw,tò a pimenta Alguns deverbais: dænamiw-evw,² potência, força fæsiw-fæsevw, ² a natureza t‹jiw-evw, ² (tag-) a fileira, ordem pr‹jiw-evw,² (prag-) o ato, a ação öciw-evw, ² (op-) a visão, o exame pñsiw-evw, ² (po-) a bebida (a ação) dñsiw-evw, ² (do-) a dação, o dom y¡siw-evw, ²(ye-) a posição, a tese 5. Todos esses nomes são construídos sobre o tema verbal puro (aoristo), porque significam a realização do ato verbal em si. Em princípio todos eles podem ser traduzidos por nomes de sufixo -ção, do latim -tione.

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6. Poucas palavras seguem modelo peiyñj-> peiyÅ; em geral são nomes próprios e mitolóligos, arcaicos em geral; os mais importantes são as seguintes: feidÅ-feidoèw, ² a poupança ±xÅ-±xoèw, ² Eco (ninfa), o eco DhÅ-Dhoèw, ² Deméter LhtÅ-Lhtoèw Letô, Latona PuyÅ-Puyoèw, ² Pythô, a pytonisa „HrÅ-„Hroèw, ² Herô GorgÅ-Gorgoèw, ² Gorgô, Gorgona MhtrÅ-Mhtroèw, ² Metrô SvsÅ-Svsoèw, ² Sosô ƒIÅ-ƒIoèw, ² Iô SapfÅ-Sapfoèw, ² Safo DidÅ - Didoèw Dido KalucÅ- Kalucoèw Calipso 14. Nomes masculinos de tema em -hW T. basilhW / basileW

õ basileæw - basil¡vw

o rei

Singular

Plural

N.

basil®W-w > basil®uw > basileæw

basil®Wew > basil®ew > basil¡hw > basil°w/bassileÝw

V.

basil®W > basil®u > basileè

basil®Wew > basil®ew > basil¡hw > basil°w/bassileÝw

A.

basil®W-n > basil®a > basil¡a

basil®Wnw > basil®aw > basil¡aw

G.

basil®W-ow > basil®ow > basil¡vw

basil®Wvn > basil®vn > basil¡vn

D.

basil®W-i > basil®i > basileÝ

basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi

L.

basil®W-i > basil®i > basileÝ

basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi

I.

basil®W-i > basil®i > basileÝ

basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi

Dual N.V.A.

basil®We > basil®e > basil¡h > basil°/basileÝ

G.D.L.I. basil®Woin > basil®oin > basil¡oin

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Notas: 1. O W seguido de consoante se vocaliza em -u. 2. Metátese de quantidade: longa + breve > breve + longa. 3. Depois da síncope do W as vogais do mesmo timbre se contraem; as outras não. 4. No D.L.I. do singular basil®Wi > basil®i > basil¡i > basileÝ na seqüência de duas longas, a anterior se abrevia: 5. Sobre o modelo basil®W- declinam-se inúmeras palavras masculinas de profissões, alguns nomes geográficos e patronímicos. 6. Alguns nomes próprios e nomes masculinos de profissão ou atividade: ƒAxilleæw - ¡vw Aquiles ƒOdisseæw - ¡vw Odisseu, Ulisses Eéboeæw - ¡vw Euboeu, habitante da Eubéia Promhyeæw - ¡vw Prometeu Peiraieæw - ¡vw Pireu (o porto) ßppeæw - ¡vw o cavaleiro goneæw - ¡vw, õ o genitor, o pai goneÝw - ¡vn, oß os pais lieæw - ¡vw, õ o pescador brabeæw - ¡vw, õ o árbitro nomeæw - ¡vw, õ o pastor foneæw - ¡vw, õ o assassino xoeæw - ¡vw, õ a coé, medida para líqüidos ßereæw - ¡vw, õ o sacerdote - que cuida do sagrado ¥rmhneæw - ¡vw, õ o intérprete suggrafeæw - ¡vw, õ o historiador, escritor dromeæw - ¡vw, õ o corredor, o correio São menos numerosos os nomes que seguem o modelo do neutro stu (item l5) como: ² p¡lekuw - evw o machado T. p¡lekW-, p¡lekeWõ p°xuw - evw o côvado T. p°xW-, p°xeW tò pÇu - evw o rebanho T. pÇW-, pÇeW- (ver p. 178, quadro das dificuldades fonéticas)

mur03.p65

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211

15. Nomes de tema em W / eW T. ŽstW- / ŽsteW- tò stu stevw T. grhW—/graW- ² graèw gra-ñw T. boWõ / ² boèw bo-ñw S. Nom.

a cidadela, o centro, a sé a mulher velha (jônico grhèw) o boi, a vaca

stW > stu

graW-w > graèw

Voc.

stW > stu

graW > graè

boW > boè

Acus.

stW > stu

graW-n > graèn

boW-n > boèn

Gen.

steW-ñw > stevw

graW-ñw > grañw

boW-ñw > boñw

Dat.

steW-i > stei

graW-Û > graÛ

boW-Û > boÛ

Loc.

steW-i > stei

graW-Û > graÛ

boW-Û > boÛ

Instr.

steW-i > stei

graW-Û > graÛ

boW-Û > boÛ

steW-a > stea / h

graW-ew > grew

boW-ew > bñew

Voc.

steW-a > stea / h

graW-ew > grew

boW-ew > bñew

Acus.

steW-a > stea / h

graW-nw > graèw

boW-nw > boèw

Gen.

ŽsteW-vn > stevn

graW-vn > graÇn

boW-vn > boÇn

Dat.

steW-si > stesi

graW-sÛ > grausÛ

boW-si > bousÛ

Loc.

steW-si > stesi

graW-sÛ > grausÛ

boW-si > bousÛ

Instr.

steW-si > stesi

graW-sÛ > grausÛ

boW-si > bousÛ

steW-e > stee > stei

graW-e > gre

boW-e > bñe

Žst¡W-oin > Žst¡oin

graW-oin > graoÝn

boW-oin > booÝn

P. Nom.

D. N.A.V. G.D.L.I.

boW-w > boèw

Notas: 1. O -W-intervocálico sofre síncope:

mur03.p65

gen. sing.

dat. sing

nom. pl.

gen. pl.

steWow > steow;

steWi > ste-i > stei

steWa > stea / sth

steWvn > stevn

graWñw > grañw

graWÛ > graÛ

gr‹Wew > gr‹ew

graWÇn > graÇn

boWñw > boñw

boWÛ > boÛ

bñWew > bñew

boWÇn > boÇn

211

22/01/01, 11:37

a flexão nominal: os temas nominais

212

Se não é intervocálico, vocaliza-se em -u-: acus. pl. dat. loc. inst. pl. graWnw > gr‹unw > graèw graWsÛ > grausÛ bñWnw > bñunw > boèw boWsÛ > bousÛ mas Žst¡Wsi > Žst¡si 2. Das vogais que formam hiato após a queda do -W-, só as de timbre -epodem sofrer contração; com as outras o hiato se mantém. 3. Os genitivos singular e plural stevw - stevn são analógicos aos genitivos pñlevw - pñlevn. 4. Sobre esse modelo declinam-se também os adjetivos de tema em -W/ eW no masculino e neutro. 16. Adjetivos de tema em W- / eW T. ²dW-/²deW-. Fem. ²deÛa ²dæw - ²deÛa - ²dæ masc.

fem.

neutro

S.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

²dWw > ²dæw ²dW > ²dæ ²dWn > ²dæn ²d¡W-ow > ²d¡ow ²d¡W-i > ²deÝ ²d¡W-i > ²deÝ ²d¡W-i > ²deÝ

²deÝa ²deÝa ²deÛan ²deÛaw ²deÛ& ²deÛ& ²deÛ&

²dW > ²dæ ²dW > ²dæ ²dW > ²dæ ²d¡W-ow > ²d¡ow ²d¡W-i > ²deÝ ²d¡W-i > ²deÝ ²d¡W-i > ²deÝ

P.

Nom. Voc. Acus. Gen. Dat. Loc. Instr.

²d¡W-ew > ²d¡ew > ²deÝw ²d¡W-ew > ²d¡ew > ²deÝw ²d¡W-nw > ²d¡nw > ²deÝw ²d¡W-vn > ²d¡vn ²d¡W-si > ²d¡si ²d¡W-si > ²d¡si ²d¡W-si > ²d¡si

²deÝai ²deÝai ²deÛaw ²deiÇn ²deÛaiw ²deÛaiw ²deÛaiw

²d¡W-a > ²d¡a ²d¡W-a > ²d¡a ²d¡W-a > ²d¡a ²d¡W-vn > ²d¡vn ²d¡W-si > ²d¡si ²d¡W-si > ²d¡si ²d¡W-si > ²d¡si

²d¡W-e > ²d¡e > ²deÝ ²d¡W-oin > ²d¡oin

²deÛa ²deÛain

²d¡W-e > ²d¡e > ²deÝ ²d¡W-oin > ²d¡oin

D. N.A.V. G.D.L.I.

mur03.p65

agradável, doce

212

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a flexão nominal: os temas nominais

213

Nota: 1. Vocalismo zero nos casos sintáticos do singular (nom., voc., acus.). 2. Vocalismo e nos outros do singular e em todo o plural. 3. Vogais de timbre diferente não se contraem. 4. Os femininos são formados sobre o tema do masculino eW com o sufixo -ja: ²deW-ja > ²deuia > ²deÝa. São temas em vogal. Eis alguns adjetivos que seguem esse modelo: ´misuw, ²mÛseia, ´misu glukæw, glukeÝa, glukæ bayæw, bayeÝa, bayæ eéræw, eéreÝa, eéræ y°luw, y®leia, y°lu ôjæw, ôjeÝa, ôjæ bradæw, bradeÝa, bradæ taxæw, taxeÝa, taxæ Èkæw, ÈkeÝa, Èkæ baræw, bareÝa, baræ braxæw, braxeÝa, braxæ paxæw, paxeÝa, paxæ

mur03.p65

213

meio, meia, metade doce fundo, profundo largo, ancho feminino pontudo, agudo lento, vagaroso, lerdo rápido veloz pesado, grave curto, breve espesso, grosso

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a flexão nominal: os temas nominais

214

17. Adjetivos de temas em W / o /a polæw - poll® - polæ - muito, numeroso (T. polW-/pollo-/pollh-) Singular

Plural

Nom.

polW-w > polæw poll®

polW >polæ

polloÛ

pollaÛ

Voc.

polW > polæ

poll®

polW > polæ

polloÛ

pollaÛ

poll‹ poll‹

Acus.

polWn > polæn

poll®n

polW > polæ

polloæw poll‹w

poll‹

Gen.

polloè

poll°w

polloè

pollÇn

pollÇn

pollÇn

Dat.

pollÒ

poll»

pollÒ

polloÝw

pollaÝw

polloÝw

Loc.

pollÒ

poll»

pollÒ

polloÝw

pollaÝw

polloÝw

Instr.

pollÒ

poll»

pollÒ

polloÝw

pollaÝw

polloÝw

poll

pollÇ

Dual N.A.V.

pollÇ

G.D.L.I. polloÝn

pollaÝn polloÝn

Nota: Esses adjetivos (²dæw, ²deÝa, ²dæ - polæw, poll®, pollæ) chamados mistos, por flexionarem o masculino e o neutro sobre um tema e o feminino sobre outro, assustam às vezes o estudante, que está acostumado a estudar toda a flexão sobre paradigmas fechados, estáticos ou em cascata. Mas, para se libertar dessas amarras, basta atentar para o fato de que toda a flexão, quer nominal, quer verbal repousa sobre um tema. Cada nome, cada verbo tem seu tema independente, e é sobre ele que se faz a flexão. Há outros adjetivos que têm um tema comum para o masculino e neutro, e outro, derivado do primeiro, para o feminino, de tema em -a. Eis alguns deles: T. xarÛentT. m¡ganT. f¡rontT. luy¡nt-

gracioso, delicado, agradável grande particípio infectum de f¡rv portar particípio aoristo passivo de læv soltar T. læsant- læsaw, læsasa, lèsan particípio aoristo ativo de læv soltar T. lelukot- lelukÅw, lelukuÝa, lelukñw part. perf. ativo de læv soltar

mur03.p65

xarÛeiw, xarÛeissa, xarÛen m¡gaw, meg‹lh, m¡gan f¡rvn, f¡rousa, f¡ron luyeÛw, luyeÝsa, luy¡n

214

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a flexão nominal: os temas nominais

215

18. Nomes de tema em -vW T. ´rvWõ ´rvw T. dmÅWõ dmÅw T. p‹trvW- õ p‹trvw

´rvow dmvñw p‹trvow

o herói o escravo, o criado o tio ou o avô paternos

´rvWw > ³rvw

dmÅWw > dmÅw

p‹trvWw > p‹trvw

Voc.

´rvW > ´rv

dmÅW > dmÅ

Acus.

´rvWa > ´rva/´rv dmÅWa > dmÅa

Gen.

´rvWow > ´rvow

dmvWñw > dmvñw

p‹trvWow > p‹trvow

Dat.

´rvWi > ´rvi

dmvWÛ > dmvÛ

p‹trvWi > p‹trvi

Loc.

´rvWi > ´rvi

dmvWÛ > dmvÛ

p‹trvWi > p‹trvi

Instr.

´rvWi > ´rvi

dmvWÛ > dmvÛ

p‹trvWi > p‹trvi

´rvWew > ´rvew

dmÇWew > dmÇew

p‹trvWew > p‹trvew

S. Nom.

P. Nom.

p‹trvW > p‹trv p‹trvWa > p‹trva

Voc.

´rvWew > ´rvew

dmÇWew > dmÇew

p‹trvWew > p‹trvew

Acus.

´rvWaw > ´rvaw

dmÇWaw > dmÇaw

p‹trvWaw > p‹trvaw

Gen.

²rÅWvn > ²rÅvn

dm‘vWvn > dmÅvn patrÅWvn > patrÅvn

Dat.

´rvWsi > ´rvsi

dmvWsÛ > dmvsÛ

p‹trvWsi > p‹trvsi

Loc.

´rvWsi > ´rvsi

dmvWsÛ > dmvsÛ

p‹trvWsi > p‹trvsi

Instr.

´rvWsi > ´rvsi

dmvWsÛ > dmvsÛ

p‹trvWsi > p‹trvsi

D. N.A.V.

´rvWe > ´rve

G.D.L.I. ²rÅWoin > ²rÅoin

dmÇWe > dmÇe

p‹trvWe > p‹trve

dmÅWoin > dmÅoin

patrÅWoin > patrÅoin

Notas: O W - 1. em posição final ou antes de consoante sofre síncope; - 2. em posição intervocálica, sofre síncope. Outros nomes que seguem o T. m®trvW- õ m®trvw T. MÛnvW- õ MÛnvw T. g¡lvW- õ g¡lvw

mur03.p65

215

mesmo modelo: m®trvow o tio ou o avô materno MÛnvow Minos, rei de Knosos g¡lvow / g¡lvtow o riso

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a flexão nominal: os temas nominais

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Nomes heteroclíticos Há finalmente alguns nomes que têm certas variantes em algumas formas, como se flexionassem sobre dois temas distintos. Em geral não são duas flexões paralelas; são algumas formas paralelas. Vamos relacioná-los em ordem alfabética, apresentando as formas na ordem convencionada neste trabalho: nominativo, vocativo, acusativo, genitivo e dat./loc./inst. São os seguintes: …Arhw - …Arevw, õ - Ares (Marte) T. …Ares- / …AreWN. …Arhw V. …Arew / …Areu A. …Arh / …Arhn G. …Arevw D. …Arei gñnu - gñnatow, tñ - o joelho, T. Sing. Pl. N. gñnu, N. V. gñnu, V. A. gñnu, A. G. gñnatow G. D.L.I. gñnati D.L.I. Dual d‹kru - uow, tñ - a lágrima, Sing. N. d‹kru V. d‹kru A. d‹kru G. d‹kruow D.L.I. d‹krui Dual

mur03.p65

216

gñnW- / gonatgñnata, gñnata, gñnata gon‹tvn gñnasi gñnate gon‹toin

T. d‹kruPl. N. d‹krua V. d‹krua A. d‹krua G. dakrævn D.L.I. d‹krusi / dakræoiw d‹krue dakræoin

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a flexão nominal: os temas nominais

217

d¡ndron - ou, tñ - a árvore, T. dendro- / d¡ndresSing. Pl. N. d¡ndron N. d¡ndra / d¡ndrea V. d¡ndron V. d¡ndra / d¡ndrea A. d¡ndron A. d¡ndra / d¡ndrea G. d¡ndrou G. d¡ndrvn / d¡ndrevn D.L.I. d¡ndrÄ / d¡ndrei D.L.I. d¡ndroiw / d¡ndresi Dual d¡ndre d¡ndroin dñru -atow, tñ - a lança, T. dñru-/doratSing. Pl. N. dñru N. dñrata V. dñru V. dñrata A. dñru A. dñrata G. dñratow / dorñw G. dor‹tvn D.L.I. dñrati / dorÛ D.L.I. dñrasi Dual dñrate dor‹toin

mur03.p65

Zeèw - Diñw, õ - Zeus, T. ZeW- / DiWSing. N. Zeèw N. V. Zeè V. A. DÛa A. G. Diñw G. D.L.I. DiÛ D.L.I.

/ Z°n-

kleÛw - kleidñw, ² - a chave, Sing. N. kleÛw V. kleÛ, A. kleÝda / kleÝn G. kleidñw D.L.I. kleidÛ Dual

/ kleW-

217

T. kleidPl. N. V. A. G. D.L.I.

Z°n, Z°n, Z°na Zhnñw ZhnÛ

kleÝdew / kleÝw kleÝdew / kleÝw, kleÝdaw / kleÝw kleidÇn kleisÛ kleÝde kleidoÝn

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a flexão nominal: os temas nominais

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kævn - kunñw, õ / ² - o cão, a cadela, Sing. Pl. N. kævn N. V. kæon V. A. kæna, A. G. kunñw, G. D.L.I. kunÛ D.L.I. Dual

önar - ôneÛratow, tñ - o sonho, Sing. N. önar / öneirow V. önar / öneire, A. önar / öneiron G. ôneÛrou / ôneÛratow, D.L.I. ôneÛrati / ôneÛrÄ Dual

mur03.p65

218

kænew kænew kænaw kunÇn kusÛ kæne kunoÝn

lw - low, õ / ² - a pedra, lasca, T. Sing. Pl. N. l‹aw / lw N. V. lw V. A. lan / ln A. G. low G. D.L.I. li D.L.I. Dual

T. kæon- / kæn-

laWa-/ laWlew lew l,aw l‹vn l‹esi / l‹essi le l‹oin

T. öneirat- / ôneiroPl. N. ôneÛrata, V. ôneÛrata, A. ôneÛrata, G. ôneir‹tvn, D.L.I. ôneÛrasi / ôneÛroiw ôneÛrate ôneir‹toin

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a flexão nominal: os temas nominais

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öxow-ou, õ / öxow-ouw, tñ - o carro,

T. öxo- / öxes-

T. öxoSing. N. öxow V. öxe A. öxon G. öxou D.L.I. öxÄ

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

Dual

öxoi, öxoi, öxouw öxvn öxoiw öxv öxoin

T. öxesN. V. A. G. D.L.I.

Sing. öxow, öxow, öxow, öxes-ow > öxeow > öxouw öxes-i > öxei

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

Dual

öxea > h öxea > h öxea > h ôx¡s-vn > ôx¡vn > ôxÇn öxes-si > öxesi öxee > ei ôx¡oin > oxoÝn

pr¡sbuw - pr¡sbevw, õ - o ancião, T. presbW- presbeW/ presbeut®-/-‹Pl. - os embaixadores Sing. N. pr¡sbuw / presbeut®w V. pr¡sbu / presbeut‹ A. pr¡sbun / presbeut®n G. pr¡sbevw / presbeutoè D.L.I. pr¡sbei / prsbeut» Dual

mur03.p65

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

pr¡sbeiw / presbeutaÛ, pr¡sbeiw / presbeutaÛ pr¡sbeiw / presbeut‹w, pr¡sbevn / presbeutÇn pr¡sbesi / presbeutaÝw pr¡sbee / presbeut‹ presb¡oin / presbeutaÝn

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a flexão nominal: os temas nominais

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pèr - purñw, tñ - o fogo,

Pl. (fogos de bivaque, fogueira) T. pèrSing. pèr pèr pèr purñw purÛ

N. V. A. G. D.L.I.

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

Dual

pur‹, pur‹ pur‹ purÇn pursÛ père puroÝn

skñtow-ou, õ / skñtow-ouw, tñ - as trevas, T. skoto- / skotesT. skñtoN. V. A. G. D.L.I.

Sing. skñtow skñte, skñton skñtou skñtÄ

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

Dual

skñtoi, skñtoi, skñtouw skñtvn skñtoiw skñtv skñtoin

T. skñtesSing.

Pl.

N.

skñtow,

N.

skñtes-a > skñtea > skñth

V.

skñtow,

V.

skñtes-a > skñtea > skñth

A.

skñtow,

A.

skñtes-a > skñtea > skñth

G.

skñtes-ow > skñteow > skñtouw

G.

skot¡s-vn > skot¡vn > skotÅn

D.L.I. skñtes-i > skñtei Dual

D.L.I. skñtes-si > skñtesi skñtee > ei skotoÝn

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a flexão nominal: os temas nominais

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skæfow-ou, õ / skæfow-ouw, tñ - a taça,

T. skæfo- / skæfes-

T. skufoSing. N. skæfow V. skæfe A. skæfon G. skæfou, D.L.I. skæfÄ

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

Dual

skæfoi, skæfoi, skæfouw skæfvn skæfoiw skæfv skæfoin

T. skæfesSing. N. skæfow V. skæfow A. skæfow G. skæfes-ow > skæfeow > skæfouw D.L.I. skæfes-i > skæfei Dual

Pl. N. skæfes-a > skæfea > skæfh V. skæfes-a > skæfea > skæfh A. skæfes-a > skæfea > skæfh G. skuf¡s-vn > skuf¡vn > skufÇn D.L.I. skæfes-si > skæfesi skæfee > ei skufoÝn

êiñw - êioè, õ - o filho, T. êio- / êieW /êiWSing. N. êiñw V. êi¡, A. êiñn / êi¡a G. ußoè/êi¡ow/êiñw D.L.I. êiÒ / êieÝ Dual

mur03.p65

221

Pl. N. V. A. G. D.L.I.

êioÛ / êieÝw êioÛ / êieÝw êioæw / êieÝw / êi¡aw êiÇn / êi¡vn êioÝw/ êi¡si êi¡e/êieÝ êi¡oin

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a flexão nominal: os temas nominais

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Nomes que só têm plural: ƒAy°nai - Çn, aß N. V. A. G. D.L.I.

Atenas, a cidade,

T. ƒAyhna-

ƒAy°nai, ƒAy°nai, ƒAy®naw, ƒAyhnÇn, ƒAy®naiw.

oß ¤tesÛai - Ûvn os ventos etésios, T. ¤tesÛaaß Panay®naiai - Çn As Panatenéias (festas), T. Panay®naia-

Só nom. voc. e acus. õ lÛw,

o leão (poético) Î lÛw, tòn lÛn

Nomes indeclináveis: tò d¡maw (poét.) tò öfelow tò ðpar

o corpo (ver p. 188-9) o proveito, a utilidade a visão

Por serem neutros podem servir aos casos sintáticos: nom., voc., acus. Os nomes das letras do alfabeto: tò lfa, tò b°ta ktl. Os números cardinais de 5 a 100: p¡nte (5), d¡ka (10), §ndeka (11), pentekaÛdeka (15), ¥katñn (100).

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O verbo grego Preliminares É conhecida a ojeriza que o estudante de grego sente diante do sistema complicado da conjugação dos verbos gregos. Ele tem a sensação de estar pisando terreno movediço, que cede sempre lá onde ele pensa poder apoiar-se. Ele não vê coerência; por toda a parte é o arbítrio, são regras e sobretudo exceções. O recurso é apelar para os métodos de memorização até que tudo entre na cabeça, pronto para ser usado. Mas, mesmo assim, permanece a insegurança. Quando ele vai enfrentar um texto, além do dicionário, é indispensável a presença de uma gramática. Qual é a causa disso? Não é difícil responder. É a incoerência do modelo “descritivista” e “prescritivista” da flexão verbal e nominal, que desconhece a base de qualquer sistema de flexão, que é a identificação das duas partes: • o tema, a parte fixa sobre a qual giram as desinências (o tema nominal contém o significado virtual do nome, o tema verbal contém o significado e o aspecto do verbo), • as desinências (ptÅseiw, casus), que dão a função ao nome, e a pessoa, o número, a voz e o modo ao verbo. No caso do verbo, o grande erro da gramática foi o de construir todo o sistema de flexão sobre o infectum, que é uma forma modificada, complexa, e por isso não pode ser ponto de partida para todo o sistema, porque, em geral modificada, o obriga a produzir exceções. O ponto de partida para a flexão verbal deve ser o tema verbal puro, isto, é o tema aoristo do verbo. É nele que está a essência do significado e é a partir dele que derivam os dois outros temas: o do infectum e o do perfectum 1. Veremos isso pormenorizadamente à medida que estudarmos cada tema. 1

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É bom lembrar sempre que o tema é a parte fixa, sede do significado, sobre o que se sucedem as desinências. Se o tema absoluto, puro do verbo, é o tema do aoristo,

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o verbo grego

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Como são três os aspectos: aoristo, infectum e perfectum, três também são os temas sobre os quais se constrói a conjugação verbal em grego. São temas “aspectuais” e não temas temporais (tempos primitivos da gramática tradicional). O tempo delimitador dos fatos não está no verbo. O tempo está no enquadramento do ato verbal. Ele é exterior ao verbo. Aqui caberia observar o que diz Aristóteles (Poética, 20, 8), quando se refere ao nome (önoma) e ao verbo (=°ma): “…Onoma dƒ¤stÜ fvn¯ sunyet¯ shmantik¯, neu xrñnou, ¸w m¡row oéd¡n ¤sti kayƒaêtò shmantikñn: ¤n gŒr toÝw diploÝw oé xrÅmeya Éw kaÜ aétò kayƒaêtò shmaÝnon, oåon ¤n tÒ YeodÅrÄ tò “dÇron” oé shmaÛnei. „R°ma d¢ fvn¯ sunyet¯ shmantik¯ metŒ xrñnou ¸w oéd¢n m¡row shmaÛnei kayƒaêtò Ësper kaÜ ¤pÜ tÇn ônom‹tvn: tò m¢n gŒr “nyrvpow” µ “leukòn” oé shmaÛnei tò tñte, tò d¢ “badÛzei” µ “beb‹dike” prosshmaÛnei tò m¢n tòn parñnta xrñnon tò d¢ tòn parelhluyñta”. “Nome é um som composto, significante, sem tempo, de que nenhuma parte por si mesma é significativa; pois dos duplos não nos servimos como o mesmo tendo um significado por si mesmo, como em Teodoro o “doro” (dom, dádiva) não tem significado. Verbo é um som composto, significante com tempo de que nenhuma parte por si mesma é significativa, como acontece também nos nomes; pois, por um lado “homem” e “branco” não significam quando (= nesse tempo); por outro, está andando e acabou de andar anunciam um o tempo presente, o outro, o tempo decorrido”. (Arist., Poét., 1457a10-1457a18). Nas expressões “com tempo” e “sem tempo”, Aristóteles não se refere ao tempo externo, medido, determinado, mas sim ao tempo que a elocução porta consigo ou em si mesma. O nome não tem tempo próprio; não porta a noção de tempo em si mesmo. O verbo sim, porque o verbo é um processo (os exemplos de Aristóteles não são com verbos de estado).

que em geral coincide com a raiz, os temas do infectum e do perfectum são radicais, isto é raiz modificada.

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Nos dois exemplos temos um infectum = inacabado; badÛzei e o perfectum = acabado: beb‹dike. Curiosamente Aristóteles não exemplifica aqui com um aoristo. É que o aoristo não tem processo verbal, ou melhor, o processo verbal não chega a eclodir; é o ato verbal em seu estado “pontual”; não tem “tempo interno”, que é o desenvolvimento da ação verbal. No infectum e no perfectum há um processo, há um “tempo interno”, há um desenvolvimento da ação. Também as expressões tòn parñnta xrñnon e tòn paralhluyñta são expressões de tempo relativo (o tempo que corre e que acabou de correr) no próprio ato; o ponto de referência (enquadramento do ato verbal) está fora. Se Aristóteles tivesse a intenção de referir-se a um passado, teria utilizado uma forma com o aumento ¤-, que ele conhecia e usava; é, aliás, o que ele faz logo adiante (1457a18-23), em que ele chama de ptÇsiw tanto a flexão do nome (casos) quanto a flexão do verbo: “PtÇsiw dƒ ¤stÜn ônñmatow µ =®matow, ² m¢n katŒ tò toætou µ toætÄ shmaÝnon kaÜ ÷sa toiaèta ² d¢ katŒ tò ¤nÜ µ polloÝw, oåon nyrvpoi µ nyrvpow ² d¢ katŒ tŒ êpokritik‹, oåon katƒ¤rÅthsin µ ¤pÛtajin: tò gŒr ¤b‹disen; µ b‹dize ptÇsiw =®matow katŒ taèta tŒ eàdh ¤stÛn”. “Caso é de nome ou de verbo; um segundo o que significa: desse ou a esse e quantas coisas desse tipo; outro, segundo um ou muitos, como homens e homem; outro segundo as expressões dos personagens, como numa interrogação ou numa determinação; pois “ele caminhou?” ou “caminha” é uma flexão (caso) do verbo, segundo essas formas”. Aqui, o exemplo no indicativo aoristo ¤b‹disen interroga sobre um ato cometido num ponto qualquer do tempo passado; o aumento revela isso. No outro b‹dize, é apenas a emissão de uma ordem de início da ação: entra no ato de caminhar. A única marca de tempo que a língua grega possui é o que chamam de aumento, que marca o passado e se antepõe ao tema verbal, com uso restrito ao indicativo, porque a marcação ou delimitação do tempo é uma noção dêitica, demonstrativa, objetiva. Por isso é natural que a língua grega exprima essa relação somente pelo indicativo. Esse aumento (e-) seria um antigo advérbio de tempo, independente, e passou a ser usado

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como prefixo nos tempos da elaboração dos poemas homéricos. Na Ilíada e na Odisséia o seu uso é ainda hesitante. Ora aparece ora não, sem uma linha de coerência: freqüentemente por razões de metrificação.

Os aspectos verbais: tempo interno do verbo Inacabado (infectum) É o ato verbal que começou e está em movimento, na sua realização, em pleno processamento. Pode conter a idéia de hábito, iteração, freqüência, desdobramento, amplificação; pode dar a idéia de início do processo verbal e também da continuidade. Pode ser presente ou passado (imperfeito). Convém lembrar que, quando dizemos “presente” não pensamos em tempo absoluto, mas em tempo relativo a um ponto, a um espaço e a um tempo. O nome “presente” é um particípio presente e por isso traz a idéia de simultaneidade; o nome “imperfeito” exprime um processo (ainda) não acabado: passado em relação ao presente e presente, simultâneo a um processo (ato verbal) no passado. A marca do passado está no aumento e só existe no indicativo: a noção de tempo é uma noção concreta, real; por isso não pode ser expressa por outro modo que não seja o modo da realidade, da afirmação, que é o indicativo. Isso está claro em todos os textos gregos, se nós os lermos diretamente, não contaminados pela gramática. De início não nos parece uma tarefa fácil desligarmo-nos da noção de tempo; todos nós temos a cabeça cheia de presentes, perfeitos, imperfeitos, mais que perfeitos do subjuntivo etc. da gramática portuguesa. Em todas essas expressões aprendemos e entendemos que está embutido o tempo. Em grego não! Na gramática grega, isto é, na língua grega, não há imperfeito do subjuntivo, pretérito perfeito do subjuntivo e mais-que-perfeito do subjuntivo. Fora do indicativo, as formas verbais só exprimem idéias de aspecto (tempo da ação) e modo.

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Por isso, elas nos parecem difíceis de traduzir. Mas, partindo do indicativo, vamos registrar alguns exemplos que as gramáticas nos fornecem, dando-lhes uma tradução bem linear. No infectum-inacabado há freqüente confusão com os termos presente - imperfeito. É que ambos exprimem atos durativos, e a idéia de tempo que nos transmitem é a de um tempo referencial, não absoluto; há um ponto de referência para o presente (simultaneidade no presente) e um ponto de referência para o imperfeito (simultaneidade no passado). É o paratatikòw xrñnow, isto é, o “tempo esticado ao lado de” dos estóicos. No presente e imperfeito (tema do infectum-inacabado) poderemos ver, nos exemplos a seguir, a idéia do permanente que inclui um passado recente (atos freqüentes, repetição, costume) e uma projeção para um vir a ser imediato (início ou tentativa “de conatus”, esforço, e continuidade da ação). Com freqüencia não é fácil distinguir essas idéias numa só forma verbal.

Significados do infectum 1. Uma ação que se desenvolve no momento em que estamos falando, que começou há pouco mas que continua ou que está começando no momento em que se fala; DareÛou kaÜ Parus‹tidow gÛgnontai paÝdew dæo (Xen., An., 4, 7, 7) De Dario e Parisátis nasceram [e estão vivos] dois filhos. ¤peid¯ ¤ggçw ·san ¤mpÛptousin (Tuc., 2, 81, 5) como estavam próximos, caem em cima. ßketeæom¡n se p‹ntew nós todos te suplicamos [estamos suplicando]. oäda ÷ti pollŒ paraleÛpv (Isócr., 16.22) eu sei que deixo [estou deixando] passar muitas coisas. (aqui há uma combinação do perfeito oäda, acabado e do presente paraleÛpv, ingressivo-simultâneo) taèta gr‹fv eu escrevo essas coisas [estou escrevendo, entro no ato de escrever].

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oïtiw me kteÛnei (Hom.) “ninguém” está me matando. ƒAgam¡mnvn jia dÇra dÛdvsin (Hom.) Agamêmnon dá [oferece, vai dar, está dando-entra no ato de dar] presentes dignos [de valor]. yaum‹zv eu me espanto [estou me espantando-entro no ato de ...]. peÛyv eu tento convencer [eu entro no ato de convencer]. ¤japat˜w me, Î fÛltate „IppÛa; (Plat., Híp. Men., 369e) tu estás me enganando [tentando me enganar, tu me enganas] caríssimo Hípias! Éw ¤xyroçw Žllƒ oé pros®kontaw (²mw) Žpñllusi (Is., 5, 30) Ele nos arruina [está tentando nos arruinar] como [se fôssemos] inimigos e não parentes. p¡peismai ¤gÆ ¥kñnta mhd¡na ŽdikeÝn ŽnyrÅpvn Žllƒ êmw oé peÛyv (Plat., Apol., 37a) Eu estou convencido que nenhum homem/nenhum dos homens comete injustiça voluntariamente mas a vós eu não convenço [não consigo convencer, não estou convencendo]. ¤peid¯ ¤teleæthse DareÝow Tissaf¡rnhw diab‹llei tòn Kèron Assim que Dario morreu, Tissafernes calunia [começa a caluniar, se põe a caluniar] Ciro. 2. Uma ação que começou há pouco ou que se inicia, mas que continua ou que se tornou ou se torna um hábito, que se repete, ou uma afirmação que vale para todos os tempos. Acontece sobretudo com verbos em cujo significado não se percebe a separação de início pontual e continuidade da ação. nikÇ = eu venço = venci = eu sou vencedor

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Žpagg¡lete ƒAriaÛÄ ÷ti ²meÝw nikÇmen basil¡a kaÜ oédeÜw ²mÝn ¦ti m‹xetai. (Xen., An., II, 1, 4) anunciai (começai a anunciar) a Arieu que nós vencemos o rei [somos vencedores] e que ninguém mais nos combate [está lutando contra nós]. A diferença está no significado dos dois verbos vencer e combater. ²ttÇmai (a) = eu sou o vencido = sou derrotado = estou sendo vencido. ŽdikÇ (e) = eu sou o culpado = sou o réu. diÅkv (aétñn) = eu sou o acusador (no tribunal) = entro no ato de acusar. gr‹fomai (autñn) = eu movo um processo = eu acuso (no tribunal) = sou o acusador = entrei e estou no ato de acusar. feægv = eu estou banido, exilado = estou no exílio, eu me exilo. ´kv = eu estou aqui = eu cheguei, estou chegando, chego. oàxomai / oàxetai = estou / está viajando = parti, partiu. Žkoæv = eu ouço (ouvi) dizer = corre o boato que. puny‹nomai = eu tenho a informação que. Yemistokl¡a oék Žkoæeiw ndra Žgayòn gegonñta kaÜ KÛmvna kaÜ Milti‹dhn kaÜ Perikl¡a toutonÜ tòn nevstÜ teteleuthkñta oð kaÜ sç Žk®koaw; tu não ouves dizer [não sabes] que Temístocles veio a ser um homem de bem e também Címon e Milcíades e esse Péricles, esse recentemente falecido de que também ouviste. ¦sti yeñw existe uma divindade. „HsÛodñw fhsin: ¦rgon dƒ oéd¢n öneidow ŽergÛa d¡ tƒ öneidow Diz Hesíodo: atividade nenhuma é castigo, mas castigo é inatividade. Pl‹ttvn did‹skei ÷ti Platão ensina (contínuo) que. Xenofñnta ŽnagignÅskv eu leio Xenofonte [estou lendo e sempre leio].

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p‹ntew tòn Svkr‹thn gantai todos admiram Sócrates. ‘panyƒ õ limòw gluk¡a pl¯n aêtoè poieÝ a fome torna todas as coisas doces, menos ela mesma. PloÝon ¤w D°lon ƒAyhnaÝoi p¡mpousin Os Atenienses enviam [costumam enviar todos os anos] uma embarcação para Delos. õrÇmen t¯n m¡littan ¤fƒ ‘panta blast®mata kayÛzousan nós vemos [costumamos ver] a abelha pousando sobre todas as plantas. õ Svkr‹thw ¦fh: “oß n¡oi poll‹kiw ¤m¢ mimoèntai kaÜ ¤pixeiroèsin llouw ¤jet‹zein” Sócrates dizia: “os jovens muitas vezes me imitam e tomam nas mãos excitar os outros”. p‹ntew oß tÇn ŽrÛstvn PersÇn paÝdew ¤pÜ taÝw basil¡vw yæraiw paideæontai. (Xen., An., I, 9, 3) todos os filhos dos nobres persas são educados às portas do rei. oéd¢n yaumastñn, Î ndrew ƒAyhnaÝoi, m¯ taétŒ ¤moÜ kaÜ Dhmosy¡nei dokeÝn: oðtow m¢n ìdvr ¤gÆ dƒ oänon pÛnv nada há de se admirar, cidadãos de Atenas, de as mesmas coisas não parecerem bem a mim e a Demóstenes; eu bebo vinho e ele, água. mñliw fikneÝsye ÷poi ²meÝw p‹lai ´komen (Xen., Cir., I, 3, 4) vós chegais [estais chegando] com dificuldade onde nós há muito chegamos [acabamos de chegar] 3. Um ato por vir, que se inicia - iniciará- imediatamente e continuará: eÞ aìth ² pñliw lhfy®setai ¦xetai kaÜ ² psa SikelÛa (Tuc., VI, 91, 2) se essa cidade é tomada [for tomada], a Sicília toda está presa [será]. dÛdvmÛ soi Î Kère taæthn gunaÝka ¤m¯n oïsan yugat¡ra (Xen., Cir., VIII, 5, 19) Eu te dou [estou dando, entro no ato de dar, vou te dar], Ciro, essa mulher que é minha irmã.

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õ Kèrow eäpen: ƒAllƒ ¤pÛ ge toætouw ¤gÆ aétòw par¡rxomai (Xen., Cir., VII, 1 ,2) Ciro disse: Mas, contra esses aí eu mesmo marcho [vou marchar]. ¤peÜ dƒ ¤genñmhn õ pat¯r kteÛnei me (Eur., Fen., 1600) depois que eu nasci [desde que] meu pai me mata [está me matando, vai me matar]. lÛssomai sƒ êp¢r cux°w kaÜ goænvn (Hom., X, 339) eu te suplico [estou te suplicando] pela tua alma e pelos teus joelhos [sobre] pollŒ gƒ ¦th ³dh eÞmÛ ¤n t» t¡xnú (Plat., Prot., 317c) muitos anos já estou [e continuo] nesta arte. oé sæ gƒ ¦peita Tud¡ow ¦kgonñw ¤ssi (Hom., E, 813) tu não és , depois disso, filho de Tideu! [não continuas sendo] õ pñlemow oéd¡nƒ ndrƒ ¥kÆn aßreÝ ponhrñn, ŽllŒ toçw xrhstoæw (Sóf., Fil., 436) a guerra por sua vontade não escolhe nenhum homem vil, mas os melhores. sç t¯n ¤m¯n gunaÝka kvlæeiw ¤m¡... ¤pÜ Sp‹rthn gein; (Aristóf., Tesm., 918) tu me impedes [estás tentando me impedir] de levar minha mulher para Esparta?! Todas essas situações podem se repetir no imperfeito do indicativo (o imperfeito não tem outros modos): a) ação passada vista em sua extensão (duração) taèta l¡gousa ¤n¡due tŒ ÷pla kaÜ lany‹nein m¢n ¤peirto, ¤leÛbeto d¢ aét» tŒ d‹krua katŒ tÇn pareiÇn (Xen., Cir., 6, 4, 3) enquanto dizia essas palavras [essas coisas dizendo] ela vestia as armas e tentava esconder, mas escorriam-lhe as lágrimas pelas faces. pemfyeÜw di¡tribe parŒ Lus‹ndrÄ treÝw m°naw (Xen., Hell., 2, 2, 16) [tendo sido] enviado, ele passou [começou a passar] três meses junto a Lisandro.

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Kl¡arxow sun®gagen ¤kklhsÛan tÇn strativtÇn: kaÜ prÇton m¢n ¤d‹krue polçn xrñnon ¤stÅw: oß d¢ õrÇntew ¤yaæmazon kaÜ ¤siÅpvn: eäta ¦leje t‹de: (Xen.) Clearco reuniu a assembléia dos soldados; e aí, primeiro, de pé, chorava [pôs-se a chorar] por muito tempo; e os que o viam ficaram admirados [entraram no ato de admirar] e em silêncio; a seguir ele disse estas coisas: b) ação passada concomitante a um outro fato passado: Kèrow ¤jelaænei ¤pÜ potamòn pl®rh Þxyævn meg‹lvn oîw oß Særoi yeoçw ¤nñmizon. Ciro chega a um rio repleto de grandes peixes que os Sírios consideravam deuses. ÷te Žp¡ynúsken ·n ¤tÇn Éw tri‹konta (Xen., An., 2.6.20) No momento em que ele estava morrendo, ele tinha por volta de trinta anos. ² ²met¡ra pñliw pròw ¶n Žfiknoènto prñteron ¤k t°w „Ell‹dow aß presbeÝai (Ésquin., Contr. Ctes., 134) nossa cidade para a qual antes chegavam [vinham, costumavam vir] delegações de toda a Grécia. Svkr‹thw oék ¦pinen eÞ m¯ dicÐh Sócrates não bebia, a não ser que tivesse sede. ¤peid¯ d¢ ŽnoixyeÛh (tò desmvt®rion) es»men (Plat., Fedro, 59e) depois que [a prisão] se abria nós entrávamos [costumávamos entrar]. ¤klegñmenow tòn ¤pit®deion ¦paien n (Xen., An., 2.3.11) separando o mais próximo ele batia [começava a bater]. oëpote meÝon Žpestratopedeæonto oß b‹rbaroi tÇn „Ell®nvn ¤j®konta stadÛvn (Xen.) Os bárbaros nunca acampavam [costumavam acampar] a menos de sessenta estádios dos gregos. öfra m¢n ±Çw ·n kaÜ Ž¡jeto ßeròn ¸mar tñfra m‹lƒ Žmfot¡rvn b¡leƒ ´pteto, pÝpt¡ te lañw. (Hom.) enquanto durava [era] a manhã e crescia o divino dia, durante esse tempo intensamente de ambos os lados os dardos golpeavam e o povo caía.

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c) esforço, começo e continuidade ou repetição da ação no passado N¡vn ¦peiyen aétoçw Žpotr¡pesyai: oã d¢ oéx êp®kouon. (Xen., Cir., V, 5, 22) Nêon tentava convencê-los a voltar; e eles não lhe obedeciam. ¦peiyon aétoçw kaÜ oîw ¦peisa toætouw ¦xvn ¤poreuñmhn, (Xen., An., VI, 5, 27) eu tentava convencê-los e tendo esses, os que eu convenci, iniciei a marcha. di¡fyeiron prosiñntew toçw stratiÅtaw kaÜ §na ge loxagòn di¡fyeiran (Xen., An., V, 7, 25) aproximando-se dos soldados eles tentavam corrompê-los [corrompiam-nos] e até um capitão eles corromperam. Žpvllæmeya nós estávamos perdidos [corríamos perigo]. ¤pnÛgeto ele estava se afogando [ia se afogar]. paredæeto eÞw Pelopñnhson (Dem., Cor., 79) ele se introduzia [procurava entrar] no Peloponeso. ¤sp¡ndonto ŽnaÛresin toÝw nekroÝw mayñntew d¢ tò Žlhy¢w ¤paæsanto (Tuc., 3, 244, 3) Eles estavam empenhados no recolhimento dos mortos, mas, tendo-se informado da verdade, renunciaram. d) dois imperfeitos seguidos não marcam simultaneidade da ação passada (que seria expressa pelo particípio presente) mas sim uma ação passada antes da outra: Žnemimn®skonto kaÜ Éw yæein ¤n AélÛdi tòn ƒAghsÛlaon oék eàvn (Xen., Hell., 3, 3, 5) Eles se lembravam também como em Aulis eles não tinham deixado (ação durativa e não pontual) Agesilau oferecer sacrifício. Algumas vezes, ao narrarmos um fato passado, para darmos mais ênfase à narrativa, usamos o presente, como para pôr diante dos olhos do ouvinte/leitor o fato narrado. É o que as gramáticas chamam de presente histórico.

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Ele marca, na verdade, concomitância com o fato narrado. Heródoto (I, 10) diz que Giges, por insistência de Candaules, vai ver a mulher deste se despir antes de se deitar. A narrativa é feita no imperfeito e aoristo; mas na hora de o intruso esgueirar-se para fugir, Heródoto escreve: kaÜ ² gun¯ ¤por˜ min ¤jiñnta e a mulher o avista saindo (J. Humbert, 234). yn¹skei gunaikñw... dñlÒ... Aàgisyow d¢ basileæei (Eur., El., 9-11) ele [Agamêmnon] morre por um ardil da mulher, e Egisto é rei [reina]. keÛnh gŒr Êles¡n nin eÞw TroÛan tƒgei (Eur., Héc., 268) é ela que o perdeu e o leva para Tróia.

Aoristo É o ato verbal em sua essência, expresso pelo tema verbal puro (freqüentemente a própria raiz), sem contornos, sem limites. É usado: (1) nas máximas e provérbios (aoristo gnômico, não enquadrado) e (2) nos quadros narrativos em que enumera fatos isolados (pontuais) que incidem sobre a linha do processo narrativo (aoristo narrativo, enquadrado). 1. Exemplos do primeiro uso gnÇyi sautñn Conhece-te a ti mesmo. =Åmh met‹ fron®sevw Èf¡lhsen força com sabedoria ajuda [é útil] (Isócrates). mikròn ptaÝsma di¡luse p‹nta pequeno acidente estraga tudo. ùw m¡n tƒaÞd¡setai koæraw Diòw sson Þoæsaw, tòn d¢ m¡gƒÊnhsan, kaÛ tƒ¦kluon eéjam¡noio (Hom., K, 509) quem respeitar as filhas de Zeus que chegam perto, esse elas o protegem muito e o ouvem suplicante [tendo suplicado].

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oédeÜw ¦painon ²donaÝw ¤kt®sato ninguém adquire elogio com prazeres. tÒ xrñnÄ ² dÛkh p‹ntvw ·lyƒ Žpotisam¡nh com o tempo [pelo tempo] sempre chega a justiça vingadora. kaÜ bradçw eëboulow eålen taxçn ndra diÅkvn até o lento, quando quer, perseguindo, pega o homem veloz. tŒw tÇn faælvn sunousÛaw ôlÛgow xrñnow di¡lusen um tempo curto dissolve as sociedades dos levianos. k‹tyanƒ õmÇw ÷ tƒ Žergòw Žn¯r ÷ te pollŒ ¤orgÇw (Hom.) morre igualmente o homem inativo e o que fez muitas coisas. k‹llow xrñnow Žn®lvsen o tempo destrói a beleza. tò dokeÝn eänai kalòn kŽgayòn tòn lñgon pistñteron ¤poÛhsen o fato de parecer belo e bom [o parecer belo e bom, ter boa reputação] faz o discurso mais acreditável. Esse uso do aoristo, expresso em português pelo presente simples, não indica duração, hábito ou continuidade do ato verbal, mas verdades gerais e é por isso denominado aoristo gnômico pelas gramáticas, de gnÅmh - gnÇmai, máxima, provérbio. 2. No segundo uso, como foi assinalado, dentro de um quadro narrativo, o aoristo exprime um ato isolado, pontual no passado, igualmente sem nenhuma conotação de duração, continuidade ou término do ato verbal. É uma enumeração de fatos isolados, “pontuando” o fio narrativo: “Hoje eu fui à cidade, almocei, comprei livros, encontrei amigos e fui à escola”. Todos são aoristos, enquadrados no passado pela palavra “hoje”, isto é: até este momento. Em português ele corresponde ao nosso pretérito simples do indicativo. É o aoristo que podemos chamar de narrativo, enquadrado. Aparece às vezes com conjunções ou com advérbios, que não “regem” o aoristo, mas apenas situam o ato verbal no tempo. Não se trata de uma regra gramatical, mas de uma relação normal, semântica, orgânica, lógica. As conjunções ou os advérbios mais comuns neste caso são:

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¤peÛ, Éw, ÷te - quando; ¤peid® (t‹xista) ¤peÜ prÇton - logo que, assim que; §vw, ¦ste, m¡xri - até que (trataremos disso no capítulo dos invariáveis). DiŒ mikròn ¤polem®sate Entrastes em guerra por pequena coisa (o ato em si). Peisistr‹tou teleut®santow „IppÛaw ¦sxe t¯n Žrx®n (Arist.) Tendo morrido Pisístrato Hípias obteve o poder (o ato em si). ¤gÆ ·lyon, eädon, ¤nÛkhsa, (Apiano) Eu vim, vi, venci. Fica bem claro, desse último exemplo, que o uso do indicativo exprime o carácter da simples enumeração de fatos isolados, pontuais, no passado, sem marcar anterioridade de um em relação ao outro (a anterioridade seria expressa pelo particípio aoristo ou por um advérbio de tempo). É uma sucessão natural dos fatos, expressa pelo conteúdo semântico dos verbos. Esse emprego do aoristo como ato isolado dentro de um processo narrativo explica o aumento e- (marca do passado) que ele recebe no indicativo e que permanece no aoristo gnômico. Danaòw ¤j AÞgæptou fugÆn …Argow kat¡sxen (Isócr., El. de Hel., 6) Dânaos tendo fugido do Egito se apoderou de Argos (fato isolado no passado, sem idéia de duração). Polem‹rxÄ par®ggeilan oß Tri‹konta tò ¤pƒ ¤keÛnvn eÞyism¡non par‹ggelma (Lísias, Contr. Erat., 17) Os 30 deram a Polemarco a ordem habitual naqueles casos (ato momentâneo, pontual, isolado). metŒ t¯n ¤n KorvneÛ& m‹xhn oß ƒAyhnaÝoi ¤j¡lipon t¯n BoivtÛan psan depois da batalha na Coronéia os atenienses abandonaram toda a Beócia (fato isolado, sem idéia de duração ou resultado).

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PausanÛaw ¤k LakedaÛmonow strathgòw êpò „Ell®nvn ¤jep¡mfyh metŒ eàkosi neÇn Žpò Peloponn®sou, jun¡pleon d¢ kaÜ ƒAyhnaÝoi tri‹konta nausÜ kaÜ ¤str‹teusan ¤w Kæpron kaÜ aét°w tŒ pollŒ katestr¡canto Pausânias foi enviado [como] comandante (fato pontual) pelos Helenos de Lacedemônia, a partir do Peloponeso, com 20 navios; navegavam (ação concomitante) também conjuntamente Atenienses com trinta navios e partiram (fato pontual) para Chipre e submeteram (fato pontual) a maior parte dela. Tojik¯n kaÜ Þatrik¯n kaÜ mantik¯n ƒApñllvn Žneèren. Apolo inventou a arte do arco, a médica e a divinatória (mera menção do ato pontual no passado). Éw õ Kèrow ¾syeto kraug°w, Žnep®dhsen ¤pÜ tòn áppon Ësper ¤nyousiÇn Assim que Ciro ouviu [percebeu] (fato momentâneo, pontual) o alarido, saltou (fato pontual, isolado) sobre o cavalo como inspirado pela divindade. (Os dois atos são aoristo narrativo, porque enquadrados no passado.) oß Peloponn®sioi ôlÛgon m¢n xrñnon ¦meinan, ¦peita de ¤tr‹ponto ¤w tòn P‹normon ÷yenper Žnhg‹gonto. os Peloponésios permaneceram por pouco tempo; a seguir tomaram a direção de Panormos exatamente de onde reconduziram. O último verbo poderia ser entendido em português como maisque-perfeito do indicativo. Em grego, não; o mais-que-perfeito do indicativo grego nos daria a idéia de uma situação (resultado) no passado. Não é o caso; são três atos isolados no passado (aoristo narrativo). Basileçw ¤peÜ ·lye t‹xista ¤piy¡syai toÝw polemÛoiw ¤k¡leusen o rei assim que chegou, imediatamente mandou atacar os inimigos (dois atos isolados). ¦deisan polloÜ kaÜ ¦feugon eÞw t¯n y‹lattan (Xen., An., 6.6.7) muitos ficaram com medo (fato isolado da ação de ficar com medo = aoristo pontual) e se puseram a fugir para o mar (início e continuidade do ato de fugir = imperfeito).

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¤peid¯ Yhseçw ¤basÛleuse ¤w t¯n nèn pñlin oïsan p‹ntaw sunÐkise (Tuc., 2, 15, 2) quando Teseu se tornou rei ele fez todos coabitarem na cidade agora existente (fatos vistos isolados, como um todo pontual e não na sua realização). ßeròn katest®santo oðper ¤poi®sato t¯n eéx®n (Isócr., Evág., 15) Eles erigiram um templo exatamente no lugar em que ele fez [fizera] a oração. Dois fatos isolados no passado, sem nenhuma intenção de marcar anterioridade de um em relação ao outro; a anterioridade está no contexto (a anterioridade seria expressa pelo particípio aoristo na secundária e o resultado, pelo mais-que-perfeito). toçw ¤k SerreÛou teÛxouw ¤j¡ballen oîw õ êm¡terow strathgòw ¤gkat¡sthsen (Dem., Fil., 3, 15) Ele se pôs a expulsar (início da ação que continuou - imperfeito) da fortificação de Sereion os que o vosso comandante lá instalou (num determinado momento: não relação direta de anterioridade; em português poderíamos usar o mais-que-perfeito “tinha instalado/ instalara” sem a idéia de resultado no passado). Kèron metap¡mpetai ¤k t°w Žrx°w ¸w aétòn satr‹phn ¤poÛhsen (Xen.) Ele revoca Ciro do governo de que o fez [fizera] sátrapa. (São dois fatos isolados: um isolado no passado = ¤poÛhse e outro presente = metap¡mpetai, e não “tendo feito sátrapa o revocou”; a anterioridade neste caso estaria expressa por um particípio aoristo, e um mais-que-perfeito: resultado no passado).

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Acabado (perfectum) É o ato acabado. Perfeito. É o resultado presente de um ato que terminou. Sem conotação temporal nem espacial externa ou delimitada. A conclusão do processo verbal é interna. É o ato verbal que está completo e cujo resultado perdura até agora. 1. Resultado presente: perfeito eàrhka eu disse: já disse, acabei de dizer eìrhka encontrei (afinal), achei t¡ynhke ele morreu > está morto m¡mnhmai estou lembrado (veio-me à memória) k¡krage ele gritou - deu um grito, acabou de dar ¤spoædaka estou cheio de ardor (enchi-me de...) ölvla perdi-me, estou perdido, arruinado teyoræbhmai estou cheio de confusão, estou confuso oäda eu vi > eu sei (resultado) teyaæmaka eu me espantei > estou espantado bebÛvke viveu (não mais está vivo), uixit d¡doika estou cheio (tomado) de temor > eu temo ¤piteyæmhka Žkoèsai fiquei cheio de ardor [estou cheio] de ouvir [estou desejoso de ouvir]. pefñbhmai tŒw oÞkeÛaw martÛaw µ tŒw tÇn ¤nantÛvn dianoÛaw estou [fiquei] com medo mais de nossas próprias falhas do que dos projetos dos adversários. ³dh gŒr tet¡lestai ‘ moi fÛlow ³yele yumñw (Hom). agora já acabou [ já se realizou, está realizado] o que meu querido coração queria. ² pñliw ¦ktistai parŒ tÇn KorinyÛvn a cidade foi fundada (o resultado está aí) pelos [da parte dos] Coríntios. tŒ xr®mata toÝw plousÛoiw ² tæxh oé dedÅrhtai ŽllŒ ded‹neiken aos ricos a Fortuna não deu de presente os bens, mas emprestou-os.

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õ pñlemow p‹ntvn ²mw Žpest¡rhken kaÜ gŒr penest¡rouw pepoÛhke a guerra nos privou [e estamos privados] de tudo; na verdade nos fez mais pobres [e estamos pobres]. lñgow l¡lektai pw todo o discurso [já] está dito. ² ŽtajÛa polloçw ³dh ŽpolÅleken (Xen., An., 3.1.38) a desordem já arruinou muitos (resultado constatado; o emprego do “jᔠreforça o sentido do ato terminado). oß pefilosofhkñtew (Plat., Féd., 69b) os que assumiram a qualidade de filósofos [e continuam sendo]. oämai sumf¡rein bebouleèsyai kaÜ pareskeu‹syai (Dem., Quers., 3) Eu acho ser conveniente a deliberação já estar tomada [ter sido tomada] e os preparativos já feitos. tŒw llaw politeÛaw eìroi n tiw metakekinhm¡naw kaÜ ¦ti kaÜ nèn metakinoum¡naw (Xen., Rep. dos Lac., 15,1) poder-se-ia achar as outras constituições que já sofreram modificações [já modificadas = part. perf. pass.] e que ainda agora estão sofrendo modificações [estão sendo modificadas = part. pres. pass.]. beboæleusye oéd¢n aétoÜ prÜn µ gegenhm¡non µ gignom¡non ti pæyhsye. (Dem., Fil., I, 41) vós mesmos sobre nada deliberastes [não terminastes a deliberação] antes de vos informardes ou que algo já aconteceu (gegenhm¡non, part. perf.) ou estava acontecendo (gignom¡non, part. pres.). ² f‹lagj diaspasy®setai eéyçw kaÜ toèto ŽyumÛan poi®sei ÷tan tetagm¡noi eÞw f‹lagga taæthn diesparm¡nhn õrÇsin (Xen., An., 4.8.10) imediatamente a tropa será dispersada e isso provocará perda de coragem quando, depois de [já] terem sido arranjados (tetagm¡noi, part. perf. pass.) em fileiras, virem a tropa dispersada [dispersa] (diesparm¡nhn, part. perf. pass.). Neste exemplo o quadro imaginado é futuro (eventual), mas o valor do part. perf. continua o mesmo, isto é, o resultado da ação.

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¤Œn toèto nikÇmen p‹nta ²mÝn pepoÛhtai caso vençamos isso [se vencermos isso], tudo está feito [fica feito] para nós (quadro futuro, eventual). ²g®sato aétoÝw Žn¯r P¡rshw doèlow gegenhm¡now tÇn ¤n Žkropñlei tinòw frourÇn (Xen., Cir., 7, 2, 3) guiou-os um homem persa que se tinha tornado (e era ainda; gegenhm¡now, part. perf.) servo de um dos que eram vigias da cidadela. taèta ¦lege spoud‹zousa tÒ ³yei Ëstƒ ¤m¢ taèta pepeÝsyai ela dizia essas coisas com ar tão sério que eu me convenci delas [fiquei convencido, na ocasião]. 2. Resultado passado: mais-que-perfeito (só indicativo): ÷te ·lye õ fÛlow ¤gegr‹fein t¯n ¤pistol®n Quando [no momento em que] chegou o [meu/nosso] amigo, eu [ já] tinha escrito/escrevera a carta. ² OÞnñh ¤teteÛxisto kaÜ aétÒ frourÛÄ oß ƒAyhnaÝoi ¤xrÇnto (Tuc.) Enoé estava cercada [tinha sido] de muralhas e os Atenienses se serviam da própria guarnição. ©n ·n xvrÛon metrñpoliw aétÇn: eÞw toèto p‹ntew sunerru®kesan (Xen., An., 5.3.3.) havia um só lugar, metrópole [capital] deles; para lá todos tinham acorrido. oé polçn Žn®lvse xrñnon Žllƒeéyçw ¤pepeÛkei (Ésquines, C. Tim., 57) ele não gastou muito tempo; ao contrário, rapidamente já tinha persuadido. eéyçw tÇn sukofantoæntvn tòn KrÛtona Žnhur®kei pollŒ Ždik®mata (Xen., Mem., 2, 9, 5) rápido ele [ já] tinha descoberto muitas injustiças dos que caluniavam Críton.

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¦legon ÷ti ƒAriaÝow pefeugÆw ¤n tÒ staymÒ eàh metŒ tÇn llvn barb‹rvn ÷yen t» proteraÛ& Ërmhnto (Xen., An., 2, 1, 3) diziam que Arieu estaria refugiado [teria-se refugiado, e estava] junto com os outros bárbaros no posto de onde no dia anterior eles tinham atacado. eðde lelasm¡now ÷ssƒ ¤pepñnyei (Hom.) ele dormia, esquecido (lelasm¡now, part. perf. méd.) do que tinha sofrido (¤pepñnyei, mais que perf. ativo). ¤n toÝw Dr‹kontow nñmoiw mÛa ‘pasin Ëristo toÝw mart‹nousi zhmÛa: y‹natow nas leis de Drácon uma só pena estava determinada [tinha sido determinada] para todos os delinqüentes: morte. ¤peÜ ‘paj ³rjanto êpeÛkein, taxç d¯ psa ² Žkrñpoliw ¦rhmow tÇn polemÛvn ¤geg¡nhto assim que, por uma vez, começaram a se retirar, rapidamente a cidadela toda ficou [tinha ficado e estava] vazia de inimigos. feægousin eÞw tòn staymòn ¦nyen Ërmhnto eles fogem [estão fugindo] para a parada de onde tinham atacado. 3. Resultado futuro: Futuro perfeito (um ato estará terminado em uma situação futura). Construído sobre o tema do perfeito, o seu uso não é freqüente e é quase sempre empregado na voz passiva; é raro na voz ativa. oìtvw oß pol¡mioi pleÝston ¤ceusm¡noi ¦sontai (Xen., An., 3, 2, 31) dessa maneira os inimigos de preferência estarão enganados [estarão numa situação de terem sido enganados]. pw õ parÆn fñbow lelæsetai todo o medo presente estará dissipado [terá sido]. ’n taètƒ eÞdÇmen tŒ d¡onta ¤sñmeya ¤gnvkñtew se soubermos essas coisas [caso saibamos], estaremos em situação de conhecedores do que é necessário.

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¤moÜ d¢ leleÛcetai lgea lugr‹ (Hom.) os tristes sofrimentos me terão abandonado. ¤Œn taèta pr‹júw toÝw m¢n polemÛoiw ¤piteteixikÆw ¦sú, filÛan d¢ pñlin diasesvkÅw, eékle¡statow d¢ ¦sú se executares essas coisas [caso executes] tu te terás fortificado diante dos inimigos, tu terás salvo uma cidade amiga e serás muito glorioso. fr‹son ÷ ti me deÝ poieÝn kaÜ pepr‹jetai dize-me o que me é preciso fazer e estará feito. ÷te pei p‹nta pepraxÆw ¦somai quando [no momento em que] partires eu já terei executado tudo [estarei numa situação de ter executado]. ÷tan Žkoæsúw toè salpigktoè lelukñtew ¤sñmeya quando ouvires [caso ouças] o tocador de trombeta estaremos soltos [estaremos em situação de termo-nos livrado]. toÝw kakoÝw memÛjetai tŒ ¤syl‹ com as coisas más estarão misturadas [terão sido] coisas boas.

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Os modos É a maneira como se realiza o ato verbal. É uma visão externa do processo verbal. É uma “species”, como diz Varrão. A palavra “aspecto” caberia melhor ao modo do que ao que convencionalmente chamamos aspecto. O modo, na verdade, é um “eädow” isto é, uma aparência, uma forma exterior. O modo depende do enunciante, que imprime ao processo verbal a sua vontade, a sua visão, a sua intenção. Ele passa ao receptor uma realidade vista à maneira pela qual ele quer que o receptor a aceite. Há quatro modos verbais em grego.

Indicativo Exprime a realidade objetiva, como ela é de fato, e a realidade subjetiva, como ela é no entendimento do emissor, mas que não o é necessariamente na mente do receptor. São as chamadas proposições enunciativas em que há uma declaração, uma afirmação: As uvas estão verdes, diz a raposa - realidade subjetiva As uvas estavam verdes, diz o narrador - realidade objetiva 2 Do mesmo modo que o indicativo exprime a realidade, ele o faz também com a irrealidade objetiva ou possível. Não há dúvidas na irrealidade subjetiva ou objetiva: As uvas não estão / não estavam maduras. Mas, Se as uvas estivessem maduras eu as comeria (não estão maduras e eu não as como/comerei) - irrealidade hipotética presente. Se as uvas tivessem caído no chão a raposa as teria comido (não caíram no chão e a raposa não as comeu) - irrealidade hipotética passada.

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Há inúmeros exemplos do indicativo real, na p. 248, entre outras.

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Nesses dois casos o grego emprega: • o indicativo imperfeito no primeiro caso (irrealidade hipotética presente), tanto na condicionante (prótase) quanto na condicionada (apódose). Há coerência, porque, se o indicativo exprime a realidade, ipso facto deve exprimir também a irrealidade. • o indicativo aoristo no segundo caso (irrealidade hipotética passada), tanto na condicionante (prótase) quanto na condicionada (apódose). Como no caso da irrealidade presente, também aqui o uso do indicativo é semanticamente coerente. Apenas o grego usa eÞ para introduzir a condicionante (prótase) e n para introduzir a condicionada (apódose). Em português clássico ou erudito, o emprego do indicativo nas frases acima não é raro. O que mudou foi apenas o uso, que revestiu a irrealidade de uma atmosfera nebulosa expressa pelas formas “passadas” do subjuntivo e pelo condicional, que, veremos mais adiante, são o optativo grego. Mas, se disséssemos “Se as uvas eram (estavam) maduras eu as comia” (Não estão e eu não as como), não estaríamos incorrendo em erro. Os exemplos a seguir (cerca de 70) têm por objetivo ressaltar que o indicativo exprime a certeza, a realidade em qualquer tipo de enunciado (consecutivo, causal, real, irreal, modal, concessivo) e que ele vale por si mesmo e não porque o enunciado está classificado neste ou naquele modo sintático. Nos exemplos arrolados a seguir poderemos constatar que em grego, em qualquer contexto em que esteja, o indicativo é a expressão do real ou do irreal, indicados de várias maneiras, com a partícula (conjunção) supositiva eÞ e a partícula potencial n.

Expressão da irrealidade: êpñ ken talasÛfron‹ per d¡ow eåle o medo teria [poderia ter] se apoderado até de um corajoso (mas não se apoderou; irreal do passado: indicativo aoristo).

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basileçw smenow ’n toçw ƒAyhnaÛouw eÞw t¯n summaxÛan prosed¡jato O rei teria [poderia ter] aceito com prazer os Atenienses na aliança (mas não aceitou; irreal do passado: indicativo aoristo). ƒEgÆ dƒ ¤boulñmhn ’n aétoçw Žlhy° l¡gein (Lísias) Eu queria [quereria] que eles estivessem dizendo a verdade. [Eu os queria estarem dizendo a verdade (mas não estão).] Eà ti eäxon ¤dÛdoun n. Se eu tivesse algo eu daria. [Se eu tinha eu dava; mas não tenho.] EÞ m¯ ³lyete ¤poreuñmeya ’n ¤pÜ tòn basil¡a (Xen.) Se vós não tivésseis chegado nós estaríamos marchando contra o grande rei. [Se vós não chegastes nós não estávamos marchando. Mas vós chegastes e nós estávamos marchando contra o rei.] Oék ’n n°son ¤kr‹tei eÞ m® ti kaÜ nautikòn eäxen (Tuc.) Ele não estaria dominando a ilha se não tivesse algo e também uma esquadra. [Mas ele está dominando a ilha e tem a esquadra.] …Wietñ tiw n Alguém poderia acreditar [não acredita]. TÛ sig˜w; oék ¤xr°n sign (Eur.) Por que silencias? Não deverias [devias] silenciar. Pèr ’n oé par°n (Sóf) O fogo faltava. [estaria faltando, às vezes, freqüentemente]. (o ’n marca o enfraquecimento da afirmação) „R®matƒ ’n bñeia dÅdekƒ eäpen (Aristóf.) E lá disse ele [teria dito] uma dúzia de palavrões [do tamanho de um boi] (o ’n marca a atenuação da afirmação). Eàye soi tñte sunegenñmhn (Xen.) Oxalá eu tivesse encontrado contigo então! [mas não me encontrei.] Eàye m®poyƒ ´marten Oxalá ele nunca tivesse falhado! [mas falhou] Freqüentemente nas exclamativas, ou interrogativas que exprimem ou perplexidade ou uma descrença (irrealidade latente), o indicativo concorre com o optativo, segundo o grau de firmeza ou dúvida do enunciante.

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DiŒ toçw Žnyistam¡nouw êmeÝw ¤st¢ sÇoi: ¤peÜ diŒ gƒ êmw aétoçw p‹lai ’n ŽpolÅleite (Dem.) É por vossos adversários que estais sãos e salvos, porque por vós mesmos já há muito estaríeis arruinados (causa, fato real). ƒEpisteuñmhn êpò tÇn LakedaimonÛvn: oé gŒr n me ¦pempon pròw êmw (Xen.) Eu tinha a confiança dos Lacedemônios [era acreditado por], por que se não, eles não me enviariam para vós (real e depois irreal do presente). ¦nya d¯ ¦gnv n tiw Naquele momento alguém poderia ter tomado conhecimento [mas não tomou (irreal do passado = indicativo aoristo)]. ƒAllƒ Êfele Kèrow z°n; Ah! se Ciro estivesse vivo! [mas não está (irreal do presente = indicativo imperfeito)]. Sun¡bh “ m®potƒ Êfele (sumbaÛnein) Aconteceram as coisas que não deveriam [não deviam acontecer]. ±boulñmhn n eu quereria / quisesse eu / eu queria [mas não quero] (irreal do presente / potencial = indicativo imperfeito). ±dun‹mhn n eu poderia / pudesse eu [mas não posso] (irreal do presente / potencial = indicativo imperfeito). E mais algumas expressões de uso muito constante: ¤j°n seria (era) preciso, permitido, possível eÞkòw ·n seria (era) natural, verossímil, justo kalÇw eäxen seria (era) bonito kalÇw ·n seria (era) bonito jion ·n seria (era) digno dÛkaion ·n seria (era) justo ¦dei seria (era) preciso ¤xr°n seria (era) bom, útil, preciso pros°ke(n) seria (era) conveniente, decente Êfele(n) seria (era) útil (ajudaria)

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Expressão da realidade: Mas o uso desses mesmos verbos no presente, aoristo e futuro do indicativo sem n exprime uma realidade. São enunciativas, afirmativas, declarativas. T°w Žret°w ßdrÇta yeoÜ prop‹roiyen ¦yhkan Na frente da virtude [excelência] os deuses colocaram o suor. ‰Arƒ oïn m¯ kaÜ ²mÝn ¤nantiÅsetai; (Xen.) Será então que ele não se oporá também a nós? (o futuro “indicativo” exprime sempre uma certa antecipação da certeza) …Allo ti µ dianoeÝ ²mw Žpol¡sai; (Plat.) É outra coisa ou ele medita [trama] nos arruinar? [não é verdade que?] (indicativo real) TÛw soi dihgeÝto ; µ aétòw Svkr‹thw; Quem te dizia isso? ou [não é?/a não ser] o próprio Sócrates? (indicativo real) TÛ ŽdikhyeÜw ¤pibouleæeiw moi; Prejudicado em quê tu estás tramando [tramas] contra mim? Pñyƒ “ xr¯ pr‹jete; ¤peid‹n ti g¡nhtai; (Dem.) Quando fareis o que é preciso? (ind. real) Depois que algo acontecer [aconteça]? (eventual) Oéd¢n ÷ ti m¯ ¤rg‹thw ¦sú (Luc.) Tu não serás nada que não mão-de-obra (eventual com grau de certeza). deÝ prò toè polemeÝn ¤sk¡fyai tÛw êp‹rjei paraskeu¯ tÒ genhsom¡nÄ pol¡mÄ É preciso, antes de empreender a guerra, já ter refletido que recursos estarão à disposição para a guerra vindoura. jion (¤sti) êmw mou Žkoèsai é justo vós me ouvirdes. …Hretñ me tÛw eÞmÛ. [eàhn] Ele me perguntou quem eu sou [seria]

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Oäsya Eéyædhmon õpñsouw ôdñntaw ¦xei; (Plat.) Sabes quantos dentes tem Eutidemo? DokÇ moi Žkoæein. Eu pareço estar ouvindo. [Parece-me que ouço.] DokeÝ moi mart‹nein. Tu me parece errar. [Parece-me que está errando.] L¡gv ÷ti yeñw ¤stin. Eu digo que existe um deus. Oäda ÷ti yeñw ¤stin. Eu sei que existe um deus. XaÛrv ÷ti eédokimeÝw (Plat.) Eu me alegro [por] que tens boa fama. Oék aÞsxænomai eÞ tÇn nñmvn ¦latton dænamai. (And.) Eu não sinto vergonha se tenho menos poder do que as leis. Oäda ÷stiw eä Eu sei quem tu és. ƒAnerÅta aétòn pñteron boæletai m¡nein µ oë. [µ m®] Pergunta-lhe de novo se ele quer ficar ou não. TÛ gŒr ¾dh eà ti kŽkeÝnow eäxe sid®rion; (Lísias) Pois em que eu sabia se também ele tinha um punhal? Leæsete oåa pròw oávn ŽndrÇn p‹sxv; (Sóf.) Vede que coisas diante de que homens eu estou sofrendo. ƒHrÅta §kaston eà tina ¤lpÛda ¦xei. Ele interrogava a cada um se tinha [tem] alguma esperança. Oék oädƒ ÷pvw ’n ¦prajen. (Isócr.) Eu não sei como ele agiu [teria agido] Foboæmeya m¯ Žmfot¡rvn ‘ma ²mart®kamen (Tuc.) Nós temos receio que falhamos nos dois objetivos [na realidade já falhamos]. Eéyçw Žnast‹w, oìtv deèro ¤poreuñmhn (Plat.) Assim que me levantei [direto tendo-me posto de pé] pus-me a caminho daqui.

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Oéd¢n llo ¦xv eÞ m¯ toèto. Não tenho nada outro a não ser [senão] isso (realidade). ƒEp¡pese xiÆn pletow Ëste Žp¡kruce tŒ ÷pla (Xen.) Caiu uma neve abundante que cobriu as armas [a tal ponto que (consecutiva, fato real)]. Tosoætou d¡v ôrgÛzesyai Ëste kaÜ eéfraÛnomai. Careço tanto de me irritar que até estou contente. (consecutiva, fato real) „UmÝn p¡mcv ndraw oátinew summaxoèntai (Xen.) Eu vos enviarei homens que combaterão junto [para combaterem junto]. (consecutiva, fato real) TÛw oìtv maÛnetai ÷stiw oé boæletaÛ soi fÛlow eänai; (Xen.) Quem está delirando a tal ponto que não quer ser teu amigo?! (consecutiva, fato real) Oàontai politikoÜ eänai ÷ti ¤painoèntai épò tÇn pollÇn. (Plat.) Porque são elogiados pela massa eles se crêem homens de estado. [eles crêem ser homens] (causa, fato real) Oék ·n kr®nh ÷ti m¯ mÛa ¤n t» Žkropñlei (Tuc.) Não havia fonte a não ser uma na acrópole. (fato real) EÞ kaÜ m¯ bl¡peiw froneÝ ÷mvw (Sóf.) Mesmo se és cego, assim mesmo tu pensas. (concessiva,fato real) AÞsxunoÛmhn toèto õmologeÝn ¤peÜ polloÛ g¡ fasin (Plat.) Eu me envergonharia de admitir isso uma vez que [se] muitos afirmam [afirmem]. (concessiva, fato real) Taèta ¤poÛoun m¡xri skñtow ¤g¡neto (Xen.) Eles ficaram fazendo essas coisas até que chegou a noite. Nèn ¤peÜ p¡nhw geg¡nhmai (Xen.) Agora porque [depois que] fiquei pobre... Oék ³yele feægein prÜn ² gun¯ aétòn ¤peisen (Xen.) Ele não queria evadir-se antes que a mulher o persuadiu. [até que]. L¡ge d¯ t¯n ¤pistol¯n ¶n ¦pemce FÛlippow (Dem.) Dize, então, a mensagem que Felipe enviou.

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Nèn eÞl®famen ù p‹lai kaÜ polloÜ tÇn sofÇn zhtoèntew prÜn eêreÝn kateg®rasan (Plat.) Nós agora entendemos [captamos] o que há muito muitos sábios envelheceram procurando antes de encontrar. †Wsper tŒ xalkeÝa plhg¡nta ±xeÝ kaÜ oß =®torew oìtv (Plat.) Como os objetos de bronze ressoam quando batidos, assim também os oradores. †OsÄ mllon pisteæv êmÝn tosoætÄ mllon ŽporÇ. (Plat.) Quanto mais eu confio em vós tanto mais fico sem saída [em dificuldade]. SoÛ sumf¡rei tŒ aétŒ kaÜ ¤moÛ. A ti interessam as mesmas coisas que a mim. Yaumastòn poieÝw ùw oéd¢n dÛdvw (Xen.) Ages de maneira estranha, tu que não nos dás nada. ˆA m¯ oäda oéd¢ oàomai eÞd¡nai (Plat.) Aquilo que por acaso não sei nem mesmo acho que sei. [não julgo saber].

Expressão da condição: No item “irrealidade” há inúmeras frases hipotéticas, condicionais, supositivas. O uso do modo depende do significado da condição; se é real, é indicativo (eÞ), se é irreal, indicativo (eÞ - n); se potencial, o optativo (eÞ - n); se eventual, o subjuntivo ou futuro (eÞ - ¤‹n). EÞ Žn‹gkh ¤stÜ m‹xesyai deÝ paraskeu‹sasyai (Xen.) Se é necessário lutar [entrar na luta] é preciso preparar-se. (exprime um fato afirmativo, da realidade subjetiva) EÞ m¯ kay¡jeiw glÇssan ¦stai soi kak‹ (Eur.) Se não retiveres [caso não retenhas] a língua, desgraças vão te acontecer. (suposição eventual, com grande certeza)

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EÞ m¢n oïn taèta l¡gvn diafyeÛrv toçw n¡ouw taètƒ’n eàh blaber‹ (Plat.) Se dizendo [ao dizer] essas coisas eu corrompo os jovens, então essas coisas seriam danosas. (condição real no primeiro verbo; no segundo o optativo atenua a conclusão) PollŒ eÞpeÝn ’n ¦xoien oß ƒOlænyioi nèn “ tñtƒ eÞ proeÛdonto oék ’n ŽpÅlonto (Dem.) Os Olíntios poderiam dizer agora (potencial - atenuação da afirmação) muitas coisas que, se tivessem previsto antes, não teriam sucumbido. (irreal do passado) Oék ¤dænatƒ’n pr‹ttein “ ¤boæleto (Xen). Ele não podia [poderia] fazer o que queria [quisesse]. ôlÛgou t¯n pñlin eålon Por pouco [faltou pouco, de pouco] eles tomaram a cidade. O emprego do indicativo é coerente: ele sempre exprime a realidade objetiva ou subjetiva e também a irrealidade objetiva ou subjetiva (em português às vezes sob forma supositiva). Observação importante: Nas orações supositivas (hipotéticas), a idéia de tempo não está presente nem no indicativo; o que há é apenas o aspecto; mas, quando o tema de qualquer aspecto recebe o aumento ¤- passa a exprimir o passado de cada um deles: o passado do presente: imperfeito, aumento anteposto ao tema do infectum; o aoristo narrativo (enquadrado ou pontual): (pretérito simples em português) ou aoristo gnômico (presente simples em português), aumento anteposto ao tema do aoristo; mais-que-perfeito: passado do perfeito (mais-que-perfeito simples ou composto em português), aumento anteposto ao tema do perfectum. Outros exemplos de indicativo podem ser encontrados no capítulo que trata dos aspectos verbais. O objetivo do grande número de exemplos é insistir no valor semântico autônomo das formas verbais. O enquadramento sintático leva a esquemas formalistas, que provocam a criação de regras de regência e de correlação complexas, quando é muito mais facil se ater ao significado intrínseco da forma verbal.

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Subjuntivo Exprime o fato eventual, provável, futuro. O nome “subjuntivo” ou “conjuntivo” cobre apenas uma parte do significado: quando exprime uma finalidade ou um fato futuro dependendo de uma eventualidade. Na proposição independente ele é volitivo (pedido, conselho) deliberativo, desiderativo, que são as várias facetas da eventualidade. Trouxe água para que bebas. - final Se trouxeres água eu beberei - eventual Caso tragas água eu beberei - eventual Quando (sempre que) os homens bebem eles são ricos, ajudam os amigos, são felizes - eventual O subjuntivo exprime também a exortação e a deliberação (que são fatos eventuais, futuros). Corram que chegarão a tempo - exortativo Vamos mais depressa? - deliberativo O que farei? O que faremos? - deliberativo Por exprimir um fato eventual, provável, futuro ou uma antecipação não há em grego o perfeito, o imperfeito e o mais-que-perfeito do subjuntivo que não exprimem eventualidade. Por isso devemos traduzir o subjuntivo grego ou pelas formas do subjuntivo presente, do subjuntivo futuro ou pelo infinitivo preposicionado (para) ou com conjunção (a fim de / que). É inútil procurar outras traduções para o subjuntivo grego; a idéia do eventual-futuro permanece. Não é por mero acaso que em grego não haja subjuntivo futuro. Sempre que leio Homero, eu sinto prazer. Esse “indicativo” leio, na medida em que não é uma realidade objetiva única, mas um fato repetido, ou seja, eventual, o grego, coerentemente, o exprime com ¤‹n/n e subjuntivo. Em português poderíamos chamá-lo de “indicativo eventual” Outra observação incontestável: as desinências do subjuntivo são primárias, qualquer que seja a voz e o aspecto. É que a noção da eventualidade tem o presente como ponto de partida e as desinências primárias são do presente e do eventual, que é uma antecipação do futuro.

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No latim, o eventual se exprime pelo presente do subjuntivo ou pelo futuro (indicativo). Em grego há tantos subjuntivos quantos são os aspectos e vozes, mas, como já foi dito, não há subjuntivo futuro! Seria redundante. As três formas do subjuntivo são: • Subjuntivo presente (tema do infectum, inacabado): entrada no ato verbal • Subjuntivo aoristo (tema do aoristo): isolado, pontual • Subjuntivo perfeito (tema do perfectum): ato verbal acabado. Não há idéia de tempo no subjuntivo.

1. Nas orações independentes a) Deliberativo PerÜ toætvn d¢ l¡gvn pñyen rjvmai; E falando a respeito dessas coisas, de onde eu começarei? [vou começar = incipiam] (subj. aoristo = apenas o ato verbal) tÛ d¢ prÇton l¡gv; (Plat., Górg.) O que direi [vou dizer, dicam] primeiro? (subj. pres. = entrada no processo verbal) PoÝ tr‹pvmai; Para onde eu me dirijo? [Para onde eu vou me dirigir? Para onde me viro?] (subj. aoristo = apenas o ato verbal) Eàpvmen µ sigÇmen; Vamos falar [falaremos] ou permanecemos [permaneceremos] calados? (Eàpvmen, subj. aoristo = apenas o ato verbal; sigÇmen, subj. pres. = entrada no ato verbal) PoÝ katafeægvmen; Para onde vamos fugir? [iniciar a fuga?] (subj. pres. = entrada no ato verbal) Boælei soi ônom‹zv toçw ¥pt‹ sofoæw; Queres [que] eu te cite [nomeie] os sete sábios? (subj. pres. = inicie o ato de citar)

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Boælei soi ônom‹sv toçw ¥ptŒ sofoæw; Queres [que] eu te cite os sete sábios? (subj. aoristo = ato pontual de citar) – – – –

PÇw s¢ keÛrv; SivpÇn. Como vou fazer tua barba? (subj. pres.) Calado.

toèton eÞr®nhn gein ¤gÆ fÇ pròw êmw; eu vou dizer para vós que esse homem está em paz? b) Exortativo: exortação, persuasão positiva ou negativa. Pode ser ligada a tonalidades de imperativo, no seu sentido de modo do diálogo e não da ordem ou proibição. F¡re àdvmen eà ti ¤dÅdimon ² p¡ra ¦xei. Vamos, vejamos [vamos ver, veremos] se tua sacola tem algo comestível. (subj. aor. = o ato pontual de ver) …Ivmen d¯ kaÜ m¯ m¡llvmen ¦ti; Vamos indo e não mais hesitemos! (subj. pres.) …Ivmen; Vamos! [Eamus!] (subj. pres. = entrada no ato) …Age d®, àdv; Vamos lá! que eu veja! (subj. aor.= ato pontual) yumÒ g°w perÜ t°sde maxÅmeya kaÜ perÜ paÛdvn yn®skvmen; Com coragem lutemos por esta terra e morramos pelos nossos filhos! (subj. pres.= iniciemos a luta e morramos) FeidÅmeyƒ ŽndrÇn eégenÇn, feidÅmeya; Poupemos, poupemos os homens nobres! (subj. pres.= vamos poupar) c) Desiderativo (positivo ou negativo) M¯ lÛan pikròn eÞpeÝn  (Dem.) Que não seja muito duro [azedo] de dizer! M¯ yorub®shte; Não façais barulho! (subj. aor. = o ato verbal em si)

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M¯ oék  didaktòn Žret®. (Plat.) Que a virtude não seja algo ensinável! (subj. pres. = não há noção aorista do ser, mas pode haver a noção eventual) M¯ poi®súw; Não faças! (subj. aor. = o ato em si) Mhd¢n Žyum®shte §neka tÇn gegenhm‹tvn; Não vos desencorajeis diante do que aconteceu! (subj. aor. = o ato em si) MhdenÜ sumforŒn ôneidÛsúw; A ninguém desejes desgraças! (subj. aor. = o ato em si) MhdeÜw yaum‹sú; Ninguém admire! (subj. aor.= o ato em si) MhdeÜw êpol‹bú me boælesyai layeÝn. (Plat.) Que ninguém suspeite que eu quero [estou querendo] dissimular. (subj. aor. = o ato em si) SiÅpa, mhd¢n eàpúw n®pion; (Aristóf.) Cala-te, não digas nenhuma bobagem! (subj. aor.) m®pv ¤keÝse àvmen, prÑ g‹r ¤stin, ŽllŒ deèro ¤janastÇmen eÞw t¯n aél®n (Plat., Prot., 311a) Não vamos ainda para lá, pois ainda é cedo, mas levantemo-nos aqui e vamos para o quintal

2. Nas orações dependentes a) Intenção, finalidade: fato futuro, eventual Conjunções usadas

ána, Éw ÷pvw (n)

para que, que > subj. para > inf. de modo a que

Kr‹zv ána mou Žkoæú. Estou gritando para que ele me ouça. [passe a me ouvir] (subj. pres.)

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Kñsmiow àsyi ÷pvw m¯ kol‹zú. Sê bem comportado para que [de modo a que] não sejas punido. [passes a ser punido] (subj. pres.) Toçw n¡ouw eÞw paidotrÛbou p¡mpousin ána sÅmata beltÛv ¦xvsin. (Plat.). Eles mandam os jovens ao mestre de ginástica para que tenham os corpos melhores. [passem a ter, e mantenham] (subj. pres) DeÝ tòn dhmotikòn ŽndreÝon eänai ána m¯ parŒ toçw kindænouw ¤gkataleÛpú tòn d°mon. (Ésquines) É preciso o representante do povo ser corajoso para que não o abandone nas situações de perigo. (subj. pres.= idéia permanente) †Opvw m¯ Žpoy‹nú ßk¡teuen. (Lísias) Ele suplicava para não morrer [para que não morresse] (subj. aor. = o ato em si) M¯ fyñnei toÝw eétuxoèsin m¯ dok»w eänai kakñw. Não inveja [invejes] os felizes para que não pareças mau. [fiques parecendo] (subj. pres.) Toçw fÛlouw eï poÛei ána aétòw eï pr‹ttúw. Faze [faça] o bem/sê benfazejo a teus amigos para que tu mesmo passes bem. (subj. pres. = entrada na ação) L¡gv soi t‹de ÷pvw ’n m¯ ¤pil‹yú. Eu te digo estas coisas para que não te esqueças. [de modo a que não esqueças] (subj. aor.= o ato em si) …Eprassen ÷pvw pñlemow g¡nhtai. (Tuc.) Ele trabalhava para que a guerra aconteça (subj. aor= o ato em si) ƒEpimelÅmeya ÷pvw ’n oß n¡oi mhd¢n kakourgÇsin. (Plat.) Tomemos cuidado para que [de modo a que] os jovens não façam nenhum mal. (subj. pres. = entrem no ato de) Eélaboè m¯ p¡súw; Toma cuidado [para que] não caias! (subj. aor. o ato em si) SugxvrÇ ána soi xarÛsvmai. (Plat.) Concordo [acompanho] para que te agrade [para te agradar]. (subj. aor. = o ato em si)

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b) Circunstâncias temporais de indeterminação (fato repetido no presente ou no futuro) temporais, hipotéticas, relativas. A partícula por excelência do eventual é ¤‹n / ³n / n, se, no caso de, caso, e ela pode vir enfatizando outras conjunções ou adverbios: ÷tan (÷te n) ¤p®n (¤peÜ n), ¤peid‹n (¤peid® n) §vw, ¦ste, m¡xri (n) ¤n Ú (n) ¤j oð, Žfƒ oð (n) prÛn (n)

quando (eventual) - sempre que desde que, depois que, assim que, a partir do momento em que (eventual) até que, até em que, no que, enquanto do que, a partir do que, desde que antes, antes que

Não há necessidade de pormenorizar se a oração é causal, temporal, final, concessiva ou condicional, embora seja útil para a compreensão do contexto; mas não se trata de “regência”; desde que há uma eventualidade ela é expressa pelo subjuntivo. É o que importa. Toçw llouw õrÇ toçw kinduneæontaw ¤peidŒn Îsi perÜ t¯n teleut¯n t°w ŽpologÛaw ßketeæontaw. (Isócr.) Eu vejo os outros acusados, quando [sempre que] estão perto do fim da defesa, suplicantes. (subj. pres. = fato em si: eventual; indicativo em português.). Tò g¡now tÇn Yr&kÇn ¤n Ú ’n yars®sú fonikÅtatñn ¤stin. (Tuc.) A raça dos Trácios, no que [enquanto, sempre que] está segura é muito sanguinária. (subj. aor. = fato em si: eventual) Tò tettÛgvn g¡now g¡raw toètƒ ¦labe ›dein §vw ’n teleut®sú. (Plat.) O gênero das cigarras recebeu esse dom de cantar até que morra [até morrer]. (subj. aor. = o ato em si = eventual) „O m¢n oïn Pl‹ttvn fhsÜ tñte tŽnyrÅpeia kalÇw §jein ÷tan µ oß filñsofoi basileæsvsi µ oß basileÝw filosof®svsin. (Pol.) Pois bem, Platão diz que os negócios dos homens estarão bem naquele momento em que [quando, sempre que] ou os filósofos reinarem ou os reis filosofarem. (subj. aor.)

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ƒEŒn gŒr ¤m¢ ŽpokteÛnhte oé =&dÛvw llon toioèton eêr®sete. (Plat.) Na verdade, se vós me matardes [caso me mateis] não facilmente achareis um outro igual. (subj. aor.) ƒƒEŒn zht»w kalÇw eêr®seiw. (Plat.) Se procurares [caso procures] bem, acharás. (subj. aor.) ‡An glaçj Žnakr‹gú, dedoÛkamen. (Men.) Uma coruja pia e estamos com medo. [Se uma coruja pia estamos com medo.] (subj. aor = o ato em si) ‡Hn ¤ggçw ¦lyú y‹natow oédeÜw boæletai yn¹skein. (Eur.) Se a morte chega perto, ninguém quer morrer. [caso chegue, sempre que] (subj. aor. = o ato em si) Oé mñnon ¤n t»de t» pñlei dænatai pr‹ttein ÷ ti boælhtai Žllƒ ¤n p‹sú t» „Ell‹di. (Plat.) [Péricles] pode fazer o que quer [por acaso queira] não só nesta cidade, mas em toda a Grécia. (subj. pres. = fato habitual) M¯ Žp¡lyhte prÜn ’n Žkoæshte moè. (Xen.) Não vades [não vos retireis] antes que me ouçais. [de me ouvir] (subj. aor. = o ato em si) ƒApñmnusi mhd¢n pr‹jein prÜn ’n t¯n toè †Ektorow kefal¯n ¤pÜ tòn toè Patrñklou t‹fon ¤n¡gkú. (Ésquines) [Aquiles] jura nada fazer [que nada fará] antes que traga [que trouxer, de trazer] a cabeça de Heitor sobre o túmulo de Pátroclo. (subj. aor. = o ato em si) †Otan keleæsú, ¤Œn keleæsú, ù ’n keleæsú pr‹jv. Quando ele manda [sempre que mande], se ele mandar [caso ele mande], o que ele mandar [o que mande], farei. (subj aor. = eventual = o ato em si, pontual) †Otan keleæú, ¤Œn keleæú, ÷ ti ’n keleæú pr‹ttv Quando ele manda [sempre que] se ele manda, o que ele manda/ mande eu faço. (subj. pres. = eventual, fato repetido, habitual; infectum, entrada e permanência no ato verbal) ƒEpeidŒn diapr‹jvmai ´jv. (Xen.) Quando [depois que] terminar eu virei. (subj. aor., o ato em si)

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ƒEpeidŒn t‹xista ßppeæein m‹yúw diÅjei yhrÛa. Imediatamente assim que aprendas [aprenderes] cavalgar perseguirás animais selvagens. (subj. aor. = o ato em si) oß oÞnoxñoi ¤peidŒn didÇsi t¯n fi‹lhn eÞw t¯n ŽristerŒn xeÝra ¤gxe‹menoi katarroroèsin. (Xen.) Os escanções, assim que eles entregam a taça, derramando na mão direita eles engolem. (subj. pres. = fato repetido, habitual) ƒEgÅ se oék¡ti Žf®sv prÛn n moi “ êp¡sxhsai ŽpodeÛjúw Eu não te deixarei partir antes que me mostres o que prometeste. (subj. aor. = o ato em si) Periiñntew aétoè diatrÛcvmen §vw ’n fÇw g¡nhtai. (Plat.) Passemos o tempo dando voltas no mesmo lugar, até que a luz [o dia] apareça. (subj. aor. = o ato em si) Strateæontai õpñtan tiw aétÇn d¡htai. (Xen.) Eles se engajam no exército quando [sempre que] alguém precisa [precise] deles. (subj. pres. = ato habitual) Poi®somai t¯n ŽpologÛan Éw ’n dænvmai. (Lísias) Farei a defesa como puder. [como possa]. (subj. pres.) EŒn Levkr‹thn Žpolæshte prodidñnai t¯n pñlin chfieÝsye. (Lísias) Se absolverdes [caso absolvais] Leócrates vós votareis trair [estar traindo] a cidade. (subj. aor., o ato em si)

c) Interrogativas indiretas com idéia de eventualidade Chamamos “interrogativas indiretas” as interrogativas dependentes, isto é, as orações completivas subordinadas com significado interrogativo: Direta : “Quem fez isto?” Indireta: “Quero saber quem fez isto.” „OrÇ se Žporoènta poÛan õdòn ¤pÜ tòn bÛon tr‹pú. Eu te vejo hesitante que caminho tomar [tomes] na vida. (subj. aor. = o ato em si)

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D¡doika m¯ oé ¤pilayÅmeya t°w oàkade õdoè. Tenho receio de que não nos esqueçamos do caminho para casa. (subj aor. =o ato em si) M®thr ¤n oàkoiw, ¶n sç m¯ deÛsúw, (Sóf.) Minha mãe está nos aposentos; não a temas! (subj. aor. = o ato em si) DeÛdv: m® ti p‹yhsi; (Hom.) Estou com medo; que ele sofra algo! (subj. aor.= o ato em si) Sæ m¢n Žpñstixe, m® ti no®sú †Hrh; (Hom.) Tu, fica distante; que Hera não pense algo! (subj. aor.= o ato em si) Foboèmai m¯ toèto Žlhy¢w Â. Temo que isso seja verdade! (subj. pres. = seja e permaneça)

Optativo Exprime, no presente, a possibilidade (possível), a afirmação atenuada, o voto não realizável (irreal do presente) ou o voto possível e, no passado, o fato repetido e a afirmação atenuada ou opinião de terceiros. Se eu fosse rico ajudaria os outros - fato possível 3 Se eu pudesse estaria viajando - impossível presente Eu diria / poderia dizer - afirmação atenuada Ah se eu fosse rico! voto não realizável Sempre que os homens se reuniam (reunissem) prejudicavam-se mutuamente - fato repetido no passado. Vemos que essas noções se exprimem em português pelo imperfeito do subjuntivo ou pelo condicional simples (futuro do pretérito em algumas gramáticas).

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Em português, a forma do possível (fato possível) e irreal do presente é a mesma. Em grego, o irreal do presente se exprime por eÞ + impf.- n + impf.; o fato possível (possível) por eÞ + opt. - n + opt.

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1. Desejo, voto possível • optativo às vezes precedido de eàye, eÞ gŒr, Éw. A negação é m® porque não é realidade objetiva. A margem entre o voto possível, mera possibilidade e o realizável, na imaginação, é extremamente frágil e movediça. Muitas vezes só o contexto e sobretudo o significado da mensagem podem definir. Na expressão oral, é uma questão de entonação. De qualquer maneira prevalece o sentido possível, do fato possível, simples operação do espírito. Quando o voto é irrealizável, em que está patente a irrealidade, o modo é o indicativo (imperfeito ou aoristo). Ver página 245. ‰W paÝ, g¡noio patròw eétux¡sterow; Menino, pudesses tu ser [oxalá fosses] mais feliz do que teu pai! (opt. aor. = o ato em si, mero voto) M® moi g¡noiyƒ “ boælomƒ Žllƒ “ sumf¡rei; Que não me acontecesse [pudesse acontecer] o que eu quero, mas o que é útil! (opt. aor. = o fato em si, mero voto) Eàye fÛlow ²mÝn g¡noio; (Xen.) Ah, se pudesses [tu poderias] tornar-te nosso amigo! (opt. aor. o fato em si, voto possível) M¯ g¡noito; Ah, que isso não acontecesse! (opt. aor. o fato em si, mero voto) Eï pr‹ttoimi; Ah, que eu pudesse estar bem! (opt. pres. = entrar no ato, mero voto) ‰W basileè, m¯ eàh Žn¯r P¡rshw ÷stiw soi ¤pibouleæsei; eÞ dƒ ¦sti Žpñloito Éw t‹xista; (Heród.) Ó rei, pudesse não existir um homem persa para conspirar contra ti! mas se existe, que ele perecesse [pudesse perecer] o quanto antes! (opt. pres. idéia permanente - opt. aor. = o ato em si, mero voto) ƒApñloio Î pñleme; (Aristóf.) Que morresses [pudesses tu morrer] ó guerra! (opt. aor. = o ato em si, mero voto)

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Toèto m¯ g¡noito, Î p‹ntew yeoÛ; (Sóf.) Que isso não acontecesse [pudesse acontecer], ó deuses todos! (opt. aor. = o fato em si) Eàye m®pote gnoÛhw ùw eä; (Sóf.) Ah, que nunca soubesses [oxalá nunca soubesses] quem és! (opt. aor. = o ato em si) EÞ gŒr genoÛmhn ŽntÛ sou nekrñw; (Eur.) Ah, se eu pudesse morrer em teu lugar! (opt. aor. = o fato em si) †Ote keleæoi, eÞ keleæoi ÷ ti keleæoi ¦pratton. Quando [sempre que] ele mandava [mandasse], se ele mandava [mandasse] o que [quer que] ele mandava [mandasse] eu executava. (opt. pres. = fato habitual) PÇw n tiw ‘ ge m¯ ¤pÛstaito taèta sofòw eÞh; (Xen.) Como (seria possível) que alguém poderia ser [fosse] hábil naquelas coisas que não conhecesse? (pÛstaito, opt. perf. = estado, resultativo - (eàh opt. pres. = idéia permanente) TeynaÛhn ÷te moi mhk¡ti taèta m¡loi; (Mimn.) Pudesse eu estar morto quando essas coisas não mais me interessassem! (TeynaÛhn, opt. perf. = ato acabado - m¡loi, opt. aor. = o ato em si)

2. Afirmação atenuada a) Com ’n: suaviza a afirmação, transformando a realidade ou a ordem em mera possibilidade. É de uso freqüente na transmissão de opinião de terceiros. …Isvw n tiw eàpoi; Talvez [certamente] alguém diria. [poderia dizer, dirá] (opt. aor. o ato em si) XvroÝw ’n eàsv; (Sóf.) Tu poderias entrar! [Por que não entras?! Entre!] (opt. pres. entrar na ação)

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†Wra ’n eàh suskeu‹zesyai; Seria o momento de preparar-se. [Talvez fosse, seja] (opt. pres. = idéia permanente) …Enya svfrosænhn katam‹yoi n tiw. (Xen.) Lá [então] se poderia aprender a moderação. (opt. aor. = o ato em si) Poè d°tƒ ’n eäen oß j¡noi; (Sóf.) Onde, então, estariam os estrangeiros? [poderiam estar, estão]. (opt. pres. = permanecer) tÛ ’n ÈfeloÝmi [ÈfeloÛhn] soi ; Em que eu te poderia ser útil? (opt. pres. = entrada no ato) TÛnaw êpò tÛnvn eìroimen ’n meÛzona eéergethm¡nouw µ paÝdaw êpò gon¡vn ; Quem nós poderíamos encontrar beneficiados em maiores coisas por quem a não ser [do que] os filhos pelos pais? (opt. aor. = o ato em si) b) Podemos encontrar também o emprego do optativo, embora sem n, nas orações dependentes de verbos declarativos, de expressão de vontade ou de medo e em geral na caracterização do que se chama discurso (interrogação) indireto. O verbo da principal em geral está no passado. O optativo pode substituir qualquer outra forma verbal da completiva. A gramática diz que esse uso não é obrigatório e o denomina de optativo oblíquo ou de subordinação. Não se trata de regra; trata-se da vontade do enunciante de amaciar, suavizar o conteúdo da mensagem contida na oração subordinada. O contexto do passado enfraquece a afirmação dando-lhe um aspecto nebuloso, de incerteza e, nesse caso, o optativo é o modo ideal. (Em português esses matizes se exprimem pelas formas do condicional simples ou composto.) …Elege ÷ti p¡nhw eàh. Ele afirmava que era pobre. [Seria pobre, isto é, é ele que dizia, não eu.] (opt. pres. = qualidade permanente) …Elege ÷ti p¡nhw ·n. Ele afirmava que era pobre. [De fato era. Eu concordo.] (indicativo imperfeito, modo da realidade)

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ProselyÆn tÒ strathgÒ ¤d®lvsa ÷ti ¤strateum¡now eàhn [·n] ³dh. Tendo-me aproximado do comandante, revelei a ele que eu já teria feito campanha. [tinha feito]. (opt. perf. = fato realizado) Sfñdra pi¡saw aétoè tòn pñda ¾reto eÞ aÞsy‹noito [¼syeto]. (Plat., Fédon) Tendo-lhe apertado fortemente o pé, perguntou se estaria sentindo [se sentia]. (opt. pres. = simultaneidade do ato) ƒEk¡leuse l¡gein ÷ ti gignÅskoi Mandou [o] dizer o que estava sabendo [o que estaria sabendo, o que soubesse] (opt. pres. = fato permanente) Oäsya ¤pain¡santa †Omhron ƒAgam¡mnona Éw basileçw eàh Žgayñw. Tu sabes que Homero elogiou Agamêmnon [dizendo] que [na opinião de Homero] ele era [seria] um bom rei. (opt. pres. = permanente) ƒEfoboènto m® ti p‹yoi. Eles temiam que ele sofresse algo. (opt. aor. = o ato em si) ƒEpÛstasye, Ëste k’n llouw eÞkñtvw n did‹skoite. (Xen.) Vós sabeis, e assim talvez poderíeis ensinar [estar ensinando] os outros. (conseqüência possível, opt. pres.) …Hretñ moi ÷stiw ’n eàhn. Ele me perguntou quem eu seria [era] (opt. pres. = permanente) ƒHrÅta §na §kaston eà tina ¤lpÛda ¦xoi (¦xei). Ele passou a perguntar a cada um se tinha [se teria] alguma esperança. (opt.pres. naquele momento, estado permanente) ƒEpemeleÝto ÷pvw m¯ ŽsitoÛ pote ¦sointo. (Xen.) Ele cuidava para que [de modo a que] eles não pudessem haver de ser um dia (futuro) privados de alimentos (opt. fut.) Sunevnoènto tòn sÝton ánƒ Éw ŽjiÅtaton êmÝn pvloÝen. (Lísias) Eles compravam o trigo em grande quantidade para que vos vendessem [para vos vender] o mais caro possível. (opt. aor. = o ato em si)

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ƒEk‹kizon tòn Perikl¡a ÷ti oék ¤pej‹goi. (Tuc.) Eles xingavam Péricles porque ele não saía -estava saindo- para atacar. (opt. pres. = fato habitual) Svkr‹thw õpñte ŽnagkasyeÛh p‹ntaw ¤kr‹tei pÛnvn. (Plat.) Sócrates cada vez que foi [ fosse] forçado ele superava todos bebendo [na bebida]. (opt. aor. = o ato em si) Periem¡nomen §vw ŽnoixyeÛh tò desmvt®rion. (Plat., Fédon) Nós ficamos esperando até que fosse aberta a prisão [se abrisse]. (opt. aor. = o ato em si) Svkr‹thw oék ¦pinen eÞ m¯ dicÐh. (Xen.) Sócrates não bebia se não tivesse [tinha] sede. (opt. pres. = fato habitual) ƒEfobeÝto m¯ oé dænaito ¤k t°w xÅraw ¤jelyeÝn. (Xen.)4 Ele temia que não pudesse sair do país. (opt. aor. = o ato em si) XenofÇn ¦legen ÷ti ôryÇw ¼tiÇnto, kaÜ aétò tò ¦rgon aétoÝw marturoÛh. (Xen.) Xenofonte afirmava que eles tinham feito a acusação corretamente e que a própria obra [era] lhes seria testemunha. (opt. pres. = fato simultâneo) „H m®thr dihrÅta tòn Kèron pñteron boæloito [boæletai] m¡nein µ Žpi¡nai. A mãe perguntou [perguntava: entrada no ato verbal] a Ciro se ele queria [quereria, estaria querendo] ficar ou partir. (opt. pres. simultaneidade do ato) Oämai ’n ²mw toiaèta payeÝn oåa toçw ¤xyroçw oß yeoÜ poi®seian. (Xen.) Eu creio sofrer tais quais os deuses fariam sofrer os nossos inimigos. (opt. aor. = o ato em si)

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Nos verbos de temor está implícita uma idéia do não eventual; por isso, em grego, eles vêm acompanhados do m®, como se estivesse “colado “ ao verbo; a segunda negação pertence ao verbo complemento.

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„O Dionæsiow pròw tòn puyñmenon eÞ sxol‹zoi eäpe: “Mhd¡pot¡ moi toèto sumbaÛh;” Dionísio disse a alguém que procurava saber se ele estava [estaria] de folga: “Isso jamais me acontecesse!” (opt. pres. = ato simultâneo, durativo - opt. aor. = o ato em si) TÛw oìtvw Þsxuròw ùw limÒ kaÜ =Ûgei dænaitƒ ’n maxñmenow strateæesyai; (Xen.) Quem é forte a tal ponto que pudesse [poderia] fazer uma expedição militar combatendo com fome e com frio? (opt. pres.) †Witini ¤ntugx‹noien p‹ntaw Žp¡kteinon. (Tuc.) Com qualquer um que encontrassem [encontravam] eles matavam todos. (opt. pres. fato repetido) c) Um optativo futuro poderia, à primeira vista, parecer uma contradição, uma vez que o futuro é um eventual. O que acontece, no entanto, e só nas orações dependentes num quadro de passado, é o enfraquecimento, a atenuação do conteúdo do verbo. Esse optativo é denominado oblíquo ou de subordinação e se usa sem partícula. É uma superposição de modos: um enfraquecimento ou do indicativo ou do subjuntivo/futuro eventual. †O ti poi®soi [poi®sei] oék eäpe. Ele não disse o que faria [fará]. (opt. fut. = o ato em si)

3. Nas orações supositivas Não se trata de um esquema rígido de correlação obrigatória de tempos (não há tempo fora do indicativo e modos), mas sim da tonalidade, isto é, do modo como é sentida e transmitida a mensagem, na suposição (condicionante) e na conseqüente (condicionada). O “modo” é precisamente como o enunciante sente e transmite a mensagem. Trata-se de mera suposição. Alguns exemplos serão suficientes. EÞ sÅsaimi sƒ, eàsei moi x‹rin; (Eur.) Se eu te salvasse, tu me serás grato? (opt. aor. = o ato em si, possível)

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Oék ’n forhtòw eàhw eÞ pr‹ssoiw kalÇw (Ésquines) Tu não serias suportável se estivesses bem (opt. pres. = fato habitual, possível) EÞ ¤moÜ pisteæoiw oék ’n m¡noiw ¤ny‹de. Se acreditasses em mim não permanecerias aqui. (opt. pres. = continuidade do ato, possível) ƒEgÆ aÞsxunyeÛhn n eÞ diƒ llo ti svzoÛmhn µ diŒ toçw lñgouw. (Isócr.) Quanto a mim, eu sentiria vergonha se eu fosse salvo por outra coisa que por meus discursos. (opt. aor. = o ato em si; opt. pres. = agora, entrada no ato, possível nos dois casos) EÞ boæloio Þatròw gen¡syai tÛ ’n poioÛhw; Se quisesses tornar-te médico o que farias? [se estivesses com vontade - estarias fazendo: opt. pres. = possível] ƒAdikoÛh ’n ÷stiw toèto poioÛh. Cometeria uma injustiça aquele que [quem] fizesse isso. [estaria cometendo, estaria fazendo: opt. pres. = possível] Oék ’n g¡nointo pñleiw eÞ olÛgoi aÞdoèw kaÜ dÛkhw met¡xoien. (Plat., Prot.) Não aconteceriam cidades se poucos tivessem sua parte de respeito e justiça. (opt. aor. = o fato em si; opt. pres. = o fato permanente; possível) ƒAllƒ eà moÛ ti pÛyoio: tñ ken (’n) polç k¡rdion eàh. (Hom.) Ah, se tu pudesses crer em mim! Isso seria muito mais vantajoso! (opt. aor. = o ato em si; opt. pres. = idéia permanente) PÇw n mƒ Ždelf°w xeÜr perist¡laien n Como [seria] se a mão de minha irmã fizesse as obséquias! (opt. aor. = o ato em si) As denominações gramaticais mais uma vez não correspondem ao significado das formas. Num paralelismo: “Eu afirmo que irei.” // “Ele afirmou que viria.”. Não há o paralelo “futuro do presente” e “futuro do pretérito”; o que há no segundo elemento é o enfraquecimento da afirmação, uma afirmação de um terceiro que não se realizou. É um modo e não um tempo! Denominar “viria” futuro do pretérito é desconhecer o signi-

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ficado da forma verbal. A denominação tradicional de “condicional simples”, embora não perfeita porque nem sempre exprime uma condição, não é tão contraditória como “futuro do pretérito”. Seria preferível chamála de “possível”. Nas frases arroladas acima, o “futuro do pretérito” não apareceu nenhuma vez. E nem poderia aparecer! Em grego há tantos optativos quantos são os aspectos e vozes. Optativo presente: tema do infectum, inacabado Optativo futuro: tema do aoristo Optativo aoristo: tema do aoristo Optativo perfeito: tema do perfectum, acabado Por exprimir possibilidade, irrealidade presente e afirmação atenuada o optativo se serve de desinências secundárias, as mesmas do passado (imperfeito, aoristo narrativo e mais-que-perfeito). Não há idéia de tempo no optativo.

Imperativo É o modo do diálogo direto (segunda pessoa) e indireto (terceira pessoa - subjuntivo em português). Exprime a mensagem direta, o gancho do diálogo, o chamamento e também, subsidiariamente, a ordem. O imperativo tem desinências próprias, que se repetem em todos os aspectos. Ver p. 338-40. Em grego há tantos imperativos quantos são os aspectos e vozes: Imperativo presente: tema do infectum, inacabado); Imperativo aoristo: tema do aoristo) Imperativo perfeito: tema do perfectum, acabado Não há idéia de tempo no imperativo: só de aspecto. Não há imperativo futuro (impossibilidade semântica), e o imperativo perfeito ativo também é de um emprego muito raro.

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Apenas o imperativo ativo singular, o único autêntico e original, que se exprime pelo próprio tema verbal, como em latim e português, apresenta alguns problemas fonéticos. Læete tòn aÞxm‹lvton. Soltai o prisioneiro. [agora] (imp. pres. entrada na ação) „UmeÝw deÛjate ´ntina gnÅmhn ¦xete perÜ tÇn pragm‹tvn. (Lísias) Vós revelai que opinião tendes a respeito dos fatos. (imp. aor. o ato em si > pontual) Toçw m¢n yeoçw foboè toçw d¢ gon¡aw tÛma toÝw d¢ nñmoiw peÛyou. (Isócr.) Teme os deuses, honra os pais, obedece às leis [agora e sempre]. (imp. pres. ordem permanente) Žn‹gnvyi tòn nñmon lê a lei (imp. aor. o ato em si > pontual); p¡mcon tŒ ÷pla; ¤lyÆn lab¡; Entrega as armas! Vem e pega! l¡ge §teron nñmon (Lísias) [e agora] lê a outra lei [passa a ler: imp. pres.] SkopeÝte d¯ kaÜ logÛsasye toèto. (Dem.) Observai (imp. pres. entrai no ato ) então, e refleti isso (imp. aor. o ato em si). Boælou dƒ Žr¡skein psi m¯ sautÒ mñnon; Quere agradar a todos; não só a ti! (imp. pres. entrada no ato). A ordem negativa, proibição, também se exprime pelo imperativo (negação m®), diferentemente do português que usa sempre o subjuntivo exortativo. M¯ yorubeÝte; Parai esse barulho! [estão fazendo barulho: imp. pres.] M¯ peÛyesye toÝw Žnosivt‹toiw Tri‹konta; (Xen.) Não obedecei [obedeçais] a esses infames Trinta! (imp. pres. entrada no ato)

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MhdeÜw êmÇn prosdokhs‹tv llvw; (Plat.) Ninguém de vós prejulgue de outra maneira! (imp. aor. o ato em si) MhdeÜw nomis‹tv; (Xen.) Ninguém acredite! (imp. aor. o ato em si) MhdeÜw toèto leg¡tv; Ninguém diga [dirá] isso. (imp. pres. entrada no ato) O subjuntivo às vezes pode substituir o imperativo, sobretudo na proibição. Na verdade, passa a ser um pedido, uma súplica, que é uma antecipação, um eventual. SiÅpa; mhd¢n eàpúw n®pion; (Aristóf.) Cala-te! (imp. pres. entrada no ato). Não digas nenhuma bobagem! (subj. aor. pedido, o ato em si) MhdeÜw yaum‹sú; (Dem.) Ninguém se admire! (subj. aor. pedido, o ato em si) M¯ yorub®shte; Não façais barulho! (subj. aor. o ato em si) M® me Žpol¡shte ŽdÛkvw; (Lísias) Não me arruineis injustamente! (subj. aor. o ato em si) Algumas vezes, no enunciado de uma ordem ou exortação, o grego emprega o imperativo de alguns verbos como interjeição; àyi; (Þ¡nai - ir) : vai! ge - gete (gein - conduzir, levar) : vamos! (toca!) f¡re - f¡rete (f¡rein - portar, levar) : vamos! (em frente!) Essas formas são como interjeições introdutórias para ordem ou exortação. àyi; nèn parÛstasyon; (Aristóf.) Vamos lá! apresentem-se os dois! (imper. pres. entrada no ato) F¡re; ¤kpæyvmai; (Eur.) Vamos! que eu me informe! (imper. presente, mera chamada de atenção)

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Formas nominais do verbo O particípio 1) Definição É o verbo-adjetivo de uso intenso em grego. O fato de a idéia do verbo estar associada à forma e idéia nominal dá-lhe um significado mais concreto. Todos os aspectos e todas as vozes têm o seu particípio, contrariamente ao latim que só tem um particípio ativo (infectum) e o supino, que deu origem ao particípio perfeito passivo. Para nós há uma dificuldade inicial em entender o uso do particípio grego. É que em grego, por ser um adjetivo, o particípio se comporta como tal: assume o caso do substantivo de quem é adjunto ou predicativo e é triforme; isto é, tem uma forma para cada gênero. No latim e no português o particípio presente ativo é uniforme. Além disso, em português, por causa da invasão das formas do gerúndio na voz ativa, portanto sem gênero e sem número e com significado circunstancial (adverbial), é compreensível uma dificuldade de entendimento inicial. Esse significado circunstancial, adverbial decorre do significado do particípio “presente”, isto é, infectum, inacabado, do processo verbal no seu curso. É o significado do aspecto verbal. Mas, esse significado se deixa contaminar pela idéia de locativo-temporal e instrumental, pela idéia de extensão no tempo e no espaço, do locativo-temporal, e pela idéia de passagem do ato verbal pelo objeto inerte, do instrumental: Eu vejo o menino corrente = correndo = a correr No grego e no latim é um predicativo do objeto direto. Em português, semanticamente também é, mas gramaticalmente é um adjunto adverbial e formalmente é invariável na voz ativa. Já foi diferente: “Como se a não tivera merecida” (Camões). Por ser um adjetivo em sua forma, ou melhor, em suas formas, o particípio grego, quer ativo, quer médio, quer passivo, é triforme (masculino, feminino e neutro) e varia no singular e plural, concordando sempre com o substantivo em gênero, número e caso.

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Em português o particípio da voz ativa foi substituído pelo gerúndio, que é invariável. Só o particípio passivo varia: masculino e feminino, singular e plural. Assim5: õr˜w tòn ndra tr¡xonta õr˜w t¯n gunaÝka tr¡xousan õr˜w tò t¡knon tr¡xon õr˜w toçw ndraw tr¡xontaw õr˜w tŒw gunaÝkaw trexoæsaw õr˜w tŒ t¡kna tr¡xonta

: Vês o homem correndo (corrente) : Vês a mulher correndo (corrente) : Vês a criança correndo (corrente) : Vês os homens correndo (correntes) : Vês as mulheres correndo (correntes) : Vês as crianças correndo (correntes)

Do mesmo modo que, em grego, nas seis frases acima, o particípio, predicativo do objeto direto, variou e concordou em gênero, número e caso com o objeto direto, e, com as mesmas funções, ele permaneceu inalterado em português, assim também acontecerá quando o particípio estiver em função predicativa do sujeito (particípio conjunto, segundo as gramáticas): õ Žn¯r tr¡xvn ¦pesen

o homem correndo (corrente, enquanto corria) caiu ² gun¯ tr¡xousa ¦pesen a mulher correndo (corrente, enquanto corria) caiu tò t¡knon tr¡xon ¦pesen a criança correndo (corrente, enquanto corria) caiu oß ndrew tr¡xontew ¦peson os homens correndo (correntes, enquanto corriam) caíram aß gunaÝkew tr¡xousai ¦peson as mulheres correndo (correntes, enquanto corriam) caíram tŒ t¡kna tr¡xonta ¦peson as crianças correndo (correntes) caíram

Os dois quadros acima ilustram apenas as relações formais do particípio-adjetivo; neles o verbo empregado, tr¡xv - eu corro, é intransitivo.

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As frases a seguir são meras construções gramaticais; não são de autor nenhum. O leitor não deve esperar nelas nenhuma mensagem filosófica.

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Mas, como o próprio nome exprime, metox® - participação, o particípio é nome (adjetivo) quanto à forma, mas não perde sua natureza verbal e suas relações com o sujeito e complementos se mantêm intactas: ele pode ser ativo, médio e passivo. E, se é transitivo, continua a procurar ( aÞt¡v - eu busco) o seu complemento (termo do ato verbal). Por exemplo, na frase: pw nyrvpow ´detai tò fÇw õrÇn todo homem sente prazer vendo a luz. tò fÇw, a luz, é objeto direto de õrÇn, que está no particípio presente, nominativo masculino singular, porque é aposto do sujeito pw nyrvpow. Então, uma forma nominal do verbo (verbo adjetivo) é adjetivo em suas formas e verbo em seu significado e rexão.

2) Aspecto e tempo no particípio a) Generalidades: Em grego há tantos particípios quantos são os aspectos e vozes. Sobre cada tema podem ser construídos os particípios ativo, médio e passivo. O que os particípios têm de próprio é o aspecto, isto é o tempo interno do processo verbal: O particípio não tem tempo próprio, mas sim tempo relativo: • o construído sobre o tema do infectum (inacabado) marca simultaneidade com o verbo da principal; • o construído sobre o tema do aoristo marca anterioridade em relação ao verbo da principal, se é pontual, aoristo, ou posterioridade em relação ao verbo da principal, se depende de verbo de movimento e intenção (vontade); • o construído sobre o tema do perfectum (acabado) mantém seu significado próprio de ato acabado, terminado, sem nenhuma relatividade.

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b) Particípio presente: Sobre o tema do infectum (inacabado), construímos os particípios ativo, médio e passivo: mesmas desinências para médio e passivo; Voz ativo

Tema læ-o-nt-

Formas: m., f., n. lævn, læousa, lèon

médio

lu-o-meno-

luñmenow,h,on

passivo

lu-o-meno-

luñmenow,h,on (o mesmo da voz média)

Significado desligante-desligando, que desliga, que está desligando desligante-desligando para si, que desliga para si, que está desligando para si que está sendo desligado, que é desligado, desligado

Ver no quadro de flexão do particípio o comportamento dos temas em vogal (verbos em -mi). O particípio construído sobre o tema do infectum (inacabado) não exprime tempo absoluto, mas um tempo relativo: a simultaneidade de tempo com o verbo principal, qualquer que seja o tempo deste. Oék ¦sti m¯ nikÇsi svthrÛa. Não existe salvação para os que não vencem. [estão vencendo] KaÛper p‹nu ŽndreÝow Ên nikhy®sú Mesmo sendo [ainda que sejas] muito corajoso serás vencido. c) Particípio aoristo: Sobre o tema do aoristo, que serve também para o futuro, construímos os particípios ativo, médio e passivo do aoristo e do futuro: Voz Tema Formas: m. f. n. Significado aoristo ativo: lu-sa-nt- læsaw, læsasa, lèsan tendo desligado, que desligou médio: lu-sa-meno- lus‹menow,h,on tendo desligado para si, que desligou para si passivo: lu-yh-nt- > luyeÛw, luyeÝsa, luy¡n tendo sido desligado, que foi desluyentligado stal-h-nt staleÛw, staleÝsa, tendo sido enviado, que foi enviado stal¡n

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Voz Tema futuro: ativo: lu-s-ont-

Formas: m. f. n.

Significado

médio: lu-s-o-meno-

læsvn, læsousa, lèson lusñmenow,h,on

passivo: lu-yh-s-o-meno-

luyhsñmenow,h,on

havendo de desligar, que desligará havendo de desligar para si, que desligará para si havendo de ser desligado, que será desligado havendo de ser enviado, que será enviado

stal-h-s-o-meno- stalhsñmenow,h, on

O particípio construído sobre o tema do aoristo não exprime uma idéia de tempo absoluto, mas um tempo relativo, isto é, a anterioridade em relação ao verbo principal, qualquer que seja o tempo deste. O particípio construído sobre o tema do futuro não exprime uma idéia de tempo absoluto, mas um tempo relativo, isto é, a posterioridade em relação ao verbo principal, qualquer que seja o tempo deste. Via de regra o particípio futuro se encontra como complemento de verbos de movimento ou intenção, às vezes precedido de Éw (para), sempre com a idéia do eventual. d) Particípio perfeito: Sobre o tema do perfectum (acabado) construímos os particípios perfeitos ativo, médio e passivo (mesmas desinências para o médio e passivo): Voz ativo:

Tema le-lu-kot-

médio:

le-lu-meno-

passivo:

le-lu-meno-

Formas: m. f. n. lelukÅw, lelukuÝa, lelukñw lelum¡now, h, on

lelum¡now, h, on (o mesmo que o médio)

Significado que terminou o ato de desligar, que desligou que terminou o ato de desligar para si, que acabou de desligar para si que foi e está desligado, desligado

O particípio construído sobre o tema do perfeito exprime o ato acabado, terminado (idéia de aspecto e não de tempo).

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3) Concordância do particípio O particípio grego é um adjetivo; não podemos nos esquecer disso nunca. Por isso, salvo em situações em que está substantivado, concorda com o referente (substantivo ou equivalente). O elenco abaixo, com todos os usos do particípio, permitirá ao leitor constatar a veracidade dessa afirmação. As traduções que daremos serão quase sempre lineares, visando sempre à relação significante-significado. O fato de estarem fora do uso atual não impedirá o aluno de entendê-las e substituí-las por construções equivalentes atuais. Não levaremos em conta também o enquadramento das orações com particípio ou gerúndio nas diversas categorias da sintaxe tradicional, por entendermos que elas, as reduzidas de particípio ou gerúndio, valem por si mesmas. A sintaxe (=coordenação) delas é interessante mas não essencial. Se tivermos sempre presente na memória o que foi exposto sobre o significado linear dos particípios e se observarmos a concordância deles com os nomes a que se referem, não teremos grandes dificuldades em assimilar a “sintaxe do particípio”. O uso do particípio grego corresponde, grosso modo, às orações reduzidas de gerúndio no presente (voz ativa e passiva = amando / sendo amado) e reduzidas de particípio no passado (voz ativa e passiva = tendo amado / tendo sido amado) em português. A diferença (e daí a dificuldade) está em que, em português, o gerúndio é invariável na voz ativa e variável na voz passiva, e, em grego, o particípio, quer ativo, médio ou passivo é um adjetivo e por isso concorda com o seu referente (sujeito ou complemento), numa espécie de aposição (por vir em geral depois). No caso de omissão do sujeito em grego, o gênero e número são identificados pelas formas do particípio, que têm os três gêneros em todas as vozes e aspectos. pw nyrvpow ´detai tò fÇw õrÇn todo homem sente prazer vendo [ao ver] a luz (p. pres. aposto do sujeito masculino)

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ChfÛsasye tòn pñlemon m¯ fobhy¡ntew tò aétÛka deinñn. (Tuc.) Votai a guerra, não tendo temido o perigo imediato [não temei e votai; votai sem temer]. (p. aor. aposto do sujeito do verbo: vós, sujeito masculino) ‡Hn eérey»w ¤w t®nde m¯ dÛkaiow Ên. (Sóf.) Se fores encontrado não sendo justo para esta. (p. pres. aposto do sujeito: tu, masc.) P‹reimi õplÛtaw ¦xvn ¥katñn. (Xen.) Eu me apresento tendo 100 hoplitas [com 100 hoplitas]. (p. pres aposto do sujeito: eu, masc.) Deipn®santew Žpelaænete. (Xen.) Tendo jantado, parti. [Parti depois de jantar.] (part. aor. aposto do sujeito: vós, masc.) Oék ’n dænaio m¯ kamÆn eédaimoneÝn. (Eur). Tu não poderias não tendo trabalhado [sem penar] ser feliz. (part. pres. aposto do sujeito: tu, masc.) Sun¡lyomen ôcñmenoi. Nós nos reunimos para ver. [havendo de ver] (part. fut. aposto do sujeito: nós, masc.) eäpe gel‹saw Ele riu e disse. [tendo rido] ele disse (p. aor.suj. masc. sing.) ¦tuxen ¤lyÅn tendo vindo por acaso, [por acaso ele veio] (p. aor. suj. masc. sing) ¦layen ¤lyÅn passou desapercebido tendo chegado [chegou sem ser percebido] (p. aor. suj. masc. sing.) Lúzñmenoi zÇsin. (Xen.) Eles vivem [saqueando] saqueantes. [Vivem de saque]. (p. pres. suj. masc. pl.) ƒElaænvn Õxeto. Ele partiu cavalgando. (part. pres. suj. masc. sing.)

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ƒEm‹xonto ‘ma poreuñmenoi. (Xen.) Eles combatiam marchando [enquanto marchavam]. (part. pres. suj. masc. pl.) Eéyçw meir‹kion Ên... Desde a adolescência [imediatamente em sendo adolescente] (part. pres. suj. masc. sing.) ƒApeÛxonto kerdÇn aÞsxrŒ nomÛzontew eänai. (Xen.) Eles se abstinham de lucro, julgando ser vergonhoso [porque julgavam]. (part. pres. suj. masc. pl.) „Ww Žphllagm¡noi tÇn kakÇn ²d¡vw ¤koim®yhsan. (Xen.) Porque estavam afastados [tinham sido afastados] dos perigos, repousaram com prazer. (part. perf. passivo suj. masc. pl.) ƒWrxoènto Ësper lloiw ¤pideiknæmenoi. (Xen.) Eles dançavam como se oferecendo em espetáculo aos outros. (part. pres. suj. masc. pl.) OàetaÛ ti eÞd¡nai oék eÞdÅw. (Plat.) Ele crê que sabe algo [mesmo] não sabendo. (part. perf. suj. masc. sing.) Sullamb‹nei Kèron Éw ŽpoktenÇn. (Xen.) Ele prende Ciro para matá-lo. [havendo de matar] (part. fut. suj. masc. sing.) T¯n pñlin labÆn ¤sælhse. Tendo tomado a cidade, ele saqueou. [Ele tomou e saqueou.] (part. aor. masc. sing.) O particípio em função de aposto ou de predicativo concorda com o referente em qualquer caso, mesmo se o referente está implícito. Toèton oédeÜw xaÛrvn Ždik®sei. (Plat.) Esse aí ninguém maltratará de alegre [alegrando-se] (part. pres. suj. masc. sing.) ƒEpÜ xÛoni pesoæsú sobre a neve que caiu [tendo caído] (part. aor. - pred. do locativo)

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MetŒ Surakoæsaw oÞkisyeÛsaw (Tuc.) Depois de Siracusa tendo sido fundada. [depois da fundação de] (part. aor. pas. pred. do acus.) Prò ²lÛou dænontow. Diante do sol que se punha [pondo-se] (part. pres. pred. do gen.). †Ama ²lÛÄ Žnat¡llonti Junto com o sol se levantando (part. pres. pred. do dat.) Oék ¦sti toÝw m¯ nikÇsi svthrÛa. (Xen.) Não há salvação aos que não vencem [que não estão vencendo] (part. pres. masc. pl. pred. do dat. referente implícito) DuoÝn kakoÝn oédeÜw tò meÝzon aßreÝtai ¤jòn tò ¦latton. (Plat.) De dois males ninguém escolhe o maior, sendo possível [escolher] o menor. (part. pres. predicativo do sujeito oracional) OéxÜ ¤sÅsam¡n se oåñn te øn kaÜ dunatñn. (Plat.) Nós nem mesmo te salvamos [isso] sendo viável e sendo possível. (part. pres. predicativo do sujeito oracional) †Hdesye...Éw periesom¡nouw ²mw tÇn „Ell®nvn. (Her.) Vós sentis prazer... em nós havendo de dominar os gregos. (part. fut. predicativo do objeto direto) Oß k‹mnontew stratiÇtai ¤koim®yhsan. (Xen.) Os soldados que estavam cansados [estando cansados] deitaram-se (part. pres. adj. adn.) Tòn ßeròn kaloæmenon pñlemon. (Tuc.) A guerra que chamam santa. [que está sendo chamada] (part. pres. pas. - adj. adn.) „O kateilhfÆw kÛndunow t¯n pñlin. (Dem.) O perigo que surpreendeu [terminou o ato de] a cidade. (part. perf. adj. adn.) Aß prò toè stñmatow n°ew naumaxoèsai. (Tuc.) Os navios que estavam combatendo diante da entrada [do porto]. (part. pres. adj. adn.)

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² ônomazom¡nh ŽndreÛa a chamada [que chamamos, que está sendo chamada, que costumam chamar] coragem (part. pres. pass. adj. adn.) ² nèn kaloum¡nh „Ell‹w a chamada agora Grécia [que chamamos] (part. pres. pass. adj. adn.) ² MÛdou kaloum¡nh kr®nh a fonte chamada [que chamamos, costumamos chamar] de Midas. (part. pres. pass. adj. adn.) oß strathgoÜ oß oék Žnelñmenoi toçw ¤k naumaxÛaw nekroçw ¤krÛyhsan Os comandantes que não recolheram [os não tendo recolhido] os cadáveres da batalha naval foram julgados. (part. aor. substantivado, aposto do sujeito) pñliw eéreÛaw guiŒw ¦xousa uma cidade que tem [tendo] ruas largas (part. pres. apost do suj.) MetŒ taèta Žfiknoèntai Žgg¡llontew. (Isócr.) Depois disso chegam pessoas anunciando [anunciantes] (part. pres. apost. do suj.) m¡mnhso nyrvpow Ên lembra-te que és homem, [seres humano; sendo homem] (part. pres. pred. do sujeito) oß pleÝstoi oék aÞsy‹nontai diamart‹nontew a maioria não percebe que se engana [que está se enganando, falhando] (part. pres. pred. do sujeito) Pl¡omen ¤pÜ pollŒw naèw kekthm¡nouw. (Xen.) Nós navegamos contra possuidores [que adquiriram] de muitas naus. (part. perf. subst. compl. preposicionado; acus. de direção) mhd¡pote metem¡lhs¡ moi sig®santi, fyegjam¡nÄ d¢ poll‹kiw (Plat.) jamais eu me arrependi de ter ficado quieto, mas freqüentemente de ter falado [arrependeu-me (latim: paenituit me) tendo silenciado.. tendo falado] (part. aor. pred. do dat.)

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gnÇte ŽnagkaÝon øn êmÝn Žndr‹sin ŽgayoÝw gÛgnesyai (Tuc.) sabei que vos é necessário tornar-vos homens de bem [sendo-vos necessário] (part. pres. pred. do obj. dir. oracional) ¤mautÒ sænoida oéd¢n ¤pistam¡nÄ eu sei comigo mesmo não saber nada [não sabendo nada] (part. perf. apost. de dat. comitativo) ¥autòn oédeÜw õmologeÝ kakoèrgow Ên [kakoèrgon önta] ninguém concorda [confessa] que é malfeitor [sendo ele malfeitor] (part. pres. apost. do suj: Ên ; pred. do obj. dir.: önta) diat¡lei me ŽgapÇn ele continua a me amar [amando-me] (part. pres. apost. do suj) paæsate tòn ndra êbrÛzonta fazei cessar a insolência desse homem [sendo insolente, cometendo insolência] (part. pres. pred. do obj. dir.) m¯ k‹múw fÛlon ndra eéergetÇn não te canses de fazer o bem a um homem amigo [fazendo o bem] (part. pres. pred. do suj.)

O particípio, por ser adjetivo, pode ser substantivado (particípio com artigo) qualquer que seja seu aspecto ou voz.Tem gênero e número próprios, e assume os casos das funções que tem na frase. Nesses casos ou se traduz por uma oração relativa adjetiva: -õ l¡gvn - o que está falando, o falante, (p. pres.); ou por um substantivo, caso exista: o orador (de momento). oß rxontew: os que estão no poder, no comando, ou os arcontes, os governantes. (também em português se deu a substantivação do particípio!) eÞsÜn oß oÞñmenoi há [existem] os que crêem [os crentes] (p. pres.) tÛw ’n pñliw êpò m¯ peiyom¡nvn loÛh; que cidade poderia ser tomada por não obedientes! [que não obedecem!] (sem artigo por ser indeterminado). (p. pres.)

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tò sumf¡ron: o que traz proveito, o juro, o lucro (p. pres.) tò pros°kon: o que convém - o conveniente, o dever (p. pres.) oß ¤rgasñmenoi: os que vão trabalhar, cultivar, os havendo de trabalhar (p. fut.) „O mhd¢n eÞdÆw oéd¢n mart‹nei. O que sabe nada [o ignorante] em nada se engana. (part. perf. estado atual, resultante) Oß grac‹menoi tòn Svkr‹thn: Os acusadores de Sócrates [os que acusaram]. (p. aor. anterioridade) „O tuxÅn: O que apareceu; o que [por acaso] chegou. (part. aor.) oß pros®kontew: os “com-venientes”, os chegados, os parentes (part. pres.) tò m¡llon: o que está para, o por vir [porvir] (part. pres.) tŒ m¡llonta: as coisas que estão para vir, o futuro (part. pres.) Pw õ boulñmenow: todo o que quer [que está querendo] (part. pres.) ƒEn°san ¤n t» xÅr& oß ¤rgasñmenoi. (Xen.) Havia no país os que haveriam de cultivar [os futuros cultivadores; os havendo de cultivar]. (part. fut. sujeito) Oédƒ õ kvlæsvn par°n. (Sóf.) Nem mesmo estava presente o que haveria [o havendo de] de impedir. (part. fut. sujeito.) Diƒ ¤ndeÛan toè yerapeæsontow. (Isócr.) Por carência de quem haveria [do havendo de] de tratar. (part. fut. comp. nom.) „H pñliw ¦rhmow ·n tÇn Žmunoum¡nvn. (Xen.) A cidade estava carente de defensores [dos havendo de defender, que haveriam de defender]. (part. fut. comp. nom.)

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4) Funções do particípio Ele pode ter todas as funções do adjetivo e do nome, como já vimos. Nos exemplos acima vimo-lo como substantivo nas funções de sujeito e objeto e como adjetivo nas funções de aposto (conjunto), adjunto adnominal, predicativo do sujeito e predicativo do objeto direto. São notáveis certas construções que, em português, usam o infinitivo com preposição (em ou de) ou gerúndio do verbo complemento, e, em grego, exprimem a mesma idéia pelo particípio em função predicativa ou apositiva. a) Particípio nas orações completivas Há um grande número de verbos neste caso, sobretudo os que significam: maneira de ser, determinada ou indeterminada estar no começo ou no fim cessar estar cansado de fazer bem ou mal a ser superior ou inferior em sentir alegria, tristeza, vergonha em ou de. É na verdade uma função predicativa. O uso do particípio em lugar do infinitivo se explica porque o particípio exprime o ato verbal de maneira concreta e delimitada; o infinitivo tem um significado aberto e indefinido. Em português, encontramos o gerúndio ou o infinitivo preposicionado. Principais verbos que exprimem: • maneira de ser, estado di‹gv diagÛgnomai diatelÇ(e) d°low, fanerñw eÞmi lany‹nv tugx‹nv faÛnomai fy‹nv

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eu eu eu eu eu eu eu eu

permaneço (fazendo) fico continuamente (fazendo) chego ao fim (fazendo) sou evidente (fazendo) passo desapercebido (fazendo) me encontro por acaso (fazendo) me manifesto, apareço (fazendo) me antecipo (fazendo)

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„EptŒ ²m¡raw p‹saw maxñmenoi diet¡lesan Eles passaram todos os sete dias combatendo [combatentes; a combater]. (part. pres.) ToÝw summ‹xoiw pistoÜ öntew diam¡nomen. Nós permanecemos [sendo] fiéis aos aliados. (part. pres.) diatelÇ eënoian ¦xvn êmÝn Eu continuo tendo [a ter] benevolência para convosco (part. pres.) pñlemon ¦xvn di‹gei (tòn bÛon) õ tærannow O tirano passa a vida tendo guerra [fazendo, a fazer] (part. pres.) …Efyhsan toçw Persaw Žfikñmenoi eÞw t¯n pñlin Eles se anteciparam aos Persas chegando à cidade [tendo chegado: part. aor.] Fy‹ne toçw fÛlouw eéergetÇn Antecipa beneficiando os amigos. [sê o primeiro a beneficiar] (part. pres.) Oék ’n fy‹noiw l¡gvn. Tu não te anteciparias em falar [falando, já não seria sem tempo de falares] (part. pres.) Oék ¦fyasan t¯n Žrx¯n katasxñntew kaÜ YhbaÛoiw eéyçw ¤peboæleusan. Eles não se anteciparam tendo tomado o poder e imediatamente conspiraram com os Tebanos [apenas tomaram o poder] (part. aor.) …Elayen ²mw Žpodr‹w Ele passou desapercebido de nós tendo escapado. [ele escapou sem que nós tivéssemos percebido] (part. aor.) ƒEl‹nyanon aêtoçw ¤pÜ tÒ lñfÄ genñmenoi Eles passavam desapercebidos deles mesmos chegando ao topo da colina. [eles chegavam ao topo da colina sem perceber] (part. aor.) …Etuxen ²mÇn ² ful¯ prutaneæousa. Aconteceu [por acaso] a nossa tribo estar exercendo a função de prítane. [por acaso nossa tribo exercia a função de prítane] (part. pres.)

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TÛw ¦tuxe paragenñmenow; Quem encontrou-se por acaso tendo estado presente? [quem por acaso esteve presente?] (part. aor.) ˆO m¡n ¤sti faneròw ¤kbŒw ¤k toè ploÛou kaÜ oék eÞsbŒw p‹lin. É evidente ele tendo saído da embarcação e não tendo entrado de novo. [É manifesto que ele saiu da embarcação e não entrou de novo] (part. aor.) ¤oÛkate turannÛsi mlon µ politeÛaiw ²dñmenoi Vós pareceis tendo prazer mais com tiranias do que com governos populares (part. pres.) toèto tò str‹teuma ¤l‹nyane trefñmenon esse exército passava desapercebido sendo sustentado. [esse exército era sustentado secretamente] (part.pres.) Ùnto ŽfaneÝw eänai Žpiñntew Eles acreditavam estar invisíveis saindo (part. pres.) Douleævn sautòn l¡lhyaw Tu passas desapercebido de ti mesmo sendo escravo [tu és escravo sem perceberes] (part. pres.) • começar, sofrer, cansar-se de (processo da ação) Žn¡xomai eu agüento, eu suporto (fazendo) Žpagoreæv eu desisto de (fazendo) rxomai eu começo a (fazendo) k‹mnv eu me canso de, eu cesso (fazendo) paæomai, l®gv eu paro, eu cesso de (fazendo) Oëpote ¤pauñmhn êmw oÞktÛrvn. Eu não parava de vos lamentar. [lamentando] (part. pres.) M¯ k‹mnúw fÛlon ndra eéergetÇn Não cesses de fazer o bem a um amigo querido [fazendo o bem]. (part. pres.) Paæsomai toçw ¤xyroçw gelÇntaw. Eu farei os adversários pararem de rir. [rindo] (part. pres.)

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oß ƒAyhnaÝoi ¤m¢ êp°rjan dika poioèntew Os atenienses começaram primeiro fazendo-me injustiça (part. pres.) ƒHrxñmeya dialegñmenoi. Começávamos a dialogar [dialogantes] (part. pres.) oß Lakedaimñnioi oék ¤paæsanto tŒw pñleiw kakÇw poioèntew Os lacedemônios não pararam de prejudicar [prejudicando] as cidades. (part. pres.) „H pñliw oéd¡pote ¤kleÛpei toçw teleut®santaw timÇsa A cidade nunca deixa de honrar [honrando] os finados (part. pres.)

• verbos com sentido de estar certo ou errado, fazer o bem ou o mal, ser superior ou inferior a aÞdoèmai (e) aÞsxænomai ŽdikÇ(e) ŽganaktÇ(a) ŽgapÇ(a) mart‹nv xyomai ´domai ²ttÇmai(a) kakÇw poiÇ(e) kalÇw (eï) poiÇ(e) karterÇ (e) kratÇ(e) leÛpomai lupoèmai (e) nikÇ(a) st¡rgv xalepÇw f¡rv xaÛrv

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eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu

tenho pudor em (fazendo) sinto vergonha, pudor em sou injusto em (fazendo) me irrito, acho ruim gosto (de fazer) fazendo ajo mal, eu falho, peco em me indigno, acho ruim tenho prazer em (fazendo) sou inferior em faço (ajo) mal em (fazendo) faço (ajo) bem em (fazendo) agüento, suporto (fazendo) domino em (fazendo) fico para trás em me aflijo em (fazendo) venço em (fazendo) gosto (de fazer) fazendo suporto mal (fazendo) me alegro em (fazendo)

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ƒAdikeÝte pol¡mou rxontew kaÜ spondŒw læontew Vós agis mal [sois injustos] ao começar a guerra e romper os tratados [começando e rompendo entrada no ato verbal] †Hdomai Žkoævn sou fronÛmouw lñgouw. Sinto prazer ouvindo palavras sábias de ti (simultâneo) diŒ tÛ metƒ ¤moè xaÛrousÛ tinew diatrÛbontew; ÷ti xaÛrousi ¤jetazom¡noiw toÝw oÞom¡noiw eänai sofoÝw. Por que alguns se alegram entretendo-se comigo? porque se alegram em pesquisar [pesquisando] com os que são considerados sábios. pw Žn¯r ´detai tò fÇw õrÇn todo homem sente prazer vendo a luz (simultâneo) õ d¢ fresÜ t¡rpetƒ Žkoævn (Hom.) ele se alegrava na mente ouvindo [ao ouvir, em ouvir, em ouvindo, enquanto ouvia] kalÇw ¤poÛhsaw proeipÅn fizeste bem tendo falado antes [em falar antes, em ter falado antes] kreÛssvn ·sya mhk¡tƒ Ìn µ zÇn tuflñw tu eras melhor não mais existindo do que vivendo cego [se não mais existisses do que se vivesses cego] ¤moÜ xarÛzou Žpokrinñmenow sê-me agradável respondendo-me [em responder] karterÇ Žkoævn eu agüento escutando [escuto pacientemente] aÞsxænomai toèto l¡gvn eu sinto vergonha dizendo isso

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b) Particípio predicativo de sujeito oracional Podemos incluir nessa construção de “particípio conjunto” aquilo que as gramáticas denominam de “acusativo absoluto”: na verdade são sujeitos oracionais em que o particípio aparece como predicativo do sujeito - neutro, naturalmente. A confusão se originou disto: o nominativo do particípio neutro é igual ao acusativo. Vejamos os exemplos: ¤jòn eÞr®nhn gein oédeÜw pñlemon aßr®setai. sendo permitido conduzir a paz, ninguém escolherá a guerra. ¤jñn é nominativo neutro, predicativo do sujeito que é a frase toda. DuoÝn kakoÝn oédeÜw tò meÝzon aßreÝtai, ¤jòn tò ¦latton (Plat.) De dois males [entre dois males] ninguém escolhe o maior, sendo permitido [escolher] o menor. (duoÝn kakoÝn é um dual) poll‹kiw ¤jòn êmÝn pleonektèsai oék ±yel®sate muitas vezes sendo-vos possível ficar grandes, não quisestes. oß Surakoæsioi kraug» oék ôlÛgú ¤xrÇnto Ždænaton øn ¤n nuktÜ llÄ tÄ shm°nai (Plat.) os Siracusanos se serviam de não pouco alarido, sendo impossível fazer sinais durante a noite com um outro meio. oéd¢ dÛkaiñn moi dokeÝw ¤pixeireÝn prgma, sautòn prodoènai, ¤jòn svy°nai Não me pareces estar fazendo um negócio justo ao te entregares, sendo possível ser salvo. oéxÜ ¤sÅsam¡n se oåñn te øn kaÜ dunatñn (Plat.) Nós não te salvamos, mesmo sendo viável e possível. d°lon gŒr ÷ti oäsya toèto, m¡lon g¡ soi Pois é evidente que tu sabes isso, sendo tua preocupação. eÞrhm¡non dƒaétaÝw Žpantn, ¤ny‹di eìdousi koéx ´kousin (Aristóf.) (mesmo) estando dada a ordem de as mulheres se reunirem, elas estão dormindo e não vêm.

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sundñjan tÒ patrÜ kaÜ t» mhtrÜ gameÝ t¯n Kuaj‹rou yugat¡ra tendo parecido bem igualmente ao pai e à mãe, [Ciro] casa-se com a filha de Ciáxares (part. aor. neutro, pred. do suj.). São bastante freqüentes essas construções de particípio neutro com função predicativa. As mais comuns são as seguintes: aÞsxròn ön ŽnagkaÝon ön dedogm¡non dokÇ(e) dñjan dokÇ(e) dokoèn dunatñn/Ždænaton ön d¡on (d¡v) eÞrhm¡non ¤nñn (¦neimi), parñn (p‹reimi) kalÇw parasxÅn legñmenon metam¡lon m¡lon (m¡lomai) par¡xon (par¡xv) pr¡pon (pr¡pv) pros°kon (pros®kv) prostaxy¡n (prost‹ttv)

sendo feio, vergonhoso sendo inevitável, forçoso tendo-se chegado à conclusão tendo parecido (bem) parecendo bem sendo possível/impossível sendo necessário, preciso tendo sido dito, está dito sendo possível, permitido tendo sido oportuno sendo dito, correndo o boato de que havendo arrependimento de havendo o cuidado sendo oportuno sendo decente sendo conveniente tendo sido estabelecido

Em todas essas construções, que correspondem às reduzidas de gerúndio ou de particípio em português, quer na voz ativa, média ou passiva, basta traduzirmos os particípios em seu verdadeiro sentido e teremos o significado claro. Todos os particípios gregos são adjetivos e concordam com o sujeito, de quem são aposto e com os objetos de que são predicativos, em gênero, número e caso. Esse “particípio conjunto” (= predicativo ou do sujeito da principal ou do sujeito/objeto da subordinada completiva) pode ser visto também em uma série de orações subordinadas, complementos de verbos que exprimem percepção pelos sentidos ou pela mente:

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ŽgnoÇ(e) Žkoæv lÛskomai aÞsy‹nomai (Žpo)faÛnv gignÅskv deÛknumi dhlÇ(o) (¤j)agg¡llv ¤jel¡gxv eêrÛskv ¤pilany‹nomai ¤pÛstamai, oäda katalamb‹nv lamb‹nv many‹nv m¡mnhmai jænoida ¤mautÒ õrÇ(a) periorÇ(a) puny‹nomai sunÛhmi

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eu ignoro, eu desconheço (que) eu ouço (que) eu me convenço (sou cooptado) eu percebo, eu sinto eu revelo, anuncio eu tomo conhecimento eu mostro, demonstro (que) eu mostro, eu revelo eu anuncio, denuncio eu convenço, eu provo eu acho, encontro eu esqueço de (que) eu sei (que) eu compreendo, depreendo, percebo eu “pego”, percebo, entendo eu entendo (que) eu me lembro, estou lembrado tenho consciência que (sei comigo mesmo que) eu vejo (que) eu deixo passar eu venho a saber, eu me informo eu entendo, eu percebo

A lista não é exaustiva, mas contém a maioria dos verbos de percepção pelos sentidos ou pela inteligência. A expressão do objeto direto (ou indireto) desses verbos pelo particípio (geralmente predicativo do objeto direto) deve ser entendida a partir do significado deles e do tipo de ação que eles exercem sobre o objeto: o campo da percepção é limitado e dinâmico e só uma forma verbal ao mesmo tempo processante e nominal, limitada e dinâmica, pode exprimir essa relação. Daí o uso necessário do particípio. Contudo, quando o objeto de alguns desses verbos não é fechado, circunscrito, com verbos de ligação, que acrescentam idéia de qualidade ou estado, esse objeto, ou oração objetiva é expresso por um infinitivo, com o sujeito dele no acusativo. Veremos nos exemplos que seguem:

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Éw eädon aétoçw pel‹zontaw, oß leúlatoèntew eéyçw Žf¡ntew tŒ xr®mata ¦feugon Assim que os viram se aproximando [aproximantes, que se aproximavam] os saqueadores rapidamente, jogando [tendo jogado] os objetos, fugiram. Xersñnhson kat¡maye pñleiw §ndeka µ dÅdeka ¦xousan Ele veio a saber que Quersoneso tinha onze ou doze cidades ³kous‹ pote Svkr‹touw perÜ fÛlvn dialegom¡nou Ouvi certa vez Sócrates discutindo sobre amigos. ³kouse Kèron ¤n XilikÛ& önta Ouviu que Ciro estava na Cilícia. ¤peidŒn aÞsy‹nhsye ¤moè ¤pitiyem¡nou toÝw tò d¡jion k¡raw tñte kaÜ êmeÝw kayƒêmw ¤pixeireÝte. Quando perceberdes que eu estou fazendo carga sobre os da ala direita, então, também vós, por vós mesmos, tomai iniciativa. pesñnta BrasÛdan oß m¢n ƒAyhnaÝoi oék aÞsy‹nontai oß d¢ plhsÛon rantew Žp®negkan Os atenienses não percebem que Brásidas caiu [tendo caído Brásidas], mas os que estavam perto tendo-o levantado levaram-no. toÝw ¤pixeir®masin ¥Årvn oé katoryoèntew kaÜ toçw stratiÇtaw Žxyom¡nouw t» mon», (Tucid.) [Os atenienses] viam não prosperantes com as iniciativas e os soldados aborrecidos com a demora. Žmfñterƒ oïn oäde kaÜ aêtòn êmÝn ¤pibouleænta kaÜ êmw aÞsyanom¡nouw. (Dem.) Ele sabe as duas coisas: que ele próprio está conspirando contra vós e que vós estais percebendo. ¤mautÒ gŒr sun»dein oéd¢n ¤pistam¡nÄ (Plat.) Pois eu sabia em minha consciência [era ciente] que nada sabia [nada sabendo]. ¤gÆ oëte m¡ga oëte smikròn jænoida ¤mautÒ sofòw Ên (Plat.) Por mim, eu sabia comigo mesmo que eu nem em pouco nem em grande [coisa] era sábio [sendo].

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¤keÝnoi junÛsasi Mel®tÄ m¢n ceudom¡nÄ ¤moÜ d¢ Žlhyeæonti (Plat.) Esses aí têm consciência com Meletos que ele está mentindo e comigo que estou dizendo a verdade. mas, Žkoæv eänai ¤n tÒ strateæmati ²mÇn „RodÛouw Ouço existirem ródios em nosso exército.

c) Genitivo absoluto Há ainda algumas construções de orações reduzidas de gerúndio ou de particípio, em que a oração participial ou gerundiva está isolada (ab-soluta) da oração principal por ter um sujeito diferente, solto, à parte, ab-soluto. De fato, são dois assuntos diferentes, dois sujeitos independentes, embora semanticamente interligados. A denominação “absoluto” é de cunho formalista; registra apenas a ausência do conetivo. Essa separação, essa independência, essa soltura, quando expressa por uma oração reduzida de particípio é chamada pelos gramáticos de “genitivo absoluto”, isto é, solto, desligado em grego, e “ablativo absoluto” em latim. Nesses casos o grego e o latim têm um tratamento especial: pelo fato de as orações subordinadas (participiais ou gerundivas) estarem distantes, separadas (ab-solutas) da oração principal, o grego põe o particípio e seu agente (na voz ativa e média), ou seu paciente (na voz passiva) no genitivo, e o latim põe o particípio ou gerúndio no ablativo (genitivo e ablativo, repectivamente, sendo os casos de separação “ab-solutos”). ƒEpi Kærou basileæontow. Em Ciro reinando [reinante, enquanto reinava, durante o reinado]. (part. pres. aposto) ¼syñmhn aétÇn oÞom¡nvn eänai sofvt‹tvn (Plat.) Eu percebia que eles acreditavam [eles acreditando] ser os mais sábios [que eram muito sábios] (part. pres.)

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Diabebhkñtow ³dh Perikl¡ouw ¤w Eëboian ±gg¡lyh aétÒ ÷ti M¡gara Žf¡sthken. (Tuc.) Tendo já Péricles atravessado para a Eubéia, foi-lhe anunciado que Megara estava separada (distante). xalepòn ÷ron ¤piyeÝnai taÝw ¤piyumÛaiw êphretoæshw ¤jousÛaw É difícil pôr um limite às paixões havendo excesso de riqueza [existindo recursos, possibilidade]. oék ’n ·lyon deèro êmÇn m¯ keleus‹ntvn eu não teria vindo aqui se vós não tivésseis ordenado [vós não tendo ordenado]. Kèrow Žn¡bh ¤pÜ tŒ örh oédenòw kvlæontow (Xen.) Ciro chegou ao topo da colina sem que ninguém o impedisse [ninguém o impedindo]. tÇn svm‹tvn yhlunom¡nvn kaÜ aß cuxaÜ polç Žrrvstñterai gÛgnontai (Xen.) Os corpos efeminando-se também as almas se tornam muito mais fracas. Éw ²dç tò z°n m¯ fyonoæshw t°w tæxhw como é agradável viver quando a Fortuna não tem inveja! [a Fortuna não tendo inveja] shmany¡ntvn ÷ti pol¡mioÛ eÞsin ¤n t» xÅr&, ¤jebo®yei. (Xen.) Tendo sido dados indícios de que os inimigos estavam [estão] no país, partiu em socorro. Prospesñntow ußòn gegon¡nai tÒ basileÝ. (Plat.) Tendo caído [a notícia] de ter nascido um filho ao rei. ¤j°n soi ¥koæshw t°w pñlevw toèto poi°sai (Plat.) Era [te] possível, a cidade estando conivente, fazer isso. Kærou basileæontow oß P¡rsai ¤kurÛeusan tÇn M®dvn Ciro reinante [durante o reinado de Ciro], os Persas dominaram os Medos.

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Druòw pesoæshw pw Žn¯r juleæetai O carvalho tendo caído [caído o carvalho, depois que o carvalho caiu] qualquer homem faz lenha. toætvn Žnagignvskom¡nvn pros¡xete tòn noèn essas coisas sendo lidas - enquanto são lidas! - prestai atenção. Perikl¡ouw ²goum¡nou pollŒ kaÜ kalŒ ¦rga ŽpedeÛjanto oß ƒAyhnaÝoi Péricles dirigente [sob a direção de, no governo de Péricles], os Atenienses produziram muitas e belas obras. g¡noitƒ ’n pn yeoè texnvm¡nou A divindade dando condições, tudo poderia acontecer. ŽpopleÝ oÞk‹de kaÛper m¡sou xeimÇnow Ele embarca para casa, mesmo sendo pleno [no meio do] inverno. oé deÝ ŽyumeÝn Éw oék eét‹ktvn öntvn ƒAyhnaÛvn Não é preciso perder ânimo como os Atenienses não estando bem organizados. ¤gÆ toætouw eárhka lñgouw oéx Éw oédemiw llhw ¤noæshw ¤n toÝw pr‹gmasi svthrÛaw ŽllŒ boulñmenow (Isócr.) Eu pronunciei esses discursos não (por) não havendo na situação presente nenhuma outra salvação, mas porque eu queria [querendo]. polloÛ kat¡bhsan kaÜ ‘te yevm¡nvn tÇn ¥taÛrvn poll¯ filoneikÛa ¤gÛgneto Muitos desceram [à arena] e [porque] os companheiros estando assistindo, originou-se uma grande emulação.

d) O particípio com conetivo Como em português, em que as reduzidas de gerúndio e particípio podem ser modificadas por uma conjunção que explicita o conteúdo da subordinada, assim também, em grego, o particípio pode vir modificado por uma conjunção que faz lembrar o modo que seria empregado se a oração permanecesse conjuncional.

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• a idéia de causa (causal) conjunções: ‘te, oåon, oåa d®, (causa real, objetiva) Éw, (causa subjetiva, pessoal) Ësper (lat. quod). A conjunção nem sempre é expressa. sunetòw pefukÆw feège t¯n panourgÛan Tendo nascido inteligente, evita a malvadeza [porque nasceste inteligente, inteligente de nascença] (p. perf.) Kèrow, ‘te paÝw Ìn kaÜ filñkalow kaÜ filñtimow, ´deto t» stol». (Xen.) Ciro, sendo criança e amante de belas coisas e de honras, compraziase com roupas [porque era] (p. pres.: simultaneidade com ação do verbo principal) Éw oïn Žphllagm¡noi tÇn kakÇn ²d¡vw ¤koim®yhsan (Xen.) Como se livrados de todos os males eles adormeceram com prazer [porque, como se] (p. perf. pas.: resultado da ação) †Ate ¤jaÛfnhw ¤pipesñntew pollŒ Žndr‹poda ¦labon Tendo-se precipitado [caído em cima] de repente, fizeram muitos prisioneiros. [porque se precipitaram] (p. aor.: anterioridade)

• a idéia de tempo (temporal) conjunções: ‘ma - ao mesmo tempo; eéyæw, aétÛka - imediatamente; metajæ - nesse meio tempo, nesse intervalo; ¦ti - ainda; Ëw - assim que. A conjunção nem sempre é expressa. ²dç svy¡nta memn°syai pñnvn (Eur.) É agradável tendo sido salvo lembrar-se dos sofrimentos [depois de ter sido salvo] (p. aor. pass. anterioridade) ‘ma poreuñmenoi ¤m‹xonto Ao mesmo tempo que marchavam, lutavam [marchando] (part. pres. simultaneidade) metajç deipnoèntew ¤jan¡sthsan enquanto almoçavam, levantaram-se [levantaram-se no meio da refeição, almoçando] (p. pres. simultaneidade)

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eéyçw paÝdew öntew desde a infância [direto sendo crinças] (part. pres. simultaneidade) pollaxoè me ¤p¡sxe l¡gonta metajæ (Plat.) Muitas vezes [em muitas passagens] ele se intrometeu, enquanto eu falava [interrompeu minha fala, eu falando] (part. pres. simultaneidade) Íw ra fvn®saw Žpeb®seto (Hom.) assim que disse isso, foi embora [tendo dito] (part. aor.: anterioridade) • a idéia de finalidade (final) Expressa-se pelo particípio futuro só ou com a conjunção: Éw seguida do particípio futuro = idéia de eventualidade: sun®lyomen ôcñmenoi Nós nos reunimos para ver [viemos havendo de ver] sullamb‹nei Kèron Éw ŽpoktenÇn Ele manda prender Ciro para matá-lo [havendo de matar] oß ƒAyhnaÝoi pareskeu‹zonto Éw polem®sontew Os atenienses estavam se preparando para a guerra [para guerrear; havendo de guerrear] kataskecom¡nouw ¦pempe tÛ pr‹ttoi Kèrow Ele enviou batedores [os havendo de observar] o que Ciro estava fazendo • a idéia de concessão (concessiva) conjunções: kaÛper, kaÛ - ainda que, mesmo se, mesmo ÷mvw kaÛ - mesmo que polloÜ gŒr kaÜ öntew eégeneÝw eÞsi kakoÛ Muitos, com efeito, mesmo sendo de boa origem, são maus (part. pres., estado permanente) EÞs®lyete êmeÝw kaÛper oé didñntow nñmou Vós chegastes, mesmo a lei não permitindo. (part. pres.) sumbouleæv soi kaÛper neÅterow Ên (Xen.) estou te aconselhando, mesmo sendo mais jovem (part. pres.) kaÛper p‹nu Žgayòw Ên (Plat.) mesmo sendo muito bom (part. pres.)

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• a idéia de condição (condicional) conjunções: eÞ = se > supositivo potencial; ¤‹n = se> supositivo eventual na condicionante (prótase - subordinada) e n na condicionada potencial ou futuro na condicionada eventual (apódose - principal). dÛkaia dr‹saw summ‹xouw §jeiw yeoæw Tendo agido bem [tendo praticado coisas justas] terás os deuses aliados [caso ajas bem, tendo agido bem] (part. aor. anterioridade em relação ao verbo principal e o eventual por ser uma proposição futura) FÛlippow PoteÛdaian dunhyeÜw ’n aétòw ¦xein eÞ ¤boul®yh ƒOlunyÛoiw par¡dvken. (Dem.) Felipe, tendo podido [teria podido], se assim o quisesse, manter Potideia, entregou-a aos Olíntios. (part. aor. com ’n = irreal do passado) oék ’n dænaio m¯ kamÆn eédaimoneÝn Tu não poderias ser feliz não tendo feito esforço [caso não tenhas feito, se não fizeres] (part. aor.= anterioridade = irreal do passado) fanerñw ¤sti toèto oék ’n poi®saw eÞ m¯ katoryÅsein ³lpizen É evidente ele não ter feito isso [não tendo feito] se não esperasse haver de dar certo. [é evidente que ele não teria feito] (part. aor.= anterioridade, irreal do passado) ƒEgÅ eÞmi tÇn ²d¡vw ’n ¤legj‹ntvn eà tÛw ti m¯ Žlhy¢w l¡goi. (Plat.) Sou dos que prazerosamente teriam refutado [mas não refutei] se alguém não dissesse a verdade. (part. aor., irreal do passado) Oék ’n ·lyon deèro êmÇn m¯ keleus‹ntvn Eu não teria vindo aqui se vós não tivésseis mandado [vós não tendo mandado] (part. aor., irreal do passado).

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Infinitivo É o verbo-substantivo. É a noção substantiva do ato verbal, também de uso intenso em grego por trazer um significado mais concreto ao ato verbal. O infinitivo não é uma forma verbal propriamente dita; semanticamente é a virtualidade, a essência, a noção substantiva do verbo (processo ou estado). Por isso ele é um substantivo e se comporta como tal. A denominação “infinitivo” é mero decalque do grego Žpar¡mfaton, que os gramáticos latinos traduziram por “infinitiuus”, isto é inflexionável. É assim que deve ser entendido no latim e nas línguas românicas, por oposição aos modos finitos, isto é flexionáveis. É uma denominação de cunho descritivista. Mas ela é verdadeira só no grego; não o é nem em latim nem nas línguas românicas. O termo grego Žpar¡mfaton não é formalista, é semântico; significa: “que não diz a partir de si mesmo”, “que não define claramente”, não determinativo ou indicativo, isto é, nele mesmo ele não tem relação nem com o agente ou paciente. Ele não é =°ma, isto é, não tem as desinências pessoais que referem ao [são a marca de] sujeito agente ou paciente. Essa denominação, contudo, foi perdendo seu conteúdo semântico também no grego, porque no grego o infinitivo é verdadeiramente inflexionável, visto que o grego tem artigo e que todas as funções exercidas pelo infinitivo, que é verbo-substantivo, são expressas pela flexão do artigo. Como substantivo, o infinitivo pode ter todas as funções do substantivo, mas ele é invariável, não tem casos (daí a denominação de “infinito” invariável por oposição às formas “finitas” variáveis). É que no grego os casos do infinitivo se exprimem pela flexão do artigo, diferentemente do latim. O latim não tem artigo e por isso se viu diante da necessidade de criar uma ptÇsiw, um caso para o verbo-substantivo, sobretudo nas relações concretas, criando as formas do gerúndio. complemento de direção lugar onde lugar de onde instrumental complemento limitativo (nominal)

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-ndum -ndo -ndo -ndo -ndi

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Em grego, por causa da existência do artigo, o infinitivo pode ser usado nas três vozes: ativa, média e passiva e nos três aspectos: infectum, aoristo e futuro e perfectum, porque o artigo assume todos os casos. Em latim, o uso do infinitivo/gerúndio só se encontra na voz ativa e nos depoentes, que são verbos de voz média, portanto ativos, mas só no infectum. Os outros infinitivos só se usam nos casos sintáticos (nom. e acus. de obj. direto); as funções expressas no grego pelo acusativo de direção e pelo ablativo e instrumental são expressas em latim pelo supino (-tu / tum). Nas línguas românicas, só restam as funções circunstanciais, adverbiais -ndo (menos no francês, que usa a forma invariável do particípio ativo do infectum -nt mas o chama de “gérondif ”). Podemos então formar um quadro da flexão do Infinitivo. Nom. Voc. Acus. (o.d.) Acus. (dir.) Gen. Dat. Loc. Instr. Abl.

6 7

8

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Português (o) escrever

Grego (tò) gr‹fein

Latim scribere

escrever para escrever de escrever ao escrever 6 no escrever 7 em escrevendo pelo escrever escrevendo de escrever 8

(tò) gr‹fein eÞw tò gr‹fein toè gr‹fein tÒ gr‹fein ¤n tÒ gr‹fein

scribere ad scribendum scribendi scribendo in scribendo

tÒ gr‹fein

scribendo

Žpò toè gr‹fein

a scribendo

É o dativo de complemento nominal; por exemplo: semelhante, igual ao escrever. A gramática latina nos passou as relações de locativo e instrumental incluídas no ablativo. Nós já vimos que é um erro. Ao dizermos que em escrever/em escrevendo é um locativo, estamos pensando na relação concreta, espacial - dentro do ato de escrever. Como se trata de um infectum, inacabado, a relação de duração > tempo é natural; por isso, na medida em que é uma incidência num processo, o locativo nesse caso tem um sentido temporal. O ablativo (separativo/de onde) significa eu venho de escrever, do ato de escrever.

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Pode-se ver que, em português, o gerúndio ablativo é menos freqüente do que o locativo/temporal e instrumental. Há muita coerência nesses dois casos, porque a noção temporal de duração e instrumental de passagem do ato verbal pelo instrumento inerte combinam com o aspecto do infectum-durativo-presente, do ato verbal em seu desenvolvimento. A do ablativo, que é a noção de separação, ponto de partida, é menos natural. Só existe gerúndio no presente (infectum, inacabado, durativo). Em grego há tantos infinitivos quantos são os temas; são três os temas, um para cada aspecto - infectum, perfectum, aoristo, e futuro, que é um desdobramento do aoristo e construído sobre o mesmo tema. E cada tema tem infinitivos das três vozes. Os infinitivos médios e passivos no infectum e no perfectum são formalmente idênticos. Há quatro infinitivos em grego: • Infinitivo presente (tema do infectum, inacabado) ativo e médio /passivo; • Infinitivo aoristo (tema do aoristo) ativo, médio e passivo; • Infinitivo futuro (tema do aoristo) ativo, médio e passivo; • Infinitivo perfeito (tema do perfectum, acabado) ativo e médio /passivo. Não há idéia de tempo no infinitivo; prevalece a noção de aspecto. • o infectum (presente-inacabado) traz a idéia de ato em desenvolvimento e simultaneidade com o verbo principal. • o aoristo (pontual) traz a idéia absoluta, pura do ato verbal; mas, num contexto narrativo, pode exprimir uma anterioridade em relação ao verbo principal (fato isolado, pontual). • o futuro, sempre dependente de verbos de vontade ou intenção ou movimento, remete o ato absoluto, puro, para frente. • o perfectum (acabado) exprime o término (ativo e médio) e o resultado da ação (passivo). Resumindo, o infinitivo grego é um substantivo verbal neutro singular que pode ser declinado com o artigo. Por conseguinte: 1. Ele não tem adjunto adnominal (epíteto), mas é modificado pelo advérbio; (a “qualidade” de um processo ou estado é uma idéia de modo/ instrumento).

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2. Todas as suas funções como nome são expressas pela flexão do artigo, já que ele é indeclinável (infinito). 3. Sendo verbo, ele pode ter sujeito, predicativo, complementos, e pode ser sujeito e predicativo, porque é substantivo. Nesse caso o predicativo é neutro, porque o infinitivo é um substantivo neutro (isto é, não tem gênero); e pode ter complementos, porque não perde sua natureza verbal.

Empregos do Infinitivo: I. O infinitivo é substantivo e verbo O fato de o infinitivo ser substantivo e verbo permite que ele tenha todas as funções do substantivo semanticamente compatíveis e que ao mesmo tempo ele possa ser o núcleo de uma oração a que chamaremos de infinitiva. 1. O infinitivo como verdadeiro substantivo: teríamos o equivalente português: “o pôr-do-sol”, “o comer”, por exemplo. ŽnyrÅpvn ¤stin tò mart‹nein o errar é [próprio] dos homens (suj. de ¤stin) 2. O infinitivo como mero enunciado da ação: “precisa comer para viver”. ¤pÛstamai neÝn eu sei nadar (inf. comp. obj. dir.) 3. O infinitivo como núcleo de uma oração infinitiva: neste caso, ele tem um sujeito, expresso ou não, mas diferente do verbo ou da oração da qual depende: “Vejo os homens correr”. O verbo vejo é o verbo principal, cujo sujeito não expresso é eu; os homens é sujeito de correr; os homens correr é oração infinitiva complemento de objeto direto de vejo. oék Žn¡meinen ²m¡ran gen¡syai ele não esperou o dia acontecer (²m¡ran gen¡syai é complemento da principal cujo sujeito é ele; ²m¡ran é sujeito de gen¡syai e está no acusativo)

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Não há diferenças essenciais nestas três construções; porém é preciso fazer algumas observações a respeito da oração infinitiva: a) Numa grande maioria de casos ela é uma completiva, e o sujeito do infinitivo é geralmente o complemento de objeto direto do verbo principal: vejo os homems - cumprindo a ação de - correr, daí é normal o uso do acusativo no sujeito da oração infinitiva. T°w Žret°w oéd¡na deÝ Þdivteæein (Plat.) É preciso ninguém ser leigo da virtude (suj. de deÝ ) b) O que reforça esta idéia de primazia de relação do sujeito da oração infinitiva com o verbo principal são os casos ditos de atração de casos: nèn soi ¦jesti ŽndrÜ [ndra] gen¡syai 9 Agora te é possível tornares-te homem (atração de caso: gen¡syai é inf. suj. de ¦jesti, seu predicativo: ŽndrÜ está no mesmo caso que o comp. de atrib. soi do verbo ¦jesti, o sujeito acusativo de gen¡syai não sendo expresso) c) O predicativo do sujeito do infinitivo terá normalmente o mesmo caso (eventualmente o mesmo número e gênero se for adjetivo) que o sujeito do infinitivo strathgoè ¤sti maxom¡nou [maxñmenon] ŽpoyaneÝn é [dever] do comandante morrer lutando (inf. suj. de ¤sti; maxom¡nou é predicativo de strathgoè complemento de ¤sti e sujeito, no genitivo, de ŽpoyaneÝn) 4. Tanto o infinitivo como a oração infinitiva se comportam como um substantivo neutro singular e, se tiverem um predicativo adjetivo, ele será neutro singular. tò ceædesyai aÞsxrñn ¤stin (o) mentir [ser mentiroso] é feio (suj. de ¤stin) As completivas se constroem com o predicativo do objeto direto ou predicativo do sujeito, se o sujeito da completiva e o da principal é o mesmo; nesse caso o sujeito da completiva nem sempre é expresso; e quando o é, seu caso depende de sua função: se predicativo do sujei9

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Neste exemplo e no seguinte o normal seria ndra predicativo do sujeito implícito se é maxñmenon.

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to da principal, o caso é nominativo, se predicativo da subordinada completiva objetiva direta, o caso é acusativo. ¤keÝnoi [oß P¡rsai] ¤pÜ tÒ sÛtÄ oàontai deÝn frñnimoi kaÜ m¡trioi faÛnesyai Eles [os Persas] crêem ser necessário mostrarem-se sensatos e comedidos às refeições [no comer]. (o suj. de oàontai (principal) e de faÛnesyai é o mesmo: e faÛnesyai é o sujeito de deÝn que é objeto de oàontai; o sujeito de faÛnesyai é nominativo e não acusativo = frñnimoi kaÜ m¡trioi são predicativos do sujeito de faÛnesyai no nom.). II. Funções do infinitivo e da oração infinitiva Dentro da frase, o infinitivo e a oração infinitiva podem ter todas as funções do substantivo; vejamo-las. 1. Infinitivo sujeito: a) Freqüentemente ele é sujeito da oração inteira. As gramáticas o apresentam como sujeito de “verbos ou expressões impessoais”10, como: gÛgnetai - ¤g¡neto acontece, aconteceu deÝ (d¡on ¤stin) é preciso, é dever diaf¡rei difere, importa (interest) dokeÝ parece (bem), agrada (placet) ¦nestin está em, é possível ¦jesti (¦sti) é possível, é permitido p‹restin a ocasião se apresenta, é possível pr¡pei, pros®kei convém (decet) sumbaÛnei sucede (que) acontece sumf¡rei é útil, proveitoso, bom xr® é bom, é necessário (opus est, oportet)

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Admitir a impessoalidade é admitir a possibilidade de um enunciado sem sujeito, isto é, sem essência. O que acontece é que o sujeito do verbo “impessoal” é o enunciado todo; por isso o verbo está na terceira pessoa.

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Com predicativos neutros (adjetivos): Ždænaton / dunatñn dÛkaion ¤pÛdojon ¤pit®deion kalñn / aÞsxrñn oåon ¦sti / ·n / ¦stai / eàhn:

impossível, possível justo presumível vantajoso, conveniente belo, feio possível, viável é, era, será, seria

tò froneÝn eédaimonÛaw prÇton êp‹rxei O pensar a felicidade é a coisa que está em primeiro lugar (suj. de êp‹rxei) tò mart‹nein (aétoçw) ŽnyrÅpouw öntaw oéd¢n yaunastñn O falharem sendo homens, em nada é admirável (suj. de yaumastñn [¤stin]) tò tŒw ²donŒw feægein kalñn ¤stin O evitar [fugir de] os prazeres é belo (suj. de kalñn ¤stin) tò kalÇw z°n xalepñn O viver bem é difícil (suj.de xalepñn [¤stin]) sumbouleuñmey‹ soi tÛ xr¯ poieÝn (Xen.) Nós estamos nos aconselhando contigo [sobre] o que é preciso fazer. (suj. de xr¯ ) Xr¯ m®te xrhm‹tvn feÛdesyai m®te pñnvn (Plat.) É preciso não poupar despesas nem sacrifícios (suj. de xr¯) ¦doj¡ moi eÞw lñgouw soi ¤lyeÝn (Xen.) Pareceu-me [bem] vir para uma conversa contigo (suj. de ¦doje) Žpi¡nai ¦jestin É permitido [possível] ir embora (suj. de ¦jestin ) ŽeÜ kr‹tistñn ¤sti tŽlhy° l¡gein É sempre muito melhor dizer a verdade (suj. de ¤sti )

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õmoÛvw aÞxrñn Žkoæsanta xr®simon lñgon m¯ mayeÝn kaÜ didñmenñn ti Žgayòn parŒ tÇn fÛlvn m¯ labeÝn (Isócr.) É semelhantemente feio não entender tendo ouvido uma palavra útil quanto não aceitar alguma coisa boa dos amigos (infinitivos sujeitos de. aÞxrñn [¦stin]) ¦doj¡ moi m¯ sÛga tò ploèn poieÝsyai Pareceu-me bem [eu decidi] não fazer a viagem em segredo. (inf. suj. de ¦doj¡) ¦doje pleÝn tòn ƒAlkibi‹dhn Decidiu-se Alcibíades embarcar. [pareceu bem] (inf. suj. de ¦doje) aÞsxròn tÒ parñnti kairÒ m¯ xr°syai É uma vergonha não se apropriar da ocasião que se apresenta [do momento presente] (inf. suj. de aÞsxròn ¤stin). DeÝ se yeoseb° eänai É preciso tu seres piedoso [que sejas] (inf. suj. de deÝ). xr° toçw eï pr‹ttontaw t°w eÞr®nhw ¤piyumeÝn (Isócr.) É preciso os que estão bem desejar [em] a paz (suj. de xr° ) xr¯ tolmn xalepoÝsin ¤n lgesi keÛmenon ndra É preciso o homem encontrando-se em dores cruéis ter coragem (suj. de xr¯ ) kaÜ †Ellhni kaÜ barb‹rÄ ¤g¡neto Žd¡vw poreæesyai Aconteceu ao grego e ao bárbaro viajar sem temor (suj. de ¤g¡neto) dokeÝ d¡ moi kaÜ Karxhdñna m¯ eänai (Plut.) Parece-me [sou de opinião] também Cartago não existir [não dever] (suj. de dokeÝ ) oék ¦stin eêreÝn bÛon lupon oédenÛ (Eur.) Não é possível [permitido] a ninguém encontrar uma vida sem sofrimento. (suj. de oék ¦stin) oé d®pou tòn rxonta tÇn Žrxom¡nvn ponhrñteron pros®kei eänai (Xen.) Não é sem dúvida conveniente o comandante ser pior do que os comandados (suj. de pros®kei)

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‰W Zeè labeÝn moi g¡noito aétòn Éw ¤gÆ boælomai Ó Zeus, pudesse me acontecer eu pegá-lo, como desejo! (suj. de g¡noito) jun¡bhn Ëste pol¡mou mhd¢n ¦ti ‘casyai mhdet¡rouw (Tuc.) Aconteceu de nenhum dos dois [inimigos] em nada acenderem a guerra [recomeçarem a guerra]. (suj. de ‘casyai ) b) As construções em que o adjetivo aparece em função predicativa do sujeito oracional, com o verbo em 3a pessoa, são freqüentemente substituídas por uma expressão em que o adjetivo é predicativo do sujeito do verbo ser e o infinitivo (ou oração infinitiva) é complemento do adjetivo: Î Prñdike, sòw SimvnÛdhw polÛthw : dÛkaiow eä [dÛkaiñn ¤stin] bohyeÝn tÒ ŽndrÛ. (Plat.) Pródico, Simônides é teu concidadão; és justo ajudares o homem [é justo tu ajudares] (compl. nom. de dÛkaiow eä) dÛkaiñw eÞmi zhmioèsyai [dÛkaiñn ¤stin ¤m¢ zhmioèsyai] (Xen.) Eu sou justo em ser castigado. [é justo eu ser castigado / estar sendo castigado] (compl. nom. de dÛkaiñw eÞmi ) ndraw tinŒw Žp¡kteinan oé polloçw oã ¤dñkoun ¤pit®deioi eänai êpejairey°nai = oîw ¤dñkei ¤pit®deion eänai êpejairey°nai. (Tuc.) [Os 400] mataram alguns homens, não muitos, os que pareciam ser convenientes para serem eliminados [os que pareciam convenientes de serem eliminados] (compl. nom. de ¤pit®deioi eänai) ¤pidojñw eÞmi tuxeÝn t°w tim°w taæthw [¤pidojñn ¤stin ¤m¡] (Isócr.) eu sou provável de encontrar essa honraria [é provável eu encontrar] (compl. nom. de ¤pidojñw eÞmi) c) Encontramos essa mesma construção com substantivos em função de sujeito ou predicativo; nesse caso eles mantêm o próprio gênero. Em português, às vezes somos tentados a usar o infinitivo como complemento nominal (= é hora de sair) ou sujeito (comandar a frota duas vezes não era costume...)

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kÛndunñw ¤stin nñmow ¤stin Ëra / kairñw ¤stin

há risco de, há perigo de é costume, é norma é hora, é o momento (de)

ƒAllŒ gŒr ³dh Ëra Žpi¡nai./ Žpi¡nai Ëra ¤stin/ Mas já é hora de ir embora (compl. nom. em português). Ëra ²mÝn bouleæesyai (Xen.) É tempo [hora de] para nós deliberarmos [estar deliberando] (compl. nom. em português) oé gŒr nñmow aétoÝw dÜw tòn aétòn nauarxeÝn (Xen.) Não é costume entre eles [de] o mesmo [homem] comandar a frota duas vezes. 2. Predicativo (aposto = particípio conjunto) do sujeito da frase principal: O sujeito nem sempre é expresso quando o sujeito do verbo principal e do infinitivo é o mesmo. ŽdikeÝsyai nomÛzei êfƒ²mÇn [aétñw] Ele pensa estar sendo prejudicado por nós (pred. do suj. de nomÛzei). oß oÞnoxñoi f‹skontew eänai [oß f‹skontew oÞnoxñoi eänai] Os que diziam ser escanções (pred. do suj. de f‹skontew). ŽpallageÜw toætvn tÇn faskñntvn dikastÇn eänai Liberado desses que diziam ser juízes (pred. do suj. de faskñntvn).

3. Infinitivo complemento do objeto direto e orações completivas. a) Complemento de verbos enunciativos, declarativos a.1) Infinitivo PeÛyesyai many‹nein Aprender a obedecer (obj. dir. acus.). aétò tò Žpoyn¹skein oédeÜw fobeÝtai O morrer mesmo (obj. dir. acus.) ninguém teme.

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tŒ purŒ oék ¦fh ÞdeÝn (aétñw) Ele não disse ter visto a fogueira [ele negou ter visto]. Kèrow êp¡sxeto ŽndrÜ ¥k‹stÄ dÅsein p¡nte mnw [aétñw] Ciro prometeu haver de dar cinco minas a cada homem [que daria]. õmologÇ d¢ sƒŽdikeÝn (¤gÅ) Concordo ser-te injusto [que eu estou / estar prejudicante] õmologeÝw oïn perÜ ¤m¢ dikow gegen°syai; Tu concordas ter-te tornado injusto a meu respeito? a.2) Oração infinitiva, ou substituindo o indicativo tò proeid¡nai tòn yeòn tò m¡llon kaÜ tò prosshmaÛnein Ú boæletai kaÜ toèto p‹ntew kaÜ l¡gousi kaÜ nomÛzousin. O fato de a divindade prever o porvir e assinalar além do mais antecipadamente com o que ela quer, também isso todos afirmam e pensam. (obj. dir. de kaÜ l¡gousi kaÜ nomÛzousin. - ou aposto de isso, ele mesmo obj. dir. de kaÜ l¡gousi kaÜ nomÛzousin; posição de anacoluto). ¤rvtÅmenow d¢ podapòw eàh, P¡rshw m¢n ¦fh eänai Sendo perguntado de que país era [seria], disse ser Persa [que era Persa] (obj. dir. de ¦fh). tòn kalòn kŽgayòn ndra kaÜ gunaÝka eédaÛmona eänai fhmi, tòn de dikon kaÜ ponhròn ylion. (Plat.) O homem e a mulher belo[s] e bom[s] eu afirmo ser[em] feliz[es]; o injusto e malvado, infeliz (obj. dir. de fhmi). ¤k®ruje d¢ labñntaw tŒ ÷pla kaÜ tŒ skeæh toçw stratiÅtaw ¤ji¡nai [Anaxíbio] fez anunciar que os soldados pegassem as armas e bagagens e partissem [tendo pegado... partirem] (inf. obj. dir. de ¤k®ruje). sofist¯n ônom‹zousi tòn ndra eänai Chamam esse homem de ser sofista (inf. obj. dir. de ônom‹zousi).

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b) Complemento objeto de verbos volitivos Na expressão de um desejo ou de um ato de vontade (verbos volitivos), o objeto se exprime com o infinitivo ou com uma oração infinitiva. Substitui ou o subjuntivo ou o optativo. b.1) Infinitivo ßk¡teue m¯ aétòn ŽpokteÝnai (Lís.) Ele me suplicava não matá-lo (inf. aoristo obj. dir. de ßk¡teue). kalÇw Žkoæein mllon µ plouteÝn y¡le (Men.) Deseja [tu] antes ser louvado que ser rico (inf. obj. dir. de y¡le). b.2) Oração infinitiva taæthn t¯n xÅran ¤p¡trece diarp‹sai toÝw †Ellhsin Éw polemÛan oïsan. (Xen.) [Ciro] destinou aos gregos saquearem aquele país por ser inimigo [sendo país inimigo] (obj. dir. de ¤p¡trece). keleæv se ¦rxesyai Eu te ordeno vir (obj. dir. de keleæv). tÛw se kvlæsei deèro badÛzein; Quem te impedirá de vir aqui? (obj. dir. de kvlæsei ) Kèrow ¤k¡leuse g¡furan zeugnænai Ciro ordenou construir [unir] uma ponte (obj. dir. de ¤k¡leuse). perainÇ soi sign Estou te aconselhando calar [que cales] (obj. dir. de perainÇ) õ fñbow tòn noèn ŽpeÛrgei m¯ l¡gein “ boæletai O medo impede o intelecto de exprimir o que quer (obj. dir. de ŽpeÛrgei). (Kl¡arxow) toçw õplÛtaw ¤k¡leusen aétoè meÝnai tŒw ŽspÛdaw pròw tŒ gñnata y¡ntaw, (Xen.) [Clearco] ordenou aos hoplitas permanecer no mesmo lugar colocando os escudos diante dos joelhos (inf. aoristo obj. dir. de ¤k¡leusen). Žpeiloèsi BoivtoÜ ¤mbaleÝn eÞw t¯n ƒAttik®n (Xen.) Os Beócios ameaçam invadir a Ática (obj. dir. de Žpeiloèsi).

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c) Completivas (objeto direto) de verbos que enunciam um julgamento, um ponto de vista, uma necessidade, uma possibilidade. Substitui o indicativo, ou o subjuntivo/futuro no caso da eventualidade ou o optativo no caso da possibilidade. c.1) Infinitivo polloè moi dokÇ deÝn tŒ êm¡tera ¦xein (Isócr) Eu pareço faltar por muito de ter as vossas coisas [parece que me falta muito de ter as vossas coisas] (inf. obj. dir. de dokÇ) nomÛzei ŽdikeÝsyai Ele considera [estar sendo] injustiçado. (obj. dir. de nomÛzei) mikroè ¤d¡hsen õ Eé‹goraw Kæpron ‘pasan katasxeÝn [mikroè ¤d¡hsen tòn Eé‹goran]. (Isócr.) Evágoras faltou por pouco de se apoderar de toda Chipre (inf. obj. de ¤d¡hsen) oék Õmhn katƒŽrxŒw êpò soè ¥kñntow eänai ¤japathy®sesyai, Éw öntow fÛlou. (Plat.) No começo eu não pensava ser [possível] eu haver de ser enganado por ti voluntariamente, sendo amigo. (obj. dir. de Õmhn - futuro eventual) Aß ponhrÛai tÇn faskñntvn eänai sofistÇn (sofistaÛ) As malvadezas [vícios] dos que diziam ser sofistas (inf obj. dir. de faskñntvn) ômnæasi m¯ t¯n t‹jin leÛcein Eles juram não abandonar [haverem de] as fileiras. (obj. dir. de ômnæasi, futuro > intenção, eventual) ¤lpÛzei dunatòw eänai rxein (rjesyai) Ele espera ser capaz de comandar [haver de comandar] (obj. dir. de ¤lpÛzei, futuro > eventual) ¦doja Žkoèsai Eu pareci ouvir. [Pareceu-me ouvir; parece que ouvi] (obj dir. de ¦doja)

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c.2) Oração infinitiva Õmhn t¯n ¤mautoè gunaÝka pasÇn svfronest‹thn eänai tÇn ¤n t» pñlei. (Lís.) Eu acreditava que minha mulher era [minha mulher ser] a mais bem comportada de todas as da cidade (obj. dir. de Ömhn). nomÛzv eänai yeoæw Eu creio existirem deuses [que existem deuses] (obj. dir. de nomÛzv). oämaÛ se sofòn eänai Eu creio [acho] que és sábio [seres sábio] (obj. dir. de oämaÛ) ¤dÛdaske toçw paÝdaw m¯ ceædesyai Ele ensinava os filhos [a] não serem mentirosos [não mentir] (inf. obj. dir. de ¤dÛdaske ) d¡omai êmÇn m¯ yorubeÝn Eu vos peço não fazer[des] barulho (inf. obj. dir. de d¡omai) boælomaÛ s¡ moi §pesyai Eu quero que tu me sigas [tu me seguires] (inf. obj. dir.) eäpon tŒ teÛxh kayeleÝn Eles disseram [para] destruir as muralhas (inf. obj. dir. de eäpon) pisteævn yeoÝw pÇw oék eänai yeoçw ¤nñmizen; Acreditando nos deuses, como ele pensava não existirem deuses?! (inf. obj. dir. de ¤nñmizen) oék ³lpizon [¤kpeseÝsyai] ¤kpeseÝn [’n] tòn Perikl¡a Eles não esperavam Péricles cair [que P. caísse; na queda de Péricles; que Péricles poderia cair] (inf. obj. dir. de ³lpizon, futuro > eventual) oék ¤lpÛzete aétoçw d¡jasyai [d¡jesyai] ²mw Vós não esperais eles nos aceitar [que eles nos aceitem; aceitarão; haverem de aceitar] (inf. obj. dir. de ¤lpÛzete futuro > eventual) ¤lpÛzv oéd¢ toçw polemÛouw meneÝn ¦ti. Eu espero que os inimigos não mais haverem de esperar[nos] [esperarão]. (inf. obj. dir. de ¤lpÛzv futuro > intenção)

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÷ ti ’n poi»w nñmizƒõrn yeoæw tinaw O que quer que faças considera alguns deuses estarem vendo [que alguns deuses estão vendo]. (inf. obj. dir. de nñmize) oß ²gemñnew oë fasin eänai llhn õdñn Nossos guias afirmam que não há outro caminho [negam haver outro caminho = negam existir um outro caminho] (inf. obj. dir. de fasin)

d) Complemento dos verbos que significam poder ou ter a faculdade de, estar em condições de, saber, fazer de maneira a (que), obter, conseguir. d.1) Infinitivo m¡lleiw t¯n cux¯n t¯n sautoè parasxeÝn yerapeèsai ŽndrÜ sofist»; (Plat.) Estás disposto a entregar [tu vais entregar] tua própria alma para cuidar a um homem [que é um] sofista? (obj. dir. de m¡lleiw) oé dænamai m¯ geln Eu não posso não rir (inf. comp obj. dir.) ¤pÛstamai ¤pistateÝn Eu sei comandar (inf. comp. obj. dir.) eéyçw paÝdew öntew many‹nousin rxein te rxesyai Desde crianças [logo sendo] eles aprendem a mandar e ser mandados (inf. comp obj. dir.) oék aß trÛxew poioèsin aß leukaÜ froneÝn Não são os cabelos, os brancos, que fazem pensar (inf. obj. dir. poioèsin) Oß †Ellhnew ¤bñvn Žllhloiw m¯ yeÝn drñmÄ Žllƒ ¤n t‹jei §pesyai Os gregos gritavam uns aos outros de [para] não entrarem correndo, mas [para] seguirem em fileiras. (inf. obj. dir. de ¤bñvn) ¤poÛhse tòn t°w KilikÛaw rxonta Su¡nnesin m¯ dænasyai katŒ g°n ¤nantioèsyai KærÄ poreuom¡nÄ ¤pÜ basil¡a.

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Fez com que o governador da Cilícia Siníesis não pudesse [não poder] opor-se a Ciro que marchava [marchando], por terra, contra o rei. (inf. obj. dir. de dænasyai ) oék ’n ¦xoimi toèto Žpò stñmatow eÞpeÝn Eu não poderia dizer isso de boca [de cor] (inf. obj. dir.) ƒAllŒ, mŒ tòn DÛa, ¦fh, oék ’n ¦xoimÛ soi oìtvw ge Žpò stñmatow eÞpeÝn Mas, por Zeus, disse ele, eu não poderia dizer-te assim de boca [de memória]. (inf. comp obj. dir. de ’n ¦xoimÛ > atenuação da afirmação) d.2) Oração infinitiva diepr‹jato p¡nte m¢n strathgoçw Þ¡nai, Ele conseguiu [fez] cinco comandantes irem [que fossem] (inf. obj. dir. de diepr‹jato)

4. O infinitivo com valor de possível (com n): o significado possível do infinitivo é marcado por n; indica também a atenuação da afirmação (=condicional ou imperfeito do subjuntivo em português). Sçn êmÝn ’n oämai tÛmiow eänai ÷pou Î. Em vossa companhia eu creio que poderia ser estimado onde eu estiver, [onde esteja]. (inf. comp obj. dir. de oämai > eventual) nomÛzv, êmÇn ¦rhmow Ên, oék ’n ßkanòw eänai ¤xyròn Žl¡jasyai (Xen.) Eu considero, sendo eu privado de vós, não ser capaz, [que, sendo eu privado de vós, não seria capaz] de afastar o inimigo. (inf. comp. > possível) m‹lista oämai ’n soè puy¡syai Eu creio que poderia ser informado sobretudo de [por] ti (inf. obj. dir. de oämai > possível)

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dokoÝt¡ moi polç b¡ltion ’n perÜ toè pol¡mou bouleæsasyai eÞ tòn tñpon t°w xÅraw pròw ¶n polemeÝn ¤nyumhyeÛhte. Vós me pareceis poder deliberar muito melhor a respeito da guerra [poderíeis deliberar] se vós refletísseis no espaço de terreno do país contra o qual guerreais. (inf. obj. dir. de dokoÝt¡ > possível) P¡rsai oàontai toçw ŽxarÛstouw kaÜ perÜ yeoçw ’n m‹lista ŽmelÇw ¦xein kaÜ perÜ gon¡aw, kaÜ patrÛda kaÜ fÛlouw. Os Persas pensam que os ingratos tanto se descuidariam [poderiam descuidar] dos deuses quanto dos pais, da pátria e dos amigos (inf. obj. dir. de oàontai > possível) ¤nñmizon parŒ KærÄ öntew ŽgayoÜ Žjivt¡raw ’n tim°w tugx‹nein µ parŒ tÒ basileÝ Eles achavam que, sendo bons ao lado de Ciro, poderiam encontrar honra maior do que junto ao rei [dos Persas]. (inf. obj. dir de ¤nñmizon > possível) Kèrow eÞ ¤bÛv ristow ’n dokeÝ rxvn ’n gen¡syai (¤gÛgneto) Ciro, se vivesse, parece que se tornaria o melhor dos governantes. (inf. obj. dir. de dokeÝ > irreal do presente) eÞ xrus°n ¦xvn ¤tægxanon t¯n cux¯n, Î KalÛkleiw, oék ’n oàei smenon eêreÝn toætvn tinŒ tÇn lÛyvn oåw basanÛzousi tòn xrusòn, t¯n ŽrÛsthn; (Plat.) Se por acaso eu tivesse a alma de ouro, Cálicles, não seria agradável poder encontrar [que eu pudesse encontrar] uma daquelas pedras, a melhor, que testam o ouro? (inf. suj. de oàei > irreal do presente)

5. Infinitivo e oração infinitiva complemento nominal. Com adjetivos que significam: (tornar, ser) apto a, bom de, bom para, difícil de, agradável a, digno de, capaz de, suficiente para etc. que em português exigem uma preposição antes do infinitivo (compl. nominal), em grego fazem a relação direta: complemento nominal sem preposição. Na verdade são as várias maneiras do acusativo de relação. Ver acusativo de relação.

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ßkanòw Žn¯r diagnÇnai (Plat.) Um homem capaz de discernir [de julgar] (compl. nom. de ßkanòw, quanto a, em relação a). õpñsoi ßkanoÛ eÞsi tŒw Žkropñleiw ful‹ttein Quantos são suficientes para montar guarda nas cidadelas (compl. nom. de ßkanoÜ). oß l¡gein deinoÛ Os aptos [que são aptos, capazes de] a falar. (compl. nom. de deinoÛ). ¦toimòw ·n peisy°nai Ele estava pronto para ser persuadido [obedecer] (compl. nom. de ¦toimow). oß sofistaÜ ßkanoÜ ·san makroçw lñgouw kaÜ kaloçw eÞpeÝn Os sofistas eram capazes de pronunciar longos e belos discursos (compl. nom. de ßkanoÜ). ôjætatoÛ ¤ste gnÇnai tŒ =hy¡nta Vós sois muito perspicazes em entender o que foi dito [as coisas ditas] (compl. nom. de ôjætatoÛ.) xalepòn eêreÝn Difícil de encontrar (compl. nom. de xalepòn). ƒArk‹w tiw ƒAræstaw önoma fageÝn deinñw Um arcádio chamado Aristas, terrível para comer [grande comilão] (compl. nom. de deinñw). deinòw gŒr oänow kaÜ palaÛesyai baræw, (Eur.) Pois perigoso é o vinho e pesado de ser combatido (compl. nom. de baræw). gun¯ eéprep¯w ÞdeÝn Mulher bem conveniente de ver (compl. nom. de eéprep¯w). Kl¡arxow õrn stugnòw ·n kaÜ t» fvn» traxæw, (Xen.) Clearco era triste de ver e de voz rude (compl. nom. de stugnòw). ·n d¢ Yemistokl°w mllon ¥t¡rou jiow yaum‹sai, (Tuc.) Mais do que outro Temístocles era digno de admirar (compl. nom. de jiow).

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õ xrñnow braxçw ŽjÛvw dihg®sasyai O tempo é curto para discorrer dignamente (compl. nom. de braxçw). ¦fh ²g®sesyai dunat¯n kaÜ êpozugÛoiw poreæesyai õdñn Ele afirmou haver de guiar [que guiará] por um caminho possível até para bestas de carga passarem. (or. inf. compl. nom. de dunat¯n) jiñw ¤stin ¤pain¡sai Ele é digno de elogio [de alguém elogiar] (compl. nom. de jiñw) pñteron tò parŒ soÜ ìdvr yermñteron pieÝn ¤stin µ tò ¤n ƒAsklhpioè; Será que tua água [da tua casa] é mais quente para beber do que a do templo de Asclépios? (compl. nom. de yermñteron) oÞkÛa ²dÛsth ¤ndiaitsyai Casa muito agradável de se viver [passar o tempo] (compl. nom. de ²dÛsth) 6. Outras funções expressas pelos mais variados casos do infinitivo. Já vimos o infinitivo e a oração infinitiva como sujeito, como predicativo, como complemento objeto direto, como complemento nominal de adjetivos, em construção direta. O grego pode construir diretamente diversas funções do infinitivo, usando o verbo no caso sintaticamente conveniente, e exprime-as pela flexão do artigo, enquanto o latim e o português as expressam pelas diversas formas do gerúndio ou do infinitivo preposicionado. Mas, quando for semanticamente indispensável, o grego também pode usar o infinitivo preposicionado. a) Genitivo • Complemento de substantivos paÝdew êmÝn ôlÛgou ²likÛan ¦xousi paideæesyai, (Plat.) Vossos filhos de [de pouco falta terem] pouco têm idade de serem instruídos (inf. compl. nom. de ²likÛan) ¤keÝ ski‹ tƒ ¤stÜ kaÜ pneèma m¡trion kaÜ pña kayÛzesyai µ ’n boulÅmeya katakliy°nai, (Plat.) Lá há sombra e uma brisa comedida e relva para sentar e, se quisermos, para deitar. (compl. nom.)

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Ëra bouleæsasyai É hora de deliberar (compl. nom. de Ëra) ² proyumÛa toè l¡gein / toè ÞdeÝn A ambição [desejo] de falar/de ver (compl. nom. de proyumÛa) tò eï pr‹ttein parŒ t¯n ŽjÛan Žform¯ toè kakÇw froneÝn toÝw Žno®toiw gÛgnetai O ser bem-sucedido, contrariamente à honra, torna-se aos estultos um incentivo de pensar mal (infinitivo comp. nom.). eï àsyi ÷ti tò ceudñmenon faÛnesyai m‹llista ¤mpodÆn gÛgnetai ŽnyrÅpoiw toè suggnÅmhw tugx‹nein Saibas [sabe tu] bem que o fato de se revelar mentiroso [aparecer mentindo] se torna para os homens um maior obstáculo de encontrar perdão (compl. nom.). • Genitivo-ablativo MÛnvw tò lústikòn kay¹rei ¤k t°w yal‹sshw toè tŒw prosñdouw mllon Þ¡nai aétÒ. (Tuc., 1.6) Minos limpava [passou a eliminar] do mar a pirataria em troca de [por causa de] entrarem mais recursos para ele. (gen-abl.-const. dir.) tŒw aÞtÛaw toè pol¡mou proëgraca toè m® tina zht°sai (Tuc.) Eu escrevi as causas da guerra antes de alguém não procurá-las. (gen. separ. / causa / em troca de) êp¢r toè m¯ doènai dÛkhn Por (em favor de) não ser sentenciado (gen.- abl. de separ.) • Dativo eÞ d¢ m¯ tò aétñ ¤sti tò eänai tÒ gen¡syai, (Plat., Prot., 340c) se o ser não é a mesma coisa que o tornar-se (vir a ser) b) Instrumental FÛlippow kekr‹thke tÒ prñterow pròw toçw polemÛouw Þ¡nai Felipe venceu pelo fato de marchar [por marchar, ir primeiro contra os inimigos]. (inf. instr.)

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nÛkhson ôrg¯n tÒ logÛzesyai kalÇw Vence a cólera raciocinando bem [pelo raciocinar, instr.] Kèrow diŒ tò filomay¯w eänai [tÒ filomayeÝ eänai ] pollŒ toçw parñntaw ŽnhrÅta. Ciro, por ser desejoso de aprender perguntava muitas coisas aos presentes (instr > causal). c) Locativo pròw tÒ mhd¢n ¤k t°w presbeÛaw labeÝn toçw aÞxmalÅtouw ¤k tÇn ÞdÛvn ¤lus‹mhn além de nada receber da embaixada [literal. em cima de = loc.] eu resgatei os prisioneiros [a partir] de meus próprios recursos. ¤n tÒ §kaston dikaÛvw rxein ² politeÛa sÅzetai No cada um governar com justiça a administração é salva (loc.) d) Acusativo de relação tò d¢ nèn eänai t¯n sunousÛan dialæsvmen (Plat.) Quanto a agora [por ser agora] interrompamos nosso encontro. e) Acusativo de direção: A idéia de finalidade, conseqüência, destinação de uma ação, também pode ser expressa pelo infinitivo ativo com os verbos que significam: destinação, fim, escolher para, pedir para, dar para, enviar para, deixar para, encarregar de (no latim freqüentemente se usa o particípio futuro passivo). Com verbos de movimento ou intenção também é freqüente a construção com o futuro ativo com ou sem Éw / ána pròw tò metrÛvn deÝsyai kalÇw pepaÛdeumai Fui [estou] bem educado para necessitar de coisas comedidas (acus. de direção, intenção) pñroi pròw tò polemeÝn Recursos para fazer a guerra (acus. de direção, intenção)

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pasÇn pñlevn ƒAy°nai m‹lista pefækasin ¤n eÞr®nú aëjesyai De todas as cidades, Atenas sobretudo nasceu para crescer na paz (finalidade, const. direta) kraug¯n poll¯n ¤poÛoun kaloèntew Žll®louw Ëste kaÜ toçw polemÛouw Žkoæein. (Xen.) Eles faziam um grande alarido ao se chamarem mutuamente a ponto de os inimigos ouvirem. (comp. da princ. introduzido por Ëste) ·lye zht°sai ele veio pesquisar (finalidade, const. direta) eálonto Drakñntion Sparti‹thn drñmou tƒ ¤pimelhy°nai kaÜ toè ŽgÇnow prostat°nai. Eles escolheram [elegeram] o espartano Dracôntio para se encarregar da corrida e presidir à luta. (intenção, finalidade) ƒArist‹rxÄ ¦dote ²m¡ran Žpolog®sasyai (Xen.) Concedestes a Aristarco um dia para fazer a defesa (intencão, finalidade) par¡xv ¤mautòn t¡mnein tÒ ÞatrÒ Ofereço-me [apresento] ao médico para cortar (intenção, finalidade) par¡dvka aétòn paideæein Entreguei-o para educar (intenção, finalidade) pieÝn didñnai Dar de beber [para beber] (finalidade) P‹ntew aÞtoèntai toçw yeoçw tŒ faèla Žpotr¡pein Todos suplicam aos deuses afastarem as coisas ruins (intenção) …Elegñn soi m¯ gameÝn Eu te dizia para não casar. (intenção) D¡omai êmÇn m¯ ŽkoèsaÛ mou. Eu vos peço não me ouvirdes (intenção) Perikl°w ²r¡yh l¡gein (Tuc.) Péricles foi escolhido para falar [na ocasião]. (intenção, finalidade) oänon ¤gxeÝn pieÝn servir vinho para beber (intenção, finalidade)

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jun¡bhsan toÝw Plataieèsi paradoènai sfw aétoçw kaÜ tŒ ÷pla xr®sasyai ÷ ti ’n boælvntai. (Tuc.) [Os Tebanos] chegaram a um acordo de eles mesmos se entregarem aos Plateenses e de (os Plateenses) se servirem das armas em (relação ao) que quisessem (intenção, finalidade) õ rxein aßreyeÛw o escolhido para comandar (intenção, finalidade) taæthn t¯n xÅran ¤p¡trece diarp‹sai toÝw †Ellhsin Éw polemÛan oïsan. (Xen.) [Ciro] confiou aos gregos saquearem aquele país por ser inimigo [sendo país inimigo]. (intenção, finalidade)

III. Infinitivo com valor verbal O Infinitivo pode ser o elemento de uma oração independente ou principal, substituindo outros modos. 1. Infinitivo com valor imperativo (exclamativo), comum nas saudações e nas imprecações: trap¡zaw eÞsf¡rein; (Aristóf.) Trazer as mesas! [tragam/trazei as mesas] Toèto parƒ êmÝn aétoÝw bebaÛvw gnÇnai; (Dem.) Conhecer isso seguramente em vós mesmos [na vossa cabeça]! Em¢ payeÝn t‹de; (Ésq.) Eu sofrer isto?! ToioutonÜ tr¡fein kæna; (Aristóf.) Alimentar esse cachorro!? [um cachorro desses?!] Tò ¤m¢ deèro tuxeÝn; O encontrar-me lá?! yarsÇn nèn, Diñmhdew, ¤pÜ TrÅessi m‹xesyai; (Hom.) Força [vamos!] aí, Diomedes, [ao]combater com os troianos!

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yeoÜ polÝtai m® me douleÛaw tuxeÝn; (Ésq.) Deuses da cidade! que eu não caia [não me deixeis cair] em escravidão! tò gŒr Žntil¡gein tolmn êmw; (Aristóf.) E vós ousar[des] me contradizer. 2. Infinitivo absoluto ou livre ou independente, isolado, sem ligação sintática aparente (às vezes com a conjunção Éw, como, por assim dizer). Em geral ele se encontra num enclave (frases intercaladas, explicativas, restritivas, entre vírgulas). É um uso comum em todas as línguas modernas: por isso não nos deve espantar. Daremos a seguir as expressões mais comuns: Éw ¦pow eÞpeÝn Éw suntñmvw eÞpeÝn Éw plÇw eÞpeÝn Éw eÞpeÝn Éw sunelñnti [moi] eÞpeÝn Éw gƒ ¤n ²mÝn eÞr°syai Éw ¤moÜ dokeÝn tò ¤pƒ¤moÜ eänai ÷son g¡ mƒeÞd¡nai ÷sa dokeÝn aétÒ Éw eÞk‹sai nèn ÞdeÝn ¥kÆn (¥kñntew)eänai katŒ toèto eänai“ tò nèn eänai mikroè (ôlÛgou) deÝn Éw Žlhy¢w eÞpeÝn Éw oêtvsÛ Žkoèsai

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para usar dessa expressão, por assim, dizer (ut ita dicam) para dizer em resumo (ut breviter dicam) para dizer simplesmente para dizer, por (assim) dizer para dizer em poucas palavras (para eu resumir em poucas palavras) para ser dito entre nós pelo que me parece (para me parecer) pelo que depender de mim o quanto eu estar sabendo (o que depende) o quanto lhe parecer como é a parecer, a figurar, imaginar a ver agora por vontade, voluntariamente por ser assim (conforme isso) por ser agora por faltar pouco, faltando pouco para dizer a verdade por (para) ouvir assim

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ƒAlhy¡w ge, Éw ¦pow eÞpeÝn, oéd¢n eÞr®kasin [de] verdadeiro, por assim dizer, eles nada disseram Tò ¤pƒ¤keÛnoiw eänai ŽpolÅlate O estar sobre eles [de vos apoiardes] vós estáveis perdidos. ¦jv t°w oÞkoum¡nhw ôlÛgou deÝn p‹shw meyeist®kei (Ésquines) fora de toda a terra habitada pouco falta [faltar] que [Alexandre] tivesse ultrapassado. oé fÛloiw oéd¢ j¡noiw ¥kÆn eänai g¡lvta par¡xeiw (Xen.) não ser por vontade que tu fazes rir amigos ou hóspedes pÇw dokeÝ l¡gein; - Eï ge, ¦fh õ Men¡jenow, Ëw ge oêtvsÜ Žkoèsai (Plat.) Como lhe parece dizer? - Bem, disse Menexenos, pelo menos ao ouvir dessa maneira KaÜ st®lh §sthke parŒ tòn naòn gr‹mmata ¦xousa: ßeròw õ xÇrow t°wƒArt¡midow: tòn d¢ ¦xonta kaÜ karpoæmenon t¯n m¢n dek‹thn katayæein ¥k‹stou ¦touw, ¤k d¢ toè perittoè tòn naòn ¤piskeu‹zein: ¤Œn d¡ tiw m¯ poi» taèta, t» yeÒ mel®sei. (Xen) Há uma coluna junto ao templo tendo esses dizeres: “é sagrado o terreno de Ártemis; [dever é de] o que o possui e usufrui consagrar a cada ano o dízimo; do restante fazer a manutenção do templo; se alguém não fizer essas coisas, a deusa se ocupará”. [caberá à deusa].

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A flexão verbal Como conclusão do que acabamos de expor, podemos afirmar sem receio de errar que há dois elementos essenciais no verbo grego: o aspecto (tempo interno) do verbo e o modo (visão externa). Vimos também que três são os aspectos do verbo: o aoristo, o infectum (inacabado) e o perfectum (acabado). Vamos ver agora como esses três elementos se exprimem formalmente. Constataremos que, coerentemente, o aoristo, por ser o primeiro aspecto, o aspecto-base, tem sua forma coincidente com o tema verbal puro. Ele é “Ž-ñristow”, isto é não definido, não determinado, não limitado, tanto semanticamente quanto formalmente. Veremos isso com clareza, quando tratarmos dos quadros de flexão do aoristo, que chamaremos de “raiz-tema” e que as gramáticas tradicionais chamam de aoristo II ou aoristo temático. No aoristo de “raiz-tema” a flexão se faz sobre a própria raiz, sem modificação nenhuma. É a raiz flexionada; isto é, a raiz é o tema e sobre ela se juntam as ptÅseiw. Mas, ao lado desse aoristo de raiz-tema, a língua grega criou uma característica formal para identificar o aoristo: foi o -s- que se juntou ao tema. Esse aoristo chamado “sigmático” revelou-se muito produtivo, porque era mais cômodo e evidente, na medida em que é expresso por uma forma concreta. Por isso, aos poucos, ele foi se firmando até tomar o lugar do outro, de raiz-tema, o primeiro e mais antigo. Em Homero, os dois aoristos já convivem e, no dialeto ático, só se conservam alguns aoristos homéricos de raiz-tema. Todos os verbos que se foram criando passaram a servir-se do aoristo sigmático.11

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Ao lado desse aoristo em -s-n > -sa, a língua criou um outro, tomando de empréstimo o -k-, marca do perfeito ativo, mas só para os verbos de raiz-tema monossilábicos: yh-, dv-,sth-, ². Esses temas deveriam flexionar-se como ¦gnv-n, mas esse -k- só é usado no singular, com o tema longo; e se mantém talvez pelo fato de o tema ser monossilábico, e as desinências de uma só letra (n, w, t). No plural, com as desinências silábicas, não há mais necessidade do k/ka.

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Mas essa característica formal, -s-, se junta ao tema verbal puro e não ao tema do infectum como a gramática insinua. Isso deve ficar bem claro na mente do estudioso, porque é o que acontece de fato. Acrescentar uma característica de aoristo a um tema de infectum ou perfectum seria uma incongruência, uma contradição nos próprios termos. E não há incongruência, não há contradição nos sistemas de flexão nominal e verbal da língua grega. Há muita coerência, organicidade, lógica; a unidade semântica entre significante e significado é total. Já vimos, na flexão nominal que os “casos” são a marca das funções dos nomes: não há nada de artificial, de arbitrário; há uma coerência total. Confirmaremos isso no capítulo das preposições. Vamos demonstrar agora essa mesma coerência semântica na relação das formas verbais. Sendo o aoristo o tema-base, os outros dois aspectos se constroem a partir do tema do aoristo. São “radicais” no sentido denotativo; isto é: são derivados da raiz, que é a raiz-tema. Por conseguinte, toda a flexão verbal grega repousa sobre esses 3 temas: 1. tema do aoristo: aoristo puro-gnômico ou aoristo pontual-narrativo (passado); sobre esse tema formou-se a flexão do futuro, que tem sua origem no desiderativo (subjuntivo eventual). Veremos isso mais tarde quando tratarmos da formação do futuro. Por ora fique claro apenas que o futuro se constrói sobre o tema do aoristo. 2. tema do infectum: infectum, inacabado: presente e passado (imperfeito); é construído sobre o tema verbal puro (aoristo) ou, em alguns casos, é igual ao tema do aoristo. 3. tema do perfectum: acabado, perfeito e passado (mais-que-perfeito); também é construído sobre o tema verbal puro (aoristo) O tema essencial, primeiro, é o tema do aoristo. Os outros, ou são iguais ao do aoristo (nos verbos “paradigmáticos”, “regulares”), ou são diferentes; e, nesse caso, para maior: • no infectum (inacabado) ele é ampliado, alongado, inchado, ou por meio de prefixos (redobro em -i-), ou de infixos, geralmente nasais, ou de sufixos (-(i)sk-). • no perfectum (acabado) ele recebe um redobro em -e ou equivalente.

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Toda a flexão dos verbos gregos é construída sobre esses temas: 1. Sobre o tema do infectum se constroem todos os modos e todas as vozes e o passado (imperfeito) do infectum; 2. Sobre o tema do aoristo se constroem todos os modos e todas as vozes do aoristo e todos os modos e todas as vozes do futuro; 3. Sobre o tema do perfectum se constroem todos os modos e todas as vozes e o passado (mais-que-perfeito e futuro perfeito) do perfectum. Não há exceções. Não há irregularidades. Sobre os temas dos aspectos o verbo grego recebe as desinências 12 (primárias ou secundárias/ativas ou médio-passivas) e as características modais (morfemas). Na tradição, os verbos gregos, para efeito de flexão, se dividem em dois grupos: verbos em -v e verbos em -mi. Na verdade não se trata de duas categorias de verbos. A única diferença está na primeira pessoa da voz ativa, em que, como em latim -o / m, no grego a variante é -v / mi. As diferenças de flexão, muito poucas, são acidentes fonéticos, e se reduzem praticamente ao sistema do infectum.

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As desinências (ptÅseiw) pessoais são as expressões das relações das pessoas com o verbo; são bem características e intransferíveis.

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Quadro das desinências verbais • Primárias - para o presente real, eventual e futuro • Secundárias - para o passado, potencial e irreal Pessoa Ativas:

Singular Plural Dual

Médias*:

la 2a 3a la 2a 3a 2a 3a

Singular 1a 2a 3a Plural 1a 2a 3a Dual 1a 2a 3a

Primárias

Secundárias

mi/v13 si ti men/mew te nti ton ton

n/a -w/sya (t) men te nt thn thn

mai sai tai meya/mesya sye ntai meyon syon syhn

mhn so to meya/mesya sye nto meyon syon syhn

Imperativo

tema/yi/w tv te ntvn ton tvn/ tvsan

so syv sye syvn syvn/ syvsan

* A voz passiva não tem desinências próprias; por isso se serve das desinências médias. Então há formas médio-passivas, não uma voz médio-passiva. 13 Faremos a demostração da evolução fonética na medida em que apresentarmos os quadros de flexão.

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O aoristo passivo, sobre o qual se constrói o futuro passivo, se formou com o sufixo -h-/-yh-/-syh-.

As desinências e suas particularidades 1. No quadro da página anterior, as desinências aparecem como elas são, sem alterações. As alterações acontecem no momento em que as desinências se colocam frente a frente com os temas verbais e a eles se juntam: por exemplo, o encontro de um tema verbal terminado em consoante e uma desinência iniciada por consoante; o aparelho fonador faz as adaptações necessárias. O mesmo processo se dá quando um tema verbal vocálico se encontra com uma desinência também vocálica. São alterações fonéticas normais, freqüentes em todas as línguas. Elas serão explicadas quando aparecerem. 2. Como deve ter sido notado no quadro, só há desinências ativas e médias; não há registro de desinências passivas. É que a voz passiva apareceu tardiamente e se serviu das desinências médias. No infectum (inacabado) e no perfectum (acabado) não há distinção de formas entre passiva e média. No sistema do aoristo, só o futuro passivo usa das desinências médias, além da característica da passiva: -h-/-yh-/-syh-. o futuro médio difere do futuro passivo pela ausência da característica da passiva: -h- / -yh- / -syho aoristo passivo se constrói com a característica da passiva -h- / yh- / -syh- e se serve de desinências ativas. 3. Fazem a 1 a pessoa da voz ativa em -v: a) todos os verbos de tema em consoante, quer primitivos quer derivados: f¡r-v, eu porto, many‹n-v, eu entendo, eu aprendo, gignÅskv, eu tomo conhecimento.

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b) os verbos de tema em semivogal (i, u, W, j) - a semivogal (soante) é sentida mais como semiconsoante: tÛ-v, eu honro, yæ-v, faço fumaça, eu ofereço sacrifício, deik-næ-v, eu mostro. Fazem a 1 a pessoa em -mi: a) os verbos de tema monossilábico em vogal longa: dÛ-dv-mi, eu dou, tÛ-yh-mi, eu coloco, á-sth-mi, eu ponho de pé, á-h-mi, eu lanço. O redobro em -i é uma característica desses verbos, provavelmente por serem monossilábicos; e o seu uso só no infectum é significante; é uma espécie de reforço ou uma compensação. b) os verbos que recebem infixo -nu- / nnu deÛk-nu-mi, eu mostro, zÅ-nnu-mi, eu cinjo. c) os verbos que recebem infixo -nh- também monossilábicos d‹m-nh-mi, eu domo. d) quatro verbos sem redobro nem infixo: fh-/ fami eu me manifesto, eu digo, ±- ±mi eu digo, ei-/i- eämi eu vou, estou indo, es-/-s- eÞmi eu sou.14

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Como podemos sentir, a opção pela 1a pessoa -v / -mi é de ajuste do aparelho fonador; mesmo nos temas em i- e -u a opção pelo -v é uma solução de facilidade. São mais fáceis as ditongações -iv e -uv do que -imi ou -umi. É por isso também que a língua criou, para os verbos que recebem o sufixo -nu / -nnu, uma flexão paralela em -uv.

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4. Vogal de ligação a) No sistema do infectum (inacabado) uma vogal de ligação se faz presente nos verbos de 1 a pessoa em -v, porque são temas em consoante ou semivogal. Mas, nos verbos derivados de nomes com tema vocálico, como tima-j-v, dhlo-j-v, e nos derivados com o sufixo -ej, como filej-v, o -j- em posição intervocálica sofre síncope, tornando vocálicos os temas: tima-, dhlo-, file-. O encontro dessa vogal temática com a vogal de ligação produz um hiato, que o dialeto ático reduz numa contração. As gramáticas dão o nome de “contratos” a esses verbos. Não é bem assim. Eles têm formas contratas só no sistema do infectum, exatamente por causa da presença da vogal de ligação, que, depois da síncope do -j-, faz hiato com a vogal temática. Essa vogal de ligação é: e antes de todas as consoantes orais; o antes das consoantes nasais m/n. f¡r-o-men nós portamos f¡r-e-te vós portais/portai vós tim‹j-o-men > tim‹-o-men > timÇmen nós honramos tim‹j-e-te > tim‹-e-te > timte vós honrais/honrai vós dhlñj-e-te > dhlñ-e-te > dhloète vós revelais/revelai vós 5. Em situação desinencial, depois de vogal de ligação, na flexão verbal e nominal, o -s- em posição intervocálica sofre síncope, e as vogais remanescentes formam um hiato, que, no ático, é reduzido em uma contração. læ-e-sai > læeai > læhi / læú (ei) g¡nes-a > g¡nea > g¡nh læ-e-so > læeo > læou stel-¡s-v > stel¡v > stelÇ

és desligado as raças sê desligado eu enviarei

Mas não há síncope do -s- depois de uma vogal temática longa: y®-s-v eu colocarei dÅ-s-v eu darei st®-s-v eu porei de pé ´-s-v eu lançarei

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ou breve

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tÛ- ye-sai d¡-do-sai á-sta-sai á-e-sai

tu tu tu tu

és és és és

colocado dado posto de pé lançado

mas no imperativo singular médio-passivo há síncope do -s- depois de vogal temática e contração subseqüente, nos verbos de tema vocálico, por analogia com os verbos de tema em consoante (p. 339). b) No aoristo, futuro e perfeito de temas em consoante, o grego usa a vogal de ligação: -hmay-®-s-o-mai eu entenderei, eu aprenderei me-m‹y-h-ka eu entendi, eu aprendi Nesses casos não há síncope do -s- intervocálico; mas no futuro em -es- dos temas em soante, o -s- encontrando-se depois de vogal de ligação breve sofre síncope: stel-¡s-o-men > stel¡omen > steloèmen - enviaremos O -s- intervocálico depois da vogal de ligação longa, marca do subjuntivo, também sofre síncope nos verbos de tema em consoante, soante e semivogal: læ-h-sai > læhai > læhi / læú - tu és desligado 6. O -n, precedido de uma consoante, vocaliza-se em -a. Em situação desinencial final: patrÛd-n > patrÛda a pátria (acus.) l¡ont-n > l¡onta o leão (acus.) ¤-lus-n > ¦lusa = aoristo eu desligo / desliguei l¡lu-k-n > l¡luka = perfeito eu completei o ato de desligar Em situação interna, o -n-

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ou se vocaliza em -a-: g¡grap-ntai > gegr‹patai

foram escritos, estão escritos

ou desenvolve um -a- epentético: may- > manyn- > manyan-v

eu entendo, eu aprendo

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7. Na seqüência nts, há síncopes sucessivas das dentais: - nts > ns > s e um alongamento compensatório da vogal anterior 15: - o em ou; - e em ei; e as outras vogais a, i, u em sua longa correspondente do mesmo timbre. f¡r-o-nti > f¡ronsi > f¡rousi ( -nti > -nsi) l¡ont-si > l¡onsi > l¡ousi luy¡nt-si > luy¡nsi > luyeÝsi gÛgant-si > gÛgansi > gÛgasi ¥lmÛny-si > ¥lmÛnsi > ¥lmÝsi deiknænt-si > deiknænsi > deiknèsi

eles portam aos leões aos que foram desligados aos gigantes às lombrigas aos que mostram

8. A língua grega só mantém três consoantes em posição final: n, r, w. As outras todas caem (menos na negação oék / oéx e na preposição ¤k / ¤j). No quadro das desinências secundárias ativas mantemos o (-t) em posição final; é mera reminiscência. Mas é para explicar a vogal de ligação -e-. 9. O -n no final das 3as pessoas do singular das desinências secundárias ativas (-e-n) e plural das desinências primárias ativas dos verbos (nti > ousin/asin), bem como no dativo plural em -sin, é mero registro eufônico e se usa ou no fim da frase, Žgayñw ¤stin, ou no meio, ¤stin Žgayñw, quando a palavra seguinte começa com vogal, para evitar hiato ou elisão; mas, se a palavra seguinte começa com consoante, ele não aparece, ¤sti kalñw.

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Esse “alongamento compensatório”, que os estudantes têm dificuldade de entender, nada mais é do que a permanência da duração da vogal que sustenta duas ou mais consoantes com ela, e, depois da síncope das consoantes, o consciente lingüístico mantém a duração da vogal. É uma espécie de memória.

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10. Nos verbos, os encontros consonânticos acontecem ou entre o s que caracteriza o aoristo e o futuro com os diversos temas verbais consonânticos, ou entre o k que caracteriza o perfeito e mais-que-perfeito com os diversos temas verbais consonânticos. Convém notar que todas essas alterações não são problemas gramaticais, morfológicos. São problemas meramente fonéticos, que se produzem no aparelho fonador e nele mesmo são resolvidos. Não é porque se trata de um substantivo, adjetivo ou verbo que os problemas são diferentes; são exatamente os mesmos e são resolvidos da mesma maneira, porque são fonéticos e são resolvidos foneticamente.

Alguns problemas fonéticos Vejamos os encontros mais comuns: l. Encontros de consoantes 16: a) oclusiva + s = assimilação da oclusiva labiais b-p-f + s > c blab-s-v> bl‹cv prejudicarei velares g-k-x + s > j g-s-v > jv conduzirei dentais d-t-y + s > s* peiy-s-o-mai > peissomai > peÛsomai obedecerei * Dental antes de s se assimila em ss e se reduz a s.

b) oclusiva + k = aspiração da oclusiva (síncope da dental) labiais b,p,f + k .> f b¡-blab-ka > b¡blafa velares g,k,x + k > x p¡-prag-ka > p¡praxa dentais d,t.y + k > k* p¡-peiy-ka > p¡peika * Dental sofre síncope antes de k.

prejudiquei fiz convenci

c) oclusiva + t = assimilação da oclusiva labiais b,p,f + t > pt b¡-blab-tai > b¡blaptai velares g,k,x + t > kt p¡-prag-tai > p¡praktai dentais d,t,y + t > st p¡-peiy-tai > p¡peistai

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foi, está prejudicado foi, está feito foi, está convencido

Esses encontros consonânticos foram tratados no Capítulo “Fonética Aplicada”. Mas achamos conveniente expô-los aqui sucintamente, mais próximos dos quadros de flexão. Os exemplos contêm formas nominais e verbais justamente para mostrar que não são problemas morfológicos mas simplesmente fonéticos.

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d) oclusiva + m = assimilação da oclusiva labiais b,p,f + m > mm velares g,k,x + m > gm dentais d,t, y + m > sm

t¡-trib-mai > t¡trimmai fui, estou esmagado p¡-prag-mai > p¡pragmai fui, estou feito p¡-peiy-mai > p¡peismai fui, estou convencido

2. Encontros de vogais: os mais freqüentes a + e > a* o + e > ou a+o>v o + o > ou e + a > h* o + oi >oi (ooi > oui > oi) e + e > ei o + ei > oi (oei > oui > oi) e + o > ou** a, e, o + v > v*** e + oi > oi (eoi > oui>oi) * no encontro de a-e/e-a prevalece o timbre da vogal anterior: a-e > a; e-a > h. ** em todos os encontros vocálicos em que aparecem as vogais o/v prevalece o timbre “o” na contração resultante; *** uma vogal longa absorve a vogal breve (o timbre -o prevalece sempre).

Além do s, que caracteriza o aoristo ativo e médio e o futuro ativo, médio e passivo, e do k que caracteriza o perfeito ativo, isto é, características de aspectos, o verbo grego tem também uma forma de caracterizar os modos.

Características dos modos • O INDICATIVO não tem característica especial, porque exprime a identidade e a própria realidade da ação. É o modo predominante, referencial, da realidade imediata, do significado positivo, e por isso o próprio enunciado das formas é a sua representação. Fala-se de um “morfema zero” no indicativo. Sobre o tema de cada aspecto, acrescentam-se as desinências primárias ou secundárias, ativas ou médias (passivas) e, se necessárias, as vogais de ligação no infectum dos verbos de tema em consoante ou semivogal.

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• O SUBJUNTIVO tem como característica a vogal de ligação longa na seqüência: o,e,e,o,e,o > v,h,h,v,h,v, que é: a) • ou a própria vogal de ligação (no infectum) nos verbos de tema em consoante ou semivogal: ind. f¡r-o-men portamos, levamos ind. fer-ñ-meya somos levados subj. f¡rvmen portemos, levemos subj. fer-Å-meya sejamos levados b) • ou, nos verbos de tema em vogal, (verbos em -v) em contração com a vogal temática: ind. fil¡-o-men > ‘filoèmen amamos ind. file-ñ-meya > filoæmeya somos amados subj. fil¡-v-men > filÇmen amemos subj. file-Å-meya > filÅ-meya sejamos amados c) • ou, nos verbos de tema em vogal (verbos em ind. tÛyhsi > tÛyhi >tÛy úw/hiw ind. tÛye-men ind. dÛdv-si ind. dÛdo-men subj. tiy¡-h-si>tiy¡hi>tiy°iw/tiy»w subj. tiy¡-v-men > tiyÇmen subj. didñ-h-si>didñhi>didÇi/didÒw subj. didñ-v-men> didÇmen d) • ou nos temas do aoristo passivo: ind. ¤læyh-n ind. ¤-st‹l-h-n subj. luy®-v> luy¡v> luyÇ18 subj. stal®v> stal¡v> stalÇ

-mi): colocas colocamos ele dá damos coloques coloquemos ele dê 17 demos

fui, fui, seja seja

sou desligado sou enviado desligado enviado

17

Nos encontros vocálicos que resultam em contração, sempre que houver uma vogal de timbre -o-, o timbre -o- prevalece, mesmo que a outra vogal de outro timbre seja longa; o resultado nesse caso é -v. 18 No dialeto ático, na seqüência de duas vogais longas, a longa anterior se abrevia.

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e) • ou ainda, nos temas do aoristo sigmático (que não têm vogal de ligação) acrescentam-se diretamente as desinências primárias: ind. ¦lusa19 desligo, desliguei ind. ¤-lu-s‹-mhn desligo, desliguei para mim subj. læ-s-v desligue subj. læ-s-v-mai desligue para mim Por ser eventual, isto é, fato futuro, o subjuntivo grego tem sempre desinências primárias e se traduz em português ou pelo “presente do subjuntivo” ou pelo “futuro do subjuntivo”; no latim e nas outras línguas românicas, pelo “presente do subjuntivo ou pelo “futuro do indicativo”. O subjuntivo não exprime tempo; somente o aspecto, o que deve ser levado em conta na tradução. • O OPTATIVO tem como característica essencial o -i- / -ie /ih 20, que se acrescenta ao tema do aspecto correspondente: No sistema do infectum (inacabado), no perfectum (acabado) ativo e nas formas do futuro (ativo, médio ou passivo) e no aoristo de raiztema ele vem acompanhado de uma vogal de ligação permanente: o-i: infectum futuro

ativo læ-oi-mi læs-oi-mi

médio lu-oÛ-mhn lus-oÛ-mhn

perfeito aoristo de raiz-tema

lelæk-oi-mi. àd-oi-mi Þd-oÛ-mhn

passivo luyhs-oÛ-mhn

Ver quadros de flexão: infectum, p. 341-69; futuro, p. 459; perfeito, p. 509; aoristo, p. 426.

19

A construção do subjuntivo revela a origem do futuro: antigo desiderativo (eventual) e a desinência primária se acrescenta diretamente ao tema; não como o indicativo, que, por ser passado, teve a desinência secundária -n vocalizada em -a > sa. 20 É bom lembrar que esse -i- do optativo é longo; isso é importante para a acentuação.

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• No aoristo sigmático ativo e médio o -i- do optativo se acrescenta ao próprio tema do aspecto, sem vogal de ligação, por desnecessária, dada a presença do -a. læ-sa-i-mi - lu-sa-Û-mhn desligaria, desligaria para mim. Ver quadros de flexão, p. 445. • No aoristo passivo, (a marca do aoristo passivo é vocálico -h- /-yh-) o -i- do optativo se acrescenta à marca da voz passiva na variação longasingular / breve-plural -ih/i: lu-yh-Ûh-n > lu-ye-Ûh-n - seria desligado lu-ye-Ý-men seríamos desligados Ver quadro de flexão, p. 477 e 479. O mesmo acontece no infectum de todos os temas vocálicos (verbos em -mi): tiye-Ûh-n, ye-Ûh-n / tiye-Ý-men, ye-Ý-men dido-Ûh-n, do-Ûh-n / dido-Ý-men, do-Ý-men; ße-Ûh-n, e-áh-n / ße-Ý-men, e-å-men Ver quadros de flexão, p. 347 e 360. Os verbos denominativos de tema em vogal com sufixo -j-, na voz ativa do infectum, mantêm a vogal de ligação única -o- e fazem o optativo em -oi- ou o-Ûh-n. tim‹j- = tim‹j-oi-mi > tim‹-oi-mi > timÒmi / timaj-o-Ûh-n > tima-o-Ûh-n > timÅihn/timÐhn fil¡j- = fil¡j-oi-mi > filoÝmi > fil¡-oi-mi > filoÝmi / filej-o-Ûh-n > file-o-Ûh-n > filoÛhn dhlñj- = dhlñj-oi-mi > dhlñ-oi-mi > dhloÝmi / dhloj-oÛh-n > dhlo-oÛh-n > dhloÛhn Ver quadros de flexão, p. 376, 381, 383, 386, 388, 391 e 393, respectivamente. Mas na voz média (passiva) constroem o optativo de uma só maneira: com a característica -i- em vocalismo zero e vogal de ligação única -o-.: tim‹j- = timaj-o-Û-mhn > tima-o-Û-mhn > timÅimhn / timÐmhn poiej- = poiej-o-Û-mhn > poie-o-Û-mhn > poiouÛmhn > poioÛmhn dhlñj- = dhloj-o-Û-mhn > dhlo-o-Û-mhn > delouÛmhn > dhloÛmhn Ver quadros de flexão p. 375, 390 e 385, respectivamente.

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O optativo, por ser o modo do fato possível ou da atenuação da afirmação, isto é, mais próximo da irrealidade, tem desinências secundárias 21 e se traduz em português ou pelo “imperfeito do subjuntivo” geralmente na prótase (desejo irrealizável-irreal do presente) ou “condicional simples” na apódose (fato possível ou afirmação atenuada). O optativo não exprime tempo; somente o aspecto, o que deve ser levado em conta na tradução. •O

tem suas desinências próprias, como vimos no quadro. O imperativo singular de 2a pessoa, por ser o primeiro, o verdadeiro e de longe o mais empregado22, apresenta certas dificuldades, sobretudo no aoristo da voz ativa e média. IMPERATIVO

Voz ativa: 1. Uso da vogal de ligação: Infectum: o próprio tema com vocal de ligação (de apoio) nos verbos de tema em consoante ou semivogal (verbos em -v): læ-e desliga f¡r-e porta, carrega Nos aoristos de temas-raiz em consoante dá-se o mesmo: Þd-¡ vê lab-¡ pega Nesses casos há o deslocamento da tônica para a posição de oxítona. Nos verbos denominativos em -j- a vogal temática, depois da síncope do -j-, se contrai com essa vogal de ligação: tÛmaj-e > tÛma-e > tÛma honra poÛej-e > poÛe-e > poÛei faz d®loj-e > d®lo-e > d®lou revela

21

A desinência -mi é “primária”, da 1a pessoa “eu”; e, por razões fonéticas, de menos esforço, o “eu” do optativo “tomou emprestado” o -mi.:: é mais fácil pronunciar læoimi do que læoin. Mas a desinência primitiva era -m > -n. 22 Compare-se com o vocativo; os dois são o eixo do diálogo primeiro, linear, bipolar, horizontal; os dois não têm desinência porque basta o tema. Depois, por analogia, a língua desenvolveu os outros imperativos.

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Por analogia, essa vogal de ligação se estende para os verbos de tema em vogal (verbos em -mi): tÛye-e > tÛyei põe, coloca dÛdo-e > dÛdou dá áe-e > áei lança ásta-e > ásth (ásta) põe de pé deÛknu-e > deÛknu mostra 2. O sufixo -yi: Mas com os verbos eämi - eu vou, eÞmi - eu sou, fhmi - eu falo e nos aoristos de raiz de tema em vogal longa ¦gnvn - eu tomei conhecimento, ¦bhn - eu andei, Žp-¡dran - eu saí correndo, ¦dun - eu imergi, ¤x‹rhn - eu me alegrei, usa-se o antigo sufixo locativo -yi: à-yi vai (latim: i) gnÇ-yi conhece (toma conhecimento) às-yi sê dè-yi mergulha, veste-te f‹-yi fala Žpñ-dra-yi afasta-te b°-yi anda x‹rh-yi alegra-te Esse sufixo -yi, por analogia, forma também o imperativo singular dos aoristos passivos em -h-, -yh / syh: ¤-læ-yh-n eu fui (sou) desligado læ-yh-yi > læyhti sê desligado ¤-st‹l-h-n eu fui (sou) enviado st‹lh-yi sê enviado 3. Os aoristos sigmáticos: No aoristo sigmático ativo usa-se a desinência de 2a pessoa -so, com -n eufônico. ¦-lu-sa > imper. lè-so-n desliga ¦stel-sa > imper. st¡l-so-n > steÝl-on envia Voz média: a) desinência -so de 2a pessoa, secundária, no infectum e no perfectum23;

23

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Na voz média e passiva do infectum e perfectum só os temas são diferentes; as desinências são as mesmas.

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b) desinência -sai de 2a pessoa, primária24, no aoristo Infectum læ-e-so > læeo > læou dÛdo-so > dÛdou

desliga-te, desliga para ti dá para ti

l¡-lu-so

fica desligado para ti

lè-sai st¡l-sai > steÝlai

desliga para ti envia para ti

/sê desligado /sê dado

Perfectum Aoristo

As outras formas do imperativo: 2a do plural (imperativo direto) e 3a pessoa sing. e pl. (imperativo indireto) são sempre as mesmas e não apresentam nenhum problema fonético digno de nota. -te para a 2a p. do pl. da voz ativa -tv para a 3a p. do sing. da voz ativa (imperat. indir.) -ntvn para a 3a p. pl. da voz ativa (imperat. indir.) -sye para a 2a p. do pl. da voz média / pas. -syv para a 3a p. do sing. da voz m./p. (imperat. indir.) -syvn para a 3a p. do pl. da voz m./p. (imperat. indir.) De posse dessas informações (temas, desinências, características) pode-se construir a conjugação de qualquer verbo grego. Tendo um texto na frente, identificando primeiramente se é uma forma verbal ou nominal, podem-se separar as partes e encontrar o significado. O aprendizado de cor dos quadros de declinações e conjugações tem uma desvantagem: leva a aprender fórmulas vazias de significado, acumulando informações sem saber usá-las. É porque se tem a impressão de que os quadros são fixos, numa sucessão vertical, obedecendo a um padrão único. Não é exato. Todas as formas, quer nominais quer verbais, são construídas sobre o tema (nominal ou verbal) dentro dos padrões fonéticos da língua. Todavia, um quadro-referência de flexão é não só útil, mas também necessário, sobretudo se é construído por aquele que está estudando. Voltaremos a tratar disso, com mais detalhes, nos quadros das flexões de todos os temas. 24

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Certamente é outro caso de “empréstimo”; -sai é desinência própria de 2a pessoa; como o -so já foi usado na voz ativa, apelou-se para o -sai para a voz média.

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Quadros da flexão verbal Infectum (inacabado) I. Presente VOZ ATIVA:

Indicativo læ-v tÛ-yh-mi dÛ-dv-mi á-sth-mi á-h-mi S.

P.

eu eu eu eu eu

desligo, eu estou desligando coloco, eu ponho, eu estou colocando dou, eu estou dando ponho de pé, eu estou pondo de pé lanço, eu estou lançando

læv

tÛ-yh-mi

dÛ-dv-mi

á-sth-mi

á-h-mi

læ-eiw

tÛ-yh-w

dÛ-dv-w

á-sth-w

á-h-w

læ-ei

tÛ-yh-si

dÛ-dv-si

á-sth-si

á-h-si

læ-o-men

tÛ-ye-men

dÛ-do-men

á-sta-men

á-e-men

læ-e-te

tÛ-ye-te

dÛ-do-te

á-sta-te

á-e-te

læ-o-nti > ousi tÛ-ye-nti > ¡asi dÛ-do-nti > ñasi á-sta-nti > si á-e-nti > si D.

læ-e-ton

tÛ-ye-ton

dÛ-do-ton

á-sta-ton

á-e-ton

læ-e-ton

tÛ-ye-ton

dÛ-do-ton

á-sta-ton

á-e-ton

Notas: 1. A desinência da 1a pesssoa do singular é -v em læ-v e -mi nos outros. Exceto essa diferença, que é a mesma do latim (-o/-m), o resto das desinências é o mesmo para todos os verbos. As diferenças aparentes podem ser explicadas pela fonética.

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2. As 2a e 3a pessoas do singular dos verbos em -v : læ-eiw, læ-ei são contrações devidas à vogal de ligação25: o -w é desinência característica de 2 a pessoa e foi acrescentado por analogia, para evitar confusão com a desinência da 3 a . Ver quadro demostrativo a seguir.

Quadro demostrativo de flexão dos verbos de tema em semivogal (soante) ou consoante: S. læ-e-si > læei > læ-e-ti > læ-e-si >

læ-v læeiw læei

læ-o-nti > læonsi >

læ-o-men f¡r-o-men læ-e-te f¡r-e-te læousi f¡r-o-nti > f¡ronsi > f¡rousi

P.

D.

f¡r-e-si > f¡rei > f¡r-e-ti > f¡r-e-si >

læ-e-ton læ-e-ton

f¡r-v f¡reiw f¡rei

f¡r-e-ton f¡r-e-ton

As 2as e 3as pessoas do singular dos verbos em -mi- recebem o seguinte tratamento: 2 a pessoa:

tÛ-yh-si > dÛ-dv-si > ásthsi > áh-si >

tÛyhi > dÛdvi > ásthi > áhi >

tÛyú > dÛdÄ> ástú > áú >

tÛyú-w/tÛyh-w dÛdÄw/dÛ-dvw ástúw/ásth-w áúw/áhw

O -w é a marca da 2a pessoa da voz ativa e por isso substitui -si.

25

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Porque, dos verbos que têm a 1 a pessoa do presente do indicativo em -v, mais de 90% são de tema em consoante; os outros, ou são de tema em semivogal u- / i-, ou são de tema em W- vocalizado em u- ou em j-, resultando em várias conbinações fonéticas (ver formação dos temas do infectum, p. 412. Os que recebem o sufixo nu / nnu têm um tema alternativo em u- e têm a 1a pessoa -æv.

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3 a pessoa:

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tÛyhti > dÛdvti > ásth-ti > áhti >

tÛyhsi dÛdvsi ásth-si áhsi

3. Os verbos em -mi sofrem, no indicativo ativo, alternância de quantidade na vogal temática: longa no singular e breve no plural. 4. na 3 a pessoa do pl. a desinência -nti tem dois tratamentos: a) læ-o-nti > læ-onsi > læ-ousi. O -n- sofre síncope antes da dental e alonga a vogal anterior; b)

tÛ-ye-nti > tiy¡-ati > tiy¡-asi dÛ-do-nti > didñ-ati > didñ-asi á-sta-nti > ßst‹-ati > ßst‹-asi > ßstsi á-e -nti > ß¡-ati > ß-¡-asi > ߍ-si O -n-, diante da consoante -t- se vocaliza em -a-.: nti > ati > asi26.

5. Além dos verbos do quadro acima, fazem a 1 a pessoa do indicativo presente em -mi: a) alguns temas verbais em consoante, que recebem um infixo -nucomo: deÛk-nu-mi - eu mostro b) alguns temas verbais em vogal, que recebem um infixo -nnu- como: zÅ-nnu-mi - eu cinjo c) alguns temas verbais em consoante, que recebem um infixo -nhcomo: d‹m-nh-mi - eu domo p¡r-nh-mi - eu vendo

26

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Essa diferença de tratamento se deve à “competência lingüística”; nos verbos monossilábicos a vogal é temática e por isso significativa. Não se faz a simplificação fonética. Por isso o -n- é soante, e em contato com a consoante se vocaliza em -a-.

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d) quatro verbos sem redobro nem infixo: eämi eu vou, estou indo eÞmi eu sou fhmi eu me manifesto, eu digo ±mi eu digo A flexão desses verbos se faz normalmente como nos quatro modelos em -mi. Convém notar, porém, que todos esses verbos com infixo nh/nu têm uma forma alternativa em -v: deÛknumi / deiknæv, zÅnnumi / zvnæv, d‹mnhmi / d‹mnv, p¡rnhmi / p¡rnv. e é assim que flexionam todas as formas do infectum fora do indicativo ativo. Mas, na 3a pessoa do plural, como o -u-é temático e dispensa vogal de ligação, na desinência nti, o -n- vogaliza-se antes do -t-, e temos a desinência -nti > ati > asi.

Subjuntivo læ-v-men = desliguemos (exortativo), vamos desligar? (deliberativo), se (¤Œn/ ’n / µn) começarmos a desligar, caso comecemos a desligar, se desligarmos, caso desliguemos (eventual). Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.

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S.

læ-v læ-ú-w læ-ú

ti-yÇ ti-y»-w ti-y»

P.

læ-v-men læ-h-te læ-v-si

ti-yÇ-men di-dÇ-men ti-y°-te di-dÇ-te ti-yÇ-si di-dÇ-si

ß-stÇ-men ß-Ç-men ß-st°-te ß-°-te ß-stÇ-si ß-Ç-si

D.

læ-h-ton læ-h-ton

ti-y°-ton ti-y°-ton

ß-st°-ton ß-st°-ton

344

di-dÇ di-dÒ-w di-dÒ

di-dÇ-ton di-dÇ-ton

ß-stÇ ß-st»-w ß-st»

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ß-Ç ß-»-w ß-»

ß-°-ton ß-°-ton

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Notas: 1. Notar a equivalência de sentidos entre o subjuntivo presente e o futuro, mesmo em português. Os dois são eventuais. 2. Para não ocupar espaço e cansar inutilmente o leitor, daqui para frente traduziremos só as formas do verbo læv; As outras serão traduzidas por analogia. Para efeito de consulta, damos a seguir o quadro da flexão do Subjuntivo, com a demostração das alterações fonéticas: læv

tÛyhmi

dÛdvmi

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læ-v læ-h-si > læ-h-ti > læ-v-men læ-h-te læ-v-nti > læ-h-ton > læ-h-ton > tÛ-y¡-v > ti-y¡-h-si > tÛ-y¡-h-ti > ti-y¡-v-men > ti-y¡-h-te > ti-y¡-v-nti > ti-y¡-h-ton > ti-y¡-h-ton > di-dñ-v > di-dñ-h-si > di-dñ-h-ti > di-dñ-v-men > di-dñ-h-te > di-dñ-v-nti > di-dñ-h-ton > di-dñ-h-ton >

345

læhti >

læhi / læú > læhsi >

lævnti >

lævnsi >

tiy°si > tiy°ti >

tiy°i/tiy» > tiy°si >

tiyÇnti >

tiyÇnsi >

læ-v læhiw / læúw læhi / læú læ-v-men læ-h-te lævsi læ-h-ton læ-h-ton tiyÇ tiy°iw / tiy»w tiy°i / tiy» tiyÇmen tiy°te tiyÇsi ti-y°-ton ti-y°-ton

didÇsi > didÇti >

didÇi /didÒ > didÇsi >

didÇnti >

didÇnsi >

didÇ didÇiw/ didÒw didÇi / didÒ didÇmen didÇte didÇsi di-dÇ-ton di-dÇ-ton

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ásthmi

áhmi

ßst‹-v > ßst‹-h-si > ßst‹-h-ti > ßst‹-v-men > ßst‹-h-te > ßst‹-v-nti > ßst‹-h-ton > ßst‹-h-ton > ß-¡-v > ß-¡-h-si> ß-¡-h-ti > ß-¡-v-men > ß-¡-h-te > ß-¡-v-nti > ß-¡-h-ton > ß-¡-h-ton >

ßst°si > ßst°ti >

ßst°i / ßst» > ßst°si >

ßstÇnti >

ßstÇnsi >

ß°si > ß°ti >

ß°i / ß» > ß°si >

ßÇnti >

ßÇnsi >

ßstÇ ßst°iw / ßst»w ßst°i / ßst» ßstÇmen ßst°te ßstÇsi ß-st°-ton ß-st°-ton ßÇ ß°iw / ß»w ß°i / ß» ßÇmen ß°te ßÇsi ß-°-ton ß-°-ton

Notas: 1. O subjuntivo tem duas características: vogal de ligação longa e desinências primárias por ser eventual nos três temas. 2. No verbo læv, isto é, nos verbos de tema em consoante ou semivogal (soante), essa vogal longa coincide com o alongamento da vogal de ligação ou a substitui; nos outros, a vogal longa v, h, h, v, h, v, característica do subjuntivo, se junta à vogal breve do tema e a absorve (contração), prevalecendo sempre o timbre: o. ti-y®-v > ti-y¡-v > tiyÇ di-dÅ-v > didñ-v > didÇ 3. A acentuação está dentro dos hábitos fonéticos da língua: sempre que uma vogal acentuada entra na contração leva consigo a tonicidade; e o acento da forma final, tônica, é circunflexo (perispômeno). 4. O subjuntivo grego se traduz em português quer pelo presente do subjuntivo quer pelo futuro do subjuntivo. Mas, na repetição de presente, “quando” eventual, “sempre que”, “se”, o português usa o indicativo, o grego não. Sempre o subjuntivo. (ver no capítulo do subjuntivo)

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Optativo læ-o-i-men - poderíamos começar a desligar, poderíamos estar desligando, desligaríamos (potencial ou afirmação atenuada), (Žn) ah se estivéssemos desligando! (eÞ -eàye) se desligássemos - oxalá desligássemos! oxalá pudéssemos desligar! (desejo, anseio por uma possibilidade, voto). Não há idéia de tempo nessas expressões, apenas aspecto e modo. S.

læ-oi-mi læ-oi-w læ-oi

ti-ye-Ûh-n ti-ye-Ûh-w ti-ye-Ûh

di-do-Ûh-n di-do-Ûh-w di-do-Ûh

ß-sta-Ûh-n ß-sta-Ûh-w ß-sta-Ûh

ß-e-Ûh-n ß-e-Ûh-w ß-e-Ûh

P.

læ-oi-men læ-oi-te læ-oi-en

ti-ye-Ý-men27 ti-ye-Ý-te ti-ye-Ý-en

di-do-Ý-men di-do-Ý-te di-do-Ý-en

ß-sta-Ý-men ß-sta-Ý-te ß-sta-Ý-en

ß-e-Ý-men ß-e-Ý-te ß-e-Ý-en

D.

læ-oi-ton lu-oÛ-thn

ti-ye-Ý-ton ti-ye-Û-thn

di-doÝ-ton di-do-Û-thn

ß-sta-Ý-ton ß-sta-Û-thn

ß-e-Ý-ton ß-e-Û-thn

Notas: 1. Há um falso ditongo na seqüência da vogal breve do tema desses verbos e a característica -i- longa do optativo; isso explica a posição da tônica. No singular o -i- longo se abrevia diante de outra longa. A variante longa no plural é menos usada do que a curta. Lei do menor esforço. 2. A característica do optativo é i / ie-ih. 3. O optativo tem sempre desinências secundárias, por ser o modo do possível e da atenuação da afirmação. 4. Nos verbos em -v, por serem de tema em consoante ou semivogal (soante), há uma vogal de ligação fixa -o- no infectum (pres.), futuro e perfeito ativo -oi-.

27

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Variante: tiye-Ûh-men, tiye-Ûh-te, tiye-Ûh-san.

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5. Nos outros, com temas terminados em vogal, a característica do optativo se junta diretamente, numa alternância -ih- singular e -i- plural. 6. A desinência da 1a pessoa do singular, em vez de -n é -mi, e a da 3a do plural, em vez de -n é -en. É um recurso fonético e semântico: a seqüência dos sons -i- e nasal é incômoda; por isso, na 1a pessoa há um empréstimo ou mesmo uma opção pela desinência -mi28 e na 3a pessoa a vogal de ligação -edesfaz a dificuldade fonética. 7. O optativo grego se traduz em português, quer pelo imperfeito do subjuntivo, geralmente na condicionante (prótase), quer pelo condicional simples, na condicionada (apódose).

Imperativo - lèe - læete - desliga, vai desligando, começa a desligar (tu); desligai, começai a desligar, ide desligando (vós); - lu¡tv - luñntvn: desligue , vá desligando, comece a desligar (ele); desliguem, vão desligando, comecem a desligar (eles). Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo. S.

lè-e lu-¡-tv

tÛ-ye-e > ei ti-y¡-tv

dÛ-do-e > ou di-dñ-tv

á-sta-e > h ß-st‹-tv

á-e-e > ei ß-¡-tv

P. læ-e-te tÛ-ye-te dÛ-do-te á-sta-te á-e-te lu-ñ-ntvn ti-y¡-ntvn di-dñ-ntvn ß-st‹-ntvn ß-¡-ntvn lu-¡-tvsan29 ti-y¡-tvsan di-dñ-tvsan ß-st‹-tvsan ß-¡-tvsan D.

læ-e-ton lu-¡-tvn

tÛ-ye-ton ti-y¡-tvn

dÛ-do-ton di-dñ-tvn

á-sta-ton ß-st‹-tvn

28

á-e-ton ß-¡-tvn

Esse “empréstimo” só é possível porque tanto -mi como -v são “propriedade” da 1a pessoa e ela as usa como bem lhe convém, foneticamente, é claro. A desinência original é -m- (todas as desinências de 1a pessoa começam por -m-); o -n é a forma do -m- em posição final. A opção por -mi-, então é natural. 29 A forma lu-¡-tvsan de 3a pessoa do plural é menos freqüente do que lu-ñntvn.

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Notas: 1. Não há uma desinência específica do imperativo singular; é o próprio tema do verbo; esse -e é vogal de apoio para os verbos de tema em consoante, soante e semivogal, nos outros verbos, é usado por analogia. 2. As outras desinências são próprias do imperativo; são fixas e serão encontradas na voz ativa de temas dos outros aspectos. Mas mantêm a caracterização fonética das pessoas gramaticais: -t- 3a pessoa do singular -nt- 3a pessoa do plural -te- 2a pessoa do plural

Particípio lævn - desligante, desligando, que está desligando: sempre simultâneo ao ato expresso pelo verbo da oração principal. Não há idéia de tempo próprio no particípio; apenas aspecto e modo. A simultaneidade não significa tempo próprio, mas tempo relativo, isto é, do enquadramento do ato verbal. T M. F. N.

lu-o-ntlævn læousa‘ lèon

ti-ye-nttiyeÛw-y¡ntow tiyeÝsa-shw tiy¡n-y¡ntow

di-do-ntß-sta-ntdidoæw-dñntow ßst‹w-‹ntow didoèsa-shw ßstsa-shw didñn-dñntow ßst‹n-‹ntow

ß-e-ntßeÛw-¡ntow ßeÝsa-shw ß¡n-¡ntow

Notas: 1. A característica do particípio ativo é -nt no grego e -nt- no latim e línguas latinas. 2. O nom. sing. masc. se faz com a desinência -w, e o encontro desse -w com o -nt- do tema tem tratamentos diferentes: a) - Com vocalismo o : T.: lu-o-nt- > læont-w > læ0n-w > læon> lævn • alongamento compensatório o > v antes de -n, sobre o modelo de l¡vn - l¡ontow - l¡ousi, ou, mais provavelmente, para evitar um tritongo nos temas verbais em u e i.

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Os particípios do infectum dos verbos de tema em consoante ou semivogal (verbos em -v) se constroem sobre esse modelo. Mas: T.: di-do-nt- > didñnt-w > didñn-w > didoæw • alongamento compensatório o > ou antes de -w, sobre o modelo de T.: ôdñnt- > ôdñnt-w > ôdñn-w > ôdoæw 30 3. Com outras vogais: síncope sucessivamente do t e do n e alongamento compensatório: tiy¡ntw > tiy¡n-w > tiyeÛw alongamento compensatório -e > ei ß¡nt-w > ß¡n-w > ßeÛw alongamento compensatório -e > ei ßst‹ntw > ßst‹n-w > ßst‹w alongamento compensatório -a deiknæntw > deiknænw > deiknæw alongamento compensatório -u 4. O feminino de todos esses particípios se forma com o sufixo -ja lu-o-nt-ja > luontia > luonsia > luousia > læousa læousa é um tema em -a impuro (faz o gen. sing. em -hw e o dat./loc. instr. singular -ú). Também: tiyeÝsa - shw ßeÝsa - shw ßstsa - shw deiknèsa - shw 5. O neutro é o tema puro, e o -t em posição final sofre apócope no nominativo, vocativo e acusativo singular. læ-o-nt- > lèont > lèon di-dñnt- > didñnt > didñn tiy¡nt- > tiy¡nt > tiy¡n ß¡nt- > ß¡nt > ß¡n st‹nt- > st‹nt > st‹n deiknunt- > deikænt > deiknæn

30

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Os gramáticos não explicam esta diferença. Cremos que é por causa da tonicidade do -o- em didñnt- e ôdñnt-. Mas há registro de didÅn, embora didoæw seja a forma mais empregada.

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Infinitivo læ-ein - estar desligando, estar começando a desligar, estar no processo de desligar. Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo. Infinitivos: læ-ein ti-y¡-nai di-dñ-nai ß-st‹-nai ß-¡-nai Há duas desinências do infinitivo ativo: - en /-een (-hn) e -nai - lu-e-en > læeen > læein - tiy¡-nai, - didñ-nai, - ßst‹-nai, - ß¡-nai

II. Passado: Imperfeito ¦-lu-o-n: eu desligava, eu estava desligando • O ¤- que se antepõe ao tema chama-se aumento: é a marca do passado. • Só se usa no indicativo. • O passado usa desinências secundárias. • Não há outros modos no passado; só o indicativo. S.

¦-lu-o-n ¦-lu-e-w ¦-lu-e

¤-ti-yh-n/ein ¤-dÛ-dv-n/oun ¤-tÛ-yhw/eiw ¤-dÛ-dv-w/ouw ¤-tÛ-yh/ei ¤-dÛ-dv/ou

á-sth-n á-sth-w á-sth

á-h-n/ein á-h-w/eiw á-h/ei

P.

¤-læ-o-men ¤-læ-e-te ¦-lu-o-n

¤-tÛ-ye-men ¤-tÛ-ye-te ¤-tÛ-ye-san

¤-dÛ-do-men ¤-dÛ-do-te ¤-dÛ-do-san

á-sta-men á-sta-te á-sta-san

á-e-men á-e-te á-e-san

D.

¤-læ-e-ton ¤-lu-¡-thn

¤-tÛ-ye-ton ¤-ti-y¡-thn

¤-dÛ-do-ton ¤-di-dñ-thn

á-sta-ton ß-st‹-thn

á-e-ton ß-¡-thn

Notas: 1. Como no presente, os verbos em -mi, no singular do imperfeito ativo, têm vogal temática longa e no plural, breve.

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2. Nas três pessoas do singular, os verbos em -mi, menos ásthmi31, podem ditongar a vogal temática longa. Assim: -h-> ei ; -v- > ou ¤-tÛyei-n ¤-dÛ-dou-n á-ei-n ¤-tÛ-yei-w ¤-dÛ-dou-w á-ei-w ¤-tÛ-yei ¤-dÛ-dou á-ei 3. Na 3a pessoa do plural desses mesmos verbos, para não confundir com a 1a pessoa, usa-se emprestada a desinência -san da 3a pessoa do plural do aoristo sigmático. Com lu-v não, porque seria igual ao aoristo; nos outros, o aoristo não tendo redobro, a distinção se mantém.

O aumento O imperfeito (passado do presente, infectum) recebe, no indicativo, a marca do passado. Aliás é só pelo indicativo que o grego exprime o passado. Não há outros modos no passado. O grego só tem um passado para cada aspecto: o do infectum, inacabado: imperfeito o do aoristo: aoristo narrativo o do perfectum, acabado: mais-que-perfeito O aumento é um ¤-, que seria um antigo advérbio de tempo, anteposto ao tema do verbo e pode ser silábico ou temporal. É silábico quando, anteposto ao tema verbal iniciado por consoante, faz sílaba independente monovocálica: ¦-graf-o-n eu escrevia; e é temporal quando, anteposto ao tema verbal iniciado por vogal breve, provoca um hiato e a conseqüente contração: ¤-¡lpiz-o- n > ±lpizon eu esperava ¤-¡x-o-n > eäxon eu tinha ¤-‹g-o-n > ·gon eu conduzia ¤-orgiz-ñ-mhn > Èrgizñmhn eu me irritava

31

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É que esses três verbos alternam a vogal temática longa/breve no mesmo timbre: h/e, v/o; mas ásthmi alterna com ástami.

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O aumento não faz parte da flexão; não é uma ptÇsiw = casus = caso = desinência; é um prefixo ou afixo que não se funde com o tema; tem uma função própria e é usado quando se precisa dele, para marcar o passado32.

Aumentos temporais Como se vê, contrações em posição inicial diferem um pouco das em posição interna no encontro de ¤ - + -e e ¤- + -o; Enquanto em posição média, interna, resultam respectivamente em ditongo -ei- e -ou-, em posição inicial resultam em ±- e È-. Alguns exemplos de aumentos temporais: a) gv ›dv aÞt¡v > aÞtÇ aÞsy‹nomai ¤lpÛzv eÞk‹zv ôrgÛzomai, oÞk¡v > oÞkÇ oämai ßketeæv êbrÛzv Èfel¡v > ÈfelÇ ´kv aéj‹nv eêrÛskv oét‹zv,

32

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eu conduzo eu canto eu exijo eu sinto eu espero eu imagino eu me exalto eu habito eu penso, eu acho eu suplico eu ofendo eu ajudo eu venho eu aumento eu acho eu machuco

¦-agon > ¦-&don > ¤-aÛteon > ¤-aisyñmhn > ¤-¡lpizon > ¤-eÛkazon > ¤-orgizñmhn > ¤-oÛkeon > ¤-oÛmhn > ¤-ik¡teuon > ¤-æbrizon > ¤-vf¡loun > ¤-°kon > ¤-aæjanon > ¤-eæriskon > ¤-oætazon >

·gon Âdon ¾toun ¼syñmhn ³lpizon ¾kazon Èrgizñmhn Õkoun Õmhn ßk¡teuon ìbrizon Èf¡loun ¸kon hëjanon hìriskon oëtazon

O aumento não é flexão; não se relaciona com a pessoa gramatical como as desinências pessoais: é um acréscimo, um apêndice; é externo ao tema. Não é um morfema. Isto mostra que o tempo não está na forma verbal.

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b) Alguns verbos que começam com ¤- começavam primitivamente por s- ou W-. A síncope do -s- e do -W- em posição intervocálica depois do acréscimo do aumento provoca o hiato que se desfaz na contração em -ei- e não em -h-. Os verbos são os seguintes: ¤‹v ¤yÛzv ¥lÛssv §lkv ¤rg‹zomai ¥sti‹v §pomai §rpv, ¦xv

eu permito eu costumo eu faço girar eu puxo, arrasto eu trabalho eu recebo em casa eu acompanho eu rastejo eu seguro, eu tenho

¤W¡aon > ¤W¡yizon > ¤W¡lisson > ¤W¡lkon > ¤Wergazñmhn > ¤WestÛaon > ¤-sepñmhn > ¦-serpon > ¦-sexon >

eàvn eàyizon eálisson eålkon eÞrgzñmhn eßstÛvn eßpñmhn eårpon eäxon

c) Em alguns verbos, também por causa da síncope do W intervocálico, mas entre vogais de timbre diferente, não se fez a contração, e o aumento recai sobre a segunda vogal: ¥ort‹zv õr‹v > õrÇ Žn-oÛgv

eu festejo eu olho, vejo eu abro

Weort‹zv Wor‹v ŽnWoÛgv

¥-eñrtazon > ¥Årtazon ¤-ñraon > ¥Årvn Žn-¡-oigon > Žn¡Ägon

d) Há outros também que, por causa do W inicial e depois em posição intervocálica com o acréscimo do aumento, não fazem a contração entre vogais de timbre diferente: g-nu-mi lÛskomai Èy¡v > ÈyÇ Èn¡omai > Ènoèmai

eu quebro eu sou pego eu empurro eu vendo

¤W‹gnuon > ¤Waliskñmhn > ¤WÅyeon > ¤Wvneñmhn >

¤‹gnuon ¥aliskñmhn ¤Åyoun ¤vnoæmhn

e) Os três verbos seguintes fazem o aumento em ±- paralelamente ao aumento em ¤- : dænamai boælomai, m¡llv

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eu posso eu quero estou para, eu vou

±-dun‹mhn ±-boulñmhn ³-mellon

¤-dun‹mhn ¤-boulñmhn ¦-mellon

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Aumento nos verbos compostos Exatamente porque o grego entende os compostos como “compostos”, ele põe o aumento antes do verbo e não antes da preposição. prost‹ttv, eu prescrevo, ordeno pros-¡-tatton ¤mb‹llv eu jogo dentro ¤n-¡-ballon ¤kb‹llv eu jogo fora ¤j-¡-ballon suggignÅskv eu compreendo, eu perdoo sun-e-gÛgnvskon ¤kf¡rv eu retiro ¤j-¡-feron ¤gkalæptv eu cubro, envolvo ¤n-e-k‹lupton sumbaÛnv, eu ando junto sun-¡-bainon Acidentes fonéticos no encontro das preposições e do aumento: a) Observe que, como em ¤mb‹llv e em ¤n-¡-ballon, as consoantes finais das preposições se assimilam parcialmente ou não com a consoante inicial do verbo; no imperfeito, com a presença da vogal-aumento, elas retomam sua forma normal. b) Quando a preposição termina em vogal, ela sofre elisão antes do aumento; dia-speÛrv eu espalho, disperso di-¡-speiron ¤pi-tr¡pv eu dirijo sobre ¤p-¡-trepon Žpo-tr¡pv eu afasto, desvio Žp-¡-trepon c) Mas, nos compostos com peri, não se faz a elisão da vogal final da preposição, porque esse -i é a desinência do locativo e é longo. peri-tr¡pv eu faço dar a volta peri-¡-trepon d) Nos compostos com a preposição prñ normalmente se processa uma contração; pro-tr¡pv eu excito proætrepon mas não é rara a manutenção do hiato: proÛsthmi ponho diante de, pro¡sthka e) Em alguns casos, ou porque a composição é muito antiga, ou porque o falante grego já a fundiu semanticamente e a sente como um todo, o aumento se antepõe à forma inteira, e não entre as partes: Žnti-dik¡v eu contradigo ±nti-dÛkoun Ž-dik¡v eu cometo injustiça ±dÛkoun dus-tux¡v estou sem sorte ¤-dustæxoun

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plhm-mel¡v Žmfis-bht¡v

eu cometo infração eu estou em dificuldade

¤-plhmm¡loun ±mfis-b®toun

f) Mas às vezes o falante grego hesita entre duas formas e usa um ou dois aumentos: • um antes do verbo composto e outro entre o primeiro e o segundo elemento: ¤n-oryñv eu endireito ±n-Åryoun di-oik¡v eu administro ¤-di-Ðkoun Žn-¡xomai eu agüento, suporto ±n-eixñmhn • ou então só antes do segundo elemento: dus-arest¡v não estou mais contente dus-hr¡stoun

VOZ MÉDIA E PASSIVA:

Indicativo presente læ-o-mai

Voz média: eu estou desligando, desligo para mim. Voz passiva: estou sendo desligado, sou desligado.

S.

læ-o-mai læ-e-sai > ú/ei læ-e-tai

tÛ-ye-mai tÛ-ye-sai tÛ-ye-tai

dÛ-do-mai dÛ-do-sai dÛ-do-tai

á-sta-mai á-sta-sai á-sta-tai

á-e-mai á-e-sai á-e-tai

P.

lu-ñ-meya læ-e-sye læ-o-ntai

ti-y¡-meya tÛ-ye-sye tÛ-ye-ntai

di-dñ-meya dÛ-do-sye dÛ-do-ntai

ß-st‹-meya á-sta-sye á-sta-ntai

ß-¡-meya á-e-sye á-e-ntai

D.

lu-ñ-meyon læ-e-syon

tÛ-y¡-meyon tÛ-ye-syon

di-dñ-meyon ß-st‹-meyon ß-¡-meyon dÛ-do-syon á-sta-syon á-e-syon

1. Na 2 a pessoa do sing., nos verbos em -v, o -s- em posição desinencial intervocálica sofre uma síncope e, no ático, o hiato formado é reduzido por uma contração -esai > eai > ú / ei; no jônico, o hiato permanece. A variante -ei é ática e vamos encontrá-la com freqüencia, sobretudo em Platão e Aristófanes. À primeira vista, ela se presta a confusão com a 3a pessoa do singular da voz ativa. Mas o contexto resolve o problema.

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2. Nos verbos em -mi, por serem de tema em vogal, a desinência é -sai porque não há vogal de ligação e não há síncope do -s-. Essa distinção entre vogal de ligação e vogal temática é clara: a vogal temática é essencial; a vogal de ligação é apenas funcional, instrumental. A vogal temática se mantém e a vogal de ligação se acomoda. Já vimos na flexão da voz ativa essa diferença de tratamento entre vogal temática e vogal de ligação læ-o-nti > læ-o-nsi > ousi tÛ-ye-nti > tÛ-ye-ati > ¡asi

Subjuntivo læ-v-mai - Voz média - vou desligar para mim? (deliberativo); desligue para mim! (exortativo); caso eu desligue para mim, se eu desligar para mim (¤Œn) (eventual). Voz passiva - vou ser desligado? (deliberativo); sejamos desligados! (exortativo), caso eu seja desligado, se eu for desligado (eventual - ¤Œn/’n/ µn). A tradução do subjuntivo grego em português se faz quer pelo presente do subjuntivo quer pelo futuro do subjuntivo.33 Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo. S. læ-v-mai ti-yÇ-mai di-dÇ-mai ß-stÇ-mai ß-Ç-mai læ-h-sai> ú ti-y°-sai > » di-dÇ-sai > Ò ß-st°-sai > » ß-°-sai > » læ-h-tai ti-y°-tai di-dÇ-tai á-st°-tai ß-°-tai P. lu-Å-meya læ-h-sye læ-v-ntai

ti-yÅ-meya ti-y°-sye ti-yÇ-ntai

di-dÅ-meya di-dÇ-sye di-dÇ-ntai

D. lu-Å-meyon ti-yÅ-meyon di-dÅ-meyon læ-h-syon ti-y°-syon di-dÇ-syon

33

mur05.p65

ß-stÅ-meya ß-st°-sye ß-stÇ-ntai

ß-Å-meya ß-°-sye ß-Ç-ntai

ß-stÅ-meyon ß-Å-meyon ß-st°-syon ß-°-syon

Nas expressões da repetição do presente, na medida em que o ato repetido não é “fechado” > indicativo, o grego, coerentemente, emprega o subjuntivo com ’n, porque se trata de um eventual. Em português usa-se o indicativo: quando, sempre que ele vem (venha) > ÷tan/¤Œn ¦lyú.

357

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a flexão verbal

358

Notas: 1. O -s- da 2a pessoa do singular, -sai, está em posição desinencial em todos os verbos acima (vogal longa, característica do subj. e desinências pessoais); por isso ele sofre síncope em todos, o que, no ático, resulta em hiato e posterior contração. læ-h-sai > ti-y¡-h-sai > di-d ñ-h-sai > ß-st‹-h-sai > ß-¡-h-sai >

læhai > læhi > tiy°sai > tiy°ai > tiy°i > didÇsai > didÇai > didÇi > ßst°sai > ßst°ai > ßst°i > ß°sai > ß°ai > ß°i >

læú / læhi tiy» / tiy°i didÒ / didÇi ßst» / ßst°i ß» / ß°i

2. Novamente, nos verbos em -mi, as formas do subjuntivo são contratas, porque a vogal longa do subjuntivo se acrescenta à vogal breve do tema. Ver quadro demostrativo de flexão a seguir.

Quadro demostrativo da flexão do subjuntivo médio/passivo: T. tÛyh- / tiye-

mur05.p65

S.

ti-y¡-v-mai > ti-y¡-h-sai > tiy°sai > tiy°ai > ti-y¡-h-tai >

tiyÇmai tiy°i /tiy» tiy°tai

P.

ti-ye-Å-meya > ti-y¡-h-sye > ti-y¡-v-ntai >

tiyÅmeya tiy°sye tiyÇntai

D.

ti-ye-Å-meyon > ti-y¡-h-syon >

tiyÅmeyon tiy°syon

358

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a flexão verbal

359

T. didv-/didoS.

didñ-v-mai > didñ-h-sai > didÇsai > didÇai > didñ-h-tai >

didÇmai didÇi / didÒ didÇtai

P.

dido-Å-meya > didñ-h-sye > didñ-v-ntai >

didñmeya didÇsye didÇntai

D.

dido-Å-meyon > didñ-h-syon >

didÅmeyon didÇsyon

T. ßsth- / ßstaS.

ßst‹-v-mai > ßst‹-h-sai > ßst°sai > ßst°ai > ßst‹-h-tai >

ßstÇmai ßst°i / ßst» ßst°tai

P.

ßsta-Å-meya > ßst‹-h-sye > ßst‹-v-ntai >

ßstÅmeya ßst°sye ßstÇntai

D.

ßsta-Å-meyon > ßst‹-h-syon >

ßstÅmeyon ßst°syon

T. ßh- / ße-

mur05.p65

S.

ß¡-v-mai > ß¡-h-sai > ß°sai > ß°ai > ß¡-h-tai >

ßÇmai ß°i / ß» ß°tai

P.

ße-Å-meya > ß¡-h-sye ‘> ß¡-v-ntai >

ßÅmeya ß°sye ßÇntai

D.

ße-Å-meyon > ß¡-h-syon >

ßÅmeyon ß°syon

359

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a flexão verbal

360

Optativo lu-oÛ-mhn - Voz média - eu poderia estar desligando para mim, eu desligaria para mim (n) (possível, afirmação atenuada), eÞ/eàye (oxalá, possível, desejo, voto) eu pudesse estar desligando para mim, ah! se eu pudesse desligar para mim. Voz passiva - se eu pudesse, eu poderia ser desligado!- eÞ, eàye (possível, desejo, voto) se eu pudesse, eu poderia estar sendo desligado. A tradução do optativo grego em português se faz quer pelo imperfeito do subjuntivo na condicionante (prótase), quer pelo condicional simples na condicionada (apódose). O mesmo acontece nas orações independentes: imperfeito do subjuntivo ou condicional. Também pelas locuções com o verbo poder, como está nas traduções acima 34. Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo. S.

lu-oÛ-mhn

ti-ye-Û-mhn

di-do-Û-mhn

ß-sta-Û-mhn

ß-e-Û-mhn

læ-oi-so > oio ti-ye-Ýs0 > eÝo di-do-Ý-so > oÝo ß-sta-Ý-so > aÝo ß-e-Ý-so > eÝo

P.

D.

læ-oi-to

ti-ye-Ý-to

di-do-Ý-to

ß-sta-Ý-to

ß-e-Ý-to

lu-oÛ-meya

ti-ye-Û-meya

di-do-Û-meya

ß-sta-Û-meya

ß-e-Û-meya

læ-oi-sye

ti-ye-Ý-sye

di-do-Ý-sye

ß-sta-Ý-sye

ß-e-Ý-sye

læ-oi-nto

ti-ye-Ý-nto

di-do-Ý-nto

ß-sta-Ý-nto

ß-e-Ý-nto

lu-oÛ-meyon

ti-ye-Û-meyon

di-do-Û-meyon

ß-sta-Û-meyon

ß-e-Û-meyon

lu-oÛ-syhn

ti-ye-Û-syhn

di-do-Û-syhn

ß-sta-Û-syhn

ß-e-Û-syhn

Notas: 1. O -s- em posição desinencial intervocálica na 2a pessoa do singular de todos os verbos sofre síncope e põe em contato duas vogais e uma semivogal, o que resulta em tritongo, dispensando a contração. læoiso > læoio tiyeÝso > tiyeÝo, didoÝso > didoÝo ßstaÝso > ßstaÝo, ßeÝso > ßeÝo

34

mur05.p65

Ver notas sobre a morfologia do optativo no quadro de flexão da voz ativa.

360

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a flexão verbal

361

2. Há um falso ditongo na seqüência da vogal temática breve dos verbos de tema em vogal e o -i- longo da característica do optativo; isso explica a posição fixa da tônica. 3. Primitivamente, as vogais temáticas de tiye-Ýs0, dido-Ýso, Þsta-Ýso, ße-Ýso deveriam ser pronunciadas separadamente da marca do optativo; mas nos verbos de tema em consoante, soante e semivogal, a vogal de ligação fazia bloco com o -i- do optativo: læ-oi-so, f¡r-oi-men.

Imperativo læ-e-so > læeo > læou - læ-e-sye Voz média: desliga para ti/começa a desligar para ti - desligai para vós, começai a desligar para vós; ele/eles desligue(m) para si/ comece(m) a desligar para si. Voz passiva: tu sê desligado / começa a ser desligado; vós sede desligados / começai a ser desligados; ele/eles seja(m) desligado(s) / comece(m) a ser desligados. Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo. S. læ-e-so > ou

tÛ-ye-so > ou

dÛ-do-so > ou

á-sta-so > v

á-e-so > ou

lu-¡-syv

ti-y¡-syv

di-dñ-syv

ß-st‹-syv

ß-¡-syv

læ-e-sye

tÛ-ye-sye

dÛ-do-sye

á-sta-sye

á-e-sye

lu-¡-syvn /

ti-y¡-syvn /

di-dñ-syvn /

ß-st‹-syvn /

ß-¡-syvn /

P.

lu-¡-stvsan35 ti-y¡-stvsan di-dñ-stvsan ß-st‹-stvsan ß-¡-stvsan D. læ-e-syon lu-¡-syvn

35

mur05.p65

tÛ-ye-syon

dÛ-do-syon

á-sta-syon

á-e-syon

ti-y¡-syvn

di-dñ-syvn

ß-st‹-syvn

ß-¡-syvn

Como na voz ativa, há uma variante de 3a pessoa do plural, mas é usada com menos freqüência; é um pouco rebuscada.

361

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a flexão verbal

362

Notas: 1. Nas formas da 2a pessoa do singular apenas a dos verbos de tema em consoante, soante e semivogal sofrem contração regular depois da síncope do -s- intervocálico, entre vogal de ligação e vogal desinencial; a contração nos outros verbos - de tema em vogal - aconteceu por analogia, porque o -s- intervocálico entre vogal temática e desinencial em geral não sofre síncope; por isso é muito comum encontrarem-se as formas não contratas. 2. Notar a presença coerente das desinências pessoais também no imperativo: 2a pessoa do singular: -so a 2 pessoa do plural: -tye > sye -tyv > -syv 3a pessoa do singular: a 3 pessoa do plural: -ntyvn > -tyvn > -syvn

Particípio lu-ñ-menow: Voz média: estou desligando para mim (médio). Voz passiva: estou sendo desligado, sou desligado. • Sempre simultâneo ao ato expresso pelo verbo da oração principal. • Não há idéia de tempo nessas expressões, apenas aspecto. • A simultaneidade não significa tempo próprio, mas relativo; isto é, o enquadramento do ato verbal. Tema Masc. Fem. Neut.

lu-ñ-menolu-ñ-menow lu-o-m¡nh lu-ñ-menon

ti-y¡-menoti-y¡-menow ti-ye-m¡nh ti-y¡-menon

di-dñ-menodi-dñ-menow di-do-m¡nh di-dñ-menon

ß-st‹-menoß-st‹-menow ß-sta-m¡nh ß-st‹-menon

ß¡-menoß-¡-menow ß-e-m¡nh ß-¡-menon

Notas: 1. O tema do particípio médio ou passivo é -meno/menh/meno para todos os aspectos, exceto para o aoristo passivo. 2. Nos verbos de temas em consoante ou soante (semivogal) há vogal de ligação, nos outros não, por desnecessária.

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Infinitivo læ-e-syai: Voz média: desligar para si, estar desligando para si. Voz passiva: estar sendo desligado, ser desligado. Não há idéia de tempo nessas expressões, apenas aspecto. læ-e-syai tÛ-ye-syai dÛ-do-syai á-sta-syai áe-syai Notas: 1. A desinência do infinitivo médio ou passivo é -syai para todos os verbos, em todos os aspectos, exceto para o aoristo passivo. 2. Nos verbos de temas em consoante ou soante (semivogal) há vogal de ligação, nos outros não, por desnecessária.

Imperfeito ¤-lu-ñ-mhn: Voz média: eu desligava, estava desligando para mim. Voz passiva: eu era desligado, eu estava sendo desligado. S.

¤-lu-ñ-mhn ¤-ti-y¡-mhn ¤-læ-e-so > ou ¤-tÛ-ye-so ¤-læ-e-to ¤-tÛ-ye-to

¤-di-dñ-mhn ¤-dÛ-do-so‘ ¤-dÛ-do-to

ß-st‹-mhn ß-¡-mhn á-sta-so > v á-e-so á-sta-to á-e-to

P.

¤-lu-ñ-meya ¤-læ-e-sye ¤-læ-o-nto

¤-ti-y¡-meya ¤-tÛ-ye-sye ¤-tÛ-ye-nto

¤-di-dñ-meya ß-st‹-meya ¤-dÛ-do-sye á-sta-sye ¤-dÛ-do-nto á-sta-nto

ß-¡-meya á-e-sye á-e-nto

D.

¤-læ-e-syon ¤-lu-¡-syhn

¤-tÛ-ye-syon ¤-ti-y¡-syhn

¤-dÛ-do-syon á-sta-syon ¤-di-dñ-syhn ß-st‹-syhn

á-e-syon ß-¡-syhn

Notas: 1. Observar novamente que o -s- sofre síncope apenas depois de vogal de ligação na 2a pessoa do singular de læv: ¤-læ-e-so > ¤læeo > ¤læou No caso de á-sta-so > á-sta-o > ástv é por analogia com o aoristo sigmático, ¤læsaso > ¤læsao > ¤læsv, que se faz a contração.

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2. Constatar que em toda a flexão do infectum nós tivemos a) • de um lado, 4 verbos de tema em vogal breve e por isso a vogal de ligação é dispensável; na verdade poderiam ser chamados de verbos temáticos por terem toda a flexão construída sobre o tema; b) • de outro lado, um verbo de tema em soante (lu-), (semivogal, tratada como consoante), que poderia ser em consoante (fer-) e por isso se fez necessária a vogal de ligação. 3. Observar também que os 4 verbos temáticos têm a vogal temática longa apenas no singular da voz ativa do presente e imperfeito ativos; aqui a vogal temática é breve. 4. Ainda, dentro do sistema do infectum, devemos incluir alguns temas de verbos denominativos, que as gramáticas chamam de verbos contratos. São formações verbais com sufixo -j- sobre temas nominais em vogal: nika-j-v (nÛkh - vitória) eu venço dhlo-j-v (d°lo-w - claro) eu revelo file-j-v (fÛlo-w - amigo) eu amo ôxe-j-v öxo-w - veículo) eu transporto em veículo, eu viajo koni-j-v kñni-w - cinza) eu faço cinza, eu reduzo a cinza ghru-j-v g°ri-w - grito) eu grito dakru-j-v (d‹kru - lágrima) eu choro Na flexão sobre o tema do infectum o -j- se encontra em posição intervocálica e naturalmente sofre síncope, pondo em contato a vogal temática e a vogal de ligação. No dialeto ático, o hiato resultante é eliminado pela contração, no jônico, o hiato permanece. Nos temas em semivogal, depois da síncope do -j- já em posição intervocálica, formam-se os ditongos: -Ûv / -æv; -Ûeiw / -æeiw ; -Ûei / -æei. Na flexão sobre os outros dois temas, aoristo/futuro e perfeito não há contrações, porque não há vogal de ligação, mas, por uma espécie de compensação, as vogais temáticas são alongadas:

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presente

futuro

aoristo

perfeito

nik‹-v > nikÇ dhlñ-v > dhlÇ fil¡-v > filÇ

nik®sv dhlÅsv fil®sv

¤nÛkhsa ¤d®lvsa ¤fÛlhsa

nenÛkhka36 ded®lvka pefÛlhka

ދ-o-mai > iÇmai) dr‹-v > drÇ

eu curo eu ajo, eu faço

fut. ދsomai.* fut. dr‹sv

Há alguns verbos antigos de tema em -a que fazem as contrações como se fossem de tema em -h. Os mais usados são: z‹-v eu estou vivo, eu vivo dic‹-v eu tenho sede pein‹-v eu tenho fome xr‹-o-mai eu me sirvo de, eu uso c‹v eu coço, eu raspo (as cordas da lira) Ver quadro demostrativo de flexão nas p. 380. Nos verbos ßdrÅv - eu suo, =igÅv - eu tremo, tenho frissão, a vogal temática longa -v absorve todas as vogais das desinências e o -i desinencial ou do optativo se subscreve ou se adscreve. Alguns temas verbais monossilábicos em -W / -eW, com a síncope do W em posição intervocálica, só fazem contrações entre vogais do mesmo timbre. Contudo, a maioria deles desenvolve uma forma paralela em que o W se vocaliza em -u- e forma ditongo com a vogal do tema; d¡v eu amarro, eu prendo deWdeæ-v y¡v eu corro yeWyeæ-v n¡v eu nado neWneæ-v pl¡v eu navego pleWpleæ-v pn¡v eu sopro pneWpneæ-v =¡v eu fluo, escorro =eW=eæ-v x¡v eu verto, sirvo xeWxeæ-v d¡v eu careço, preciso deWdeæ-v j¡v eu raspo, lixo, aliso jeWjeæ-v

36

mur05.p65

Quando o -a temático é precedido de vogal ou -r- o alongamento se faz na vogal do mesmo timpre -a- e não em -h-.

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Os verbos: kaWv > kaæv/k‹v / kaWjv > kaÛv - eu queimo klaWv > kl‹v /klaWjv > klaÛv - eu choro por causa da síncope do W intervocálico no infectum, só fazem as contrações das vogais do mesmo timbre; nos temas dos outros aspectos (aoristo. futuro e perfectum) vocalizam o W antes da consoante: kaÛv /kaæv kaæsv ¦kausa k¡kauka klaÛv /klaæv klaæsomai ¦klausa k¡klauka O mesmo acontece com todos os verbos em -eW-; constroem-se o aoristo (futuro) e perfeito sobre o tema com o W vocalizado pl¡v pleæsv ¦pleusa p¡pleuka Podemos incluir aqui também os verbos denominativos formados com o sufixo eW / W sobre temas consonânticos: õdñw õdeWv > õdeæv eu caminho paid paideWv > paideæv eu educo

Quadro de flexão dos verbos denominativos de tema em vogal e sufixo -jDaremos a seguir o quadro geral DO INFECTUM dos verbos de tema em vogal e sufixo -j-.37 Deve-se notar que as contrações das vogais temáticas depois da síncope do -j- intervocálico com as duas vogais de ligação -e-/-o- são naturais: Tema em -a: a+o>v -a+e>a Tema em -o: o + o > ou - o + e > ou / - o+ei > oi* Tema em -e: e + o > ou - e + e > ei / - e +oi > oi*

37

mur05.p65

Na verdade, não são verbos de tema em vogal, mas verbos de tema em soante (semivogal -j-). Nas formas-base apresentadas já houve a síncope do -j-; é a forma final. Um quadro demostrativo completo será apresentado a seguir. Ele é instrutivo, porque se o lermos com atenção, veremos que cada forma tem um comportamento individual, dentro das normas fonéticas do jônico e do ático.

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a flexão verbal

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* De fato, a evolução dessa contração é a seguinte: -o + -e > ou + -i > oui > oi -e + -o > ou + -i > oui > oi Vogal longa absorve vogal breve. No encontro de vogais a > e / e > a prevalece o timbre da vogal anterior e o resultado é a longa correspondente h ou a longo.

VOZ ATIVA:

Indicativo presente eu venço

eu revelo

S. nik‹-v > nikÇ dhlñ-v > dhlÇ nik‹-eiw > nik˜w / nikiw dhlñ-eiw > dhloÝw nik‹-ei > nik˜ / niki dhlñ-ei > dhloÝ

eu amo fil¡-v > filÇ fil¡-eiw > fileÝw fil¡-ei > fileÝ

P. nik‹-o-men > nikÇmen nik‹-e-te > nikte nik‹-ousi > nikÇsi

dhlñ-o-men > dhloèmen fil¡-o-men > filoèmen dhlñ-e-te > dhloète fil¡-e-te > fileÝte dhlñ-ousi > dhloèsi fil¡-ousi > filoèsi

D. nik‹-e-ton > nikton nik‹-e-ton > nikton

dhlñ-e-ton > dhloèton fil¡-e-ton > fileÝton dhlñ-e-ton > dhloèton fil¡-e-ton > fileÝton

Subjuntivo vença/vencer

revele/revelar

S. nik‹-v > nikÇ nik‹-úw > nik˜w nik‹-ú > nik˜

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ame/amar

dhlñ-v > dhlÇ fil¡-v > filÇ dhlñ-úw>dhloÝw / dhlÒw fil¡-úw > fil»w dhlñ-ú > dhloÝ / dhlÒ fil¡-ú > fil»

P. nik‹-v-men > nikÇmen dhlñ-v-men > dhlÇmen nik‹-h-te > nikte dhlñ-h-te > dhlÇte nik‹-v-si > nikÇsi dhlñ-v-si > dhlÇsi

fil¡-v-men > filÇmen fil¡-h-te > fil°te fil¡-v-si > filÇsi

D. nik‹-h-ton > nikton dhlñ-h-ton > dhlÇton nik‹-h-ton > nikton dhlñ-h-ton > dhlÇton

fil¡-h-ton > fil°ton fil¡-h-ton > fil°ton

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Optativo S.

P.

D.

venceria/vencesse

revelaria/revelasse

amaria/amasse*

nika-oÛh-n > nikÐhn

dhlo-oÛh-n > dhloÛhn/dhloÝmi file-oÛh-n > filoÛhn

nika-oÛh-w > nikÐhw

dhlo-oÛh-n > dhloÛhw/dhloÝw

file-oÛh-w > filoÛhw

nika-oÛh > nikÐh**

dhlo-oÛh > dhloÛh/dhloÝ**

file-oÛh > fileoÛh**

nik‹-oi-men > nikÒmen

dhlñ-oi-men > dhloÝmen

fil¡-oi-men > filoÝmen

nik‹-oi-te > nikÒte

dhlñ-oi-te > dhloÝte

fil¡-oi-te > filoÝte

nik‹-oi-en > nikÒen

dhlñ-oi-en > dhloÝen

fil¡-oi-en > filoÝen

nik‹-oi-ton > nikÒton dhlñ-oi-ton > dhloÝton

fil¡-oi-ton > filoÝton

nika-oÛ-thn > nikÐthn dhlo-oÛ-thn > dhloÛthn

file-oÛ-thn > filoÛthn

* Também: poderia/pudesse vencer, revelar, amar. ** As três pessoas do singular têm variantes com o vocalismo zero do optativo: tim‹oimi > timÅimi / timÒmi - tim‹oiw > timÇiw / timÇw / tim‹oi > timÇi / timÒ; dhlñoimi > dhloèimi > dhloÝmi - dhlñoiw > dhloèiw > dhloÝw dhlñoi > dhloèi > dhloÝ; fil¡oimi > filoèimi > filoÝmi - fil¡oiw > filoèiw > filoÝw - fil¡oi > filoèi > filoÝ.

Imperativo vence/vencei

revela/revelai

ama/amai *

nÛka-e > nÛka

d®lo-e > d®lou

fÛle-e > fÛlei

nika-¡-tv > nik‹tv

dhlo-¡-tv > dhloætv

file-¡-tv > fileÛtv

nik‹-e-te > nikte

dhlñ-e-te > dhloète

fil¡-e-te > fileÝte

nika-ñ-ntvn > nikÅntvn

dhlo-ñ-ntvn > dhloæntvn

file-ñ-ntvn > filoæntvn

S.

P.

D. nik‹-e-ton > nikton nika-¡-tvn > nik‹tvn

dhlñ-e-ton > dhloèton

fil¡-e-ton > fileÝton

dhlo-¡-tvn > dhloætvn

file-¡-tvn > fileÛtvn

* Imperativo de 3a pessoa: ele vença, revele, ame eles vençam, revelem, amem

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Particípio tema Masc. Fem. Neut.

vencendo, que vence

revelando, que revela

amando, que ama

nik‹-o-ntnik‹-vn > nikÇn nik‹-ousa > nikÇsa nik‹-on > nikÇn

dhlñ-o-ntdhlñ-vn > dhlÇn dhlñ-ousa > dhloèsa dhlñ-on > dhloèn

fil¡-o-ntfil¡-vn > filÇn fil¡-ousa > filoèsa fil¡-on > filoèn

Infinitivo vencer, estar vencendo niken > nikn

revelar, estar revelando dhloæen > dhloèn

amar, estar amando fil¡en > fileÝn

revelava, estava revelando

amava, estava amando

Indicativo imperfeito vencia, estava vencendo S.

P.

D.

mur05.p65

¤-nÛka-o-n > ¤nÛkvn

¤-d®lo-o-n > ¤d®loun

¤-fÛle-o-n > ¤fÛloun

¤-nÛka-e-w > ¤nÛkaw

¤-d®lo-e-w > ¤d®louw

¤-fÛle-e-w > ¤fÛleiw

¤-nÛka-e > ¤nÛka

¤-d®lo-e > ¤d®lou

¤-fÛl-e > ¤fÛlei

¤-nik‹-o-men > ¤nikÇmen ¤-dhlñ-o-men > ¤dhloèmen

¤-fil¡-o-men > ¤filoèmen

¤-nik‹-e-te > ¤nikte

¤-dhlñ-e-te > ¤-dhloète

¤-fil¡-e-te > ¤fileÝte

¤-nÛka-o-n > ¤nÛkvn

¤-d®lo-o-n > ¤d®loun

¤-fÛle-o-n > ¤fÛloun

¤-nik‹-e-ton > ¤nikton

¤-dhlñ-e-ton > ¤dhloèton ¤-fil¡-e-ton > ¤fileÝton

¤-nika-¡-thn > ¤nik‹thn

¤-dhlo-¡-thn > ¤dhloæthn ¤file-¡-thn > ¤fileÛthn

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a flexão verbal

370

peinÇ (pein‹v) eu tenho fome Indicativo eu tenho fome S.

Subjuntivo eu tenha. (se) tiver fome

Optativo teria fome, tivesse fome*

Imperativo tem (tu) tende fome**

peinÇ peinÇ peinÅimhn/peinÐmhn pein°iw/pein»w pein°iw/pein»w peinÅihw/peinÐhw pein°i/pein» pein°i/pein» peinÐih/peinÐh

peÛnh pein®tv

peinÇmen pein°te peinÇsi

peinÇmen pein°te peinÇsi

peinÒmen peinÅite/peinÒte peinÅien/peinÒen

pein°te peinÅntvn

D. pein°ton pein°ton

pein°ton pein°ton

peinÅinton/peinÒnto pein°ton peinÅithn/peinÐthn pein®tvn

P.

* Também: poderia/pudesse ter fome. ** Imperativo de 3a pessoa: tenha ele/tenham eles fome.

Imperfeito: S. ¤peÛnvn ¤peÛnhw ¤peÛnh

tinha fome P. ¤peinÇmen ¤pein°te ¤peÛnvn

Particípio: que tem fome Tema Masc. pein®ont- peinÇn-Çntow

Infinitivo: ter fome

mur05.p65

370

estava tendo fome D.

¤pein°ton ¤pein®thn

Fem. peinÇsa-Åshw

Neut. penÇn-Çntow

pein°-en > pein°n

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

371

VOZ MÉDIA E PASSIVA:

Indicativo Voz média: venço, revelo, amo para mim/estou vencendo, revelando, amando para mim. Voz passiva: sou/estou sendo vencido, revelado, amado. S.

P.

D.

nik‹-o-mai > nikÇmai

dhlñ-o-mai > dhloèmai

fil¡-o-mai > filoèmai

nik‹-e-sai > nik˜

dhlñ-e-sai > dhlÒ

fil¡-e-sai > fil»

nik‹-e-tai > niktai

dhlñ-e-tai > dhloètai

fil¡-e-tai > fileÝtai

nika-ñ-meya > nikÅmeya dhlo-ñ-meya > dhloæmeya file-ñ-meya > filoæmeya nik‹-e-sye > niksye

dhlñ-e-sye > dhloèsye

fil¡-e-sye > fileÝsye

nik‹-o-ntai > nikÇntai

dhlñ-o-ntai > dhloèntai

fil¡-o-ntai > filoèntai

nik‹-e-syon > niksyon

dhlñ-e-syon > dhloèsyon fil¡-e-syon > fileÝsyon

nik‹-e-syon > niksyon

dhlñ-e-syon > dhloèsyon fil¡-e-syon > fileÝsyon

Subjuntivo Voz média: vença, revele, ame, esteja vencendo, revelando, amando para mim. Voz passiva: seja/esteja sendo vencido, revelado, amado. S.

P.

nik‹-v-mai > nikÇmai

dhlñ-v-mai > dhlÇmai

fil¡-v-mai > filÇmai

nik‹-h-sai > tim˜

dhlñ-h-sai > dhlÒ

fil¡-h-sai > fil»

nik‹-h-tai > timtai

dhlñ-h-tai > dhlÇtai

fil¡-h-tai > fil°tai

nika-Å-meya > nikÅmeya dhlo-Å-meya > dhlÅmeya file-Å-meya>filÅmeya nik‹-h-sye > niksye

dhlñ-h-sye > dhlÇsye

fil¡-h-sye > fil°sye

nik‹-v-ntai > nikÇntai dhlñ-v-ntai > dhlÇntai fil¡-v-ntai > filÇntai D.

mur05.p65

nik‹-h-syon > niksyon

dhlñ-h-syon > dhlÇsyon fil¡-h-syon > fil°syon

nik‹-h-syon > niksyon

dhlñ-h-syon > dhlÇsyon fil¡-h-syon > fil°syon

371

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

372

Optativo Voz média: venceria/vencesse, revelaria/revelasse, amaria/amasse estaria/estivesse vencendo, revelando, amando para mim. Voz passiva: seria/fosse vencido, revelado, amado; poderia/pudesse ser (estar sendo) vencido, revelado, amado. S. nika-oÛ-mhn > nikÐmhn

dhlo-oÛ-mhn > dhloÛmhn

file-oÛ-mhn > filoÛmhn

nik‹-oi-so > nikÒ

dhlñ-oi-so > dhloÝo

fil¡-oi-so > filoÝo

nik‹-oi-to > nikÒto

dhlñ-oi-to > dhloÝto

fil¡-oi-to > filoÝto

P. nika-oÛ-meya > nikÐmeya dhlo-oÛ-meya > dhloÛmeya file-oÛ-meya > filoÛmeya nik‹-oi-sye > nikÒsye

dhlñ-oi-sye > dhloÝsye

fil¡-oi-sye > filoÝsye

nik‹-oi-nto > nikÒnto

dhlñ-oi-nto > dhloÝnto

fil¡-oi-nto > filoÝnto

D. nik‹-oi-syon > nikÒsyon dhlñ-oi-syon > dhloÝsyon fil¡-oi-syon > filoÝsyon nika-oÛ-syhn > nikÐsyhn dhlo-oÛ-syhn > dhloÛsyhn file-oÛ-syhn > filoÛsyhn

Imperativo Voz média: vence, revela, ama para ti - vencei, revelai, amai para vós - vença, revele, ame (ele)/(eles) - vençam, revelem, amem para si. Voz passiva: sê/sede vencido(s), revelado(s), amado(s). S. nik‹-e-so > nikÇ

dhlñ-e-so > dhloè

fil¡-e-so > filoè

nika-¡-syv > nik‹syv

dhlo-¡-syv > dhloæsyv

file-¡-syv > fileÛsyv

nik‹-e-sye > niksye

dhlñ-e-sye > dhloèsye

fil¡-e-sye > fileÝsye

P. nika-¡-syvn > nik‹syvn dhlo-¡-syvn > dhloæsyvn file-¡-syvn > fileÛsyvn D. nik‹-e-syon > niksyon

dhlñ-e-syon > dhloèsyon

fil¡-e-syon > fileÝsyon

nika-¡-syvn > nik‹syvn dhlo-¡-syvn > dhloæsyvn file-¡-syvn > filoæsyvn

mur05.p65

372

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

373

Particípio Voz média: vencendo, revelando, amando para si/que vence, revela, ama para si. Voz passiva: sendo vencido, revelado, amado/que é (está sendo) vencido, revelado, amado. Tema

nika-ñ-meno-

dhlo-ñ-meno-

file-ñ-meno-

Masc. Fem. Neut.

nikÅmenow nikvm¡nh nikÅmenon

dhloæmenow dhloum¡nh dhloæmenon

filoæmenow filoum¡nh filoæmenon

Infinitivo Voz média: vencer, revelar, amar/estar vencendo, revelando, amando para si. Voz passiva: estar sendo/ser: vencido, revelado, amado. nik‹-e-syai > niksyai

dhlñ-e-syai > dhloèsyai fil¡-e-syai > fileÝsyai

Imperfeito Voz média: estava vencendo, revelando, amando/vencia, revelava, amava para si. Voz passiva: era / estava sendo vencido, revelado, amado. S.

P.

D.

mur05.p65

¤-nika-ñ-mhn > ¤nikÅmhn

¤-dhlo-ñ-mhn > ¤dhloæmhn

¤-file-ñ-mhn > ¤filoæmhn

¤-nik‹-e-so > ¤nikÇ

¤-dhlñ-e-so > ¤dhloè

¤-fil¡-e-so > ¤filoè

¤-nik‹-e-to > ¤nikto

¤-dhlñ-e-to > ¤dhloèto

¤-fil¡-e-to > ¤fileÝto

¤-nika-ñ-meya > ¤nikÅmeya ¤-dhlo-ñ-meya > ¤dhloæmeya ¤-file-ñ-meya > ¤filoæmeya ¤-nik‹-e-sye > ¤niksye

¤-dhlñ-e-sye > ¤dhloèsye

¤-fil¡-e-sye > ¤fileÝsye

¤-nik‹-o-nto > ¤nikÇnto

¤-dhlñ-o-nto > ¤dhloènto

¤-fil¡-o-nto > ¤filoènto

¤-nik‹-e-syon > ¤niksyon

¤-dhlñ-e-syon > ¤dhloèsyon

¤-fil¡-e-syon > ¤fileÝsyon

¤-nika-¡-syhn > ¤nik‹syhn

¤-dhlo-¡-syhn > ¤dhloæsyhn

¤-file-¡-syhn > ¤fileÛsyhn

373

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

374

xrÇmai (xr‹omai): eu uso, eu me sirvo de

Indicativo

Voz média: eu me sirvo, eu uso para mim.

Subjuntivo

Voz média: eu me sirva, (se) eu me servir.

Optativo

Voz média: eu me serviria, eu me servisse, poderia/pudesse servir-me.

Imperativo

Voz média: serve-te, sirva-se, servi-vos, sirvam-se.

S.

P.

D.

Indicativo xrÇmai xr°i / xr» xr°tai

Subjuntivo xrÇmai xr°i/xr» xr°tai

Optativo xrvÛmhn/xrÐmhn xrÅio/xrÒo xrÅito/xrÒto

Imperativo

xrÅmeya xr°sye xrÇntai

xrÅmeya xr°sye xrÇntai

xrvÛmeya/xrÐmeya xrÅisye/xrÒsye xrÅinto/xrÒnto

xr°sye xr®syvn

xr°syon xr°syon

xr°syon xr°syon

xrvÛsyhn/xrÐsyhn xrvÛsyhn/xrÐsyhn

xr°syon xr®syvn

xrÇ xr®syv

Particípio

Voz média: que se serve, que usa. Tema masc. fem. xrañmeno- xrÅmenow xrvm¡nh

neut. xrÅmenon

Infinitivo

Voz média: servir-se, usar. xr°syai

Imperfeito

Voz média: servia-se, usava. S. ¤xrÅmhn P. ¤xrÅmeya ¤xrÇ ¤xr°sye ¤xr°to ¤xrÇnto

mur05.p65

374

D.

¤xr°syon ¤xr®syhn

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

375

Quadro demostrativo da evolução fonética Tema: nika-jIndicativo ativo presente S.

P.

D.

nik‹-j-v > nik‹-j-e-si > nik‹-j-e-ti >

nik‹v > nik‹esi > nik‹eti >

nik‹-j-o-men > nik‹-j-e-te > nik‹-j-o-nti >

nik‹omen > nik‹ete > nik‹onti >

nik‹-j-e-ton > nik‹-j-e-ton >

nik‹eton > nik‹eton >

niksi > nik‹esi >

nikÇnti >

niki+w > niksi >

nikÇ nikiw /nik˜w niki /nik˜

nikÇnsi >

nikÇmen nikte nikÇsi nikton nikton

Subjuntivo ativo S.

P.

D.

mur05.p65

nik‹-j-v > nik‹-j-h-si > nik‹-j-h-ti >

nik‹v > nik‹hsi > nik‹hti >

niksi > nikti >

nik‹-j-v-men > nik‹vmen > nik‹-j-h-te > nik‹hte > nikte > nik‹-j-v-nti > nik‹vnti > nikÇnti > nik‹-j-h-ton > nik‹-j-h-ton >

nik‹hton > nik‹hton >

375

niki +w > niksi >

nikÇ nikiw/nik˜w niki/nik˜

nikÇnsi >

nikÇmen nikte nikÇsi nikton nikton

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

376

Optativo ativo S.

nika-j-o-Ûh-n > nika-j-o-Ûh-w > nika-j-o-Ûh-(t) >

nikaoÛhn > nikaoÛhw > nikaoÛh >

nikvÛhn/nikÐhn 38 nikÅihw/nikÐhw nikÅih/nikÐh

P.

nik‹-j-o-i-men > nik‹-j-o-i-te > nik‹-j-o-i-e-n >

nik‹oimen > nik‹oite > nik‹oien >

nikÅimen/nikÒmen nikÅite/nikÒte nikÅien/nikÒen

D.

nik‹-j-o-i-ton > nika-j-o-Û-thn >

nik‹oiton > nikaoÛthn >

nikÅiton/nikÒton nikÅithn/nikÐthn

Imperativo ativo S.

2a 3a

nÛka-j-e > nikaj-¡-tv >

nÛkae> nika¡tv >

nÛka nik‹tv

P.

2a 3a

nik‹-j-e-te > nika-j-ñ-ntvn >

nik‹ete > nikañntvn >

nikte nikÅntvn

D.

2a 3a

nik‹-j-e-ton > nika-j-¡-tvn >

nik‹eton > nika¡tvn >

nikton nik‹tvn

Particípio ativo Tema

nik‹-j-o-nt->

nik‹ont- >

Masc.

nik‹-j-o-nt-w >

nik‹ont >

nikÇnt >

Fem.

nik‹-j-o-nt-j-a >

nik‹ontia >

nik‹ousia >

nik‹ont >

nik‹on >

Neutro nik‹-j-o-nt >

38

mur05.p65

nikÇntnikÇn nik‹ousa >

nikÇsa nikÇn

Variantes: nik‹o-j-o-i-mi > nik‹oimi > nikÅimi/nikÒmi; nik‹-j-o-i-w > nik‹oiw > nikÅiw/nikÒw; nik‹-j-o-i-t > nik‹oi > nikÅi/nikÒ

376

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

377

Infinitivo ativo nik‹-j-en >

nik‹en >

nikn

Imperfeito ativo S.

¤-nÛka-j-o-n > ¤-nÛka-j-e-w > ¤-nÛka-j-e-(t) >

¤nÛkaon > ¤nÛkaew > ¤nÛkae >

¤nÛkvn ¤nÛkaw ¤nÛka

P.

¤-nik‹-o-men > ¤-nik‹-j-e-te > ¤-nÛka-j-o-n >

¤nik‹omen > ¤nik‹ete > ¤nÛkaon >

¤nikÇmen ¤nikte ¤nÛkvn

D.

¤-nik‹-j-e-ton > ¤-nika-j-¡-thn >

¤nik‹eton > ¤nika¡thn >

¤nikton ¤nik‹thn

Indicativo presente médio / passivo S.

nik‹-j-o-mai > nik‹-j-e-sai > nik‹-j-e-tai >

nik‹omai > nikÇmai nik‹esai > nik‹eai > nik‹hi > nikiw / nik˜w nik‹etai > niktai

P.

nika-j-ñ-meya > nikañmeya > nik‹-j-e-sye > nik‹esye > nik‹-j-o-ntai > nik‹ontai >

D. nik‹-j-e-syon > niksyon > nik‹-j-e-syon > niksyon >

mur05.p65

377

nikÅmeya niksye nikÇntai niksyon niksyon

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

378

Subjuntivo médio / passivo S.

nik‹-j-v-mai > nik‹-j-h-sai > nik‹-j-h-tai >

nik‹vmai > nik‹hsai > nik‹htai >

P.

nika-j-Å-meya > nik‹-j-h-sye > nik‹-j-v-ntai >

nikaÅmeya > nik‹hsye > nik‹vntai >

nikÅmeya niksye nikÇntai

D.

nik‹-j-h-syon > nik‹-j-h-syon >

nik‹hsyon > nik‹hsyon >

niksyon niksyon

nik‹hai >

nik‹hi >

nikÇmai niki/nik˜ niktai

Optativo médio / passivo S.

nika-j-o-Û-mhn > nik‹-j-o-i-so > nik‹-j-o-i-to >

nikaoÛmhn > nik‹oiso > nik‹oito >

nikvÛmhn/nikÐmhn nikÅio/nikÒ nikÅito/nikÒto

P.

nika-j-o-Û-meya > nik‹-j-o-i-sye > nik‹-j-o-i-nto >

nikaoÛmeya > nik‹oisye > nik‹ointo >

nikÅimeya/nikÐmeya nikÅisye/nikÒsye nikÅinto /nikÒnto

D.

nik‹-j-o-i-syon > nika-j-o-Û-syhn >

nik‹oisyon > nikaoÛsyhn >

nikÅisyon/nikÒsyon nikÅisyhn/nikÐsyhn

Imperativo médio / passivo

mur05.p65

S.

2a 3a

nik‹-j-e-so > nika-j-¡-syv >

nik‹eso > nik‹eo > nika¡syv >

nik‹v > nikÇ nik‹syv

P.

2a 3a

nik‹-j-e-sye > nik‹-j-¡-syvn >

nik‹esye > nika¡syvn >

niksye nik‹syvn

D.

2a 3a

nik‹-j-e-syon > nika-j-¡-syvn >

nik‹esyon > nika¡syvn >

niksyon nik‹syvn

378

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

379

Particípio médio / passivo Tema Masc. Fem. Neutro

nika-j-ñ-meno- > nika-j-ñ-meno-w > nika-j-o-m¡nh > nika-j-ñ-menon >

nikañmeno- > nikañmenow > nikaom¡nh > nikañmenon >

nikÅmenonikÅmenow nikvm¡nh nikÅmenon

Infinitivo médio / passivo nik‹-j-e-syai >

nik‹esyai >

niksyai

Imperfeito médio / passivo S.

mur05.p65

¤-nik‹-j-ñ-mhn > ¤-nik‹-j-e-so > ¤-nik‹-j-e-to >

¤nikañmhn > ¤nik‹eso > ¤nik‹eto >

P.

¤-nika-j-ñ-meya > ¤-nik‹-j-e-sye > ¤-nik‹-j-o-nto >

¤nikañmeya > ¤nik‹esye > ¤nik‹onto >

¤nikÅmeya ¤niksye ¤nikÇnto

D.

¤-nik‹-j-e-syon > ¤-nika-j-¡-syhn >

¤nik‹esyon > ¤nika¡syhn >

¤niksyon ¤nik‹syhn

379

¤nik‹eo >

¤nikÅmhn ¤niko > ¤nÛkÇ ¤nikto

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

380

Tema: peinaj- / peinhjIndicativo ativo presente S.

pein®-j-v > pein®-j-e-si > pein®-j-e-ti >

pein®v > pein®esi > pein®eti >

pein¡v > pein®ei > pein®esi >

pein°i +w > pein®ei >

peinÇ pein°iw/pein»w pein°i/pein»

P.

pein®-j-o-men > pein®omen > peinÇmen pein®-j-e-te > pein®ete > pein°te pein®-j-o-nti > pein®onti > peinÇnti > peinÇnsi > peinÇsi

D.

pein®-j-e-ton > pein®eton > pein®-j-e-ton > pein®eton >

pein°ton pein°ton

Subjuntivo ativo S. pein®-j-v >

pein®v >

pein¡v >

pein®-j-h-si >

pein®hsi >

pein¡hsi > pein°si >

pein°i +w > pein°iw/ pein»w

peinÇ

pein®-j-h-ti >

pein®hti >

pein¡hti > pein°ti >

pein°si > pein°i/pein»

P. pein®-j-v-men > pein®vmen > pein¡vmen > pein®-j-h-te >

pein®hte >

peinÇmen

pein®ete >

pein°te

pein®-j-v-nti > pein®vnti > pein¡vnti > peinÇnti > peinÇnsi > peinÇsi

mur05.p65

D. pein®-j-h-ton > pein®hton > pein¡hton >

pein°ton

pein®-j-h-ton > pein®hton > pein¡hton >

pein°ton

380

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

381

Optativo ativo S.

peinh-j-o-Ûhn > peinh-j-o-Ûhw > peinh-j-o-Ûh >

peinhoÛhn > peinhoÛhw > peinhoÛh >

peinÅimhn/peinÐmhn peinÅihw/peinÐhw peinÐih/peinÐh

P.

pein®-j-o-i-men > pein®-j-o-i-te > pein®-j-o-i-en >

pein®oimen > peinÅimen > peinÒmen pein®oite > peinÅite/peinÒte pein®oien > peinÅien/peinÒen

D.

pein®-j-o-i-ton > pein®ointon > peinh-j-o-Û-thn > peinhoÛthn >

peinÅinton/peinÒnto peinÅithn/peinÐthn

Imperativo ativo S.

2a 3a

peÛnh-j-e > peinh-j-¡-tv >

peÛnhe > peinh¡tv >

peÛnh pein®tv

P.

2a 3a

pein®-j-e-te > peinh-j-ñ-ntvn >

pein®ete > peinhñntvn >

pein°te peinÅntvn

pein®-j-e-ton > peinh-j-¡-tvn >

pein®eton > peinh¡tvn >

D. 2a 3a

peineÅntvn >

pein°ton pein®tvn

Particípio ativo Tema

pein®-j-ont-

pein®-ont-

peinÇnt-

Masc.

pein®-j-ont-w >

pein®ontw >peinÇntw >

peinÇn/Çntow

Fem.

peinh-j-ñ-ntja >peinhñntia >

Neutro pein®-j-ont >

peinÅntia > peinÅnsia > peinÇsa-shw pein°ont >

peinÇn-Çntow

Infinitivo ativo pein®-j-en >

mur05.p65

381

pein°en >

pein°n

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

382

Imperfeito ativo S.

¤-peÛnh-j-o-n > ¤-peÛnh-j-e-w > ¤-peÛnh-j-e >

¤peÛnhon > ¤peÛnhew > ¤peÛnhe >

¤peÛnvn ¤peÛnhw ¤peÛnh

P.

¤-pein®-j-o-men > ¤-pein®-j-e-te > ¤-pein®-j-o-nto >

¤pein®omen > ¤pein®ete > ¤pein®onto >

¤peinÇmen ¤pein°te ¤peinÇnto

D.

¤-pein®-j-e-ton > ¤-peinh-j-¡-thn >

¤pein®eton > ¤peinh¡thn >

¤pein°ton ¤pein®thn

Tema: xraj- / xrhjIndicativo presente médio S.

mur05.p65

xr®-j-o-mai > xr®-j-e-sai > xr®-j-e-tai >

xr®omai > xr®esai > xr®etai >

P.

xrh-j-ñ-meya > xr®-j-e-sye > xr®-j-o-ntai >

xrhñmeya > xr®esye > xr®ontai >

xrÅmeya xr°sye xrÇntai

D.

xr®-j-e-syon > xr®-j-e-syon >

xr®esyon > xr®esyon >

xr°syon xr°syon

382

xr®eai >

xrÇmai xr°i / xr» xr°tai

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

383

Subjuntivo médio S.

P.

xr®-j-v-mai >

xr®vmai >

xr¡vmai >

xr®-j-h-sai >

xr®hsai >

xr¡hsai >

xr®-j-h-tai >

xr®htai >

xr¡htai >

xr°tai

xreÅmeya >

xrÅmeya

xrh-j-Å-meya > xrhÅmeya > xr®-j-h-sye >

D.

xr®hsye >

xrÇmai xr°sai > xr°ai >

xr°i/xr»

xr¡hsye >

xr°sye

xr®-j-v-ntai > xr®vntai >

xr¡vntai >

xrÇntai

xr®-j-h-syon >

xr®hsyon >

xr¡hsyon >

xr°syon

xr®-j-h-syon >

xr®hsyon >

xr¡hsyon >

xr°syon

Optativo médio S.

P.

D.

xrh-j-o-Û-mhn >

xrhoÛmhn >

xrvÛmhn/xrÐmhn

xr®-j-o-i-so >

xr®oiso >

xr®-j-o-i-to >

xr®oito >

xrÅito/xrÒto

xrh-j-o-Û-meya >

xrhoÛmeya >

xrvÛmeya/xrÐmeya

xr®-j-o-i-sye >

xr®oisye >

xrÅisye/xrÒsye

xr®-j-o-i-nto >

xr®ointo >

xrÅinto/xrÒnto

xrh-j-o-Û-syhn >

xrhoÛsyhn >

xrvÛsyhn/xrÐsyhn

xrh-j-o-Û-syhn >

xrhoÛsyhn >

xrvÛsyhn/xrÐsyhn

xr®oio >

xrÅio/xrÒo

Imperativo médio S. P. D.

mur05.p65

2a

xr®-j-e-so >

xr®eso >

3a

xrh-j-¡-syv >

xrh¡syv >

xr®syv

2a

xr®-j-e-sye >

xr®esye >

xr°sye

3a

xrh-j-¡-syvn >

xrh¡syvn >

xr®syvn

2a

xr®-j-e-syon >

xr®esyon >

xr°syon

3a

xrh-j-¡-syvn >

xrh¡syvn >

xr®syvn

383

xr°so >

xr°o >

22/01/01, 11:37

xrÇ

a flexão verbal

384

Particípio médio Tema Masc. Fem. Neutro

xrh-j-ñ-meno > xrh-j-ñ-menow > xrh-j-o-m¡nh > xrh-j-ñ-menon >

xrhñmeno > xrhñmenow > xrhom¡nh > xrhñmenon >

xrÅmenoxrÅmenow xrvm¡nh xrÅmenon

Infinitivo médio xr®-j-e-syai >

xr®esyai >

xr°syai

Imperfeito médio S.

mur05.p65

¤-xrh-j-ñ-mhn > ¤-xr®-j-e-so > ¤-xr®-j-e-to >

¤xrhñmhn > ¤xr®eso > ¤xr®eo > ¤xr®eto >

P.

¤-xrh-j-ñ-meya > ¤-xr®-j-e-sye > ¤-xr®-j-o-nto >

¤xrhñmeya > ¤xr®esye > ¤xr®onto >

¤xrÅmeya ¤xr°sye ¤xrÇnto

D.

¤-xr®-j-e-syon > ¤-xrh-j-¡-syhn >

¤xr®esyon> ¤xrh¡syhn >

¤xr°syon ¤xr®syhn

384

¤xr®o >

¤xrÅmhn ¤xrÇ ¤xr°to

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

385

Tema: dhlo-j-

Indicativo ativo presente S.

P.

D.

dhlñ-j- v >

dhlñ-v >

dhlñ-j- esi >

dhlñ-e-si >

dhlñei >

dhloèi >

dhloÝ+w>

dhloÝw

dhlÇ

dhlñ-j- eti >

dhlñ-e-ti >

dhlñesi >

dhlñei >

dhloèi >

dhloÝ

dhlñ-j- omen > dhlñ-o-men > dhlñ-j- ete >

dhlñ-e-te >

dhlñ-j- onti >

dhlñ-o-nsi >

dhloèmen dhloète dhloènsi >

dhloèsi

dhlñ-j- eton > dhlñ-e-ton >

dhloèton

dhlñ-j- eton > dhlñ-e-ton >

dhloèton

Subjuntivo ativo S.

P.

D.

mur05.p65

dhlñ-j-v >

dhlñ-v >

dhlÇ

dhlñ-j- hsi >

dhlñ-h-si >

dhlñhi >

dhlñúi+w>

dhlñ-j-hti >

dhlñ-h-ti >

dhlñhsi >

dhlñhi/dhlÅi dhlÅi/dhlÒ

dhlñ-j- vmen >

dhlñ-v-men >

dhlÅiw/dhlÒw dhlÇmen

dhlñ-j- hte >

dhlñ-h-te >

dhlñ-j- vnti >

dhlñ-v-nti >

dhlñ-j- hton >

dhlñ-h-ton >

dhlÇton

dhlñ-j- hton >

dhlñ-h-ton >

dhlÇton

385

dhlÇte dhlñvnsi > dhlñvsi >

dhlÇsi

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

386

Optativo ativo S.

dhlo-j- oÛhn > dhlo-j-oÛh-w > dhlo-j-oÛh(t) >

dhlo-oÛ-hn > dhlo-oÛ-hw > dhlo-oÛ-h >

dhlouÛhn > dhlouÛhw > dhlouÛh >

dhloÛhn39 dhloÛhw dhloÛh

P.

dhlñ-j-oimen > dhlñ-j-oite > dhlñ-j-oint >

dhlñ-oi-men > dhlñ-oi-te > dhlñ-oi-n >

dhloæimen > dhloæite > dhloæin >

dhloÝmen dhloÝte dhloÝen

D.

dhlñ-j- oiton > dhlo-j- oÛthn >

dhlñ-oi-ton > dhlo-oÛ-thn >

dhloæiton > dhloæithn >

dhloÝton dhloÛthn

Imperativo ativo S.

2a 3a

d®lo-j-e > dhlo-j-¡-tv >

d®lo-e > dhlo-¡-tv >

d®lou dhloætv

P.

2a 3a

dhlñ-j-ete > dhlo-j-ñntvn >

dhlñ-e-te > dhlo-ñ-ntvn >

dhloète dhloæntvn

D.

2a 3a

dhlñ-j-eton > dhlñ-j-¡tvn >

dhlñ-e-ton > dhlo-¡-tvn >

dhloèton dhloætvn

Particípio ativo Tema

dhlñ-j-o-nt->

dhlñont->

Masc.

dhlñ-j-o-nt- >

dhlñvnt >

Fem.

dhlo-j-ñ-nt-j-a > dhloñntia >

Neutro dhlñ-j-o-nt >

39

dhlñont >

dhloèntdhlñvnt >

dhlÇnt >

dhloñnsia >

dhloæsia > dhloèsa

dhlñon >

dhlÇn dhloèn

Variantes: dhlñ-j-o-i-mi > dhlñoimi > dhloæimi > dhloÝmi;

dhlñ-j-o-i-w > dhlñoiw > dhloæiw > dhloÝw; dhlñ-j-o-i-t > dhlñoi > dhloæi > dhloÝ.

mur05.p65

386

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

387

Infinitivo ativo dhlñ-j-en >

dhlñen >

dhloèn

Imperfeito ativo S.

¤-d®lo-j-o-n > ¤-d®lo-j-e-w > ¤-d®lo-j-e-(t) >

¤-d®loo-n > ¤-d®loe-w > ¤-d®loe >

¤d®loun ¤d®louw ¤d®lou

P.

¤-dhlñ-j-o-men > ¤-dhlñ-j-e-te > ¤-d®lo-j-o-nt >

¤-dhlño-men > ¤-dhlñe-te > ¤-d®loo-n >

¤dhloèmen ¤-dhloète ¤d®loun

D.

¤-dhlñ-j-e-ton > ¤-dhlo-j- ¡-thn >

¤-dhlñe-ton > ¤-dhlo¡-thn >

¤dhloèton ¤dhloæthn

Indicativo presente médio / passivo S.

mur05.p65

dhlñ-j-o-mai > dhlñ-j-e-sai > dhlñ-j-e-tai >

dhlñ-o-mai > dhlñ-e-sai > dhlñ-e-tai >

P.

dhlo-j-ñ-meya > dhlñ-j-e-sye > dhlñ-j-o-ntai >

dhlo-ñ-meya > dhlñ-e-sye > dhlñ-o-ntai >

dhloæmeya dhloèsye dhloèntai

D.

dhlñ-j-e-syon > dhlñ-j-e-syon >

dhlñ-e-syon > dhlñ-e-syon >

dhloèsyon dhloèsyon

387

dhlñeai > dhloèai >

dhloèmai dhlÒ dhloètai

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

388

Subjuntivo médio / passivo S.

P.

D.

dhlñ-j-v-mai >

dhlñ-v-mai >

dhlñ-j-h-sai >

dhlñ-h-sai >

dhlÇmai

dhlñ-j-h-tai >

dhlñ-h-tai >

dhlÇtai

dhlo-j-Å-meya >

dhlo-Å-meya >

dhlÅmeya

dhlñ-j-h-sye >

dhlñ-h-sye >

dhlÇsye

dhlñ-j-v-ntai >

dhlñ-v-ntai >

dhlÇntai

dhlñ-j-h-syon >

dhlñ-h-syon >

dhlÇsyon

dhlñ-j-h-syon >

dhlñ-h-syon >

dhlÇsyon

dhlñhai >

dhlñhi >

dhlÒ/dhlÇi

Optativo médio / passivo S.

P.

D.

dhl0-j-o-Û-mhn >

dhlo-oÛ-mhn >

dhlouÛmhn >

dhloÛmhn

dhlñ-j-o-i-so >

dhlñ-oi-so >

dhlñoio >

dhlñ-j-o-i-to >

dhlñ-oi-to >

dhloæito >

dhloÝto

dhlo-j-o-Û-meya >

dhlo-oÛ-meya >

dhlouÛmeya >

dhloÛmeya

dhlñ-j-o-i-sye >

dhlñ-oi-sye >

dhloæisye >

dhloÝsye

dhlñ-j-o-i-nto >

dhlñ-oi-nto >

dhloæinto >

dhloÝnto

dhloæio >

dhloÝo

dhlñ-j-o-i-syon >

dhlñ-oi-syon >

dhloæisyon >

dhloÝsyon

dhlo-j-o-Û-syhn >

dhlo-oÛ-syhn >

dhlouÛsyhn >

dhloÛsyhn

Imperativo médio / passivo S. P. D.

mur05.p65

2a

dhlñ-j-e-so >

dhlñ-e-so >

3a

dhlo-j-¡-syv >

dhlo-¡-syv >

2a

dhlñ-j-e-sye >

dhlñ-e-sye >

dhloèsye

3a

dhlo-j-¡-syvn >

dhlo-¡-syvn >

dhloæsyvn

2a

dhlñ-j-e-syon >

dhlñ-e-syon >

dhloèsyon

3a

dhlo-j-¡-syvn >

dhlo-¡-syvn >

dhloæsyvn

388

dhlñeo >

dhloèo >

dhloè dhloæsyv

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

389

Particípio médio / passivo Tema Masc. Fem. Neutro

dhlo-j-ñ-meno- > dhlo-j-ñ-meno-w > dhlo-j-o-m¡nh > dhlo-j-ñ-meno-n >

dhlo-ñ-meno- > dhlo-ñ-menow > dhlo-o-m¡nh > dhlo-ñ-menon >

dhloæmenodhloæmenow dhloum¡nh dhloæmenon

Infinitivo médio / passivo dhlñ-j-e-syai >

dhlñ-e-syai >

dhloèsyai

Imperfeito médio / passivo S.

P.

D.

mur05.p65

¤-dhlo-j-ñ-mhn >

¤-dhlo-ñ-mhn >

¤dhloæmhn

¤-dhlñ-j-e-so >

¤-dhlñ-e-so >

¤-dhlñ-j-e-to >

¤-dhlñ-e-to >

¤-dhlñeo > ¤-dhloèo >

¤dhloè ¤dhloèto

¤-dhlo-j-ñ-meya >

¤-dhlo-ñ-meya >

¤dhloæmeya

¤-dhlñ-j-e-sye >

¤-dhlñ-e-sye >

¤dhloèsye

¤-dhlñ-j-o-nto >

¤-dhlñ-o-nto >

¤dhloènto

¤-dhlñ-j-e-syon >

¤-dhlñ-e-syon >

¤dhloèsyon

¤-dhlo-j-¡-syhn >

¤-dhlo-¡-syhn >

¤dhloæsyhn

389

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

390

Tema: file-jIndicativo presente ativo S.

fil¡-j-v > fil¡-j-e-si > fil¡-j-e-ti >

fil¡-v > fil¡-e-si > fil¡-e-ti >

fil¡-j-o-men > fil¡-j-e-te > fil¡-j-o-nti >

fil¡-o-men > fil¡-e-te > fil¡-o-nti >

fil¡-j-e-ton > fil¡-j-e-ton >

fil¡-e-ton > fil¡-e-ton >

fileÝton fileÝton

fil¡-j-v > fil¡-j-h-si > fil¡-j-h-ti >

fil¡-v > fil¡-h-si > fil¡-h-ti >

filÇ fil»w/fil°iw fil»/fil°i

P.

fil¡-j-v-men > fil¡-j-h-te > fil¡-j-v-nti >

fil¡-v-men > fil¡-h-te > fil¡-v-nti > fil¡vnsi > filÇnsi >

filÇmen fil°te filÇsi

D.

fil¡-j-h-ton > fil¡-j-h-ton >

fil¡-h-ton > fil¡-h-ton >

fil°ton fil°ton

P.

D.

fil¡ei > fil¡esi >

fil¡onsi >

fileÝ+w > fil¡ei >

filÇ fileÝw fileÝ

filoènsi >

filoèmen fileÝte filoèsi

Subjuntivo ativo S.

mur05.p65

390

fil°si > fil°si >

fil°i+w>

22/01/01, 11:37

a flexão verbal

391

Optativo ativo S.

file-j-o-Ûh-n > file-j-o-Ûh-w > file-j-o-Ûh-(t) >

file-oÛh-n > file-oÛh-w > file-oÛh >

filouÛhn > filouÛhw > filouÛh >

filoÛhn40 filoÛhw filoÛh

P.

fil¡-j-o-i-men > fil¡-j-o-i-te > fil¡-j-o-i-nt >

fil¡-oi-men > fil¡-oi-te > fil¡-oi-en >

filouÝmen > filouÝte > filouÝen >

filoÝmen filoÝte filoÝen

D.

fil¡-j-o-i-ton > file-j-o-Û-thn >

fil¡-oi-ton > file-oÛ-thn >

filouÝton > filouÛthn >

filoÝton filoÛthn

Imperativo ativo S.

2a 3a

fÛle-j-e > file-j-¡-tv >

fÛle-e > file-¡-tv >

fÛlei fileÛtv

P.

2a 3a

fil¡-j-e-te > file-j-ñ-ntvn >

fil¡-e-te > file-ñ-ntvn >

fileÝte filoæntvn

D.

2a 3a

fil¡-j-e-ton > file-j-¡-tvn >

fil¡-e-ton > file-¡-tvn >

fileÝton fileÛtvn

Particípio ativo Tema Masc. Fem. Neutro

40

mur05.p65

fil¡-j-o-nt-> fil¡-j-o-nt- > file-j-ñ-nt-j-a > fil¡-j-o-nt >

fil¡-o-nt-> fil¡-v-nt > fileñntia > fil¡-o-nt >

filoèntfil¡vnt > filÇnt > filÇn fileñnsia > fileñnsa > filoèsa filoènt > filoèn

Variantes: fil¡-j-o-i-mi > fil¡oimi > filoæi-mi > filoÝmi; fil¡-j-o-i-w > fil¡oiw > filoèiw > filoÝw; fil¡-j-o-i-t> fil¡oi > filoèi > filoÝ

391

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

392

Infinitivo ativo fil¡-j-en >

fil¡-en >

fileÝn

Imperfeito ativo S.

¤-fÛle-j-o-n > ¤-fÛle-j-e-w > ¤-fÛle-j-e (t) >

¤-fÛle-o-n > ¤-fÛle-e-w > ¤-fÛle e >

¤fÛloun ¤fÛleiw ¤fÛlei

P.

¤-fil¡-j-o-men > ¤-fil¡-j-e-te > ¤-fÛle-j-o-nt >

¤-fil¡-o-men > ¤-fil¡-e-te > ¤-fÛle-o-n >

¤filoèmen ¤fileÝte ¤fÛloun

D.

¤-fil¡-j-e-ton > ¤-file-j-¡-thn >

¤-fil¡-e-ton > ¤file-¡-thn >

¤fileÝton ¤fileÛthn

Indicativo médio / passivo presente S.

mur05.p65

fil¡-j-o-mai > fil¡-j-e-sai > fil¡-j-e-tai >

fil¡-o-mai > fil¡-e-sai > fil¡-e-tai >

P.

file-j-ñ-meya > fil¡-j-e-sye > fil¡-j-o-ntai >

file-ñ-meya > fil¡-e-sye > fil¡-o-ntai >

filoæmeya fileÝsye filoèntai

D.

fil¡-j-e-syon > fil¡-j-e-syon >

fil¡-e-syon > fil¡-e-syon >

fileÝsyon fileÝsyon

392

fil¡eai >

fil¡hi >

22/01/01, 11:38

filoèmai fil»/fil°i fileÝtai

a flexão verbal

393

Subjuntivo médio / passivo S.

fil¡-j-v-mai > fil¡-j-h-sai > fil¡-j-h-tai >

fil¡-v-mai > fil¡-h-sai > fil¡-h-tai >

fil¡hai >

fil¡hi >

filÇmai fil»/fil°i fil°tai

P.

file-j-Å-meya > file-Å-meya > fil¡-j-h-sye > fil¡-h-sye > fil¡-j-v-ntai > fil¡-v-ntai >

filÅmeya fil°sye filÇntai

D.

fil¡-j-h-syon > fil¡-j-h-syon >

fil°syon fil°syon

fil¡-h-syon > fil¡-h-syon >

Optativo médio / passivo S.

file-j- o-Û-mhn > fil¡-j-o-i-so > fil¡-j-o-i-to >

file-oÛ-mhn > fil¡-oi-so > fil¡-oi-to >

filouÛmhn > filoæio > filoæito >

filoÛmhn filoÝo filoÝto

P.

file-j-o-Û-meya > fil¡-j-o-i-sye > fil¡-j-o-i-nto >

file-oÛ-meya > fil¡-oi-sye > fil¡-oi-nto >

filouÛmeya > filoæisye > filoæinto >

filoÛmeya filoÝsye filoÝnto

D.

fil¡-j-o-i-syon > file-j-o-Û-syhn >

fil¡-oi-syon > file-oÛ-syhn >

filoæisyon > filouÛsyhn >

filoÝsyon filoÛsyhn

Imperativo médio / passivo

mur05.p65

S.

2a 3a

fil¡-j-e-so > file-j-¡-syv >

P.

2a 3a

fil¡-j-e-sye > fil¡-e-sye > file-j-¡-syvn > file-¡-syvn >

fileÝsye fileÛsyvn

D.

2a 3a

fil¡-j-e-syon > fil¡-e-syon > file-j-¡-syvn > file-¡-syvn >

fileÝsyon fileÛsyvn

393

fil¡-e-so > fil¡eo > file-¡-syv >

fil¡ou > filoè fileÛsyv

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

394

Particípio médio / passivo Tema Masc. Fem. Neutro

file-j-ñ-meno- > file-j-ñ-menow > file-j-o-m¡nh > file-j-ñ-menon>

file-ñ-meno- > file-ñ-menow > file-o-m¡nh > file-ñ-menon >

filoæmenofiloæmenow filoum¡nh filoæmenon

Infinitivo médio / passivo fil¡-j-e-syai >

fil¡-e-syai >

fileÝsyai

Imperfeito médio / passivo S.

¤-file-j-ñ-mhn > ¤-fil¡-j-e-so > ¤-fil¡-j-e-to >

¤-file-ñ-mhn > ¤-fil¡-e-so > ¤-fil¡eo > ¤-fil¡-e-to >

P.

¤-file-j-ñ-meya > ¤-file-ñ-meya > ¤-fil¡-j-e-sye > ¤-fil¡-e-sye > ¤-fil¡-j-onto > ¤-fil¡-o-nto >

D. ¤-fil¡-j-e-syon > ¤-fil¡-e-syon > ¤-file-j-¡-syhn > ¤-file-¡-syhn >

mur05.p65

394

¤filoæmhn ¤fil¡ou > ¤filoè ¤fileÝto ¤filoæmeya ¤fileÝsye ¤filoènto ¤fileÝsyon ¤fileÛsyhn

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

395

Quadro de flexão de verbos em -mi com sufixo nu/nnu T. deik-nu - deÛk-nu-mi - eu mostro VOZ ATIVA Infectum: Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

mostro

mostre/ mostrar

mostraria/ mostrasse**

mostra/mostrai*

S. deÛk-nu-mi

deik-næ-v

deik-næ-oi-mi

deÛk-nu-w ***

deik-næ-úw

deik-næ-oi-w

deÛk-nu

deÛk-nu-si ***

deik-næ-ú

deik-næ-oi

deik-næ-tv

P. deÛk-nu-men

deik-næ-vmen

deik-næ-oi-men

deÛk-nu-te

deik-næ-hte

deik-næ-oi-te

deÛk-nu-te

deÛk-nu-nti>-næasi***

deik-næ-vsi

deik-næ-oi-e-n

deik-næ-ntvn/-tvsan

D. deÛk-nu-ton

deik-næ-hton

deik-næ-oiton

deÛk-nu-ton

deÛk-nu-ton

deik-næ-hton

deik-nu-oÛ-thn

deik-næ-tvn

* Imperativo de 3 a pessoa: ele mostre/eles mostrem. ** Também: poderia/pudesse mostrar. *** Ver flexão de tÛyhmi, p. 341. Nota: O subjuntivo e o optativo são como os verbos de tema em -u-.

Imperfeito: S. ¤-deÛk-nu-n* ¤-deÛk-nu-w ¤-deÛk-nu

mostrava P. ¤-deÛk-nu-men ¥-deÛk-nu-te ¤-deÛk-nu-san

estava mostrando D. ¤-deÛk-nu-ton ¤-deik-næ-thn

* O sufixo -nu- dispensa vogal de ligação diante das desinências consonânticas.

mur05.p65

395

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

396

Particípio: mostrando / que mostra Tema

Masc.

Fem.

Neut.

deik-nu-nt-

deiknæw - deiknæntow

deiknèsa - deiknæshw

deiknæn- deiknæntow

Infinitivo: mostrar/estar mostrando deik-næ-nai

VOZ MÉDIA E PASSIVA Indicativo

Subjuntivo

Optativo

deÛk-nu-mai

deik-næ-v-mai

deik-nu-oÛ-mhn

deÛk-nu-sai

deik-næ-h-sai > hai >ú deik-næ-oi-so > oio deÛk-nu-so

deÛk-nu-tai

deik-næ-h-tai

m. mostro para mim; p. sou mostrado

S.

P.

m. mostre, se mostrar para mim; p. seja, for mostrado

m. mostraria, mostrasse para mim; p. seria, fosse mostrado*

deiknæ-oi-to

Imperativo

m. mostra/mostrai para ti/vós; mostre/mostrem para si; sê mostrado(s) sejam mostrados

deik-næ-syv

deik-næ-meya deik-nu-Å-meya

deik-nu-oÛ-meya

deÛk-nu-sye

deik-næ-oi-sye

deÛk-nu-sye

deik-næ-oi-nto

deik-næ-syvn/syvsan

deik-næ-h-sye

deÛk-nu-ntai deik-næ-vntai D. deÛk-nu-syon deik-næ-h-syon

deik-næ-oi-syon

deÛk-nu-syon

deÛk-nu-syon deik-næ-h-syon

deik-nu-oÛ-syhn

deik-næ-syvn

* Também: poderia/pudesse mostrar e poderia/pudesse ser mostrado.

mur05.p65

396

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

397

Imperfeito: eu mostrava, estava mostrando para mim/ eu era mostrado. S. ¤-deik-næ-mhn* ¤-deÛk-nu-so ¤-deÛk-nu-to

P. ¤-deik-næ-meya ¥-deÛk-nu-sye ¤-deÛk-nu-nto

D. ¤-deÛk-nu-syon ¤-deik-næ-syhn

* O sufixo -nu- dispensa vogal de ligação diante das desinências consonânticas.

Particípio: mostrando para si/ que é, está sendo mostrado Tema deik-næ-meno-

Masc. deiknæ-menow

Fem. deiknum¡nh

Neut. deiknæ-menon

Infinitivo: mostrar para si/estar estar sendo mostrado deÛk-nu-syai

AORISTO ATIVO

S.

P.

D.

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

mostro/mostrei

mostre/se mostrar mostraria/ mostrasse** mostra, mostrai***

¦-deija

deÛj-v

deÛja-i-mi

¦-deija-w

deÛj-ú-w

deÛja-i-w (seiaw)

deÝj-son

¦-deij-e

deÛj-ú

deÛja-i (seien)

deij‹-tv

¤-deÛja-men

deÛj-v-men

deÛja-i-men

¤-deÛja-te

deÛj-h-te

deÛja-i-te

deÛja-te

¦-deija-n

deÛj-v-si

deÛja-i-en (jeian)

lu-s‹-ntvn

¤-deij‹-thn /jaton

deÛj-h-ton

deija-Û-thn/-ton)

deÛja-ton

¤-deij‹-thn

deÛj-h-ton

deija-Û-thn

deij‹-tvn

* O subjuntivo se constrói sobre o tema verbal+característica -s- do aoristo + características do subjuntivo v, h, h, v, h, v + desinências primárias ativas. (Ver o quadro demostrativo na página seguinte.) ** Também: poderia/pudesse mostrar. *** Imperativo de 3a pessoa: (ele) mostre / (eles) mostrem.

mur05.p65

397

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

398

Quadro demostrativo do subjuntivo S.

P.

D.

deÛj-v > deÛj-h-si > deÛj-h-ti > deÛj-v-men > deÛj-h-te > deÛj-v-nti >

deÛjhsi > deÛjhsi >

deÛjv deÛjhi/jú > deÛjú/deÛjhi

deÛjvnsi >

deÛjvmen deÛjhte deÛjvsi

deÛj-h-ton > deÛj-h-ton >

deÛjúw/deÛjhiw

deÛjhton deÛjhton

Particípio: tendo mostrado Tema deÛja-nt-

Infinitivo:

mur05.p65

Masc. Fem. Neutro deÛja-nt-w > deÛja-nt-j-a > deÛja-nt > deÛjaw - deÛjant-ow deÛjasa - deij‹s-hw deÝjan - deÛj-ant-ow

mostrar:

398

deÝj-ai

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

399

AORISTO MÉDIO Indicativo

S.

mostro/mostrei para mim

mostre/se mostrar para mim

Subjuntivo

Optativo

¤-deij‹-mhn

deÛj-v-mai*

deija-Û-mhn

Imperativo

mostraria/ mostra para ti / mostrasse para mim** mostrai para vós****

¤-deÛja-so > sao > sv

deÛj-h-sai >sú**

deÛja-i-so > saio

deÝj-ai

¤-deÛja-to

deÛj-h-tai

deÛja-i-to

deij-‹-syv

¤-deij‹-meya

deij-Å-meya

deija-Û-meya

¤-deÛja-sye

deÛj-h-sye

deÛja-i-sye

deÛj-a-sye

¤-deÛja-nto

deÛj-v-ntai

deÛja-i-nto

deij-‹-syvn

D. ¤-deÛja-syon

deÛj-h-syon

deÛja-i-syon

deÛj-a-syon

¤-deij‹-syhn

deÛj-h-syon

deija-Û-syhn

deij-‹-syvn

P.

* O subjuntivo aoristo médio se constrói sobre o tema verbal + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, + desinências primárias médias. ** A 2a pessoa do singular é: deÛj-h-sai> deÛjhai> deÛjhi> deÛjú. *** Também: poderia/pudesse mostrar para mim. **** Imperativo de 3a pessoa:(ele/eles) mostre/mostrem para si.

Particípio: tendo mostrado para mim Tema deij‹-meno-

Infinitivo:

mur05.p65

Masc. deij‹-menow-ou

deÛja-syai

399

Fem. deija-m¡nh-hw

Neutro deij‹-menon-ou

mostrar para si

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

400

FUTURO ATIVO

Tema: deik-s Indicativo mostrarei*

Optativo poderia/pudesse haver de mostrar

S.

deÛjv deÛj-eiw deÛj-ei

deÛj-oi-mi deÛj-oi-w deÛj-oi

P.

deÛj-o-men deÛj-e-te deÛj-ousi

deÛj-oi-men deÛj-oi-te deÛj-oi-en

D.

deÛj-e-ton deÛj-e-ton

deÛj-oÛ-thn deÛj-oÛ-thn

* Também: hei de mostrar

Particípio: havendo de mostrar, que há de mostrar, que mostrará Tema deÛj-o-nt

Infinitivo:

mur05.p65

Masc. deÛj-vn,ontow

deÛj-ein

400

Fem. deÛj-ousa,shw

Neutro deÝj-on,ontow

haver de mostrar

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

401

FUTURO MÉDIO Indicativo mostrarei / hei de mostrar para mim

Optativo poderia / pudesse haver de mostrar para mim

S. deÛjo-mai deÛj-e-sai> ú deÛj-e-tai

deij-oÛ-mhn deij-oi-so > soio deÛj-oi-to

P. deij-ñ-meya deÛj-e-sye deÛj-o-ntai

deij-oÛ-meya deÛj-oi-sye deÛj-oi-nto

D. deÛj-e-syon deÛj-e-syon

deÛj-oi-syon deij-oÛ-syhn

Particípio: havendo de mostrar para si, que há de mostrar /que mostrará para si Tema deij-ñ-meno-

Infinitivo:

mur05.p65

Masc. deij-ñ-menow

deÛj-e-syai

401

Fem. deij-o-m¡nh

Neutro deij-ñ-menon

haver de mostrar para si

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

402

AORISTO PASSIVO

S

P

D

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

fui/sou mostrado

seja/for mostrado

seria/fosse mostrado*

sê/sede mostrado**

¤-deÛx-yh-n

deix-yÇ****

deix-ye-Ûh-n

¤-deÛx-yh-w

deix-y»-w/-y°iw deix-ye-Ûh-w

deÛx-yh-ti

¤-deÛx-yh

deix-y»/-y°i

deix-ye-Ûh

deix-y®-tv

¤-deÛx-yh-men

deix-yÇ-men

deix-ye-Ûh-men (-yeÝmen)***

¤-deÛx-yh-te

deix-y°-te

deix-ye-Ûh-te (-yeÝte)

deÛx-yh-te

¤-deÛx-yh-san

deix-yÇ-si

deix-ye-Ûh-san (-yeÝen)

deix -y¡-ntvn

¤-deÛx-yh-ton

deix-y°-ton

deix-ye-Ûh-ton (-yeÝton)

deÛx-yh-ton

¤-deÛx-y®-thn

deix-y®-tvn

deix-ye-i®-thn (-yeÛthn)

deix-y®-tvn

* Também: poderia/pudesse ser mostrado. ** Imperativo de 3a pessoa: (ele) seja mostrado, (eles) sejam mostrados. *** As formas sincopadas, reduzidas são as mais usadas. Lei do menor esforço. **** O subjuntivo é construído sobre o tema verbal + característica do passivo -yh- + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v e desinências primárias ativas. Na seqüência de duas vogais longas a anterior se abrevia, e aqui há a absorção da breve pela longa (contração), o que explica as formas perispômenas e properispômenas.

Particípio: tendo sido mostrado, que foi mostrado Tema deix-y¡nt-

Masc. deix-yeÛw-y¡ntow

Fem. deix-yeÝsa-yeÛshw

Neutro deix-y¡n-y¡ntow

Infinitivo: deix-y°nai

mur05.p65

402

ser mostrado

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

403

FUTURO PASSIVO Indicativo serei mostrado

Optativo pudesse/poderia haver de ser mostrado

S

deix-y®-s-o-mai deix-y®-s-e-sai > sú/-ei deix-y®-s-e-tai

deix-yh-s-oÛ-mhn deix-y®-s-oi-so> soio deix-y®-s-oi-to

P

deix-yh-s-ñ-meya deix-y®-s-e-sye deix-y®-s-o-ntai

deix-yh-s-oÛ-meya deix-y®-s-oi-sye deix-y®-s-oi-nto

D

deix-y®-s-e-syon deix-y®-s-e-syon

deix-yh-s-0Û-syhn deix-yh-s-oÛ-syhn

Particípio: havendo de ser mostrado, que será mostrado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

deix-yh-s-ñ-meno-

deix-yh-s-ñ-menow

deix-yh-s-o-m¡nh

deix-yh-s-ñ-menon

Infinitivo: deix-y®-s-e-syai

haver de ser mostrado

Outros verbos cuja conjugação é análoga à de deÛknumi. Todos os verbos que recebem um sufixo -nu-/nnu/nh seguem esse modelo no sistema do infectum; no aoristo/futuro e no perfectum eles também não têm mais esse sufixo. Contudo, a maioria dos verbos de sufixo -nu-/nnu desenvolveram uma outra flexão em -v por ser mais fácil. Ver página 329, nota 14. Podemos incluir aqui dois verbos (e seus compostos) que só têm a conjugação do infectum (inacabado): eä-mi eu vou, estou indo T. ei-/ i- (lat. i-re) eÞ-mi < ¤s-mi eu sou T. ¤s-/s- (lat. esse)

mur05.p65

403

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a flexão verbal

404

eä-mi - eu vou, estou indo - T. ei / i

Presente

S.

P.

D.

Indicativo vou

Subjuntivo vá

Optativo iria/fosse*

Imperativo vai/ide/vade

eä-mi eä-si >eäi > eä eä-ti > eä-si

à-v à-ú-w à-ú

à-oi-mi / Þ-oÛ-hn à-oi-w / Þ-oÛ-hw à-oi / Þ-oÛ-h

à-yi à-tv**

à-men *** à-te à-nti > àati > àasi

à-v-men à-h-te à-v-si

à-oi-men à-oi-te à-oi-e-n

à-te Þ-ñ-ntvn / àtvsan

à-ton à-ton

à-h-ton à-h-ton

à-oi-ton Þ-oÛ-thn

à-ton à-tvn

* Também: poderia/pudesse ir. ** Imperativo de 3a pessoa: vá ele/ vão eles. *** Alternância longa no singular/breve no plural do tema no indicativo ativo, como em fhmi - famen.

Particípio: indo Tema Þ-o-nt-

Infinitivo:

Masc. Þ-Ån - Þ-ñ-nt-ow

ir

Þ-¡-nai

Adjetivo verbal:

mur05.p65

Fem. Neut. Þ-oèsa- Þoæshw Þ-ñn - Þ-ñ-nt-ow

í-vel/que pode ir que deve ir

404

Þ-tñw,®,ñn Þ-t¡ow,a,on / Þ-tht¡on

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

405

Imperfeito: ia/estava indo S. ¾-ein Âa ¾-eiw ¾-ei-sya ¾-ei ¾-ein

P. ¾-ei-men Â-men ¾-ei-te Â-te ¾-e-san Â-san

D. ¾-ei-ton Â-ton ±-eÛ-thn ¾-thn

As gramáticas afirmam que este verbo se emprega no presente com significado futuro. É um problema semântico. Em português nem sempre “eu vou” significa “estou indo”. É uma questão conotativa; o contexto resolve o problema. Ainda os dois verbos seguintes, de temas monossilábicos sem redobro no infectum: fh-mÛ ±-mi

eu digo, eu me manifesto eu digo

T. fa- / fh- (lat. fa-ri) T. ±- (lat. aio)

fh-mi - eu digo, eu me manifesto. T. fh-/fa-

Presente

S.

P.

D.

Indicativo digo

Subjuntivo diga

Optativo diria/dissesse*

Imperativo dize/dizei*

fh-mÛ fhsÛ > fhÛ > f»w fh-tÛ > fhsÛ

fÇ f»-w f»

fa-Ûh-n fa-Ûh-w fa-Ûh

f‹-yi f‹-tv

fa-m¡n*** fa-t¡ fa-sÛ

fÇ-men f°-te fÇ-si

fa-Ý-men fa-Ý-te fa-Ý-e-n

f‹-te f‹-ntvn/f‹tvsan

fa-tñn fa-tñn

f°-ton f°-ton

fa-Ûh-ton fa-i®-thn

f‹-ton f‹-tvn

* Também: poderia/pudesse dizer. ** Imperativo de 3 a pessoa: diga ele / digam eles. *** Alternância longa no singular/breve no plural do tema no indicativo ativo.

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405

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406

Nota: Excetuando-se a 2a pessoa do singular, todas as outras formas (dissilábicas) do indicativo são enclíticas. (Os enclíticos dissilábicos, quando acentuados, são oxítonos.)

Particípio: dizendo/que diz Tema fantf‹skont-

Masc. fw - f‹-nt-ow* f‹skvn

Fem. fsa-f‹shw f‹skousa

Neut. fn-f‹nt-ow f‹skon

* Essa forma não é usada; usa-se a forma do incoativo: f‹skvn, f‹skousa, f‹skon.

Infinitivo: dizer: f‹-nai Adj. verbal:

dizível : que deve ser dito :

fa-tñw,®,ñn fa-t¡ow,¡a,¡on

Imperfeito: dizia / disse S. ¦-fh-n ¦-fh-sya / ¦-fh-w ¦-fh

P. ¦-fa-men ¦-fa-te ¦-fa-san

D.

¦-fa-ton ¤-f‹-thn

Notas: 1. O aoristo e o futuro são pouco usados, mas constroem-se normalmente sobre o tema fh-s-. 2. Nos diálogos, essa forma significa “disse eu / disse ele - dizia eu / dizia ele”; não que ela possa ser traduzida indiferentemente pelo aoristo ou imperfeito, mas, certamente, porque ¦fh / ¦fhn tanto podem ser flexão de um aoristo de raiz-tema, como ¦-bh-n/ ¦-gnv-n, quanto a flexão do imperfeito sobre o tema sem redobro do infectum fh-. 3. oë fhmi quer dizer “não, digo”, isto é, “digo não, nego”.

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406

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a flexão verbal

407

±-mi - eu digo - T. ± / ¤ Só se usa em discurso opinião: digo eu: disse / dizia eu: disse / dizia ele:

indireto, em narrativas, para intercalação de - ±mÛ, - ·n dƒ¤gÅ - · dƒ÷w

Verbo Ser Convém lembrar que o emprego do verbo ser em grego não corresponde exatamente ao seu emprego em português. Em grego, no início, o verbo ser tem um sentido existencial, forte, absoluto; não é usado no sentido em que nós o usamos; ele não é necessário para “fazer a ligação” com o predicativo, isto é, como verbo de ligação. Só mais tarde, a partir do século V, é que seu uso se generalizou, passando a ser usado, não só como verbo de ligação, como também como verbo auxiliar, inicialmente para a construção do perfeito médio-passivo, para exprimir um estado:-está, esteja, estaria, estivesse desligado. Não há uma regra para o uso ou não do verbo ser na sua função de verbo de ligação. Não há problemas para as 1 a e 2a pessoas do singular e plural; mas, a na 3 pessoa singular e plural, é mais freqüente a omissão do que a presença. É uma questão de contexto, conotativa: se há ênfase, se há uma afirmação categórica, usa-se o verbo; se não, não. No quadro a seguir, vamos constatar que o verbo ser carece de todo o sistema do aoristo e do perfeito. Trata-se de uma impossibilidade semântica: o ser é o conceito do que é, era e continua, continuará sendo, que só pode ser expresso pelo infectum, inacabado, no presente e no passado (imperfeito); ele marca a entrada e permanência no ato ou no estado, que o verbo exprime. É um problema de aspecto e está presente em todas as línguas. A gramática descritiva “preenche” os quadros restantes do paradigma ideal com formas de outros verbos: gÛgnomai no grego, fieri no latim, e assim por diante.

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407

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a flexão verbal

408

O próprio futuro, que é uma forma de aoristo, foi criado por analogia, acrescentando-se a característica -s- do aoristo/futuro ao tema esdo verbo; é que o futuro é um antigo desiderativo, um modo e não um tempo, com sentido eventual e por isso não leva consigo o aspecto durativo.

Quadro de flexão do verbo eänai Tema: es- / s

S.

P.

D.

Indicativo sou

Subjuntivo seja

Optativo seria/fosse*

Imperativo sê/sede**

¤s-mi > eÞ-mi ¤s-si > ¤si > eä ¤s-ti > ¤s-ti (n)

Î Âw Â

e-àh-n e-àh-w e-àh

às-yi (si-s-yi) ¦s-tv

¤s-men > ¤s-men ¤s-te > ¤s-te ¤s-nti > eÞ-si(n)

Î-men ·-te Î-si(n)

e-àh-men/e-ä-men e-àh-te/e-ä-te e-àh-san/e-ä-e-n

¦s-te ö-ntvn/¦stvsan

¤s-tñn ¤s-tñn

·-ton ·-ton

e-àh-ton/eä-ton e-à-thn

¦s-ton ¦s-tvn

* Também: poderia/pudesse ser. ** Imperativo de 3a pessoa: ele seja/ eles sejam.

Particípio: sendo/que é Tema

Masc.

Fem.

Neut.

-o-ntHomero

Ên - önt-ow ¦vn-¤ñnt-ow

oïsa-oëshw ¦ousa-¤oæshw

ön-önt-ow ¦on-¤ñntow

Infinitivo: ser: eä-nai (¤s-nai) - Homero: ¦mmenai

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a flexão verbal

409

Passado do Infectum: Imperfeito: era S. ±(s)n > ·/·n ·s-ya ±(s)e(t) > ³(e)n > ·-n

P. ±s-men > ·-men ·s-te/ ·-te ·-san

D. ³s-thn ³s-thn

Futuro: serei, continuarei sendo Indicativo serei

Optativo haveria de haver de ser

S.

¦s-o-mai ¦s-e-sai - ¦sú/¦sei ¦s-tai

¤s-o-Û-mhn ¦s-o-i-so > ¦soio ¦s-o-i-to

P.

¤s-ñ-meya ¦s-e-sye ¦s-o-ntai

¤s-o-Û-meya ¦s-o-i-sye ¦s-o-i-nto

D.

¦s-e-syon ¦s-e-syon

¦s-o-i-syon ¤s-o-Û-syhn

Particípio: havendo de ser, que continuará sendo, que será: ¤s-ñ-menow, ¤s-o-m¡nh, ¤s-ñ-menon Infinitivo:

haver de ser, continuar sendo: ¦s-e-syai

Notas: 1. No futuro, houve o emprego da característica -s- do aoristo/futuro, que se somou ao tema es-s. > ¦ssomai (dialeto homérico e jônico), havendo posterior simplificação no ático: ¦ssomai > ¦somai. 2. Todas as formas do indicativo presente, com exceção da segunda do singular são enclíticas; isto é, não têm acento próprio e por isso se apóiam na anterior (¤n-klÛnv); nesse caso elas podem receber um acento ou não, dependendo da lei dos três tempos. Contudo, acentuadas ou não,

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409

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410

essas formas, como todos os enclíticos de duas sílabas, pronunciam-se como se fossem oxítonas. 3. Contudo, quando usado em seu sentido primeiro; sou, existo, estou, ou com significados derivados desses: é permitido, é possível, recebe o acento no tema: ¦stin. Também depois de toèto (isso), Žll‹ (mas), Éw (como): toètƒ ¦stin - isso é, Éw ¦stin - como é, Žllƒ ¦stin - mas é.

Quadro demostrativo de flexão Subjuntivo S. ¦s-v>

Optativo ¤s-Ûh-n >

eàhn

¦s-h-si >

¦shi >

¦v > ¦hi >

·iw >

·iw/Âw ¤s-Ûh-w >

Î

eàhw

¦s-h-ti >

¦shsi >

¦shi

¦hi

¦hi/Â

¤s-Ûh-(t) >

eàh

Îmen

¤s-Ûh-men >

eàhmen/¤s-Ý-men > e-ä-men

·te

¤s-Ûh-te >

eàhte/¤s-Ý-te >

Îsi

¤s-Ûh-san > eàhsan/¤s-Ý-en >

D. ¦s-h-ton > ¦hton >

·-ton

¤s-Ûh-ton > eàhton/¤s-Ý-ton > eä-ton

¦s-h-ton > ¦hton >

·-ton

¤s-Ûh-thn > eàhthn/¤s-Ý-thn > eà-thn

P. ¦s-v-men > ¦vmen > ¦s-h-te >

¦hte >

¦s-v-nti > ¦svnsi > ¦vsi >

e-ä-te e-ä-e-n

Imperativo 2a

S. redobro de pres. em -i- >

P. ¦s-te

D. ¦s-ton

-si-> sÛ-s-yi > à-s-yi > à-s-yi 3a

¦s-tv

¤s-ñntvn > ¤ñntvn > öntvn ¦s-tvsan

Particípio Tema Masc. Fem. Neutro

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¤s-o-nt- > ontw > öntja > ont >

410

¤s-o-nt- > öntia > önsia > önsa >

öntÊn oïsa ön

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¦s-tvn

a flexão verbal

411

Compostos de eänai Como todos os verbos gregos, também o verbo eänai se compõe com todas as preposições semanticamente compatíveis. A língua grega tem uma consciência clara da “com-posição”, isto é, o significado final é uma somatória do significado dos dois componentes. Eles são independentes e têm um significado próprio; por isso, ora estão juntos, ora separados. Os gramáticos viram nessa separação uma tm°siw (tmese - corte). Vejamos alguns exemplos: par‹ ao lado de sun

junto, com

¤n Žpñ

em, dentro de de, distante

¤k/¤j

de dentro de, para fora de

perÛ

em volta de, em torno de

41

mur05.p65

p‹reimi = eÞmi par‹ estou ao lado de, estou presente sæneimi = eÞmi sæn estou junto, em companhia de ¦neimi = eÞmi ¤n estou dentro, estou em peimi = eÞmi Žpñ estou distante, estou ausente ¦jeimi = eÞmi ¤k estou (saí) fora (de dentro para fora)41 perÛeimi = eÞmi perÛ estou em volta de, estou em torno de, eu cerco, envolvo, domino

Da idéia “de dentro para fora” é fácil passar-se à idéia de “deus ex machina”, do surgimento abrupto; daí o uso constante de ¦jesti com o sentido de é possível, é permitido com sujeito oracional. Não há nada de estranho nisso e nem é um significado especial; é apenas o jogo da metáfora ou da metonímia e pode acontecer com todos esses compostos; é a passagem do concreto para o abstrato, o figurado. Esses exemplos são suficientes; basta aplicar o mesmo sistema a todas as preposições semanticamente compatíveis com a idéia do ser, isto é, que não contenham idéia de movimento. Mas a preposição traz ao verbo ser uma relação de espaço, e neste caso, em português, nós usamos o verbo estar.

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412

Formação dos temas do infectum Como já vimos, o tema verbal puro é o tema do aoristo, que é por isso mesmo o aspecto puro, o aspecto referência. Em grande parte o tema verbal e o tema aoristo se confundem. O que vai trazer algum diferença é a presença do -s-42 que passa a ser o elemento formador do tema do aoristo para a maioria dos verbos. Nesse caso, o -s-/sa passa a exercer o mesmo papel do sufixo formador do infectum -j-. Mas, todos os formadores dos temas dos três aspectos são sufixos sobre o tema verbal puro. tema verbal puro: pragaoristo: ¦-prag-sa > ¦praja futuro: prag-sv > pr‹jv infectum: prag-j-v > pr‹ssv/pr‹ttv perfectum: pe-prag-ka > p¡praxa Como podemos ver, o encontro dos formadores dos temas com o tema verbal apresenta problemas fonéticos, que se resolvem dentro das normas e hábitos fonéticos do grego, precisamente do dialeto ático, que nos interessa neste trabalho. Vamos ver como se forma o tema do infectum; a formação dos temas do aoristo/futuro e do perfeito será estudada nos capítulos a eles destinados. Pormenorizaremos aqui somente a formação do tema do infectum.

42

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E o -k- nos temas monossilábicos em vogal yh-, dv-, sth-, ²- só no indicativo singular.

412

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1.Temas consonânticos, monossilábicos, geralmente de vocalismo -ef¡r- v l¡g-v g¡m-v d¡r-v dr¡p-v ¦p-v leÛp-v leÛb-v n¡m-v feæg-v peÛy-v k¡l-v ¤reÛd-v ¤reÛk-v g-v rx-v gr‹f-v trÛb-v bñl-omai/boæl-omai ÷r-v oàx-v / oàxomai trÅ-v trÅg-v s¡x-v/ àsx-v m¡n-v/ mimn-v

eu porto, eu levo, carrego digo, afirmo estou saciado eu esfolo, tiro a pele eu colho, eu gozo eu digo, enuncio eu abandono, eu deixo eu derramo, verto, faço libação eu distribuo, faço partilha eu evito, fujo eu persuado eu anuncio, exorto, mando eu apóio, escoro, estaqueio, fixo eu rasgo, despedaço, ralo eu conduzo, toco (o gado) eu começo, eu comando eu gravo, eu escrevo eu trituro, esmago eu quero eu estou alerta, vigilante eu viajo de carro, eu conduzo eu furo eu devoro, eu pasto eu seguro, levo, porto* eu permaneço, fico*

* Estes dois verbos têm uma forma com redobro e uma forma sem ele.

Notas: 1. São temas verbais puros e fazem o indicativo do infectum, inacabado, simplesmente acrescentando a desinência -v à 1a pessoa e às outras, as desinências primárias comuns, que, por serem consonânticas, têm necessidade da vogal de ligação.

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2. Alguns temas de vocalismo -e- fazem o presente em vocalismo zero e por isso recebem um redobro em -i. Esse redobro compensa de alguma forma o vocalismo zero, que normalmente deve ser o do aoristo. T. gn-/genT. ¦dT. pt-/ petT. tk-/tek-

gÛgn-omai àz-v pÛ-pt-v tÛ-tkv > tÛkt- v

eu venho a ser, eu me torno, fico eu comerei / eu como eu caio eu dou à luz, crio

3. Temas em semivogal: -u-, -iSão pouco numerosos na origem, mas há um grupo deles criados como alternativa para os verbos em -nu-mi (ver pg.313, nota 90), e têm a 1a pessoa do presente em -v e desinências primárias (consonânticas), com vogal de ligação. yæ-v eu faço fumaça, eu ofereço sacrifício læ-v eu solvo, desligo tÛ- v eu aprecio, honro 4. Raízes monossilábicas de vocalismo longo/breve, com redobro em -ida consoante inicial e desinência de 1a pessoa -mi. Por serem temas vocálicos dispensam a vogal de ligação quando se lhes acrescentam as desinências pessoais consonânticas, por desnecessária. T. dh T. nh T. xrh T. plh T. prh T. dv T. yh T. sth T. ² T. zh -

dÛ-dh-mi ônÛ-nh-mi kÛ-xrh-mi pÛ-m-plh-mi pÛ-m-prh-mi dÛ-dv-mi tÛ-yh-mi á-sth-mi á-h-mi dÛ - zh-mi - ( zht¡v )

eu amarro eu ajudo, eu sou útil eu empresto eu encho eu incendeio eu dou eu coloco eu ponho de pé eu lanço eu procuro

Podemos incluir aqui alguns temas sem redobro: fhmi eu me manifesto, eu digo eämi eu vou

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eÞmi, ±mi,

eu sou eu digo

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5. Temas consonânticos, na maioria monossilábicos, que recebem o sufixo -na-/-nu-./-nnu. Os temas consonânticos recebem o sufixo -nu-.; os vocálicos, o sufixo -nnu-. Têm a 1a pessoa em -mi e as outras desinências consonânticas sem vogal de ligação, por desnecessária. kÛr-nh-mi p¡r-nh-mi sk¡d-na-mai pÛl-na-mai skÛd-na-mai sked‹-nnu-mi zeæg-nu-mi stñr-nu-mi ¦r-nu-mi g-nu-mi d‹m-na-mi/-nhmi kr®m-nh-mi pÛt-nh-mi m‹r-na-mai deÛk-nu-mi zÅ-nnu-mi pt‹r-nu-mai -nu-mi r-nu-mai x-nu-mai

eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu eu

misturo vendo espalho me aproximo me disperso disperso, eu espalho ato, eu junto, eu amarro estendo (esteira, tapete) surjo, levanto quebro, eu rompo domo suspendo estendo combato mostro cinjo espirro proclamo pego me aflijo

Muitos desses temas em -nu-/-nnu-, por causa do -u, por analogia com læ-v, têm a 1a pessoa em -v e uma flexão como o tema em soante: deiknæ-v, / deÛk-nu-mi eu mostro, etc. (Ver página 329, nota 14.)

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6. Temas em consoante, com sufixo -n- (alargamento da raiz) kamtemdaktipifyilhy/laymartßkÞd-j¤rukÞyæ-

k‹m-n-v t¡m-n-v d‹k-n-v tÛ-n-v pÛ-n-v fyÛ-n-v lhy-n-v > lhy‹nv lay-n-v > lany‹nv mart-n- > mart‹nv ßk‹nv/ßknv/ßkv Þzv/ Þz‹nv ¤rækv/ ¤ruk‹nv Þyæ-n-v

eu me canso, estou doente eu corto eu mordo eu honro eu bebo eu destruo, faço perecer eu passo desapercebido eu peco, eu falho eu chego, atinjo eu assento , estabeleço eu seguro, retenho (as rédeas) eu endireito, ponho na reta

Alguns têm uma variante sem o sufixo: keuy-‹n-v / keæyv eu escondo, eu fecho lhy-‹n-v / l®yv eu passo desapercebido aéj-‹n-v / aéjv eu aumento, eu acresço oÞd-‹n-v / oÞd¡v eu incho

Temas em consoante com um infixo e um sufixo nasais. • antes da consoante -n-, • depois da consoante -n- > an puy- > lip- > xad- > lax- > may- > lab- > lay-> tux-/teux- >

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pu-n-y-‹n-omai li-m-p-‹n-v xa-n-d-‹n-v la-g-x-‹n-v ma-n-y-‹n-v la-m-b-‹n-v la-n-y-‹n-v tugx-‹n-v

eu pergunto, eu me informo eu deixo, abandono eu contenho eu obtenho por sorte eu entendo, eu aprendo eu tomo, eu pego eu passo desapercebido eu estou por acaso, eu encontro

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7. Temas com dupla sufixação: -sk-/-isk-+-n-. O sufixo -sk-/-isk- é incoativo, exprime o desdobramento da ação. O sufixo -n- exprime o alargamento, continuidade, extensão da ação. l-usk-n

lu-sk-n-v > lusk‹nv

eu escapo, eu evito

ôfl-isk-n

ôfli-sk-n-v > ôflisk‹nv

eu devo, sou devedor

sx-> sisx-> -ásx- >

àsxv

eu seguro, retenho

sx- > sisx-n > -ásxn > àsx-a-n >

Þsx‹nv

8. Temas com sufixo -sk-/ -isk- (desdobramento da ação verbal, incoativo), às vezes com redobro em -i-: blv-sk-v eu venho, vou bñ-sk-v eu pasto ghr‹-sk-v eu envelheço ²b‹-sk-v eu entro na adolescência p‹y-sk-v > p‹sxv eu passo a sofrer, eu sofro yn-®-sk-v eu morro, estou morrendo l-Ûsk-o-mai estou sendo preso ster-Ûsk-o-mai estou sendo privado eêr-Ûsk-v encontro, eu estou encontrando Žrar-Ûsk-v eu adapto, eu ajusto Žp-ar-Ûsk-v eu engano meyæ-sk-o-mai eu me embebedo ki-kl®-sk-v eu chamo repetidamente ti-trÅ-sk-v eu encho de ferimentos (furos) bi-b‹-sk-v eu saio andando, eu passeio di-d‹-sk-v eu ensino (repetição) mi-mn®-sk-v eu me lembro gi-gnÅ-sk-v eu tomo conhecimento de Žpo-di-dr‹-sk-v eu saio correndo b‹-sk-v -/baÛnv eu ando f‹-sk-v / fhmi /fami eu estou falando

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9. Esse sufixo -sk- assume um sentido iterativo quando recebe desinências secundárias (no imperfeito) e, às vezes, no aoristo (pontualidade repetida), como nestes exemplos em Homero: R 461 R 462 t 574 H 141 Y 271 G 217

feæge-sk-en ¤paÛja-sk-e ásta-sk-e =®gnu-sk-e dæ-sk-e àde-sk-e

ele fugia (repetidamente) ele irrompia (repetidamente) fazia uma parada (e recomeçava) ele ia romper (e voltava) ele ia se esconder (e voltava) ele olhava repetidamente (e recomeçava)

10. Temas com sufixos t, y, k, x, g; São em geral remanescentes de um estado antigo da língua. Muitos deles têm variantes sem o infixo: Žnæ-t-v Žræ-t-v ¦syv < ¦d-y-v diÅ-k-v fyi-næ-yv ôl¡-k-v pl®-y-v ¤ræ-k-v t®-k-v tm®-g-v sm®-x-v c®-x-v træ-x-v n®-x-v sten‹-x-v

/ Žnæv / Žræv / ¦dv / / / /

fyinÇ (e) öllumi plhyæv ¤ræv

/ / / / / /

t¡mnv sm®v c®v/c‹v træv n¡v st¡nv

eu completo, acabo eu tiro água eu como (impf. ·syon) eu persigo eu faço perecer eu arruíno, eu faço perecer eu encho eu retenho (as rédeas), impeço eu fundo, eu derreto eu corto eu enxugo, limpo eu esfrego, raspo, coço eu gasto, desgasto, consumo eu nado eu gemo

11. Sufixo -j- (temas vocálicos: tÛma-, d®lo-, fÛle- + -j-). É o mais produtivo dos formadores de infectum, quer a partir de temas verbais, quer a partir de temas nominais. Essa divisão, no entanto, é teórica, embora interessante. A forma final (tema do infectum) é resultante do tratamento que o -j- recebe em contato com as consoantes ou vogais do tema e isso é do domínio da fonética.

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Os verbos que chamam mais a atenção são os verbos que as gramáticas chamam de “contratos”, que dão tanto trabalho para aprendê-los. São verbos denominativos (construídos sobre temas nominais, substantivo ou adjetivo), com o sufixo -j-. Como o tema verbal em soante pede uma vogal de ligação, o -j- acaba se colocando em posição intervocálica, e sofre síncope, deixando em contato duas vogais que, no ático, tendem a contrair-se. Vimos o modelo dessa flexão nas páginas 366-94. a) Oclusiva dental ou velar surda + -j- > ss / tt lit-j-omai > play-j-v > frik-j-v > ôrux-j-v > ptux-j-v > tarax-j-v > phk-j-v > bhk-j-v > mlit-j-v > khruk-j-v > tuflvk-j-v > plhk-j-v > rmñt-j-v> br‹t-j-v > ¤r¡t-j-v > p‹t-j-v > ptÛt-j-v >

lÛssomai /-ttomai pl‹ssv/-ttv frÛssv/-ttv ôræssv/-ttv ptæssv/-ttv tar‹ssv/-ttv p®ssv/-ttv b®ssv/-ttv blÛssv/-ttv khræssv/-ttv tuflÅssv/-ttv pl®ssv/-ttv rmñssv/-ttv br‹ssv/-ttv ¤r¡ssv/-ttv p‹ssv/-ttv ptÛssv/-ttv

eu suplico eu modelo, moldo eu me arrepio, frissono eu cavo, escavo eu dobro eu turvo, eu perturbo eu cozinho, faço ferver eu tusso eu colho mel eu proclamo, anuncio eu cego eu bato eu ajusto eu expilo, eu peneiro eu desfraldo (asas, remos) eu verto, derramo, espalho eu soco, eu trituro

b) Oclusiva dental ou velar sonora + j > z sxid-j-v > ônomat-j-v sfag-j-v > nig-j-v > klagg-j-v> liyad-j-v > ¤lpid-j-v> frad-j-v>

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sxÛzv ônomazv sf‹zv nÛzv kl‹gzv/kl‹zv liy‹zv ¤lpÛzv fr‹zv

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tiro lasca, eu fendo nomeio, denomino degolo lavo clamo, grito apedrejo espero explico, sinalizo

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ôd-j-v > ¤d-j-v> frontid-j-v > rpag-j-v> Žg-j-omai > plag-j-v > stag-j-v > stig-j-v > =eg-j-v>

özv ¦zv/¦zomai frontÛzv rp‹zv zomai pl‹zv st‹zv stÛzv =¡zv

exalo odor, tenho cheiro como medito, tenho em mente arrebato, roubo venero faço errar, faço vacilar faço gotejar, destilo pico, furo faço, executo, cumpro

O uso desse sufixo -zv, -azv / -izv estendeu-se também a alguns temas em vogal, criando às vezes uma forma paralela, como se fosse construída sobre um tema em -dj-/-tj-.43 ktÛv dam‹v pel‹v kal¡v kom¡v por¡v poreæomai

/ ktÛ-zv / dam‹-zv / pel‹-zv / kal®-zv / komæ-zv / porÛ-zv -

construo, edifico, fundo domo, submeto aproximo chamo cuido, trago junto abro caminho, dou passagem providencio

c) Oclusiva labial + j > pt blab-j-v > klep-j-v > kruf-j-v > nib-/nif-j-v > skep-j-v >

43

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bl‹ptv kl¡ptv kræptv nÛptv sk¡ptomai

prejudico roubo, furto escondo lavo examino, observo

Só a analogia explica o futuro dam‹sv, o aoristo ¤d‹masa e o perfeito ded‹maka, porque o -j- é formador do infectum (e o z é uma consoante dupla, resultante do encontro de dental e -j-). Ora, isso só acontece no infectum; no futuro, aoristo e perfeito teríamos o tema em dental; talvez * damat- ? ou simplesmente dama-.

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d) Oclusiva velar sonora + j > ss / tt ou z prag-j-v > tag-j-v > phg-j-v > mag-j-v >

pr‹ssv/-ttv t‹ssv/-ttv p®ssv/-ttv m‹zv

faço, executo ordeno, enfileiro bato amasso, faço pão

e) Sufixo nasal -n- + -j-> -ani > ain: vocalização do -j- e posterior metátese ou síncope do -i-; tekt-n-j-v > poim-n-j-v > ban-j-v > ônom-n-j-v > melan-j-v > kten-j-v > yen-j-v > ten-j-v > klin-j-v > ôtrun-j-v > õlofur-j-v > ôdur-j-omai > fur-j-v >

tektaniv > poimaniv> b‹niv > ônomaniv > melaniv > kteniv > yeniv > teniv > klÛniv ôtræniv õlofuriv > ôdæriomai færiomai

tektaÛnv poimaÛnv baÛnv ônomaÛnv melaÛnv kteÛnv yeÛnv teÛnv klÛnv ôtrænv õlofærv ôdæromai færv

trabalho com madeira44 sou pastor ando, eu marcho nomeio pretejo, pinto de preto mato bato estico, estendo deito* empurro, aperto* lamento* choro, eu lamento* ponho de molho*

* Quando a vogal temática é -i-/-u-, a metátese é imperceptível foneticamente, por isso parece uma síncope. Mas há metátese e contração, porque a vogal temática se torna longa.

f) Tema em -ar-/er- + j : -ari- > air- , - eri- > eir-. Vocalização do -j- e posterior metátese do -i-; tekmar-j-v > kayar-j-v > fyer-j-v > mer-j-omai > der-j-v >

44

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tekm‹riv > kay‹riv > fy¡riv > m¡riomai > d¡riv >

tekmaÛrv kayaÛrv fyeÛrv meÛromai deÛrv

assinalo, provo purifico, lavo corrompo, destruo distribuo tiro a pele

Nos temas de vocalismo zero, o -n- vocaliza-se em -a-.

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g) Tema em: al + -j- > ll ‘l-j-omai > bal-j-v > yal-j-v > skal-j-v > sfal-j-v >

‘llomai b‹llv y‹llv sk‹llv sf‹llv

me lanço, salto atiro, eu jogo broto, floresço, fico verde cavouco, fuço, cavo deslizo, escorrego

h) Alguns temas monossilábicos em líquida (r, n, l) fazem o infectum com redobro pleno (expressivo, enfático), mas mantêm o mesmo comportamento dos itens anteriores garfurmurfan mul-

gargar-j-v > por-fur-j-v > mor-mur-j-v > pam-fan-j-v > moi-mul-j-v >

gargaÛrv porfærv mormærv pamfaÛnv moimællv

envelheço levanto ondas murmuro resplandeço todo mamo, chupo

i) Tema em -as- + -j- : -j-v > -siv > aiv. Vocalização do -j- e posterior síncope do -s- intervocálico. nas-j-v > mas-j-omai >

nasiv > masiomai >

naÛv maÛomai

habito estou cheio de ardor, desejo ardentemente, busco

Pelo que acabamos de ver, a formação do tema do infectum é variada, porém não complexa. Basicamente, exceto em um pequeno número de verbos, houve um alargamento 45 do tema verbal por três processos: redobro, infixação e sufixação. O número desses elementos não é excessivo. O que nos dá a idéia de complexidade são os metaplasmos, isto é, acidentes fonéticos que se sucederam no encontro desses temas com as desinências.

45

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Como temos insistido, há sempre uma razão semântica para uma alteração morfológica. Não é por mero acaso que a forma mais reduzida do tema seja o tema do aoristo (pontualidade); e o infectum, se não é da mesma dimensão do aoristo, é sempre mais extenso: a extensão da forma coincide com a extensão do significado.

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Contudo, fica evidente que o sistema vigente de basear a conjugação verbal sobre o tema do infectum causa mais problemas do que soluções. O ponto de partida é sempre o tema verbal, isto é, o tema do aoristo. A partir daí, as formas se constroem, isoladamente, e não em bloco ou quadro, à maneira dos gramáticos. O modelo existia, sim, na mente do grego, mas orgânico, dinâmico, coerente, significativo, ágil, e não petrificado, imóvel, imperativo.

Aoristo Como já foi dito, o aoristo é o aspecto primeiro, a raiz-tema, de onde derivam os outros dois aspectos: infectum-inacabado e perfectumacabado. É importante ater-se a essa idéia para entender todo o sistema de conjugação do verbo grego e principalmente o do aoristo. A gramática não é unânime na sua visão do aoristo. Basicamente, ela faz uma divisão em dois grupos: l. Aoristo sigmático (ou Aoristo I)46 Com uma série de subdivisões, segundo a soante ou a consoante do radical (velar, labial, dental, líquida). 2. Aoristo II • sobretudo o chamado “temático” (tema em consoante) por causa da vogal de ligação: “e”, “o”. • o aoristo “radical”, em que a vogal de ligação não aparece, por se tratar de temas de vogais longas.

46

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As gramáticas não têm um “aoristo I”. Elas falam do aoristo sigmático e o apresentam em primeiro lugar, como paradigmático, regular; e ipso facto os outros são sentidos como não paradigmáticos, irregulares, levando a numeração II, III, IV.

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Cremos que há um modo mais simples e objetivo de abordar o aoristo: Por ser o aspecto primeiro, isto é, indeterminado, pontual, sem conotação temporal, com significado absoluto do ato verbal, o aoristo se constrói sobre a própria raiz do verbo, de quatro maneiras; I. acrescentando-se as desinências secundárias à raiz-tema (aoristo II nas gramáticas) e vogal de ligação nos temas em consoante. II. acrescentando-se as desinências secundárias diretamente à raiz (tema verbal), sem vogal de ligação, nos temas em vogal longa. III. acrescentando-se um kapa (k) (empréstimo do perfeito?) e desinências secundárias à raiz (tema verbal) só no singular. IV. acrescentando-se um sigma (s) e desinências secundárias à raiz, que é o próprio tema verbal. a) Pertencem ao grupo I: Os aoristos de raiz-tema em consoante, tipo id-, lip-, ely, aos quais se acrescentam as desinências secundárias, que, por serem em consoante, pedem a presença de uma vogal de ligação; A denominação de “aoristo temático” repousa sobre este equívoco: “vogal de ligação = vogal temática”.47 Essa vogal de ligação e/o é a mesma do infectum (inacabado) dos verbos em -v ; esse fato provoca, às vezes, no principiante, alguma confusão entre o imperfeito e o aoristo indicativo. Mas a distinção não é difícil de ser feita. É preciso identificar o tema. Por exemplo, nos verbos de aoristo de raiz-tema a diferença se nota nos temas: tema do aoristo: may- > ¦-may-o-n tema do infectum: manyan- > ¤-m‹nyan-o-n (imperfeito).

47

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A vogal temática pertence ao corpo do tema; ela não é flexional. Vogal de ligação é a vogal que “amacia” o contato entre duas consoantes: a do tema e a da desinência. Vogal de apoio é a vogal que se coloca em posição final, para proteger uma consoante; é mais ou menos uma vogal eufônica, como a do imperativo singular da voz ativa: krÛn-e.

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b) Pertencem ao grupo II: Os aoristos de raiz-tema em vogal longa: -v,-h,-a,-u Na verdade, esses verbos não apresentam dificuldade alguma na flexão: na medida em que terminam em vogal longa, a vogal de ligação se faz desnecessária; é só acrescentar as desinências correspondentes. c) Pertencem ao grupo III: Os aoristos em -ka, no indicativo. São 4 aoristos de verbos com redobro no infectum (inacabado): tÛ-yh-mi, dÛ-dv-mi, á-h-mi, ásthmi Até certo ponto, esses temas poderiam estar enquadrados no item b) (raiz-tema em vogal longa). Mas, tratando-se de temas monossilábicos, a opção por uma característica forte é normal; mas isso só acontece no singular, que tem desinências fracas monolíteres. No plural, sem o -ka e com desinências silábicas, o tema volta a ser breve. d) Pertencem ao grupo IV: Os aoristos em -s-: nestes verbos não há o problema com similitude com o imperfeito, visto que o imperfeito se constrói sobre o tema do inacabado, que pode ser igual ao do aoristo, mas sem a marca deste: imperfeito: ¦-lu-o-n aoristo: ¦-lu-s-a Convém notar que um bom número dos aoristos de raiz-tema, por razões semânticas, não tem o inacabado. A gramática “solucionou” o problema cobrindo essa lacuna com outros temas, quer no inacabado, quer no acabado. É essa a origem dessas listas intermináveis de “verbos irregulares”, suplício dos estudantes de grego. 48

48

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O fato de um verbo não ter esse ou aquele aspecto obedece a razôes semânticas: o tema fer- de “portar, carregar” só tem o tema de infectum, tanto em grego quanto em latim: não se concebe uma idéia aorista nem perfeita do ato de portar. O tema id significa o ato aoristo de “ver”; não é “olhar”, mas admite um perfeito, isto é, o resultado do ato. (A idéia busca a forma); ¤pÛstamai significa o saber-resultado, o saber empírico, não tem nem infectum nem aoristo. Por razões semânticas e não por obedecer a essa ou aquela regra.

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Quadro de flexão dos aoristos: voz ativa e média Quadro de flexão dos aoristos de raiz-tema: Raiz-tema em consoante: id-, lip-, ely VOZ ATIVA: lip- (leÛpv - eu deixo)

S.

P.

D.

Indicativo deixo/deixei

Subjuntivo deixe/deixar

Optativo deixaria* deixasse

Imperativo deixa/deixai**

¦-lip-o-n ¦-lip-e-w ¦-lip-e

lÛp-v lÛp-úw lÛp-ú

lÛp-o-i-mi lÛp-o-i-w lÛp-o-i

lip-¡ lip-¡-tv

¤-lÛp-o-men ¤-lÛp-e-te ¦-lip-0-n

lÛp-v-men lÛp-h-te lÛp-v-si

lÛp-o-i-men lÛp-o-i-te lÛp-o-i-en

lip-¡-te lip-ñ-ntvn

¤-lip-¡-thn ¤-lip-¡-thn

lÛp-h-ton lÛp-h-ton

lÛp-0-i-ton lip-o-Û-thn

lip-¡-ton lip-¡-tvn

* ou: pudesse/poderia deixar ** imperativo de 3a pessoa:(ele) deixe/(eles) deixem Particípio: tendo deixado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

lip-o-nt-

lip-Ån - lip-ñnt-ow

lip-oèsa - lip-oæshw

lip-ñn - lip-ñnt-ow

Infinitivo: deixar: lip-eÝn

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VOZ MÉDIA: deixar para mim Indicativo deixo/ deixei para mim

Subjuntivo deixe/deixar para mim

Optativo deixaria/ deixasse* para mim

Imperativo deixa para ti-deixai para vós**

¤-lip-ñ-mhn ¤-lÛp-e-so (ou) ¤-lÛp-e-to

lÛp-v-mai lÛp-h-sai (ú) lÛp-h-tai

lip-o-Û-mhn lÛp-o-i-so (oio) lÛp-o-i-to

lip-¡-so (oè) lip-¡-syv

¤-lip-ñ-meya ¤-lÛp-e-sye ¤-lÛp-o-n-to

lip-Å-meya lÛp-h-sye lÛp-v-ntai

lip-o-Û-meya lÛp-o-i-sye lÛp-o-i-nto

lip-¡-sye lip-¡-syvn

D. ¤-lip-¡-syhn ¤-lip-¡-syhn

lÛp-h-syon lÛp-h-syon

lip-o-Û-syhn lip-o-Û-syhn

lip-¡-syon lip-¡-syvn

S.

P.

* poderia/pudesse deixar ** Imperativo de 3a pessoa: (ele/eles) deixe(m) para si Particípio: tendo deixado para mim Tema

Masc.

lip-ñ-meno-

lip-ñ-menow

Fem.

lip-o-m¡nh

Neutro

lip-ñ-menon

Infinitivo: deixar para mim: lip-¡-syai Adj. verbal: liptñw, ®, n / leiptñw, ®, ñn lipt¡ow, h, on / leipt¡ow, h, on

deixável/ que pode ser deixado que deve ser deixado

Notas: 1. Sobre o modelo acima conjugam-se todos os verbos que fazem o aoristo sobre a raiz-tema: os terminados em consoante, como id-, ely-,

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gen- e os de raiz-tema em vogal longa, como gnv, bh/ba, dra, du, cuja flexão veremos a seguir; 2. No imperativo, particípio e infinitivo da voz ativa, a sílaba tônica, em vez de manter a norma na flexão verbal, ou seja, permanecer no tema, avança para posição de oxítona: imperativo:- lip¡, lip¡tv, lip¡te, lipñntvn, lip¡ton, lip¡tvn particípio:- lipÅn, lipoèsa, lipñn infinitivo:- lipeÝn na voz média, o deslocamento da tônica se dá só no imperativo e infinitivo: imperativo:- lipoè, lip¡syv, lip¡sye, lip¡syvn infinitivo:- lip¡syai 3. Algumas raízes-tema (poucas), em oclusiva ou líqüida, fazem o aoristo ativo sem vogal de ligação; juntando diretamente o -n da la pessoa à raiz-tema. O -n, em contato direto com a consoante ou o W da raiz-tema, se vocaliza em -a. Em princípio, só se usam na l a e 3a pessoa do singular; embora possamos encontrá-los, raramente, em outras pessoas. Os verbos são estes: Tema

aoristo jônico

xW > xu/xeW > xeu (verter água)

¦xeWa>¦xea/¦xeua

sW > su/seW > seu (empurrar, repelir)

¦sseua

aoristo ático

kaW/keW > kau/keu > kaÛv (acender, embrasar-se, consumir) ¦khWa > ¦kha/¦kausa eneik/enik (serve de aoristo para f¡rv)

³neika/³nika/±nÛxyhn ³negka/³negkon

Weip > eäp (dizer)

eäpa, eäpaw /

eäpon, eäpew

4. Os verbos de raiz-tema só têm as vozes ativa e média. Apenas alguns deles desenvolveram, mais tarde, uma forma para a voz passiva. Provavelmente é porque esses verbos já existiam antes do surgimento da voz passiva.

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5. Há um bom número de aoristos de raiz-tema arcaicos, encontrados sobretudo em Homero, que o ático não conservou. Os dicionários e as gramáticas registram essas formas sob a rubrica “épica”. Não são necessariamente épicas; diríamos melhor “arcaicas”, por se tratar de formas antigas; e se lembrarmos que a prosa e o dialeto ático só aparecem em meados do séc. V, o que vem antes é poesia, mas não exclusivamente épica. Esses aoristos, construídos sobre raiz-tema, todos registrando atos e atos primeiros da vida, ou ficaram petrificados, não reproduzindo temas do perfectum ou do infectum no ático, ou, se o significado permitiu, reproduziram os temas ou do infectum ou do perfectum ou os dois; mas, tanto o infectum quanto o perfectum sofrem alterações na sua forma: (prefixação/sufixação/infixação). Assim: raiz-tema aoristo may → id → fag →

infectum

perfectum

¦-may-o-n many‹n → many‹nv; mem‹yhka eu entendo, aprendo ¤-m‹nyan-on eädon oäda eu vi ¦fagon eu comi

Nos três exemplos acima, vemos que o primeiro desenvolveu um tema de infectum, alargando a raiz-tema com dois infixos nasais, porque o significado permite: o ato de entender pode ser pontual, inacabado e terminado, por isso desenvolveu também o tema do perfectum. O segundo é a noção aorista do ver, a percepção momentânea pela visão, mais da mente do que do olhar (que necessariamente seria ato inacabado); por isso a impossibilidade de existir um tema do infectum; mas “a idéia busca a forma”, e a percepção visual pela mente leva ao conhecimento (resultado); é por isso que é possível um tema do perfeito: eu vi, donde eu sei. O terceiro não admite nem um tema do infectum nem um tema do perfectum, porque exprime o ato aoristo (pontual) de “deglutir, comer” e não de “almoçar ou jantar”, que é o comer social.

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Eis alguns desses verbos:

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Tema

Aoristo

Infectum

Perfeito

Significado

Žd

‘don/§adon (§ada)

Žnd‹nv

bal/bl

¦balon

b‹llv

¦blhfa

eu atiro, jogo

tek

¦tekon

tÛktv

t¡toka

eu dou à luz, gero

r

retñmhn

rnumai

Žmart

³marton

Žmart‹nv

sx

±nesxñmhn

Žn¡xomai

eu tolero

agrado

tento pegar, conquistar ±m‹rthka eu erro o caminho, eu falho, eu peco

¤xy

Žphxyñmhn

Žp¡xyomai

eu sou odioso

drk /dark

¦drakon

d¡rkomai

brilho, olho

dÛe /dWi

dÛomai*

deÛdv

temo

¤rik

³rikon

¤reÛkv

quebro, rasgo

¤rip

³ripon

¤reÛpv

derrubo, abato

gr/ger

¤gretñmhn

¤geÛrv

ktup

¦ktupon

ktup¡v

percuto, ressôo

lak

l‹kon

l‹skv/lhk¡v

grito

ple/pl

¤pletñmhn

p¡lomai

movo-me, chego perto

pry/pary

¦prayon

p¡ryv/pory¡v

arraso

§l

eålon

¦ly

·lyon

fag

¦fagon

yal

¦yalon

y‹llv

eu floresço

kan

¦kanon

kaÛnv

eu mato

kuy

¦kuyon

keæyv

eu escondo

krg/krag

¦kragon

kr‹zv

eu grito

krub

¦krubon

kræptv

eu escondo

stix

¦stixe

steÛxv

avanço, ando

stug

¦stugon

stug¡v

odeio, horrorizo

eu pego, eu escolho ¤l®luya

eu chego, cheguei eu comi, como

trp/tarp

tarpñmhn

trp/tra

¦trapon

tr¡pv

trf/traf

¦trafon

tr¡fv

trag

¦tragon

trÅgv

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¤gr®gora desperto (intr. e tr.)

alegro-me viro, desvio t¡trofa

nutro, encho eu devoro

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Tema

Aoristo

Infectum

Perfeito

Significado

xad

¦xadon

xand‹nv

contenho, pego

dak

¦dakon

d‹knv

mordo

dram

¦dramon

didr‹skv

ponho-me a correr

drp/drap

dr‹pon

dr¡pv

colho, ceifo

sep

sp¡syai/ spñmenow

§pomai

acompanho

rug

³rugon

¤reægomai/ ¤rugg‹nv

ronco, ressôo, arroto

Wid/id

eädon

lab

¦labon

lamb‹nv

oäda

vejo

eàlhfa

pego, tomo

lay/lhy

¦layon/

lany‹nv l¡-layon

oculto-me, não sou percebido

lax

¦laxon

lagx‹nv

obtenho por sorte, atinjo

lip

¦lipon

leÛpv

l¡loipa

may

¦mayon

many‹nv

mem‹yhka entendo, aprendo

piy

¤piyñmhn

peÛyv

p¡poiya

puy

¤puyñmhn

puny‹nomai/ peæyomai

informo-me, inquiro

ptar

¦ptaron

ptaÛrv / pt‹rv / pt‹rnumi

espirro

deixo, abandono persuado-me, obedeço

sx/sex

¦sxon

**s¡xv > ¦xv

tux

¦tuxon

tugx‹nv

seguro, tenho

fug

¦fugeon

feægv

p¡feuga

evito, fujo

kam

¦kamon

k‹mnv

k¡kmhka

trabalho, canso-me

tetæxhka encontro-me por acaso

tm/tam

¦tamon /¦temon t‹mnv /t¡mnv

t¡tmhka

corto, amputo

yn/yan

¦yanon

yn¹skv

t¡ynhka

morro

ktn/ktan

¦ktato/ ¦ktanon

kten > tkeÛnv

quero matar, mato

klu

klèyi-¦kluon

klæv

ouço, sinto

pi

pÝyi -¦pion

pÛnv

p¡pvka

bebo

pay

¦payon

p‹sxv

p¡ponya

eu sofro

stix

¦stixon

steÛxv

eu caminho, vou

ml/mel

¦molon

(m)blÅskv

estou a ponto de, vou

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432

Tema

Aoristo

Infectum

Perfeito

Significado

pr/per

¦poron

pñrv

forneço, mando buscar, busco

ol/Wol

Êleto

öllumi

pereceu

yor

¦yoron

ti)yrÅskv

atiro-me, lanço

ofl

Êflon

ôfeÛlv/ ôflisk‹nv

sou devedor, devo

gn/gen

¤g¡neto

gÛgnomai

g¡gona/ tornou-se, aconteceu geg¡nhmai

blasy

¦blaston

blast‹nv

pt/pet

¦peson/¦peton

pÛptv

yen

¦yenon

yeÛnv

bato

‘l

²lñmhn

‘lomai

eu salto

aÞsy

¼syñmhn

aÞsy‹nomai

percebo pelos sentidos

fen/fon

¦pefnon

eêr

hðron

¤negk ¤ly

eu germino p¡ptvka caio

bato, mato eêrÛskv

hìrhka

encontro, acho

¦negkon/¦negka

¤n®noxa

eu levo, levei

·lyon

¤l®luya

venho, chego

tup

¦tupon

tæptv

eu bato

ki

kÛe/kiÅn

kÛnv

movo, agito

lit

litñmhn

lÛtomai/lÛssomai

oro, suplico

kel/kl

¤-k¡kleto

k¡lomai (keleæv)

ponho em movimento, mando, ordeno

Žg

³gagon

gv

ar

³raron

aàrv/ŽrarÛskv

pego, escolho

ôr ôsfr

Êroron Èsfrñmhn

örnumi ôsfraÛnomai

faço levantar, nasço eu cheiro

·xa

conduzo, levo

* As gramáticas chamam estas formas (dÛomai, pÛomai, eàpomai) “subjuntivo com vogal breve” ou “futuro sem sigma”. ** s¡xv > §xv > ¦xv.

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a flexão verbal

433

Raízes-tema em vogal longa: -v, -h, -a, -u - (gnv/bh/dra/du) VOZ ATIVA:

Tema: gnv/gno: tomo conhecimento

S.

P.

D.

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

tomo/tomei conhecimento

tome/tomar conhecimento

tomaria conhecimento**

toma/tomai conhecimento***

¦-gnv-n

gnÇ*

gno-Ûh-n/gnÐhn

¦-gnv-w

gnÒw

gno-Ûh-w/gnÐhw

gnÇ-yi

¦-gnv

gnÒ

gno-Ûh/gnÐh

gnÅ-tv

¦-gnv-men

gnÇ-men

gno-Ûh-men (gnoÝmen)

¦-gnv-te

gnÇ-te

gno-Ûh-te (gnoÝte)

gnÇ-te

¦-gnv-san

gnÇ-si

gno-Ûh-san (gnoÝen)

gnñ-ntvn/tvsan

¦-gnv-ton

gnÇ-ton

gnoÛhton/gno-Ý-ton

gnÇ-ton

¦-gnv-ton

gnÇ-ton

gnoi®thn/gno-Û-thn

gnÅ-tvn

* O subjuntivo se constrói sobre o tema verbal gnv- + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, (vogal longa seguida de longa se abrevia) + desinências primárias. Nas contrações prevaleceu o vocalismo o da raiz-tema. ** Também: poderia/pudesse tomar conhecimento. A vogal do tema se abrevia diante da característica longa do optativo. *** Imperativo de 3 a pessoa: (ele / eles) tome(m) conhecimento.

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434

Quadro demostrativo da flexão do subjuntivo gnÅ-v > gnÅ-h-si > gnÅ-h-ti > gnÅ-v-men > gnÅ-h-te > gnÅ-v-nti > gnÅ-h-ton > gnÅ-h-ton >

gnñv > gnñhsi > gnñhti > gnñvmen > gnñhte > gnñvnti > gnñhton > gnñhton >

gnÅsi > gnÅti >

gnÇnti >

gnÇ gnÇi/gnÒ > gnÇiw/gnÒw gnÅsi > gnÇi/gnÒ gnÇ-men gnÇ-te gnÇnsi > gnÇ-si gnÇ-ton gnÇ-ton

Particípio: Tema Masc. Fem. Neutro

gnv-nt-.> gno-nt-* gno-nt-w > gnoæw-gnñnt-ow gnont-j-a > gnoèsa-gnoæs-hw gnñnt- gnñn-gnñnt-ow

* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.

Infinitivo: gnÇ-nai

tomar conhecimento

Adjetivo verbal: gno-stñw,®,ñn gno-st¡ow,a,on

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conhecível que deve ser conhecido

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Tema: ba- / bh: ando

S.

P.

D.

Indicativo ando/andei

Subjuntivo ande/andar

Optativo andaria/andasse**

Imperativo anda/andai***

¦-bh-n ¦-bh-w ¦-bh

bÇ* b»-w b»

ba-Ûh-n ba-Ûh-w ba-Ûh

b°-yi b®-tv

¦-bh-men ¦-bh-te ¦-bh-san

bÇ-men b°-te bÇ-si

ba-Ûh-men/ba-Ý-men ba-Ûh-te/ba-Ý-te ba-Ûh-san / ba-Ý-en

b°-te ba-ntvn/ntvsan

¤-b®-thn ¤-b®-thn

b°-ton b®-tvn

ba-Ûh-ton/ba-Ý-ton ba-i®-thn/ba-Û-thn

b°-ton b®-tvn

* O subjuntivo se constrói sobre o tema verbal bh- + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, (vogal longa seguida de longa se abrevia) + desinências primárias. ** Também: poderia/pudesse andar. A vogal do tema se abrevia diante da característica longa do optativo. *** Imperativo de 3 a pessoa: (ele) ande; (eles) andem.

Quadro demostrativo da flexão do subjuntivo b®-v > b®-h-si > b®-h-ti > b®-v-men > b®-h-te > b®-v-nti > b®-h-ton > b®-h-ton >

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b¡v > b¡hsi > b¡hti > b¡vmen > b¡hte > b¡vnti > b¡hton > b¡hton >

435

b°si > b¡hsi >

b°i/b» > b°si >

bÇnti >

bÇnsi >

bÇ b°iw/b»w b°i/b» bÇmen b°te bÇsi b°ton b°ton

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Particípio: tendo andado Tema: Masc.: Fem.: Neutro:

bh-nt- > ba-nt-* ba-nt-w > bw - b‹nt-ow bant-ja > bsa - b‹s-hw bant- > b‹n - b‹nt-ow

* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia. Infinitivo:

b°-nai:

Adjetivo verbal:

andar

ba-tñw,®,ñn: ba-t¡ow,a,on:

andável, passável que deve ser andado, atravessado

Tema: du-: eu imerjo

S.

P.

D.

dæv / dæomai

Indicativo eu imerjo, eu imergi

Subjuntivo imerja, imergir

Optativo imergeria, imergisse*

Imperativo imerge, imergi

¦-du-n ¦-du-w ¦-du

dæ-v dæ-ú-w dæ-ú-

dæ-o-i-mi dæ-o-i-w dæoi

dæ-yi dæ-tv

¦-du-men ¦-du-te ¦-du-san

dæ-v-men dæ-h-te dæ-v-si

dæ-o-i-men dæ-o-i-te dæ-o-i-en

dè-te dæ-ntvn/dæ-tvsan

¤-dæ-thn ¤-dæ-thn

dæ-h-ton dæ-h-ton

du-o-Û-thn du-o-Û-thn

dè-ton dæ-tvn

* Também pudesse, poderia imergir Particípio: que imerge Tema du-nt-

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Masc. dèw-dèntow

436

Fem. dèsa-dæshw

Neutro dèn-dèntow

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Infinitivo:

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dè-nai: imergir

Adj. verbal: du-tñw, du-t®, du-tñn: du-t¡ow, du-t¡a, du-t¡on:

imergível o que deve, vai ser imergido

Seguem os modelos acima de alguns outros aoristos em vogal longa: ¥-‹lv-n/´lvn Žp-¡-dra-n ¦-brv-n ¤-bÛv-n ¤-g®ra-n ¦-du-n ¦-sth-n ¦-pth-n/ pta-n ¤-rræh-n ¦-sklh-n ¦-tlh-n ¤-x‹rh-n ¦-fyh-n ¦-fu-n

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437

lÛskomai Žpo-di-dr‹sk-v bi-brÅ-sk-v bi-Ç ghr‹-sk-v dæ-o-mai á-sth-mi (ástamai) p¡t-o-mai =¡-v sk¡ll-v tl‹-v xa-Û-r-v fy‹-n-v fæ-o-mai

sou preso, sou apanhado safo-me, saio correndo como, devoro vivo, levo a vida eu envelheço mergulho, visto-me ponho (-me) de pé eu vôo fluo, corro (água) eu seco, eu resseco eu sofro alegro-me eu me antecipo nasço, sou de nascença

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438

Aoristo em -ka (só no indicativo) Temas monossilábicos Os verbos de temas monossilábicos (yh-/ye-, dv-/do-/, sth-/ sta-, ²-/¥-), que, no infectum, inacabado, sofrem um redobro em -i, poderiam fazer o aoristo seguindo os modelos acima. Mas só ásthmi o faz. 49 Os três outros recebem a característica -k- sobre o tema longo; essa característica é emprestada do perfeito ativo e a flexão se faz analogicamente aos aoristos ativos sigmáticos. Mas o -k- só se usa no singular 50; no plural a flexão se faz sobre o tema breve, como se fossem aoristo de raiz-tema.

Quadro de flexão do aoristo em -ka Temas:

yh/ye

dv/do

²/¥

sth/sta

VOZ ATIVA Indicativo coloco/coloquei

dou/dei

lanço/lancei

ponho/pus de pé

S

¦-yh-ka ¦-yh-ka-w ¦-yh-ke

¦-dv-ka ¦-dv-ka-w ¦-dv-ke

¸-ka ¸-ka-w ¸-ke

¦-sth-n ¦-sth-w ¦-sth

P

¦-ye-men ¦-ye-te ¦-ye-san

¦-do-men ¦-do-te ¦-do-san

eå-men eå-te eå-san

¦-sth-men ¦-sth-te ¦-sth-san

D

¦-ye-ton ¤-y¡-thn

¦-do-ton ¤-dñ-thn

eå-ton eá-thn

¦-sth-ton ¤-st®-thn

49 50

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§sthka significa: estou de pé ou pus de pé (perfeito). Em Homero encontram-se formas também no plural e nos outros modos.

438

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a flexão verbal

439

Subjuntivo coloque/colocar

dê/der

lance/lançar

ponha/puser de pé

S.

yÇ* y»-w y»

dÇ* dÒ-w dÒ

Ï* Ã-w Ã

stÇ* st»-w st»

P.

yÇ-men y°-te yÇ-si

dÇ-men dÇ-te dÇ-si

Ï-men ¸-te Ï-si

stÇ-men st°-te stÇ-si

D.

y°-ton y°-ton

dÇ-ton dÇ-ton

¸-ton ¸-ton

st°-ton st°-ton

* O subjuntivo se constrói sobre os temas breves (ye, do, ¥, sta ) com o acréscimo da característica do subjuntivo v,h,h,v,h,v, que absorvem a vogal temática (contração) e desinências pessoais. As contrações resultam em formas perispômenas. Veja o quadro demostrativo abaixo.

Quadro demostrativo das modificações fonéticas do subjuntivo S.

P.

y¡-v >



dñ-v >

y¡-h-si >

y¡hi /y» >

y°iw/y»w dñ-h-si >

dÇsi>dÇi/dÒ > dÇiw/dÒw

y¡-h-ti >

y¡hsi >y¡hi >

y°i /y»

dvhsi >dÇsi >

dñ-h-ti >

dÇi /dÒ

y¡-v-men >

yÇmen

dñ-v-men >

dÇmen

y¡-h-te >

y°te

dñ-h-te >

dÇte

y¡-v-nti > y¡vnsi > y¡vsi > yÇsi

dñ-v-nti > dÇnti > dÇnsi > dÇsi

D. y¡-h-ton >

y°ton

dñ-h-ton >

dÇton

y¡-h-ton >

y°ton

dñ-h-ton

dÇton

S.

§-v > §-h-si > §-h-ti >

P.

Ï ¸si > ¸i/ Ã §-hsi > ¸si

st‹-v >

¸iw/Ãw st‹-h-si > ¸i/ à st‹-h-ti >

stÇ st‹hi > st°i/st» > st°iw/st»w st‹hsi > st‹hi > st°i/st»

§-v-men > Ïmen st‹-v-men > stÇmen §-h-te > ¸te st‹-h-te > st°te §-v-nti > §vnsi>Ïnsi > Ïsi st‹-v-nti > st‹vnsi > stÇnsi > stÇsi

D. §-h-ton > §-h-ton >

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¸ton ¸ton

439

st‹-h-ton > st‹-h-ton >

st°ton st°ton

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

440

Optativo: S.

P.

D.

colocaria /colocasse*

daria /desse

lançaria /lançasse

poria/pusesse de pé

ye-Ûh-n

do-Ûh-n

e-áh-n

sta-Ûh-n

yeÛh-w

do-Ûh-w

e-áh-w

sta-Ûh-w

ye-Ûh

do-Ûh

e-áhstaÛh

ye-Ûh-men/ye-Ý-men

do-Ûh-men/do-Ý-men

e-áh-men/e-å-men

sta-Ý-men

ye-Ûh-te/ye-Ý-te

do-Ûh-te/do-Ý-te

e-áh-te/ e-å-te

sta-Ý-te

ye-Ûh-san/ye-Ý-en

do-Ûh-san/do-Ý-en

e-áh-san/e-å-en

sta-Ý-en

ye-Ý-ton

do-Ý-ton

e-å-ton

sta-Ý-ton

ye-Û-thn

do-Û-thn

e-á-thn

sta-Û-thn

* Também: poderia/pudesse colocar, dar, lançar, pôr de pé

Imperativo: coloca colocai

dá dai

lança lançai

põe-te/ponde-vos de pé*

S.

y¡w** y¡-tv

dñw** dñ-tv

§w** §-tv

st°-yi st®-tv

P.

y¡-te y¡-ntvn

dñ-te dñ-ntvn

§-te §-ntvn

st°-te st‹-ntvn/st®tvsan

D.

y¡-ton y¡-tvn

dñ-ton dñ-tvn

§-ton §-tvn

st°-ton st®-tvn

* Imperativo de 3a pessoa: (ele) coloque, dê, lance, ponha-se de pé; (eles) coloquem, dêem, lancem, ponham-se de pé. ** O imperativo singular seria o próprio tema, mas por ser vocálico, o -w (marca de 2 a pessoa) protege a vogal. Particípio: tendo colocado, tendo dado, tendo lançado, tendo-me posto de pé Tema Masc. Fem. Neut.

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ye-ntyeÛw-y¡ntow yeÝsa-yeÛshw y¡n-y¡ntow

440

do-nt- ¥-ntdoæw-dñntow doèsa-doæshw dñn-dñntow

sta-nteåw-§ntow eäsa-eáshw §n-§ntow

st‹w-st‹ntow stsa-st‹shw st‹n-st‹ntow

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

441

Infinitivo: colocar ye-e-nai > yeÝnai

dar

lançar

pôr de pé

do-e-nai > doènai

¥-e-nai > eänai

st°-nai

VOZ MÉDIA Indicativo: coloco/coloquei para mim

dou/dei para mim

lanço/lancei para mim ponho-me de pé

S.

¤-y¡-mhn ¦-ye-so> ¦you ¦-ye-to

¤-dñ-mhn ¦-do-so > ¦dou ¦-do-to

eá-mhn eå-so e-to

¤-st‹-mhn* ¦-sta-so > ¦stv ¦-sta-to

P.

¤-y¡-meya ¦-ye-sye ¦-ye-nto

¤-dñ-meya ¦-do-sye ¦-do-nto

eá-meya eä-sye eá-nto

¤-st‹-meya ¦-sta-sye ¦-sta-nto

D.

¤-y¡-syhn ¤-y¡-syhn

¤-dñ-syhn ¤-dñ-syhn

eá-syhn eá-syhn

¤-st‹-syhn ¤-st‹-syhn

* Esse aoristo médio, embora formalmente normal, não é usado. Em lugar dele a língua desenvolveu um aoristo em -s-. Assim temos: Indicativo: - ¤sth-s‹mhn, saso(sv), sato, s‹meya, sasye, santo Subjuntivo: - st®-svmai, shsai(sú), shtai, sÅmeya, shsye, svntai Optativo: - sth-saÛmhn, saiso(saio), saito, saÛmeya, saisye, sainto Imperativo: - st°-sai, sths‹syv, st®sasye, sths‹syvn Particípio: - sth-s‹menow,n,on Infinitivo: - st®-sasyai

mur05.p65

441

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

442

Subjuntivo coloque/ colocar para mim

dê/der para mim

lance/lançar para mim

ponha-me /puser de pé

S.

yÇ-mai* y» y°-tai

dÇ-mai dÒ dÇ-tai

Ï-mai à ¸-tai

stÇ-mai st» st°-tai

P.

yÅ-meya y°-sye yÇ-ntai

dÅ-meya dÇ-sye dÇ-ntai

Ë-meya ¸-sye Ï-ntai

stÅ-meya st°-sye stÇ-ntai

D.

yÅ-meyon y°-syon

dÅ-meyon dÇ-syon

Ë-meyon ¸-syon

stÅ-meyon st°-syon

* O subjuntivo forma-se sobre o tema verbal breve (ye, do, ¥, sta), com o acréscimo da característica do subjuntivo (v, h, h, v, h, v ) e desinências primárias. A absorção da vogal temática pela vogal longa, característica do subjuntivo, resulta em contração, o que explica as formas perispômenas e properispômenas.

Quadro demostrativo da evolução fonética do subjuntivo da voz média S. y¡-v-mai >

dñ-v-mai >

dÇmai

y¡-h-sai > y¡hai > y°ai > y°i/y»*

yÇmai

dñ-h-sai > dñhai > dÇai

dÇi/dÒ*

y¡-h-tai >

dñ-h-tai >

dÇtai

y°tai

P. ye-v-meya >

yÅmeya

y¡-h-sye >

y°sye

y¡-v-ntai >

yÇ-ntai

D. ye-Å-meyon > y¡-h-syon >

mur05.p65

442

do-Å-meya >

dñ-h-sye >

dÅmeya dÇsye

dñ-v-ntai >

dÇntai

yÅmeyon

do-Å-meyon >

dÇsyon

y°syon

dñ-h-syon >

dÇsyon

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

S.

§-v-mai > §-h-sai >

P.

D.

443

Ïmai §hai > ¸ai > ¸i/Â*

st‹-v-mai > st‹-h-sai >

stÇmai st‹hai > st°ai > st°i/st»*

§-h-tai >

¸tai

st‹-h-tai >

st°tai

§-v-meya >

Ëmeya sta-Å-meya >

stÅmeya

§-h-sye >

¸sye

st‹-h-sye >

st°sye

§-v-ntai >

Ïntai

st‹-v-ntai >

stÇntai

§-Å-meyon >

Ëmeyon sta-Å-meyon >

stÅmeyon

§-h-syon >

¸syon

st°syon

st‹-h-syon >

* Estas formas da 2a pessoa do singular média são iguais às de 3a pessoa do singular ativa. Só o contexto resolve.

Optativo colocaria/ colocasse*

daria/desse

lançaria/lançasse

me poria/pusesse de pé

S.

ye-Û-mhn ye-Ý-so > yeÝo ye-Ý-to

do-Û-mhn do-Ý-so > doÝo do-Ý-to

e-á-mhn e-å-so > eåo e-å-to

sta-Û-mhn sta-Ý-so > staÝo sta-Ý-to

P.

ye-Û-meya ye-Ý-sye ye-Ý-nto

do-Û-meya do-Ý-sye do-Ý-nto

e-á-meya e-å-sye eä-nto‘

sta-Û-meya sta-Ý-sye sta-Ý-nto

D.

ye-Û-syhn ye-Û-syhn

do-Û-syhn do-Û-syhn

e-á-syhn e-á-syhn

sta-Û-syhn sta-Û-syhn

* Também: poderia/pudesse colocar, dar, lançar, pôr-me de pé.

mur05.p65

443

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

444

Imperativo: coloca/colocai para ti/vós

dá/dai para ti /vós

lança/lançai para ti/vós

põe-te/ponde-vos de pé*

S.

y¡-so > yoè y¡-syv

dñ-so > doè dñ-syv

§-so > oð §-syv

st‹-so > stÇ st‹-syv

P.

y¡-sye y¡-syvn/ y¡syvsan

dñ-sye dñ-syvn/ dñsyvsan

§-sye §-syvn/ §syvsan

st‹-sye st‹-syvn/ st‹-syvsan

D.

y¡-syon y¡-syvn

dñ-syon dñ-syvn

§-syon §-syvn

st‹-syon st‹-syvn

* Imperativo de 3 a pessoa: (ele) coloque, dê, lance, ponha de pé para si; (eles) coloquem, dêem, lancem, ponham de pé para si

Particípio: tendo colocado para mim, tendo dado para mim, tendo lançado para mim, tendo-me posto de pé. Tema

ye-menodo-meno§-menosta-menoy¡-menow,h,on dñ-menow,h,on §-menow,h,on st‹-menow,h,on

Infinitivo: colocar para mim, dar para mim, lançar para mim, pôr-se de pé y¡-syai

mur05.p65

444

dñ-syai

§-syai

st‹-syai

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

445

Aoristo sigmático O aoristo sigmático também é antigo na língua e, em Homero, convive com os outros tipos de aoristo; mas, por ter uma característica marcante, o -s-, que passa a ser o sinal distintivo de fácil identificação, começou a ser usado com mais intensidade, a ponto de se tornar o aoristo paradigmático, “regular”, e, a partir do século V, todos os verbos que se foram criando adotaram esse aoristo. Esse -s-, acrescentado ao tema verbal, sem vogal de ligação, lu-s-, marcaria o aoristo; mas é no indicativo que ele se identifica mais claramente e é a partir do indicativo que se constrói o tema do aoristo, da maneira seguinte: O aoristo indicativo, recebendo um aumento, por ser pontual no processo narrativo, tem desinências secundárias. Assim, em ¤-lu-s-n: a soante -n, posta ao lado da consoante -s-, se vocaliza em -a, resultando daí a sílaba -sa, que passa a ser a característica identificadora desse tipo de aoristo. É assim que as gramáticas o denominam: aoristo sigmático, ou aoristo em -sa.

Quadro de flexão do aoristo sigmático VOZ ATIVA Tema em semivogal:

S.

P.

D.

mur05.p65

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

desligo/desliguei

desligue / desligar*

desligaria/ desligasse**

desliga/ desligai***

¦-lu-sa

læ-s-v

læ-sa-i-mi

¦-lu-sa-w

læ-s-ú-w

læ-sa-i-w (seiaw)

lè-son

¦-lu-se

læ-s-ú

læ-sa-i (seien)

lu-s‹-tv

¤-læ-sa-men

læ-s-v-men

læ-sa-i-men

¤-læ-sa-te

læ-s-h-te

læ-sa-i-te

læ-sa-te

¦-lu-sa-n

læ-s-v-si

læ-sa-i-en (seian)

lu-s‹-ntvn

¤-lu-s‹-thn (ston)

læ-s-h-ton

lu-sa-Û-thn(-ton)

læ-sa-ton

¤-lu-s‹-thn

læ-s-h-ton

lu-sa-Û-thn

lu-s‹-tvn

445

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

446

* O subjuntivo se constrói sobre o tema verbal+característica -s- do aoristo + características do subjuntivo v, h, h, v, h, v + desinências primárias ativas. (Ver o quadro demostrativo abaixo.) ** Também: poderia/pudesse desligar. *** Imperativo de 3a pessoa:(ele) desligue/(eles) desliguem.

Quadro demostrativo do subjuntivo: S.

P.

D.

læ-s-v > læ-s-h-si > læ-s-h-ti > læ-s-v-men > læ-s-h-te > læ-s-v-nti >

læshsi > læshti >

læsv læshi/læsú > læshsi >

læsúw/læshiw læsú/læshi

læsvnti >

læsvmen læshte læsvnsi >

læsvsi

læ-s-h-ton > læ-s-h-ton >

læshton læshton

Particípio: tendo desligado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

lu-sa-nt-

lu-sa-nt-w >

lu-sa-nt-j-a >

lu-sa-nt >

læsaw - læsant-ow

læsasa - lus‹s-hw

lèsan - læsant-ow

Infinitivo:

mur05.p65

desligar: lè-sai

446

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

447

VOZ MÉDIA Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

desligo/ desliguei para mim

desligue/desligar para mim

desligaria/desligasse para mim**

desliga para ti/ desligai para vós***

¤-lu-s‹-mhn

læ-s-v-mai*

lu-sa-Û-mhn

¤-læ-sa-so > sao > sv

læ-s-h-sai > sú

læ-sa-i-so > saio lè-sai

¤-læ-sa-to

læ-s-h-tai

læ-sa-i-to

¤-lu-s‹-meya

lu-s-Å-meya

lu-sa-Û-meya

¤-læ-sa-sye

læ-s-h-sye

læ-sa-i-sye

læ-sa-sye

¤-læ-sa-nto

læ-s-v-ntai

læ-sa-i-nto

lu-s‹-syvn

D. ¤-læ-sa-syon

læ-s-h-syon

læ-sa-i-syon

læ-sa-syon

¤-lu-s‹-syhn

læ-s-h-syon

lu-sa-Û-syhn

lu-s‹-syvn

S.

P.

lu-s‹-syv

* O subjuntivo aoristo médio se constrói sobre o tema verbal + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, + desinências primárias médias. A 2a pessoa do singular é: læ-s-h-sai> læshai> læshi> læsú. ** Também: poderia/pudesse desligar para mim. *** Imperativo de 3a pessoa:(ele) desligue para si; (eles) desliguem para si.

Particípio: tendo desligado para mim Tema

lu-s‹-meno-

Infinitivo:

Masc.

lu-s‹-menow-ou

læ-sa-syai

Fem.

lu-sa-m¡nh-hw

Neutro

lu-s‹-menon-ou

desligar para mim

No modelo acima, o -s- se mantém porque segue a semivogal do tema verbal lu-; mas, quando o tema verbal é em consoante, sofre o processo de assimilação, segundo as normas fonéticas da língua, como aconteceu na flexão nominal dos temas em consoante.

mur05.p65

447

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

448

Assim, nos temas em oclusiva: Dental + sigma: a dental se assimila e cai peiy ¦-peiy-sa > ¦-peis-sa > yaumat ¤-yaæmat-sa > ¤-yaæmas-sa > speud ¦-speud-sa > ¦speus-sa >

¦peisa ¤yaæmasa ¦speusa

Velar + sigma: a velar arx prag fulak

·rja ¦praja ¤fælaja

combina com s > j ¦-arx-sa > ¦-prag-sa > ¤-fælak-sa >

Labial + sigma: a labial combina com s > c tref ¦-tref-sa > trib ¦-trib-sa > trep ¦-trep-sa >

¦yreca ¦trica ¦treca

Aoristo sigmático com temas em oclusivas Tema em oclusiva: peiy-; prag-; tref-. VOZ ATIVA Indicativo S.

P.

D.

mur05.p65

eu convenci/convenço

eu fiz/eu faço

eu nutri/eu nutro

¦peiy-sa > ¦peisa

¦prag-sa > ¦praja

¦tref-sa > ¦yreca*

¦peiy-saw > ¦peisaw

¦prag-sw > ¦prajaw

¦tref-saw > ¦yrecaw

¦peiy-se > ¦peise

¦prag-se > ¦praje

¦tref-se > ¦yrece

¤peÛy-samen > ¤peÛsamen

¤pr‹g-samen > ¤pr‹jamen

¤tr¡f-samen > ¤yr¡camen

¤peÛy-sate > ¤peÛsate

¤pr‹g-sate > ¤pr‹jate

¤tr¡f-sate > ¤yr¡cate

¦peiy-san > ¦peisan

¦prag-san > ¦prajan

¦tref-san > ¦yrecan

¤peÛy-saton > ¤peÛsaton

¤pr‹g-saton > ¤pr‹jaton

¤tr¡f-saton > ¤yr¡caton

¤peiys‹thn > ¤peis‹thn

¤prag-s‹thn > ¤praj‹thn

¤trefs‹thn > ¤yrec‹thn

448

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

449

* A oclusiva aspirada seguida de -s- compõe a consoante dupla -c- fazendo com que a aspiração se desloque para a oclusiva anterior: t > y.

Subjuntivo S.

P.

D.

eu convença/convencer

eu faça/fizer

eu nutra/nutrir

peÛy-sv > peÛsv

pr‹g-sv > pr‹jv*

tr¡f-sv > yr¡cv

peÛy-súw > peÛsúw

pr‹g-súw > pr‹júw

tr¡f-súw > yr¡cúw

peÛy-sú > peÛsú

pr‹g-sú > pr‹jú

tr¡f-sú > yr¡cú

peÛy-svmen > peÛsvmen

pr‹g-svmen > pr‹jvmen

tr¡f-svmen > yr¡cvmen

peÛy-shte > peÛshte

pr‹g-shte > pr‹jhte

tr¡f-shte > yr¡chte

peÛ-svsi > peÛsvsi

pr‹g-svsi > pr‹jvsi

tr¡f-svsi > yr¡cvsi

peÛy-shton > peÛshton

pr‹g-shton > pr‹jhton

tr¡f-shton > yr¡chton

peÛy-shton > peÛshton

pr‹g-shton > pr‹jhton

tr¡f-shton > yr¡chton

* Ver modelo fonético no quadro de læ-v, læs-v, p. 404.

Optativo

S.

P.

eu convenceria/ convencesse

eu faria/fizesse

eu nutriria/nutrisse*

peÛy-saimi > peÛsaimi

pr‹g-saimi > pr‹jaimi

tr¡f-saimi > yr¡caimi

peÛy-saiw > peÛsaiw/eiaw

pr‹g-saiw > pr‹jaiw/eiaw

tr¡f-saiw > yr¡caiw/eiaw

peÛy-sai > peÛsai/eie

pr‹g-sai > pr‹jai/eie

tr¡f-sai > yr¡cai/eie

peÛy-saimen > peÛsaimen

pr‹g-saimen > pr‹jaimen

tr¡fsaimen > yr¡caimen

peÛy-saite > peÛsaite

pr‹g-saite > pr‹jaite

tr¡fsaite > yr¡caite

peÛy-saien > peÛsaien/eian

pr‹gsaien > pr‹jaien/eian

tr¡fsaien > yr¡caien/ eian

D.

peiy-saÛthn > peisaÛthn

prag-saÛthn > prajaÛthn

trefsaÛthn > yrecaÛthn

peiy-saÛthn > peisaÛthn

prag-saÛthn > prajaÛthn

trefsaÛthn > yrecaÛthn

* Também: poderia/pudesse convencer, fazer, nutrir.

mur05.p65

449

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

450

Imperativo convence/convencei

faze/fazei

nutre/nutri*

peÝy-son > peÝson

pr‹g-son > pr‹jon

tr¡f-son > yr¡con

peiy-s‹tv > peis‹tv

prag-s‹tv > praj‹tv

tref-s‹tv > yrec‹tv

peÛy-sate> peÛsate

pr‹g-sate > pr‹jate

tr¡fsate > yr¡cate

peiy-s‹ntvn > peis‹ntvn51

prag-s‹ntvn > praj‹ntvn

trefs‹ntvn > yrec‹ntvn

peÛy-saton > peÛsaton

pr‹g-saton > pr‹jaton

tr¡fsaton > yr¡caton

peiy-s‹tvn > peis‹tvn

prags‹tvn > praj‹tvn

trefs‹tvn > yrec‹tvn

S.

P.

D.

* Imperativo de 3 a pessoa: (ele) convença, faça, nutra; (eles) convençam, façam, nutram. Particípio tendo convencido Tema Masc. Fem. Neut.

tendo feito

tendo nutrido

peÛysant > peÛsant-

pr‹gsant > pr‹jant- tr¡fsant > yr¡cant-

peÛsaw-santow

pr‹jaw-jantow

yr¡caw-cantow

peÛsasa-s‹shw

pr‹jasa-j‹shw

yr¡casa-c‹shw

peÝsan-santow

pr‹jan-jantow

yr¡can-cantow

fazer pr‹gsai > pr‹jai

nutrir tr¡fsai > yr¡cai

Infinitivo convencer peÝysai > peÝsai

51

mur05.p65

Também peiy-s‹tvsan > peis‹tvsan (menos usada, rebuscada).

450

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

451

VOZ MÉDIA Indicativo

S.

convenci/ convenço para mim

fiz/faço para mim

nutri/nutro para mim

¤peiys‹mhn > ¤peis‹mhn

¤prags‹mhn > ¤praj‹mhn

¤trefs‹mhn > ¤yrec‹mhn

¤peÛysaso > ¤peÛsaso > sv ¤pr‹gsaso > ¤pr‹jaso > sv ¤tr¡fsaso > ¤yr¡caso> sv ¤peÛysato > ¤peÛsato P.

¤pr‹g-sato > ¤pr‹jato

¤tr¡fsato > ¤yr¡cato

¤peiys‹meya > ¤peis‹meya ¤prags‹meya > ¤praj‹meya ¤trefs‹meya > ¤yrec‹meya ¤peÛysasye > ¤peÛsasye

¤pr‹gsasye > ¤pr‹jasye

¤tr¡fsasye > ¤yr¡casye

¤peÛysanto > ¤peÛsanto

¤pr‹gsanto > ¤pr‹janto

¤tr¡fsanto > ¤yr¡canto

D. ¤peiys‹syhn > ¤peis‹syhn ¤prags‹syhn > ¤praj‹syhn ¤trefs‹syhn > ¤yrec‹syhn ¤peiys‹syhn > ¤peis‹syhn ¤prags‹syhn > ¤praj‹syhn ¤trefs‹syhn > ¤yrec‹syhn

Subjuntivo

S.

P.

D.

mur05.p65

eu convença / convencer para mim

faça / fizer para mim

nutra / nutrir para mim

peÛysvmai > peÛsvmai

pr‹gsvmai > pr‹jvmai

tr¡fsvmai > yr¡cvmai

peÛyshsai > peÛshsai> sú

pr‹gshsai > pr‹jhsai > jú

tr¡fshsai > yr¡chsai > cú

peÛyshtai > peÛshtai

pr‹gshtai pr‹jhtai

tr¡fshtai > yr¡chtai

peiysÅmeya > peisÅmeya

pragsÅmeya > prajÅmeya

trefsÅmeya > yrecÅmeya

peÛyshsye > peÛshsye

pr‹gshsye > pr‹jhsye

tr¡fshsye > yr¡chsye

peÛysvntai > peÛsvntai

pr‹gsvntai > pr‹jvntai

tr¡fsvntai > yr¡cvntai

peÛy-shsyon > peÛshsyon

pr‹gshsyon > pr‹jhsyon

tr¡fshsyon > yr¡chsyon

peÛy-shsyon > peÛshsyon

pr‹gshsyon > pr‹jhsyon

tr¡fshsyon > yr¡chsyon

451

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

452

Optativo convenceria / convecesse para mim S. peiysaÛmhn> peisaÛmhn

faria / fizesse para mim

nutriria / nutrisse para mim*

pragsaÛmhn > prajaÛmhn

trefsaÛmhn > yrecaÛmhn

peÛysaiso > peÛsaiso

pr‹gsaiso > pr‹jaiso

tr¡fsaiso > yr¡caiso

> saio**

> aio

> aio

peÛysaito > peÛsaito

pr‹gsaito > pr‹jaito

tr¡fsaito > yr¡caito

P. peiysaÛmeya > peisaÛmeya

pragsaÛmeya > prajaÛmeya

trefsaÛmeya > yrecaÛmeya

peÛysaisye > peÛsaisye

pr‹gsaisye > pr‹jaisye

tr¡fsaisye > yr¡caisye

peÛysainto > peÛsainto

pr‹gsainto > pr‹jainto

tr¡fsainto > yr¡cainto

D. peiysaÛsyhn > peisaÛsyhn

pragsaÛsyhn > prajaÛsyhn

trefsaÛsyhn > yrecaÛsyhn

peiysaÛsyhn > peisaÛsyhn

pragsaÛsyhn > prajaÛsyhn

trefsaÛsyhn > yrecaÛsyhn

* Também: poderia/pudesse convencer, fazer, nutrir para mim. ** O -s- intervocálico da desinência sofre síncope provocando um tritongo, de pronúncia fácil; por isso permanece. Imperativo

S.

convence para ti / convencei para vós

faze para ti / fazei para vós

nutre para ti / nutri para vós

peÝy-sai > peÝsai

pr‹g-sai > pr‹jai

tr¡f-sai > yr¡cai

peiy-s‹syv > peis‹syv

prag-s‹syv > praj‹syv

tref-s‹syv > yrec‹syv

P.

peÛy-sasye> peÛsasye

pr‹g-sasye > pr‹jasye

tr¡fsasye >

peiy-s‹syvn > peis‹syvn 52

prag-s‹syvn > praj‹syvn

trefs‹syvn >

yr¡casye yrec‹syvn D.

peÛy-sasyon > peÛsasyon

pr‹g-sayon > pr‹jasyon

tr¡fsasyon >

peiy-s‹syvn > peis‹syvn

prags‹syvn > praj‹syvn

trefs‹syvn >

yr¡casyon yrec‹syvn

* Imperativo de 3 a pessoa: (ele) convença, faça, nutra; (eles) convençam, façam, nutram para si. 52

mur05.p65

Também peiy-s‹tvsan > peis‹tvsan (menos usada, rebuscada).

452

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

453

Particípio tendo convencido para mim

tendo feito para mim

Tema peiys‹meno -> peis‹meno- prags‹meno -> praj‹meno-

tendo nutrido para mim trefs‹meno -> yrec‹meno-

peis‹menow, h, on

praj‹menow, h, on

yrec‹menow, h, on

Infinitivo convencer para si

fazer para si

nutrir para si

peÛysasyai > peÛsasyai

pr‹gsasyai > pr‹jasyai

tr¡fsasyai > yr¡casyai

Temas em líqüida / soante / nasal: Na flexão nominal dos temas em líquida, só a soante nasal seguida de -s- cai, sem compensação de alongamento. O -r- e o -l- permanecem. assim: daÛmon-si > daÛmosi aos numes ²gemñn-si > ²gemñsi aos guias mas: =®tor-si aos oradores ‘lw o sal Na flexão verbal, nos verbos cujo tema termina por l, r, m, n, o -sdo aoristo sofre síncope, e, em compensação, a vogal do tema é alongada. Tema Aoristo stel¦-stel-sa > ¦-steil-a enviei fyer¦-fyer-sa > ¦-fyeir-a corrompi men¦-men-sa > ¦-mein-a permaneci nem¦-nem-sa > ¦-neim-a distribuí kayar¤-k‹yar-sa > ¤-k‹yhr-a purifiquei fan¦-fan-sa > ¦-fhn-a fiz aparecer Para maior clareza vamos dar a seguir o paradigma construído sobre o tema stel-.

mur05.p65

453

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

454

VOZ ATIVA

Tema: ¦-stel-sa > ¦-steil-a

S.

P.

D.

Indicativo envio/enviei

Subjuntivo envie/enviar

Optativo enviaria /enviasse**

Imperativo envia/enviai***

¦-steil-a

steÛl-v*

steÛl-a-i-mi

¦-steil-aw

steÛl-úw

steÛl-a-i-w (-eiaw)

steÝl-on

¦-steil-e

steÛl-ú

steÛl-a-i (-eie)

steil-‹-tv

¤-steÛl-a-men

steÛl-v-men

steÛl-a-i-men

¤-steÛl-a-te

steÛl-h-te

steÛl-a-i-te

steÛl-a-te

¦-steil-an

steÛl-v-si

steÛl-a-i-en (-eian)

steil-‹-ntvn

¤-steil-‹-thn /aton

steÛl-h-ton

steil-a-Û-thn/ton

steÛl-a-ton

¤-steil-‹-thn

steÛl-h-ton

steil-a-Û-thn

steil-‹-tvn

* O subjuntivo aoristo ativo se constrói sobre o tema verbal + característica -s- do aoristo, que sofre síncope, alongando por compensação a vogal do tema + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, + desinências primárias. ** Também: poderia/pudesse enviar. *** Imperativo de 3 a pessoa: ele envie / eles enviem. Particípio: tendo enviado Tema

Masc.

Neutro

stel-sa-nt- > steil-a-nt-w >

steilant-j-a > steilantia >

steil-a-nt

steilant >

steÛlasa-steil‹s-hw

steÝlan-steÛlant-ow

steÛlaw-steÛlant-ow

Infinitivo: enviar stel-s-nai >

mur05.p65

Fem.

454

steil-nai >

steÝlai

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

455

VOZ MÉDIA

S.

P.

D.

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

envio/enviei para mim

envie/enviar para mim

enviaria/enviasse para mim**

envia para ti enviai para vós***

¤-steil-‹-mhn

steÛl-v-mai*

steil-a-Û-mhn

¤-steÛl-a-so > v

steÛl-h-sai > ú steÛl-a-i-so > aio

steÝl-ai53

¤-steÛl-a-to

steÛl-h-tai

steil-‹-syv

¤-steil-‹-meya

steil-Å-meya

steil-a-Û-meya

¤-steÛl-a-sye

steÛl-h-sye

steÛl-a-i-sye

steÛl-a-sye

¤-steÛl-a-nto

steÛl-v-ntai

steÛl-a-i-nto

steil-‹-ntvn

steÛlai-to

¤-steil-‹-syhn/syon steÛl-h-syon

steil-a-Û-syhn/syon steÛl-a-syon

¤-stel-‹-syhn

steil-a-Û-syhn

steÛl-h-syon

steil-‹-syvn

* O subjuntivo aoristo médio se constrói sobre o tema verbal + característica -s- do aoristo que sofre síncope, alongando por compensação a vogal do tema + características do subjuntivo v, h, h, v, h, v, + desinências primárias médias. ** Também: poderia/pudesse enviar para mim. *** Imperativo de 3 a pessoa: ele envie para si / eles enviem para si. Particípio: tendo enviado para mim Tema

Masc.

Fem.

Neutro

stel-sa-meno- > steil-a-meno-

steil-‹-menow

steil-a-m¡nh

steil-‹-menon

Infinitivo: enviar para mim stel-sa-syai > steÛl-a-syai

53

mur05.p65

Observe o acento properispômeno, como no infinitivo aoristo ativo na p. 402; mas a 3a pessoa do optativo ativo steÛlai é paroxítona, porque o -i- do optativo é longo.

455

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

456

Note-se que o -a-, remanescente da queda do -s- da característica, mantém-se em todos os modos, exceto no subjuntivo. O subjuntivo tem como característica a vogal de ligação longa: v, h, h, v, h, v, que se acrescenta diretamente à característica -s- do aoristo (sem o -n-, desinência secundária do indicativo que se vocalizou em -a). Além disso, por ser eventual, o subjuntivo tem desinências primárias. O quadro de flexão acima serve de modelo para todos os verbos de tema em líquida: l, m, n, r.

O futuro O futuro não é propriamente um tempo. É um vir-a-ser, isto é: uma eventualidade, uma antecipação. As gramáticas ora dizem que o futuro se originou de um antigo desiderativo, ora que é um subjuntivo eventual. Não há erro nessas informações. Não é nossa intenção fazer gramática histórica, mas cremos que não seria errado afirmar que o futuro é uma noção secundária, associada ao aoristo; é uma mera projeção do ato verbal, a formulação de um desejo num certo grau de intensidade; (daí o uso do indicativo, e, no português, a criação do subjuntivo futuro). A noção de eventualidade, de virtualidade da ação se exprime pelo subjuntivo. Mas o futuro não contém a idéia de inacabado, infectum, que conflita com a idéia aorista da pontualidade. Não é por mero acaso que, nos paradigmas de conjugação, o lugar do futuro do subjuntivo é o mesmo que o do subjuntivo aoristo. É por isso que vamos mostrar que a construção do futuro se faz sobre o tema do aoristo. Construir o futuro a partir do tema do infectum (inacabado), como se faz tradicionalmente é um contra-senso, além de obrigar o estudioso a decorar listas de “futuros irregulares” 54.

54

mur05.p65

Mas, às vezes, tem-se a impressão de que o futuro é a continuidade do presente, como no verbo eänai que não tem aoristo. A construção do futuro sobre o tema do infectum exprime a continuidade do ser.

456

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a flexão verbal

457

Basta citarmos alguns exemplos para provar que o futuro nem semanticamente nem morfologicamente deriva do tema do infectum: Vejamos o verbo gignÅskv: o futuro é gnÅ-s-o-mai. O que aconteceu? O futuro foi construído sobre a raiz-tema: gnv com o auxílio da característica -s- do futuro, sem levar consigo o redobro em i, que é exclusivo do infectum, e sem levar o sufixo incoativo -sk- que semanticamente está ligado ao infectum (inacabado). Note-se também a forma média, característica do envolvimento do sujeito na ação verbal. Muitos verbos ativos têm um futuro médio. Não se deve procurar explicação gramatical para esse fato, mas sim semântica. Por exemplo, o verbo entender, aprender: Ao dizermos “eu aprenderei”, o que estamos dizendo é “eu hei de aprender” (aprenderei < aprender-ei < aprender-hei) como uma promessa (futuro promissivo) e uma certa antecipação de certeza. Aliás, toda a formação do futuro nas línguas românicas é semelhante à do português, com os auxiliares semelhantes a “eu tenho, eu hei, eu devo”. Na verdade, é uma voz média, embora não tenhamos uma forma especial que reflita isso. No grego é claro: may > may-®-s-o-mai, eu hei de aprender. Novamente aqui podemos notar que na voz média grega o sujeito é agente do ato verbal, isto é, uma forma média em grego dever ser traduzida na voz ativa em português. O que diferencia a voz ativa da voz média é o envolvimento ou não do agente no ato verbal. Em português também temos a voz média, semanticamente, não morfologicamente. Então não é mera coincidência o uso do mesmo -s- no futuro e no aoristo: os problemas que vamos encontrar estão na fórmula usual de apresentar os “tempos primitivos” dos verbos nas gramáticas e nos dicionários. Contudo, se tivermos o cuidado de isolar o aoristo, veremos que o futuro tem o mesmo tema e a mesma característica do aoristo. A diferença está no tratamento do -s-: 1. no futuro, as desinências primárias se juntam ao tema pela vogal de ligação; 2. no aoristo, a desinência secundária de 1 a pessoa -n se junta sem vogal de ligação ao tema, vocalizando-se em -a, passando a ser esse o tema para todos os modos do aoristo, menos para o subjuntivo, que é eventual e tem desinências primarias.

mur05.p65

457

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a flexão verbal

458

Assim:

¦-lu-s-n > ¦-lu-sa / ¤-lu-s‹-mhn : læ-s-v / læ-s-o-mai :

aoristo futuro

Em princípio, não é difícil construir o futuro dos verbos gregos; basta acrescentar o -s- ao tema verbal (tema do aoristo) e observar as normas fonéticas, uma vez que podem acontecer encontros entre o -s- e as consoantes dos temas e também a síncope do -s-, quando em situação intervocálica. Convém notar, entretanto, que a noção de futuro (vir-a-ser, eventual) não se coaduna com o modo optativo, que é o modo do potencial, e é pleonástica com o subjuntivo aoristo por serem os dois (subjuntivo aoristo e futuro) o mesmo eventual; e também com o imperativo futuro (também essencialmente um fato futuro, portanto eventual), embora formalmente todas essas formas sejam possíveis. As gramáticas omitem o imperativo e subjuntivo futuros, mas registram o optativo. Creio que esse optativo futuro faz duplo uso com o optativo aoristo, uma vez que o aspecto é o mesmo. Como já foi demonstrado, o futuro não se faz sobre o tema do infectum e, ipso facto, não contém esse aspecto. Contudo, nos quadros de flexão a seguir, daremos as formas do optativo futuro, com sua tradução linear. O leitor verá que é um significado incomum, embora possível.

mur05.p65

458

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459

Flexão do futuro 1. Quadro de flexão do futuro dos temas em semivogal: -u-/-iOs temas em semivogal acrescentam o -s- e desinências primárias sem maiores problemas. Tema: læfut.: lu-s-v / læ-s-o-mai Tema: tifut.: tÛ-s-v / tÛ-s-o-mai

Tema: læ-; Verbo: læv VOZ ATIVA Indicativo desligarei*

Optativo poderia/pudesse haver de desligar

S.

læ-s-v læ-s-eiw læ-s-ei

læ-s-oi-mi læ-s-oi-w læ-s-oi

P.

læ-s-o-men læ-s-e-te læ-s-ousi

læ-s-oi-men læ-s-oi-te læs-oi-en

D.

læ-s-e-ton læ-s-e-ton

lu-s-oÛ-thn lu-s-oÛ-thn

* Também: hei de desligar Particípio: havendo de desligar, que há de desligar, que desligará. Tema læ-s-o-nt Infinitivo:

mur05.p65

Masc. læ-s-vn,ontow

Fem. Neutro læ-sousa,shw lè-s-on,ontow

haver de desligar: læ-s-ein

459

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a flexão verbal

460

VOZ MÉDIA Indicativo desligarei / hei de desligar para mim

Optativo poderia / pudesse haver de desligar para mim

S.

læ-s-o-mai læ-s-e-sai> ú læ-s-e-tai

lu-s-oÛ-mhn læ-s-oi-so > soio læ-s-oi-to

P.

lu-s-ñ-meya læ-s-e-sye læ-s-o-ntai

lu-s-oÛ-meya læ-s-oi-sye læ-s-oi-nto

D.

læ-s-e-syon læ-s-e-syon

lu-s-oÛ-syhn lu-s-oÛ-syhn

Particípio: havendo de desligar para si, que há de desligar /que desligará para si Tema lu-s-ñ-meno-

Masc. lu-s-ñ-menow

Fem. lu-s-o-m¡nh

Neutro lu-s-ñ-menon

Infinitivo: læ-s-e-syai

haver de desligar para si.

2. Quadro de flexão dos temas monossilábicos em vogal longa Os temas em vogal longa acrescentam o -s-, que não sofre síncope, em posição intervocálica. Esse alongamento da vogal temática tem objetivo de ordem fonética: evitar a síncope do -s- intervocálico, e é comandado por motivação morfológica e semântica. Naturalmente, é para não repetir a forma final do infectum. Por isso é que, sempre que a língua não quer eliminar o -s- intervocálico, sobretudo no futuro, alonga a vogal temática, como no caso

mur05.p65

460

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a flexão verbal

461

dos denominativos e nos temas monossilábicos ye-, do-, ¤-, sta- do quadro a seguir. O mesmo acontece com as vogais de ligação longas de may®somai, gnÅsomai, b®somai, dæsomai. O -s- mantém-se.

VOZ ATIVA

Tema: -y®- Verbo: tÛyhmi

Tema: -dÅ- Verbo: dÛdvmi

Tema: -´-

Tema: -st®- Verbo: ásthmi

Verbo: àhmi

Indicativo colocarei

darei

lançarei

pôr-me-ei de pé

S.

y®-s-v* y®-s-eiw y®-s-ei

dÅ-s-v dÅ-s-eiw dÅ-s-ei

´-s-v ´-s-eiw ´-s-ei

st®-s-v st®-s-eiw st®-s-ei

P.

y®-s-omen y®-s-ete y®-s-ousi

dÅ-s-omen dÅ-s-ete dÅ-s-ousi

´-s-omen ´-s-ete ´-s-ousi

st®-s-omen st®-s-ete st®-s-ousi

D.

y®-s-eton y®-s-eton

dÅ-s-eton dÅ-s-eton

´-s-eton ´-s-eton

st®-s-eton st®-s-eton

* Note-se que o redobro do presente não vem para o futuro.

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461

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

462

Optativo poderia/pudesse haver de: colocar

dar

lançar

pôr-me de pé

S.

y®-s-oi-mi y®-s-oi-w y®-s-oi

dÅ-s-oi-mi dÅ-s-oi-w dÅ-s-oi

´-s-oi-mi ´-s-oi-w ´-s-oi

st®-s-oi-mi st®-s-oi-w st®-s-oi

P.

y®-s-oi-men y®-s-oi-te y®-s-oi-en

dÅ-s-oi-men dÅ-s-oi-te dÅ-s-oi-en

´-s-oi-men ´-s-oi-te ´-s-oi-en

st®-s-oi-men st®-s-oi-te st®-s-oi-en

D.

y®-s-oi-ton yh-s-oÛ-thn

dÅ-s-oi-ton dv-s-oÛ-thn

´-s-oi-ton ²-s-oÛ-thn

st®-s-oi-ton sth-s-oÛ-thn

Particípio: havendo de / que vai colocar; dar; lançar; pôr-se de pé Tema Masc. Fem. Neut.

y°-s-o-nt

dÇ-s-o-nt

¸-s-o-nt

st°-s-o-nt

y®svn - sontow

dÅsvn - sontow

´svn - sontow st®svn - sontow

y®sousa - shw

dÅsousa -shw

´sousa - shw

st®sousa - shw

y°son - sontow

dÇson - sontow

¸son - sontow

st°son - sontow

Infinitivo

mur05.p65

haver de colocar

dar

lançar

pôr-se de pé

y®-s-ein

dÅ-s-ein

´-s-ein

st®-s-ein

462

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

463

VOZ MÉDIA Indicativo S.

colocarei para mim

darei para mim

lançarei para mim

pôr-me-ei de pé

y®-s-o-mai

dÅ-s-o-mai

´-s-o-mai

st®-s-o-mai

y®-s-e-sai > sú/ei dÅ-s-e-sai > sú/ei ´-s-e-sai > sú/ei st®-s-e-sai > sú/ei P.

D.

y®-s-e-tai

dÅ-s-e-tai

´-s-e-tai

st®-s-etai

yh-s-ñ-meya

dv-s-ñ-meya

²-s-ñ-meya

sth-s-ñ-meya

y®-s-e-sye

dÅ-s-e-sye

´-s-e-sye

st®-s-esye

y®-s-o-ntai

dÅ-s-o-ntai

´-s-o-ntai

st®-s-o-ntai

y®-s-e-syon

dÅ-s-e-syon

´-s-e-syon

st®-s-e-syon

y®-s-e-syon

dÅ-s-e-syon

´-s-e-syon

st®-s-e-syon

Optativo poderia/pudesse haver de: S.

P.

D.

mur05.p65

colocar para mim

dar para mim

lançar para mim

pôr-me de pé

yh-s-oÛ-mhn

dv-s-oÛ-mhn

²-s-oÛ-mhn

sth-s-oÛ-mhn

y®-s-oi-so > soio dÅ-s-oi-so > soio ´-s-oi-so > soio

st®-s-oi-so > soio

y®-s-oi-to

dÅ-s-oi-to

´-s-oi-to

st®-s-oi-to

yh-s-oÛ-meya

dv-s-oÛ-meya

²-s-oÛ-meya

sth-s-oÛ-meya

y®-s-oi-sye

dÅ-s-oi-sye

´-s-oi-sye

st®-s-oi-sye

y®-s-oi-into

dÅ-s-oi-nto

´-s-oi-nto

st®-s-oi-nto

y®-s-oi-syon

dÅ-s-oi-syon

´-s-oi-syon

st®-s-oi-syon

yh-s-oÛ-syhn

dv-s-oÛ-syhn

²-s-oÛ-syhn

sth-s-oÛ-syhn

463

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

464

Particípio: havendo de, que vai colocar para si; dar para si; lançar para si; pôr-se de pé Tema Masc. Fem. Neut.

yh-s-o-menoyhsñmenow yhsom¡nh yhsñmenon

dv-s-o-menodvsñmenow dvsom¡nh dvsñmenon

²-s-o-meno²sñmenow ²som¡nh ²sñmenon

sth-s-o-menosthsñmenow sthsom¡nh sthsñmenon

lançar para si ´-s-e-syai

pôr-se de pé st®-s-e-syai

Infinitivo: haver de colocar para si y®-s-e-syai

dar para si dÅ-s-e-syai

3. Quadro de flexão dos temas em oclusiva: - g,k,x / b,p,f /d,t,y Os temas em oclusiva comportam-se como no aoristo sigmático. Ver o quadro de flexão do aoristo sigmático nas páginas 445 e seguintes. VOZ ATIVA Indicativo

mur05.p65

eu farei

olharei

convencerei

S.

pr‹g-s-v > jv pr‹g-s-eiw > jeiw pr‹g-s-ei > jei

bl¡p-s-v > cv bl¡p-s-eiw > ceiw bl¡p-s-ei > cei

peÛy-s-v > sv peÛy-s-eiw > seiw peÛy-s-ei > sei

P.

pr‹g-s-o-men > jomen pr‹g-s-e-te > jete pr‹g-s-ousi > jousi

bl¡p-s-o-men > comen bl¡p-s-e-te > cete bl¡p-s-ousi > cousi

peÛy-s-o-men > somen peÛy-s-e-te > sete peÛy-s-ousi > sousi

D.

pr‹g-s-e-ton > jeton pr‹g-s-e-ton > jeton

bl¡p-s-e-ton > ceton bl¡p-s-e-ton > ceton

peÛy-s-e-ton > seton peÛy-s-e-ton > seton

464

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

465

Optativo poderia/pudesse haver de fazer S.

P.

D.

haver de olhar

haver de convencer

pr‹g-s-oi-mi > joimi

bl¡p-s-oi-mi > coimi

peÛy-s-oi-mi > soimi

pr‹g-s-oi0w > joiw

bl¡p-s-oi-w > coiw

peÛy-s-oi-w > soiw

pr‹g-s-oi > joi

bl¡p-s-oi > coi

peÛy-s-oi > soi

pr‹g-s-oi-men > joimen

bl¡p-s-oi-men > coimen

peÛy-s-oi-men > soimen

pr‹g-s-oi-te > joite

bl¡p-s-oi-te > coite

peÛy-s-oi-te > soite

pr‹g-s-oi-en > joien

bl¡p-s-oi-en > coien

peÛy-s-oi-en > soien

prag-s-oÛ-thn > joÛthn

blep-s-oÛ-thn > coÛthn

peiy-s-oÛ-thn > soÛthn

prag-s-oÛ-thn > joÛthn

blep-s-oÛ-thn > coÛthn

peiy-s-oÛ-thn > soÛthn

Particípio: havendo de fazer, olhar, convencer* Tema Masc. Fem. Neut.

pr‹g-s-o-nt > pr‹jont pr‹jvn-ontow pr‹jousa-shw pr‹jon-ontow

bl¡p-s-o-nt > bl¡cont bl¡cvn-ontow bl¡cousa-shw bl¡con-ontow

peÝy-s-o-nt > peÝsont peÛsvn-ontow peÛsousa-shw peÝson-ontow

* Também: que há de fazer / que fará, olhará, convencerá

Infinitivo: haver de

mur05.p65

fazer

olhar

convencer

prag-s-ein > pr‹jein

blep-s-ein > bl¡cein

peÛy-s-ein > peÛsein

465

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a flexão verbal

466

VOZ MÉDIA Indicativo

S.

P.

D.

farei para mim

olharei para mim

convencerei para mim

pr‹g-s-o-mai > jomai

bl¡p-s-o-mai > comai

peÛy-s-o-mai > somai

pr‹g-s-e-sai > jú/ei

bl¡p-s-e-sai > cú/ei

peÛy-s-e-sai > sú/ei

pr‹g-s-e-tai > jetai

bl¡p-s-e-tai > cetai

peÛy-s-e tai > setai

prag-s-ñ-meya > jñmeya

blep-s-ñ-meya > cñmeya

peiy-s-ñ-meya > sñmeya

pr‹g-s-e-sye > jesye

bl¡p-s-e-sye > cesye

peÛy-s-e-sye > sesye

pr‹g-s-o-ntai > jontai

bl¡p-s-o-ntai > contai

peÛy-s-o-ntai > sontai

pr‹g-s-e-syon > jesyon

bl¡p-s-e-syon > cesyon

peÛy-s-e-syon > sesyon

pr‹g-s-e-syon > jesyon

bl¡p-s-e-syon > cesyon

peÛy-s-e-syon > sesyon

fazer para mim

olhar para mim

convencer para mim

prag-s-oÛ-mhn > joÛmhn

blep-s-oÛ-mhn > coÛmhn

peiy-s-oÛ-mhn > soÛmhn

pr‹g-s-oi-so > joio

bl¡p-s-oi-spo > coio

peÛy-s-oi-so > soio

pr‹g-s-oi-to > joito

bl¡p-s-oi-to > coito

peÛy-s-oi-to > soito

prag-s-oÛ-meya>joÛmeya

blep-s-oÛ-meya> coÛmeya peiy-s-oÛ-meya > soÛmeya

pr‹g-s-oi-sye > joisye

bl¡p-s-oi-sye > coisye

peÛy-s-oi-sye > soisye

pr‹g-s-oi-nto > jointo

bl¡p-s-oi-nto > cointo

peÛy-s-oi-nto > sointo

prag-s-oÛ-syhn> joÛsyhn

blep-s-oÛ-syhn> coÛsyhn peiy-s-oÛ-syhn > soÛsyhn

prag-s-oÛ-syhn> joÛsyhn

blep-s-oÛ-syhn> coÛsyhn peiy-s-oÛ-syhn > soÛsyhn

Optativo Poderia/pudesse haver de S.

P.

D.

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a flexão verbal

467

Particípio: havendo de fazer para si/ havendo de olhar para si/ havendo de convencer para si, também: que há de fazer / que fará para si etc. Tema Masc. Fem. Neut.

prag-s-ñ-meno> jñmenoprajñmenow prajom¡nh prajñmenon

blep-s-ñ-meno> cñmenoblecñmenow blecom¡nh blecñmenon

peiy-s-ñ-meno> sñmenopeisñmenow peisom¡n peisñmenon

Infinitivo: haver de fazer, de olhar, de nutrir para si fazer para si

olhar para si

convencer para si

pr‹g-s-e-syai > jesyai

bl¡p-s-e-syai > cesyai

peÛy-s-e-syai > sesyai

Contudo, nem sempre é fácil identificar o tema verbal na forma pela qual os verbos dão entrada nos dicionários, vocabulários e gramáticas, isto é, pela forma do presente. Mas, se observarmos bem a forma do aoristo, conseguiremos identificar o tema verbal. Assim: Verbo

Tema verbal

Tema do infectum

Futuro

Aoristo

kl‹gzv / kl‹zv eu grito

klagg-

klagg-jv > kl‹gzv

kl‹gg-s-v > kl‹gjv

¦klagg-sa > ¦klagja

klag-

klag-jv > kl‹zv

kl‹g-sv > kl‹jv

¦klag-sa > ¦klaja

nif-

nif->nif-jv > nÛptv

nÛf-sv > nÛcv

¦nif-sa > ¦nica

nib-

nib-jv > nÛzv

nÛb-sv > nÛcv

¦nib-sa > ¦nica

sxÛzv eu fendo, eu racho

sxid-

sxid-jv > sxÛzv

sxÛd-sv > sxÛsv

¦sxid-sa > ¦sxisa

sf‹zv eu degolo

sfag-

sfag-jv > sf‹zv

sf‹g-sv > sf‹jv

¦sfag-sa > ¦sfaja

nÛzv / nÛptv eu lavo

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467

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

468

Nesses quatro casos, a construção do aoristo e futuro (ativo e médio) é normal: klagg - s > klagj sxid-s > sxiss > sxis

nif/nib - s > nic sfag-s > sfaj

Também não haverá problemas na construção da voz passiva (aoristo e futuro) com o sufixo -h-/-yh-. (Ver no quadro de flexão próprio).

4. Quadro de flexão do futuro em -es- dos temas em líquida / soante Nos casos dos temas em soante, nasal ou líquida, (l, m, n, r), o s- do futuro vem com vocalismo e, como se fosse uma vogal de ligação es-; é um tratamento diferente daquele dispensado para esse mesmo encontro consonântico, no aoristo. Certamente para não causar confusão com o tema do infectum. Com a presença de -es-, das desinências primárias e da vogal de ligação, o -s- fica em posição intervocálica e sofre síncope. Isso transforma esse tema de futuro em um tema em vogal e-, igual ao tema do verbo denominativo em e- (file-), e normalmente a flexão se faz da mesma forma, isto é, como o verbo fil¡-v. Assim: Žggel-¡s-v > Žggel¡v > ŽggelÇ,eÝw,eÝ; nem-¡s-v > nem¡v > nemÇ,eÝw,eÝ; fan-¡s-o-mai > fan¡omai > fanoèmai,»,eÝtai; kayar-¡s-v > kayar¡v > kayarÇ,eÝw,eÝ Veja os quadros de flexão a seguir.

mur05.p65

468

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

469

VOZ ATIVA Indicativo

S.

P.

D.

destruirei

enviarei

repartirei

permanecerei

fyer-¡s-v > Ç

stel-¡s-v > Ç

nem-¡s-v > Ç

men-¡s-v > Ç

fyer-¡s-eiw > eÝw

stel-¡s-eiw > eÝw

nem-¡s-eiw > eÝw

men-¡s-eiw > eÝw

fyer-¡s-ei > eÝ

stel-¡s-ei > eÝ

nem-¡s-ei > eÝ

men-¡s-ei > eÝ

fyer-¡s-omen > oèmen stel-¡s-omen > oèmen nem-¡s-omen > oèmen men-¡s-omen > oèmen fyer-¡s-ete > eÝte

stel-¡s-ete > eÝte

nem-¡s-ete > eÝte

men-¡s-ete > eÝte

fyer-¡s-ousi > oèsi

stel-¡s-ousi > oèsi

nem-¡s-ousi > oèsi

men-¡s-ousi > oèsi

fyer-¡s-eton > eÝton stel-¡s-eton > eÝton nem-¡s-eton > eÝton men-¡s-eton > eÝton fyer-¡s-eton > eÝton stel-¡s-eton > eÝton nem-¡s-eton > eÝton men-¡s-eton > eÝton

Optativo: poderia/pudesse haver de destruir

enviar

repartir

permanecer

S.

fyeroÛhn* fyeroÛhw fyeroÛh

steloÛhn steloÛhw steloÛh

nemoÛhn nemoÛhw nemoÛh

menoÛhn menoÛhw menoÛh

P.

fyeroÝmen fyeroÝte fyeroÝen

steloÝmen steloÝte steloÝen

nemoÝmen nemoÝte nemoÝen

menoÝmen menoÝte menoÝen

D.

fyeroÝton fyeroÛthn

steloÝton steloÛthn

nemoÝton nemoÛthn

menoÝton menoÛthn

* fyer-es-o-Û-hn > fyereoÛhn > fyeroÛhn igual ao modelo filoÛhn das páginas 391 e 393.

mur05.p65

469

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

470

Particípio: havendo de destruir, enviar, repartir, permanecer* Tema Masc. Fem. Neut.

fyer-¡sont >-¡ont

stel-¡sont >-¡ont

nem-¡sont >-¡ont

men-¡sont >-¡ont

fyerÇn, oèntow‘

stelÇn, oèntow

nemÇn, oèntow

menÇn, oèntow

fyeroèsa, shw

steloèsa, shw

nemoèsa, shw

menoèsa, shw

fyeroèn, oèntow

steloèn, oèntow

nemoèn, oèntow

menoèn, oèntow

* Também: que há de destruir, enviar, repartir, permanecer; que destruirá, enviará, repartirá, permanecerá. Infinitivo: haver de destruir

enviar

repartir

permanecer

fyer-¡s-ein > eÝn

stel-¡sein > eÝn

nem-¡sein > eÝn

men-¡s-ein > eÝn

VOZ MÉDIA Indicativo

S.

P.

D.

mur05.p65

destruirei para mim

enviarei para mim

aparecerei

fyer-¡s-omai > oèmai

stel-¡somai > oèmai

fan-¡somai > oèmai

fyer-¡sesai > » / eÝ

stel-¡sesai > » / eÝ

fan-¡sesai > » / eÝ

fyer-¡setai > eÝtai

stel-¡setai > eÝtai

fan-¡setai > eÝtai

fyer-esñmeya > oæmeya

stel-esñmeya > oæmeya

fan-esñmeya > oæmeya

fyer-¡sesye > eÝsye

stel-¡sesye > eÝsye

fan-¡sesye > eÝsye

fyer-¡sontai > oèntai

stel-¡sontai > oèntai

fan-¡sontai > oèntai

fyer-¡sesyon > eÝsyon

stel-¡sesyon > eÝsyon

fan-¡sesyon > eÝsyon

fyer-¡sesyon > eÝsyon

stel-¡sesyon > eÝsyon

fan-¡sesyon > eÝsyon

470

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a flexão verbal

471

Optativo poderia/pudesse haver de S.

P.

D.

destruir para mim

enviar para mim

aparecer para mim

fyer-esoÛmhn > oÛmhn

stelesoÛmhn > oÛmhn

fan-esoÛmhn > oÛmhn

fyer-¡soiso > oÝo

stel-¡soiso > oÝo

fan-¡soiso > oÝo

fyer ¡soito > oÝto

stel-¡soito > oÝto

fan-¡soito > oÝto

fyer-esoÛmeya > oÛmeya

stel-esoÛmeya > oÛmeya

fan-esoÛmeya > oÛmeya

fyer-¡soisye > oÝsye

stel-¡soisye > oÝsye

fan-¡soisye > oÝsye

fyer-¡sointo > oÝnto

stel-¡sointo > oÝnto

fan-¡sointo > oÝnto

fyer-¡soisyon > oÝsyon

stel-¡soisyon > oÝsyon

fan-¡soisyon > oÝsyon

fyer-esoÛsyhn > oÛsyhn

stel-esoÛsyhn > oÛsyhn

fan-esoÛsyhn > oÛsyhn

Particípio: havendo de destruir, enviar, aparecer para si Também: que há de destruir/que destruirá para si que há de enviar/que enviará para si que há de aparecer/que aparecerá para si Tema Masc. Fem. Neut.

fyer-esñmeno - > oæmenofyeroæmenow fyeroum¡nh fyeroæmenon

stel-esñmeno - > oæmenosteloæmenow steloum¡nh steloæmenon

fan-esñmeno - > oæmenofanoæmenow fanoum¡nh fanoæmenon

Infinitivo: haver de destruir para si fyer-¡s-esyai > fyereÝsyai

mur05.p65

471

enviar para si stel-¡s-esyai > steleÝsyai

aparecer fan-¡s-esyai > faneÝsyai

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

472

5. Flexão do futuro ático Por analogia com os temas em líqüida, alguns verbos de temas dissilábicos em dental precedida de -i-, que fazem o infectum em -izv, e fariam o futuro -isv, elidem o -s- intervocálico e decalcam a flexão sobre o futuro em -es-, e, a seguir, analogicamente, seguem o modelo dos verbos denominativos de tema em -e, como fil¡v > filÇ.

eu voto

Infectum

Futuro

chfid-jv > chfÛzv

chfÛdsv > chfÛsv > chfÛv > chfiÇ, eÝw,eÝ..

eu mentalizo, penso

frontid-jv > frontÛzv

frontÛdsv > frontÛsv > frontÛv > frontiÇ, eÝw,eÝ..

eu penso, considero

nomid-jv > nomÛzv

nomid-sv > nomÛsv > nomÛv > nomiÇ,eÝw,eÝ..

eu agrado

xarit-jv > xarÛzomai

xarit-somai > xarÛsomai > xariomai > xarioèmai, », eÝtai.

Em geral, isso se dá com os temas de duas sílabas ou mais. As gramáticas denominam esse futuro de futuro ático. Esse uso, contudo, não é absoluto: • O verbo ¤lpÛzv, por exemplo, tem ¤lpÛsv no futuro, normalmente. • Há também alguns verbos, como: eÞsbib‹zv, eu faço entrar, eu embarco, ¤laænv, eu empurro, eu toco para frente, que fazem o futuro respectivamente: eÞsbib‹sv > eÞsbibÇ,˜w,˜,Çmen,te,Çsi, e ¤l‹sv> ¤lÇ,˜w,˜,Çmen,te,Çsi, isto é, o -s- intervocálico sofre síncope e o hiato resultante torna o tema igual ao tema dos verbos denominativos em -a, e por isso fazem a flexão como tim‹-v. • Isso acontece também com alguns verbos de tema em -a, mas que recebem o sufixo -nnumi no infectum.

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a flexão verbal

473

Por exemplo: Infectum

Futuro

eu misturo

ker‹-nnumi

ker‹-s-v >

kerÇ,˜w,˜,Çmen,te,Çsi

eu abro as asas

Žnapet‹-nnumi

pet‹-s-v >

petÇ.˜w,˜,Çmen,te,Çsi

eu disperso

sked‹-nnumi

sked‹-s-v > skedÇ,˜w,˜,Çmen,te,Çsi

eu suspendo

krem‹-nnumi

krem‹-s-v > kremÇ,˜w,˜,Çmen,te,Çsi

Quadro de flexão Indicativo eu dispersarei S.

P.

Optativo eu poderia / pudesse haver de dispersar

sked‹sv > sked‹v > skedÇ

sked‹soimi > sked‹oimi > skedÒmi

sked‹seiw > sked‹eiw > sked˜w

sked‹soiw > sked‹oiw > skedÒw

sked‹sei > sked‹ei > sked˜

sked‹soi > sked‹oi > skedÒ

sked‹somen > sked‹omen > skedÇmen

sked‹soimen > sked‹oimen > skedÒmen

sked‹sete > sked‹ete > skedte

sked‹soite > sked‹oite > skedÒte

sked‹sonsi > sked‹onsi > skedÇsi

sked‹soien > sked‹oien > skedÒen

D. sked‹seton > sked‹eton > skedton

sked‹soiton > sked‹oiton > skedÒton

sked‹seton > sked‹eton > skedton

skedasoÛthn > skedaoÛthn > skedÐthn

Particípio: havendo de dispersar/que há de dispersar/que dispersará Tema

Masc.

Fem.

Neutro

sked‹-s-o-nt > sked‹ont- > skedvnt-

skedÇn-Çntow

skedÇsa-Åshw

skedÇn-Çntow

Infinitivo: haver de dispersar: sked‹-s-en > sked‹en > skedn

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a flexão verbal

474

6. Flexão do futuro dos temas em vogal Há também alguns poucos verbos, encontrados sobretudo em Homero, de tema em vogal, que fazem o futuro em -s-, o que faz com que esse -s- se encontre em posição intervocálica e tenda a cair, provocando a seguir, no dialeto ático, a contração das vogais em contato, resultando em formas que podem ser confundidas com as do presente dos verbos denominativos de temas em vogal (e-,a-,o-). kal¡v - kal¡sv > ático - kalÇ max¡omai - max¡somai > ático - maxoèmai ¤l‹v - ¤l‹sv > ático - ¤lÇ Em Homero, e no dialeto jônico em geral, predominam as formas não contratas; isto é, o hiato permanece. Esses verbos não se confundem com os denominativos, de formação recente, que só se contraem no sistema do presente (encontro da vogal com a vogal de ligação). No futuro/aoristo e no perfeito, os denominativos alongam a vogal temática. filÇ - fil®sv - ¤fÛlhsa - pefÛlhka timÇ - tim®sv - ¤tÛmhsa - tetÛmhka dhlÇ - dhlÅsv - ¤d®lvsa - ded®lvka Nota: Convém notar que as contrações que acontecem no modelo acima são conseqüência da queda do -s- em posição desinencial intervocálica. Nos verbos que a gramática chama de “contratos”, essas contrações acontecem só no tema do infectum, e são conseqüência da queda do sufixo formador do tema do infectum -j- (jod), que fica em posição intervocálica, na formação do infectum dos verbos denominativos de tema em vogal, como: fil¡-j-v > fil¡-v > filÇ dhlñ-j-v > dhlñ-v > dhlÇ tim‹-j-v > tim‹-v > timÇ Þ‹-j-omai > ދomai > ÞÇmai peir‹-j-omai > peir‹omai > peirÇmai

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474

eu eu eu eu eu

amo revelo honro curo tento

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a flexão verbal

475

Essas contrações se fazem para reduzir o hiato provocado pelo encontro da vogal temática e a vogal de ligação depois da síncope do -j-. Todos esses verbos alongam a vogal temática nos outros dois aspectos: futuro e aoristo sigmáticos ativos, médios e passivos e perfeito e mais-que-perfeito, ativos, médios e passivos: e> h, o > v, a > a/h. Futuro V. Ativ.

Perfeito

+p. Perfeito

fil®sv

¤fÛlhsa

pefÛlhka

¤pefil®khn/ein

V. Med.

fil®somai

¤filhs‹mhn

pefÛlhmai

¤pefil®mhn

V. Pass.

filhy®somai

¤fil®yhn ded®lvka

¤dedhlÅkhn/ein

V. Ativ.

filÇ(e)

Aoristo

dhlÅsv

¤d®lvsa

V. Med.

dhlÅsomai

¤dhlvs‹mhn ded®lvmai ¤dedhlÅmhn

V. Pass.

dhlvy®somai ¤dhlÅyhn

V. Ativ.

dhlÇ(o)

tim®sv

¤tÛmhsa

tetÛmhka

¤tetim®khn/ein

V. Med.

timÇ(a)

tim®somai

¤timhs‹mhn

tetÛmhmai

¤tetim®mhn

V. Pass.

timhy®somai

¤tim®yhn

Mas os temas em a-, precedidos de vogal ou r, ao alongarem a vogal não mudam o seu timbre, permanecendo a: ÞÇmai (a) peirÇmai

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475

ދsomai peir‹somai

Þas‹mhn ¤peiras‹mhn

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

476

Aoristo passivo Os modelos ¦gnvn/¦bhn também servem de paradigma para uma categoria de aoristos em h/v, intransitivos e médios na origem, marcando o ponto de partida da ação em que o sujeito está envolvido; diferente das formas ativas. A partir daí passou a ser sentido como forma e significado passivos, como: ¥‹lvn, eu caí nas mãos, fui preso ¦sbhn, eu me apaguei, fui apagado A voz média é essencialmente intransitiva, na medida em que o sujeito, envolvido na ação, não sai do ato verbal; por isso, esses verbos não têm voz passiva; e, com o objeto direto, a voz ativa aparece mais tarde, com o ato verbal rompendo o círculo da intransitividade. Assim faÛnomai eu apareço desenvolveu uma forma ativa faÛnv eu mostro, faço aparecer. Há um bom número de verbos transitivos que têm esse aoristo em -h-. São verbos essenciais, isto é, verbos que exprimem atos fundamentais, concretos, cotidianos e que desenvolveram posteriormente uma forma de aoristo em -yh.Em sua maioria são verbos em líqüida e nesses casos esse aoristo se constrói sobre a raiz no vocalismo zero, desenvolvendo depois um a: fyr > ¤-fy‹r-hn sou, fui corrompido stl > ¤-st‹l-hn sou, fui enviado Os de tema em labial55 também fazem esse aoristo desenvolvendo o mesmo a, como: trp> tr¡pv > ¤-tr‹p-hn sou, fui virado trf > tr¡fv > ¤-tr‹f-hn sou, fui nutrido

55

mur05.p65

Nos grupos de 3 consoantes há sempre uma líquida e duas oclusivas.

476

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

477

Com a extensão do seu uso para a voz passiva, a língua desenvolveu um aoristo foneticamente mais forte, em -yh-, sobretudo com os temas em vogal. Este revelou-se tão produtivo que se tornou o aoristo passivo mais comum. Em alguns verbos convivem os dois aoristos: o em -h-, com significado de estado (intransitivo), e o aoristo em yh /syh, com significado passivo. Alguns aoristos acima citados, como ¥‹lvn, ¦pthn são representativos dessa passagem da noção média, intransitiva para a passiva. O aoristo, contrariamente ao infectum e ao perfectum, tem uma marca distintiva na voz passiva. O que marca o aoristo passivo é o sufixo -yh/-syh ou o sufixo -h Notar também que o aoristo passivo se serve de desinências ativas; mas isso não representa problema, porque a característica -h-/-yh,-syh é suficiente para marcar a passividade.

Quadro de flexão do aoristo passivo em yh Temas em semivogal: lu-yh

S.

P.

D.

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

fui/sou desligado

seja/for desligado

seria/fosse desligado*

sê/sede desligado**

¤-læ-yh-n

lu-yÇ***

lu-ye-Ûh-n

¤-læ-yh-w

lu-y»-w/lu-y°iw

lu-ye-Ûh-w

læ-yh-ti

¤-læ-yh

lu-y»/lu-y°i

lu-ye-Ûh

lu-y®-tv

¤-læ-yh-men

lu-yÇ-men

lu-ye-Ûh-men (yeÝmen)****

¤-læ-yh-te

lu-y°-te

lu-ye-Ûh-te (yeÝte)

læ-yh-te

¤-læ-yh-san

lu-yÇ-si

lu-ye-Ûh-san (yeÝen)

lu-y¡-ntvn

¤-læ-yh-ton

lu-y°-ton

lu-ye-Ûh-ton (luyeÝton)

læ-yh-ton

¤-lu-y®-thn

lu-y®-tvn

lu-ye-i®-thn (luyeÛthn)

lu-y®-tvn

* Também: poderia/pudesse ser desligado. ** Imperativo de 3 a pessoa: (ele) seja desligado, (eles) sejam desligados. *** O subjuntivo é construído sobre o tema verbal + característica do passivo -yh- + característica do subjuntivo v,h,h,v,h,v e desinên-

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a flexão verbal

478

cias primárias ativas. Na seqüência de duas vogais longas a anterior se abrevia, luy®-v-men > luy¡-v-men > luyÇmen e aqui há a absorção da breve pela longa (contração), o que explica as formas perispômenas e properispômenas. **** As formas sincopadas, reduzidas são as mais usadas. Lei do menor esforço.

Quadro demostrativo da evolução fonética do subjuntivo: lu-yh- > luyeS.

P.

D.

lu-y¡-v* > lu-y¡-h-si > lu-y¡-h-ti > lu-y¡-v-men > lu-y¡-h—te > lu-y¡-v-nti >

luy¡hiw > luy¡hsi >

luyÇ* luy°i/luy» > luy¡hi >

luy°iw/luy»w** luy°i/luy»

luyÇnti >

luyÇmen luy°te luyÇnsi >

luyÇsi

lu-y¡-h—ton > lu-y¡-h—ton >

luy°ton luy°ton

* Vogal longa seguida de vogal longa se abrevia e, a seguir, é absorvida: lu-y®-v > lu-y¡-v > luyÇ. ** O -w é característica de 2a pessoa do singular da voz ativa; ele deve aparecer. Particípio: tendo sido desligado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

lu-y®-nt- > lu-y¡-nt-*

luyeÛw, luy¡ntow

luyeÝsa, luyeÛshw

luy¡n, luy¡ntow

* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia. Infinitivo:

mur05.p65

lu-y°-nai: ser desligado

478

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

479

Adjetivos verbais: lu-tñw,®,ñn : lu-t¡ow,a,on :

desligável que deve ser desligado

Temas monossilábicos Indicativo sou/fui colocado

sou/fui dado

sou/fui lançado

sou/fui posto de pé

S.

¤-t¡-yh-n* ¤-t¡-yh-w ¤-t¡-yh

¤-dñ-yh-n ¤-dñ-yh-w ¤-dñ-yh

eá-yh-n eá-yh-w eá-yh

¤-st‹-yh-n ¤-st‹-yh-w ¤-st‹-yh

P.

¤-t¡-yh-men ¤-t¡-yh-te ¤-t¡-yh-san

¤-dñ-yh-men ¤-dñ-yh-te ¤-dñ-yh-san

eá-yh-men eá-yh-te eá-yh-san

¤-st‹-yh-men ¤-st‹-yh-te ¤-st‹-yh-san

D.

¤-t¡-yh-ton ¤-te-y®-thn

¤-dñ-yh-ton ¤-do-y®-thn

eá-yh-ton eß-y®-thn

¤-st‹-yh-ton ¤-sta-y®-thn

* No caso de duas sílabas seguidas começarem por oclusiva aspirada, a anterior perde a aspiração e é expressa pela surda correspondente: psilose.

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479

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a flexão verbal

480

Subjuntivo seja/for colocado

seja/for dado

seja/for lançado

seja/for posto de pé

S.

te-yÇ* te-y»w te-y»

do-yÇ do-y»w do-y»

¥-yÇ ¥-y»w ¥-y»

sta-yÇ sta-y»w sta-y»

P.

te-yÇ-men te-y°-te te-yÇ-si

do-yÇ-men do-y°-te do-yÇ-si

¥-yÇ-men ¥-y°-te ¥-yÇ-si

sta-yÇ-men sta-y°-te sta-yÇ-si

D.

te-y°-ton te-y°-ton

do-y°-ton do-y°-ton

¥-y°-ton ¥-y°-ton

sta-y°-ton sta-y°-ton

* O subjuntivo é construído sobre o tema breve + característica da voz passiva -yh- + característica do subjuntivo -v-h-h-v-h-v, e desinências primárias ativas. Na seqüência de duas vogais longas, a anterior se abrevia y®-v > y¡-v > yÇ, e depois há a contração, o que explica as formas perispômenas e properispômenas.

Quadro demostrativo da evolução fonética S.

P.

D.

te-y¡-v* > te-y¡-h-si > te-y¡-h-ti > te-y¡-v-men > te-y¡-h—te > te-y¡-v-nti >

tey¡hi > tey¡hsi >

teyÇ tey°i/tey» > tey¡hi >

tey°iw/tey»w tey°i/tey»

teyÇnti >

teyÇmen tey°te teyÇnsi >

teyÇsi

te-y¡-h—ton > te-y¡-h—ton >

tey°ton tey°ton

* ye-y®-v > yey¡v > tey¡v.

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480

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a flexão verbal

S.

P.

do-y¡-v > do-y¡-h-si > do-y¡-h-ti > do-y¡-v-men > do-y¡-h-te > do-y¡-v-nti >

D.

do-y¡-h-ton > do-y¡-h-ton >

S.

¥-y¡-v > ¥-y¡-h-si > ¥-y¡-h-ti >

P.

¥-y¡-v-men > ¥-y¡-h-te > ¥-y¡-v-nti >

D.

¥-y¡-h-ton > ¥-y¡-h-ton >

S.

sta-y¡-v > sta-y¡-h-si > sta-y¡-h-ti >

P.

D.

mur05.p65

481

doy¡hi > doy¡hsi >

doyÇ doy°i/doy» > doy¡hi >

doy°iw/doy»w doy°i/doy»

doyÇnti >

doyÇmen doy°te doyÇnsi >

do-yÇ-si

doy°ton doy°ton

¥y¡hi > ¥y¡hsi >

¥yÇ ¥y°i/¥y» > ¥y¡hi >

¥y°iw/¥y»w ¥y°i /¥y»

¥yÇnti >

¥yÇmen ¥y°te ¥yÇnsi >

¥-yÇ-si

¥y°ton ¥y°ton

sta-y¡-v-men > sta-y¡-h-te > sta-y¡-v-nti > sta-y°-ton > sta-y°-ton >

481

stay¡hi > stay¡hsi >

stayÇ stay°i/stay» > stay°iw/sta-y»w stay¡hi > stay°i /stay»

stayÇnti >

stayÇmen stay°te stayÇnsi >

stayÇsi

stay°ton stay°ton

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

482

Optativo

S.

P.

D.

seria/fosse colocado*

seria/fosse dado

seria/fosse lançado

seria/fosse posto de pé

te-ye-Ûh-n

do-ye-Ûh-n

¥-ye-Ûh-n

sta-ye-Ûh-n

te-ye-Ûh-w

do-ye-Ûh-w

¥-ye-Ûh-w

sta-ye-Ûh-w

te-ye-Ûh

do-ye-Ûh

¥-ye-Ûh

sta-ye-Ûh

te-ye-Ûh-men/eÝmen**

do-ye-Ûh-men/eÝmen

¥-ye-Ûh-men/eÝmen

sta-ye-Ûh-men/eÝmen

te-ye-Ûh-te/eÝte

do-ye-Ûh-te/eÝte

¥-ye-Ûh-te/eÝte

sta-ye-Ûh-te/eÝte

te-ye-Ûh-san/eÝen

do-ye-Ûh-san/eÝen

¥-ye-Ûh-san/eÝen

sta-ye-Ûh-san/eÝen

te-ye-Ûh-ton/eÝton

do-ye-Ûh-ton/eÝton

¥-ye-Ûh-ton/eÝton

sta-ye-Ûh-ton/eÝton

te-ye-i®-thn/eÛthn

do-ye-i®-thn/eÛthn

¥-ye-i®-thn/eÛthn

sta-ye-i®-thn/eÛthn

* Também: poderia/pudesse ser: colocado, dado, lançado, posto de pé. ** As formas sincopadas, reduzidas são as mais usadas. Lei do menor esforço.

Imperativo sê/sede colocado

sê/sede dado

sê/sede lançado

sê/sede posto de pé*

t¡-yh-ti** te-y®-tv

dñ-yh-ti do-y®-tv

§-yh-ti ¥-y®-tv

st‹-yh-ti sta-y®-tv

t¡-yh-te te-y¡-ntvn***

dñ-yh-te do-y¡-ntvn

§-yh-te ¥-y¡-ntvn

st‹-yh-te sta-y¡-ntvn

t¡-yh-ton te-y®-tvn

dñ-yh-ton do-y®-tvn

§-yh-ton ¥-y®-tvn

st‹-yh-ton sta-y®-tvn

S.

P.

D.

* Imperativo de 3 a pessoa: (ele) seja colocado, dado, lançado, posto de pé; (eles) sejam colocados, dados, lançados, postos de pé. ** Psilose: t¡-yh-yi > t¡-yh-ti. *** Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.

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22/01/01, 11:38

a flexão verbal

483

Particípio: tendo sido colocado, dado, lançado, posto de pé Tema

te-y®-nt > tey¡nt-*

do-y®-nt > doy¡nt-

¥-y®-nt > ¥y¡nt-

sta-y®-nt > stay¡nt-

Masc.

teyeÛw - y¡ntow

doyeÛw - y¡ntow

¥yeÛw - y¡ntow

stayeÛw - y¡ntow

Fem.

teyeÝsa - shw

doyeÝsa - shw

¥yeÝsa - shw

stayeÝsa - shw

Neut.

tey¡n - y¡ntow

doy¡n - y¡ntow

¥y¡n - y¡ntow

stay¡n - y¡ntow

* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.

Infinitivo ser colocado te-y°-nai

ser dado do-y°-nai

ser lançado ¥-y°-nai

ser posto de pé sta-y°-nai

Temas em oclusivas Tema: peiy pr‹g tr¡f Indicativo S.

P.

D.

fui/sou convencido

fui/sou feito

fui/sou nutrido

¤peÛyyhn > ¤peÛsyhn*

¤pr‹gyhn > ¤pr‹xyhn**

¤tr¡fyhn***

¤peÛyyhn> ¤peÛsyhw

¤pr‹gyhw > ¤rp‹xyhw

¤tr¡fyhw

¤peÛyyh > ¤peÛsyh

¤pr‹gyh > ¤pr‹xyh

¤tr¡fyh

¤peÛyyhmen > ¤peÛsyhmen

¤pr‹gyhmen > ¤pr‹xyhmen

¤tr¡fyhmen

¤peÛyyhsye > ¤peÛsyhsye

¤pr‹gyhsye > ¤pr‹xyhsye

¤tr¡fyhsye

¤peÛyyhsan > ¤peÛsyhsan

¤pr‹gyhsan> ¤pr‹xyhsan

¤tr¡fyhsan

¤peiyy®thn > ¤peisy®thn

¤pragy®thn > ¤praxy®thn

¤trefy®thn

¤peiyy®thn > ¤peisy®thn

¤pragy®thn > ¤praxy®thn

¤trefy®thn

* Dental seguida de dental se dissimila/suaviza em -s-. ** Oclusiva gutural ou labial, surda ou sonora seguida de aspirada se aspira. *** O -f- temático não sofreu alteração, porque combina com a aspirada seguinte.

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a flexão verbal

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Subjuntivo seja/for convencido S.

P.

D.

seja/for feito

seja/for nutrido

peiyyÇ > peisyÇ*

pragyÇ > praxyÇ

trefyÇ

peiyy»w > peisy»w

pragy»w > praxy»w

trefy»w

peiyy» > peisy»

pragy» > praxy»

trefy»

peiyyÇmen > peisyÇmen

pragyÇmen > praxyÇmen

trefyÇmen

peiyy°te > peisy°te

pragy°te > praxy°te

trefy°te

peiyyÇsi > peisyÇsi

pragyÇsi > praxyÇsi

trefyÇsi

peiyy°ton > peisy°ton

pragy°ton > praxy°ton

trefy°ton

peiyy°ton > peisy°ton

pragy°ton > praxy°ton

trefy°ton

* O subjuntivo aoristo passivo se constrói sobre o tema puro do verbo + característica do passivo -yh- + característica do subjuntivo (vogal longa) v, h, h, v, h, v, o que faz uma seqüência de duas longas e conseqüente abreviação da anterior e posterior contração. É o que explica as formas perispômenas e properispômenas. (Ver o modelo fonético acima - quadro demostrativo de læv. Ver página 478.)

Optativo S.

P.

D.

seria/fosse convencido*

seria/fosse feito

seria/fosse nutrido

peiyyhÛhn > peisyeÛhn

pragyhÛhn > praxyeÛhn

trefyhÛhn > trefyeÛhn**

peiyyhÛhw > peisyeÛhw

pragyhÛhw > praxyeÛhw

trefyhÛhw > trefyeÛhw

peiyyhÛh > peisyeÛh

pragyhÛh > praxyeÛh

trefyhÛh > trefyeÛh

peiyyhÝmen > peisyeÝmen

pragyhÝmen > praxyeÝmen

trefyhÝmen > trefyeÝmen***

peiyyhÝte > peisyeÝte

pragyhÝte > praxyeÝte

trefyhÝte > trefyeÝte

peiyyhÝen > peisyeÝen

pragyhÝen > praxyeÝen

trefyhÝen > trefyeÝen

peiyyhÛthn > peisyeÛyhn

pragyhÛthn > praxyeÛthn

trefyhÛthn > trefyeÛthn

peiyyhÛthn > peisyeÛyhn

pragyhÛthn > praxyeÛthn

trefyhÛthn > trefyeÛthn

* Também: poderia/pudesse ser convencido, feito, nutrido. ** Vogal longa seguida de longa se abrevia; o -i- do optativo é longo; por isso o -h- da marca da passiva se abrevia; depois, por sua vez, o -i- se abreviará diante do -h-. do vocalismo longo do optativo.

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a flexão verbal

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*** Essas formas são mais usadas do que as longas: trefyeÛhmen, trefyeÛhte, trefyeÛhsan, para todos os verbos. São mais cômodas. Lei do menor esforço. Imperativo sê/sede convencido(s)

sê/sede feito(s)

sê/sede nutrido(s)*

peÛy-yhyi > peÛsyhti**

pr‹gyhyi > pr‹xyhti

tr¡fyhyi > tr¡fyhti

peiy-y®tv > peisy®tv

pragy®tv > praxy®tv

trefy®tv

peÛyyhte > peÛsyhte

pr‹gyhte > pr‹xyhte

tr¡fyhte

peiyyhntvn > peisy¡ntvn***

pragy®ntvn > praxy¡ntvn

trefy¡ntvn

peÛyyhton > peÛsyhton

pr‹gyhton > pr‹xyhton

tr¡fyhton

peiy-y®tvn > peisy®tvn

pragy®tvv > praxy®tvn

trefy®tvn

S.

P.

D.

* Imperativo de 3 a pessoa: (ele) seja convencido, feito, nutrido; (eles) sejam convencidos, feitos, nutridos. ** A desinência do imperativo seria um locativo antigo -yi, para enfatizar, porque o imperativo singular normalmente não teria desinência. A seguir houve uma psilose, porque as duas sílabas começam com aspirada. Lei do menor esforço. *** Vogal longa seguida de soante (líquida) e oclusiva se abrevia. Particípio: tendo sido convencido, tendo sido feito, tendo sido nutrido* Tema Masc. Fem. Neut.

peiyy®nt-> peisy¡nt- **

pragy®nt> praxy¡nt-

trefy®nt> trefy¡nt-

peisyeÛw-y¡ntow

praxyeÛw-y¡ntow

trefyeÛw-y¡ntow

peisyeÝsa-shw

praxyeÝsa-shw

trefyeÝsa-shw

peisy¡n-y¡ntow

praxy¡n-y¡ntow

trefy¡n-y¡ntow

* Também: que foi convencido, feito, nutrido. ** Vogal longa seguida de soante (líquida) e oclusiva se abrevia. Infinitivo ser convencido peiyy°nai > peisy°nai

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ser feito pragy°nai > praxy°nai

ser nutrido trefy°nai

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Quadro de flexão do aoristo passivo em -hAoristo sigmático de tema em líquida Todos os verbos em líquida fazem o aoristo passivo em -h-. Os de raiz monossilábica trilítere, em geral composta de duas consoantes e uma soante, líqüida, fazem o aoristo passivo sobre o vocalismo zero da raiz, desenvolvendo a seguir um -a- epentético. T: stl/stel;

aoristo ativo: ¦-steil-a

aoristo passivo: ¤-st‹l-h-n

T: fyr/fyer;

aoristo ativo: ¦-fyeir-a

aoristo passivo: ¤-fy‹r-h-n

stl > stal-h

S.

P.

Indicativo sou/fui enviado

Subjuntivo Optativo seja/for enviado seria/fosse enviado**

Imperativo sê/sede enviado***

¤-st‹l-h-n ¤-st‹-l-h-w ¤-st‹l-h

stal-Ç* stal-»-w stal-»

st‹l-h-yi stal-®-tv

stal-eÛ-h-n stal-eÛ-h-w stal-eÛ-h

¤-st‹l-h-men stal-Ç-men stal-eÝ-men ¤-st‹l-h-te stal-°-te stal-eÝ-te ¤-st‹l-h-san stal-Ç-si stal-eÝ-en

st‹l-h-te stal-¡-ntvn****

D. ¤-st‹l-h-ton stal-°-ton stal-e-Ûh-ton/eÝton st‹l-h-ton ¤-stal-®-thn stal-°-ton stal-e-i®-thn/eÛthn stal-®-tvn

* O subjuntivo se constrói sobre o tema verbal puro + característica passiva -h- + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, o que resulta numa seqüência de duas vogais longas; nesses casos a longa anterior se abrevia e a seguir se dá a contração. É isso que explica as formas perispômenas e prosperispômenas. ** Também: poderia/pudesse ser enviado. *** Imperativo de 3a pessoa: (ele) seja enviado; (eles) sejam enviados. **** Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.

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Quadro demostrativo da evolução fonética no subjuntivo S.

stal®-v > stal¡-h-si > stal¡-h-ti >

P.

stal¡-v-men > stal¡-h-te > sta-l¡-v-nti > stalÇnti >

stalÇmen stal°te stalÇnsi >

stal¡-h-ton > stal¡-h-ton >

stal°ton stal°ton

D.

stal¡v > stal¡hi > stal¡hsi >

stalÇ* stal°i/stal» > stal°iw/sta-l»w** stal¡hi > stal°i/stal»

stalÇsi

* Vogal longa seguida de vogal longa se abrevia e, a seguir, é absorvida. ** O -w é característica de 2a pessoa do singular da voz ativa; por isso aparece aí.

Particípio: tendo sido enviado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

stal-®-nt >

stal¡nt-w >

stal¡ntja > stal¡ntia

stal¡nt >

stal¡nt-*

staleÛw, stal¡ntow

staleÝsa, staleÛshw

stal¡n, stal¡ntow

* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.

Infinitivo: stal-°-nai ser enviado

Adjetivos verbais: stal-tñw, ®, ñn: stal-t¡ow, a, on:

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enviável que deve ser enviado

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a flexão verbal

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Quadro de flexão do futuro passivo em -yhTemas em semivogal (i, u) Indicativo serei desligado

Optativo pudesse/poderia haver de ser desligado

S.

lu-y®-s-o-mai lu-y®-s-e-sai > sú/-ei lu-y®-s-e-tai

lu-yh-s-oÛ-mhn lu-y®-s-oi-so> soio lu-y®-s-oi-to

P.

lu-yh-s-ñ-meya lu-y®-s-e-sye lu-y®-s-o-ntai

lu-yh-s-oÛ-meya lu-y®-s-oi-sye lu-y®-s-oi-nto

D.

lu-y®-s-e-syon lu-y®-s-e-syon

lu-yh-s-0Û-syhn lu-yh-s-oÛ-syhn

Particípio: havendo de ser desligado, que será desligado Tema

Masc.

Fem.

Neutro

lu-yh-s-ñ-meno-

lu-yh-s-ñ-menow

lu-yh-s-o-m¡nh

lu-yh-s-ñ-menon

Infinitivo:

lu-y®-s-e-syai

haver de ser desligado

Nota: A vogal dos verbos denominativos de temas em a, e, o se alonga no aoristo, futuro e perfeito ativos, médios e passivos:

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tim‹-v -

fut. aor. perf.

tim®sv ¤tÛmhsa tetÛmhka

tim®somai ¤timhs‹mhn tetÛmhmai

timhy®somai ¤tim®yhn

fil¡-v -

fut. aor. perf.

fil®sv ¤fÛlhsa pefÛlhka

fil®somai ¤filhs‹mhn pefÛlhmai

filhy®somai ¤fil®yhn

dhlñ-v -

fut. aor. perf.

dhlÅsv ¤d®lvsa ded®lvka

dhlÅsomai ¤dhlvs‹mhn ded®lvmai

dhlvy®somai ¤dhlÅyhn

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489

Futuro passivo dos monossilábicos Tema: ye-, do-, ¥-, sta-.

Indicativo S.

serei colocado

serei dado

serei lançado

serei posto de pé

te-y®-somai

do-y®-somai

¥-y®-somai

sta-y®-somai

te-y®-sesai > sú/ei do-y®-sesai > ú/ei ¥-y®-sesai > ú/ei sta-y®-sesai > ú/ei te-y®-setai

do-y®-setai

¥-y®-setai

sta-y®-setai

te-yh-sñmeya

do-yh-sñmeya

¥-yh-sñmeya

sta-yh-sñmeya

te-y®-sesye

do-y®-sesye

¥-y®-sesye

sta-y®-sesye

te-y®-sontai

do-y®-sontai

¥-y®-sontai

sta-y®-sontai

D. te-y®-sesyon

do-y®-sesyon

¥-y®-sesyon

sta-y®-sesyon

te-y®-sesyon

do-y®-sesyon

¥-y®-sesyon

sta-y®-sesyon

P.

Optativo poderia/pudesse haver de ser S.

P.

D.

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colocado

dado

lançado

posto de pé

te-yh-soÛmhn

do-yh-soÛmhn

¥-yh-soÛmhn

sta-yh-soÛmhn

te-y®-soiso > soio

do-y®-soiso > soio

¥-y®-soiso > soio

sta-y®-soiso > soio

te-y®-soito

do-y®-soito

¥-y®-soito

sta-y®-soito

te-yh-soÛmeya

do-yh-soÛmeya

¥-yh-soÛmeya

sta-yh-soÛmeya

te-y®-soisye

do-y®-soisye

¥-y®-soisye

sta-y®-soisye

te-y®-sointo

do-y®-sointo

¥-y®-sointo

sta-y®-sointo

te-yh-soÛsyhn

do-yh-soÛsyhn

¥-yh-soÛsyhn

sta-yh-soÛsyhn

te-yh-soÛsyhn

do-yh-soÛsyhn

¥-yh-soÛsyhn

sta-yh-soÛsyhn

489

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490

Particípio: havendo de, que haverá de ser Tema Masc. Fem. Neut.

colocado

dado

lançado

posto de pé

te-yh-s-ñ-meno-

do-yh-s-ñ-meno-

¥-yh-s-ñ-meno-

sta-yh-s-ñ-meno-

teyhsñmenow

doyhsñmenow

¥yhsñmenow

stayhsñmenow

teyhsom¡nh

doyhsom¡nh

¥yhsom¡nh

stayhsom¡nh

teyhsñmenon

doyhsñmenon

¥yhsñmenon

stayhsñmenon

Infinitivo: haver de ser colocado

dado

lançado

posto de pé

te-y®-sesyai

do-y®-sesyai

¥-y®-sesyai

sta-y®-sesyai

Quadro de flexão do futuro passivo em -h-sTemas em líquida Indicativo serei enviado

Optativo poderia/pudesse haver de ser enviado

S.

stal-®-s-o-mai stal-®-s-e-sai > sú/-ei stal-®-s-e-tai

stal-h-soÛ-mhn stal-®-s-oi-so > soio stal-®-s-oi-to

P.

stal-h-s-ñ-meya stal-®-s-e-sye stal-®-s-o-ntai

stal-h-s-oÛ-meya stal-®-s-oi-sye stal-®-s-oi-nto

D.

stal-®-s-e-syon stal-®-s-esyon

stal-h-s-oÛ-syhn stal-h-s-oÛ-syhn

Particípio: havendo de ser enviado, que será enviado

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Tema

Masc.

Fem.

Neutro

stal-h-s-ñ-meno

stalhsñmenow

stalhsom¡nh

stalhsñmenon

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Infinitivo:

491

stal-®-s-e-syai

haver de ser enviado

Notas: 1. Todos os verbos de tema em soante-líquida fazem o aoristo e futuro passivos em -h-. 2. A maioria dos verbos que têm o aoristo passivo em -h- não têm um outro em -yh-; alguns, contudo, ao lado de um aoristo em -h- desenvolveram um aoristo em -yh-, como o tema plhg/plag, que tem o duplo ¤-pl‹g-h-n / ¤-pl®x-yh-n. 3. Como se pode notar, o aoristo em -h-, não traz problemas fonéticos, uma vez que a vogal forma sílaba com a consoante temática; outro tanto não acontece com o aoristo em -yh-; o -y-, em contato com as diversas consoantes oclusivas temáticas sofre e provoca um processo de assimilação, quer progressiva quer regressiva. Esse processo já nos é familiar, uma vez que o enfrentamos na flexão nominal de temas em consoante. O quadro abaixo dá o modelo dessa assimilação entre consoantes oclusivas (dentais, labiais, velares) e a característica do aoristo passivo - yh-. Dentais diante de yh* gumnad- > ¤-gumn‹s-yh-n rmot- > ²rmñs-yh-n peiy- > ¤-peÛs-yh-n * Dental, seguida de dental, dissimila-se em -sLabiais diante de yh* trib- > ¤-trÛf -yh-n pemp- > ¤-p¡mf-yh-n kruf- > ¤-kræf-yh-n * Oclusiva sonora ou surda, seguida de aspirada, acomoda-se (contamina-se) e se torna aspirada. Velares diante de yh* prag- > ¤-pr‹x-yh-n fulak- > ¤-ful‹x-yh-n arx- > ³rx-yh-n * Oclusiva sonora ou surda seguida de aspirada acomoda-se (contaminase) e se torna aspirada.

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O perfeito Preliminares 1. O perfeito é uma forma verbal antiga e exprime noção de ato verbal completo, terminado, com idéia de resultado. É a expressão da ação que está completa no presente. Por isso, ele é chamado algumas vezes de “perfeito presente”. Perfeito é aspecto (acabado) e não tempo. Pode-se afirmar daí que o perfeito nos dá a idéia de intransitividade, de estado. Esse é o perfeito em sua forma mais antiga: fica entre a voz ativa e a voz passiva. Há inúmeras formas com esse significado: oäda eu sei (por ter visto) t¡ynhke ele morreu, está morto p¡poiya eu tenho confiança (eu me convenci) §sthka eu estou de pé (eu me pus de pé) p¡fuka eu sou de nascença (naturalmente), eu nasci g¡gona eu nasci, eu sou di¡fyora eu estou perdido Essa noção de estado, de ato acabado, é certamente a origem do redobro 56; isto é, da repetição da consoante inicial do tema-raiz acompanhada da vogal -e. A idéia de estado, de resultativo, de permanência, de presente, nos leva a crer que o perfeito intransitivo, médio, é anterior ao perfeito ativo.

56

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O redobro (consoante repetida acompanhada de -i- ou de -e-) tem certamente um valor semântico, psicológico, enfático: o do infectum, em -i- funciona como alongador do tema verbal monossilábico, como yh > tÛyh-mi, dv > dÛdv-mi, sth > sisth-mi > ásth-mi , gn > gÛgn-o-mai, às vezes, associado a um sufixo alongador como -sk- p. ex.: gnv > gignv-sk-v. O redobro do perfectum em -e- tem um caráter confirmativo, da martelada a mais que damos quando pregamos um prego. Essa martelada “a mais”, às vezes duas, quer dizer: “está pregado”, acabou. É esse, exatamente, o significado do redobro do perfeito.

492

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493

As formas do perfeito nos mostram isso: o perfeito médio, intransitivo e depois passivo se forma basicamente sobre a raiz-tema + redobro + desinências primárias médias. lu- > peiy- > prag- > trib- >

l¡-lu-mai p¡-peis-mai p¡-prag-mai t¡-trim-mai

fui desligado, estou desligado fui convencido, estou convencido fui feito, estou feito fui esmagado, estou esmagado

Como ficou dito no capítulo do aoristo, também no perfeito os temas sofrem alterações fonéticas. dia - fyr- > di-¡-fyor-a/di-¡-fyar-mai te-trib- > t¡-trif-a/t¡-trim-mai

eu destruí/eu fui destruído eu esmaguei/eu fui esmagado

Essas alterações fonéticas acontecem por ação da metafonia (alternância vocálica). Muitas raízes-tema, sobretudo aquelas que formam o aoristo sobre a raiz-tema, sofrem essa alternância (zero/e/o). Em geral, no perfeito prevalece o vocalismo o, com algumas variantes em a (que na verdade é um a epentético) nas raízes em líqüida; o vocalismo do aoristo, em geral, é zero, e o vocalismo do presente (inacabado, infectum) é e. Há também algumas variantes de vocalismo e no aoristo e de vocalismo zero no infectum. Nesses casos o vocalismo zero no infectum vem compensado pelo redobro em -i. Assim: pres. leÛpaor. lipperf. le-loipdeixar Mas: pres. gi-gn aor. genperf. ge-gonvir a ser Note-se que, no segundo caso, o vocalismo zero no infectum (deveria ser “e” e o do aoristo deveria ser zero) teve a compensação pelo redobro em -i. Ao lado do perfeito intransitivo, médio, havia também um perfeito que se construía sobre a raiz-tema, no vocalismo do perfeito, com as desinências secundárias ativas, sem auxílio de nenhuma característica. Assim: ge-gon-n > g¡-gon-a pe-prag-n > p¡praga Do mesmo modo como aconteceu na formação do aoristo sigmático, em que a desinência consonântica -n se vocalizou, em contato com

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a consoante do tema, formando a sílaba -sa, sobre o que se flexionou todo o aoristo ativo e médio, assim também teria acontecido com esse perfeito, que as gramáticas denominam “segundo”: esse -a, que é a vocalização do -n desinencial, formou sílaba com a consoante da raiz-tema e serviu de base para a flexão. Veremos o quadro de flexão mais adiante. Esse perfeito em -a seria o perfeito mais antigo. Na origem tinha um significado intransitivo. Aliás, não é fácil associar a idéia de voz ativa com a idéia do resultado, acabado, perfeito; contudo, em muitos casos, torna-se necessário completar o ato verbal. Como a transitividade ou intransitividade do verbo está no seu conteúdo semântico e na relação do sujeito agente (ou paciente) com o processo verbal e determina a voz ativa ou média, é natural, nos verbos transitivos, ativos ou médios, o complemento ou termo do ato verbal expresso pelo acusativo do objeto direto. À maneira do aoristo com característica forte -s-, a língua grega desenvolveu um perfeito ativo com característica forte -k- que, no indicativo, recebe desinências secundárias. Também aí, a presença do -n desinencial de 1 a pessoa, em contato direto com o k-, forma a sílaba -ka, base para a flexão do indicativo. Note-se, porém, que, nos outros modos, a flexão se faz só sobre a característica k-, ao contrário do que acontece no aoristo sigmático (-sa-). A explicação está, provavelmente, no fato de que o perfeito indicativo ativo sugere uma idéia de tempo no ato verbal, justificando a presença de desinências secundárias e os outros modos do perfeito não. Esse perfeito ativo em -k-, por ser uma marca forte, passa a ser o perfeito paradigmático. Exatamente como aconteceu com o aoristo em s. De qualquer modo, fora do indicativo perfeito, os outros modos do perfeito não têm uma tradução fácil em português, porque associamos sempre uma idéia de tempo à palavra “perfeito”, o que é absolutamente fora de propósito. Assim na voz ativa: Perfeito indicativo = l¡-lu-ka - eu desliguei, eu completei o ato de desligar; Perfeito subjuntivo = le-læ-kv - que eu tenha completado o ato de desligar; Perfeito optativo = le-læ-k-oi-mi - que eu pudesse ter completado o ato de desligar; ou eu poderia ter completado o ato de desligar;

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Perfeito imperativo = le-lu-kÅw, uÝa, ñw àsyi/¦stv - sê/seja numa situação de ter completado o ato de desligar; le-lu-kñtew, uÝaw, ñta ¦ste/ ¦stvn [¦stvsan] - sede/sejam numa situação de terdes completado o ato de desligar; Perfeito particípio = le-lu-kÅw, uÝa, ñw - que está em um estado de ter completado o ato de desligar; Perfeito infinitivo = le-lu-k¡nai - ter completado o ato de desligar 57.

Morfologia do perfeito Constrói-se o perfeito: 1. Sobre o tema verbal puro (aoristo); 2. Com redobro em -e:58 a) nos temas iniciados por consoante, repete-se a consoante inicial, seguida de -e; b) nos temas iniciados por vogal, esse redobro é substituído por um e- que se contrai com a vogal inicial do tema; c) nos temas iniciados por duas consoantes, esse redobro é substituído por um e- só. 3. Na voz ativa: característica -kn > -ka/-a + desinências. secundárias ativas; 4. Na voz média/passiva: desinências primárias médias/passivas, acrescentadas diretamente ao tema.

57

Nos quadros de flexão do perfeito, todas as formas estarão com o correspondente em português. 58 Quando se fala em “redobro”, fala-se da repetição da consoante inicial do tema verbal seguida de -i- (infectum) ou seguida de -e- (perfectum): “redobro em -i-” e “redobro em -e-”. O redobro em “-e-” pode ser substituído pela vogal simples “-e-”.

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Variedades de redobro 1. Tema em consoante inicial: a) nos temas iniciados por oclusiva, repete-se a consoante inicial seguida de -e: tipeiykale-

t¡-ti-k-a p¡-pei-k-a k¡-klh-k-a

t¡-ti-mai p¡peismai k¡-klh-mai

eu honrei/eu fui (estou) honrado eu persuadi/eu fui (estou) persuadido eu chamei/eu fui (estou) chamado

b) se a oclusiva for aspirada, redobra-se a surda correspondente: yufuxri-

t¡-yu-k-a p¡-fu-k-a k¡-xri-k-a

t¡-yu-mai

k¡-xri-mai

eu sacrifiquei/eu fui (estou) sacrificado eu nasci/sou de nascença eu ungi/eu fui (estou) ungido

c) se o tema começa por oclusiva seguida de outra consoante, redobra-se a primeira consoante, seguida de -e: grafg¡-graf-a kleiptp¡-ptv-ka ynt¡-ynh-ka kta/kth-

g¡-gram-mai k¡-klei-mai

k¡-kth-mai

eu gravei/eu fui (estou) gravado eu fui (estou) chamado eu caí, estou caído eu morri, estou morto eu adquiri/eu possuo

d) em alguns casos substitui-se o redobro pelo aumento 59: fyr stelsxgnvsper-

¦-fyor-a ¦-stal-ka ¦-sxh-ka ¦-gnv-ka ¦-spar-ka

eu destruí, eu corrompi eu enviei eu segurei, eu estou numa situação eu tomei conhecimento, eu sei eu espalhei, eu semeei

e) se o tema começa por consoante dupla, também não há redobro, mas aumento: zhtec‹l-

59

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¤-z®th-ka ¦-cal-ka

eu procurei eu puxei (a corda), eu entoei

Esse -e- é chamado de “aumento” por força do hábito e reflete uma visão material da palavra; de fato a forma verbal aumenta. É um substitutivo do redobro nos verbos iniciados por vogal, sibilante e vibrante.

496

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497

f) se o tema começa por r, não há redobro, mas aumento e duplicação do r: =ap- §-rrap-mai > ¦-rram-mai eu costurei, eu amarrei 2. Se o tema começa por vogal, o redobro é compensado pelo aumento em e- mas, contrariamente ao aumento temporal (marca do passado) que é usado só no indicativo, esse aumento, substituto de redobro, se estende para todos os modos: aÞteŽgŽrx-

¾th-ka ·x-a ·rx-a

eu exigi eu conduzi governei

´th-mai ·g-mai ·rg-mai

eu fui (estou) exigido eu fui conduzido eu fui(estou) governado

Nota: em alguns temas iniciados por vogal (a, e, o) seguida de consoante, no ático, redobra-se essa vogal com a consoante que segue (redobro ático). ör- numi

eu surjo (levanto)

ör-vr-a

eu surgi (levantei)

Žkoæ-v

eu ouço

Žk-®ko-a

eu ouvi

ŽleÛf-v

eu unto

Žl-®lif-a

eu untei

¤geÛr-v

eu acordo

¤gr-®gor-a

eu acordei

öz-v

odj-

eu cheiro a

öd-vd-a

eu exalei um cheiro

ôræssv

orugj-

eu cavo

ôr-Årux-a >

eu cavei

(ap)ñllumi

olj-

eu faço perecer,

(ap)ol-lÅle-ka

eu fiz perecer,

eu pereço

(Žp-ñlvl-a)

eu pereci, estou perdido

ôr-Årug-mai

mur05.p65

497

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

498

Quadro de flexão do perfeito VOZ ATIVA Indicativo: eu acabei de, eu completei o ato de desligar desliguei S.

P.

D.

dar dei

colocar coloquei

pôr de pé pus de pé

lançar lancei

l¡-lu-ka

d¡-dv-ka

l¡-lu-ka-w

d¡-dv-ka-w

t¡-yh-ka

§-sth-ka

eå-ka

t¡-yh-ka-w

§-sth-ka-w

eå-ka-w

l¡-lu-ke

d¡-dv-ke

t¡-yh-ke

§-sth-ke

eå-ke

le-læ-ka-men

de-dÅ-ka-men

te-y®-ka-men

¥-st®-ka-men

eá-ka-men

le-læ-ka-te

de-dÅ-ka-te

te-y®-ka-te

¥-st®-ka-te

eá-ka-te

le-læ-ka-si

de-dÅ-ka-si

te-y®-ka-si

¥-st®-ka-si

eá-ka-si

le-læ-ka-ton

de-dÅ-ka-ton

te-y®-ka-ton

¥-st®-ka-ton

eá-ka-ton

le-læ-ka-ton

de-dÅ-ka-ton

te-y®-ka-ton

¥-st®-ka-ton

eá-ka-ton

Subjuntivo: eu tenha completado o ato de, tenha acabado de desligar S.

P.

D.

dar

colocar

pôr de pé

lançar

le-læ-kv*

de-dÅ-kv

te-y®-kv

¥-st®-kv

eá-kv

le-læ-kúw

de-dÅ-kúw

te-y®-kúw

¥-st®-kúw

eá-kúw

le-læ-kú

de-dÅ-kú

te-y®-kú

¥-st®-kú

eá-kú

le-læ-kvmen

de-dÅ-kvmen

te-y®-kvmen

¥-st®-kvmen

eá-kvmen

le-læ-khte

de-dÅ-khte

te-y®-khte

¥-st®-khte

eá-khte

le-læ-kvsi

de-dÅ-kvsi

te-y®-kvsi

¥-st®-kvsi

eá-kvsi

le-læ-kh-ton

de-dÅ-kh-ton

te-y®-kh-ton

¥-st®-kh-ton

eá-kh-ton

le-læ-kh-ton

de-dÅ-kh-ton

te-y®-kh-ton

¥-st®-kh-ton

eá-kh-ton

* O subjuntivo se constrói sobre o tema do perfeito (com redobro ou equivalente) + característica do perfeito ativo -k- + característica do subjuntivo v, h, h, v, h, v, + desinências primárias: -v, -si, -ti. -men, -te, -nti.

mur05.p65

498

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

499

Quadro demostrativo da flexão do perfeito do subjuntivo S.

le-læ-k-v > le-læ-k-h-si > le-læ-k-h-ti >

P.

le-læ-k-v-men > le-læ-k-h-te > le-læ-k-vnti >

D.

lelækv lelækhi/ú > lelækhsi >

lelækhiw/úw lelækhi/ú

lelækvnsi >

lelækvmen lelækhte lelækvsi

le-læ-kh-ton > le-læ-kh-ton >

lelækhton lelækhton

Optativo: eu poderia/ pudesse ter acabado o ato de

S.

P.

D.

desligar

dar

colocar

pôr de pé

lançar

le-læ-k-oi-mi

de-dÅ-k-oi-mi

te-y®-k-oi-mi

¥-st®-k-oi-mi

eá-k-oi-mi

le-læ-k-oi-w

de-dÅ-k-oi-w

te-y®-k-oi-w

¥-st®-k-oi-w

eá-k-oi-w

le-læ-k-oi

de-dÅ-k-oi

te-y®-k-oi

¥-st®-k-oi

eá-k-oi

le-læ-k-oi-men

de-dÅ-k-oi-men

te-y®-k-oi-men

¥-st®-k-oi-men eá-k-oi-men

le-læ-k-oi-te

de-dÅ-k-oi-te

te-y®-k-oi-te

¥-st®-k-oi-te

eá-k-oi-te

le-læ-k-oi-e-n

de-dÅ-k-oi-e-n

te-y®-k-oi-e-n

¥-st®-k-oi-e-n

eá-k-oi-e-n

le-læ-k-oi-ton

de-dÅ-d-oi-ton te-y®-k-oi-ton ¥-st®-k-oi-ton eá-k-oi-ton

le-lu-k-oÛ-thn

de-dv-k-oÛ-thn te-yh-k-oÛ-thn ¥-sth-k-oÛ-thn eß-k-oÛ-thn

Imperativo Singular: sê tu/seja (esteja) ele numa situação (estado) de ter acabado o ato de 2a pessoa 3a pessoa desligar dar colocar pôr de pé lançar

mur05.p65

le-lu-kÅw, le-lu-kuÝa, lelukñw de-dv-kÅw, de-dv-kuÝa, de-dv-kñw te-yh-kÅw, te-yh-kuÝa, te-yh-kñw ¥-sth-kÅw, ¥-sth-kuÝa, ¥-sth-kñw eß-kÅw, eß-kuÝa, eß-kñw

499

àsyi àsyi àsyi àsyi àsyi

¦stv ¦stv ¦stv ¦stv ¦stv

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

500

Plural: sede vós / sejam (estejam) eles numa situação (estado) de ter acabado o ato de desligar, dar, colocar, pôr de pé, lançar 2a pessoa

3a pessoa

desligar

le-lu-kñtew, le-lu-kuÝai, le-lu-kñta

¦ste

¦atvn (¦stvsan)

dar

de-dv-kñtew, de-dv-kuÝai, de-dv-kñta

¦ste

¦stvn (¦stvsan)

colocar

te-yh-kñtew, te-yh-kuÝai, te-yh-kñta

¦ste

¦stvn (¦stvsan)

pôr de pé

¥-sth-kñtew, ¥-sth-kuÝai, ¥-sth-kñta

¦ste

¦stvn (¦stvsan)

lançar

eß-kñtew, eß-kuÝai, eß-kñta

¦ste

¦stvn (¦stvsan)

razão.

Muitas gramáticas não registram o imperativo perfeito ativo. E têm

É muito difícil pensar em imperativo, que encerra uma idéia de eventualidade, que pode ser uma ordem, mas, de conformidade com o tom e o conteúdo do enunciado, pode ser uma exortação, uma permissão, um pedido perfectum, pois o fato comandado é posterior à emissão da ordem ou conselho e é incompatível com a noção do acabado, resultativo. É, pois, uma forma artificial.

Particípio: que está numa situação de ter acabado o ato de desligar, que desligou, que completou o ato de desligar, dar, colocar, pôr de pé, lançar Tema

le-lu-kñt-

de-dv-kñt-

te-yh-kñt-

¥-sth-kñt-

eß-kñt-

Masc.

le-lu-kÅw

de-dv-kÅw

te-yh-kÅw

¥-sth-kÅw

eß-kÅw

Fem.

le-lu-kuÝa-aw

de-dv-kuÝa-aw te-yh-kuÝa-aw ¥-sth-kuÝa-aw eß-kuÝa-aw

Neut.

le-lu-kñw

de-dv-kñw

te-yh-kñw

¥-sth-kñw

eß-kñw

Infinitivo: ter acabado o ato de

mur05.p65

desligar

dar

colocar

pôr de pé

lançar

le-lu-k-¡-nai

de-dv-k-¡-nai

te-yh-k-¡-nai

¥-sth-k-¡-nai

eß-k-¡-nai

500

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

501

Mais-que-perfeito VOZ ATIVA Indicativo: eu desligara, eu tinha acabado o ato de

S.

P.

desligar

dar

colocar

pôr de pé

lançar

¤-le-læ-kein*

¤-de-dÅ-kein

¤-te-y®-kein

¥-st®-kein

eá-kein

¤-le-læ-keiw

¤-de-dÅ-keiw

¤-te-y®-keiw

¥-st®-keiw

eá-keiw

¤-le-læ-kei

¤-de-dÅ-ke

¤te-y®-kei

¥-st®-kei

eá-kei

¤-le-læ-kei-men

¤-de-dÅ-kei-men

¤-te-y‘®-kei-men ¥-st®-kei-men eá-kei-men

¤-le-læ-kei-te

¤-de-dÅ-kei-te

¤-te-y®-kei-te

¤-le-lu-kei-san** ¤-de-dÅ-kei-san ¤-te-y®-kei-san D.

¥-st®-kei-te

eá-kei-te

¥-st®-kei-san á-kei-san

¤-le-læ-kei-ton

¤-de-dÅ-kei-ton ¤-te-y®-kei-ton

¥-st®-kei-ton eá-kei-ton

¤-le-lu-keÛ-thn

¤-de-dv-keÛ-thn ¤-te-yh-keÛ-thn

¥-sth-keÛ-thn eß-keÛ-thn

* As três pessoas do singular também se encontram flexionadas assim: ¤-le-læ-kh-n ¤-le-læ-khw ¤—le-læ-kh

¤-de-dÅ-kh-n ¤-de-dÅ-khw ¤-de-dÅ-kh

¤-te-y®-kh-n ¤-te-y®-khw ¤-te-y®-kh

¥-st®-kh-n ¥-st®-khw ¥-st®-kh

eá-kh-n eá-khw eá-kh

** Esta forma também se encontra em outra variante: ¤-le-læ-ke-san

¤-de-dÅ-ke-san

¤-te-y®-ke-san ¥-st®-ke-san

eá-ke-san

Nota: O mais-que-perfeito é o passado do perfeito. Por isso, além do redobro (ou os substitutos do redobro) do perfeito, ele tem o aumento eque é a marca do passado. O mais-que-perfeito, que exprime um passado, só pode existir no indicativo.

mur05.p65

501

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

502

VOZ MÉDIA / PASSIVA

Indicativo Voz média: eu acabo de desligar, de dar, de colocar, de pôr de pé, de lançar para mim; Voz passiva: eu acabo de ser, eu fui, eu estou desligado, dado, colocado, posto de pé, lançado. desligado

dado

colocado

posto de pé

lançado

S.

l¡-lu-mai l¡-lu-sai l¡-lu-tai

d¡-do-mai d¡-do-sai d¡-do-tai

t¡-ye-mai t¡-ye-sai t¡-ye-tai

§-sta-mai* §-sta-sai §-sta-tai

eå-mai eå-sai eå-tai

P.

le-læ-meya l¡-lu-sye l¡-lu-ntai

de-dñ-meya d¡-do-sye d¡-do-ntai

te-y¡-meya t¡-ye-sye t¡-ye-ntai

¥-st‹-meya §-sta-sye §-sta-ntai

eá-meya eå-sye eå-ntai

D.

l¡-lu-syon l¡-lu-syon

d¡-do-syon d¡-do-syon

t¡-ye-syon t¡-ye-syon

§-sta-syon §- sta-syon

eå-syon eå-syon

* As formas do perfeito médio ou passivo desse verbo são teoricamente possíveis, mas, por razões semânticas, não são usadas. Nos outros modos deixaremos de registrá-las.

mur05.p65

502

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

503

Subjuntivo

S.

P.

D.

S.

P.

D.

mur05.p65

Voz média

Voz passiva

le-lu-m¡now, h

Î

tenha acabado de desligar para mim

tenha sido/esteja desligado*

le-lu-m¡now, h

Âw

tenhas acabado de desligar para ti

tenhas sido/estejas desligado

le-lu-m¡now, h

Â

tenha acabado de desligar para si

tenha sido/esteja desligado*

le-lu-m¡noi, ai

Îmen

tenhamos desligado para nós

tenhamos sido/estejamos desligados

le-lu-m¡noi, ai

·te

tenhais desligado para vós

tenhais sido/estejais desligados

le-lu-m¡noi, ai

Îsi

tenham desligado para si tenham sido/estejam desligados

le-lu-m¡nv, a, v

·ton

tenhais os dois desligado para vós

(os dois) tenhais sido/ estejais desligados

le-lu-m¡nv, a, v

·ton

tenham os dois desligado para si

(os dois) tenham sido/ estejam desligados

Voz média

Voz passiva

de-do-m¡now, h

Î

tenha dado para mim

tenha sido/esteja dado

de-do-m¡now, h

Âw

tenhas dado para ti

tenhas sido/estejas dado

de-do-m¡now, h

Â

tenha dado para si

tenha sido/esteja dado

de-do-m¡noi, ai

Îmen

tenhamos dado para nós

tenhamos sido/estejamos dados

de-do-m¡noi, ai

·te

tenhais dado para vós

tenhais sido/estejais dados

de-do-m¡noi, ai

Îsi

tenham dado para si

tenham sido/estejam dados

de-do-m¡nv, a, v

·ton

tenhais os dois dado para vós

(os dois) tenhais sido/ estejais dados

de-do-m¡nv, a, v

·ton

tenham os dois dado para si

(os dois) tenham/ estejam sido dados

503

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

504

Voz média S.

P.

D.

S.

P.

D.

Voz passiva

te-ye-m¡now, h

Î

tenha colocado para mim tenha sido/esteja colocado

te-ye-m¡now, h

Âw

tenhas colocado para ti

tenhas sido/estejas colocado

te-ye-m¡now, h

Â

tenha colocado para si

tenha sido/esteja colocado

te-ye-m¡noi, ai

Îmen

tenhamos colocado para nós

tenhamos sido/ estejamos colocados

te-ye-m¡noi, ai

·te

tenhais colocado para vós tenhais sido/ estejais desligados

te-ye-m¡noi, ai

Îsi

tenham colocado para si

tenham sido/ estejam colocados

te-ye-m¡nv, a, v

·ton

tenhais os dois colocado para vós

(os dois) tenhais sido/ estejais colocados

te-ye-m¡nv, a, v

·ton

tenham os dois colocado para si

(os dois) tenham sido/ estejam colocados

Voz média

Voz passiva

eß-m¡now, h

Î

tenha lançado para mim tenha sido/esteja lançado

eß-m¡now, h

Âw

tenhas lançado para ti

tenhas sido/estejas lançado

eß-m¡now, h

Â

tenha lançado para si

tenha sido/esteja lançado

eß-m¡noi, ai

Îmen

tenhamos lançado para nós

tenhamos sido/ estejamos lançados

eß-m¡noi, ai

·te

tenhais lançado para vós tenhais sido/estejais lançados

eß-m¡noi, ai

Îsi

tenham lançado para si

tenham sido/estejam lançados

eß-m¡nv, a, v

·ton

tenhais os dois lançado para vós

(os dois) tenhais sido/ estejais lançados

eß-m¡nv, a, v

·ton

tenham os dois lançado para si

(os dois) tenham sido/ estejam lançados

* Foi a partir das formas do perfeito que a língua grega começou a construir formas analíticas: o imperativo perfeito ativo, visto acima, o subjuntivo perfeito médio ou passivo, no quadro acima, e o optativo perfeito passivo, a seguir.

mur05.p65

504

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

505

Optativo

S.

P.

D.

S.

P.

D.

Voz média

Voz passiva

le-lu-m¡now

eàhn

pudesse, poderia ter acabado de desligar para mim

pudesse, poderia ter sido/ estar desligado

le-lu-m¡now

eàhw

pudesses, poderias ter acabado de desligar para ti

pudesses, poderias ter sido/ estar desligado

le-lu-m¡now

eàh

pudesse, poderia ter acabado de desligar para si

pudesse, poderia ter sido /estar desligado

le-lu-m¡noi,ai,a

eämen

pudéssemos, poderíamos ter pudéssemos, poderíamos ter acabado de desligar para nós sido/estar desligados

le-lu-m¡noi,ai,a

eäte,

pudésseis, poderíeis ter acabado de desligar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar desligados

le-lu-m¡noi,ai,a

eäen

pudessem, poderiam ter acabado de desligar para si

pudessem, poderiam ter sido/ estar desligados

le-lu-m¡nv,a,v

eàthn / pudésseis, poderíeis ter acaeÞ®thn bado de desligar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar desligados

le-lu-m¡nv,a,v

eàthn / pudessem, poderiam ter pudessem, poderiam ter sido/ eÞ®thn acabado de desligar para vós estar desligados

de-do-m¡now,h,on eàhn

pudesse, poderia ter acabado pudesse, poderia ter sido/ de dar para mim estar dado

de-do-m¡now,h,on eàhw

pudesses, poderias ter acabado de dar para ti

pudesses, poderias ter sido/ estar dado

de-do-m¡now,h,on eàh

pudesse, poderia ter acabado de dar para si

pudesse, poderia ter sido/ estar dado

de-do-m¡noi,ai,a

eämen

pudéssemos, poderíamos ter acabado de dar para nós

pudéssemos, poderíamos ter sido/estar dados

de-do-m¡noi,ai,a

eäte

pudésseis, poderíeis ter acabado de dar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar dados

de-do-m¡noi,ai,a

eäen

pudessem, poderiam ter aca- pudessem, poderiam ter sido/ bado de dar para si estar dados

de-do-m¡nv, a, v eàthn / pudésseis, poderíeis ter acaeÞ®thn bado de dar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar dados

de-do-m¡nv, a, v eàthn / pudessem, poderiam ter aca- pudessem, poderiam ter sido/ eÞ®thn bado de dar para si estar dados

mur05.p65

505

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

506

S.

P.

D.

Voz média

Voz passiva

te-ye-m¡now, h,on eàhn

pudesse, poderia ter acabado de colocar para mim

pudesse, poderia ter sido/ estar colocado

te-ye-m¡now, h,on eàhw

pudesses, poderias ter acabado de colocar para ti

pudesses, poderias ter sido/ estar colocado

te-ye-m¡now, h,on eàh

pudesse, poderia ter acabado de colocar para si

pudesse, poderia ter sido/ estar colocado

te-ye-m¡noi ai,a

eämen

pudéssemos poderíamos ter pudéssemos, poderíamos ter acabado de colocar para nós sido/estar colocados

te-ye-m¡noi, ai,a

eäte

pudésseis, poderíeis ter acabado de colocar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar colocados

te-ye-m¡noi, ai,a

eäen

pudessem, poderiam ter acabado de colocar para si

pudessem, poderiam ter sido/ estar colocados

te-ye- m¡nv, a, v eàthn/ pudésseis, poderíeis ter acaeÞ®thn bado de colocar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar colocados

te-ye- m¡nv, a, v eàthn/ pudessem, poderiam ter aca- pudessem, poderiam ter sido/ eÞ®thn bado de colocar para si estar colocados

S.

P.

D.

mur05.p65

eß-m¡now,h,on

eàhn

pudesse, poderia ter acabado de lançar para mim

pudesse, poderia ter sido/ estar lançado

eß-m¡now,h,on

eàhw

pudesses, poderias ter acabado de lançar para ti

pudesses, poderias ter sido/ estar lançado

eß-m¡now,h,on

eàh

pudesse, poderia ter acabado de lançar para si

pudesse, poderia ter sido/ estar lançado

eß-m¡noi, ai,a

eämen

pudéssemos, poderíamos ter acabado de lançar para nós

pudéssemos, poderíamos ter sido/estar lançados

eß-m¡now,h,on

eäte

eß-m¡now,h,on

eäen

pudésseis, poderíeis ter acabado de lançar para vós pudessem, poderiam ter acabado de lançar para si

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar lançados pudessem, poderiam ter sido/ estar lançados

eß-m¡nv, a, v

eàthn / pudésseis, poderíeis ter acaeÞ®thn bado de lançar para vós

pudésseis, poderíeis ter sido/ estar lançados

eß-m¡nv, a, v

eàthn / pudessem, poderiam ter eÞ®thn acabado de lançar para si

pudessem, poderiam ter sido/ estar lançados

506

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

507

Imperativo Voz média:

Singular Plural

sê tu / seja ele sede vós/sejam eles numa situação de ter acabado de desligar, dar, colocar, lançar para ti/ele/vós/eles

Voz passiva: Singular Plural

sê tu / seja ele sede vós/sejam eles numa situação de estar desligado, dado, colocado, lançado; estejas/esteja, fica/fique desligado, dado, colocado, lançado

S.

P.

D.

desligar

dar

colocar

lançar

2a 3a

l¡-lu-so le-læ-syv

d¡-do-so de-dñ-syv

t¡-ye-so te-y¡-syv

eå-so eå-syv

1a 2a 3a

l¡-lu-sye le-læ-syvn

d¡-do-sye de-dñ-syvn

t¡-ye-sye te-y¡-syvn

eå-sye eá-syvn

C. S.

l¡-lu-syon le-læ-syvn

d¡-do-syon de-dñ-syvn

t¡-ye-syon te-y¡-syvn

eå-syon eá-syvn

1a

Particípio* Voz média: que completou o ato de desligar, dar, colocar, lançar para si Voz passiva: que foi desligado, está desligado, dado, colocado, lançado le-lu-m¡now,h,on

de-do-m¡now,h,on

te-ye-m¡now,h,on

eß-m¡now,h,on

* O particípio perfeito médio/passivo é paroxítono; (tem a penúltima sílaba tônica: -m¡now, h, on, diferentemente dos outros particípios em -menow, h, on (infectum médio/passivo e aoristo e futuro médios), que têm a penúltima átona. Essa tonicidade mais forte tem algo a ver com o significado do particípio perfeito, acabado, resultativo, de estado presente resultante.

mur05.p65

507

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

508

Infinitivo Voz média: ter completado o ato de desligar, dar, colocar, lançar para si Voz passiva: ter sido desligado, estar desligado, dado, colocado, lançado le-læ-syai

de-dñ-syai

te-y¡-syai

eå-syai*

* Também no infinitivo perfeito médio e passivo a tonicidade na penúltima (poderia ser na antepenúltima) tem a ver com o significado de estado final, resultativo.

Mais-que-perfeito Indicativo Voz média: eu tinha completado o ato de desligar, dar, colocar, lançar para mim Voz passiva: eu tinha sido desligado, eu estava desligado, dado, colocado, lançado

mur05.p65

S.

¤-le-læ-mhn ¤-l¡-lu-so ¤-l¡-lu-to

¤-de-dñ-mhn ¤-d¡-do-so ¤-d¡-do-to

¤-te-y¡-mhn ¤-t¡-ye-so ¤-t¡-ye-to

eá-mhn eå-so eå-yo

P.

¤-le-læ-meya ¤-l¡-lu-sye ¤-l¡-lu-nto

¤-de-dñ-meya ¤-d¡-do-sye ¤-d¡-do-nto

¤-te-y¡-meya ¤-t¡-ye-sye ¤-t¡-ye-nto

eá-meya eå-sye eå-nto

D.

¤-l¡-lu-syon ¤-le-læ-syhn

¤-d¡-do-syon ¤-de-dñ-syhn

¤-t¡-ye-syon ¤-te-y¡-syhn

eå-syon eá-syhn

508

22/01/01, 11:38

a flexão verbal

509

Particularidades fonéticas do sistema do perfeito VOZ ATIVA: 1. Os verbos denominativos de tema em vogal (a-e-o) alongam essa vogal no perfeito e mais-que-perfeito: Presente do Infectum tim‹-v poi¡-v dhlñ-v

eu honro eu faço eu revelo

Perfeito

Mais-que-perfeito

te-tÛmh-ka pe-poÛh-ka de-d®lv-ka

¤-te-tim®- kein ¤-pe-poi®-kein ¤-de-dhlÅ-kein

2. Os verbos de tema em dental (t-d-y) perdem essa dental antes do -k. peÛy-v eu persuado p¡-pei-ka ¤-pe-peÛ-kein ceæd-v eu engano p¡-ceu-ka ¤-pe-ceæ-kein Podemos incluir nesse grupo alguns verbos que formam o infectum, inacabado, com sufixos -tv e -yv. Estes verbos, em geral, têm uma variante sem o t ou o y, de modo que, no perfeito e aoristo, nos verbos em -tv/yv, essa dental cai antes do -s e do -k; e, nos verbos da variante sem essas dentais, o aoristo e perfeito se fazem naturalmente. Infectum næv / nutv* Žræv / Žrætv pl®yv (pÛm-plh-mi) pr®yv (pÛm-prh-mi)

eu termino eu esgoto eu encho eu incho

Aoristo

Perfeito

Mais-que-perfeito

´nu-sa ³ru-sa ¦-plh-sa ¦-prh-sa

´nu-ka ³ru-ka p¡-plh-ka p¡-prh-ka

²næ-kein ±ræ-kein ¤-pepl®-kein ¤-pepr®-kein

* Há uma variante não ática de vogal não aspirada. Notas: 1. Nem sempre os verbos que no infectum, inacabado, têm o tema em ttv/-ssv e zv (-izv -azv-ozv) são verbos de tema em dental. Na realidade são temas de inacabado formados com o sufixo -j-, sobre temas em velares ou dentais, e o perfeito se constrói sobre o tema verbal puro, isto é, sobre o tema do aoristo.

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Tema

Perfeito

play-

play-j-v >

pl‹ssv (tt)

eu fabrico, moldo

p¡-play-a p¡-plaka

prag-

prag-j-v >

pr‹ssv

eu faço

p¡-prag-a p¡-praxa

frik-

frik- j-v >

frÛssv (tt)

estremeço, arrepio

p¡-frik-a

ôrux

ôrux- j-v >

ôræssv (tt)

eu cavo, escavo

Êrux-a

2. Também os temas em -pt- no infectum, inacabado, nem sempre são em dental: são, de fato, temas verbais puros, em labial (tema do aoristo): klep-j-v > blab-j-v > kruf-j-v > kuf-j-v > kñp-j-v >

kl¡pt-v bl‹pt-v kræpt-v kæpt-v kñpt-v

eu roubo eu prejudico eu escondo eu me abaixo eu bato

k¡-klop-a b¡blaf-a/b¡-blhf-a k¡-kruf-a k¡-kuf-a k¡-kof-a

Como vimos acima, alguns desses verbos de tema em labial e vogal temática e fazem alternância em o no perfeito ativo. 3. Os temas em líquida/soante não levam o sufixo do infectum, inacabado para o perfeito, porque o perfeito se constrói sobre o tema verbal puro, isto é, o tema do aoristo e o constroem quer em -k- quer em -a: T. fan T. fan T. man/mhn T. kten/kton

fan-jv > fan-jomai man-jomai > kten-jv >

faÛn-v faÛnomai maÛn-o-mai Žpo-kteÛn-v

eu mostro, revelo eu surjo, apareço eu estou furioso eu mato

p¡-fag-k-a p¡-fhn-a m¡-mhn-a Žp-¡kton-a

Também nos temas em nasal a alternância vocálica não é rara. 4. Alguns verbos de tema em vogal sofrem no infectum, inacabado, um alargamento por intermédio da nasal -n-/ne, que permanece só no infectum, inacabado. O aoristo e o perfeito constroem-se sobre o tema puro. T. duT. tiT. fyaT. ßkT. kuT. ¤la-

dæ-n-v tÛ-n-v fy‹-n-v ßk-ne-omai ku-n¡-v ¤la-æn-v

eu mergulho eu pago eu antecipo eu venho eu beijo eu empurro

¦-du-sa ¦-ti-sa ¦-fya-sa ßk-ñ-mhn ¦-ku-sa ³-la-sa

d¡-du-ka t¡-ti-ka ¦-fya-ka åg-mai k¡-ku-ka ¤-l®-la-ka

Os temas em -n: faÛnv - m¡nv - n¡mv serão tratados junto com os outros temas em líquida: fyeÛrv - st¡llv.

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5. Os verbos de tema em oclusiva labial ou velar (p-b-/k-g-), surdas ou sonoras, aspiram a oclusiva e absorvem o -k. Os temas em oclusiva labial ou velar aspirada absorvem o -k e mantêm a aspiração. Em alguns desses verbos de tema em labial nota-se a alternância da vogal do tema: e/o presente/perfeito ativo. Presente trÛb-v p¡mp-v diÅk-v g-v gr‹f-v ôrætt-v (x-jv) tr¡p-v

eu trituro eu envio eu persigo eu conduzo eu escrevo eu cavo eu viro

Perfeito

mais-que-perfeito

¡-trif-a p¡-pomf-a de-dÛvx-a ·x-a g¡-graf-a Êrux-a t¡-trof-a

¤-te-trÛf-ein ¤-pe-pñmf-ein ¤-de-diÅx-ein ³x-ein ¤-ge-gr‹f-ein Èræx-ein ¤-tetrñf-ein

6. Os verbos de tema em líqüida constroem o perfeito sobre o tema do aoristo, naturalmente: aggelfan kri(n-) ar-(ar-j-v)

anuncio revelo, apareço julgo pego, ergo

³ggel-ka p¡-fag-ka k¡-kri-ka ·r-ka

³ggel-mai p¡-fas-mai* k¡-kri-mai ·r-mai

* Alguns temas mantêm a nasal no perfeito; nesses casos há uma dissimilação n > s antes de -m. eu me manifestei, p¡-fan-mai >

apareço p¡-fas-mai p¡-fan-sai p¡-fan-tai

pe-f‹n-meya > p¡-fan-tai > pe-fan-m¡noi eÞsÛ >

pe-f‹s-meya p¡-fas-ye pef‹natai ou pe-fas-m¡noi eÞsÛn

7. Nos verbos de raízes com oclusiva+líqüida, desenvolve-se um -a- epentético antes da líqüida: fyr stl tn

¦-fyar-ka ¦-stal-ka t¡-tn-ka > t¡-ta-ka*

eu destruí ¦-fyar-mai eu enviei ¦-stal-mai eu estiquei t¡-tn-mai > t¡-ta-mai*

eu fui (estou) destruído, corrompido eu fui (estou) enviado eu fui (estou) esticado (tenso)

* O que houve, neste caso, foi a vocalização do -n depois da consoante.

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O mesmo acontece na formação do aoristo passivo, que eles fazem em -h-. fyr stl tn

¤fy‹r-hn ¤st‹l-hn ¤t‹n-hn

eu fui destruído eu fui enviado eu fui esticado, tendido

8. Em outros temas em líquida (m-, n-, l-), uma vogal de ligação -hfacilita a flexão. nem-

ne-n¡m-h-ka ne-n¡m-h-mai

eu distribuí eu fui, estou distribuído

men-

me-m¡n-h-ka

eu permaneci, eu fiquei

yn-

t¡-yn-h-ka

eu morri, estou morto

bl/bal

b¡-bl-h-ka b¡-bl-h-mai

eu atirei eu fui (estou) atirado

9. Os verbos (apo-) yn¹skv (eu morro) e ásthmi (eu estou, me ponho de pé), além das formas normais em -kn > ka, têm outras mais antigas, reduzidas, sem essa característica, mas que são bastante usadas. São as seguintes: Žpo-yn¹skv Indicativo: te-yn-®-ka-men te-yn-®-ka-si Imperativo: não usada id. Optativo: Infinitivo:

t¡-yn-a-men

nós morremos, estamos mortos

te-yn--si/ teyn‹konti

eles morreram, estão mortos

t¡-yn-a-yi

sê (estejas) morto

teyn-‹-tv

id.

te-yn-a-Ûh-n

estaria, estivesse morto

id.

te-yn-a-Ûh-w

estarias, estivesses morto

te-yn-h-k¡-nai

te-yn-‹-nai

estar morto

Particípio: te-yn-h-kÅw-kñtow te-yn-e-Åw, ñtow

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te-yn-h-kuÝa-aw

te-yn-e-Çsa, Åshw

te-yn-h-kñw

te-yn-e-ñw, ñtow

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que está morto, morto

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á-sth-mi - eu estou de pé Indicativo: ¥-st®-ka-men

§-sta-men

pusemo-nos, estamos de pé

¥-st®-ka-te

§-sta-te

puseste-vos, estais de pé

¥-st®-ka-si

¥-st-si/§-sta-n

puseram-se, estão de pé

Imperativo: não usada

§-sta-yi

de pé, fica de pé

id.

¥-st‹tv

de pé, fique de pé

id.

§-sta-te

de pé, ficai de pé

Subjuntivo: ¥-st®-k-v-men

¥-stÇ-men

fiquemos, estejamos de pé

¥-st®-k-v-si

¥-stÇ-si

fiquem, estejam de pé

Optativo:

¥-st®-k-oi-mi

¥-sta-Ûh-n

eu ficaria, pudesse ficar de pé

Infinitivo:

¥-sth-k-¡-nai

¥-st‹-nai

ter ficado, estar de pé

Particípio: ¥-sth-k-Åw,kñtow ¥-stÅw,ñtow

de pé, que ficou, está de pé

¥-sth-k-uÝa,aw

¥-stÇsa,shw

¥-sth-k-ñw,ñtow

¥-stñw,ñtow (¥-stÇw)

+ que Perf.: eß-st®-k-eisan

§-sta-san

eles tinham ficado, estavam de pé

Perfeitos de flexão especial com alternância e/o 1. T id- > oäda: eu vi > eu sei

S.

P.

D.

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Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

eu vi/eu sei

eu saiba

eu soubesse, saberia

sabe /sabei

o-äd-a

e-Þd-Ç

e-Þde-Ûh-n

o-äd-ya > o-äs-ya

e-Þd-»-w

e-Þd-e-Ûh-w

àd-yi > às-yi

o-äd-e

e-Þd-»

e-Þd-e-Ûh

àd-tv > às-tv

àd-men > às-men

e-Þd-Ç-men

e-Þd-e-Ý-men

àd-te > às-te

e-Þd-°-te

e-Þd-e-Ý-te

àd-te > às-te

àd-nti > àdati > àd-asi

e-Þd-Ç-si

e-Þd-e-Ý-en

àd-tvn > às-tvn

àd-ton > àston

e-Þd-°-ton

e-Þd-e-Ý-thn

às-ton

àd-ton > àston

e-Þd-°-ton

e-Þd-e-Ý-thn

às-tvn

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Particípio: sabendo, sabedor Tema

Masc.

Fem.

Neutro

eÞdñt-

e-Þd-Åw, e-Þdñt-ow

e-Þd-uÝa, aw

e-Þd-ñw, e-Þdñt-ow

Infinitivo:

e-Þd-¡-nai

saber

Adjetivo verbal: que se pode saber (sabível): que se deve saber (ser sabido):

Þd-tñw > Þd-t¡ow >

Þs-tñw, ®, ñn Þs-t¡ow, a, on

Notas: 1. O vocalismo o só aparece no indicativo singular; no plural é o vocalismo zero. 2. A segunda pessoa do indicativo singular, -ya, é uma antiga desinência, -sya/ya, que aparece em algumas formas antigas, como ·sya, eras e ¦fhsya, dizias. A 2 a pessoa do singular tem a marca -s-. 3. Alguns gramáticos costumam derivar, do tema do perfeito, um futuro eàsomai ( < e-id-s-o-mai ) e também formas de um “subjuntivo com vogal breve”: eàdomen (A 363), eàdete (Y 18). Cremos que são formas derivadas do tema do aoristo, refeitas com vocalismo e e com o s do futuro para eàsomai. Quanto às formas eàdomen, eàdete, na voz ativa, são mais difíceis de explicar do que pÛomai, eu beberei (vou beber), que os dicionários registram também como “subjuntivo com vogal breve”. Na medida em que o futuro é um eventual como o subjuntivo, às vezes não é fácil encontrar o limite entre um e outro. Para o grego, praticamente não havia diferença, porque o futuro é um modo (desiderativo > eventual). Em português, desde cedo, aprendemos que o futuro é um tempo. Não é. Veja outras explicações no capítulo do futuro. 4. O subjuntivo e o optativo se constroem sobre um tema eÞdh (futuro eÞd®sv).

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Subjuntivo S.

P.

D.

eÞd®-v > eÞd®-h-si > eÞd®-h-ti >

eÞd¡v > eÞd¡hsi > eÞd¡hti >

eÞd®-v-men > eÞd®-h-te > eÞd®-v-nti >

eÞd¡vmen > eÞd¡hte > eÞd¡vnti >

eÞd®-h-ton > eÞd®-h-ton >

eÞd¡hton > eÞd¡hton >

eÞd°si > eÞd°ti >

eÞdÇ eÞd°i > eÞd°si >

eÞd°iw/eÞd»w eÞd°i/eÞd»

eÞdÇnti >

eÞdÇmen eÞd°te eÞdÇnsi >

eÞdÇsi

eÞd°ton eÞd°ton

Optativo S.

eÞdh-Ûh-n > eÞdh-Ûh-si > eÞdh-Ûh-ti >

eÞdeÛhsi > eÞdeÛhti >

eÞdeÛhn eÞdeÛhw > eÞdeÛsi >

P.

eÞdh-Ûh-men > eÞdh-Ûh-te > eÞdh-Ûh-san>

eÞdeÛhmen > eÞdeÛhte > eÞdeÛhsan >

eÞdeÛhmen eÞdeÛhte eÞdeÛhsan

D.

eÞdh-ih-ton > eÞdh-Ûh-ton >

eÞdeÛhton > eÞdeÛhton >

eÞdeÛhton eÞdeÛhton

eÞdeÛhw eÞdeÛ°i >

eÞdeÛ°

No optativo, houve apenas a abreviação da vogal temática longa h- diante do -i- longo da característica do optativo. Mais-que-perfeito: eu tinha visto > eu sabia S.

P.

¤-eid-ein >

¾d-ei-n ¾d-ei-s-ya Âd-ei

/ ¾d-h / ¾d-h-s-ya / ¾d-h

¾d-ei-men ¾d-ei-te ¾d-e(i)-san

/ Âs-men / Âs-te / Â-san

D.

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/ ¾d-hw

Âs-thn Âs-thn

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Nota: As formas do mais-que-perfeito são bastante normais: o tema é eid-, e com o aumento: e-eid > úd-/hid-. As desinências são normais, sem o -k- (-kein/-khn // -ein/-hn) e -san na terceira pessoa do plural. Na segunda pessoa do singular, à semelhança do perfeito, a desinência é -s-ya.

2. eàkv - ¦oika - ¤Ðkein

S.

P.

D.

Indicativo perfeito

Mais-que-perfeito

eu pareço, tenho a imagem de

eu parecia, eu tinha a imagem de

¦-oik-a

¤-Ðk-ein / ¤-Ðk-h >

¦-oik-aw

¤-Ðk-eiw / ¤-Ðk-úw >

¾-keiw

¦-oik-e

¤-Ðk-ei / ¤-Ðk-ú >

¾-kei

¤-oÛk-amen

¤-Ðk-eimen / ¤-Ðk-hmen >

¾k-eimen

¤-oÛk-ate

¤-Ðk-eite / ¤-Ðk-hte >

¾k-eite

¤-oÛk-asi / eàkasi

¤-Ðk-eisan / ¤-Ðk-hsan >

¾k-eisan

¤-oÛk-aton

¤-Äk-eÛthn

¼k-eÛthn

¤-oÛk-aton

¤-Äk-eÛthn

¼k-eÛthn

ático

¾-kein

Particípio: que parece Tema ¤oikñt-/eÞkñt¤oikuÝa-/eÞkuÝa¤oikñt-/eÞkñt-

Masculino Feminino Neutro

Infinitivo:

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¤-oik-Åw/eÞkÅw-kñtow ¤-oik-uÝa, aw/eÞkuÝa ¤-oik-ñw/eÞkñw-kñtow

¤-oik-¡-nai /¤-ik-¡nai parecer

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Voz média / passiva A construção da voz média (e passiva) não apresenta grandes dificuldades. Basta acrescentar ao tema verbal (tema do aoristo) o redobro da primeira consoante ou seu equivalente, no caso dos temas iniciados por vogal ou duas consoantes, juntar as desinências primárias médias, sem vogal de ligação, e respeitar as normas fonéticas. prag- > lu- > trib- > peiy- > do- > ye- > ¥- >

p¡-prag-mai l¡-lu-mai t¡-trib-mai > t¡-trim-mai p¡-peiy-mai > p¡-peis-mai d¡-do-mai ‘t¡-ye-mai ¥-e-mai > eå-mai

eu fui (estou) feito eu fui (estou) desligado eu fui (estou) esmagado eu fui (estou) convencido eu fui (estou) dado eu fui (estou) colocado, posto eu fui (estou) lançado

Como se vê, em alguns casos, a ausência da vogal de ligação põe em contacto as consoantes do tema com as consoantes das desinências, de pontos de articulação diferentes. A língua resolve esses casos pelo processo de assimilação.

Tema em labial trib- eu fui esmagado, estou esmagado

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S.

t¡-trib-mai > t¡-trib-sai > t¡-trib-tai >

t¡-trim-mai1 t¡-tric-ai2 t¡-trip-tai3

P.

te-trÛb-meya > te-trib-sye > t¡-trib-ye > te-trib-m¡noi eÞsÛn tetrib-n-tai >

te-trÛm-meya t¡-trif-ye4 te-trim-m¡noi eÞsÛn te-trÛba-tai5

D.

t¡-trib-syon > t¡-trib-yon > t¡-trib-syon > t¡-trib-yon >

t¡-trif-yon t¡-trif-yon

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1. 2. 3. 4.

Oclusiva labial, antes de m assimila-se: bm > mm. Oclusiva labial mais s > c: bs, ps, fs > c. Oclusiva sonora, antes de oclusiva surda assimila-se bt > pt. s, entre consoantes oclusivas, sofre síncope: bsy > by; oclusiva surda ou sonora, antes de oclusiva aspirada, assimila-se: by > fy. 5. A forma mais comum é a analítica: particípio e verbo ser. Mas a variante sintética, resultante da vocalização do -n- entre consoantes: tetrib-n-tai > tetrÛbatai encontra-se com freqüência em Heródoto, Hipócrates (dialeto jônico) e nos líricos.

Tema em dental peiy- eu fui persuadido, estou persuadido S.

p¡-peiy-mai > p¡-peiy-sai > p¡-peis-sai > p¡-peiy-tai >

p¡-peis-mai1 p¡-pei-sai2 p¡-peis-tai3

P.

pe-peÛy-meya > p¡-peiy-sye > p¡-peiy-ye > p¡-peiy-ntai > pe-peiy-m¡noi eÞsÛn pe-peis-m¡noi eÞsÛn

pe-peÛs-meya p¡-peis-ye4

D.

p¡-peiy-syon > p¡-peiy-yon > p¡-peiy-syon>p¡-peiy-yon >

pe-peÛy-atai/pepeÛsatai5 p¡-peis-yon p¡-peis-yon

1. Oclusiva dental, antes de m, suaviza-se: ym > sm; 2. Oclusiva dental, antes de s, assimila-se: ys, ds, ts > ss, depois ss > s; 3. Oclusiva dental, antes de outra dental, suaviza-se: yt > st; 4. s, entre consoantes oclusivas, sofre síncope: ysy > yy; oclusiva dental, antes de outra oclusiva dental, suaviza-se: yy > sy; 5. Ver nota 5 nos temas em labial.

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519

Tema em velar prag- eu fui feito, estou feito S.

p¡-prag-mai p¡-prag-sai > p¡-prag-tai >

p¡-prag-mai p¡-praj-ai1 p¡-prak-tai2

P.

pe-pr‹g-meya p¡-prag-sye>p¡-prag-ye > p¡prag-ntai > pe-prag-m¡noi eÞsÛn pe-prag-m¡noi eÞsÛn

pe-pr‹g-meya p¡-prax-ye3

D.

p¡-prag-syon> p¡-prag-yon > p¡-prag-syon> p¡-prag-yon >

pepr‹gatai4 p¡-prax-yon p¡-prax-yon

1. Oclusiva velar mais s > j; gs, ks. xs > j; 2. Oclusiva sonora, antes de oclusiva surda, assimila-se: gt > kt; Também acontece o contrário (surda > sonora): oclusiva surda, antes de oclusiva sonora, assimila-se: pe-fælak-mai > pe-fælag-mai; a anterior se assimila à posterior; 3. O s, entre consoantes oclusivas, sofre síncope: gsy > gy; a seguir, a consoante oclusiva, surda ou sonora, antes de aspirada, assimila-se: gy > xy (no caso em tela a oclusiva é sonora). 4. Ver nota 5 dos verbos em oclusiva labial. Essa é a flexão do indicativo. Os mesmos acidentes fonéticos podem acontecer em toda a flexão e sempre serão resolvidos da mesma maneira. Nos temas em vogal nada disso acontece.

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Perfeito dos temas em vogal Indicativo: eu fui/estou

S.

P.

D.

dado

feito

honrado

revelado

d¡-do-mai

pe-poÛh-mai

te-tÛmh-mai

de-d®lv-mai

d¡-do-sai

pe-poÛh-sai

te-tÛmh-sai

de-d®lv-sai

d¡-do-tai

pe-poÛh-tai

te-tÛmh-tai

de-d®lv-tai

de-dñ-meya

pe-poi®-meya

te-tim®-meya

de-dhlÅ-meya

d¡-do-sye

pe-poÛh-sye

te-tÛmh-sye

de-d®lv-sye

d¡-do-ntai

pe-poÛh-ntai

te-tÛmh-ntai

de-d®lv-ntai*

d¡-do-syon

pe-poÛh-syon

te-tÛmh-syon

de-d®lv-syon

d¡-do-syon

pe-poÛh-syon

te-tÛmh-syon

de-d®lv-syon

* Essas formas sintéticas dos verbos de tema em vogal, apesar de foneticamente viáveis, são pouco usadas. A construção analítica de particípio passivo + verbo auxiliar, comentadas nos verbos de tema em oclusivas (ver a nota 5 dos temas em labial), por serem mais cômodas e mais concretas, embora mais longas, passaram a ser mais usadas e aos poucos substituíram completamente as sintéticas. de-do-m¡noi eÞsÛ

pe-poih-m¡noi eÞsÛ

te-timh-m¡noi eÞsÛ

de-dhlv-m¡noi eÞsÛ

Outros modos do perfeito médio / passivo Subjuntivo tenha sido dado/esteja dado S. P. D.

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dedom¡now, h, on dedom¡noi, ai, a dedom¡nv, a, v

520

Î, Îmen, ·ton,

Âw, ·te, ·ton

 Îsin

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521

tenha sido feito/esteja feito S. P. D.

pepoihm¡now, h, on pepoihm¡noi, ai, a pepoihm¡nv, a, v

Î, Îmen, ·ton,

Âw, ·te, ·ton

 Îsin

Î, Îmen, ton,

Âw, ·te, ton

 Îsin

Î, Îmen, ton,

Âw, ·te, ton

 Îsin

tenha sido honrado/esteja honrado S. P. D.

tetimhm¡now, h, on tetimhm¡noi, ai, a tetimhm¡nv, a, v tenha sido revelado/esteja revelado

S. P. D.

dedhlvm¡now, h, on dedhlvm¡noi, ai, a dedhlvm¡nv, a, v

Optativo poderia/pudesse ter sido dado/estar dado S. P. D.

dedom¡now, h, on dedom¡noi, ai, a dedom¡nv, a, v

eàhn, eàhmen/eämen, eàhton/eäton,

eàhw, eàh eàhte/ eäte, eàhsan/eäen eàthn

poderia/pudesse ter sido feito/ estar feito S. P. D.

pepoihm¡now, h, on pepoihm¡noi, ai, a pepoihm¡nv, a, v

eàhn, eàhmen/eämen, eàhton/eäton,

eàhw, eàh eàhte/eäte, eàhsan/eäen eàthn

poderia/pudesse ter sido honrado/estar honrado S. P. D.

tetimhm¡now, h, on tetimhm¡noi, ai, a tetimhm¡nv, a, v

eàhn, eàhmen/eämen, eàhton/eäton,

eàhw, eàh eàhte/eäte, eàhsan/eäen eàthn

poderia/pudesse ter sido revelado/estar revelado S. P. D.

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dedhlvm¡now, h, on dedhlvm¡noi, ai, a dedhlvm¡nv, a, v

521

eàhn, eàhmen/eämen, eàhton/eäton,

eàhw, eàh eàhte/eäte, eàhsan/eäen eàthn

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522

Imperativo S.: sê/estejas tu, seja/esteja (fique) ele num estado de ter sido/estar dado

feito

honrado

revelado

d¡-do-so de-dñ-syv

pe-poÛh-so pe-poi®-syv

te-tÛmh-so te-tim®-syv

de-d®lv-so de-dhlÅ-syv

P.: sede/estejais vós, sejam/estejam (fiquem) eles num estado de ter sido/estar dados

feitos

honrados

revelados

d¡-do-sye de-dñ-syvn

pe-poÛh-sye pe-poi®-syvn

te-tÛmh-sye te-tim®-syvn

de-d®lv-sye de-dhlÅ-syvn

D.: sede/estejais (os dois) dados

feitos

honrados

revelados

de-dñs-yon de-dñ-syvn

pe-poi°-syon pe-poi®-syvn

te-tim°-syon te-tim®-syvn

de-dhlÇ-syon de-dhlÅ-syvn

Particípio: que foi/que está dado

feito

honrado

revelado

de-do-m¡now, h, on

pe-poih-m¡now, h, on

te-timh-m¡now, h, on

de-dhlv-m¡now, h, on

Infinitivo: ter sido/estar

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dado

feito

honrado

revelado

de-dñ-syai

pe-poi°-syai

te-tim°-syai

de-dhlÇ-syai

522

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a flexão verbal

523

Mais-que-perfeito médio / passivo: tinha sido/estava desligado

dado

colocado

lançado

S.

¤-le-læ-mhn ¤-l¡-lu-so ¤-l¡-lu-to

¤-de-dñ-mhn ¤-d¡-do-so ¤-d¡-do-to

¤-te-yeÛ-mhn ¤-t¡-yei-so ¤-t¡-yei-to

eá-mhn eå-so eå-to

P.

¤-le-læ-meya ¤-l¡-lu-sye ¤-l¡-lu-nto

¤-de-dñ-meya ¤-d¡-do-sye ¤-d¡-do-nto

¤-te-yeÛ-meya ¤-t¡-yei-sye ¤-t¡-yei-nto

eá-meya eå-sye eå-nto*

D.

¤-l¡-lu-syon ¤-le-læ-syhn

¤-d¡-do-syon ¤-de-dñ-syhn

¤-t¡-yei-syon ¤-te-yeÛ-syhn

eå-syon eá-syhn

* Como aconteceu com as formas sintéticas de 3a pessoa do plural do perfeito passivo, também no mais-que-perfeito passivo elas se encontram freqüentemente construídas analiticamente com particípio passivo + verbo auxiliar. le-lu-m¡noi ·san

de-do-m¡noi ·san

te-ye-m¡noi ·san

eß-m¡noi ·san

Nota: O mais-que-perfeito exprime uma ação completa no passado. Pode ser definido como o passado do perfeito, num paralelismo com o imperfeito que é o passado do presente.

Verbos que têm só o perfeito Alguns verbos, por razões semânticas, só têm o tema do perfeito, como acontece com outros, que só têm o tema do inacabado (f¡rv) ou só o do aoristo (fag-). Algumas gramáticas apresentam-nos como “formas de perfeito com significado de presente”. São os seguintes (entre outros): dænamai eu posso ¤pÛstamai eu sei gamai eu admiro, estou admirado

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a flexão verbal

524

k‹yhmai ¸mai keÝmai ¦ramai kr¡mamai

eu estou sentado eu estou sentado, pousado (arc.) eu estou deitado eu amo, estou tomado de amor estou suspenso, dependurado

Esses verbos podem ter formas do passado: basta acrescentar-lhes um aumento e desinências secundárias. Naturalmente serão “formas do mais-que-perfeito com significado de imperfeito”. eu posso

eu podia

S.

dæna-mai dæna-sai dæna-tai

¤-dun‹-mhn ¤-dæna-so > ao > v ¤-dæna-to

P.

dun‹-meya dæna-sye dæna-ntai

¤-dun‹-meya ¤-dæna-sye ¤-dæna-nto

D.

dæna-syon dæna-syon

¤-dæna-syon ¤-dun‹-syhn

Mas não são problemas meramente formais; são semânticos, e por serem verbos de uso constante, desenvolveram outras formas compatíveis com seu significado, analogicamente, dentro das características morfo-sintáticas da língua.

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Žga-

gamai ±g‹mhn Žg‹somai ±gas‹mhn ±g‹syhn

eu estou admirado, admiro eu estava admirado, admirava (estado) eu admirarei (fato pontual futuro) eu admirei (pontual pas.: aoristo) eu fiquei admirado/fui admirado (fato pontual passado)

duna-

dænamai dun®somai dænvmai dunaÛmhn dænaso

tenho a possibilidade, capacidade de, eu posso eu poderei, estarei em condições de eu possa, eu poderei (eventual: desiderativo) eu poderia, eu pudesse (fato potencial) pode tu (imperativo)

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dænasyai ¤dun‹mhn ¤dunas‹mhn ¤dun‹syhn/ ¤dun®yhn/±dun®yhn

poder, estar em condições de eu estava em condições de eu estive em condições de (fato pontual passado) eu estive em condições de fato pontual

¤pi-sta- ¤pÛstamai ±pist‹mhn ¤pist®somai

eu sei (por experiência) eu sabia, estava em situação de saber estarei em situação de saber

¤ra-

estou tomado de amor eu estava tomado de amor eu estive tomado de amor (fato pontual) eu estive tomado de amor (fato pontual)

¦ramai/ ³rasmai ±r‹mhn ±ras‹mhn ±r‹syhn

São formas analógicas construídas sobre o tema do perfeito como se fosse infectum. O verbo ¤pÛstamai - eu sei (por experiência), para as outras formas do perfeito, serve-se do modelo ástamai.-eu estou de pé; ásthmi eu ponho de pé.

S

P

D

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

estou de pé

esteja de pé

poderia/ pudesse estar de pé

fica/ficai de pé

á-sta-mai

ß-st‹-v- mai > Ç-mai*

ß-sta-Û-mhn

á-sta-sai

ß-st‹-h-sai > »**

ß-sta-Û-so > aÝo

á-sta-so (ástv)

á-sta-tai

ß-st‹-h tai > °-tai

ß-sta-Ý-to

ß-st‹-syv

ß-st‹-meya

ß-sta-Å-meya > Ç-meya

ß-sta-Û-meya

á-sta-sye

ß-st‹-h-sye > °-sye

ß-sta-Ý-sye

á-sta-sye

á-sta-ntai

ß-st‹-v-ntai > Ç-ntai

ß-sta-Ý-nto

ß-st‹-syvn

á-sta-syon

ß-st‹-h-syon > °-syon

ß-sta-Û-syhn

á-sta-syon

á-sta-syon

ß-st‹-h-syon > °-syon

ß-sta-Û-syhn

ß-st‹-syvn

* O subjuntivo se constrói sobre o tema sta- + vogal longa característica, v, h, h, v, h, v e desinências primárias; daí as formas contratas: ** ß-st‹-h-sai > ß-st‹-h-ai > ßst‹hi > ßst» / ßst°i.

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Particípio: de pé, estando de pé, que está de pé: ßst‹-menow,h,on Infinitivo:

estar de pé: ásta-syai

Mais-que-perfeito: estava de pé S.

ß-st‹-mhn á-sta-so á-sta-to

P.

ß-st‹-meya* á-sta-sye* á-sta-nto

D.

ß-st‹-syhn ß-st‹-syhn

* Essas duas formas são iguais às do perfeito; só o contexto poderá distinguir-lhes o significado. Além das formas acima, poderemos encontrar alguns desses verbos flexionados no aoristo com o sufixo passivo -yh-, mas com significado intransitivo, médio. (Ver o quadro de flexão do aoristo passivo). É um problema semântico complexo em que entram: • o significado do verbo “pôr, pôr-se, estar de pé”; • o significado da voz média, em que o sujeito está envolvido no ato verbal; • e o significado da voz passiva, em que o sujeito é receptáculo, paciente do ato verbal. Isto não acontece só com ásthmi, ástamai, mas também com os principais verbos que, pelo significado, são classificados de verbos que “só têm o perfeito”. Na medida em que o perfeito é uma situação acabada no presente (perfeito = presente), desenvolveu-se uma flexão analógica, como vimos na página 524. Algumas dessas formas são iguais às do aoristo (p. 525). São formas tardias, refeitas, e o aoristo indicativo significa o ato pontual. Sobre ele construiu-se também um futuro, que, embora com característica de passivo, mantém o significado intransitivo. O quadro é o seguinte:

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Aoristo:

S.

P.

D.

Indicativo pôs-se de pé

Subjuntivo ponha-se de pé

Optativo poderia/pudesse por-se de pé

Imperativo põe-te, ponde-vos de pé

¤-st‹-yh-n ¤-st‹-yh-w ¤-st‹-yh

sta-yÇ* sta-y»-w sta-y»

sta-ye-Ûh-n sta-ye-Ûh‘w sta-ye-Ûh

st‹-yh-ti sta-y¡-tv

¤-st‹-yh-men ¤-st‹-yh-te ¤-st‹-yh-san

sta-yÇ- men sta-y°-te sta-yÇ-si

sta-ye-Ûh-men 60 sta-ye-Ûh-te sta-ye-Ûh-san

st‹-yh-te sta-y¡-ntvn

¤-st‹-yhn ¤-st‹-yhn

sta-y°-ton sta-y°-ton

sta-ye-Ûh-ton sta-ye-i®-thn

st‹-yh-ton sta-y®-tvn

* As formas do subjuntivo passivo (médio) são construídas com o sufixo -yh- e vogal longa característica do subjuntivo. Na seqüência de duas vogais longas, a anterior se abrevia e depois é absorvida pela longa remanescente, o que resulta em formas contratas.

Quadro demonstrativo da flexão do subjuntivo: sta-y®-v > sta-y®-h-si > sta-y®-h-ti > sta-y®-v-men > sta-y®-h-te > sta-y®-v-nti > sta-y°-h-ton > sta-y°-ton >

60

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sta-y¡-v > sta-yÇ sta-y¡-h-si > sta-y°i > stay°iw/»w sta-y¡-h-ti > sta-y°-ti > sta-y°si > stay°i/» sta-y¡-v-men > stayÇmen sta-y¡-h-te > stay°te sta-y¡-v-nti > stayÇnti > stayÇnsi > stayÇsi sta-y¡-h-ton stay°ton sta-y¡-h-ton stay°ton

Há variantes com a característica do optativo -i-: stayeÝmen, stayeÝ-te, stayeÝsan, stayeÛthn, stayeÛthn.

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Particípio: tendo-se posto de pé, tendo sido posto de pé Tema

Masc.

Fem.

Neutro

sta-yh-nt > stay¡nt-*

stay¡nt-w > stayeÛw-y¡ntow

stayent-ja > stayeÝsa-shw

stay¡nt- > stay¡n-y¡ntow

* Uma vogal longa, seguida de soante + oclusiva, abrevia-se. Infinitivo: pôr-se de pé sta-y°-nai

Futuro Indicativo: eu me porei de pé, serei posto de pé, estarei de pé sta-y®-s-omai, ú, etai, ñmeya, esye, ontai Subjuntivo: é o do aoristo Optativo: poderia/pudesse haver de me pôr de pé/ser posto, estar de pé sta-yh-so-Û-mhn, soio, soito, soÛmeya, soisye, sointo Imperativo: não é possível Particípio: havendo de se pôr de pé, de ser posto de pé, que será posto de pé, que estará de pé sta-yh-s-ñ-menow, h, on Infinitivo: haver de se pôr de pé, de estar de pé sta-y®-s-e-syai

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a flexão verbal

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Futuro Anterior Exprime um estado, um ato acabado no futuro, isto é, um resultado futuro. Emprego raro. É o perfeito (aspecto e não tempo) transferido para o futuro, uma antecipação de um ato acabado. Por exprimir uma situação, um estado a partir do qual se fará alguma coisa, o futuro do perfeito se constrói, naturalmente, sobre o tema do perfeito. Na voz ativa, constrói-se com o particípio perfeito ativo, em função predicativa, e futuro de eänai: pepraxÆw ¦somai: eu terei feito, estarei numa situação de ter feito Na voz média, também: pepragm¡now ¦somai: eu terei feito para mim, estarei numa situação de ter feito para mim. Na voz passiva, constrói-se, como na voz média, com o particípio perfeito passivo e o futuro do verbo eänai: pepragm¡now ¦somai: estarei numa situação de estar feito. Há também a construção sintética do futuro anterior na voz ativa e média, com significado de estado futuro, sobre o tema do perfeito, acrescentando-se a característica do futuro -s- e desinências primárias médias. p¡praxa k¡klaka d¡dhka

pepragkekladedh-

pepr‹jomai kekl®somai ded®setai

eu terei realizado eu terei sido chamado ele estará preso (Plat., Rep., 3612)

Não confundir com o futuro passivo, construído sobre o tema do aoristo: de-y®-s-e-tai: ele será preso. Apenas dois verbos (ásthmi: eu ponho de pé e yn®skv: eu morro) constroem um futuro anterior sobre o tema do perfeito ativo: §sthka eu me pus de pé, estou de pé ¥st®jv eu estarei de pé, terei ficado de pé t¡ynhka eu morri, estou morto teyn®jv eu terei morrido, estarei morto ¥st®jv parƒ aétñn: (Aristof., Lis., 654) - eu estarei de pé ao lado dele. teyn®jeiw: (Aristof., Vesp., 654) - Tu serás/estarás (um homem) morto.

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os invariáveis: preposições

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Os invariáveis preposições, conjunções, partículas, advérbios Preposições O sistema de flexão nominal, isto é, o relacionamento de dependência e de determinação dos nomes entre si (complemento nominal, epíteto, adjunto adnominal, aposto) e entre nomes e verbos (atributo-predicativo, objeto direto, indireto: termo do ato verbal), todos eles expressos pelas ptÅseiw - casus - casos, foram se enfraquecendo, sobretudo nas relações concretas de espaço, tempo e modo, enfim, em todas as relações concretas, que costumamos chamar de adverbiais ou circunstanciais. A língua grega lançou mão então de um grupo de palavras fixas, invariáveis, que significavam espaço e, por metáfora, tempo, sobretudo espaço e tempo relativos. Inicialmente podemos identificar um número pequeno delas (cerca de 18), que passaram a chamar-se: proy¡seiw - praepositiones - preposições. Mera denominação formal, descritivista, porque elas acrescentavam ao significado verbal (ação ou estado) a relação espacial e se colocavam em geral antes do verbo. Mas esse uso se generalizou por ser cômodo: dava maior precisão e concretude às relações de espaço e tempo, a tal ponto que essas “préposições” passaram a ser sentidas e usadas como se estivessem coladas aos temas verbais, formando palavras compostas; passaram então a ser denominadas, novamente pelo modelo formalista-descritivista, de prevérbios; mas essa última denominação é mais recente; não é dos gramáticos gregos. É dos gramáticos modernos e traz mais malefícios do que benefícios, uma vez que atribui à preposição-advérbio uma função meramente formal, quase esvaziada de significado. Ora, os gregos não entendiam as-

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sim, isto é, coladas, fundidas com o tema verbal; tanto é que para exprimir o passado, serviram-se do aumento ¤- anteposto ao tema verbal, e, nos verbos compostos, esse aumento figura entre a preposição/prevérbio e o verbo. Isso mostra que identificavam significado nas duas partes. Além disso, freqüentemente, quando querem enfatizar o significado contido na preposição, os autores a separam, “de-compondo” o verbo “com-posto”: separam novamente a preposição-advérbio do verbo, restabelecendo o valor individual de cada um. Isto significa que os dois elementos da composição tinham e têm significados próprios. Essa mobilidade da preposição, colocando-se antes do verbo, colada ou depois dele, separada, os gramáticos a chamam de tmese = corte. Exemplos: tòn aét‹delfon ¤n t‹fÄ tiyeÝsa [¤ntiyeÝsa]1 colocando o próprio irmão no túmulo tñnde ¤w tafŒw ¤gÆ y®sv [eÞsy®sv taf‹w] 2 este, eu mesma colocarei na sepultura [levarei à] Os exemplos acima nos fazem deduzir uma “regra de regência” dos verbos compostos, tão a gosto de alguns gramáticos e professores. Na verdade não há regra de regência: no primeiro exemplo, o locativo se faz necessário, porque é essa a relação que está no significado de ¤n [dentro de - imóvel]; no segundo exemplo o mesmo verbo vem associado à idéia contida em ¤w / eÞw, acusativo de direção [para dentro de]. Essa “regra” de que não há regra de regência não tem exceção, porque não é regra! Restabelece apenas a relação lógica, orgânica, funcional, semântica entre os elementos do enunciado. Os casos são expressões formais dessas relações.

1

2

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Nos verbos “com-postos” podemos identificar dois complementos: o da preposição-advérbio, isto é, o locativo, e o do verbo “colocar” no acusativo. A mesma observação da nota anterior: apenas muda a relação de lugar; agora é “para onde”, com acusativo. O verbo é o mesmo e o complemento é o mesmo: acusativo.

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Os casos são determinados pelas relações espaciais ou temporais que as preposições/prevérbios trazem ao tema verbal. Na verdade tudo é comandado pelo significado e pela função. Veremos isso com mais detalhes quando tratarmos individualmente das preposições. Algumas gramáticas (J. Humbert) dividem as preposições em “preposições propriamente ditas”, as que se associam a temas verbais ou nominais e então elas passam a ser “prevérbios”, e “preposições impropriamente ditas”, as que permanecem com seu significado adverbial e não se prestam a composições, isto é, não se tornam “prevérbios”. É importante salientar também que o processo de composição é simples: no caso de preposição (prevérbio) + verbo, o prevérbio se antepõe aos temas verbais, com as adaptações fonéticas convencionais, como ficou demostrado no parágrafo que trata do aumento na formação do passado (p. 351), e, no caso de preposição+tema nominal, o procedimento é o mesmo e as desinências (das funções) se acrescentarão ao tema nominal puro. Trataremos, em primeiro lugar, das “preposições propriamente ditas”, isto é, das preposições que podem servir de prevérbios. Faremos isso num bloco só, porque consideramos que essa distinção é meramente formalista-descritivista e induz ao erro seguinte: conforme o caso que a preposição “rege”, ela adquire um significado diferente, embora próximo. Não é verdade. Não há alteração de significado. Há apenas um processo de metaforização: o significado adquire coloração diferente segundo o plano e a relação espacial em que a preposição é usada. Veremos isso nas preposições que “regem” mais de um caso. Na verdade, todas as preposições são antigos advérbios de significado espacial. Esse significado não muda na sua base; o que dá idéia de mudança é o uso metafórico, figurado, ou a sua associação com o significado dos temas verbais. Por exemplo: par‹ significa exatamente: ao lado de excluída a idéia de dentro de. Os atenienses enviam embaixadores à corte persa, isto é, para junto do rei parŒ tòn basil¡a (acusativo de direção); mas a relação expressa na expressão junto de / a, se refere ao rei, e não ao palácio ou à cidade (metonímia). Pode também já haver uma embaixada ateniense junto ao rei, na corte persa, parŒ tÒ basileÝ (o locativo se refere à idéia de lugar onde, imóvel, estático, ou dativo se se quer insistir na idéia de lateralidade).

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Os atenienses podem também receber embaixadores da Pérsia, da corte persa, do rei da Pérsia, isto é da parte do rei, de junto de, parŒ toè basil¡vw (genitivo de origem, de separação, genitivo-ablativo). Por esse exemplo podemos constatar que o significado da preposição se manteve: junto a, ao lado de; o que mudou foram as relações: • lugar onde > locativo; ou lateralidade > dativo; • lugar para onde > acusativo de direção; • lugar de onde > genitivo de origem. É evidente que nem sempre traduzimos literalmente, linearmente, par‹ por ao lado de; há muitas opções de traduções conotativas [na corte de, na casa de etc.]; mas elas nunca devem se afastar do significado primeiro, original, concreto: ao lado de. Mesmo no emprego metafórico, figurado, podemos reconstituir, seguindo os vários níveis da metáfora, o significado original, concreto, espacial. Daremos a seguir, em ordem alfabética, as principais preposições, dando prioridade ao significado primeiro, concreto, espacial. Incluiremos também nessa lista as que muitos gramáticos chamam de “preposições impropriamente ditas”, porque, na opinião deles, não se prestam a composição com verbos. De um modo geral, são advérbios (como todas as preposições são), mas que não enfocam em si mesmas o desenvolvimento da relação espacial (onde, de onde, para onde), embora essas relações estejam no significado. São formas nominais, são antigos casos que se petrificaram e priviligiam a relação de complemento limitativo, restritivo. A razão de entrarem no rol das preposições é que elas têm um significado relativo e precisam de complemento (limitativo, determinativo, restritivo) que estão neste ou naquele caso; o mais freqüente é o genitivo.

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†Ama Juntamente, ao mesmo tempo. É uma idéia de acompanhamento (comitativo), mas que, na relação paralela, não implica em um movimento, é uma simultaneidade, um paralelismo, pode ser espacial ou temporal. Por isso, a designação de “dativo instrumental” não tem sentido; no instrumental o ato verbal passa pelo objeto inerte (instrumento ou meio). Podemos então identificar no significado de ‘ma ou um dativo, que é o mais certo, ou um locativo (imobilidade na simultaneidade, lugar onde). Dativo comitativo. Locativo. Pode vir também empregado isoladamente; sem “regência”, e significa, ao mesmo tempo, simplesmente advérbio. ‘ma tÒ ²lÛÄ duom¡nÄ eÞw tŒw ¤ggut‹tv kÅmaw katesk®nvsen (Xen., An., 2, 2, 16) ao pôr do Sol [juntamente com o sol se pondo], (Clearco) acampou pelas aldeias que estavam mais perto. ¤k dƒ ¦feron zugñdesmon ‘ma zugÒ ¤nne‹phxu (V, 270) junto com o jugo [a parelha] (eles), levavam uma correia de nove côvados. ‘mƒ ²m¡rú diafvskoæsú (Hdt., 3, 86) junto com o dia clareando / clareante [ao clarear o dia]. ‘ma tÒ sÛtÄ Žkm‹zonti ¤str‹teusan eÞw t¯n ƒAttik®n (Tuc., 3, 1, 1) junto com o trigo amadurecendo, eles fizeram a expedição contra a Ática [ao mesmo tempo que o trigo amadurecia]. ‘ma toÝw ƒAntandrÛoiw toè teÛxouw ti ¤pet¡lesan (Xen., 2, 66, 1) eles completaram algo da muralha, junto com os habitantes de Antandros [em companhia de].

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ƒAmfÛ - de mfv, ambos, os dois (lat. ambo). O -i é do locativo; os dois lados do cadáver, lutando pelos despojos - genitivo de limitação espacial, daí, por causa de, em torno de: Locativo: posição imóvel. Acusativo de expansão espacial. oã d¢ pros¹esan pollÒ yoræbÄ ŽmfÜ Ïn eäxon diaferñmenoi (Xen., An., IV, 5, 1) [os bárbaros] avançavam com muito barulho disputando em torno do que seguravam [arrancavam-se mutuamente, cada um de um lado da presa] (genitivo). ŽmfÜ porfur¡vn p¡plvn... jÛfh sp‹santew (Eur., Or., 1427) [eles] tendo tirado as espadas de dentre as vestes de púrpura [as vestes estão dos dois lados da espada] (genitivo). diaf¡resyai ŽmfÛ tinow entrar em disputa a propósito de alguma coisa [ou pessoa] [dos dois lados] (genitivo). lñgow ŽmfÛ tinow discurso a respeito [sobre, em torno de algo/alguém, dos dois lados] (genitivo). ŽmfÜ t°w pñlevw sobre a cidade, no que diz respeito à cidade [falando dos dois lados] (genitivo). Sarp®donow Žmfim‹xesyai (P, 496) combater por Sarpédon [dos dois lados de] (genitivo). KaustrÛou ŽmfÜ =¡eyra...potÇntai (B, 461) de cada lado [ao longo de cada lado: acus. de extensão] das torrentes do Cáustrio voam [as aves]. toçw ŽmfÜ g°n ¦xontaw, (Xen., Ec., 6, 7) os que se ocupam da terra [que se mantêm nela e em torno dela] (acus. de extensão). peltastaÜ ŽmfÜ toçw disxilÛouw, (Xen., An., 1, 2, 9) por volta de dois mil peltastas (acus. de extensão).

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ŽmfÜ d¢ s¢ TrÄaÛ... klaæsontai (S, 339) em torno de ti [dos dois lados] troianas chorarão (acus. de extensão, relação). sull¡getai tò str‹teuma ŽmfÜ tòn Paktvlñn, (Xen., Cir., 6, 2, 11) o exército se reúne ao longo do Páctolo [às margens, dos dois lados] (acus. de extensão). katalamb‹nousi toçw fælakaw ŽmfÜ pèr kayhm¡nouw, (Xen., An., 4, 2, 5) eles surpreendem (agarram) os vigias sentados em torno do fogo (acus. de extensão). ·n ŽmfÜ ŽgorŒn pl®yousan, (Xen., An., 1, 8, 1) era por volta [na hora] de o mercado se enchendo [em que o mercado se enchia] (acus. de extensão). Žfiknoèntai eÞw prÇton staymòn ŽmfÜ m¡shn nækta (Xen., Intend., 4, 43) eles chegam à primeira parada por volta da meia noite (acus. de extensão). Žp¡xei taèta tŒ teÛxh Žpƒ Žll®lvn ŽmfÜ tŒ ¥j®konta st‹dia (Xen., Cir, 7, 1, 1) essas fortificações distam entre si por volta de 60 estádios (acus. de extensão). eänai ŽmfÜ tŒ ßer‹ (Xen., Ec., 6, 7) estar ocupado dos rituais [em torno, às voltas com os sacrifícios, envolvido com] (acus. de extensão). ŽmfÜ t¯n pñlin em volta da cidade (acus. de extensão). ŽmfÜ t¯n SikelÛan pela Sicília (acus. de extensão). ŽmfÜ deÛlhn pela tarde, por volta de (acus. de extensão). ŽmfÜ toèton tòn xrñnon por esse tempo (acus. de extensão).

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tŒ ŽmfÜ tòn spñron, tŒ ŽmfÜ t¯n futeÛan ¤pÛstasyai, (Xen. Ec., XIX, 1) ter conhecimento em relação à semeadura e ao plantio [o que se refere a: acus. de extensão]. ¤peyæmhsen õ d°mow ...¤nn¡a strathgoçw ...toçw ŽmfÜ Yr‹sullon kaÜ ƒErasinÛdhn ŽpokteÝnai, (Xen., Mem., 1, 1, 18) o povo desejou matar [condenar à morte] nove comandantes da companhia de Trásilo e Erasinides. [em torno de, em volta de: acus. de extensão]. †Hliow m¡son oéranòn Žmfibeb®kei, (Y, 68) O sol já tinha percorrido meio céu [mais ou menos, por volta de: acus. de extensão]. ƒAxaioÜ ¦stasan ŽmfÜ Menoiti‹dú, (R, 267) Os Aqueus estavam de pé em volta [dos dois lados] de Menetiades (locativo). O mesmo significado está nos compostos: Alguns nomes e verbos compostos: ŽmfÛ-biow ŽmfÛ-logow ŽmfignoÒ(e) Žmfi¡nnumÛ tina ti

anfíbio, que vive na terra e na água ambíguo, palavra/discurso de dois (significados opostos) estou duvidando, estou tomando conhecimento (dos dois lados) eu visto alguém de, eu envolvo alguém em (alguma coisa)

ƒAn‹ ƒAn‹ diante de consoante e ƒAnƒ diante de vogal. • Levantar de baixo para cima, acima num plano inclinado (o movimento do cavaleiro com um pé apoiado no estribo e lançando o corpo para cima); • esforço repetido de baixo para cima, a partir do contato com a superfície, esforço repetido, recomeçando (daí um sentido distributivo, extensivo), subindo, percorrendo - oposto a kat‹. • Acusativo de extensão, movimento, relação. • Locativo.

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ŽnŒ =ñon [navegar] corrente acima, rio acima, [contra a corrente]. ŽnŒ potamòn pleÝn navegar rio acima. ŽnŒ psan t¯n g°n por toda a extensão da terra [por cima, por toda a superfície]. ŽnŒ stñma ¦xein ter na [por sobre] boca [na ponta da língua, por sobre os lábios]. ŽnŒ ¥k‹sthn ²m¡ran a cada dia, repetidamente. ŽnŒ t¡ttaraw a cada quatro, por cada quatro. ŽnŒ nækta pela noite, por volta da noite. ŽnŒ lñgon conforme o raciocínio, seguindo o raciocínio. ŽnŒ kr‹tow conforme, segundo o poder. eðde pat¯r ŽnŒ Garg‹rÄ lrÄ (J, 352) o pai [dos deuses] estava dormindo no cimo do Gárgaros [por cima de] (loc.). kiñnƒ Žnƒ êchl¯n ¦rusan (X, 192) eles o alçaram sobre uma alta coluna [por sobre] (extensão, movimento: acus.). oé g‹r tiw n¡mesiw fug¡ein kakñn, oédƒŽnŒ nækta (J, 80) não é possível [não há permissão alguma] de evitar o mal, nem mesmo de noite [pela noite] (extensão: acus.). Žnabib‹saw toçw paÛdaw ¤fƒ áppouw (Hdt., 1, 63) [bib‹saw Žn‹] tendo feito os filhos montarem sobre os cavalos (movimento: acus.) ÷te Žpò DhlÛou fug» ŽnexÅrei tò stratñpedon (Plat., Banq., 220e) [¤xÅrei Žn‹]

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quando, de Délion, em fuga, debandava o acampamento [corria pelo... extensão]. eÞ ôrrvdeÝw tò ŽnachfÛsai, (Tuc., 6, l4) [chfÛsai Žn‹] se te aterrorizas em se votar novamente keklhm¡nouw m¢n Žnakaloæmeyƒ aï yeoæw (Eur., Supl., 626) [kaloæmeya Žn‹] estamos invocando de novo os deuses que já invocamos [já invocados]. plansyai ŽnŒ tŒ örh (Xen., Cir., 2, 4, 27) vagar pelas montanhas [subindo] (extensão: acus.). ŽnŒ psan g°n eÞr®nh ¦stai (Xen., Rec. da Át., 6) existirá paz por toda a terra [por toda a extensão]. pleÛstouw fÛlouw kaÜ ŽrÛstouw ŽnŒ psan t¯n g°n k¡kthtai (Xen., Ages., 9, 7). ele possui [por ter adquirido] muitíssimos e ótimos amigos por toda a terra [por toda a extensão de: acus.]. oß strathgoÜ ¤poÛhsan §j lñxouw ŽnŒ ¥katòn ndraw, (Xen., An., 3, 4, 21) os comandantes formaram seis batalhões de cem homens cada um [por cem homens, cada um de cem homens]. ¤poreæyhsan ¥ptŒ staymoçw ŽnŒ p¡nte paras‹ggaw, (Xen., An., 4, 6, 5) eles percorreram 7 etapas de [por volta] cinco parasangas3 cada uma. ¥st‹nai kæklÄ ŽnŒ p¡nte kaÜ d¡ka ndraw (And., Mist., 38). ficar [de pé] em círculo por 15 homens [em grupos de].

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Medida itinerária da Pérsia: 5.250m; a etapa (jornada), então, era de 26.750m. Ao todo foram 187.250m.

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…Aneu Sem, separado, longe de, exceto. Sempre com idéia de separação, distância, privação. Por isso o genitivo é natural. Às vezes pode vir reforçada com prefixos ou sufixos adverbiais. Mas o que muda é apenas uma extensão ou amplificação do significado; a idéia de separação continua sendo expressa pelo genitivo. Não se presta à composição com verbos. Por isso alguns gramáticos não a incluem entre as preposições. Às vezes vem enfatizada com o sufixo -yen. oé m¢n g‹r potƒ neu dhÛvn ·n (N, 556) na verdade ele jamais estava distante dos saqueadores. p‹nta neu xrusoè (Plat., Crítias, 112c) todas as coisas com exceção do ouro. neu Žkoloæyou mñnow (Plat., Banq., 217a) só sem acompanhante. ŽllŒ sçn toÝw yeoÝw deÛjvmen toÝw barb‹roiw ÷ti kaÜ neu toè ¤keÛnouw yaum‹zein dun‹meya toçw ¤xyroçw timvreÝsyai (Xen., Hel., 1, 6, 11) mas, com os deuses [com a ajuda dos deuses] mostremos aos bárbaros que mesmo sem admirá-los nós podemos nos vingar dos inimigos. oé gŒr y¡miw z°n pl¯n yeoÝw neu kakÇn (Prov.) na verdade não é lícito viver sem males, a não ser aos deuses. oék neu lñgou eäxon ¥toÛmvw pròw ¤leuyerÛan oß †Ellhnew (Dem., Fil., 3, 36) não sem razão os gregos estavam preparados para a liberdade.

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ƒAntÛ Em face de, contra, em lugar de (Antipapa, Anticristo), pelo preço de, (na compra, na troca, no ato de pagar há uma substituição de uma coisa por outra, uma toma o lugar da outra: o dinheiro pela mercadoria), de preferência a. Genitivo de separação. bouleæetai ÷pvw m®pote ¦ti ¦stai ¤pÜ tÒ ŽdelfÒ ŽllŒ basileæsei Žntƒ ¤keÛnou (Xen., An., 1, 1, 4) Ele delibera [trama] de modo a que não mais estará [esteja] sobre o irmão [apoiado, amparado] mas, [ao contrário], reinará [reine] em lugar dele. ŽntÜ toè Žr®gein toÝw summ‹xoiw feægvn Õxeto (Xen., Cir., 6, 2, 19) em vez de [em lugar de] socorrer os aliados, ele empreendeu viagem fugindo. ¥l¡syaÛ ti ŽntÛ tinow escolher algo em lugar de algo [preferir algo a algo]. ŽntÜ pol¡mou eÞr®nhn eßlÅmeya (Tuc., 4, 20, 2) Em lugar da guerra escolhamos a paz. Žn¯r Žntƒ Žndròw luyeÛw solto [libertado] homem contra homem [um homem contra outro, em lugar de]. Žntƒ ŽgayÇn kakoÜ geg®nhntai (Tuc., 1, 86, 1) Em vez de bons eles se tornaram maus. ŽntÜ kunòw eä fælaj (Xen., Mem., 2, 7, 14) Tu és guarda em lugar de cão [como um cão]. Žntƒ ŽrgurÛou Žll‹jasyaÛ ti (Plat., Rep., 371c) trocar algo por dinheiro, alienar. tÛ ²mÝn ŽntÜ toætvn êperet®seiw; (Xen., Cir., 4, 6,8) o que nos servirás em lugar dessas coisas? Èfel®sv aétòn Žnyƒ Ïn eï ¦payon êpƒ ¤keÛnou (Xen., An., 3, 5) Eu o ajudarei em troca das coisas que senti [sofri] dele [sob o efeito de, por causa de].

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÷son pl¡yron dasç pÛtusi dialeipoæsaiw meg‹laiw Žnyƒ Ïn ¥st®kontew ndrew tÛ ’n p‹sxoien; (Xen, An., 4, 7) espesso numa extensão de um pletro [100 pés] de grandes pinheiros remanescentes, contra os quais, os homens de pé, o que poderiam sofrer? ŽfÛkonto oß Žntƒ ¤keÛnvn strathgoÛ (Xen., Hel., 1, 1, 27) chegaram os comandantes em lugar daqueles. êmeÝw ŽntÜ patròw ¤moÜ g¡nesye (And., Mist., 149) Vós, tornai-vos para mim em lugar de meu pai [sede para mim]. ŽntÜ tÇn martærvn diante de testemunhas [face a face]. ƒAntikræ / kat-antikræ Em face de, em frente a, do lado oposto (em linha reta). Genitivo de separação. llon oÞstñn . . . àallen †Ektorow Žntikræ (Y, 300) ele lançou um outro dardo, de frente a Heitor [estando em face de e de lá lançando o dardo]. diabŒw eÞw Shstòn katantikrç önta ƒAbædou (Xen., Hel., 4, 8, 5) tendo passado para Sestos, que está em frente de Ábidos. ntikruw diretamente, em face, em linha reta. oéd¡n µ ntikruw douleÛan, (Tuc., 1, 122) nada a não ser (do que) a servidão direta. ² ntikruw ¤leuyerÛa, (Tuc., 8, 64) a liberdade em face (diretamente do outro lado).

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ƒAntip¡raw / Žntip¡ran / kat-antip¡raw Em face de, do lado oposto. Genitivo de separação, naturalmente. [Z‹kunyow] keÝtai Žntip¡raw…Hlidow (Tuc., 2, 66, 1) Zácintos está situada em frente à Élide [na margem oposta]. …Anv Subindo (em cima) na posição de cima. Privilegia a idéia de situação estável, mas relativa a; por isso pede um complemento limitativo, restritivo. O genitivo exprime essa relação. õrÇsi pezoçw ¤pÜ taÝw öxyaiw nv tÇn ßpp¡vn paratetagm¡nouw, (Xen., An., 4.3.3) eles vêem a infantaria enfileirada sobre as margens, por cima (acima) dos cavaleiros [acima de]. ƒApñ ƒApñ diante de consoante; ƒApƒ diante de vogal não aspirada; ƒAfƒ diante de vogal aspirada. Afastando-se de, de (latim: a, ab), ponto de partida (espaço e tempo). Genitivo de separação, de ponto de partida. Žpƒ ¤keÛnhw t°w ²m¡raw a partir daquele dia. Žpò deÛpnou após a refeição [a partir da]. eéyçw Žfƒ ¥sp¡raw imediatamente [direto] a partir da tarde. Žpò skopoè longe [fora] do alvo, da meta. Žpò gnÅmhw longe [fora] da opinião comum [contra].

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oß Žpò skhn°w os da cena [do teatro], os atores. oß apò t°w stow os do pórtico [que vêm de], os estóicos. Žpò toè aétom‹tou a partir da própria interpretação [por si mesmo, espontaneamente]. Žpò toætou toè xrñnou desde [a partir de] esse tempo. Žfƒ oð desde que, [ex quo]. oß Žpò ƒIvnÛaw Os jônios [os que vieram da Jônia, os da Jônia]. Žpò yal‹sshw eÞw y‹lassan de um mar a outro. Žfƒ áppvn ”lto xamze saltou (saltaram?) dos cavalos [carruagem] para o chão. kaleÝsyai Žpñ tinow ser chamado [receber um nome] a partir de algo. aétñnomow Žpò t°w eÞr®nhw independente a partir da paz. tòn bÛon ¦xein (poieÝsyai, porÛzesyai) Žpñ tinow ter uma vida [levar, fazer, ganhar] a vida a partir de algo. Žpò oàkou eänai estar fora do país [longe, distante de casa]. logÛzesyai Žpò xeirñw contar [calcular] a partir da mão [com os dedos]. llai gnÇmai Žfƒ ¥k‹stvn ¤l¡gonto outras opiniões eram ditas a partir de cada um. katesp‹syh Žpò toè áppou (Xen., An., 1, 9, 4) ele foi arrancado [puxado para baixo] do cavalo.

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yhreæein Žfƒ áppou caçar a cavalo [a partir de]. Žpò toè ìdatow eärgon oß Yr˜kew (Xen., An., 6, 3, 8) Os trácios os afastavam [procuravam afastá-los] da água. læonto d¢ teæxeƒ Žpƒ Êmvn (R, 318) eles soltavam as armas [as armaduras] dos ombros. ¦th ¤stÜ m‹lista tetrakñsia... Žfƒ oð Lakedaimñnioi t» aét» politeÛ& xrÇntai (Tuc., 1, 18) já são 400 anos... a partir do que os Lacedemônios se servem [têm] o mesmo governo [constituição]. eà tiw ... paraineÝ êmÝn ¤kpleÝn tò ¥autoè mñnon skopÇn... ÷pvw yaumast» Žpò t°w ßppotrofÛaw (Tuc., 6, 12) Se alguém vos aconselha a fazer uma expedição naval só levando em conta o seu próprio ponto de vista de modo a que seja admirado a partir de sua escuderia... ¾desan Svkr‹th Žpƒ ¤laxÛstvn xrhm‹tvn aétark¡stata zÇnta (Xen., Mem., I, 2, 14) Eles sabiam que Sócrates, a partir de meios reduzidíssimos, vivia da maneira mais suficiente. ¤pr‹xyh Žpƒ aétÇn oéd¢n ¦rgon Žjiñlogon (Tuc., 1, 17) a partir deles nem um ato foi realizado digno de registro. oäda gŒr ÷ti kakoÜ m¢n ŽpoÛxontai pol¡moio (L, 408) [oàxontai apñ] eu sei que os maus [covardes] se afastam do combate. Žpò toè bouleuthrÛou ŽpelyÅn (Tuc., 8, 92) [¤lyÆn Žpñ] Tendo saído do Conselho, da Assembléia. toçw ŽrgurÛou tÒ boulom¡nÄ pvloæntaw sofistŒw Žpokaloèsin (Xen., Mem., 1, 6, 13) [kaloèsin Žpñ = de-nominam] Os que em troca de dinheiro vendem ao que quer, chamam-nos de sofistas. [de-nominam, chamam a partir de]. eålke [Yhram¡nhn] Žpò toè bvmoè õ S‹turow (Xen., Hel., 2.3) Sátiro puxava Teramenes para longe do altar.

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Yeait®tÄ ¤n¡tuxon ferom¡nÄ Žpò toè stratop¡dou (Plat., Teet., 142a) Eu me encontrei com Teeteto sendo conduzido do acampamento. tò mimeÝsyai perÜ trÛton ¤stÜn Žpò t°w ŽlhyeÛaw (Plat., Rep., 599a) o imitar está em terceiro lugar a partir da verdade. m¡xri §j ¤tÇn Žpò genew oß paÝdew taèta pr‹ttousi, (Xen., Cir., 1, 2, 8) até seis anos a partir do nascimento os meninos fazem essas coisas. Žpò jummaxÛaw aétñnomoi (Tuc., 7, 57) livres [soberanos] a partir dessa aliança. Žpò toætvn ¤zetazom¡nvn eêrey®setai eÞ Žlhy° g¡grafe (Dem., Cor., 57) a partir do exame dessas coisas [dessas coisas examinadas] será descoberto se ele escreveu coisas verdadeiras. numfÇn ßeròn Žpò tÇn Žgalm‹tvn ¦oiken eänai (Plat., Fedr., 230b) a partir das estátuas pareceu ser um templo de ninfas. Além da idéia de afastamento, separação, ponto de partida, Žpñ pode ser vista como esgotamento do ato verbal desde o ponto de partida: Žpo-kteÛnv = eu esgoto o ato de matar, eu mato completamente; Žpo-yn¹skv = eu morro completamente (enfático). tò d¢ metŒ toèto... peirÅmeya... Žpodeiknænai, (Plat., Rep., 473b) quanto ao que vem depois disso, tentemos demonstrar (mostrar completamente, provando). ŽtŒr tÛ m¡lleiw poieÝn; - ŽpojureÝn tadÛ (Aristóf., Tesm., 215) Então, o que pretendes fazer? - Raspar completamente estas coisas aqui. [fazer completamente a barba].

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Notar alguns verbos: Žpodidr‹skein Žpob‹llein Žpotr¡pein ŽpokaleÝn Žpokalæptein Žpagoreæein Žpodidñnai Žpotiy¡nai ŽpaiteÝn

sair correndo, fugir completamente perder, jogar fora, jogar ao mar desviar de, remover denominar, dar um nome a [partindo de quem dá o nome] des-cobrir, revelar denunciar [um contrato], proibir dar a partir de, restituir, atribuir, devolver, pagar de-por, renunciar exigir [pedir até o fim]

Pode também exprimir renúncia, demissão, desistência do ato verbal. ¤peid¯ ŽpeÛrhka tòn önta skopÇn (Plat., Féd., 99d) [eàrhka Žpñ] depois que eu renunciei à procura [procurando, visando] do Ser. …Apvyen Distante de; numa situação a partir de. Genitivo de separação. A partícula -yen é enfática. pvyen toè teÛxouw §ndeka st‹dia (Tuc., 1, 22, 3) distante da muralha onze estádios. …Ater Distante de, longe de. Genitivo, naturalmente. Poucos exemplos; arcaica. Não se presta a composição. KronÛdhn ter §menon llvn (A, 498) o Cronida sentado afastado dos outros [longe de]. oé gúr ter ge Zenñw (O, 292) pois não sem [a ajuda de] Zeus.

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…Axri (-w) Até a (um ponto, posição de contato > partitivo). Sentido espacial e temporal. Genitivo, naturalmente. Às vezes pode vir enfatizada com pròw, eÞw, com enfoque sobre a direção, movimento, intenção; aí o caso é pedido pelo valor predominante (acusativo se houver movimento ou direção) ficando xri com significado e função adverbial, sem relação de casos. xri t°w ¤sñdou toè ßeroè ¥kat¡rh [diÇruj] ¤s¡xei (Hdt., 2, 138) cada um dos dois [canais] fluem até a entrada do santuário (marca o ponto de chegada, não a chegada). n®stiew xri m‹la kn¡faow (S, 369) jejunos até bem dentro da noite [na obscuridade: ponto de chegada]. xri toè m¯ pein°n (Xen., Banq., 4.37) até não ter fome [até matar a fome: ponto de chegada]. pepoÛhken xri t°w ƒAttik°w (Dem., Emb., 334) ele fez (um caminho) até à Ática (ponto de chegada). poreuñmenow xri pròw t¯n pñlin, (Luc., Herm., 24, 6) percorrendo (um caminho) até diante da cidade (o acusativo é do movimento, direção contido em prñw). Pl°yow t°w katab‹sevw t°w õdoè Žpò t°w ¤n BabulÇni m‹xhw xri eÞw Kotævra staymoÜ ¥katòn eàkosi dæo, (Xen., Anáb., 5, 5, 4) A extensão do caminho da descida a partir da batalha na Babilônia até chegar a Cotíora era de cento e vinte dois marcos.

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BÛ& Por força de. É um instrumental petrificado e por isso requer um complemento delimitativo, restritivo, no genitivo naturalmente. Do significado concreto “por força de” podem derivar “por causa de, apesar de”, abstrato. KerkuraÛouw m¯ summ‹xouw d¡xesye bÛ& ²mÇn (Tuc., 1, 43, 3) não aceiteis os corcirenses como aliados por força de nós [forçados por nós, por causa de nós]. Di‹ - (dæo > dÛw) Através, por meio de. Primitivamente: espaço intermediário entre dois pontos (o ponto de partida e o de chegada), daí o elemento separador ou intermediário entre o emissor do ato e o receptor: (falar por mensageiros); o elemento que atravessa, cortando, separando em dois (diâmetro). Em alemão zwischen (entre dois objetos) de zwei, (dois). Essa idéia permanece em português, pelo latim: - dis-córdia, diferença, dis-cernir etc. Em grego o genitivo se faz presente, naturalmente. Mas aqui não há a idéia do percurso, travessia, como um projétil que atravessa, perfurando um corpo do começo ao fim, de um lado a outro; nesse caso aparece o acusativo, porque exprime o movimento (é a idéia de per em latim). O genitivo marca o espaço entre o ponto de partida e o ponto de chegada, mas sem atravessar, furar, como um projétil. Poderíamos pensar em uma idéia de “estar no meio de, atravessado, separando”, às vezes se associando a outras preposições: ¤k, prñ. dñru dƒ ôfyalmoÝo diaprñ...·lyen (J, 494) a lança chegou diante [de frente] atravessando o olho [abrindo em dois]. aàglh ...diƒ aÞy¡row oéranòn åke (B, 458) o brilho chegou ao céu atravessando o éter [mas o céu é o éter, portanto não ultrapassou].

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diŒ t¡louw d¡ soi ¤ggçw parestÅw (Ésq., Eum., 64) até o fim [não ultrapassando] eu te serei/sou guarda, [presente ao lado]. keÝtƒ ¦ntosyƒ ntroio tanuss‹menow diŒ m®lvn (P, 298) ele [o Ciclope] estava deitado dentro do antro no meio do rebanho [estava atravessado, separando]. Žp®gagon tòn ndra diŒ t°w Žgorw (Xen., Hel., 2, 3, 56) eles levaram embora o homem pela praça. [não de um lado ao outro]. ¤boæleto NikÛaw t¯n fulak¯n diƒ ¤l‹ssonow eänai (Tuc., 3, 51, 2) Nícias queria que o posto de guarda estivesse num intervalo menor. filosofeÝn diŒ pantòw toè bÛou (Plat., Banq., 203c) filosofar durante [através] a vida toda [ela não acabou]. taèta metŒ kindænvn diƒ ÷lou aÞÇnow moxyoèsi (Tuc., 1, 70, 8) essas coisas em meio a perigos eles tentam obter durante toda existência. [em meio a]. õ yeòw aétñw ¤stin õ l¡gvn diŒ toætvn d¢ [tÇn poihtÇn] fy¡ggetai (Plat., Íon, 534d) é a própria divindade que fala, mas ele se faz ouvir através desses, os poetas [intermediários entre a divindade e os homens, não agentes da passiva]. di®negke tÇn llvn basil¡vn tÇn ŽrxŒw diƒ ¥autÇn kthsam¡nvn (Xen., Cir., 1, 1, 4) ele se distinguiu dos outros reis que tinham adquirido o poder por eles mesmos. ¤poreæonto diŒ xiñnow poll°w (Xen., An., 1, 8, 26) eles marchavam em meio a muita neve [através de]. diŒ dikaiosænhw Þ¡nai kaÜ svfrosænhw (Plat., Prot., 323a) ir através de justiça e moderação [por vias justas e sensatas]. p‹ntew tòn Kèron diŒ stñmatow eäxon (Xen., Cir., 1, 4, 25) todos tinham [o nome de] Ciro na boca [atravessado]. diŒ makrÇn, diŒ braxut‹tvn toçw lñgouw poieÝsyai (Plat., Górg., 449b) fazer discursos com coisas longas, com coisas muito curtas [através de].

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diŒ tax¡vn tòn pñlemon poieÝsyai (Xen., An., 1, 5, 9) fazer guerra com muita rapidez (por coisas rápidas). diŒ makroè kaÜ m¯ ßkanÇw õrÇn ti (Plat., Teet., 193c) olhando algo [observando] de longe e não suficientemente. ¦lege diƒ ¥rmhn¡vw toi‹de: (Xen., An., 2, 3, 17) através de um intérprete [por intermédio] ele dizia estas coisas. ¤y¡lousi diƒ ¤piorkÛaw te pròw toçw yeoçw kaÜ [diƒ ] ŽpistÛaw pròw ŽnyrÅpouw pr‹ttein ti (Xen., An., 2, 5, 11) eles querem realizar algo [tirar proveito] por meio de perjúrios diante dos deuses e de má fé diante dos homens. diŒ m¢n ŽspÛdow ·lye faein°w öbrimon ¦gxow (Hom.) a poderosa lança chegou através do escudo brilhante [separando]. diŒ polemÛaw [xÅraw] poreæesyai marchar através de país inimigo [não atravessando inteiro]. skñpei, Žpñkrisiw pot¡ra ôryot¡ra, Ú õrÇmen, toèto eänai ôfyalmoæw µ diƒ oð õrÇmen (Plat., Teet., 184c) vê bem qual das duas respostas é mais correta: os olhos são aquilo com o que nós vemos, ou através do que nós vemos [por intermédio do que]. O acusativo está sempre ligado à idéia de movimento. Com a preposição di‹ acontece o mesmo; ela marca a travessia de um lado ao outro, como se perfurasse com uma bala. No sentido figurado também. Muitos gramáticos identificam aí uma idéia de causa: as guerras acontecem pela posse de riquezas; o ato da guerra passa pela posse das riquezas (em latim per, propter). basileçw aßreÝtai oéx ána ¥autoè kalÇw ¤pimel°tai Žllƒ ána kaÜ oß ¥lñmenoi diƒ aétòn eï pr‹ttvsin, (Xen. Mem., 3, 2, 3) Um rei é escolhido [escolhe-se um rei] não para que se ocupe bem de si mesmo, mas para que os que o escolheram, por meio dele, passem bem. [passando por ele]. sÐzesyai diƒ ²mw (Xen., An., 5, 8, 13) ser salvos por nosso intermédio [passando por nós].

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diƒ ²mw ¦xete t®nde t¯n xÅran (Xen., An., 7, 7, 7) Vós tendes [possuis] esta terra por nós [graças a nós]. toçw nñmouw, diƒ oîw oÞkoèmen t¯n pñlin, parab¡bhke (Dem., 19, 74 e 90) Ele transgrediu as leis, pelas quais administramos a cidade. ¤tetÛmhto êpò Kærou diƒ eënoian kaÜ pistñthta (Xen., An., 1, 8, 29) ele fora estimado [honrado] por Ciro, por seu bom caráter [boa mente] e fidelidade. diŒ tò filomay¯w eänai pollŒ ŽeÜ toçw parñntaw ŽnhrÅta (Xen., Cir., 1, 4, 3) por ser desejoso de aprender, ele sempre perguntava muitas coisas aos presentes (aos que o acompanhavam). ¤keÝ diŒ kaèma oé dænantai oÞkeÝn nyrvpoi (Xen., An., 1, 7, 6) por causa da canícula, homens não podem habitar lá. duskolÅterow diŒ t¯n nñson (Isócr., 19, 26) muito mal humorado, por causa da doença. diŒ t¯n tÇn xrhm‹tvn kt°sin oß pñlemoi gÛgnontai (Plat., Féd., 66b) as guerras acontecem, por causa da posse de riquezas [pela posse]. Milti‹dhn eÞw tò b‹rayron ¤mbaleÝn ¤chfÛsanto, kaÜ eÞ m¯ diŒ tòn prætanin, ¤n¡pesen n (Plat., Górg., 516e) haviam votado lançar Milcíades no báratro, e se não fosse pelo pritane, ele teria caído lá. st®laiw dialabeÝn toçw ÷rouw (Dem., 18, 154) tomar os limites na sua extensão com marcos. yeoÜ di¡yesan tŒ önta (Xen., Mem., 2, 1, 27) as divindades dispuseram os seres [dis-puseram]. Observação: Os gramáticos chamam de prevérbio pleno, isto é, com significado, mas sem relação, todas as vezes em que a preposição (prevérbio) não tem um complemento expresso, isto é, uma relação espacial definida. Na

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verdade, nestes casos, a “preposição-prevérbio” está em seu sentido e função original: advérbio. Às vezes, também, o significado do advérbio (preposição/prevérbio) se fundem totalmente com o significado do verbo. Nesses casos, denominam o prevérbio/preposição de “vazios”. Isso é ilógico. Não há significado vazio; a preposição/ prevérbio amplia, precisa o significado do verbo. Já vimos alguns exemplos com a preposição Žpñ; vamos ver agora com a preposição di‹. tò ŽeÜ diam‹xesyai l¡gonta tŒ b¡ltista (Plat., Górg., 503a) o fato de sempre lutar até o fim dizendo as coisas melhores: di‹ nos dá a idéia do ato de lutar do começo até o fim. diapl¡jantow tòn bÛon eï (Hdt., 5, 92) tendo tramado completamente [até o fim] bem sua vida. ù d¯ nekròn kaloèmen, Ú pros®kei dialæesyai kaÜ diapÛptein kaÜ diapneÝsyai (Plat., Féd., 80c) o que na verdade denominamos cadáver, é o que convém se dissolver completamente, cair completamente e se evaporar completamente. oédƒ õ xrñnow aétŒw dies‹fhsƒ oësaw ken‹w (Eur., Fen., 398) nem mesmo o tempo revelou-as sendo completamente vazias. ¦fh diadej‹menow tòn lñgon õ Glaækvn (Plat., Rep., 576b) e, recebendo a palavra por sua vez [de través], Glauco disse. A diferença semântica no emprego do genitivo e acusativo aparece mais nitidamente na série de construções a seguir: a) com genitivo: diŒ dikaÛou /dikaiosænhw poreæesyai andar pela via do justo/ da justiça; [não atravessá-la]. diŒ filÛaw Þ¡nai tinÛ ir [estar] em amizade com alguém, ser amigo de alguém [estar em meio à amizade]. diƒ ôrg°w ¦xein tin‹ ter alguém em cólera [atravessado], [estar com raiva de alguém].

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diŒ fñbou eänai estar com medo [em meio ao medo, cercado de, numa situação de medo]. diƒ oédenòw poieÝsyai fazer de conta de nada [levar na conta de nada]. diŒ t‹xouw com pressa, em meio à pressa. diŒ kefalaÛvn pelos topos, pelas cabeças, por cima, sumariamente. diŒ braxut‹tvn / diú brax¡vn com brevidade, pelos pontos mais curtos / por pontos rápidos. diŒ tax¡vn tòn pñlemon poieÝsyai fazer a guerra com rapidez [por espaços curtos]. diŒ m¡yhw por embriaguês, na embriaguês, em meio à embriaguês, daí: por causa de. diƒ ŽkribeÛaw com exatidão, por exatidão. diŒ m‹xhw Þ¡nai estar oferecendo batalha, estar em meio à batalha. diŒ xeirÇn ¦xein ter nas mãos, ter entre as mãos. diŒ stñmatow ¦xein ter na boca [atravessado na boca]. diŒ makroè num grande intervalo [em meio a]. diŒ nuktñw durante a noite, no meio de [no correr da noite, mas não ultrapassando]. diƒ eàkosin ¤tÇn por vinte anos [no intervalo de vinte anos]. diŒ trÛtou ¦touw já é o terceiro ano [no intervalo de 3 anos].

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b) com acusativo: diŒ toèto por isso [passando por] > causa. diŒ taèta por essas coisas [passando por] > causa. diƒù / diñ pelo que/por que [passando por] > causa. dia tÛ; por quê? > causa. diŒ dÅmata através dos aposentos, [o ato de passar]. diŒ nækta durante a noite [atravessando a noite, a noite toda]. diŒ t¯n nñson xrÅmeya tÒ ÞatrÒ pela doença [por causa de] servimo-nos do médico. ŽdikÛa aét¯ diƒ ¥aut¯n kakñn ¤stin a injustiça ela mesma [por ela mesma] é um mal [passando por ela mesma]. Nos verbos compostos, nos casos em que os gramáticos chamam de prevérbios ou prefixos, di‹ significa movimento, extensão até o fim do ato verbal e também difusão no espaço e no tempo, uma espécie de divisão, que podemos ver com dis latino: diabaÛnein diaskopeÝn diapr‹ttein diapr‹ttesyai diadidñnai diaireÝn diaf¡rein di‹gein diam¡nein diafyeÛrein

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passar por, percorrer, atravessar observar a fundo, atravessando, até o fim, completamente realizar, fazer até o fim, completamente realizar para si, obter, realizar [finalmente] dar em volta, distribuir pegar por partes, distribuir levar através separando, separar, distinguir conduzir através, atravessar [um rio, a vida] per-manecer, ficar até o fim destruir completamente, corromper

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Convém notar ainda, e isso é válido para todos os verbos compostos, que eles têm dupla “regência”: a) o complemento do verbo, quando expresso, no caso de verbos transitivos; b) o complemento da relação espacial: relações onde, para onde, de onde, por onde, respectivamente locativo, acusativo, genitivo e acusativo. No caso de verbos intransitivos, prevalece a relação expressa pela preposição: baÛnein, andar, é intransitivo; mas, parabaÛnein toçw nñmouw - transgredir as leis, “as leis - toçw nñmouw” está no acusativo não por causa do verbo, mas por causa da preposição, que transmite ao verbo a idéia de movimento: passar ao lado das leis. O acusativo é pedido pela relação espacial “ao longo de, marginal a”; traduzindo a expressão por “transgredir” estamos nos servindo de uma metonímia: se está ao lado, se é marginal a, não está dentro, e, se não está dentro, está fora, e, se está fora da lei, está contra a lei. DÛkhn É um acusativo de relação, adverbial petrificado, com significado de “por indicação, à maneira de”. Pede um complemento delimitativo, restritivo: genitivo. örniyow dÛkhn bl¡pvn nv (Plat., Fedro, 249d) olhando lá em cima à maneira de um passarinho. DÛxa Em dois, cortado, separado em dois; daí a idéia de distância, afastamento; daí poderá vir a idéia de diferente, contrário. Genitivo, naturalmente. Não se presta a composição. dÛxa ŽriymeÝn contar separando em dois, dois grupos.

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oåow ƒAtreidÇn dÛxa (Sóf., Aj., 750) só, sem os Atridas [afastado]. dÛxa pñlevw (Sóf., Éd. Col., 48) sem a cidade, longe [contrário] à cidade.

Eggæw / Meshgæ (-w) Perto de (situação de toque), no meio de; a idéia de proximidade leva à idéia de parentesco e parecença, mas com a idéia partitiva do toque, contato. Genitivo partitivo. ¤ggçw õdoÝo (K, 274) próximo ao caminho [encostado a]. toÝw ¤ggut‹tv g¡nouw meteÝnai tÇn xrhm‹tvn (Aristóf., Aves, 1665) aos em situação mais próxima da família [aos parentes mais próximos] participar dos bens. ŽmbliÅtousÛ te kaÜ ¤ggçw faÛnontai tÇn tuflÇn (Plat., Rep., 508c) [os olhos] se obscurecem e aparecem próximos dos [olhos] cegos. Êmvn messhgæw (Y, 259) entre os ombros [no intervalo das espáduas]. oß ßppeÝw ŽeÜ ¤ggæteron ¤gÛgnonto toè rxontow (Xen., Cir., 7, 5, 5) os cavaleiros sempre se encontravam próximos do comandante. ¤ggçw tÇn ¤nen®konta ¤tÇn (Plat., Tim., 21b) próximo dos noventa anos

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EÞw / ¤w < ¤nw Para dentro de, na direção de (visando entrar), na intenção de, com a finalidade de (sentidos concreto e abstrato / figurado). Acusativo de direção. ›deiw eÞw sautòn ¤gkÅmion (Plat., Lísis, 205d) tu estás cantando um elogio para ti mesmo [na tua direção, intenção, proveito]. eÞkñw se eÞw p‹nta prÇton eänai (Plat., Cárm., 198a) é natural tu seres o primeiro em todas as coisas [para todas as coisas, para tudo]. oß Lakedaimñnioi eÞs¡balon eÞw t¯n ƒAttik®n Os Lacedomônios se lançaram na direção da Ática [para a Ática, contra a Ática] ¦pemcan aétoçw eÞw LakedaÛmona (Xen., Hel., 2, 2, 1) enviaram-nos para a Lacedemônia. ¤tolm®sate Þ¡nai eÞw aétoæw (Xen., 3, 2, 16) tivestes a ousadia de ir [marchar para, na direção] contra eles. polloÜ ¦fugon eÞw M¡gara muitos se refugiaram em [fugiram para] Mégara [a idéia de movimento está contida em fugir, na direção de]. eÞw dikast®rion eÞsi¡nai apresentar-se ao tribunal [ingressar no tribunal, ir para dentro do tribunal]. l¡gein eÞw tò pl°yow falar à multidão [na direção, na intenção de]. eÞw ndraw ¤ggr‹fein inscrever entre os homens [para dentro do grupo dos homens]. A idéia de “in-screver” é locativa, mas o resultado é a saída (implícita) do jovem do grupo dos efebos, e “in-gresso” (para dentro) do grupo dos homens. O português nos confunde com freqüência porque herdou do latim a preposição in com dois significados e “regências”: com locativo (ablativo de lugar “onde” nas gramáticas) e com acusativo (“lugar para onde”).

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No grego não há confusão possível; o caso é bastante claro e significativo. Assim: ¤n-pÛptv > ¤mpÛptv - eu caio dentro - locativo, em que o enfoque é sobre o lugar da queda > locativo, e eÞspÛptv - eu caio para dentro > acusativo em que o enfoque está no movimento da queda. Um outro exemplo: “gravar em pedra”: Oß ƒAyhnaÝoi toçw nñmouw eÞw lÛyouw ¦grafon Os atenienses gravavam as leis em pedras. Em português não percebemos que no ato de gravar o gravador introduz os caracteres dentro da pedra: há um movimento “para dentro”; em grego esse movimento está bem expresso: eÞw lÛyouw gr‹fein toçw nñmouw (acusativo) gravar as leis nas [para dentro de] pedras. mas, ¤n lÛyoiw gegramm¡noi [oß nñmoi] (locativo) as leis estão gravadas em pedras [in-scritas]. tñte dƒ ¦mbh nhÛ Pælonde (D, 656) então ele embarcou num barco [navio] para Pilos [não repete a preposição: ¦mbh = ¦bh ¤n (enfoque na questão do lugar onde > locativo e não para onde)] Ërh ’n eàh . . . ²m¡aw ¤w tŒw n¡aw ¤mbaÛnein tŒw ²met¡raw (Hdt., 5.109) seria [era] o momento de nós embarcarmos nos nossos navios (enfoque na questão de lugar para onde > acusativo). ¤n¡bh ¤w aét¯n [t¯n penthkñnteron] (Hdt., 3.41) ele embarcou [para dentro] nele [no navio de 50 remos]. taètƒ ra, eÞpeÝn tòn Kèron, kaÜ ¤neÅraw moi (Xen., Cir., 1, 4, 27) por essas coisas então, disse Ciro, tu me olhavas [olhavas em mim, pousavas os olhos em, locativo].

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suni¡nai eÞw tò ßerñn reunir-se no templo [a idéia da reunião supõe um movimento para, contrariamente à idéia de estar reunido no templo, ¤n tÒ ßerÒ locativo]. lñgow diedñyh eÞw t¯n pñlin o boato foi espalhado [distribuído, dado] pela [para] cidade. eÞw tŒw ¤pistolŒw gr‹fei (Dem., Fil., 3, 27) ele escreve [registra] nas cartas [para dentro]. ¤sfagÛzonto eÞw tòn potamñn (Xen., An., 43, 3, 18) eles imolavam [as vítimas] no rio [o sangue escorria para]. lÛskesyai eÞw ƒAy®naw (Xen., Hel., 1, 1, 23) ser preso [e enviado] para Atenas. lamb‹nesyai eÞw polemÛouw (Iseu, 7, 8) ser preso [tomado e levado] para os inimigos. eÞw t¯n êsteraÛan [²m¡ran] oék ´ken (Xen., An., 2, 3, 25) para o dia seguinte [pelo, no dia seguinte] ele não veio. eÞw êsteraÛan gÛgnetai xeimÆn polæw (Xen., An., 4, 1, 15) no [pelo] dia seguinte aconteceu uma grande tempestade. f‹tƒ ¤leæsesyai µ ¤w y¡rouw µ ¤w ôpÅrhn (J, 384) ele disse haver de vir ou pelo verão ou pelo outono. Sñlvn tòn d°mon ±leuy¡rvse kaÜ ¤n tÒ parñnti kaÜ eÞw tò m¡llon (Arist., Gov. dos At., 6, 1) Sólon libertou o povo no presente e também para o futuro. ¤dñkei eÞw t¯n ¤pioèsan §v ´jein basil¡a (Xen., An., 1, 7, 1) parecia que o rei haveria de chegar na aurora seguinte [pela aurora]. eÞw trÛthn deipn®sv ¤n t» ²met¡r& (Xen., Cir., 5, 3, 27) em dois dias [pelo terceiro dia] eu jantarei em nossa casa. eÞw tñte (Plat., Leis, 845c) até então, até aquele tempo. ¤k paidòw eÞw g°raw (Ésqn., C. Tim., 180) desde a infância até a velhice.

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eÞw t¯n nækta oß ƒAkarnnew Žp°lyon (Xen., Hel., 4, 6, 7) pela [na entrada da] noite os Acarneanos se retiraram. eÞw ¥sp¡ran pela tarde [para a tarde]. ¦tow eÞw ¦tow ano para ano [entra ano sai ano, de ano a ano]. eÞw kairñn [cai, vem] no [para o] momento oportuno. eÞw dæo por dois, dois a dois. eÞw d¡on para o que é preciso. eÞw kalñn a propósito, caiu bem, para bem. eäxe tojñtaw kaÜ sfendon®taw eÞw tetrakosÛouw (Xen., An., 3, 6) [Mitridates] tinha cerca de 400, [lá pelos, 400 mais ou menos] arqueiros e besteiros [fundibulários]. eÞw dænamin na direção da capacidade [para a capacidade segundo a]. xr®simon eÞw tòn pñlemon útil para a guerra [para a finalidade de]. Poderia ser também mera relação nominal (complemento nominal, com dativo). xr®simon tÒ pol¡mÄ: nesse caso não haveria a idéia de finalidade, intenção; seria complemento nominal (em português a diferença é muito sutil). xr®mata ŽnalÛskein eàw ti gastar recursos para alguma coisa [com a finalidade de]. eÞw tòn pròw ²mw pñlemon pl¡on µ pentakisxÛlia t‹lanta par¡sxe para essa guerra contra nós [o rei dos persas] forneceu [aos espartanos] mais do que 5.000 talentos.

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eålon tri®reiw tŒw p‹saw ¤w tŒw diakosÛaw (Tuc., 1, 100, 1) eles tomaram todas as trirremes até 200. oék eÞw periousÛan ¤pr‹ttetƒ aétoÝw tŒ t°w pñlevw (Dem., Ol., 3, 26) as coisas da cidade não se lhes faziam para enriquecimento. eÞw x‹rin Žpodoènai (Tuc., 2, 40, 5) pagar [retribuir] para agradecimento [em vista de]. eÞw ŽndreÛan …Ervti oéd¢ …Arhw ŽnyÛstatai (Plat., Banq., 196d) para a coragem [em relação à coragem] para o Amor nem mesmo Ares se coloca contra. ƒAyhnaÝow eä, pñlevw t°w megÛsthw kaÜ eédokimvt‹thw eÞw sofÛan kaÜ Þsxæn. (Plat., Apol., 29d) tu és ateniense [de Atenas], da cidade que é a maior e a mais afamada para a sabedoria e para o poder. eÞw tñde ´komen chegamos a isto [para isto]. eÞw toèto yr‹souw kaÜ ŽnaideÛaw ŽfÛketo (Dem., 21, 194) ele chegou a isso [esse ponto] de audácia e impudência. eÞw tosoètñn eÞsi tñlmhw Žfigm¡noi (Plat., Lís., 12, 22) eles chegaram a um ponto tão grande de ousadia. frñnimow eÞw tú t°w pñlevw sensato [moderado, prudente] para as coisas da cidade [em relação a]. eÞw êmw l¡gein dirigir a palavra a [para] vós. YesmoforÛoiw Õxeto eÞw tò ßerñn (Plat., Lís., 1, 20) nas Tesmofórias ele se dirigia ao templo. ŽndrÇn sç faælvn örkouw eÞw ìdvr gr‹fe (Prov.) Juramentos de homens levianos inscreve [tu] na água [para]. eÞw „Ell®sponton eÞs¡plei (Xen., Hel., 1, 1, 2) [Dorieu] entrou [navegando, de barco] no Helesponto [para dentro do]

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Eàsv Para dentro de, para dentro do espaço de. Não é uma preposição, na medida em que não se presta a composição. Mas tem um valor espacial, adverbial e se usa nas relações de tempo e espaço com complemento restritivo, limitativo. Daí o emprego do genitivo. O enfoque é sobre o complemento limitativo e não sobre o movimento. tò M¡nvnow str‹teuma ·n eàsv tÇn ôrÇn (Xen., An., 1, 2, 21) a expedição de Mênon estava dentro [no interior] das montanhas. par°lyon eàsv aétoè [toè teÛxouw] (Xen., An., 2, 4, 12) eles fizeram o caminho [acompanhando] por dentro da própria muralha. aß eàsv st¡ghw (Sóf., Traq., 202) as [que estão] dentro da morada [teto] ƒEk / ¤j ¤k diante de consoante; ¤j diante de vogal; de (oposto a eÞw), (latim: ex/e): de dentro para fora (no espaço e no tempo), a partir de, de, origem, ponto de partida, de iniciativa. Naturalmente pede genitivo (genitivo-ablativo), porque significa separação, origem, ponto de partida, parte. Concreto e abstrato (figurado). ¤k Sp‹rthw feægei em exílio de Esparta [banido de Esparta]. ¤k dejiw à direita [a partir da direita]. ¤k yal‹tthw do mar [a partir do mar]. ¤k paÛdvn desde a infância [a partir da infância]. ¤k palaioè [xrñnou] desde antigamente, desde o tempo antigo.

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¤k toè deÛpnou da refeição [imediatamente] depois da refeição [de dentro de]. ¤k patròw xrhstoè paÝdew faèloi gÛgnontai de pai honesto nascem filhos vis. ·san aß ƒIvnikaÜ pñleiw Tissaf¡rnouw, tò ŽrxaÝon, ¤k basil¡vw dedom¡nai, (Xen., An., 1, 1, 6) As cidades jônicas eram, antigamente, de Tissafernes, doadas pelo rei [da parte do rei]. lñgon ¤k lñgou l¡gein fazer um discurso a partir de outro [tirando do outro, segundo, seguindo o outro]. ¤k tÇn õmologoum¡nvn a partir das coisas acordadas. ¤j àsou igualmente [a partir de igual, de igual]. ¤j Ž¡lptou de improviso [a partir do inesperado]. ¤j Žprosdok®tou de improviso [a partir do não conveniente]. tŒ ¤k t°w g°w fuñmena (Xen., Mem., 4, 3, 10) as coisas que nascem da terra [a produção da terra]. paÝdew aétÒ oék ¤gÛgnonto ¤k t°w gunaikñw (Xen., Hel., 6, 4, 37) não lhe nasceram filhos dessa mulher. ¤k xrusÇn pÛnomen fialÇn (Xen., Cir., 5, 3, 3) nós bebemos de taças de ouro. J¡rjew ¤k t°w „Ell‹dow ŽpexÅrei (Xen., An., 1, 2, 9) Xerxes saia da Grécia [estava abandonando a Grécia]. pÇw ¦xei ¤k toè traæmatow ; (Xen., Cir., 5, 4, 10) como ele está depois do ferimento? [a partir de]. ¤bouleæonto ¤k tÇn parñntvn (Tuc., 3, 29, 2) eles deliberavam a partir dos acontecimentos presentes.

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boælontai ¤k pantòw trñpou kakÇw me poieÝn (Lís., 14, 1) eles querem de toda maneira [a partir de] me prejudicar. toçw ¤pistrateuom¡nouw ¤k t°w xÅraw ¤j¡bale (Licof. c. Leócr., 98) ele expulsou do país os que avançavam sobre ele [o país]. Žfiknoènto ¤k t°w „Ell‹dow aß presbeÝai (Xen., An., 6, 1, 4) da Grécia chegavam as embaixadas. ¤j Žgorw ¤kp¡pratai taèta (Dem., Fil., 3, 36) essas coisas são compradas no mercado (do mercado). ¤k t°w yal‹tthw ‘pasa êmÝn ³rthtai ² svthrÛa (Xen., Hel., 7, 1, 6) toda a vossa salvação depende do mar [está dependurada, dependente de, é a partir de]. ¤j Žd‹mantow (Plat., Rep., 616c) de aço [coisa dura]. ¤j Žrx°w desde [do] princípio. ¤j ÷tou desde o que. oß ¤j ¤keÛnvn gegonñtew (Lís., 2, 17) os que nasceram deles. oék ¤k xrhm‹tvn Žret¯ gÛgnetai, Žllƒ ¤j Žret°w xr®mata (Plat., Ap., 30b) a virtude não se origina dos bens, mas os bens, da virtude. toèto ¤poÛei ¤k toè xalepòw eänai (Xen., An., 1, 6, 9) ele fazia isso por ser severo [do fato de, a partir de]. z°n ¤k toè sukofanteÝn viver da delação [de ser sicofanta]. ploæsioi gegñnasin ¤k tÇn êmet¡rvn (Lís., 28, 8) eles ficaram ricos às vossas custas [a partir de vossos bens]. ¤j Žn‹gkhw por necessidade, a partir da necessidade.

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¤k xeirñw de perto [ao alcance da mão, a partir da mão]. ¤k tÇn parñntvn a partir das coisas [circunstâncias] presentes. ¤k tÇn loipÇn a partir do restante [para o futuro]. ¤k toè ¤mfanoèw a partir do manifesto, a descoberto. Como as outras preposições, ¤k / ¤j se presta a composições com verbos, semanticamente compatíveis; também nesse caso podemos observar duas “regências”, isto é, se a relação de lugar está expressa, ela está no genitivo-ablativo: ¤j¡lyete dñmvn saí dos aposentos. mas se, além da relação espacial houver um complemento do verbo, esse estará no caso conveniente: ¤j‹gete dñmvn tòn doèlon retirai dos aposentos o escravo. Pode acontecer também que o significado da preposição se funda com o significado verbal e com ele produza um todo significativo; nesse caso observamos que ¤k / ¤j trazem ao verbo uma idéia: • ou de um início abrupto da ação: ¤kgel‹v irrompo numa gargalhada • ou de um acabamento, esgotamento da ação: ¤jerg‹zomai eu executo, realizo, completamento (a obra). Vê-se aí uma fusão de significados, o que leva alguns gramáticos a denominar essas preposições de prevérbios vazios. Não cremos que a multiplicação de epítetos contribua de maneira eficiente para tornar claras as relações entre as palavras. O que acontece nesse caso, como em muitos outros de verbos ou nomes compostos, é uma ampliação do significado primeiro, original, do advérbio/preposição; mas nunca há um esvaziamento do significado. A linha semântica se mantém; só ela é a segurança do falante.

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„Ek‹w, §kaw Longe, distante. Genitivo, naturalmente. lÛhn gŒr nhÇn ¥kŒw ·lyomen (J, 469) pois chegamos bem longe das naus. ƒEktñw [¦ktos-yen] fora de. Relação espacial em que o enfoque não está na relação “para fora de”, mas sim sobre o complemento restritivo, limitativo: fora do quê? Genitivo, naturalmente. ¤ktñw tinvn ôlÛgvn Žposb¡nnuntai (Plat., Rep., 498a) fora um pequeno número, eles se estinguem. ¤ktòw t°w ²met¡raw öcevw (Plat., Rep., 499c) fora de nossa visão [do alcance de]. kæmatow ¤ktòw ¦erge n°a (M, 219) segura a nau fora da onda [do alcance de]. zhlÇ sƒ õyoænekƒ ¤ktòw aÞtÛaw kureÝw (Ésquilo, Prom., 330) eu te invejo pelo que te achas fora de culpa. ƒEn -¤g- antes de g,k,x, -¤m- antes de b,p,f - (Hom. ¤nÛ, eÞnÛ, eÞn)(latim: in, inter), em, dentro de (estático), no meio de (estático), nas relações de espaço e de tempo, sentido concreto ou figurado. Locativo (dativo de lugar para as gramáticas). ¤n ƒAy®naiw em Atenas. ¤n t» pñlei na cidade [nesta cidade]. ¤n t» „Ell‹di na Grécia.

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¤n †Aidou (oàkÄ) no Hades [na casa de]. ² ¤n SalamÝni naumaxÛa a batalha naval em [de] Salamina. ² ¤n MarayÇni m‹xh a batalha de [em] Maratona. tñte t¯n ¤n NotÛÄ ¤nÛkhse naumaxÛan (Xen., Hel., 2, 1, 6) Então [Lisandro] foi vencedor da batalha naval em Notium. ¤n d®mÄ l¡gein falar no meio do povo. ¤n nomoy¡taiw nñmon y¡syai colocar [estabelecer, fazer] uma lei, entre legisladores [nas mãos de], [no meio de]. ¤n m‹rtusin entre as testemunhas. ¤n toætoiw entre esses, entre essas coisas. ¤n p¡ltaiw, tñjoiw diagvnÛzesyai combater em meio a escudos, arcos. ¤n ÷ploiw pareÝnai estar em armas [de prontidão]. ¤n ôfyalmoÝw õrn ver diante dos olhos, nos olhos. ¤n toætÄ tÒ ¦tei nesse ano. ¤n ôlÛgaiw ²m¡raiw em poucos dias [dentro de]. ¤n tÒ ¤mÒ lñgÄ me ¤legj‹tv (And., Mist., 35) que ele me refute no meu discurso [meu tempo de falar]. ¤n tÒ ¤mÒ ìdati (Dem., Cor., 139) na minha água [durante o meu tempo da clepsidra].

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¤n ôrg» ¦xein tin‹ ter alguém em ódio [guardar raiva de alguém]. ¤n soÜ p‹nta ¤stÛn (Xen., Ec., 7, 14) tudo está [apoiado] em ti [tudo depende de ti]. ¤n tÒ yeÒ tò t°w m‹xhw t¡low o fim [êxito] da batalha está na divindade [apoiado em, nas mãos de]. ¤n soÜ túw ¤lpÛdaw ¦xousi t°w aêtÇn svterÛaw Em ti eles colocam as esperanças de sua própria [deles mesmos] salvação, (Isócr., 5, 55) ¤n tÒ dikaÛvw rxein ² pñliw sÅzetai no governar com justiça a cidade é salva. Kèrow ¤paideæyh ¤n PersÇn nñmoiw Ciro foi educado nas leis dos persas. ¤n t¡xnú tinÜ eänai ser [estar] hábil em alguma arte. ¤n kairÒ no momento oportuno. ¤n t‹jei em fileira, [em ordem unida]. Como as outras preposições, também ¤n se compõe com verbos semanticamente compatíveis e acrescenta o seu significado ao do verbo. Algumas vezes, contudo, há uma aparente inflexão à regra: nos casos em que ¤n, que tem significado estático, se compõe com verbos de movimento. Já vimos isso ao comentarmos a preposição eÞw (¤mpÛptv / eÞspÛptv); depende do ponto de vista, em que o enfoque se faz: sobre o movimento ou sobre o lugar onde: cair para dentro / cair dentro

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…En-anta / ¦nanti / ¤nantÛon Em face de, em presença de. Seriam dois acusativos adverbiais ou acusativos de relação, petrificados (¦nanta - ¤nantÛon) e um locativo petrificado (¦nanti). O genitivo de complemento nominal delimitativo, restritivo, de separação é natural. ¤nantÛon p‹ntvn l¡gein (Tuc., 6, 25, 1) falar diante de todo o mundo, do lado oposto, contrário. oß m¢n yeoÜ nta yeÇn àsan (U, 75) os deuses foram contra deuses. ² kardÛa sou oék ¦stin eéyeÛa ¦nanti toè Yeoè (Atos Apóst., 8, 21) o teu coração não está direito diante de Deus. †Eneka / eáneka / §neken Por causa de, pela razão de ser de um fato, em vista de. Também seria um acusativo petrificado e o genitivo se explica pela necessidade do complemento delimitativo, determinativo, restritivo ou de separação, na medida em que a idéia de “por causa de” implica também na idéia de “em troca de”. Sempre posposto ao nome. Repousaria sobre um antigo tema significando vontade *Wekat-, *Wekht-, §kati/§khti. ìbriow §neka t°sde (A, 110) por causa desta ofensa [em razão de]. dokeÝ... oðtow... dedhlvk¡nai ÷ti Žret°w g ƒ §neka kaÜ toè beltÛvn gen¡syai pn ’n pantÜ proyumhyeÛh (Plat., Banq., 195b) ele parece ter deixado claro que por causa da virtude e de se tornar melhor desejaria tudo por tudo. ƒApñllvnñw gƒ §khti (u, 86) por vontade de Apolo. ¦rgou dƒ §kati toède mhnÛsaw (Sóf., Traq., 274) tendo-se irritado por causa deste ato

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ƒEntñw Dentro de (latim - intus) O enfoque está na relação locativa “dentro de”, situação de imobilidade, mas sobretudo no complemento limitativo, restritivo: dentro do quê? Genitivo, naturalmente. ¤yn¡vn tÇn ¤ntòw †Aluow potamoè (Hdt., 1, 6) dos povos de dentro do rio Hális [do lado de cá]. ¤ntòw ¥sp¡raw (Xen., Cir., 4, 11) dentro da tarde [antes da noite]. ¤ntòw draxmÇn pent®konta (Plat., Leis, 953) dentro de 50 dracmas [não passa de]. katoikoèmen ¤ntòw ÷rvn „HrakleÛvn (Plat., Tim., 24c) nós habitamos dentro, [do lado de dentro, de cá] das colunas de Hércules. ¤ntòw oé polloè xrñnou (Antif., Assas. de Her., 69) dentro de [no decorrer de] não muito tempo. ¤ntòw triÇn mnÇn kekt°syai (Arist., Gov. dos At., 49, 4) possuir [estar de posse de] dentro de (cerca de) 3 minas [não além de]. …Ejv Fora de (latim foras, foris) O enfoque não está na relação de lugar “de onde” no sentido de proveniência, mas no enfoque sobre o complemento limitativo, restritivo: fora do quê? Genitivo, naturalmente. ¦jv teÛxouw Þ¡nai, (Plat., Fedro, 230b) ir fora das muralhas [do lado de fora]. ¦jv toætvn Ïn eàrhkaw (Xen., Hier., 1, 7) fora dessas coisas que disseste.

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…Ejvyen O mesmo que o anterior, apenas reforçado com a partícula -yen, que enfatiza a idéia de separação. Genitivo naturalmente. sugkay®menoi ¦jvyen tÇn ÷plvn ¤jaÛfnhw Žkoæomen yoræbou polloè (Xen., 5, 7, 21) reunidos, instalados desarmados (fora dos equipamentos), de repente ouvimos muita algazarra. ƒEp¡keina Do lado de lá, ultrapassando, ulteriormente; idéia de separação. Genitivo, naturalmente. Žn¡bainon toè „HerakleÛou ¤p¡keina (Xen., Hel., 5, 1, 10) eles subiram além do [templo] de Heraclés. õrmn eÞw tò ¤p¡keina t°w g°w (Plat., Féd., 112b) dirigir-se até além da terra. ƒEpÛ ¤p- diante de vogal não aspirada, ¤f- diante de vogal aspirada). Em cima, sobre (contato pleno, estático) > locativo (dat. nas gramáticas), idéia de acréscimo, superposição. Sentido figurado: acréscimo; sobre, apoio parcial (pontual) > genitivo (partitivo). Sobre / para cima de, com movimento, direção, intenção > acusativo. Locativo: ¤pÜ xyonÜ sÝton ¦dontew que comem pão no chão [sentados no chão]. oß ƒAyhnaÝoi eäxon ¤mpñrion ¤pÜ tÒ stñmati toè Strumñnow os atenienses mantinham um entreposto na embocadura do Strimon. ¤pÜ t» yal‹ttú oÞkeÝn habitar sobre o mar [à margem de, na orla, em cima].

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oß ¤pÜ psi os sobre todos [os que seguem o exército], a retaguarda. ¤pÜ tÒ trÛtÄ shmeÛÄ §pesy¡ moi [no] sobre o terceiro sinal, [em cima do terceiro sinal] acompanhai-me. oß ¤pÜ toÝw kam®loiw os sobre os camelos [os que vigiam sobre, os encarregados]. ¤pÜ toÝw ¦rgoiw diatrÛbein ocupar-se com os trabalhos [passar o tempo sobre os trabalhos]. ¤pÜ toÝw polemÛoiw eänai estar sobre os inimigos [sobre os inimigos, em cima de, em posição de ataque]. xaÛrein ¤pÛ tini alegrar-se com alguma coisa [baseado em]. ŽganakteÝn ¤pÛ tini contrariar-se com [sobre] alguma coisa, [reclamar]. ¤pÜ tñkoiw daneÛzein emprestar sobre juros. ¤pÜ êmÝn keÝtai õ nñmow sobre [contra] vós jaz [está disposta] a lei. l¡gein ¤pÛ tini fazer um discurso sobre algo/alguém. tò ¤pƒ ¤moÛ no que está sobre mim [quanto a mim, no que me concerne]. tò ¤pÜ psi toÝw sÅmasi k‹llow (Plat., Banq., 210a) a beleza que está em [sobre] todos os corpos. toÝw polemÛoiw Žp®nthsan ¤pÜ toÝw ôrÛoiw t°w BoivtÛaw (Licof., C. Leócr., 47) eles se encontraram com os inimigos sobre as fronteiras da Beócia [perto de]. ¤fƒ ‘pasin ²mÝn ŽnÛstatai Dhmosy¡nhw (Ésqn., Emb., 49) sobre todos nós Demóstenes se sobrepõe [está por cima].

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semnænesyai ¤pÜ taÝw tÇn progñnvn ŽretaÝw, (Isócr., 16, 29) orgulhar-se sobre as virtudes dos antepassados. gevrgÛai ¤pÜ metrÛaiw misyÅsesi (Isócr., Aerop., 32) arrendamentos sobre contratos [pagamentos] moderados. ¤pÜ àsú kaÜ õmoÛ& (Tuc., 1, 27, 1) sobre [condição] igual e parecida [semelhante]. tÒ gŒr ¤pÜ fresÜ y°ke yeŒ leukÅlenow †Hrh (A, 55) a este a deusa de braços alvos, Hera, pôs na mente [por inteiro]. fñnow ¤pÜ fñnÄ xea tƒ xesin (Eur., If. T., 197) assassinato sobre assassinato, dores sobre dores. Žp®ggellon oß pr¡sbeiw ¤fƒ oåw oß Lakedaimñnioi poioÝnto t¯n eÞr®nhn (Xen., Hel., 2, 4, 32) Os embaixadores passaram a anunciar sobre que [condições] os Lacedemônios fariam a paz. ¤pÜ soÜ m‹la pollƒ ¦payon (I, 492) sobre ti [em cima de ti, por causa de ti] eu sofri muitas coisas. t¯n genom¡nhn ¤pÜ tÒ M®dÄ summaxÛan (Tuc., 1, 102) a aliança acontecida sobre o Medo [rei da Pérsia] [às custas de]. Éw ·n ´liow ¤pÜ dusmaÝw (Xen., An., 7, 3, 34) como o sol estava sobre seu poente. ¤pÜ soÛ ¤sti l¡gein (Xen., Mem., 6, 36) está sobre ti falar [tu podes, está em teu poder ...]. ¤pÜ tÒ sÛtÄ eéyæw ŽrxÅmeya pÛnein ìdvr (Xen., Cir., 6, 2, 27) sobre os alimentos [depois de] imediatamente [direto] comecemos a tomar água. ¤pÜ toætoiw em cima dessas coisas, sobre, depois. plhgŒw labeÝn ¤pÛ tini (Xen., Cir., 1, 3, 16) receber pancadas a propósito de algo [sobre, por causa de].

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¤pÜ m¢n ¤pÇn poi®sei †Omhron m‹lista teyaæmaka, ¤pÜ d¢ tragÄdÛ& Sofokl¡a ¤pÜ d¢ ŽndriantopoiÛ& Polækleiton ¤pÜ d¢ zvgrafÛ& Zeèjin (Xen., Mem., 1, 4, 3) sobre [na] a poesia épica eu admiro [estou admirado] sobretudo Homero; sobre [na] a tragédia, Sófocles; sobre [na] a escultura [estatuária] Políclito e sobre [na] a pintura [de animais] Zeúxis. Genitivo: (partitivo, metafórico). Kèrow proéfaÛneto ¤fƒ ‘rmatow Ciro aparecia na frente sobre a carruagem (apoio parcial). t» ¤pÜ Yr–khw as regiões sobre a Trácia (limítrofes a/uma parte de). ¤pÜ S‹mou pleÝn navegar sobre Samos (metonímia > um ponto qualquer de Samos). O genitivo marca com freqüência a idéia contrária (contra), também com outras preposições. Há coerência nisso; na relação contra, além do impulso, movimento (acusativo) podemos ver o espaço que separa, o ponto de partida ou a diferença de cima para baixo (genitivo). ¤pÜ KroÛsou rxontow sobre Creso reinante [num ponto qualquer do reinado de Creso, em Creso reinante, no reinado de Creso]. ¤pÜ toè prot¡rou pol¡mou num momento, num ponto qualquer da guerra anterior. oß ¤pÜ pragm‹tvn os que estão sobre os negócios (metafórico). ƒAlkibi‹dhw ¦plei ¤pÜ t°w ¤m°w neÅw (Lís., 21, 6) Alcibíades viajava no meu barco (apoio pontual, parcial). yæein ¤pÜ tÇn bvmÇn (Xen., Mem., 1, 1, 12) oferecer sacrifício sobre os altares (apoio pontual). õrn ·n ¤pÜ tÇn yurÇn gunaÝkaw (Licof. C, Leócr., 40) era possível ver mulheres nas portas (apoio pontual).

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kat‹skopon p¡mcai ¤pÜ LudÛaw (Xen., Cir., 6, 1, 31) enviar um espião à Lídia (metonímia, pontual). ŽnexÅrhsan ¤pƒ oàkou (Tuc., 1, 30, 2) eles se retiraram para casa (metonímia). parelyÆn ¤pÜ Yr–khw (Dem., Cor., 87) tendo-se apresentado na Trácia (metonímia). ¤pƒ ¤jousÛaw kaÜ ploætou poneròn eänai (Dem., Mid., 138) ser malvado no poder e na riqueza (metonímia). Žllƒ ¤pÜ p‹ntvn faÛnetai proúrhm¡now mƒ êbrÛzein (Dem., Mid., 38) mas é visível que sobre todas as coisas ele, deliberadamente se dispõe a me provocar (metafórico). eäpen, ¤pÜ kaloè l¡gvn paidñw eélabeÝsyai (Plat., Cárm., 155b) ele disse, falando sobre um belo rapaz, para tomar cuidado (metafórico) ¤pÜ tÇn ŽdelfÇn tò aétò toèto Žgnooèsin (Xen., Mem., 2, 3, 2) essa mesma coisa eles desconhecem sobre [seus] irmãos (metafórico). “ ¤pÜ tÇn llvn õrte taètƒ ¤fƒ êmÇn aétÇn ŽgnoeÝte (Isócr., Paz, 114). as coisas que vós olhais [vedes] sobre os outros, essas vós ignorais sobre vós mesmos (metafórico). ¤pÜ k¡rvn em colunas [alas] (metafórico). ¤pÜ kairoè a propósito [sobre a oportunidade] (metafórico). ¤pÜ kefalaÛvn por capítulos [por resumos] (metafórico). ¤pÜ t°w ôligarxÛaw sob a oligarquia, [na oligarquia] (num momento > pontual > partitivo). ¤pÜ t°w dhmokratÛaw sob a democracia, [na democracia] (num momento > metafórico/ pontual).

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¤fƒ ²mÇn nos nossos dias (num momento > metafórico/pontual). ¤pÜ kefal°w f¡rein ti (Xen. An.4.3.6) portar algo sobre [na] cabeça (metafórico/pontual). Acusativo: sobre, em cima de, associado à idéia de movimento, finalidade, intenção. ŽnabaÛnein ¤fƒ áppon montar a cavalo, subir no cavalo (movimento). ¤pÜ psan t¯n ƒAsÛan por toda a Ásia (extensão). ¤pÜ d¡ka ¤tÇn misyoèn contratar por dez anos (extensão). strateæein ¤pÛ tina fazer uma expedição contra [sobre] alguém (movimento). bohyeÝn ¤pÛ tina vir em socorro a alguém. ¤pÜ y®ran Þ¡nai ir com intenção de caçar. ¤pƒ aétò toèto p‹reimi é para isso mesmo que estou presente. Éw ¤pÜ tò polæ como muitas vezes, [como sobre outras vezes]. tò ¤pƒ ¤m¡ no que me concerne. àtv tiw ¤fƒ ìdvr (Xen., Cir., 5, 3, 50) alguém vá à água [vá buscar água, vá por água]. yuom¡nÄ aétÒ ¤pÜ treÝw ²m¡raw oék ¤gÛgneto tŒ ßer‹ (Xen., An., 6) a ele [Cleandro] que oferecia sacrifícios por três dias [sobre três dias] não aconteciam sinais sagrados [presságios].

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õ ƒEfi‹lthw kayÛzei ¤pÜ tòn bvmñn, (Arist., Gov. dos At., 25, 3) Efialtes vai sentar-se sobre o altar (mov.). ¤pƒ Žret¯n gein toçw n¡ouw (Xen. Caça, 13, 1) conduzir os jovens para a virtude. ¤pƒ ŽspÛda (Xen., Cir., 7, 5, 6) sobre [contra] o escudo [isto é, sobre a esquerda] ¤pistrateæein ¤pÜ toçw ¤nageÝw, (Ésqn., C. Ctes., 108) fazer uma expedição sobre [contra] os ímpios. tò ömma dænatai ¤pÜ pollŒ st‹dia ¤jikneÝsyai (Xen., Mem., 1, 4, 17) a vista é capaz de chegar [completamente] (alcançar) sobre muitos estádios. ¤pÜ §j µ ¥ptŒ ²m¡raw ŽnyÅrmoun (Tuc., 2, 86, 5) por [sobre = duração] 6 ou 7 dias eles estavam ancorados. ¤pÜ ¦th trÛa toçw tÇn tur‹nnvn fÛlouw Èstr‹kizon (Aristót., Gov. dos At., 22, 6) por três anos [sobre] eles exilavam os amigos dos tiranos. aßroèntai d¡ka tÇn politÇn aétokr‹toraw ¤pÛ t¯n toè pol¡mou kat‹lusin (Aristót., Gov. dos At., 38, 1) eles escolhem dez plenipotenciários dentre os cidadãos para a cessação da guerra. oß YhbaÝoi p¡mpousin ¤pÜ duoÝn tri®roin ndraw ¤pÜ sÝton (Xen., Hel., 5, 4, 56) os tebanos enviam homens sobre duas trirremes para [buscar] trigo, [por trigo]. ¤pÜ pn sobre tudo [em relação a tudo]. ¤pÜ pñda pé sobre pé. ¤pƒ àson [sobre igual] igualmente. ·lye ¤pÜ n°aw ƒAxaiÇn (A, 12) ele chegou às [sobre] naus dos Aqueus.

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÷ss‹ te gaÝan ¦pi pneÛei te kaÜ §rpei (P, 447) quantos [seres] respiram e rastejam [por] sobre a terra. ²meÝw gŒr gnoÜ toépÜ [tò ¤pÜ] t®nde t¯n kñrhn (Sóf., Ant., 889) na verdade nós estamos puros no que se refere a [no que é sobre] esta jovem.

EéyeÛan eéyæ, eéyæw Direto, rumo a, na direção de, com complemento limitativo, restritivo, partitivo, pontual. Genitivo, naturalmente. eéyeÛan é um acusativo de relação e contém implícita õdñn (caminho, rota, roteiro). Eéyæ é o neutro no acusativo de relação e eéyæw é uma variante do anterior, apenas com o -w protegendo a vogal. ¦pleon eéyç L¡sbou (Xen., Hel., 1, 2, 11) eles navegavam direto para Lesbos [para um ponto de Lesbos - noção partitiva].

†Evw Até, na direção de. Com idéia de movimento sugere um acusativo de direção. Mas quando prevalece o enfoque do ponto de chegada, a idéia de contato sugere o genitivo partitivo. §vw oð Žp¡dejan p‹saw aét‹w (Hdt., 2, 143) até que (o que) eles fizeram a exposição de todas (as estátuas).

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Kat‹ katƒ antes de vogal não aspirada, kayƒ antes de vogal aspirada. • de cima para baixo, extensão sobre uma coisa, deslizante; daí às vezes tem um sentido distributivo, em relação a alguma coisa, uma direção para alguma coisa, no tempo e no espaço, acusativo (concreto e figurado); • de cima para baixo, perpendicular (ou partitivo, contato com a superfície), abrupto (adv. k‹tv - em baixo), daí contra (concreto e figurado), genitivo. Genitivo: b° d¢ katƒ Oélæmpoio kar®nvn (A, 44) ele desceu dos cimos do Olimpo. taèta m¢n d¯ katŒ p‹ntvn PersÇn ¦xomen l¡gein (Xen., 1, 2, 16) são, na verdade, essas as coisas que temos a dizer contra os Persas todos. katŒ xyonòw ¦kruce (Sóf. Ant. 24) ela enterrou [o irmão] debaixo da terra [para baixo da terra > partitivo]. tòn katŒ g°w (Xen., Cir., 4, 6, 5) o debaixo da terra [para baixo > partitivo]. áento katŒ pranoèw ghlñfou (Xen., An., 1, 5, 8) eles se lançavam da descida da colina. ¤leÛbeto aét» tŒ d‹krua katŒ tÇn pareiÇn (Xen. Cir., 6, 4, 3) As lágrimas escorriam-lhe pelas faces. mæron katŒ t°w kefal°w kataxeÝn (Plat., Rep., 398a) fazer escorrer perfume de sobre a cabeça. ² d¢ ƒAtlantÜw n°sow katŒ t°w yal‹tthw dèsa ±fanÛsyh (Plat., Tim., 24c) a ilha Atlantis [Atlântida] tendo mergulhado no mar [para baixo, mar abaixo] desapareceu. oék Êknoun katƒ aétoè l¡gein FilÛppou (Ésqn., Emb., 30) eu não tinha medo de falar contra o próprio Filipe.

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t¯n eÞr®nhn katŒ t°w patrÛdow throèsin (Dem., Cor., 89) eles procuram a paz contra a pátria. trñpaion st®somen kayƒ ²mÇn aétÇn (Isócr., Arq., 10) nós levantaremos um troféu contra nós mesmos. polçw ¦painow ·n katŒ t°w ²met¡raw pñlevw (Ésqn., C. Ctes., 124) havia um grande louvor “contra” nossa cidade (na direção de, a respeito de: metáfora]. katŒ t°w g°w êpodæomai épò t°w aÞsxænhw Žkoævn taèta (Xen., An., 7, 7, 11) eu me enfio na terra [sob a terra] sob efeito de vergonha ouvindo [ao ouvir] essas coisas. prÇton m¢n mnhsy®somai, Î ndrew, ù teleutaÝon katƒ ¤moè eäpe (Xen., Hel., 2, 32, 35) em primeiro lugar vou relembrar, senhores juízes, o que por último ele [Crítias] falou contra mim. m‹rturaw parasxeÝsyai kat‹ tinow (Plat., Górgias, 472a) apresentar testemunhas contra alguém. Acusativo: ¦pleon katŒ tòn potamñn (Hdt., 3, 109) eles navegavam descendo o rio. katŒ t¯n poreÛan (Ésqn., Emb., 56) no curso da expedição [acompanhando]. tò ìdvr katŒ toçw t‹frouw ¤xÅrei (Xen., Cir., 7, 5, 16) a água se escorria pelas trincheiras. proelyeÝn katŒ t¯n õdñn (Xen., An., 4, 2, 16) avançar pelo caminho [seguindo o caminho]. ¦sthsen „Ermw katŒ tŒw õdoæw (Plat., Híp., 228b) ele erigiu Hermas ao longo dos caminhos. plantai f®mh katŒ t¯n pñlin (Ésqn., C. Tim., 127) um boato paira sobre a cidade (se estende).

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¦xidnai katŒ psan t¯n g°n eÞsi (Hdt., 4, 44) há víboras por todo o país. katŒ g°n kaÜ katŒ y‹lattan (Xen., Hel., 2, 1, 10) por terra e por mar. ¦kplhjin kat‹ te toçw Žgroçw kaÜ ¤n t» pñlei ¤poÛhse (Xen., Hel., 4, 7, 3) ele provocou uma estupefação nos campos [pelos campos: acusativo de extensão] e também na cidade (locativo). keÝtai ² KefallhnÛa katŒ ƒAkarnanÛan (Tuc., 2, 30, 2) a Cefalênia está situada à altura da Acarnânia. Éw katŒ ƒAbrad‹tan ¤g¡neto ¦sth (Xen., Cir., 7, 1, 13) assim que ele “aconteceu” [chegou] à altura de Abradata, estacionou. ¦yento tŒ ÷pla katŒ t¯n õdòn t¯n ¤pÜ t¯n ŽkrŒn f¡rousan (Xen., An, 5, 2, 19) colocaram as armas ao longo da rua que levava à parte alta da cidade [cidade alta]. oß katŒ toçw †Ellhnaw tetagm¡noi (Xen., An., 2, 3, 19) os que estavam organizados [enfileirados] contra os gregos. Aqui o acusativo enfoca mais o movimento, a intenção, do que o espaço que separa. õ Lukoèrgow katŒ toçw „HrakleÛdaw l¡getai gen¡syai (Xen., Rep. dos Lac., 10, 8) dizem que Licurgo existiu no tempo dos Heráclidas. m¡gistow ·n tÇn kay„ aêtñn (Xen., Hel., 6, 4, 28) [ Jasão] era superior aos do seu tempo (relação). ¤‹n tiw kat‹ ti kakòw gÛgnhtai kolast¡ow ¤stÛn (Plat., Górg., 527b) se alguém se torna mau em alguma coisa [segundo, quanto a] deve ser punido. eédaÛmonew gegñnasi katŒ p‹nta (Hipér., Or. Fún., 42) eles se tornaram [estão] felizes sob todos os pontos de vista [segundo todas as coisas].

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tÇn kayƒ ¥autoçw ŽnyrÅpvn Žristeæsantew (Xen., Mem., 3, 5, 10) tendo-se distinguido como os melhores dentre os homens de seu tempo [em relação a eles mesmos, segundo eles mesmos]. deÝpnon katŒ fÇw ¤poioèto purŒ d¢ næktvr oék ¦kaon (Xen., Cir., 3, 3, 25) eles faziam [tomavam] as refeições com a luz (do dia) e não acendiam fogueiras à noite. poreæesyai katŒ tŒ àxnh (Xen., Caça, 8, 2) marchar (caminhar) seguindo (segundo) as pegadas. katŒ t¯n manteÛan toè yeoè (Ésqn., C. Ctes., 108) segundo [conforme] o oráculo da divindade. katŒ dñgma boul°w (Xen., Hel., 6, 5, 33) conforme decisão [parecer] do Conselho. katŒ PÛndaron (Plat., Fedr., 227b) segundo Píndaro. kayƒ ÷son oåñw te eÞmÛ (Plat., Banq., 212b) o quanto eu sou capaz [segundo, conforme o quanto]. katŒ spoud¯n feægein (Xen., An., 7, 6, 28) fugir com presteza. ¤gÆ y¡lv diabib‹sai êmw katŒ tetrakisxilÛouw õplÛtaw (Xen., An., 3, 5, 8) quanto a mim, eu quero vos passar à razão de 4.000 soldados por vez (distributivo). poina...dæo mn¡ai tatagm¡nai katƒ ndra aÞxm‹lvton ¤ktÛnein (Hdt., 6, 76) estavam estipuladas como resgate duas minas a pagar por cada homem prisioneiro (distributivo). kayƒ ¥k‹sthn t¯n ¤kklhsÛan (Dem., Emb., 170) a cada assembléia (distributivo). krin¡syvn oß ndrew kayƒ §na §kaston (Xen., Hel., 1, 7, 23) que esses homens sejam julgados um por um (distributivo).

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katŒ m¡row ful‹ttein (Xen., An., 5, 1, 9) montar a guarda por partes [por destacamento > distributivo]. katŒ smikròn ŽpokrÛnesyai (Plat., Prot., 338c) responder por partes [em detalhes] (distributivo). toçw katŒ xilÛouw Žpoyn¹skontaw tÛw ’n Žriym®seien (Isócr., Paz, 87) os que morrem [morriam] aos milhares (distributivo) quem os contaria [poderia contar]?! ¤j¡pemc¡n me ‘ma katƒ ¤mporÛan kaÜ katŒ yevrÛan (Isócr., Trapez., 4) ele me enviou em vista de comércio e ao mesmo tempo para observação (em relação a). katŒ kr‹tow (Dem.) à força. katŒ mñnaw (Xen.) a cada uma, separadamente. katƒ ôlÛgouw (Tuc.) pouco a pouco [aos poucos]. katŒ mikrñn (Aristót.) pouco a pouco [aos poucos]. kayƒ ²suxÛan (Dem.) em paz [em tranqüilidade]. katŒ m¡row (Tuc.) em parte. katŒ m¡rh (Plat.) por partes [em detalhe]. katŒ trñpon (Isócr.) com modo [de maneira conveniente]. katŒ braxæ (Tuc.) aos poucos [pouco a pouco]. katŒ t‹xow (Tuc.) às pressas [com pressa].

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katŒ pñdaw (Tuc.) rapidamente [segundo os pés]. aétòw kayƒ aêtñn (Isócr.) ele por ele mesmo [ele por si]. katŒ =ñon segundo [seguindo] a corrente. katŒ tò eéÅnumon k¡raw pela ala esquerda [seguindo a ala]. katƒ ¤keÝnon tòn xrñnon naquele tempo, por aqueles tempos. oß kayƒ ²mw os no nosso tempo [os segundo nós]. tò katƒ Žrx‹w do começo, quanto ao começo, pelo começo. katŒ treÝw três a três. katŒ fèla por [cada] tribo. kayƒ ²m¡ran durante o dia [segundo o dia]. Em composição com verbos, kat‹ significa para baixo descendo, seguindo o processo, e por isso às vezes, “seguindo até o fim, esgotando o processo verbal” (acusativo) ou então com enfoque sobre o ponto de partida se exprime pelo genitivo-ablativo; nesses casos a idéia de contra aparece naturalmente; com verbos de opinião ou sensação passa a exprimir opinião ou sensação desfavorável, contrária. Aqui também, como nos outros compostos, podem aparecer dois casos: o exigido pela relação da preposição e outro exigido pela relação do verbo com seu complemento. katab®seo dÛfrou (E, 109) desce da carruagem! (ponto de partida).

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oéd¢n Žgenn¢w êmÇn katagignÅskv (Dem., 21, 152) eu não penso contra vós nada infamante (julgamento desfavorável, acusação, contra). tÛnew kat°rjan, pñteron †Ellhnew, m‹xhw; (Ésq., Pers., 351) quem começou [começaram] a guerra, acaso foram os gregos? (entrada no processo verbal). oìtv l¡geiw µ ¤gÆ oék ôryÇw katamany‹nv; (Plat., Parm., 128a) tu estás afirmando assim ou sou eu que não estou entendendo bem (extensão e acabamento do processo verbal). pñteron... toçw fælakaw kayistÇmen (Plat., Rep., 421b) ou nós vamos estabelecer (deliberativo) os guardiães [completamente]. katabaÛnein kat¡rxesyai katakñptein katak‹ein katafageÝn katagoreÝn katagoreæein katageln katadik‹zein katapolemeÝn katadapann katatiy¡nai

descer, (andar para baixo) chegar descendo, voltar abater, cortar completamente pôr fogo, incendiar (e queimar) completamente comer completamente, consumir acusar, falar de cima para baixo de-clamar, de-nunciar, de-nominar (praedicare) rir de cima para baixo, zombar, ridicularizar proferir sentença contra (de cima), condenar guerrear completamente, vencer na guerra gastar tudo, esbanjar de-por

Katantikræ (ver Žntikræ)

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Katñpin Atrás, depois, mais tarde. Acusativo petrificado. Idéia de separação no espaço e no tempo. Genitivo, naturalmente. katñpin ¥ort°w ´komen (Plat., Górg., 447a) chegamos depois da festa. katñpin ²mÇn ¤peis°lyon ƒAlkibi‹dhw te kaÜ KritÛaw (Plat., Prot., 216a) depois [atrás] de nós sobrevieram Alcibíades e Crítias.

Kræfa / kræpta Às escondidas, à socapa. Idéia de afastamento, separação. Acusativo petrificado. Genitivo, naturalmente. êp¡sxonto kræfa tÇn ƒAyhnaÛvn (Tuc., 1, 101, 2) eles prometeram às escondidas dos atenienses. kræfa patrñw (Pínd., Pít., III) às escondidas do pai.

L‹yra / l‹yr& Escapando ao conhecimento de, sem o conhecimento de. Idéia de separação. Acusativo e instrumental petrificados. Genitivo, naturalmente. taètƒ ¤poi®sato l‹yr& toè Žndrñw (Xen., Cir., 6, 4, 2) ela fez [fizera] essas coisas sem o conhecimento do marido.

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Met‹ metƒ antes de vogal não aspirada, meyƒ antes de vogal aspirada. • no meio de, participação dos dois, contato físico de parte (partitivo), metope: espaço (que se vê) entre dois triglifos • no meio de, entre, com (alguém carregado, entre, no meio de pacotes > com): Genitivo, naturalmente. Essa idéia favorece o emprego no sentido figurado igual a com, no meio de, entre, contato, participação; sinônimo de em, dentro de com enfoque sobre o espaço e não sobre o contato: • Locativo (dativo locativo nas gramáticas); é pouco usado por haver outras preposições que exprimem essa idéia. • Com movimento, mudando de um para outro, entrada num (outro) grupo; mudança de posição interna ou externa; transformação com idéia temporal de seqüência e posterioridade, sucessão (depois de): Acusativo Nos verbos compostos: mudança, transformação, participação. Genitivo: metƒ ¤moè xaÛrousi diatrÛbontew (Plat., Apol., 33b) eles se comprazem passando o tempo comigo [entretendo-se]. meyƒ êmÇn kekinduneækamen (Xen., Hel., 2, 4, 20) nós corremos risco convosco [no meio de vós, participantes]. metŒ parrhsÛaw l¡gv (Dem., Fil., 3, 3) eu estou falando com franqueza. d¡omai êmÇn metƒ eénoÛaw Žkro‹sasyai (Iseu, 6, 1) eu vos peço [de vós] (de) me ouvirdes com benevolência. metŒ toè nñmou Õmhn mllñn me deÝn diakinduneæein µ meyƒ êmÇn gen¡syai (Plat., Apol., 32b) eu pensava dever suportar os perigos mais com a lei (participante) do que estar junto a vós [no meio de]. ƒIndÇn basileçw metŒ toè ±dikoum¡nou ¦stai (Xen., Cir., 2, 4, 7) o rei dos hindus estará ao lado do injustiçado (participante).

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ßppeÝw ¤Œn ²meÝw metƒ aétÇn genÅmeya ¦sontai pleÛouw µ xÛlioi (Xen., Hel., 5, 2, 14) [em] cavaleiros, se nós estivermos junto com eles, seremos mais do que mil. aétòw kaÜ oß metƒ aétoè (Xen., Hel., 3, 3, 11) ele e os com ele [ juntos]. metŒ tÇn summ‹xvn kinduneæein combater [correr risco] junto com os aliados [em meio a]. oß metƒ ƒAriaÛou (Xen., An., 1, 10, 1) os com Arieu [do bando de]. pleÝn metŒ d¡ka tri®rvn (Xen., Hel., 4, 9, 24) navegar com dez trirremes [em meio a; a idéia do instrumental deve ser afastada]. ßketeæein metŒ pollÇn dakrævn (Plat., Apol., 34c) suplicar com muitas lágrimas [em meio a; não é instrumental]. metŒ kindænvn tŒw mel¡taw poeÝsyai (Tuc., 1, 18, 7) exercer as atividades com perigo [em meio a perigos, no meio de]. toætvn oéd¢n ’n y¡loimi ktsyai metƒ ŽdikÛaw (Xen., An., 2, 6, 18) dessas coisas eu nada queria [quereria] possuir com injustiça [junto com; não é instrumental]. Acusativo: metŒ toèto Musòw eÞs°lyen (Xen., An., 6, 1, 9) depois disso entrou um Mísio. metŒ tŒ must®ria d¡ka naèw ŽpesteÛlate (Dem., Ol., 3, 4) depois dos mistérios enviastes dez navios. Em composição: met¡xv tinñw metap¡mpomaÛ tina metanoÇ (e)

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eu tomo parte de, eu participo de alguma coisa ou com alguém eu mando buscar alguém (mando atrás de) eu penso (reconheço) depois > eu lamento, me arrependo, mudo de opinião

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metaf¡rv metafor‹-w, ² metatÛyhmi met‹yesiw-evw, ² metab‹llv

eu transporto, faço mudar transporte eu faço mudar de posição mudança, troca de posição (lit.: para o espaço seguinte) eu lanço um depois do outro, eu manipulo algo (ti), eu lido com (tini)

Metajæ No espaço interno entre dois pontos; idéia de partitivo, porque toca os dois lados; no intervalo de (tempo e espaço). Genitivo, naturalmente. polçw xrñnow ¤g¡neto õ metajç t°w dÛkhw te kaÜ toè yan‹tou (Plat., Féd., 58c) um longo tempo aconteceu, o no intervalo da sentença e a morte [entre a sentença e a morte]. FilÛppÄ ·n sumf¡ron Éw pleÝston tòn metajç xrñnon gen¡syai tÇn ÷rkvn (Dem., Cor., 26) para Filipe era interessante o maior tempo possível acontecer no intervalo dos juramentos [até os juramentos, isto é, entre o momento de Filipe e os juramentos; um dos pontos está implícito]. metajç toætoin mfoin ¤n m¡sÄ ön (Plat., Rep., 583c) estando no meio, entre essas duas coisas (Gen. do dual). metajç tÇn lñgvn (Plat., Fedro, 230a) no intervalo dos discursos, durante a conversa. skeu¯n metajç t°w te Persik°w kaÜ t°w Paktuik°w (Hdt., 7, 85) um equipamento entre o dos persas e o dos páctios.

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M¡xri ( -w ) (Hom., m¡sfa) Até (que), idéia de contato, toque no ponto de chegada. Genitivo (partitivo), naturalmente. Žpò toè Pñntou m¡xri Sardoèw (Aristóf., Vespas, 700) do Ponto até à Sardenha. m¡xri t°w ¤keÛnou zv°w (Hdt., 3, 160) até a vida dele (o ponto final de). m¡xri mnw (Plat., Leis, 764) até uma mina (o limite de). m¡xri t°w t®meron ²m¡raw (Dem., Emb., 328) até o dia de hoje. Nñsfi (-n) Longe de, separado de. Seria um antigo locativo; o -n é apenas eufônico. O complemento delimitativo, restritivo, pede o genitivo, naturalmente. Não aparece no dialeto ático; apenas em Homero e em alguns líricos. nñsfin ƒAxaiÇn (E, 803) longe dos aqueus [afastado de]. oëte tiw oïn potamÇn Žp¡hn, nñsfƒ ƒVkeanoè (U, 7) nem mesmo algum dos rios estava ausente, exceto Oceano. „Omoè Junto de, perto de; idéia de lateralidade. Dativo, naturalmente. Ver ‘ma. õmoè toÝw †Hllhsin ¤stratopedeæsanto (Xen., Hel., 3, 2, 5) eles [os odrisos] acamparam junto aos gregos [perto de]. õmoè tÒ tÛktein pareg¡neyƒ ² kñrh (Plat., Teag., 129d) a jovem tinha chegado perto de parir.

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õmoè pñlemñw te dam˜ kaÜ loimñw ƒAxaioæw (A, 61) a guerra e a peste junto [juntas, ao mesmo tempo] domam os aqueus (uso adverbial, sem relação: sem caso) ¦pipton nekroÜ õmoè TrÅvn kaÜ DanaÇn (R, 362) caíam mortos juntamente dos troianos e dânaos [adverbial; os genitivos TrÅvn - DanaÇn são complementos nominais de nekroÛ]. …Opisyen / öpisye Literalmente: de trás, atrás (separado) a partir de trás. Genitivo, naturalmente. öpisyen p¡mpen oïron (O, 34) de trás ele enviou um vento (uso adverbial). öpisyen ¤moè eÞsi¡nai (Plat., Banq., 174e) entrar de trás de mim, depois de mim. Þd¡ fÇw kañmenon öpisyen aétÇn (Plat., Rep., 514b) olha [com a mente] uma tocha acesa atrás deles [por de trás]. Par‹ (paraÛ) Ao lado de (ao longo de, lado a lado) sem contato, com todas as variantes espaciais (questões poè, onde?, poÝ, para onde? pñyen, de onde?), respectivamente locativo, acusativo, genitivo-ablativo). Locativo: junto a, ao lado de, na casa de (by, inglês; bei alemão; chez, francês; apud, prae, latim). oé parŒ mhtrÜ sitoèntai oß paÝdew ŽllŒ parŒ tÒ didask‹lÄ (Xen., Cir., 1, 2, 8) os meninos não fazem a refeição junto à mãe [em casa], mas junto ao mestre [na casa do mestre]. oß parŒ basileÝ öntew (Xen., An., 1, 5, 1) os que estão ao lado do rei [a corte, os áulicos, os chegados ao rei]. tŒ parƒ ¤moÛ (Xen., An., 1, 7, 4) as coisas em casa [quanto ao que me concerne].

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timÇmai m‹lista p‹ntvn kaÜ parŒ yeoÝw kaÜ parŒ ŽnyrÅpoiw (Xen., Mem., 2, 1, 32) eu [a virtude] sou honrada muito mais do que todos, quer junto aos deuses quer junto aos homens. dokeÝw parƒ ²mÝn oé bebouleèsyai kakÇw (Sóf., Traq.) tu pareces não teres deliberado mal junto a nós [entre nós]. parŒ nhusÜ korvnÛsi mimn‹zein (Hom.) permanecer junto às curvas naus. oé taétŒ parŒ toÝw M®doiw kaÜ ¤n P¡rsaiw dÛkaia õmologeÝtai, (Xen.) não as mesmas coisas são concordadas [acordadas] [serem] justas junto aos Medos e entre os Persas. kaÜ parƒ ¤moÜ tiw ¤mpeirÛa ¤stÛn também [até] em mim [ junto a mim] existe uma certa experiência. o㠒n paideuyÇsi parŒ toÝw dhmosÛoiw didask‹loiw, ¦jestin aétoÝw ¤n toÝw ¤f®boiw neaniskeæesyai (Xen., Cir., 1, 2, 15) é possível [permitido] aos que por acaso são educados (aoristo) junto a mestres públicos passar a juventude entre os efebos. oß parƒ ²mÝn (Plat., Féd., 64b) os junto a nós [os nossos, a nossa gente, os do nosso tempo]. Acusativo: para junto de, para as vizinhanças de, passar ao lado de, ao longo de õ XeirÛsofow p¡mpei parŒ JenofÇnta toçw peltast‹w (Xen., An., 4, 3, 27) Querísofo envia seus peltastas para junto de Xenofonte ·n parŒ t¯n õdòn kr®nh (Xen., An., 1, 2, 13) havia uma fonte ao longo do caminho [às margens, à beira]. parŒ gnÅmhn ¤m®n (Ésql., Supl., 454) contra a minha exspectativa [ao lado, e não dentro, da minha opinião]. parƒ ¤l‹xiston d¯ ·lye tò ƒAyhnaÛvn kr‹tow t°w yal‹sshw Žfel¡syai, (Tuc., 8, 76) faltou muito pouco (passou por muito perto, ao lado) de o poder marítimo dos atenienses ser tirado [por Samos].

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ÉmologeÝto parŒ toèton gen¡syai t¯n svterÛan aêtoÝw (Isócr., 6, 52) concordou-se que a própria salvação estava ao lado deles [passava junto a eles]. parŒ tŒ lla zÒa Ësper yeoÜ oß nyrvpoi bioteæousin (Xen., Mem., 1, 4, 14) junto aos outros animais [comparando com] os homens vivem como deuses. parŒ taæthn t¯n pñlin ·n puramÜw liyÛnh (Xen., An., 3, 4, 9) junto [ao lado, ao longo] dessa cidade havia uma pirâmide de pedra. ¦pemcan pr¡sbeiw parŒ …Agin (Xen., Hel., 2, 2, 11) eles enviaram embaixadores para junto de Ágis. ·san llai kÇmai parŒ tòn TÛgrhta potamñn (Xen., An., 3, 5, 1) havia outras aldeias ao longo do rio Tigre. ÷ra parŒ toèto tò teixÛon f¡rontaw ŽnyrÅpouw skeæh pantodap‹ (Plat., Rep., 514b) observa ao longo dessa mureta homens portando toda espécie de objetos. m¯ parŒ tŒ deinŒ ¤gkatalipeÝn tòn d°mon (Ésqn., C. Ctes, 170) não abandonar o povo no perigo [ao longo do perigo]. parŒ taæthn t¯n ŽpodhmÛan p‹nta tŽnantƒ ¦pratton (Dem., Emb., 172) durante [ao longo de] aquela viagem eu praticava todas as coisas contrárias. parŒ mikròn ·lyon ŽpoyaneÝn (Isócr., 19, 22) por pouco [passando por perto] eu cheguei a morrer. parŒ dæo c®fouw Žp¡fuge (Hipér., P. Eux., 28) por dois votos [passando por perto] ele escapou [foi absolvido]. kaÜ parŒ dænamin (Tuc., 8, 2, 2) mesmo além do seu poder [passando ao lado > ultrapassando].

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sæ dƒ ƒAristñdhme parƒ ƒErujÛmaxon kataklÛnou (Plat., Banq., 175a) e tu, Aristodemo, vai deitar-te ao lado de Erixímaco [ao longo de]. ·ge toçw neanÛskouw parŒ tòn XeirÛsofon (Xen., An., 4, 3, 14) ele levou os rapazes para junto de Querísofo. ¦pleon parŒ g°n (Xen., An., 3, 5, 1) navegavam ao longo da terra [costeando]. ² parƒ „Ell®sponton FrugÛa (Xen., Cir., 4, 2, 30) a Frígia [situada] ao longo do Helesponto. ¥kÇn ¤pñnei parŒ toçw llouw (Xen., Ages., 5, 3) ele trabalhava de boa vontade além dos outros [passando por]. parŒ toçw nñmouw ao lado da lei [marginal > contra as leis]. parŒ pñton durante a bebiba [bebendo, ao longo de]. Nos verbos compostos, essa preposição mantém o seu significado de passar ao lado, ultrapassar, exceder. pareÝnai parakaleÝn parapleÝn par¡rxesyai parabaÛnein

estar ao lado, presente (ad esse) chamar para o lado de, invocar, (in vocare) navegar ao lado, costear passar ao longo, ultrapassar passar ao lado, marginar > transgredir

Genitivo-ablativo: da parte de, a partir do lado de, da casa de, concreto e figurado. ƒHÆw dƒ ¤k lex¡vn parƒ Žgauoè TiyvnoÝo Êrnuyƒ (L, 1) A aurora se levantava de seu leito, [a partir] do lado do radiante Titon. tŒ parŒ soè legñmena (Xen., Cir., 6, 1, 42) as palavras que vêm de ti (ditas de tua parte, a partir de ti: não é exatamente um agente da passiva; é um enfoque diferente).

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taèta oß †Ellhnew puny‹nontai parŒ pursÇn (Hdt., 7, 182) os gregos se informam dessas coisas a partir de sinais de fogo. parƒ ¤keÛnou mayeÝn Éw xr¯ polemeÝn (Isócr., 16, 11) aprender dele [de junto dele] como é preciso fazer a guerra. ² parŒ tÇn yeÇn eënoia a benevolência dos deuses [da parte de, de junto de]. parŒ basil¡vw polloÜ pròw Kèron Žp·lyon (Xen., An., 1, 9, 29) muitos passaram, do rei [de junto do rei], para Ciro. parŒ Kærou ¦labe trisxilÛouw dareikoæw (Xen., An., 5, 6, 18) [Silanos] pegou três mil dáricos de Ciro [da parte de]. taèta parŒ soè ¤m‹yomen (Xen., Cir., 2, 2, 6) essas coisas nós aprendemos de ti [de junto de, a partir de]. ¤y¡lv parŒ soè ¤jagg¡llein (Xen., Cir., 7, 5, 54) eu quero fazer o anúncio em teu nome [da tua parte]. parƒ ¥autoè prostiy¡naÛ ti (Xen., Hel., 5, 1, 3) acrescentar algo de seu [de seus próprios bens]. P‹row Diante de, antes. Seria uma variante de par‹, mas em situação frontal, de separação; pedindo um complemento limitativo, restritivo. Pede genitivo, naturalmente. Seu uso é arcaico (Homero e alguns poetas líricos), e se pospõe ao determinado. oë tiw... DanaÇn... eëjato TudeÛdao p‹row sx¡men Èk¡aw áppouw (Y. 254) nem algum dos dânaos se vangloriou diante do filho de Tideu de ter cavalos rápidos.

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P¡ran / P¡ra / P¡r& Construídas sobre a raiz pr / per / por significando passagem, de um elemento para outro; mas p¡ran / p¡ra seriam um antigo acusativo e p¡r&, instrumental, petrificados, e por isso pedem depois de si um complemento limitativo, restritivo. Genitivo, naturalmente. ¦sti tò xvrÛon toèto p¡ran toè potamoè (Tuc., 5, 6) essa região está do outro lado do rio (passando o rio). p¡ra mesoæshw ²m¡raw (Xen., An., 6, 5, 7) além do meio dia [passando de]. p¡ra toè d¡ontow (Plat., Górg., 487d) além do que é preciso [para lá do necessário]. tÇn kakÇn pepeÛramai p¡r& toè pros®kontow (Antif., Assas. de Her., 1) dos males eu já experimentei além do conveniente. PerÛ Em torno de (com idéia de passagem - nem sempre em redor de). Construído sobre a raiz pr / per / por Acusativo: direção, extensão, relação, movimento (para cercar, envolver) dar voltas, proximidade. perÜ toçw pñdaw perieileÝn ti (Xen., An., 4, 5, 36) enrolar alguma coisa em torno dos pés. perÛ ti eänai ocupar-se de algo (estar em volta de algo, às voltas com). dikow perÛ tina injusto em relação a alguém, para com alguém, em torno de. perÜ tŒ Mhdik‹ no tempo das guerras médicas, por volta de.

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¤k¡leuse toætouw y¡syai tŒ ÷pla perÜ t¯n aêtoè skhn®n (Xen., An., l, 6, 4) ele mandou-os colocarem as armas em torno de sua própria tenda. ³dh ·n perÜ pl®yousan Žgor‹n (Xen., An., 2, l, 7) era já por volta [em torno] de o mercado se encher. perÜ toçw aétoçw xrñnouw (Isócr., 16, 33) por aqueles mesmos tempos [por volta de]. perÜ deÛlhn ôcÛan (Licofr. c. Leócr., 16) por volta do cair da tarde, [em torno de]. perÜ tò fyinñpvron (Tuc., 3, 100, 2) lá pelo fim [por volta de] do outono [ao desfazer-se]. Žp¡yanon perÜ pent®konta kaÜ diakosÛouw (Xen., Hel., 4, 5, l7) morreram por volta [ao redor] de duzentos e cinqüenta. õ perÜ tòn áppon (Xen., Equit., 6, 3) o cavalariço [o que se ocupa, que está em torno do cavalo]. kaÜ oðtoi m¢n perÜ taèta ·san (Xen., 2, 2, 4) também esses estavam em volta dessas coisas [estavam preocupados com, estavam voltados para]. spoud‹zein perÜ t¯n politeÛan (Isócr., 8, 5l) ter interesse, solicitude em relação ao governo [quanto à forma de governo, em torno de]. tŒ perÜ tòn pñlemon (Plat., Rep., 467a) as coisas referentes [que concernem, em torno de] à guerra. tŒ perÜ tŒw t¡xnaw (Plat., Rep., 467a) as coisas referentes [que concernem] às artes. perÜ tòn ßeròn tòn ¤n DelfoÝw ±s¡boun (Ésquin. c. Ctes., 107) eles estavam em situação de impiedade [eram sacrílegos] em relação ao templo de [em] Delfos [em torno de]. perÜ toèton sfñdra ¤spoud‹kasin (Licofr. c. Leócr., 106) eles já tiveram [e continuam tendo] muito interesse por ele [em torno de, em relação a].

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t¯n perÜ toçw n¡ouw ¤pim¡leian sunet‹janto (Licofr. C., Leócr., 108) eles regulamentaram o cuidado [os assuntos, a educação] que concerne aos jovens [referente aos jovens]. kakÛouw (kakÛonew) eÞsÜ perÜ ²mw (Xen., An., 1, 4, 8) eles são piores em relação a nós [para conosco, em torno de]. tŒ perÜ toçw yeoæw (Xen., Cir., 1, 23) as coisas referentes aos deuses [o culto dos deuses, que envolvem os deuses, em torno de]. mayeÝn tŒ perÜ t¯n gevrgÛan (Xen., Econ., 20, l) entender [aprender] as coisas referentes à agricultura [que giram em torno]. oß perÛ tina os em torno de alguém [os companheiros, os sequazes, a corte]. t‹fron Êrutte perÜ t¯n pñlin (Xen., Hel., 5, 2, 4) ele cavava [mandou cavar] um fosso em torno da cidade. ² PenÛa ·n perÜ tŒw yæraw (Plat., Banq., 203b) Pobreza estava às portas [rondava as portas]. eìroi n tiw aétŒw oék ¤l‹ttouw perÜ toçw barb‹rouw (Plat., Rep., 544d) alguém as encontraria [poderia achar] não menores entre os bárbaros [lá pelo meio de]. oß perÜ tò stu tÇn politÇn (Plat., Híp., 228b) dos cidadãos, os em volta da cidadela [os do centro]. kÇmai pollaÜ perÜ tòn potamòn ·san (Xen., An., 4, 4, 3) havia [existiam] muitas aldeias nas cercanias do rio. Genitivo: figurado / poético / abstrato: sobre, a respeito de (< em torno de). A abstração, o sentido figurado, contém a idéia de distanciamento, dando uma visão global que só é possível pela distância; é isso que explica o uso do genitivo. perÜ toè dikaÛou diam‹xesyai (Lís., 2, 17) lutar pela coisa justa, pelo direito [a respeito, em torno de].

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perÜ tÇn koinÇn Émognñoun (Isócr., Aerop., 145) eles estavam de acordo a respeito das coisas comuns [públicas]. ² ²met¡ra pñliw ŽgvnÛzetai perÜ toè t°w patrÛdow ¤d‹fouw (Ésquin., C. Ctes., 132) nossa cidade está lutando pelo solo da pátria [a respeito de]. l¡gein, bouleæesyai perÛ tinow falar, deliberar sobre, [a respeito de] algo. Demosy¡nouw êp¢r KthsifÇntow perÜ toè stef‹nou lñgow o discurso de Demóstenes sobre a coroa, em favor de Ctesifonte. k®rukaw ¦pemce perÜ spondÇn (Xen., An., 3, 1) ele enviou mensageiros a respeito dos tratados. õ perÜ t°w cux°w pròw toçw polemÛouw ŽgÅn (Xen., Mem., 12, 1) o combate a respeito da vida [pela vida] contra os inimigos. ¤foboènto perÜ t°w xÅraw ÷ti ³kouon dúoum¡nhn (Xen., An., 5, 5, 7) eles temiam pelo país [estavam com medo a respeito], porque o ouviam devastado [que estava sendo devastado]. tetim°syai perÜ p‹ntvn (Y, 38) estar honrado [receber honra] acima de todos [em conjunto] (sentido figurado). perÜ p‹ntvn ¦mmenai llvn (A, 287) estar acima de todos os outros [de todos em conjunto] (sentido figurado). tŒ pleÛstou jia perÜ ¤laxÛstou poieÝtai (Plat., Apol., 30) ele faz o menor caso das coisas dignas de mais valor [ele faz para si muito pouco caso, faz de muito pouco]. õ Kèrow perÜ pantòw ¤poieÝto diapr‹ttesyai, (Xen., Cir., 1, 4, 1) Ciro fazia grande caso [fazia acima de tudo (sentido figurado) fazia para si de muito valor] vencer [levar a cabo, executar].

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Locativo: em torno de (sem movimento, estático, como um anel) oß Yr˜kew xitÇnaw foroèsin oé mñnon perÜ toÝw st¡rnoiw ŽllŒ kaÜ perÜ toÝw mhroÝw Os trácios portam mantos não só sobre o peito [o tórax] mas também sobre os membros [em torno de]. dedi¡nai, yarreÝn perÛ tini temer, não temer [confiar em, sobre] alguém [algo]. perÜ toÝw filt‹toiw kubeæein jogar dados sobre as coisas mais caras [os mais queridos]. yÅraka ¦xousi perÜ toÝw st¡rnoiw (Xen., Cir., 1, 2, 13) eles portam uma couraça em torno do peito. streptoçw eäxon perÜ toÝw trax®loiw kaÜ c¡lia perÜ taÝw xersÛn (Xen., An., 1, 5, 8) eles tinham [portavam] colares em volta do pescoço e braceletes em torno das mãos [braços]. Zeçw ¦deise perÜ tÒ g¡nei ²mÇn m¯ Žpñloito pn (Plat., Prot., 322c) Zeus temeu sobre [em torno] de nossa raça que não perecesse toda. ptaÛein perÛ tini tropeçar em algo [contra algo, em volta de]. sf‹llesyai perÛ tini falhar [escorregar em] em torno de algo. ¤pÛstasye tòn b‹rbaron aétòn perÜ aêtÒ tŒ pleÛv sfal¡nta (Tuc., 1, 69, 5) vós sabeis que o bárbaro falhou nele [em si mesmo, em torno de si mesmo] na maior parte das coisas.

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Pl®n Seria um antigo acusativo petrificado (J. Humbert), com significado de “ao lado de, quase, perto de”, daí o significado mais comum de “fora de, exceto, salvo”, com idéia de exclusão, separação. O próprio significado exige um genitivo. t°w ÞdÛaw ¤lpÛdow pl¯n ¥nòw Žndròw ‘pantew ¤ceæsyhsan (Isócr., Elogio de Hel., 41) todos foram desenganados [frustrados] de sua própria esperança, exceto um homem só. skuleæein... toçw teleut®santaw pl¯n ÷plvn (Plat., Rep., 469c) despojar os que morreram exceto as [das] armas. PlhsÛon É outro acusativo petrificado (de relação, adverbial) do adjetivo plhsÛow,a,on, próximo, vizinho. Por isso a necessidade de um complemento nominal restritivo, limitativo, no genitivo. tò dikast®rion plhsÛon ·n toè desmothrÛou (Plat., Féd., 59d) o tribunal estava próximo (perto) da prisão. Pñrrv / Pñrsv / Prñssv Para frente, na frente de (distante do objeto referente). A situação de distanciamento sugere o genitivo de separação. Às vezes prevalece a idéia de distância apenas, sem localização precisa. Mas, com sentido figurado, é comum a idéia de avanço, ousadia; aí o genitivo tem a característica de partitivo ou restritivo. boulñmenow ¤mautòn Éw porrvt‹tv poi°sai tÇn toioætvn êpociÇn (Isócr., Nicocl., 38) querendo me colocar [fazer] o mais distante possível desse tipo de suspeitas.

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õ d¢ StrumÆn (eàh) oé pñrrv toè „Ellhspñntou (Hdt., 5, 13) [ele dizia que] o rio Strimon não estaria distante do Helesponto [a partir de]. dielegñmhn pñrrv tÇn nuktÇn (Plat., Banq., 217d) eu discutia até bem tarde da noite [até uma avançada a partir do começo da noite, noite adentro]. (¦doj¡ moi) prob®sesyai... pñrrv moxyhrÛaw (Xen., Ap., 30) ele me pareceu que avançaria muito além no [de] vício. Prñ Diante de, na frente de > antes (de), (ante e pro em latim). Lutar na frente de (pôr-se à frente de, para defender > pro-filaxia) Genitivo de separação (espaço e tempo). No sentido figurado significa: no interesse de, e de preferência a (sempre com a idéia de interpor-se). Mas, às vezes, em lugar do enfoque sobre a separação priviligia-se a relação de estabilidade em uma posição. Nesse caso pode aparecer o locativo, como neste exemplo: toèto tò …Argow toèton tòn xrñnon proeÝxe psi (Hdt., 1, 1, 5) essa Argos por esse tempo estava à frente [na frente] de todos. Mas é mais comum a idéia de em frente separando, antepondo-se a alguém ou alguma coisa: Genitivo: prò tÇn teixÇn ¤peji¡nai toÝw polemÛoiw (Isócr., Paz, 77) fazer uma incursão sobre os inimigos diante [separando, adiantando-se] das muralhas. prò ²lÛou dedukñtow (Ésquin., C. Tim., l0) antes do sol posto [antes que o sol se pôs].

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loipoÜ ²mÝn eÞsin oß prò ²mÇn genñmenoi (Isócr., C. os Sof.) restam-nos os nascidos [os que nasceram] antes de nós. prò t°w patrÛdow Žpoyn¹skein (Licof., C. Leócr., 106) morrer pela pátria [pondo-se na frente de]. oëte ¤gÆ Žrk¡sv pr‹ttvn ti prò êmÇn (Xen., Cir., 4, 5, 44) nem eu cessarei de fazer algo em favor de vós [por vós]. m¯ perÜ pleÛonow poioè mhd¢n prò toè dikaÛou (Plat., Críton, 54b) não faze muito (não faze para ti acima de mais nada) na frente do que é justo [não dês mais importância a nada antes da justiça]. strateæesyai prò t°w xÅraw (Xen., Cir., 8, 8, 20) fazer expedição militar pelo país [em defesa de, pondo-se à frente de, diante do inimigo]. prò pollÇn xrhm‹tvn timsyai (Isócr., C. os Sof., 11) ter valor [ser estimado] na frente de muitas riquezas [de preferência a]. prò toætou teyn‹nai ’n poll‹kiw §loito (Plat., Banq., 178a) antes disso [em lugar disso, de preferência a isso] ele preferiria morrer muitas vezes. tŒ prò podÇn (Xen., An., 6, 12) as coisas diante dos pés [óbvias ?!]. teyam¡noi eÞsÜ prò tÇn pulÇn ¤n KerameikÒ (Xen., Hel., 2, 4, 33) eles estão enterrados diante das portas no Cerâmico. tò prò t°w KilikÛaw teÝxow (Xen., An., 1, 4, 4) a muralha antes [diante de] da Cilícia. MinÅan t¯n n°son ¶ keÝtai prò Meg‹rvn (Tuc., 3, 51) a ilha de Minos que está situada diante de Megara. Žn¯r pollŒ prò êmÇn Žgrupn®saw (Xen., An., 7, 6, 36) um homem que fez muitas vigílias por vós [em vosso favor].

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p‹ntew ŽjiÅsousi s¢ prò ¥autÇn bouleæesyai (Xen., Cir., 1, 6, 42) todos acharão bom tu deliberares em favor deles [na frente deles]. ¤n taÝw m‹xaiw aßreÝsyai prò ´tthw te kaÜ douleÛaw y‹naton (Plat., Rep., 386b) escolher nas batalhas antes da derrota e da escravidão a morte [preferir a morte à derrota e à escravidão]. prò polloè poihsaÛmhn n soi kexarism¡nvw eÞpeÝn (Isócr., 5, 14) eu faria [questão] antes de muito [de muito] falar de maneira a te ter agradado. tŒ prò tÇn MhdikÇn „Ellhnik‹ (Tuc., 1, 97) as coisas [a história] gregas antes das [guerras] médicas. ÷ssa dƒ Žmfƒ Ž¡yloiw TimodamÛdai ¤joxÅtatoi prol¡gontai (Pind., Nem., 2, 28) em relação a quantas coisas se referem às lutas, os filhos de Timodemos são citados na frente [dos outros, como os primeiros]. gnÇmai... prol¡gousai KroÛsÄ µn strateæhtai ¤pÜ P¡rsaw meg‹lhn Žrx¯n min katalèsai (Hdt., 1, 53) sentenças [oráculos]... que prediziam [diziam antes] a Creso se marchasse contra os Persas que ele destruiria um grande reino. prol¡gomen êmÝn ... Žpi¡nai ¤k t°w xÅraw (Xen., An., 7, 7, 3) nós estamos vos prevenindo [falando antes] de sair do território. oß ƒAyhnaÝoi prolelegm¡noi (N, 689) os atenienses escolhidos antes [que estavam pré-escolhidos]. prò t°w m‹xhw kaÜ metŒ t¯n m‹xhn (Xen., An., 1, 7, 13) antes da batalha e depois da batalha. oß polç prò ²mÇn gegonñtew (Xen., Mem., 3, 5, 11) os que nasceram muito antes de nós. prò ²m¡raw (Xen., Cir., 4, 4, 14) antes do dia. prò toè antes disto [outrora].

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Prñw protÛ (Hom.), portÛ (cret.), potÛ (dór.) e outras variantes: pr¢w, pertÛ, pñw. Diante de, a partir de, ponto de partida da ação; em presença frontal de. Genitivo, naturalmente. pròw tÇn yeÇn - (jurar) diante dos deuses (os deuses como testemunhas presentes; a tradução convencional: jurar pelos deuses não restitui a idéia original de “na presença de). Na direção (frontal) de, visando a, em vista de; questão poÝ (para onde): Acusativo. Na frente de (enfoque local; ausência de movimento); idéia de acréscimo, aplicação, adição: Locativo ou dativo. Genitivo: oÞk¡ousi pròw nñtou Žn¡mou (Hdt., 3, 101) eles habitam do lado do vento sul [face a]. prñgonoi µ pròw ŽndrÇn µ pròw gunaikÇn (Plat., Teet., 173b) antepassados quer do lado dos homens [diante de] quer do lado das mulheres [diante de]. õ pat¯r pròw m¢n ŽndrÇn ·n EépatridÇn... pròw gunaikÇn dƒ ƒAlkmevnidÇn (Isócr., 16, 25) o pai, da parte [do lado] dos homens era dos Eupátridas... da parte das mulheres, dos Alkmeônidas. ƒAlkibi‹dhw l¡getai pròw patròw m¢n ƒAlkmaivnidÇn eänai pròw d¢ mhtròw „IpponÛkou (Dem., XXI, 144) dizem que [é dito] Alcibíades, da parte do pai, é dos Alcmeônidas e, da parte da mãe, de Ipônico. ƒAyhnaÝñw eÞmi kaÜ tŒ pròw patròw kaÜ tŒ pròw mhtrñw (Dem., LVII, 17) sou ateniense quer por parte do pai quer por parte da mãe [da parte de, diante de].

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deinñn ti ¦sxe Žtim‹zesyai pròw Peisistr‹tou (Hdt., 1, 61) ele tinha como algo terrível ser desonrado por Pisístrato [diante de, a partir de Pisístrato]. dikaspñloi, oá te y¡mistaw pròw Diòw eÞræetai (A, 239) juízes, os que da parte de Zeus [diante de] conservam as leis. [goun‹zomai] prñw tƒ Žlñxou kaÜ patrñw (l, 66) [eu imploro de joelhos] diante da esposa e do pai [em nome de]. pròw Diòw kaÜ yeÇn peirsye sundiamnemoneæein (Dem., Emb., 19) diante de Zeus e dos deuses, tentai rememorar comigo! Žkoæsate oïn mou pròw tÇn yeÇn; (Xen., An., 5, 7, 5) ouvi-me, então, diante dos deuses! [pelos deuses]. sÅsate, ¥le®sate: ßketeæv, ŽntibolÇ pròw paÛdvn, pròw gunaikÇn, pròw tÇn öntvn ŽgayÇn êmÝn; (Dem., XXVIII, 20) salvai, tende piedade; eu vos suplico, eu vos conjuro, diante de vossos filhos, de vossas mulheres [em nome de, por], dos bens que possuis! pròw tÇn yeÇn patrÐvn paæsasye mart‹nontew (Xen., Hel., 2, 4, 21) diante [em nome de] dos deuses de nossos pais, cessai de cometer erros. drÒmen ’n dikon oéd¡n oëte pròw yeÇn ôrkÛvn oëte pròw ŽnyrÅpvn tÇn aÞsyanom¡nvn (Tuc., 1, 71, 5) nós não faríamos nada de injusto nem diante dos deuses que presidem os juramentos nem diante de homens de sentimento. ÷ ti dÛkaiñn ¤sti kaÜ pròw yeÇn kaÜ pròw ŽnyrÅpvn (Xen., An., 1, 6, 6) o que é justo é diante de deuses e diante de homens. topa l¡geiw, Î SÅkratew, kaÜ oédamÇw pròw soè (Xen., Mem., 2, 3, 15) tu estás dizendo coisas descabidas, Sócrates, e de nenhum modo da parte de ti.

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¤leæyeron eänai kaÜ pròw patròw kaÜ pròw mhtrñw ser livre tanto da parte do pai quanto da parte da mãe. lñgon Žgayòn ¦xein prñw tinow ter [levar, receber] uma boa palavra [um elogio] de alguém. Žn¯r pròw p‹ntvn ¤ponomazñmenow kalòw kaÜ Žgayñw (Xen., Econ., 6, 17) um homem denominado da parte de todos [por todos/diante de todos] belo e bom. ¦sti pròw tÇn ±dikhkñtvn mllon (Tuc., 3, 38, 1) [isto] é mais do lado dos culpados [em proveito de]. ¤stratopedeæonto pròw ƒOlænyou ¤n tÒ ÞsymÒ (Tuc., 1, 62, 1) eles estavam acampados face a Olinto [perto de] no istmo. pròw gŒr Diñw eÞsin ‘pantew jeÝnoÛ te ptvxoÛ te (Z, 207) pois diante de Zeus [sob os olhares de] estão todos, estrangeiros e mendigos. kaÛ ken ¤n …Argei ¤oèsa pròw llhw àston êfaÛnoiw (Z, 456) e talvez estando em Argos tu trabalharias o tear diante de uma outra [sob os olhares, sob as ordens de]. PenelopeÛh - tim®essa - pròw pñsiñw te kaÜ uß¡ow (S, 162) Penélope, honrada, diante do esposo e do filho. trñpow pròw yeÇn Žseb¯w pròw ŽnyrÅpvn aÞsxrñw (Xen., An., 2, 5, 20) um modo [postura, comportamento] ímpio diante dos deuses, e vergonhoso diante dos homens. ¦xvn ¦painon polçn pròw êmÇn (Xen., An., 7, 6, 33) tendo [gozando de] grande consideração diante de vós. pròw Žndròw Žgayoè mhd¢n ¤nnoeÝn kakñn (Prov.) diante de homem bom nada pensar de ruim. lloi pròw rktou te kaÜ bor¡v Žn¡mou katoik®menoi (Hdt., 3, 101) outros [hindus] habitando diante da ursa [norte] e o vento boreal.

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§pesye tŒ m¢n êpozægia ¦xontew pròw toè potamoè tŒ de ÷pla ¦jv (Xen., An., 2, 2, 4) segui, tendo as bestas do lado do rio [diante de] e os armamentos do lado de fora. Locativo e dativo: pròw t» oÞkÛ& lÛmnh ìdatow ŽfyonÛan par¡xei (Xen., Rep. dos Esp., 15, 6) diante da casa [perto] um lago fornece abundância de água. ŽeÜ pròw Ú eàhn ¦rgÄ toèto ¦pratten (Xen., Hel., 4, 8, 22) sempre diante de que obra ele estava, essa ele executava. str‹teuma polç pròw Ú eäxe prñsyen metep¡mpeto (Xen., Hel., 3, 4, 6) ele fez juntar um grande exército àquele que ele tinha antes (adição, acréscimo, dativo). pròw toætoiw many‹nousi kaÜ tojeæein (Xen., Cir., 1, 2, 8) depois dessas coisas [exercícios, além desses exercícios] eles aprendem também a lançar dardos (adição, acréscimo, dativo). Kèrow ·n pròw BabulÇni Ciro estava diante de Babilônia (enfoque locativo). õ FÛlippow oédenÜ pl¡on ¤kr‹thsen µ tÒ prñterow pròw toÝw pr‹gmasi gÛgnesyai Filipe em nada mais era superior do que pelo encontrar-se antes [mais primeiro] diante dos fatos (enfoque locativo). potÜ d¢ sk°ptron b‹lh gaÛú (Hom.) e diante, na terra, ele jogou o cetro (enfoque sobre o ponto de chegada, locativo). ¤w m‹xhn kayÛstantai oß ƒAyhnaÝoi pròw aét» t» pñlei (Tuc., 2, 79) os atenienses se alinham para a luta na frente da própria cidade (enfoque locativo).

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oék ’n meÛzv pròw toÝw ÷rkoiw bebaÛvsin l‹boite (Tuc., 4, 87) vós não pegaríeis uma maior segurança acima dos juramentos (além > adição, dativo). pròw tÒ eÞrhm¡nÄ lñgÄ ·n (Plat., Féd., 84c) ele estava em cima [se acrescentava] do argumento citado (adição, dativo). pròw toætoiw em cima dessas coisas, além dessas coisas (adição, dativo). Acusativo: eämƒ aét¯ pròw …Olumpon (A, 420) e eu mesma vou na direção do Olimpo. ² m‹xh M®dvn pròw ƒAyhnaÛouw (Tuc., 1, 18) a batalha dos medos contra os atenienses. oß ndrew pròw ŽndreÛan ¤paideæyhsan (Isócr., 16, 27) os homens foram educados visando à coragem. pròw t¯n öcin taæthn tòn g‹mon toi toèton ¦speusa (Hdt., 1, 38) foi em função dessa visão que eu apressei esse teu casamento. tò ÷lon sÇma oìtv l¡gomen kalòn eänai, tò m¢n pròw drñmon tò d¢ pròw p‹lhn (Plat., Híp. Maior) o corpo inteiro nós dizemos ser belo assim: este para a corrida, aquele para o pugilato. ¦rxontai pròw ²mw pr¡sbeiw embaixadores estão chegando em nossa direção. pròw tòn d°mon Žgoreæein dirigir a palavra na direção do povo [falar ao povo]. ŽpologÛan poieÝsyai pròw toçw dikast‹w fazer [sua própria] defesa diante dos juízes [na direção de, na intenção de]. pròw Borrn contra [na direção de] o vento norte.

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¤peid¯ pròw ²m¡ran ·n uma vez que estava para se fazer dia. kaÜ ¤gÆ ´kv prñw se, Î „Hr‹kleiw (Xen., Mem., 1, 27) também eu estou chegando a ti, ó Heraclés [na tua direção, diante de]. êmeÝw pròw FÛlippon perÜ eÞr®nhw pr¡sbeiw ¤p¡mpete (Dem., XVIII, 24) vós estáveis enviando embaixadores a Filipe a respeito da paz. Þ¡nai pròw toçw polemÛouw (Xen., An., 2, 6, 10) marchar contra os inimigos. di¡bainon tòn potamòn brexñmenoi pròw tòn ômfalñn (Xen., Hel., 4, 3, 22) passavam o rio molhados até o umbigo. l¡jate oïn prñw me tÛ ¤n nÒ ¦xete (Xen., An., 3, 3, 2) dizei-me então o que tendes em mente. tÇn Žpñntvn fÛlvn m¡mnhso pròw toçw parñntaw (Isócr., 1, 26) lembra-te dos amigos ausentes diante [para] dos presentes. ¤n taÝw pròw meshmbrÛan blepoæsaiw oÞkÛaiw (Xen., Mem., 3, 8, 9) nas casas que olham para o meio dia. ¦ynow oÞkhm¡non pròw ±Ç te kaÜ ²lÛou Žnatol‹w (Hdt., 1, 201) um povo que habita na direção da aurora e do nascer do sol. katalèsai pròw riston (Xen., An., 1, 10, 19) [desfazer] soltar as fileiras para o jantar [em função do jantar]. toÝw polloÝw pròw x‹rin l¡gein (Eur., Héc., 257) falar à multidão na intenção de agradar. pròw tÛ me taètƒ ¤rot˜w; por que tu estás me perguntando isso? pròw filÛan, pròw bÛan, pròw ôrg¯n poieÝn ti fazer algo em função de [por] amizade, violência, cólera.

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kiyarÛzein pròw t¯n Ód®n (Plat., Alc., 108a) tocar a cítara para o canto [para acompanhar]. oé pròw Žrgærion t¯n eédaimonÛan ¦krinon (Isócr., Pan., 70) eles não julgavam a felicidade em relação ao dinheiro [frente a, para o dinheiro]. pròw dñjan oë moi dokeÝ kalòn eänai, (Plat., Apol., 34e) não me parece ser belo para a glória [em relação à]. pròw taèta µ ŽfÛete µ m¯ ŽfÛete (Plat., Apol., 30b) para essas coisas [dirigindo-vos para] ou vós me deixais ir ou não deixai/deixeis ir [absolver]. ¤pimeloèntai ÷pvw oß mulvyroÜ pròw tŒw timŒw tÇn kriyÇn tŒ lfita pvl®sousin (Aristot., Gov. dos Aten., 51.3) eles providenciam a que os moleiros vendam a farinha em relação ao preço dos grãos. l¡gv pròw toçw ¤moè katachfisam¡nouw (Plat., Apol., 38d) eu estou falando aos [na direção de, na intenção de] que votaram contra mim [me condenaram]. pròw cæxh kaÜ pròw y‹lph paraskeu‹sasyai (Xen., Rep. dos Lac., 2) preparar-se para o frio [as coisas frias] e para o calor [as coisas quentes]. Sun / jun As duas são usadas no ático; a segunda é mais antiga do que a primeira, que depois se generalizou. Traz a idéia de lateralidade, companhia (não em contato, como met‹ com genitivo partitivo). O uso mais comum é o comitativo: dativo, com pessoas. Mas, a partir da idéia sçn toÝw yeoÝw = com os deuses > com a ajuda dos deuses, desenvolveu-se a idéia do instrumental, mas de uso restrito, porque a idéia do instrumental se baseia na “passagem da ação por um objeto inerte: meio ou instrumento”. Apenas Xenofonte a usa com alguma freqüência. Nos verbos compostos às vezes significa a globalização da ação.

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³luye dÝow ƒOdusseæw ... sçn ƒArhifÛlÄ Menel‹Ä (G, 206) veio o divino Odisseu com [em companhia] de Menelau querido de Ares. ¤gÆ t¯n p¡rsa meyormhyeÜw sçn ƒAy®nú (U, 192) eu empreendi a devastação com Atena [com o auxílio de]. ¤dÛvkon sçn pollÒ g¡lvti (Xen., Cir., 2, 3, 17) eles perseguiam com muito riso [rindo muito, acompanhado de]. oß †Ellhnew sçn g¡lvti ¤pÜ tŒw skhnŒw ·lyon (Xen., An., 1, 2, 18) os gregos chegaram às tendas com risadas [em meio a rizadas, rindo]. kñsmion meyeÝsa sun t‹xei moleÝn (Sóf., El., 872) aviar-se com [acompanhada de] rapidez tendo deixado de lado a conveniência. sænagen nef¡law (E, 291) ele reunia as nuvens [conduzia-as para ficarem juntas]. sumpñnei patrÜ sægkamƒ ŽdelfÒ (Sóf., El., 986) sofre com o pai, cansa com o irmão! sumparekteÛnein t¯n nñhsin toÝw legom¡noiw (M. Aur., 7, 30) pôr lado a lado o pensamento com o que se diz. KÇn... ŽteÛxiston oïsan kaÜ êpò seismoè jumpetvkuÝan (Tuc., 8, 41) Cós... sendo sem muralhas e completamente arrasada sob o efeito de um terremoto (globalização da ação). mÛan me meÝnai t¯ndƒ ¦ason ²m¡ran kaÜ jumpernai frontÛdƒ à feujñmeya (Eur., Med., 340) deixa-me ficar só este dia [hoje] e percorrer completamente o meu pensamento de que maneira partiremos para o exílio. aägaw Žp¡doto sçn aÞpñlÄ triÇn kaÜ d¡ka mnÇn (Iseu, 6, 33) ele vendeu as cabras junto com o cabreiro por 13 minas. kl¡ptei ... t¯n ¦ntexnon sofÛan sçn purÛ (Plat., Prot., 321d) [Prometeu] rouba [de Hefesto e Atena] a sabedoria prática com o fogo [ junto com o fogo].

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sçn tÒ nñmÄ t¯n c°fon tÛyesyai (Xen., Cir., 1, 3, 17) colocar o voto com a lei [de conformidade com]. sçn toÝw yeoÝw oédenòw Žpor®somen (Xen., Cir., 5, 3, 5) com os deuses [em companhia > com o auxílio dos deuses], teremos falta de nada. ¤paideæeto sçn tÒ ŽdelfÒ kaÜ sçn toÝw lloiw paisÛn (Xen., An., 1, 9, 2) ele era educado junto com o irmão e com os outros meninos. sçn toÝw Ždikoum¡noiw ²meÝw ¤sñmeya (Xen., Cir., 3, 2, 22) quanto a nós, estaremos junto com os injustiçados. Ždikoènta peirasñmeya sçn toÝw yeoÝw Žmænasyai (Xen., An., 2, 3, 23) junto com os deuses [com o auxílio de] tentaremos afastar o que nos estiver causando mal. basileçw kaÜ oß sçn aétÒ (Xen., An., 1, 10, 2) o rei e os junto com ele [os acompanhantes, o séquito].

T°le Longe, distante. Genitivo, naturalmente. É homérico; não é usado no ático. t°le fÛlvn kaÜ patrÛdow aàhw (L, 817) distante dos amigos e da terra pátria. t°le Žpƒ aétoè aÞxm¯... bñmbhse (P, 117) longe dele a lança... ressoou.

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„Up¡r Por sobre, por cima de, acima de (contato parcial: partitivo, genitivo). A idéia de em favor de, por (pro com ablativo em latim), vem da imagem de alguém cobrir o outro para protegê-lo e por isso morrer por ele, como na cena da luta pelo cadáver e despojos de Pátroclo na Ilíada, ou (visão latina) de alguém pôr-se à frente, para proteger (pro + abl.): Genitivo em grego. Por cima de, além (ultrapassagem, excelência, superioridade) com idéia de movimento ou extensão: Acusativo. Genitivo: tojeæontew êp¢r tÇn prñsyen (Xen., Cir., 6, 3, 24) atirando [flechas] por cima dos de frente [vanguarda] (idéia de separação (genitivo) e não de movimento, extensão). oß SikeloÜ oß êp¢r krvn (Tuc., 4, 25) os sículos que estavam sobre os cumes [por cima: toque: partitivo, genitivo]. maxñmenoi p‹traw ìper (Eur., Fil., 1002) combatendo pela pátria [em defesa de]. êp¢r tÇn ful‹kvn foboæmeya m¯... malakÅteroi g¡nvntai, (Plat., Rep., 387c) nós tememos pelos guardas... que [não] se tornem mais fracos/moles [do que é necessário] (figurado, noção de distância). õ ´liow toè y¡rouw êp¢r ²mÇn aétÇn kaÜ tÇn stegÇn poreuñmenow skiŒn par¡xei (Xen., Mem., 3, 8, 9) o sol do verão passando por sobre nós mesmos e por sobre os telhados produz sombra (idéia de separação; a de movimento é deixada de lado). katalabeÝn tò êp¢r t°w õdoè kron (Xen., Hel., 4, 47) apoderar-se da elevação que estava por sobre a estrada [acima]. êp¢r toætou ŽpoyaneÝn (Xen., An., 7, 4, 9) morrer por essa [criança].

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nèn êp¢r cuxÇn tÇn êmet¡rvn õ ŽgÆn kaÜ êp¢r g°w ¤n à ¦fute kaÜ êp¢r oàkvn ¤n oåw ¤tr‹fhte (Xen., Cir., 3, 3, 44) agora o combate é por vossas vidas e pela terra em que nascestes e pelos lares em que sois [fostes] criados. ¤gÆ êp¢r soè Žpokrinoèmai (Plat., Górg., 515c) eu vou responder por ti [em teu nome, em teu favor]. ¾reto tò ìdvr êp¢r tÇn yemelÛvn (Xen., Hel., 5, 2, 5) a água se elevava acima das fundações. ¦sti lim¯n kaÜ pñliw êp¢r aétoè keÝtai (Tuc., 1, 46, 4) há um porto e uma cidade está situada acima dele. ³rjato ¤j AÞyivpÛaw t°w êp¢r AÞgæptou (Tuc., 2, 48) começou a partir da Etiópia, a [que se situa] acima [além] do Egito. KleofÇn êp¢r êmÇn p‹ntvn ŽnteÝpen (Lís., 13, 5) Cleofonte protestou [respondeu] em nome de [por] todos vós. Acusativo: ¤pol¡mei toÝw Yr&jÜ toÝw êp¢r „Ell®sponton oÞkoèsin (Xen., An., 1, 1, 9) ele foi guerrear com os trácios, que habitam além [para lá] do Helesponto. êp¢r ´misu toè ÷lou strateæmatow (Xen., An., 6, 2, 10) além da metade [mais do que] de todo o exército. oß êp¢r tŒ strateæsima ¦th gegonñtew (Xen., Cir., 1, 2, 4) os nascidos além dos anos do serviço militar [passaram da idade]. êp¢r ²mw faÛnetai ²mÝn tŒ eÞrhm¡na eÞr°syai (Plat., Parm., 128b) o que foi dito parece estar dito acima de nós [além de nosso entendimento]. toÝw êp¢r „HrakleÛaw st®law... katoikoèsin (Plat., Crítias, 108e) aos que habitam além das colunas de Heraclés. nñhson naæklhron meg¡yei kaÜ =Åmú êp¢r toçw ¤n t» nhÛ p‹ntaw (Plat., Rep., 488a) pensa um comandante acima de todos os que estão no navio, pelo tamanho e pela força.

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„Upñ „Upƒ diante de uma vogal não aspirada, „Ufƒ diante de uma vogal aspirada. Sob, em baixo de, por baixo de. • Associado à idéia de origem, de separação, de ponto de partida ou de partitivo: Genitivo. A construção da relação do agente da passiva e colaterais se enquadra nesse uso do genitivo com êpñ. Com freqüência usa-se a voz ativa: a idéia-base é “sob o efeito de”, à qual está associado um verbo de ação. O genitivo (ablativo em latim) se explica pela idéia de que a ação, de que o sujeito é paciente, é desencadeada distante do sujeito, por uma força estranha a ele. Esse “espaço” percorrido (entre o sujeito paciente e o ponto de partida da ação, desencadeada pelo agente da passiva), naturalmente, é figurado. • Associado à idéia de lugar onde, sem movimento, estático: Locativo. • Associado à idéia de movimento, de extensão, no tempo e no espaço: Acusativo. Toda e qualquer expressão que contenha explícita ou implícita a idéia de movimento para, de baixo de (aproximação no tempo ou no espaço), bem como a idéia de submissão ou tutela (figurado) também requer o acusativo. Genitivo: phg¯ êpò t°w plat‹nou =eÝ (Plat., Fedro, 230b) uma fonte corre de sob o plátano [sai de baixo de]. ¤jepl‹ghsan êfƒ ²don°w (Plat., Fedro, 259b) eles foram [ficaram] completamente batidos [per-plexos] pelo prazer [sob o efeito de]. aétŒr ¤pÜ kratòw lim¡now =¡ei Žglaòn ìdvr kr®nh êpò speÛouw (I, 140) porém à entrada do porto flui uma água límpida, uma fonte de sob a gruta [saindo de baixo de].

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² kardÛa [mou] ped˜ êpò tÇn lñgvn tÇn toætou (Plat., Banq., 215e) meu coração dá saltos sob o efeito dos discursos desse aí. êpñ tinow llou ¤pelayñmhn (Plat., Prot., 310b) eu me esqueci sob o efeito de alguma outra coisa. oék ¦ti ŽpoxvreÝn oåñn te ·n êpò tÇn ßpp¡vn (Tuc., 2, 85) ainda não era possível bater em retirada sob o efeito dos cavaleiros [por causa de]. nyrvpoi ŽpÅllunto êpò tÇn yhrÛvn (Plat., Prot., 322b) homens pereciam sob o efeito [sob, pela ação] das feras. êpò tÇn tri‹konta ¤j¡peson (Isócr., 16, 45) eles “caíram fora” sob o efeito dos 30 [foram banidos]. xvreÝn êpƒ aélhtÇn (Tuc., 5, 70) marchar sob o efeito dos flautistas [ao som da flauta]. êpò tÇn =abdoæxvn plhgŒw ¦laben (Tuc., 5, 50, 4) ele recebeu golpes sob o efeito dos portadores de varas [recebeu dos, foi surrado com varas]. sofòw Žn¯r t‹ te met¡vra frontist¯w kaÜ tŒ êpò g°w ‘panta ŽnezhtikÅw (Plat., Apol., 18b) um homem sábio, pensador nas coisas celestes e pesquisador de todas as coisas sob a terra (partitivo, não é de toda a terra). jifÛdia êpò m‹lhw eäxon (Xen., Hel., 3, 23) eles portavam punhais [facas] sob as axilas (partitivo). labÆn boèn êpò Žm‹jhw ¤sfagÛsato (Xen., An., 4, 25) ele pegou um boi de sob o carro e degolou-o [de sob o jugo] (partitivo). oék ¤dænato sign êpò t°w ²don°w (Xen., Cir., 6, 1, 35) ele não podia calar-se sob o efeito do prazer. Žnñrousƒ êpò x‹rmatow (Hino a Dem., 371) tendo saltado de alegria [sob o efeito da alegria].

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Acusativo: Kl¡arxow oék ŽnebÛbazen ¤pÜ tòn lñfon Žllƒ êpƒ aétòn st®saw tò str‹teuma p¡mpei Lækion ¤pÜ tñn lñfon (Xen., An., 1, 10, 14) Clearco não estava subindo a colina, mas tendo feito estacionar o exército ao pé dela [na direção de], manda Lucios subi-la. Žp°lyon êpò tŒ d¡ndra nyrvpoi Éw ¥bdom®konta (Xen., An., 4, 7, 8) uns 70 homens se foram sob [para baixo] as árvores. ŽkontÛzei tiw aétòn êpò tòn ôfyalmñn (Xen., 1, 8, 27) alguém o (Ciro) atinge sob o olho, com um dardo. Aàguptow p‹lin êpò basil¡a ¤g¡neto (Tuc., 1, 110) O Egito voltou a ficar sob o rei. êpò toçw aétoçw xrñnouw (Tuc., 1, 110, 1) por aqueles tempos [sob aqueles tempos]. êpò nækta (Tuc., 1, 115, 4) sob a noite [à entrada da noite]. êpò t¯n Žpñlusin toè pol¡mou (Xen., Mem., 2, 8, 1) lá pelo fim [solução] da guerra [proximidade]. tò Pelasgikòn kaloæmenon (teÝxow) tò êpò t¯n Žkrñpolin (Tuc., 2, 17) o muro chamado pelásgico, aquele sob [ao longo da] a acrópole. ÷ti sfÇn eéerg¡tai ·san êpò tòn seismñn (Tuc., 2, 27) porque eles os tinham ajudado sob o terremoto [depois de]. ·lyon êpò turannÛda (Plat., Carta 7, 329b) eu fui [viver] sob uma tirania. ŽniÆn ¤k PeiraiÇw êpò tò bñreion teÝxow (Plat., Rep., 439e) subindo do Pireu sob o muro norte [ao longo de]. êpost°nai kÛndunon ficar sob um perigo [submeter-se a um perigo].

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Locativo: pro¡trexen Žpò toè d¡ndrou êfƒ Ú ·n dæo µ trÛa b®mata (Xen., An., 4, 7, 10) [Calímaco] avançou dois ou três passos a partir da árvore sob a qual estava. oß katŒ t¯n ƒAsÛan êpò basileÝ öntew (Xen., Cir., 8, 1, 6) os que na Ásia [na extensão da çsia] estavam sob o rei. êpò paidotrÛbú ŽgayÒ pepaideum¡now (Plat., Láq., 184e) educado sob um bom mestre [sob o olhar de; o enfoque não é sobre o agente do ato verbal (genitivo), mas sobre a situação - sentido figurado]. ¾reto tò ìdvr êp¢r tÇn êpò tÒ teÛxei yemelÛvn (Xen., Hel., 5, 2, 5) a água se elevava por sobre as fundações, sob a muralha. ¤Œn êpñ soi kataklÛnú ƒAg‹yvn oé d®pou ¤m¢ p‹lin ¤pain¡setai (Plat., Banq., 222e) caso Agáton se recline abaixo de ti [depois de ti] certamente não me tecerá louvores de novo. ¦xein ti êpò tÒ ßmatÛÄ (Plat., Fedro, 228e) ter [portar, manter] alguma coisa sob o manto. kinduneæsaimƒ ’n êpò t» dusxerest‹tú gen¡syai tæxú (Lís., 24, 6) eu correria o risco de me encontrar sob a sorte mais infeliz. tÇn „Ell®nvn oß m¢n êfƒ ²mÝn oß dƒ êpò LakedaimonÛoiw eÞsÛn (Isócr., Pan., 16) dos gregos uns estão sob nós [nossa influência, poder] outros estão sob os Lacedemônios. tÇn êpò possÜ m¡ga stenaxÛzeto gaÝa (Hom.) sob os pés deles a terra soltava grandes gemidos. ƒAxilleçw êpò tÒ XeÛrvni ¤tr‹fh Aquiles foi criado sob [a vigilância, os olhares de] Quiron.

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Nas composições com verbos, êpñ, mantendo o seu significado denotativo de sob, em baixo, de baixo de, assume um sentido figurado (metafórico), mais diluído, menos concreto, mas nunca sai da linha do significado primeiro: êfƒ- õrn ìp-optow êp-opteæein êpo-p¡mpein êp-agein êpo-lamb‹nein êpo-tiy°nai

suspeitar (olhar de soslaio, por baixo) suspeito (olhado por baixo) suspeitar, olhar por baixo (de soslaio) enviar por baixo (à socapa, em segredo) sub-conduzir, sub-avançar (não inteiramente) pegar por baixo, sub-entender, perceber não concretamente, não inteiramente sub-ponere, sub-por - por apoiando em baixo, não chegando ao fim (aproximação) - suposição, isto é, quase posição ou posição tendo uma base: hipótese

X‹rin É um acusativo (de relação, adverbial) petrificado e por isso necessita de um complemento limitativo, restritivo, adnominal: Graças a, por causa de (lat. gratia). Genitivo, naturalmente. toèto ¤poÛei duoÝn x‹rin (Arist., Gov. dos At., 16, 3) ele fazia isso por duas razões. Quando o delimitativo é uma pessoa (eu/tu; nós/vós) é mais freqüente o adjetivo possessivo em lugar do genitivo do pronome. sugxvrht¡on x‹rin s®n (Plat., Fedro, 234e) deve-se concordar para te agradar [por amor de ti, por tua graça].

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XvrÛw Significa fora de, além de, exceto, à parte, sempre com a idéia de exclusão, separação. Genitivo, naturalmente. xvrÜw t°w dñjhw oéd¢ dÛkaiñn moi eänai deÝsyai toè dikastoè (Plat., Apol., 35b) fora da glória [exceto a glória] não me é justo precisar [pedir] do juiz. xvrÜw sofÛa ¤stÜn ŽndreÛaw (Plat., Láq., 195a) a sabedoria está distante da coragem. ² cux¯ xvrÜw toè sÅmatow (Plat., Féd., 98c) a alma, fora [separada, distinta] do corpo. xvrÜw toætvn (Xen., Cir., 1, 5, 5) fora essas coisas [exceto isso, além disso].

„Ww Na direção de, para. Pouco empregada, quase só no dialeto ático, em geral com nome de pessoas, raramente com nome de países. Ver também §vw. Acusativo, naturalmente. sunelhlæyasin Éw ¤m¢ ŽdelfaÛ (Xen., Mem., 2, 7, 2) minhas irmãs tinham-se reunido [estavam reunidas] na minha casa [tinham vindo a mim]. ŽfÛketo Éw PerdÛkkan kaÜ ¤w t¯n Xalkidik®n (Tuc., 4, 79) ele partiu para [ junto] de Perdicas e para a Calcídica.

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Conjunções - Partículas - Sændesmoi Mais uma vez a nomenclatura gramatical fixa, petrificada, não nos esclarece suficientemente sobre qual é a função da categoria denominada. Cremos que a palavra grega sændesmow, amarra, ligação, conetivo, seria suficiente para identificar o papel tanto das conjunções quanto das partículas. Na verdade são sændesmoi, isto é, conetivos, para usarmos do termo empregado com mais freqüência e propriedade. São de fato ligações entre dois enunciados completos, isto é, frases com sujeito e predicado, que originalmente são independentes. Essa independência primitiva aos poucos foi se estruturando e as partículas foram surgindo para marcar essas ligações. Sabemos que em Homero - poesia narrativa- predomina a parataxe, isto é, a coordenação, num enunciado linear e as dependências, isto é, o que se poderia chamar “subordinação”, se fazem sentir pelo significado e sucessão das partes, como nas narrativas populares. Essa coordenação, parataxe, foi feita inicialmente por partículas. Inicialmente eram simples meios de insistência, apoios tônicos, verdadeira pontuação oral, sem significado, e serviam para marcar a formação de grupos dentro da frase, mas também a sucessão e a ligação entre elas. 1 É importante insistir sempre sobre a oralidade que predominou não só antes da adoção da escrita (séc. VII a.C.), mas mesmo depois. Todos os autores gregos, que conhecemos agora pelos livros, pensavam na transmissão oral.2 Esse fato é extremamente importante. O autor (emissor) tinha em mente que o “leitor” (receptor da mensagem oral) tinha “aquele momento” para receber e fixar a mensagem. Por isso ela devia ser bem clara e refletir exatamente o que e como o emissor queria que a mensagem fosse recebida.

1

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A. Meillet, no Traité de grammaire comparée des langues classiques, § 916 e seguintes, nos dá uma visão bastante clara sobre o assunto. Talvez um autor que pensou numa obra para a escrita, isto é, pensou e escreveu, foi Tucídides. Há também o caso de Isócrates, que nunca teria pronunciado seus discursos. Mas, assim mesmo, um e outro não perderam de vista a oralidade.

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É essa a origem da pontuação expressiva da oralidade. É essa a origem tanto das “partículas” quanto das “conjunções”. A diferença de denominação se deve talvez ao caráter átono e por isso enclítico das partículas. Mas mesmo as enclíticas, isto é, formando uma palavra fonética com a antecedente, ao ligarem expressões ou sintagmas entre si, se contaminaram com o significado deles. Não convém, contudo, dar um significado particular a essas partículas; vamos identificar nelas o papel que exercem; o significado de cada uma vai surgir do contexto. 3 Vamos, então, em primeiro lugar relacioná-las (partículas e conjunções), identificando as partículas pelo papel que exercem no enunciado e as conjunções pelo seu significado que condiciona a função que exercem. Convém notar ainda que essa função - de coordenação ou subordinação -, que elas exercem, é decorrente do seu significado e deve ser vista em sua organicidade, de modo concreto, lógico e coerente. Isto tem grande importância para se entender o uso e o significado dos modos verbais. A visão teórica que as gramáticas nos transmitem é muito abstrata e rígida, cheia de regras e muito mais, de exceções. As partes do enunciado são independentes, e o uso dessa ou daquela expressão e sobretudo desse ou daquele modo verbal decorre do valor semântico inerente, independente, autônomo dele. Também o valor dos modos verbais não muda, porque o verbo está na principal ou na subordinada: eles variam em função do contexto, do quadro em que estão inscritos e da maneira como o ato verbal deve ser expresso. Vamos expor a seguir uma relação, em ordem alfabética, desses conetivos (partículas e conjunções), identificando-lhes a função e também o significado e daí indicar também o modo verbal, se for o caso. Veremos que nessa relação constarão algumas palavras que estão também na relação das preposições. É que o seu significado permite essa dupla função. Não deixaremos de assinalar os casos específicos.

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Além de A. Meillet, acima citado, uma leitura de J. Humbert, Syntaxe grecque, § 657 e seguintes, e J. Denniston, The greek particles, dará uma visão ampla sobre o assunto.

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ƒAll‹ Partícula adversativa por excelência. Marca a ruptura, oposição, contradição, na ordem do enunciado; geralmente é a contradição da negação. Etimologicamente está ligada a llow, outro. Nem sempre, no entanto, a negação anterior está formalmente expressa; a oposicão (ruptura) pode ser na linha do significado. Traduz-se por mas, ao (pelo) contrário, entretanto, não obstante etc. (lat. sed, verum). Vejamos alguns exemplos: 1. mas, ao contrário (lat. sed, verum), freqüentemente associado a kaÛ (também) nas oposições oé / m¯ mñnon... ŽllŒ kaÛ não só... mas também. taèta p‹nta g¡gone diŒ t¯n ²met¡ran ŽgnoÛan Žllƒ oé diŒ t¯n ¤keÛnou dænamin (Isócr., 4, 1, 37) todas essas coisas aconteceram por nossa falta de juízo, mas [e] não pela capacidade dele. 2. entretanto, pelo menos, contudo. Associada a outras partículas enfáticas ou restritivas. Žll‹ ge ŽllŒ oïn ŽllŒ oïn... ge

mas, pelo menos mas então, contudo mas então... pelo menos

many‹nv, · dƒ ÷w: Žllƒ eëxesyaÛ ge pou toÝw yeoÝw ¦jestin (Plat., Féd., 117b) estou entendendo, disse ele, mas pelo menos é possível orar aos deuses. poll‹kiw m¢n Žgayoè aélhtoè faèlow ’n Žp¡bh poll‹kiw dƒ’n faælou Žgayñw: Žllƒ oïn aélhtaÛ gƒ ’n p‹ntew ·san Éw pròw toçw ÞdiÅtaw (Plat., Prot., 327c) muitas vezes, de um bom flautista poderia nascer um mau; muitas vezes também de um mau um bom; mas pelo menos poderiam todos ser flautistas em relação aos leigos. ŽpokteneÝ m¢n ’n boælhtai ŽllŒ ponhròw Ìn kalòn kŽgayòn önta (Plat., Górg., 511b) ele o matará se quiser, mas sendo [por ser] um mau (matando) o que é um homem honesto [mas será um bandido matando um bom].

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3. Nas respostas, Žll‹ marca a surpresa pela pergunta, que, na mente de quem responde, tem uma dúvida implícita. – – – –

kaÛ moi ¤pÛdeijin t°w braxulogÛaw poÛhsai; ƒAllŒ poi®sv (Plat., Górg., 449c) então faça-me uma demostração de tua concisão. Pois bem, farei. (Mas, sim, farei!)

4. Žll‹ marca também um corte brusco do curso de uma exposição ou de um diálogo (como em português). tÛ deÝ ¦ti l¡gein: Žllƒ àte eÞw M®douw (Xen., Cir., 1, 5, 14) [por] que é preciso falar ainda?! - Mas, ide contra os medos! – – – –

oðtow öpisyen kat¡rxetai: ŽllŒ perim¡nete. ƒAllŒ perimenoèmen (Plat., Rep., 327b) esse aí está chegando atrás (de trás); (ele) mas esperai! Mas esperaremos.

Žllƒ õrte nèn eÞ toèton ¤rte (Plat., Banq., 192e) mas vede agora se é esse que desejais. 5. Associado a ³ (ou / que, do que) marca o contraste entre dois elementos ou propostas: a não ser, senão que. m¯ xr°syai ¤laÛÄ Žllƒ µ ÷ti smikrot‹tÄ (Plat., Prot., 334c) não se servir de óleo, a não ser (senão) do mínimo possível. Žrgærion oék ¦xv Žllƒ µ mikrñn ti (Xen., An., 7, 7, 53) dinheiro eu não tenho, a não ser um pouquinho. 6. Associado a m®n tem o significado adversativo enfatizado, quase desdobrado: mas, não obstante; e no entanto. ƒEpeid¯ dƒoé tñte ŽllŒ nèn deÝjon: eÞp¡ tÛw µ lñgow ÷ntina ¤xr°n eéporeÝn, µ kairòw sumf¡rvn êpƒ ¤moè pareleÛfyh t» pñlei: tÛw d¢ summaxÛa, tÛw prjiw ¤fƒ ¶n mllon ¦dei mƒ ŽgnoeÝn toutousÛ; ƒAllŒ m¯n tò parelhluyòw ŽeÜ parŒ psin ŽfeÝtai. (Dem., Cor., 191-2) Uma vez que naquela época não (mostraste), pelo menos mostra agora: dize [me] ou que discurso [argumento] de que era necessário lançar mão ou que ocasião propícia à cidade foi deixada de lado

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por mim? Que aliança, que ação sobre a qual me era preciso desconhecer mais do que o momento presente? Mas, ao contrário, o passado é sempre deixado de lado diante de outras coisas. Obervação: constata-se em todos esses exemplos e muitos outros que deixamos de registrar, por serem longos, que Žll‹ mantém sempre seu significado de ruptura, oposição, contradição e que as outras partículas quando se lhe acrescentam trazem também sua contribuição semântica.

…Allvw kaÜ llvw: de outro modo, também além disso, por outro lado. llvw te kaÛ: de outra maneira / por outro motivo e também. Pode vir seguido de µ, que, do que, numa relação entre dois termos. llvw d¢: aliás. ´de ² teleut¯ toè ¥taÛrou ²mÝn ¤g¡neto Žndròw tÇn tñte Ïn ¤peir‹yhmen ŽrÛstou kaÜ llvw fronimvt‹tou (Plat., Féd., 118a) este foi o fim de nosso companheiro, homem dentre os com que tratamos o melhor e por outro lado [além disso] o mais sensato.

†Ama Ao mesmo tempo, juntamente. Vimo-la no rol das preposições, construída com dativo. Aqui ela liga um particípio infectum a um verbo infectum. ¤m‹xonto ‘ma poreuñmenoi oß †Ellhnew (Xen., 6, 3, 5) os gregos combatiam enquanto [ao mesmo tempo] continuavam a marcha.

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ƒAm¡lei Forma petrificada de imperativo singular de ŽmelÇ (e): não tenhas cuidado, fica tranqüilo, sossega; daí o significado de seguramente, sem dúvida, certamente. Funciona como uma frase intercalada; por isso muitas gramáticas a ignoram. – sç dƒ àsvw diŒ tò polumay¯w eänai perÜ tÇn aétÇn oéd¡pote tŒ aétŒ l¡geiw, – ƒAm¡lei, ¦fh, peirÇmai kainñn ti l¡gein ŽeÛ, (Xen., Mem., 4, 4, 6) – Tu, talvez por seres muito instruído, nunca dizes as mesmas coisas a respeito dos mesmos assuntos. – Não tenhas cuidado [não te preocupes], estou tentanto sempre dizer algo de novo. …An (ken em Homero) Partícula indicadora de: • possibilidade ou afirmação atenuada: Em grego: optativo com n; Em português: “imperfeito do subjuntivo” e condicional. Simples / “futuro do pretérito”. • irrealidade: Irreal do presente: Em grego: eÞ com imperfeito e n com imperfeito; Em português: se com “imperfeito do subjuntivo” na prótase e condicional simples/”futuro do pretérito” na apódose. Irreal do passado: Em grego: eÞ com aoristo do indicativo e n com aoristo do indicativo. Em português: se com “mais-que-perfeito do subjuntivo” na prótase e condicional composto na apódose. Não confundir esse n/ken com a forma contrata n/³n por ¤‹n, partícula supositiva (hipotética) de eventualidade (subjuntivo/futuro em grego). Nota: Os exemplos de possível e de irreal do presente e do passado se encontram sob a rubrica de eÞ.

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…Ara / =a / r Repousa claramente na raiz *r/ar, cujo significado é ajuste (harmonia), numa simples transição (e, então). Esse conetivo tem dois tempos: 1. Homérico (próximo do significado etimológico), com função meramente aditiva, seqüencial, sem o enfoque de causa e efeito. Pode-se traduzir por: e então, então, e (naturalmente). Ëw fato b° dƒ ’rƒ …Oneirow (B, 16) assim falou [Zeus] e Sonho se pôs a caminho. nhle¡w, oék ra soÛ ge pat¯r ·n ßppñta Phleæw (P, 33) impiedoso! então não é teu pai o cavaleiro Peleu. Aqui já aparece o enfoque inferencial (causa e efeito). Ónoxñei glukç n¡ktar Žpò krht°row Žfæssvn: sbestow dƒ ’r ¤nÇrto g¡lvw mak‹ressi yeoÝsi (A, 598) tirando da cratera [Hefesto] pôs-se a servir doce néctar; e um sorriso inextingüível surgiu nos deuses bem-aventurados. 2. Na prosa, sobretudo nos diálogos, prevalece, o sentido inferencial (causa e efeito), com significado de: então, pois bem, ora, a seguir (conclusão globalizante). É usado sobretudo nos silogismos, para ajustar a primeira premissa à segunda e para levar a uma conclusão. Pode aparecer às vezes acompanhado de outras partículas, sem que seu significado sofra grandes danos. ¤nenñhsa tñte ra katag¡lastow Ên ²nÛka ¦fhn eänai deinòw tŒ ¤rvtik‹ oéd¢n eÞdÆw ra toè pr‹gmatow (Plat., Banq., 198c) naquele momento então eu pensei que eu era ridículo quando eu disse que era entendido nas coisas do amor, ora, eu não entendia nada da coisa!

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– tŽgayŒ oé kaÜ kalŒ dokeÝ soi eänai; – ƒEmoÛ ge. – EÞ ra õ …Ervw tÇn kalÇn ¤nde®w ¤stin k’n tÇn ŽgayÇn ¤nde¯w eàh; (Plat., Banq., 201c) – as coisas boas não te parecem ser belas? – A mim, pelo menos, sim. – Então, se o Amor é carente das coisas belas, ele não seria carente também das coisas boas? eÞ ra g¡gonen Éw oðtoi l¡gousin (Dem., LVI, 28) se, então, essas coisas aconteceram como esses aí dizem. 3. Alguns gramáticos dissociam ra de ”ra, fazendo a segunda fundirse com a partícula interrogativa ·. Foneticamente é difícil, porque a vogal longa absorveria a breve. Dever-se-ia esperar uma contração em h e não em a. J. Humbert admite que os manuscritos são vacilantes: num mesmo texto ora registram ra, ora ”ra. Mesmo assim, em função interrogativa, ”ra não se afasta do significado de ajuste, inferencial de ra. Em geral são perguntas que levam em conta o antecedente e o ajustam ao conseqüente, para chegar a uma conclusão. ¦melon sƒ ”ra kin®sein ¤gÅ (Aristóf., Nuvens, 1301) então [conclusivo] eu devia te fazer mover. ‰V fÛlh m°ter pñtƒ ”ra sòn öcomai d¡maw; (Eur., Íon, 503) Querida mãe, quando então [afinal] eu verei a tua pessoa? ”ra katagel‹sesy¡ mou Éw meyæontow; (Plat., Banq., 212b) rireis, então, de mim como de um bêbado! [a partir do que vedes]. ”rƒ oé meg‹lhn Žrx¯n rxv; (Aristóf., Vespas, 620) então não é grande o cargo que estou exercendo?! [inferencial]. TÛ oïn; õ naæthw ”ra m¯ ƒw prÇran fugÆn præmnhyen hëren mhxan¯n svthrÛaw ; (Ésquilo, Sete contra Tebas, 208) O que então? Será que o marinheiro fugindo da popa para a proa não encontrou um meio de salvação?!

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ƒAt‹r / Aét‹r São compostas de Žr- (significado de ajuste, adição) e de aïte, com significado de uma simples transição (ora, pois), ou oposição fraca, comparável às vezes ao conetivo de (e, por sua vez, aliás, contudo: adversativa fraca). ôktÆ, ŽtŒr m®thr ¤n‹th ·n (B, 313) eles [os filhotes] eram oito, e a mãe [por sua vez] era a nona. tÆ d¢ oß Êmv kurtÅ... aétŒr ìperye fojòw ¦hn kefal®n (B, 218) eram-lhe dois ombros curvados e ainda em cima era pontudo de cabeça [ele tinha os dois ombros curvados e ainda tinha um crânio pontudo]. kaÜ lloi tin¡w me ³dh ³ronto ŽtŒr kaÜ Eëhnow prÐhn... (Plat., Féd., 60d) alguns outros também me perguntaram, e ainda outro dia, Eueno. †Ektor, Žt‹r pou ¦rhw Patrvkl°ƒ ¤jenarÛzvn sÇw ¦ssesyƒ (X, 331) Heitor, aliás de algum modo tu dizias ao despojar [despojando] Pátroclo que tu serias salvo. tÇn kakÇn oávn ¤r˜w: ŽtŒr ¦sti gƒ õpoÛan l¡geton eédaÛmvn pñliw; (Aristóf., Aves, 144) que males desejas ardentemente! aliás, existe uma cidade feliz do tipo de que vós duas falais?! †Ate - < ‘ te Na verdade é um relativo (neutro plural) com sua função e significado natural. Essa função e sentido anafórico fazem parte da natureza do relativo; por isso a frase que se segue pode ter nuances de causal, comparativa, explicativa (uma vez que, porque, como). É claramente um acusativo de relação (adverbial) petrificado. Essa causalidade freqüentemente é simultânea ao efeito; por isso é comum o uso do particípio do infectum. Ver também Ëste, ¤fƒ Ú te, ÷ste / ÷w te, oåñw te, ÷ti / ÷ ti.

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‘te tòn xrusòn ¦xvn... ¤pikoærouw ¤misyoèto (Hdt., 1, 154) em que [em relação ao que] ele tinha o dinheiro [porque tinha, em tendo] ele contratava [pôs-se a contratar] mercenários. õ d¢ Kèrow ‘te paÝw Ìn kaÜ filñkalow kaÜ filñtimow ´deto tÒ stol» (Xen., Cir., 1, 3, 3) Ciro em sendo menino [em que, por que] e amante do belo e das honras se comprazia com sua veste. Aï /aï te / aïte (aïtiw / aïyiw) Marca uma sucessão, com uma idéia fraca de oposição: por outro lado, por sua vez, (uma espécie de retomada do discurso). Às vezes pode vir enfatizada por de, o que lhe dá uma versão de alternativa. kaÜ tÛ tiw ’n aï eÞpÆn §teron oék ¤jam‹rtoi (Plat., Sof., 225e) e, por outro lado, que outra coisa alguém tendo dito, não se enganaria tòn m¢n... b‹le dourÛ, …Antifon aï... ¦lase (L, 108) ele atacou um com a lança e... por outro lado atingiu ântifos. dokeÝ... xr°nai... prñteron K¡bhtow akoèsai tÛ aï ÷de ¤gkaleÝ tÒ lñgÄ (Plat., Féd., 86e) parece-me ser preciso ouvir primeiro [de] Cebes o que, por sua vez, ele atribui ao argumento. kaÜ àsvw aï êmeÝw ¤m¢ ²geÝsye kakodaÛmona eänai (Plat., Banq., 173c) e talvez, por outro lado, vós pensais que eu sou infeliz. oß †Ellhnew ¤p¹esan oß dƒ aï b‹rbaroi oék ¤d¡xonto (Xen., 1, 10, 11) os gregos atacaram, os bárbaros por sua vez, não aceitaram (não esperaram o ataque).

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Aïyiw De volta, em sentido contrário, de novo. kayƒ ù ²d¡a ¤stÛn ”ra katŒ toèto oék Žgay‹; kaÜ aïyiw aï tŒ ŽniarŒ oé kayƒ ÷son ŽniarŒ kak‹; (Plat., Prot., 351c) segundo o que as coisas dão prazer, será que, segundo isso, elas não são boas? e por outro lado, segundo o quanto são desagradáveis, elas são más? [pelo que as coisas são agradáveis por isso elas não são boas? e por outro lado, as coisas desagradáveis, elas não são más na proporção de desagradáveis?]. AétÛka No ato, imediatamente; por exemplo, isto é. ´jei aétÛka Éw ¤gÙmai, [¤gÆ oämai] (Plat., Banq., 175b) ele virá logo, como eu penso. eÞ gŒr tiw aétÛka d¯ m‹la eàpoi Éw ¤k tÇn nevt‹tvn toçw l¡gontaw eänai deÝ ŽpokteÛnaitƒ ’n aétñn (Dem., C. Aristóg., 29) na verdade se alguém, no ato, afirmasse que é preciso que os oradores sejam dentre os mais jovens, vós o mataríeis. ¤dÛdaske m¡xri ÷tou d¡oi ¦mpeiron eänai ¥k‹stou pr‹gmatow tòn ôryÇw pepaideum¡non: aétÛka gevmetrÛan m¡xri toætou ¦fh deÝn many‹nein §vw... (Xen., Mem., 4, 7, 2) [Sócrates] ensinava até o que era [fosse] preciso o homem educado estar apto em cada coisa, por exemplo a geometria, dizia, era preciso entender até o ponto de... Aïtiw (ver aïyiw)

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G‹r < ge Žr / ge ”ra É uma somatória de uma partícula enfática, restritiva, intensiva ge, e uma aditiva (de ajuste) r / ”ra. É a partícula anafórica explicativa por excelência. Aristóteles a usa constantemente para explicar ou demonstrar um postulado. É muito próxima do car francês. Podemos traduzi-la por pois, na verdade, com efeito, de fato. Às vezes, poucas, ela pode ser meramente expletiva. Nas respostas, muitas vezes ela sublinha o sim ou o não: pois é. Por causa do ge (enclítico) g‹r nunca começa uma frase. oéd¢n prgma, Î SÅkratew: ¤gÆ gŒr kaÜ Þ‹somai. FÛlow g‹r moi GorgÛaw (Plat., Górg., 447b) não é nada, Sócrates, pois também sou eu que vou reparar. Na verdade Górgias é meu amigo. dihg®somai tŒ pr‹gmata: ¤moÜ g‹r, Î ndrew dikastaÛ, pat®r ¤sti SvpaÝow (Isócr., Trap., 3) vou expor os fatos: pois bem, meu pai, senhores juízes, é Sopeu... dhloÝ d¡ moi tñde tÇn palaiÇn Žsy¡neian oéx ´kista: prò gŒr TrvikÇn oéd¢n faÛnetai prñteron koin» ¤rgasm¡nh ² „Ell‹w (Tuc., 1, 3) isto revela a mim, não minimamente, a fraqueza dos antigos [gregos]: na verdade, antes dos feitos de Tróia, a Grécia aparece [é evidente] antes não ter feito nada em comum. – – – –

„OmologeÝw, oïn, perÜ ¤m¢ dikow gegen°syai; ‰H gŒr Žn‹gkh (Xen., An., 1, 6, 8) Então tu estás de acordo que tu te tornaste injusto comigo? Pois é, é forçoso.

– oëtoi kaÜ l¡gontai polç dienegkeÝn tÇn kayƒ ¥autoçw ŽnyrÅpvn; – L¡gontai g‹r, ¦fh (Xen., Mem., 3, 5, 11) – e também não se diz [eles não são ditos] que eles se distinguiram muitos dos homens de seu tempo? – Pois se diz [são ditos], disse ele.

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aß mht¡rew tŒ paidÛa m¯ ¤kdeimatoæntvn. M¯ g‹r, ¦fh (Plat., Rep., 381) que as mães não aterrorizem os filhos. Não, não, disse ele [na verdade não; de fato não].

taxç g ƒ ’n xarÛsainto; oé g‹r; (Dem., Mid., 209) eles depressa iriam agradá-lo? Pois não é? 4 eàper tiw ŽpokteÛnei tin‹, oðtow d®pou poieÝ “ dokeÝ aétÒ; · g‹r; (Plat., Górg., 468d) se alguém mata um outro, esse com certeza está fazendo o que lhe parece [bem]. Pois sim? Ge Partícula átona, por isso enclítica e pospositiva; chama a atenção para a palavra anterior. É uma das partículas mais empregadas em grego. É nitidamente uma pontuação oral, que se põe depois de uma palavra para marcar uma pausa, uma inflexão e por isso mesmo pode ter uma força restritiva e enfática. Homero se serve dela juntando-a aos pronomes pessoais e demonstrativos. Muitas vezes fica intraduzível no contexto. Nos diálogos (Platão) e no teatro, ge é de uso muito freqüente; ela acrescenta muita vivacidade e intensidade à fala. Poderíamos apresentar centenas de exemplos, que os gramáticos colheram e tentam explicar, mas voltaríamos sempre à situação primeira, isto é, à sua função de pontuação oral, enfática, restritiva, muito próxima do sim, lançando uma luz especial sobre a palavra sobre a qual incide. Alguns exemplos serão suficientes.

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G‹r vem combinada com uma série de partículas; o que leva muitos gramáticos a procurar um sentido especial para essas combinações. Não vemos muita necessidade disso. Essas combinações respeitam o significado base, denotativo de cada elemento; portanto, basta respeitar o significado de cada um e enquadrá-los no contexto, e a solução aparecerá.

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oéd¢ sƒ ¦gvge lÛssomai eánekƒ ¤meÝo m¡nein. (A, 173) por mim, eu nem mesmo vou te pedir para permanecer. naÜ d¯ taèt‹ ge p‹nta... ¦eipew (A, 286) sim, sim, pelo menos essas coisas todas... tu disseste. ŽtŒr m¡teimÛ g ƒ aétñn (Aristóf., Nuvens, 801) a propósito, eu vou [sim] à busca dele. makarÛa g ƒ ’r ² pñliw ¦stai (Aristóf., Assemb., 558) então a cidade será pelo menos feliz. fñbon ge, eÞ mhd¢n meÝzon, polemÛouw dænasyai parasxeÝn (Plat., Leis, 806b) poder inspirar nos inimigos, na falta de melhor, pelo menos o medo. ”rƒ oéx oðtvw; – p‹nu ge (Plat., Eutifr., 8e) então não é assim? – Perfeitamente! §terai d¡ g ƒ eÞsi tÇn texnÇn aã diŒ lñgou pn peraÛnousi (Plat., Górg., 450d) pelo menos há outras artes que realizam tudo pela palavra. Goèn (ge oïn) Mais forte do que ge; também pospositiva: em todo caso, pelo menos, certamente. ²mw deÝ Ždikoum¡nouw, t°w goèn „Ell‹dow m¯ st¡resyai (Xen., An., 7, 1, 30) é preciso nós, sendo injustiçados, pelo menos então não sermos privados da Grécia. êp‹rgurñw ¤sti safÇw yeÛ& moÛr&: pollÇn goèn pñlevn paroikousÇn eÞw oédemÛan toætvn oéd¢ mikrŒ fl¡c ŽrgurÛtidow di®kei (Xen., Rec. da Át., 1, 5) [a Ática] tem o subsolo rico de prata, claramente por quinhão divino; em todo caso [pelo menos], das muitas cidades vizinhas, para nenhuma delas corre nem mesmo um pequeno veio de minério de prata.

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‰V SÅkratew, ¤gÆ m¢n Õmhn toçw filosofoèntaw eédaimonest¡rouw xr°nai gÛgnesyai : sç d¡ moi dokeÝw tŽnantÛa t°w filosofÛaw Žpolelauk¡nai : z»w goèn oìtvw, Éw oédƒ ’n eãw doèlow êpò despñtú diaitÅmenow meÛneie (Xen., Mem., 1, 6, 2) Sócrates, eu pensava que os amantes da filosofia devessem se tornar mais felizes; mas tu me pareces ter tirado da filosofia o contrário disso; pelo menos é assim que vives: como nem mesmo um escravo, se levasse esse regime, permaneceria submisso ao patrão. boælei skopÇmen Žrj‹menoi Žpò t°w trof°w Ësper Žpò tÇn stoixeÛvn; kaÜ õ ƒArÛstippow ¦fh : – DokeÝ goèn moÛ ² trof¯ Žrx¯ eänai (Xen., Mem., 3, 3, 5) queres analisemos, começando da alimentação, como dos [primeiros] elementos? E Aristipo disse: – pelo menos me parece a alimentação ser um princípio. – F¡re, poÝai gŒr tin¡w eÞsin; – oék oäda safÇw: eàjasin goèn ¤rÛoisin (Aristóf., Nuvens, 343) – Vamos lá, na verdade de que tipo eram essas umas? – Não sei com segurança; pareceram em todo caso com flocos de lã. DaÛ Seria uma partícula construída sobre a partícula de, mas, mais enfática, mais expressiva. Em geral sublinha um termo interrogativo, como que?, como? Podemos traduzi-la, por então. tÛ daÛ; · dƒ ÷w, oé filñsofow Eëhnow; (Plat., Féd., 61c) O que então?! disse ele, Eveno não é filósofo?! tÛ l®kuyow kaÜ strñfion; tÛw daÜ katñptrou kaÜ jÛfouw koinvnÛa; (Aristóf., Tesm., 141) o que é um vaso de azeite e um porta-seio? O que há então de comum entre um espelho e uma espada?! tÛ daÛ; tòn DaÛdalon oék Žk®koaw ÷ti Žnagk‹zeto douleæein; (Xen., Mem., 4, 2, 33) o quê?! não ouviste dizer que Dédalo era obrigado a servir como escravo?!

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D¡ É também uma pontuação oral. É pospositiva. Como todas as pontuações orais, não teria um significado próprio, mas tem um valor aditivo-intensivo, às vezes com nuances opositivas de desigualdade. • Empregada sozinha, sem ter sido anunciada por m¡n, ela dá uma leve inflexão à linha narrativa ou expositiva do segmento anterior do enunciado. Muitas vezes pode ser traduzida por e, ou então, se o significado do segundo segmento encerra uma idéia contrária à do segmento anterior, pode ser traduzida por mas. Mas não há uma antítese; apenas uma nova idéia, marcada por uma pausa, alguma coisa de diferente. Não há uma regra absoluta para seu uso, nem ela tem um significado absoluto. As traduções mais comuns são as seguintes: e, por outro lado, porém. Ou então não se traduz; uma vírgula marca a pausa. • Anunciada por m¡n, exprime um paralelismo, um contraponto. Ora põe lado a lado enunciados paralelos, numa mesma linha de significado, e não se traduz, ora o segundo segmento encerra uma idéia diferente ou contrária e pode ser traduzida por mas, porém; por isso o uso de m¢n...d¢ é impossível em uma relação principal-subordinada. oðtow dƒ Aàaw ¤stÜ pelÅriow... (G, 229) E esse aí, é o Ajax, enorme. Î P¡rsh, sç dƒ koue dÛkhw mhdƒ ìbrin öfelle (Hes., Trab., 213) Perses, tu [por tua vez] ouve a justiça e não alimentes a insolência. Strep. – tÛ potƒ ¤w t¯n g°n bl¡pousin oêtoiÛ; Disc. – Zhtoèsin oðtoi tŒ katŒ g°w. Strep. – Bñlbouw ra zhtoèsin...tÛ gŒr oåde drÇsi oß sfñdrƒ ¤gkekufñtew; Disc. – oðtoi dƒ ¤rebodifÇsin êpò tòn T‹rtaron. Strep. – porque [em relação ao que] esses aí estão olhando para a terra [chão]? Disc. – Eles estão procurando as coisas debaixo da terra [dentro].

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Strep. – Então eles estão procurando cebolas... E estes, os que estão completamente curvados para o chão? Disc. – Esses, [pausa=restrição] eles estão perscrutando o Érebo até debaixo do Tártaro. ƒIsymòn d¢ m¯ purgoète medƒ ôræssete (Hdt., 1, 174) E o Istmo, (pausa=restrição) não o fortifiqueis com torres e nem façais escavações. oáh per fællvn gene® toÛh d¢ kaÜ ŽndrÇn (Z, 146) exatamente qual a geração das folhas tal também a dos homens (paralelismo). eÞsÛn ¦fh M®dvn m¢n ßppeÝw m¢n pleÛouw tÇn murÛvn: pelt‹stai d¢ kaÜ tojñtai g¡nointƒ ’n Éw ¤pÜ t°w ²met¡raw ¥jakismærioi. ƒArmenÛvn dƒ ¦fh par¡sontai ßppeÝw m¢n tetrakisxÛlioi pezoÜ d¢ dismærioi (Xen., An.) existem [nós temos] dos medos, de um lado, [m¡n], cavaleiros, [m¡n] mais de dez mil, e [de] os peltastas e arqueiros de nosso país chegariam por volta de sessenta mil; E [de] dos armênios, por outro lado, disse ele, estarão presentes cavaleiros [men] quatro mil e pedestres [infantaria] [d¡] vinte mil. toÝw m¢n poihtaÝw polloÜ d¡dontai kñsmoi toÝw d¢ perÜ toçw lñgouw oéd¢n ¦jestin tÇn toioætvn (Isócr., Evág., 9) aos poetas (de um lado) foram dados muitos ornamentos e (por outro lado) aos oradores nenhuma dessas coisas é permitido. Žrxaiñtropa êmÇn tŒ ¤pithdeæmat‹ ¤stin: Žn‹gkh d¢ ŽeÜ tŒ ¤pigignñmena krateÝn (Tuc., 1, 71, 2) vossos métodos de administração são à moda antiga, ora [porém] é necessário que os que sobrevêm levem a melhor.

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D® É um conetivo forte, demostrativo; tem um valor intensivo, demonstrativo, retomando (anafórico) e confirmando as indicações (de tempo e outras) da frase anterior. Enfatiza e ressalta a palavra anterior. É uma partícula preferencialmente usada na prosa, por sua precisão: eis, então, precisamente. Assim d® se juntou a inúmeros conetivos (partículas) e expressões, formando conetivos novos, compostos, como: dhlond®, dhlad®, d°ta, d°yen, d®pote, d®pou, d®pouyen, ¤peid®. Trataremos deles todos na seqüência da ordem alfabética. oéx oìtvw ¦xei; - ¦xei d®. não é assim? – É, sim (é claro). TÛ d®; Por que então? (em relação ao quê?). Aërion d® ¦fh àsvw Î FaÛdvn tŒw kalŒw taætaw kñmaw Žpoker»; (Plat., Féd., 89b) É amanhã, não é, disse ele, Fédon, que cortarás essa bela cabeleira? Aìth d® ¦fh ² Svkr‹touw sofÛa; (Plat., Rep., 338b) É essa aí, disse ela, a sabedoria de Sócrates? Prñage d®; (Plat., Fedro, 227c) Avança então! PollÒ d¯ ·n Žsyen¡staton tÇn ¤yn¡vn tò ƒIvnikñn (Hdt., 1, 143) E em muito o mais fraco dos povos (helênicos) era o jônico. Nèn aï mñna d¯ nÆ leleimm¡na; (Sóf., Ant., 58) E agora nós duas estamos abandonadas sozinhas, não é? nèn dƒ õrte d¯ kaÜ aétoÛ (Plat., Ap., 31b) agora, vede então vós mesmos. ƒAkoæeiw d® ¦fhn ¤gÅ... ProdÛkou toède (Plat., Prot., 341c) Estás ouvindo o Pródico aqui, não é?, disse eu?!

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KoÛú d¯ krÛneiw T¡llon eänai ôlbiÅtaton; (Hdt., 1, 30) Por que (de que maneira), então, tu julgas que Telos é o mais feliz? ÷tan eÞw tò aétò ¦lyvsin ¤rast®w te kaÜ paidikŒ... tñte d¯ (Plat., Banq., 184e) quando (sempre que) o amante e o amado chegam ao mesmo ponto... nesse momento então... oékoèn ¤peid¯ oé didaktñn ¤stin, oédƒ ¤pist®mh d¯ ¦ti gÛgnetai Žret®; (Plat., Mên., 99a) não é verdade que, uma vez que não é algo ensinável, então, a virtude não chega a ser nem mesmo ciência? ¤rvt˜w... ána d¯ eéyçw faÛnvmai aétòw ¤mautÒ tŽnantÛa l¡gvn (Plat., Mên., 82a) tu me estás interrogando para que eu apareça direto dizendo coisas contrárias a mim mesmo, não é?! fvn¯n ¦doja Žkoèsai... eÞmÜ d¯ oïn m‹ntiw (Plat., Fedro, 242c) pareceu-me ouvir uma voz... pois então eu sou um adivinho. D°yen (d® - yen) A partir daí, então. É um reforço, uma ênfase sobre o sufixo adverbial de lugar de onde, com inferências causais ou temporais. tÛ d¯ Žndrvy¡ntew d°yen poi®sousin; (Hdt., 6, 138) tendo-se tornado adultos, a partir daí [então], o que farão? oá min ±y¡lhsan Žpol¡sai d°yen... (Hdt., 1, 59) os que então quiseram fazê-lo perecer... Dhlad® (d°la d®) / dhlond® (d°lon d®) Enfático sobre “é evidente, é claro, é manifesto”. pñyen, Î SÅkratew, faÛnei ; µ dhlad¯ Žpò kunhgesÛou; (Plat., Prot., 309a) De onde, Sócrates tu apareces?! Não é evidente que é de caçada?!

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D®pote (d® pote) Então, por acaso. Nas perguntas, é um acréscimo de uma noção de incerteza, pedindo confirmação. tÛ d®pote nomÛzete t¯n tÇn PanayhnaÛvn ¥ort¯n ŽeÜ toè kay®kontow xrñnou gÛgnesyai; (Dem., Fil., 1, 35) Então por que por acaso pensais que as festas das Panatenías se realizam sempre na data conveniente? ÷stiw d® pote Ên (Plat., Fedro, 373c) sendo enfim aquele que por acaso é. D®pou (d® pou) Com certeza, naturalmente, sem dúvida, associado à partícula -d® acrescenta um tom confirmativo, conclusivo, com um leve toque de ironia: certamente, na verdade, sem dúvida então, talvez, não é? oé d®pou kaÜ sæ eä tÇn toioætvn ŽnyrÅpvn oã xrhsimñteron nomÛzousi xr®mata µ Ždelfoæw; (Xen., Mem., 2, 3, 1) Com certeza também tu não és desse tipo de homens que consideram as riquezas [os bens] mais úteis do que os irmãos!? – – – –

pñteron õ aétòw µ llow; „O aétòw d®pou (Plat., Íon, 531e) é ele mesmo ou um outro? É o mesmo, com certeza [naturalmente].

àste d®pou ÷ti oédeÜw pÅpote õmologÇn ŽdikeÝn ¥‹lv (Dem., Emb., 215) vós sabeis com certeza que ninguém jamais foi pego confessando que é injusto [que é réu, culpado]. àste gŒr d®pou (Dem., 25, 15) pois vós sabeis certamente. oédeÜw d®pou ŽgnoeÝ (Dem., 356, 9) ninguém ignora, sem dúvida.

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d®pouyen (d® pou -yen) Pospositiva. Poderíamos dizer que é uma composição confirmativa (d®) e ilativa (-yen): sem dúvida então. oédamÇw d®pouyen (Dem., 832, 15) sem dúvida, de modo algum. – – – –

tÇn kakÇn êmeÝw aàtioÛ ¤ste; oé d®pouyen (Lís., 6, 36) de nossos males os culpados sois vós? não, com certeza [é claro que não].

D°ta É uma partícula de afirmação mais forte do que d®. Nas interrogações insistentes, conclusivas, sublinha a palavra anterior. Então, com certeza. – – – –

oédamÇw ra deÝ ŽdikeÝn; Oé d°ta (Plat., Críton, 49b) Então não se deve cometer injustiça de nenhuma forma? É claro que não. [não, evidentemente].

oé d°ta ¦gvge eu não, com certeza [é claro]. tÛ oïn d°ta ’n eàh ¤pist®mh lekt¡on; (Plat., Teet., 164b) pois bem, então o que deveria ser dito ciência? Ëw me ŽpÅlesaw; ŽpÅlesaw d°ta (Sóf., El., 1164) como tu me arruinaste! sem dúvida arruinaste. – oék ra perÜ p‹ntaw ge toçw lñgouw ² =htorik® ¤stin; – Oé d°ta (Plat., Górg., 449e) – Então a retórica não é pelo menos em relação a todos os discursos? – Não, com certeza.

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Diñti (diƒ ÷ti) Porque, por que razão. ƒEŒn (eÞ ’n) / ’n / µn Partícula supositiva de eventualidade. Em grego: sempre com o subjuntivo. Em português: presente ou futuro do subjuntivo: se, caso (no caso de); eventual de repetição do presente (sempre que): subjuntivo em grego e presente do indicativo em português. EÞ É a partícula supositiva por excelência; em grego introduz sempre a hipótese real, ou irreal, sempre no indicativo. A tradução em português é se. • Em português, há confusão e incerteza no emprego do se. A razão disso é que os gramáticos consideram o se como uma conjunção regente desse ou daquele modo verbal. • Em grego, as coisas são bem claras: A hipótese real e a irreal não trazem problemas. A real só se realiza no presente: “Se os deuses fazem algo feio, não são deuses.” E a irreal no passado: “Se os cidadãos votaram bem, não elegeram aquele presidente.” • Em grego, coerentemente, o modo da realidade e o da irrealidade é o mesmo: indicativo. • Em português, há um certo equívoco entre o enunciado de uma irrealidade presente (se com imperfeito do subjuntivo na condicionante, e condicional simples na condicionada)e o potencial. Para o possível, o português usa a mesma construção do irreal do presente. Só o contexto e a entonação podem resolver o problema. “Se eu tivesse dinheiro eu te emprestaria” tanto pode significar: “eu não tenho dinheiro e não te empresto”, e escolho uma forma delicada (optativo grego e condicional português) para dizer isso, quanto o enunciado de uma mera possibilidade sem insistir na realidade ou não.

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• No grego, a irrealidade do presente é expressa pelo imperfeito do indicativo com eÞ na condicionante e imperfeito do indicativo com n na condicionada; mas a possibilidade é expressa pelo optativo com eÞ na condicionante e optativo com n na condicionada. Numa situação narrativa do passado, quando há repetição do fato (sempre que, cada vez que) e não um momento preciso (indicativo), encontramos eÞ com optativo, que as gramáticas denominam optativo oblíquo ou de subordinação. eÞ tou fÛlvn bl¡ceien oÞketÇn d¡maw ¦klaen ² dæsthnow eÞsorvm¡nh (Sóf., Traq., 908) se [cada vez que] olhava um de seus queridos servos, olhando-os a infeliz chorava. potòn d¢ pn ²dç ·n tÒ Svkr‹tei diŒ tò m¯ pÛnein, eÞ m¯ dicÐh (Xen, Mem., 1, 3, 5) toda bebida era agradável a Sócrates pelo fato de ele não beber se não tinha sede [a menos que - repetição]. faÛh dƒ ’n ² yanoèsa eÞ fvn¯n l‹boi (Sóf., El., 548) a que morreu [Ifigênia] diria [como eu] se retomasse a voz (irreal do presente). eÞ bouloÛmeya M¡nvna tñnde Žgayòn Þatròn gen¡syai parŒ tÛnaw ’n p¡mpoimen didask‹louw; (Plat., Mên., 90c) se nós quiséssemos que Mênon que aqui está se tornasse um bom médico, junto a que mestres nós o enviaríamos? (possibilidade). eÞ dƒ ŽnagkaÝon eàh ŽdikeÝn µ ŽdikeÝsyai ¥loÛmhn ’n mllon ŽdikeÝsyai (Plat., Górg., 469c) se fosse necessário cometer ou sofrer injustiça eu escolheria de preferência sofrer (possibilidade). fÇw eÞ m¯ eàxomen ÷moioi toÝw tufloÝw ’n ·men (Xen., Mem., 4, 3, 3) se nós não tivéssemos luz (possibilidade), seríamos iguais aos cegos (irreal do presente). eÞ tò ¦xein oìtvw Éw tò lamb‹nein ²dç ·n polç ’n di¡feron eédaimonÛ& oß ploæsioi (Xen., Cir., 8, 3, 44) se o ter fosse (irreal: não é) tão agradável como o tomar, os ricos se distinguiriam muito em felicidade (possibilidade).

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oék ’n ¤poÛhsen ƒAgasÛaw taèta eÞ m¯ ¤gÆ aétòn ¤k¡leusa (Xen., An., 6, 6, 15) Agásias não teria feito essas coisas, se eu mesmo o não tivesse ordenado [irreal do passado: ele fez porque eu ordenei]. eÞ tñte ¤bohy®samen =–oni kaÜ polç tapeinot¡rÄ nèn ’n ¤xrÅmeya tÒ FilÛppÄ (Dem., Fil., 1, 9) se nós tivéssemos socorrido [os aliados], nós estaríamos tratando agora com um Filipe muito mais brando e humilde (irreal no passado; irreal no presente). eÞ oß lloi ³yelon toioètoi eänai ôry¯ ’n ²mÇn ² pñliw ·n kaÜ oék ’n ¦pesen tñte toioèton ptÇma (Plat., Láq., 181b) se os outros quisessem [agora irreal do presente] ser desse tipo [como Sócrates], nossa cidade estaria (irreal do presente) em boas condições e não teria sofrido na ocasião tamanha queda [mas sofreu, irreal do passado]. Observação: Na verdade o modo a ser empregado depende do sujeito do enunciado, que é o senhor da mensagem; o conetivo traz seu significado e faz a ligação. Podemos ver isso também nos casos em que eÞ vem associada a outras partículas. Há várias combinações: eÞ kaÛ, kaÛ eÞ, Ësper eÞ, eÞ ’n, eà ge, eÞ m®, eàper, eÞ g‹r, eàye, ktl õ Kèrow eéyçw ±sp‹zeto aétòn Ësper ’n eà tiw p‹lai filÇn Žsp‹zoito (Xen., Cir., 1, 3, 2) Ciro beijou de imediato (Astíages), como alguém beijaria amando há muito tempo. ¤moÜ m¢n ŽrkeÝ oàkoi m¡nein kaÜ eàte Læsandrow eàte llow tiw ¤mpeirñterow perÜ tŒ nautikŒ boæletai eänai oé kvlæv (Xen., Hel., 1, 6, 5) a mim me é suficiente permanecer em casa e se Lisandro ou um outro qualquer quer ser mais competente nas coisas náuticas, eu não impeço [se e se].

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EÞ g‹r (ver eàye) EÞ d¢ m® E se não, com modo volitivo (eventual) ou indefinido. eÞ boælesye sunapi¡nai, ´kein ³dh keleæei t°w nuktñw: eÞ d¢ m¯ aërion prvÜ Žpi¡nai fhsÛn (Xen., Anáb., 2, 2, 1) se vós quereis partir com ele, ele diz para chegar de noite [esta noite]; se não, ele diz que parte amanhã cedinho. m¯ oìtv l¡ge, eÞ d¢ m®, oé yarroènt‹ me §jeiw (Xen., Cir., 7, 1, 35) não fala [fales] assim, se não, tu me terás sem coragem. Eàye eàye e eÞ g‹r introduzem orações de expressão de voto ou desejo (oxalá, tomara que) em que o uso do optativo diz que o sujeito duvida da realização do voto, mas expõe como mera possibilidade. eàyƒ, Î lÒste, sç toioètow Ìn fÛlow ²mÝn g¡noio (Xen., Hel., 4, 1, 38) oxalá, excelente homem, tu que és dessa qualidade, te tornasses nosso amigo! eàye m®pote gnoÛhw ùw eä (Sóf., Édipo R., 1068) oxalá nunca soubesses quem és! eàyƒ eäxew beltÛouw fr¡naw; (Eur., El., 1061) ah! se tivesses melhores pensamentos [sentimentos, intenções]. EÞ m® Exceto, se não (lat. nisi) tò te str‹teuma õ sÝtow ¤p¡lipe kaÜ prÛasyai oék ·n, eÞ m¯ ¤n t» LudÛ& Žgor˜ (Xen., Anáb., 1, 5, 6) os suprimentos [o trigo] abandonaram a expedição e não era possível comprar, exceto no mercado na Lídia.

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EÞ m¯ ra A menos, contudo que, se é que não (lat. nisi, forte). pÇw ’n õ toioètow Žn¯r diafeÛroi toçw n¡ouw; eÞ m¯ ra ² t°w Žret°w ¤pÛm¡leia diafyor‹ ¤stin (Xen., Mem., 1, 2, 8) Como um homem dessa qualidade poderia corromper os jovens?! a menos que o estudo da virtude é [seja] uma corrupção. Eàper Se é que, se é verdade que (lat. si quidem). Eäta E então, a seguir. ¦fasan oé dunam¡nouw eêreÝn tò llo str‹teuma oéd¢ tŒw õdoçw eäta planvm¡nouw Žpol¡syai (Xen., An., 1, 2, 25) eles disseram que, não podendo encontrar o resto do exército nem as trilhas [de volta], então [a seguir] eles vagando, pereceram. eäta oék aÞsxænei Î SÅkratew; (Plat., Apol., 28b) e depois disso, não te envergonhas, Sócrates?! Eàte... eàte Se... e se; seja que... seja que; quer... quer; ora... ora. ƒEpeÛ Conjunção temporal: quando, depois que. Causal: como, uma vez que, porque. Concessiva: ainda que, se bem que, bem que, como. Em geral o nosso como cobre os vários significados de ¤peÛ.

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ƒEpeid® Mesmo significado do conetivo anterior, apenas enfatizado por d®; também pode ser traduzido por um como genérico. Às vezes pode vir associado à partícula do eventual n, ¤peid‹n; o subjuntivo será conseqüente. …Epeita (¤peÛ eäta) A seguir, depois disso. O modo depende da idéia de realidade (indicativo), eventualidade (subjuntivo) e possibilidade (optativo). …Este Até, até que. Usa-se como sinônimo de m¡xri, m¡xri oð, §vw, t¡vw, xri, xri oð. Como preposição se constrói com o genitivo partitivo (de ponto de contato), e como conjunção se constrói com o modo da relação do contexto: indicativo da realidade, subjuntivo da eventualidade e optativo da possibilidade. …Este é menos freqüente do que m¡xri, §vw e t¡vw perim¡nete ¦stƒ ’n ¦lyv (Xen., Anáb., 5, 1, 4) esperai até que eu chegue (a eventualidade está marcada por n). …Eti (oék¡ti / mhk¡ti) Ainda, enquanto. Relação temporal de duração (acréscimo: e mais). Afirmativa. Em geral se usa com indicativo: constatação da realidade. ¦ti moi m¡now ¤mpedñn ¤stin (E, 254) há ainda em mim um coração firme. ¦ti kaÜ d¯ ¤m‹xonto (Hdt., 9, 102) eles combatiam ainda naquele momento.

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†Evw Até, enquanto, enquanto que. Sinônimo de m¡xri, m¡xri oð, t¡vw, xri, xri oð, ¦ste. O modo depende da idéia de realidade (indicativo), eventualidade (subjuntivo) e possibilidade (optativo) do contexto. tò tettÛgvn g¡now... mhd¢n trof°w deÝsyai genñmenon Žllƒ sitñn te kaÜ poton eéyçw ›dein §vw ’n teleut®sú (Plat., Fedro, 259c) a raça das cigarras, tendo nascido para não precisar de nenhum alimento; ao contrário, para cantar direto, sem comer nem beber, até que morra (a eventualidade está marcada por n). periem¡nomen oïn ¥k‹stote §vw ŽnoxyeÛh tò desmot®rion (Plat., Féd., 59d) nós esperávamos cada vez até que a prisão se abrisse (o optativo se usa para exprimir um fato repetido no passado; não é nem um fato real nem eventual). §vw ge m¡nomen aétoè skept¡on moi dokeÝ eänai ÷pvw Žsfal¡stata menoèmen (Xen., Anáb., 1, 3, 11) pelo menos até que [enquanto] permanecemos aqui parece-me que se deve olhar para que [de modo a que] permaneçamos [permaneceremos] com a maior segurança possível (indicativo da realidade: durante o tempo em que). m¯ oïn ŽnameÛnvmen §vw n pleÛouw oß pol¡mioi g¡nvntai Žllƒ àvmen §vw ¦ti oÞñmeya eépetÇw ’n aétÇn krat°sai (Xen., Cir., 3, 3, 46) então não esperemos até que os inimigos se tornem mais numerosos, mas avancemos até que (enquanto ainda) pensamos que poderemos dominá-los facilmente (até que se tornem: subjuntivo eventual; enquanto ainda pensamos: indicativo).

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’€H / ±¢ / ±æte Ou, do que: basicamente uma relação entre dois, de diferença (do que) comparativo ou não. ³... ³ Ou... ou, quer... quer: paralelismo. Também usado nas interrogativas disjuntivas. Às vezes pode fazer contraponto com pñteron (qual das duas coisas: isto ou aquilo?) Esse conetivo não traz em si o significado da diferença. É uma relação entre dois. Ele apenas põe lado a lado as palavras ou expressões. A comparação (diferença) para maior ou menor está nas próprias palavras, no próprio conteúdo semântico dos segmentos. Na ausência do conetivo, o complemento da comparação (diferença) vai naturalmente para o genitivo (ablativo em latim). Quando se fala de conetivo é preciso lembrar que o conetivo conecta, liga, mas não funde; ele é uma ponte entre dois, um registro apenas. Portanto, se ele não funde, também não separa, não tem poder de disjunção, não desconecta. Essa disjunção está no conteúdo das frases ou segmentos ou em palavras, como outro, contrário, diferente. deÝ ƒEratosy¡nhn ŽpodeÝjai µ Éw oék Žp®gagen aétòn µ Éw dikaÛvw toètƒ ¦prajen (Lís., 12, 34) é preciso Eratóstenes provar que ou não o levou [preso] ou fez isso dentro da lei. eàte LusÛaw ³ tiw llow (Plat., Fedro, 277d) se [foi] Lísias ou um outro qualquer. §loimÛ ken ³ ken ¥loÛhn (X, 253) eu te poderia pegar ou poderia ser pego. gæpessin polç fÛlteroi µ Žlñxoisin (L, 162) mais amigos dos abutres do que das esposas. mel‹nteron ±æte pÛssa (D, 277) mais negro do que o piche.

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MhonÜw ±¢ K‹eira (D, 141) é uma [mulher] meônia ou cária. oék ¦jestin aétÒ eÞw ßeròn eÞsi¡nai µ ŽpoyaneÝsyai (And., Mist., 33) não lhe é permitido entrar no templo, ou haver de morrer. Ërisan toÝw ôstrakizom¡noiw ¤ktòw Geraistoè kaÜ SkullaÛou katoikeÝn µ ŽtÛmouw eänai kay‹paj (Arist., Gov. dos Aten., 22, 8) eles determinaram aos que eram exilados [ostrakizados] de residir fora dos cabos Geraistos e Squileu, ou então perder a cidadania de vez. pñteron dokeÝ soi k‹kion eänai, tò ŽdikeÝn µ tò ŽdikeÝsyai; (Plat., Górg., 474c) qual das duas coisas te parece pior: cometer ou sofrer injustiça? oék oàei aétòn ’n ²geÝsyai tŒ tñte õrÅmena Žlhy¡stera µ tŒ nèn deiknæmena; (Plat., Rep., 515d) não achas que ele julgaria as coisas que eram vistas então mais verdadeiras [reais] do que as que estão sendo mostradas agora? toçw ¤nantÛouw lñgouw µ aétòw katedñkee (Hdt., 1, 22) discursos contrários a que [do que] ele mesmo suspeitava (o conetivo não traz a idéia de diferença/comparação; ela está no significado de “contrários”). Também aqui: polç oß lñgoi oðtoi ŽntÛoi eÞsÜn µ oîw ¤gÆ ³kouon (Xen., 6, 6, 34) essas palavras são em muito contrárias às que eu ouvia. kaÛ moi deèro, Î M¡lhte, eÞp¡: llo ti µ perÜ polloè poieÝ ÷pvw b¡ltistoi oß neÅteroi ¦sontai; (Plat., Apol., 24c) dize-me também aqui, Mêletos, há alguma outra coisa a que dás mais importância do que para que os mais jovens sejam melhores?

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‰H Exprime um idéia de confirmação, uma espécie de certeza decorrente de uma convicção a partir do que foi dito, projetando-se para o que segue. Desse modo também é usada na formulação de uma pergunta baseada numa pré-condição de resposta afirmativa. Nesse caso, às vezes se associa a ra/”ra, que exprime ajuste. Em português podemos vê-la assim: “uma vez feitas as contas, então...”; o significado não muda nas interrogativas: “uma vez feitas as contas, então / será que?...” exprime a convicção de uma resposta afirmativa. · kalÇw l¡gete (Plat., Banq., 176b) é, então vós dizeis bem. XaÛreton: · fÛloi ndrew ßk‹neton (I, 197) saudações aos dois; então vós dois viestes como homens amigos. kaÛtoi eÞ ¤keÝnow Žp¡yanen · pou ƒAgñratñw ge dikaÛvw ŽpoyaneÝtai (Lís., 13, 57) pois bem, se aquele homem morreu, então certamente Agóratos há de morrer por justiça. · sæ gƒ ƒOdusseæw ¤ssi polætropow; (K, 330) então és tu o engenhoso Odisseu? ŽllŒ tÛw soi dihgeÝto; · aétòw Svkr‹thw; (Plat., Banq., 173a) mas, quem te contava isso? Acaso [não é] o próprio Sócrates? · ti perÜ TrÅvn kaÜ ƒAxaiÇn mermhrÛzeiw; (U, 17) sem dúvida tu te preocupas a respeito dos troianos e dos aqueus? pÇw eäpaw; · t¡ynhke Pñlubow; (Sóf., Édip. R., 943) como dizes? então [será que] Pólibos morreu? kaÜ n¯ tòn kæna, Î ndrew ƒAyhnaÝoi, - deÝ gŒr pròw êmw tŽlhy° l¡gein - · m¯n ¤gÆ ¦payñn ti toioèton; (Plat., Apol., 22a) e, pelo cão, senhores atenienses [pois é necessário dizer a verdade diante de vós], será que, então eu percebi algo assim?

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· se associa a várias outras partículas, onde atua como uma confirmação do sentido das outras; ela aparece aí como um enfático. As principais combinações são as seguintes: · ra (r / =a), · g‹r, · d®, ³ toi / ·toi, · m¢n... · d¢ / ±m¢n... ±d¢, · pou, · pou d¯, · m¯n, ¤pei®, ti®, õti® tÛ l¡geiw, f‹nai, Î Kère, · gŒr sç taÝw xersÜ toætvn ti ¤fæteusaw; (Xen, Ec., 4, 23) o que estás dizendo, disse, Ciro? pois então tu, com tuas mãos plantaste alguma dessas [árvores]? · pou, ·n dƒ ¤gÅ, Î Læsi, sfñdra fileÝ se õ pat¯r kaÜ ² m®thr; (Plat., Lísis, 207b) então, disse eu, Lísis, certamente teu pai te ama muito e também tua mãe? · ra sçn meg‹lú Žret» ¤kt®sv koitin; (V, 193) então [estou vendo], tu fizeste uma aquisição de uma esposa com grande virtude. eÞ tŒ deinñtata tÇn kathgorhy¡ntvn perifanÇw ¤l¡gxontai ceudñmenoi · pou t‹ ge pollÒ faulñtera =&dÛvw êmÝn ŽpodeÛjv ceudom¡nouw aétoæw (Andóc., Mist., 24) se em relação às mais graves das acusações eles estão sendo muito manifestamente persuadidos de estarem mentindo, então [com certeza], pelo menos em relação das muito mais leves eu vos demonstrarei que eles estão mentindo. ¤n eÞr®nú · pou d¯ ¤n pol¡mÄ (Tuc., 1, 142, 3) na paz, então com certeza também na guerra. deÝ aétoçw ³toi Žmayest‹touw eänai (Andóc., Sobre a volta, 2) então com certeza é necessário eles serem bem ignorantes. õ aétòw d¡ pou oïtow tugx‹nei Ìn kaÜ filoxr®matow kaÜ filñtimow ³toi tŒ §tera toætvn µ Žmfñtera; (Plat., Fedro, 68c) de alguma forma esse mesmo homem se encontra sendo por acaso tanto amigo das riquezas quanto das honras, ou então [na verdade] de uma delas ou de ambas.

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„HnÛka Conjunção temporal relativa: quando, no momento em que, e correlativa às conjunções demostrativas thnÛka (neste tempo), ou interrogativa phnÛka (quando?). †Ina Na origem é um advérbio relativo de lugar “lá onde” a que se associou uma idéia de eventual; surge a partir daí a idéia de finalidade, do fato futuro. De uma superposição de expressões semanticamente independentes (lugar onde e eventual) vem a idéia da finalidade. No ático, ána aparece como o conetivo final por excelência. Como a idéia de finalidade é uma eventualidade, as gramáticas estabelecem como regra que ána se constrói com o subjuntivo (eventualmente com o optativo potencial ou de subordinação). Na verdade, mais uma vez, o modo depende do conteúdo e da maneira como o emissor quer exprimir sua mensagem. Em geral encontramos o subjuntivo por causa da eventualidade latente no significado de ána: lá onde; não é uma localização precisa, indicativa, demostrativa. Mas, se há uma idéia de possível ou atenuação da afirmação podemos encontrar o optativo (com ou sem n); e se se insiste sobre a realidade, podemos encontrar o indicativo. Î yaum‹sie M¡lhte ána tÛ taèta l¡geiw; (Plat., Apol., 26c) ó maravilhoso Mêletos, para que dizes essas coisas? [e aqui, porque dizes essas coisas?]. kænaw tr¡feiw ána soi toçw lækouw Žpò tÇn prob‹tvn Žperækvsin. (Xen., Mem., 2, 9, 2) tu crias cães para que [no que] eles afastem os lobos dos rebanhos. m¯ speède plouteÝn ána m¯ taxç p¡nhw g¡nú (Prov.) não te apresses em enriquecer, para que não tornes rapidamente pobre.

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tŒ ploÝa tñte ƒAbrokñmaw proiÆn kat¡kausen ána m¯ Kèrow diab» (Xen., An., 1, 4, 18) então Abrocomas avançando incendiou as embarcações a fim de que Ciro não atravesse [no que não atravesse]. eÞ gŒr Êfelon Î KrÛtvn oäoÛ te eänai oß polloÜ tŒ m¡gista kakŒ ¤jerg‹zesyai ána oäoÛ te ·san aï kaÜ ŽgayŒ tŒ m¡gista (Plat., Críton, 44d) ah seria bom, Críton, o povo ser capaz de realizar os maiores males a fim que também fosse [não é] por sua vez também capaz de realizar os maiores bens. (imperf. do irreal do presente). ána m® min limòw ákhtai (T, 348) a fim de que a fome não me chegue. toçw n¡ouw eÞw paidotrÛbou p¡mpousin ána sÅmata beltÛv ¦xvsin (Plat., Prot., 326) eles mandam os jovens ao mestre de ginástica para que tenham os corpos melhores. [õ tærannow] pol¡mouw ŽeÜ kineÝ ánƒ ¤n xreÛ& ²gemñnow õ d°mow  (Xen., An., 2, 4, 17) O tirano sempre provoca guerras para que o povo esteja em necessidade de um comandante dihrÅtvn ’n aétoçw tÛ l¡goien ánƒ ‘ma ti kaÜ many‹noimi (Plat., Apol., 22b) eu os interrogava [em relação a] o que diziam a fim de que ao mesmo tempo eu também aprendesse algo polçn d¢ sçn ¤moÜ xrusòn ¤kp¡mpei l‹yr& pat®r, ánƒ, eà potƒ ƒIlÛou teÛxh p¡soi toÝw zÇsin eàh paisÜ m¯ sp‹niw bÛou (Eur., Héc., 10-2) meu pai envia às escondidas muito ouro comigo a fim de que, se por acaso Ílion caísse, não houvesse penúria aos filhos vivos, [num quadro do passado, o fantasma de Polidoro conta, em cena, fatos passados; por isso o optativo em lugar do subjuntivo]. oàxontai ána m¯ doÝen dÛkhn (Lís., 20-1) eles estão viajando [foram embora] a fim de não enfrentar a justiça [que possam não enfrentar; possível].

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boælointƒ ’n ²mw ¤jvl¡nai ána tŒw teletŒw l‹boien aétoÜ tÇn yeÇn (Aristóf., Plut., 412) eles [os deuses] gostariam de nos ver mortos a fim de eles entre os deuses pegarem [pudessem pegar] as oferendas p‹ntaw ’n bouloÛmhn perÜ ¤moè taæthn t¯n gnÅmhn ¦xein ána ²g°sye... (Lís., 7, 12) eu gostaria de todos terem a meu respeito essa opinião, a fim de que penseis... [Þxyæew] t°w aét°w [g°w] Žnt¡xontai ¤gxriptñmenoi kaÜ caæontew Éw m‹lista ána d¯ m¯ m‹rtoien t°w õdoè diŒ tòn =ñon (Hdt., 2, 93) [os peixes] dessa mesma região se mantêm contra [à margem], encostando-se e tocando-a o mais possível para que não falhem [possam falhar] da rota por causa da corrente [pela] (o optativo exprime a possibilidade de os peixes se afastarem da rota). tÇnde d¢ eáneken Žn°gon tŒw n¡aw ána d¯ toÝw †Ellhsi mhd¢ fugeÝn ¤j» Žllƒ Žpolamfy¡ntew ¤n t» SalamÝni doÝen tÛsin tÇn ¤pƒ ƒArtemisÛÄ Žgvnism‹tvn (Hdt., 8, 76) eles (os persas) espalharam os navios por causa destas coisas: a fim de que não seja possível nem mesmo fugir aos gregos ([eventual para os gregos], mas se fossem tomados [tendo sido dominados] em Salamina pagassem tributo dos combates em Artemísio. KaÛ É o conetivo horizontal por excelência; na origem é um advérbio: também, mesmo, até, que depois se enfraqueceu. Liga duas palavras, duas frases, duas orações que estão no mesmo plano. É o conetivo somatório, aditivo, e por isso separativo (na mesma medida em que dois objetos precisam de um conetivo, nessa mesma medida eles revelam que estão separados). Quando se coloca à frente de uma palavra, uma frase, uma oração, isto é, quando não reflete a horizontalidade, o paralelismo kaÛ assume o significado de conetivo forte (de antigo advérbio, como ¦ti: também, ainda, até, mesmo.

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Fazendo contraponto com um outro kaÛ ele significa: de um lado... de outro, tanto... quanto, não só... mas também. Às vezes kaÛ pode vir acompanhado de outras partículas. Nesses casos há uma combinação dos significados; sempre com uma ênfase ou precisão; as diversas partes mantêm e combinam os significados. As principais combinações são: kaÜ d®, kaÜ d¯ kaÛ, kaÜ m¢n d®, kaÜ m®n, kaÛtoi, te...kaÛ, kaÛper, eÞ kaÛ. Nesses casos kaÛ volta a ter o significado forte, adverbial. ôlÛgou tinòw ŽjÛa kaÜ oédenñw (Plat., Apol., 23) [a sabedoria humana] digna de pouca coisa, de nada [mesmo] até. dielyñntvn ¤tÇn dæo kaÜ triÇn (Tuc., 1, 82) passados dois, mesmo três anos [até] kaÜ dÜw kaÜ trÜw pÛnein (Plat., Fedro, 63e) beber duas, mesmo três vezes [até]. N¡stvr ²duep®w... toè kaÜ Žpò glÅsshw m¡litow glukÛvn =¡on aéd® (A, 429) Nestor de fala suave, de que até da língua fluindo uma voz mais doce do que o mel. oé dein‹; kaÜ p¡mpousin ³dh ƒpiskñpouw eÞw t¯n pñlin; (Aristóf., Aves, 1033) não é terrível?! eles até mandam inspetores para nossa cidade! · kaÜ taæthn oïn ¦fhn ¤gÅ t¯n dikaiosænhn sç did‹skeiw; (Xen., Econ., 14, 3) então, disse eu, até essa justiça tu ensinas?! „Hr‹kleiw kaÜ k¡ntrƒ ¦xousin. Oéx õr˜w d¡spota; (Aristóf., Vespas, 420) Por Heraclés, até ferrões eles têm! Não estás vendo, patrão?! kaÛ moi l¡ge t¯n graf¯n labÅn (Dem., 18, 53) pois bem, pega o decreto e lê também para mim. ¤moÛ, Î riste, eÞsin m¡n poæ tinew kaÜ oÞkeÝoi (Plat., Apol., 34d) ó caríssimo, para mim existem em algum lugar alguns, mesmo da família [até].

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oëtoi... dænamai m¯ geln: kaÛtoi d‹knv gƒ ¤mautñn (Aristóf., Rãs, 43) não! eu não consigo não rir; e ainda que eu mesmo me morda! kaÛtoi ¦gvgƒ oämai kaÜ t¯n læran mou kreÝtton eänai ŽnarmosteÝn µ §na önta ¤m¢ ¤mautoè Žsæmfvnon eänai (Plat., Górg., 482b) pois bem, (Cálicles), por mim eu acho ser melhor até minha lira estar desafinada do que, sendo um só, estar em falta de sintonia comigo mesmo. l¡gv d¯ kaÛtoi oék oäda õpoÛ& tñlmú... xrÅmenow ¤rÇ kaÜ ¤pixeir®sv (Plat., Rep., 414d) sim eu digo, mesmo que não sei usando de que ousadia eu vou dizer; ainda assim vou tentar. pantÜ yumÒ kaÜ fileÝ kaÜ miseÝ (Dem., Emb., 227) de todo o coração ele ama e odeia [tanto ama quanto odeia]. teyaæmaka ù kaÜ prÅhn tinòw ³kousa (Dem., Quers., 4) eu admirei o que mesmo antes eu ouvi de alguém. Î K¡fale, xaÛrv ge dialegñmenow toÝw sfñdra presbætaiw: kaÜ d¯ kaÜ soè ²d¡vw ’n puyoÛmhn ÷ ti soi faÛnetai toèto. (Plat., Rep., 328d) Kéfalos, eu me alegro discutindo com os bem idosos, e então também com prazer eu poderia saber de ti o que te parece isso. kaÜ m¢n d¯ oék ¤n t» oÞkÛ& Žllƒ ¤n õdÒ sullabÆn Žp®gage (Lís., 12, 30) e também na verdade ele o levou preso tendo pegado não dentro de casa, mas na rua. ƒAghsil‹Ä ¥autòn kaÜ t¯n gunaÝka kaÜ tŒ t¡kna kaÜ t¯n dænamin ¤nexeÛrise (Xen., Ages., 3, 3) [o persa Spithridates] pôs à disposição de Agesilau e a sua pessoa, e a mulher e os filhos e sua capacidade [tanto quanto].

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M‹ É uma intensiva forte; enfatiza, sublinha uma afirmação ou negação. É mais oral do que escrita. Em português nem sempre se traduz. É bastante usada nas afirmações categóricas e nos juramentos. Às vezes é substituído por n® (sim). oé mŒ toçw yeoæw oék oäda (Xen., Cir., 5, 4, 12) não, pelos deuses, eu não sei! [certamente]. ŽllŒ mŒ toçw yeoæw oék ¦gvge aétoçw diÅjv (Xen., Anáb., 1, 4, 8) mas, pelos deuses, eu não os perseguirei [certamente]. – Žp¡fugon oß krinñmenoi; – MŒ tòn Kæna ¤peÜ yan‹tÄ ¤zhmiÅyhsan; (Plat., Rep., 591c) – os que estavam sendo julgados escaparam? – Sim, pelo cão, uma vez que foram condenados à morte! [claro].

M¡n É pospositiva e a esse título podemos considerá-la enclítica. É um dos conetivos mais fracos; ele isola, restringe a palavra anterior, ligando-a ao que se segue (às vezes se confunde com m®n); ele se pospõe a um nome, pronome, advérbio ou verbo, destacando-os, restringindo-os. Funciona como uma verdadeira pontuação oral, e nesse caso poderíamos “traduzi-la” por uma vírgula. É um conetivo que tira seu significado do contexto. Por isso é em vão que os gramáticos tentam encontrar-lhe uma tradução: na verdade, sem dúvida, mas e outras. Vem freqüentemente associada ou composta com outras partículas: m¢n... d¢, m¢n oïn, m¢n d¯, kaÜ m¢n d¯, kaÜ m¢n, m¢n toi, m¡ntoi, m¢n... te, m¢n... kaÜ A associação mais freqüente é com d¢, em um paralelismo de dois segmentos (frases, sintagmas) colocados em um mesmo plano, em uma relação equivalente a “de um lado (m¢n)... de outro lado (d¢)”. As duas partículas, pospositivas, realçam, restringem, enfatizam as palavras sobre as quais se “encostam” (enclíticas).

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O caso mais significativo está no uso sobre o artigo: õ m¢n...õ d¢, em que, ao enfatizar o artigo, faz com que ele volte ao significado primeiro, de demonstrativo: este... aquele/um... outro. Quando o paralelismo se estende, repete-se apenas o segundo conetivo (d¢). aétŒr ¦peita, ƒAtreÛdh, sç m¢n rxe: sç gŒr basileætatow (I, 69) mas então, Atrida, comanda tu [e não outro], pois és o maior rei. Zeçw m¡n pou tñ ge oäde... (G, 308) Zeus, ele, sabia isto... ¦sth sk°ptron ¦xvn tò m¢n †Hfaistow k‹me teæxvn (B, 101) [Agamêmnon] de pé segura o cetro, aquele [mesmo] que Hefesto fabricou trabalhando [se cansou fazendo]. – – – –

”rƒ oé tñde ·n tò d¡ndron ¤fƒ ÷per ·gew ²mw; toèto m¢n oïn aétñ (Plat., Fedro, 230a) Então não era essa a árvore para a qual tu nos conduzias? Exatamente [era] essa mesma.

– Éw topon tò ¤næpnion, Î SÅkratew. – ƒEnarg¢w m¢n Ëw g ƒ ¤moÜ dokeÝ, Î KrÛtvn (Plat., Críton, 44b) – como é estranho esse sonho, Sócrates. – e [também] claro, Críton, como, pelo menos a mim, parece. p‹ntvn m¢n krat¡ein ¤y¡lei p‹ntessin dƒ Žn‹ssein (A, 288) todos ele quer comandar, sobre todos ele quer reinar. fhmÜ d¯ deÝn ²mw ‘ma toÝw m¢n ƒOlunyÛoiw bohyeÝn pròw d¢ Yhttaloçw presbeÛan p¡mpein (Dem., 2, 11) eu afirmo que é preciso ao mesmo tempo, de um lado socorrermos os olíntios e de outro enviarmos uma embaixada aos tessálios. [miw d¢ oëshw] t°w toè sÅmatow yerapeÛaw dæo mñria l¡gv t¯n m¢n gumnastik¯n t¯n d¢ Þatrik®n (Plat., Górg., 464b) sendo uma só a cultura do corpo [mesmo que seja], eu afirmo que há duas partes: uma a ginástica e outra a da cura [medicina].

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pñlin m¢n, eÞ kaÜ m¯ bl¡peiw froneÝw dƒ ÷mvw oá& nñsÄ sænestin (Sóf., Édipo R., 304) nossa cidade, ainda que não enxergas, mesmo assim compreendes com que tipo de doença ela convive. tò dƒ aàtion oäda m¡n, l¡gein dƒ oéd¢n d¡omai (Ésquines, C. Ctes., 139) a causa [o que causa] eu sei, agora [mas], nada dizer eu preciso. tòn sæmbantƒ ¤n t» pñlei yñrubon àste m¢n p‹ntew: mikrŒ dƒ Žkoæsayƒ ÷mvw (Dem., Coroa, 168) o rumor que corre na cidade vós sabeis todos, mas, mesmo assim, vós ouvis poucas coisas. patròw m¢n d¯ l¡getai õ Kèrow gen¡syai Kambæsou: õ d¢ K‹mbusow toè PerseidÇn g¡nouw ·n (Xen., Cir., 1, 2, 1) [por parte] de pai, diz-se que Ciro nasceu de Cambises; e [esse] Cambises era da raça dos Perseidas. ¤gÆ d¢ sæneimi m¢n yeoÝw sæneimi dƒ ŽnyrÅpoiw toÝw ŽgayoÝw (Xen., Mem., 2, 1, 32) quanto a mim, eu estou [freqüento] com deuses, eu estou com homens, os bons. ¤ntaèya hêrÛskonto pollaÜ m¢n klÝnai pollŒ d¢ kibÅtia pollaÜ d¢ bÛbloi gegramm¡noi (Xen., Anab., 7, 5, 14) naquele lugar se encontravam muitos leitos, muitos cofres, muitos volumes [livros] escritos. – – – –

oäsya õpñsa aétÒ ¤sti; mŒ tòn DÛa, ¦fh õ Kèrow, oé m¢n d® (Xen., Cir., 1, 6, 9) tu sabes quanto [quantos bens] ele tem? Por Zeus, disse Ciro, não, é claro.

M¡ntoi É a somatória da partícula intensiva, enfática, restritiva, m¢n com a partícula afirmativa, subjetiva, toi. Seria então uma “intensiva-confirmativa”. Ela pode estar em todo tipo de proposições; afirmativas, negativas, interrogativas etc. Traduções mais comuns: sim, é claro, certamente, então, entretanto.

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õ Kèrow ³reto: – · oðtoi pol¡mioÛ eÞsin; – Pol¡mioi m¡ntoi (Xen., Cir., 1, 4, 19) Ciro perguntou: – Será que esses aí são inimigos? – Inimigos sim, é claro. – – – –

oék oàei, Î SÅkratew; oé m¡ntoi mŒ DÛa (Plat., Menex., 235d) não achas, Sócrates? não, não acho, por Zeus.

– oé sç m¡ntoi „Om®rou ¤pain¡thw eä; (Plat., Prot., 309a) – então tu não és um admirador [elogiador] de Homero? – ¤n dikasthrÛoiw oß ŽntÛdikoi tÛ drÇsin;‘ oék Žntil¡gousin m¡ntoi; (Plat., Fedro, 261c) – nos tribunais, o que fazem as partes contrárias? Elas, sem dúvida, não fazem controvérsia?

M¡xri (-w ) (hom. m¡sfa) Tem o significado de “até, até que...”. Pode aparecer também como preposição (até, com genitivo partitivo, significando o toque do ponto de chegada). O modo a ser usado depende da relação de real (indicativo), eventual (subjuntivo) e possível (optativo) que estiverem no contexto. taèta ¤poÛoun m¡xri skñtow ¤g¡neto (Xen., Anáb., 4, 2, 4) eles estavam fazendo essas coisas até que se fez escuro [noite]. ¤naum‹xhsan m¡xri oð ¦fugon (Xen., Hel., 1, 5, 11) eles travaram o combate naval até que [o ponto que] fugiram (gen. partitivo oð da preposição e indicativo da constatação da realidade). ¦fh t¯n Žsf‹leian eänai mhd¡na ¤kb°nai ¤k t°w neÇw m¡xri oð ploèw g¡nhtai (Tuc., 1, 137, 2) ele afirmou que havia uma segurança de ninguém sair da embarcação, até que aconteça a partida [navegação] - (relação de eventualidade > subjuntivo).

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M® / mhd¡ / m®te...m®te Não eventual, volitivo, indeterminado. É a negação eventual por excelência, volitiva, subjetiva, nas expressões de desejo, exortação, finalidade, ordem negativa, temor, apreensão, inquietação. Não nega a realidade objetiva ou subjetiva (constatação ou afirmação). Quando introduz uma interrogativa usando o indicativo, espera uma resposta afirmativa (lat. nonne). m¯ tòn ƒAxill¡a oàei frontÛsai yan‹tou kaÜ kindænou; (Plat., Apol., 28d) acaso crês que Aquiles se inquietava da morte e do perigo? Mhd¡ E não. Nem mesmo. É a negação volitiva enfatizada, reforçada. M®te m®te... m®te: Não... e não; nem... nem. Repetição da negação volitiva, eventual. M®n / m‹n (m¡n) É também uma partícula intensiva forte, muito próxima de m‹. Ela enfatiza e sublinha uma afirmação, uma negação ou uma interrogação: realmente, com certeza, de fato, então; às vezes essa ênfase ou destaque tem um caráter restritivo e daí adversativo, contraditório. Por vezes mesmo introduz uma nova idéia sob forma de antítese: contudo, não obstante, entretanto. Por isso é muito usada nos diálogos (Platão, os trágicos e Aristófanes). É uma partícula pospositiva. Como outras partículas, ela também tem combinações: kaÜ m®n, ge m®n, m®n ge, tÛ m®n, Žllú m¯n, oé m¯n Žll‹, · m®n.

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tÛ oïn ’n eàh õ …Ervw; ynhtñw; †Hkista. ƒAllŒ tÛ m®n; o que então poderia ser o Amor? Mortal? Absolutamente não [minimamente]. Mas, afinal, o quê?

tÛnow m¯n §neka ¤many‹nete tojeæein; (Xen., Cir., 1, 6, 28) por causa do que então aprendíeis a atirar com arco? – fhmÜ mhd¡na ’n ¤n braxut¡roiw ¤moè tŒ aétŒ eÞpeÝn. – toætou m¯n deÝ (Plat., Górg. 449c) – eu afirmo que niguém diria as mesmas coisas em menos palavras do que eu. – é disso precisamente que eu preciso. dokeÝ yeòw m¢n Žn¯r oédamÇw eänai, yeÝow m®n (Plat., Sof., 216b) esse homem parece de nenhum modo ser um deus, (mas) divino é certamente. kaÜ m®n, Î fÛle ƒAg‹yvn, kalÇw moi ¦dojaw kayhg®sasyai, (Plat., Banq., 199c) Pois bem, meu caro Agaton, tu me pareces começar bem o discurso. – ¤mpeirÛaw §neka k‹llista tÇn ŽndrÇn krÛnei oðtow – polæ ge. KaÜ m¯n metŒ fron®sevw mñnow ¦mpeirow gegonÆw ¦stai, (Plat., Rep., 582c) – por causa da experiência esse homem julgará muito melhor do que os outros homens. – Muito melhor. E ainda mais, ele será o único que estará com moderação. – – – –

kinduneæv, Î SÅkratew, oéd¢n eÞd¡nai Ïn tñte eäpon kaÜ m¯n kalÇw ge eäpew (Plat., Banq., 201b) eu receio, Sócrates, que não sei nada do que disse então. entretanto [e na verdade] falaste bem.

Žgayòw õ yeòw tÒ önti kaÜ lekt¡on oìtvw; - tÛ m®n; a divindade na realidade é boa e é assim que se deve dizer? – E o quê, na verdade? [certamente]

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¦stin oé toè kaloè õ ¦rvw, Éw sç oàei ŽllŒ tÛ m®n; t°w gen®sevw ¤n tÒ kalÒ. (Plat., Rep., 585a) o amor não é do belo [não pertence ao belo], como tu pensas. mas, o que é, então? é da geração no belo.

õ áppow pÛptei eÞw gñnata kaÜ mikroè kŽkeÝnon ¤jetrax®lisen oé m¯n Žllƒ ¤p¡meinen õ Kèrow (Xen., Cir., 1, 4, 8) o cavalo caiu de joelhos e por pouco não o estrangulou; Ciro no entanto o esperou. ŽeÜ m¯n oïn oß yƒ ²m¡teroi prñgonoi kaÜ oß Lakedaimñnioi filotÛmvw pròw Žll®louw eäxon oé m¯n ŽllŒ perÜ kallÛstvn ¤n ¤keÛnoiw toÝw xrñnoiw (Isócr., 4, 85) Na verdade, sempre os nossos antepassados e os lacedemônios rivalizaram entre si em ambição [amor à glória], com certeza, naqueles tempos, não pelos mais belos motivos. MÇn (m¯ oïn) Então não? Por acaso não? (lat. num); oïn traz a idéia de conseqüência, conclusão. Espera-se uma resposta negativa. NaÛ Sim. Está certo. É a resposta afirmativa por excelência. Convive com outras expressões mais enfáticas, como: m‹lista: sobretudo, maximamente; sim, com certeza; p‹nu m¢n oïn, p‹nu ge: mas sim, certamente que sim; ¦gvge: eu, por mim (está implícito o verbo condutor da pergunta: tu pensas assim? - eu, por mim [penso], fhmi, f‹skv, eu digo, estou dizendo [que sim]).

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N® Partícula de protesto, isto é, partícula enfática incidindo sobre uma afirmação categórica, como um juramento. Uso comum como m‹. – – – –

· kaÜ dÛdvw p‹nta taèt‹ moi tŒ kr¡a; N¯ DÛa, ¦gvg¡ soi (Xen., Cir., 1, 3, 6) acaso tu estás dando toda essa carne para mim?! Sim! Por Zeus, estou te dando!

Nèn Agora, neste momento, agora mesmo, há apenas um instante. yæomai m¢n Éw õrte õpñsa dænamai, kaÜ nèn ¤yuñmhn perÜ aétoè toætou (Xen., Anáb., 5, 6, 28) eu estou oferecendo sacrifício, como estais vendo, quantas eu posso e há pouco eu estava oferecendo sacrifício a respeito disso mesmo. Nèn d¡ Depois de um período condicional de irrealidade, a oposição ao que precedeu se exprime por nèn d¡: mas agora, mas eis que, só que (lat. nunc vero). eÞ ¤gÆ toætvn tÇn pragm‹tvn aàtiow ·n eÞkñtvw ’n aétÒ m¡llonti zhmiÅsesyai sun®xyesye: nèn dƒ oðtñw ¤stin õ sukofantÇn (Isócr., 18, 37) se fosse eu o culpado desses fatos seria normal que vós vos compadecêsseis com ele em vias de ser punido, mas na verdade é ele que me está caluniando.

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Nun Enclítica e pospositiva. Então: partícula de afirmação, assentimento. – – – – – –

j¡non se, Î ƒAgesÛlae, poioèmai. ƒEgÆ d¡ ge d¡xomai. M¡mnhsñ nun. (Xen., Hel., 4, 2, 3) Eu te faço meu hóspede, Agesilau. E eu aceito. Lembra-te então.

ƒEpÜ toætoiw p‹lin ¤p®reto tòn Mhdos‹dhn eÞ ¦lege taèta. „O d¢ sun¡fh kaÜ taèta. – …Iyi nun , ¦fh, Žf®ghsai toætÄ tÛ soi Žpekrin‹mhn... (Xen., Anáb., 7, 2, 2) A seguir ele voltou a perguntar a Medosades se dizia [tinha dito] essas coisas. Este confirmou também essas coisas. – Vai, então, disse ele, contar a ele o que eu te respondi. †Omvw Entretanto, contudo, todavia, apesar disso (lat. tamen). Em geral se usa depois de uma concessiva. kaÜ Kardoæxouw kaÛper basil¡vw oéx êphkñouw öntaw ÷mvw polemÛouw kths‹meya (Xen., Anáb., 5, 5, 1) também os carducos, mesmo não sendo súditos do rei, contudo [assim mesmo] nós os fizemos nossos inimigos. · gŒr dokeÝ tÛw soi, Î M¡nvn, gignÅskvn tŒ kakŒ ÷ti kak‹ ¤stin ÷mvw ¤piyumeÝn aétÇn; (Plat., Mênon, 77) Mênon, não te parece que alguém, conhecendo os males no que são males, apesar disso os deseje ardentemente? sçn soÛ ÷mvw kaÜ ¤n t» polemÛ& öntew yarroèmen (Xen., Cir., 5, 1, 2) na tua companhia, mesmo estando em país inimigo, nós temos coragem.

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oék oädƒ ÷ti deÝ m‹rturaw parasx¡syai: ÷mvw d¡: ¤gÆ gŒr d¡omai Žnapaæsasyai. (Lísias, 12.6) eu não vejo em que é preciso apresentar testemunhas; apesar disso [eu o farei], na verdade eu preciso descansar. Lakedamñnioi ¦gnvsan ÷mvw tñte ¤xyroÜ öntew sÅzein t¯n pñlin (Andóc, Mist., 14) os lacedemônios souberam, mesmo na época sendo nossos inimigos, salvar nossa cidade. †Opvw É basicamente um advérbio relativo de modo, o equivalente indefinido do interrogativo pÇw - como? O significado seria então: como (integrante), do modo que, de que modo (interrogativa indireta). Nesses sentidos ele é catafórico. Mas, se o verbo da principal sugere uma eventualidade, como querer, aconselhar, temer, precaver-se, ÷pvw deverá ser traduzido por: de modo a que. oék ¦stin ÷pvw ²m‹rtete, ndrew ƒAyhnaÝoi (Dem., Coroa, 20) não há/não é possível como falhastes, cidadãos de Atenas. oék ¦syƒ ÷pvw olÛgoi polloÝw eïnoi g¡noitƒ n (Dem., Lib. dos R., 1) não há como oligarcas se tornariam benevolentes para com o povo. oék ¦syƒ ÷pvw oék ±nantiÅyh n moi tò eÞvyòw shmeÝon (Plat., Apol., 40) não há como meu sinal costumeiro não se me opusesse [opôs]. mllon µ prñsyen eÞs¹ei aétoçw ÷pvw ’n kaÜ ¦xont¡w ti oàkade ŽfÛkvntai (Xen., Anáb., 6, 1, 1) mais do que antes invadiu-lhes a mente de como voltarem para casa tendo mesmo [que fosse] alguma coisa. par®lyomen ÷pvw m¯ =&dÛvw perÜ meg‹lvn pragm‹tvn xeÝron bouleæshsye (Tuc., 1, 73) nós nos apresentamos de modo a que [para que] sobre negócios importantes não delibereis mais levianamente [pior].

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[õ tærannow]... n g¡ tinaw êpopteæú ¤leæyera fron®mata ¦xontaw ÷pvw ’n toætouw metŒ prof‹sevw Žpollæú (Plat., Rep., 566) [o tirano]...quando ele suspeita [caso suspeite] que alguns têm pensamentos livres, de modo a que ele os faça perecer com pretexto [tenha pretexto para...]. M¡nvn d°low ·n ¤piyumeÝn rxein ÷pvw pleÛv lamb‹noi (Xen., Anáb., 2, 6, 2) Era evidente que Mênon tinha ambição de comandar, de modo a que pegasse mais coisas. frñntize ÷pvw mhd¢n Žn‹jion pr‹jeiw (Isócr., Nic., 3) pensa de modo a que nada indigno faças (farás). oß kiyaristaÜ ¤pimeloèntai ÷pvw ’n oß n¡oi mhd¢n kakourgÇsin (Plat., Prot., 326) os citaristas se preocupam de modo a que [com que] os jovens não cometam nenhum delito. ¤peidún d¢ p‹lin lisy» aétÒ ² stratiú oék ¦stin ÷pvw oék ¤piy®setai ²mÝn (Xen., Anáb., 2, 4.) assim que o exército estiver reunido, não há como ele não nos atacará [ataque]. m¯ ÷pvw ôrxeÝsyai ¤n =uymÒ Žllƒ oédƒ ôryoèsyai ¤dænasye (Xen., Mem., 2, 7, 11 ) vós não tínheis condições de [como] dançar no ritmo mas nem mesmo de ficar de pé. paragg¡llei õ yeòw ÷pvw oìtv sfñdra ful‹jousi mhd¢n Éw toçw ¤kgñnouw (Plat., Rep., 415b) a divindade prescreve de modo a que guardem [guardarão] nada [tão] assim seriamente [quanto] como as crianças.

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†Oti (÷ ti) Que, conjunção integrante depois de verbos declarativos ou de sensação, quando o conteúdo da completiva completa objetivamente o significado do verbo da principal (realidade objetiva), ver Éw. Na verdade ÷ ti é o acusativo de relação (adverbial) do pronome relativo indefinido ÷ti (em relação ao que, por que). Essa é a origem de nossa “conjunção integrante” que. Ver também o relativo latino quod com os mesmos significado e função. O modo verbal a ser usado depende do tom do enunciado: indicativo da realidade objetiva, subjuntivo da eventualidade ou o optativo do possível ou afirmação atenuada.

Oé / oék / oéx / oéxÛ Não. É a negação objetiva, da realidade, do indicativo; faz contraponto com m®, negação volitiva, subjetiva, da eventualidade, do subjuntivo. Pode estar tanto numa oração declarativa quanto interrogativa e pode vir associada ou composta com muitas partículas, sem que perca sua identidade semântica: ”rƒ oé, oé g‹r, oéd¡, oéd¡pote, oédepÅpote, oé d°ta, oékoèn / oëkoun, oé m¢n d®, oé m¡ntoi, oé m®, oé m¯n Žll‹, oépv ktl. Nesses casos, não é conveniente procurar um significado especial, mágico para essas combinações; é melhor sempre somar as partes; cada partícula tem o seu significado e função; na soma final aparecerá o significado e o contexto dará a palavra final. – ¦jesti d¢ ùn n tiw boælhtai trñpon toçw yeoçw timn; – Oék: ŽllŒ nñmoi eÞsÛ kayƒ oîw deÝ toèto poieÝn (Xen., Mem., 4, 6, 2) – é permitido alguém honrar os deuses segundo a maneira que queira? – Não, ao contrário, existem normas segundo as quais é preciso fazer isso.

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oé tŒ politikŒ ¤yel®sei pr‹ttein; n® tòn Kæna ¦n ge t» ¥autoè pñlei (Plat., Rep., 591c) não quererá ele exercer a política? sim, pelo Cão, pelo menos na cidade dele.

”rƒ oék jiñn ¤stin eÞrhnofælakaw kayist‹nai; (Xen., Rec. da Ática, 5, 1) será que não vale a pena instituir guardiães da paz? oé p‹lai àste ÷ti katechfism¡now ·n mou õ y‹natow êpò t°w fæsevw; (Xen., Apol., 27) sabeis não há muito tempo que minha morte estava decretada pela natureza? oé repetido / oé antecipado Com o verbo fhmÛ (eu digo, afirmo) e seus compostos e derivados (f‹skv) em lugar de a negação recair sobre o objeto negado, ela se antecipa ao verbo, porque é o verbo que está sendo negado, e não o complemento dele: oék ¦fasan significa “eles disseram não, ou, eles disseram que não”. oß ŽgayoÜ ndrew oék ¦fasan ¤pitr¡cai t¯n eÞr®nhn poi®sasyai (Lís., 13, 47) os bons cidadãos disseram não dirigir-se para fazer a paz [se eles não disseram que vão fazer, eles não vão fazer]. oß stratiÇtai oék ¦fasan Þ¡nai (Xen.) os soldados disseram não ir [que não iriam]. oéd¡ / mhd¡ Nem mesmo, e não. oéxÜ badÛzeiw oéd¢ presbeæeiw (Dem., Emb., 124) tu não andas (vais embora) nem partes em embaixada. êp¢r FilÛppou oéx oìtvw ¦xousin oéx †Ellhnow öntow oéd¢ pros®kontow toÝw †Ellhsin (Dem., Fil., 3, 31) não é dessa maneira que eles se comportam sobre Filipe, mesmo ele não sendo grego, nem mesmo tendo parentesco com os gregos.

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‰V yaumasiÅtate nyrvpe, sæge oéd¢ õrÇn gignÅskeiw oéd¢ Žkoævn m¡mnhsai (Xen., Anáb., 3, 1, 27) ó homem mais admirável, tu, nem vendo estás entendendo, nem ouvindo te lembras. Oékoèn (oék oïn) É a composição da negação oék e a partícula ilativa, inferencial oïn com enfoque sobre a última, que se apóia sobre o que acabou de ser dito e encadeia com o que se segue; oékoèn se usa para introduzir uma pergunta conclusiva, cuja resposta só pode ser uma, isto é, a que o interrogante preparou (lat. nonne). tÛ f®somen; · kaÜ toçw Žmænesyai keleæontaw pñlemon poeÝn f®somen; oékoèn êpñloipon douleæein; (Dem., Quers., 59) o que diremos? diremos que os que aconselham defender-se estão fazendo a guerra? então o que resta não é servir como escravos? – – – –

Žllƒ Žmhx‹nvn ¤r˜w oékoèn, ÷tan d¢ m¯ sy¡nv pepaæsomai (Sóf., Ant., 91) mas tu amas, em sendo impraticável. Então, quando eu não tiver forças terei parado.

oékoèn oédƒ ’n eåw ŽnteÛpoi (Dem., 16, 4) pois então nem mesmo um poderia se opor. – – – – – – – –

õ tŒ tektonikŒ memayhkÆw tektonikòw µ oë; NaÛ Oékoèn kaÜ õ tŒ mousikŒ mousikñw; NaÛ (Plat., Górg., 460b) o que aprendeu as coisas da carpintaria é carpinteiro, ou não? Sim. Então, o que aprendeu as coisas da música é músico? Sim.

oékoèn oék ’n eàh tò m¯ lipeÝsyaÛ pote taétòn tÒ xaÛrein; (Plat., Fil., 43) então não seria o não sofrer a mesma coisa que o alegrar-se?

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Oëkoun (oék oïn) Diferentemente da anterior, agora o enfoque é sobre a negação: então não é? com certeza não é? portanto não é? Espera-se uma resposta afirmativa. oëkoun eÞkòw gƒ ¤j Ïn sç l¡geiw; (Plat., Fedro, 258c) então não é natural, pelo menos a partir do que tu estás dizendo [que]...? oëkoun xr°n sƒ õmoioèsyai kakoÝw; (Eur., Med., 890) então não era necessário tu [me] imitares nos males? oëkoun, Promeyeè, toèto gignÅskeiw ÷ti ôrg°w nosoæshw eÞsÜn ÞatroÜ lñgoi; (Ésquilo, Prometeu, 379) então, Prometeu, tu não conheces isto que há palavras curadoras de cólera enferma? oëkoun ¤‹seiw oédƒ êpƒ eéf®mou bo°w yèsai me...; (Sóf., El., 631) então não me deixarás oferecer sacrifício nem mesmo sob um presságio favorável? Oïn / În No ático e em Homero, prevalece oïn; nos líricos em geral e em Heródoto, În; em Hipócrates, que sofreu a influência do ático, ora é oïn ora é În. É pospositiva. É a partícula conclusiva por excelência; liga conclusivamente um fato ou um argumento concreto anterior ao que se segue: então, nessas condições portanto, por isso, afinal. De uma relação de seqüência temporal chega-se a uma conseqüência, um resultado. Ela se associa e se compõe com várias outras partículas: m¢n oïn, dƒ oïn, gƒ oïn, gŒr oïn, Žllƒ oïn, oé m¢n oïn, toigaroèn ktl. Oïn pode ser acrescentado como sufixo a pronomes ou advérbios relativos indefinidos; nesses casos, por causa de seu significado forte, ele retira a função relativa do indefinido;

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õstisoèn õpvsoèn oédƒ ôpvsoèn

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um indíviduo qualquer, qualquer que seja ele de uma maneira qualquer, de qualquer modo que seja de maneira nenhuma, absolutamente não

dikastaÜ zÇntew ·san zÅntvn. KakÇw oïn aß dÛkai ¤krÛnonto. †O te oïn Ploætvn kaÜ oß ¤pimeletaÜ ¦legon pròw tòn DÛa ÷ti foitÒ¡n sfin nyrvpoi ¥kat¡rvse Žn‹jioi. Eäpen oïn õ Zeæw: Žllƒ ¤gÅ, ¦fh, paæsv toèto gignñmenon (Plat., Górg., 523b) Vivos eram juízes de vivos. Por isso [então, portanto] as sentenças eram mal julgadas. Plutão, por isso [então] e os assistentes começaram a dizer a Zeus que homens indignos os cercavam de todos os lados. Então Zeus lhes disse: Mas eu, disse, vou parar com isso que está acontecendo. ƒEpæajaw ¤l¡geto KærÄ doènai xr®mata poll‹. T» dƒ oïn strati˜ tñte Žp¡dvke Kèrow misyòn tett‹rvn mhnÇn (Xen., Anáb., 1, 2, 12) Diziam que Epiaxes deu muito dinheiro a Ciro. Então é certo que Ciro pagou ao exército o soldo de quatro meses. eÞ mhdƒ õntinoèn misyòn prosait®saw Seæyhn sæmmaxon êmÝn pros¡labon (Xen., Anáb., 7, 6, 27) se eu, não tendo exigido antes nenhuma espécie de pagamento, vos oferecesse Seutes como aliado... eÞ ¦stin, Ësper oïn ¦stin, yeòw õ …Ervw oéd¢n n kakòn eàh (Plat., Fedro, 242e) se é, como na verdade é, uma divindade o Amor, não seria nenhum mal. kaÜ toèto toënoma ¦xonta eàtƒ oïn Žlhy¢w eàtƒ oïn ceud¡w (Plat., Apol., 34e) e que leva esse nome, então verdadeiro ou então falso. oëtƒ În kainŒ oëte palai‹ (Hdt., 9, 26) portanto, nem recentes nem antigas.

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¤j oïn toè zÇntow tÛ tò gignñmenon; tò teynhkñw, ¦fh (Plat., Fédon, 71d) por conseguinte [então], do ser vivo o que se origina? o morto, disse ele.

tò str‹teuma õ sÝtow ¤p¡lipe: kaÜ prÛasyai oék ·n... Kr¡a oïn ¤syÛontew oß stratiÇtai diegÛgnonto (Xen., Anáb., 1, 5, 6) o exército, o trigo lhe faltou; e não era possível comprar... Por isso os soldados sobreviviam comendo carne. Kl¡arxow m¢n oïn tosaèta eäpe. Tissaf¡rnhw d¢ Ïde ŽphmeÛfyh (Xen., Anáb., 5, 5, 15) Clearco, então, disse essas tantas coisas. Tissafernes por sua vez respondeu assim: fvn¯n ¦doja Žkoæein... eÞmÜ d¯ oïn m‹ntiw (Plat., Fedro, 242c) parece que estou ouvindo uma voz [eu pareço]... então [por conseguinte] eu sou um adivinho. pÇw oïn d¯ ÈfelimÅtatoi ¦sontai; (Plat., Rep., 459a) como então eles serão mais úteis? ÷ m¢n oïn ¤gÅ fhmi t¯n =htorik¯n eänai Žk®koaw: ŽntÛstrofon ôcopoÛaw ¤n cux» Éw ¤n sÅmati (Plat., Górg., 465d) então, o que eu digo que é a retórica tu acabaste de ouvir; é equivalente na alma à cozinha no corpo.

Oëte... oëte / m®te... m®te Não e não, nem... nem. Mesmo emprego que oé e m®.

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Per É uma enclítica usada como sufixo em algumas palavras. Ele tem uma função de precisar, dar exatidão, enfatizar a palavra a que se acrescenta (relativos e advérbios): ÷sper, ¤peÛper, ÷teper, eàper, kaÛper. Seria um antigo locativo, do qual se originou perÛ. A tradução: justamente, precisamente. oédƒ êmÝn potamñw per eërroow... Žrk¡sei (F, 130) e nem o rio mesmo de belas correntes... vos defenderá. nèn d® p¡r meu kouson (Z, 325) agora pelo menos ouve-me. gignÅskv safÇw kaÛper skoteinñw, t¯n s¯n aéd¯n ÷mvw (Sof., Édipo R., 1326) eu reconheço mesmo no obscuro, assim mesmo a tua voz. oß d¢ kaÜ ŽxæmenoÛ per ¤pƒ aétÒ ²dç g¡lassan (B, 270) e eles, ainda que envergonhados, riram com prazer sobre ele. ‘per tñtƒ ¤tñlma l¡gein... kaÜ nèn ¤reÝn (Dem., 21, 193) [eu acho] que ele haverá de dizer agora exatamente as coisas que ousava dizer naquela época. Pote (pot¡) É átona, portanto enclítica (pospositiva). É o indefinido do advérbio de tempo relativo pñte (quando, no momento em que), portanto tem o significado: certa vez, uma vez, então, por acaso, em algum momento. Às vezes é apenas expletiva; serve para deixar um ar de dúvida na frase, e ocupa o mesmo espaço de pou, pú. Às vezes também pode vir reforçado da intensiva d®. Pode vir num paralelismo; nesse caso, embora mantenha o significado de tempo indefinido, não é enclítico. tÛ d®pote oìtvw ¤p¹nese tòn ƒAgam¡mnona; (Xen., Mem., 3, 2, 2) por que então [por acaso] ele louvou assim Agamêmnon?

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poll‹kiw ¤yaæmasa tÛsi pot¢ lñgoiw ƒAyhnaÛouw ¦peisan oß grac‹menoi Svkr‹thn Éw jiow eàh yan‹tou t» pñlei (Xen., Mem., 1, 1, 1) muitas vezes eu fiquei surpreso com que discursos [então, por acaso] os que acusaram Sócrates convenceram os atenienses de que ele, para a cidade, era digno de morte. tÛ potƒ ¤sti tò aàtion: (Dem., Emb., 208) o que, então [por acaso] é o causador [culpado]? taèta pot¢ m¢n Èfeloènta pot¢ d¢ bl‹ptont‹ ¤stin (Xen., Mem., 4, 2, 32) essas coisas são ora úteis ora prejudiciais. Pou Átona e pospositiva (enclítica) É o indefinido correspondente à questão poè - onde? em que lugar? Significa, então: em algum lugar, por aí e por extensão: de algum modo, pode ser, por acaso, talvez. É preciso notar, contudo, que o significado original (em algum lugar) é o ponto de partida para os outros. Como indefinido ele ocupa mais ou menos o mesmo espaço de pote, pú. ¤pÛstasy¡ pou ÷ti (Xen., 5, 7, 13) vós talvez [por acaso] sabeis que... oédeÛw pou toètƒ ŽnyrÅpvn ŽgnoeÝ (Plat., Fil., 64d) ninguém dentre os homens talvez ignora isso. Læsandrow toæw te frouroçw tÇn ƒAyhnaÛvn kaÜ eà pou llon àdoi ƒAyhnaÛvn Žn¡pempen eÞw tŒw ƒAy®naw (Xen., Hel., 2, 2, 2) Lisandro passou a enviar de volta para Atenas a guarnição ateniense e também o que ele por acaso viu [visse] dos atenienses. yeñw poæ soi tñgƒ ¦dvken (A, 178) talvez é uma divindade que te deu isso.

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· poæ me TelamÅn... d¡jaitƒ ’n eéprñsvpow; (Sóf., Aj., 1008) Será que por acaso Telamon me receberia com boa cara? Associado a d® A partícula -d® acrescenta um tom confirmativo, conclusivo, com um leve toque de ironia: certamente na verdade, sem dúvida então, talvez, não é? oé d®pou kaÜ sæ eä tÇn toioætvn ŽnyrÅpvn oã xrhsimñteron nomÛzousi xr®mata µ Ždelfoæw; (Xen., Mem., 2, 3, 1) Com certeza também tu não és desse tipo de homens que consideram as riquezas mais úteis do que os irmãos!? pñteron õ aétòw µ llow; – „O aétòw d®pou (Plat., Íon, 531e) é ele mesmo ou um outro? – É o mesmo, com certeza [naturalmente]. àste d®pou ÷ti oédeÜw pÅpote õmologÇn ŽdikeÝn ¥‹lv (Dem., Emb., 215) vós sabeis com certeza que ninguém jamais foi pego confessando que é injusto. PrÛn Antes que, antes de. Provavelmente construído sobre um comparativo formado da preposição prñ - diante de: prñ-ion (lat. prius). • Por isso pode-se construir com a partícula de ligação entre dois (disjuntiva) µ (lat. quam). • Pode também ser anunciada por prñteron, prñsyen: mais, primeiramente que. • Além disso pode ser usado como advérbio de tempo absoluto: antes, outrora. Numa relação sintática de subordinação prÛn pode se construir com qualquer modo. Isso depende do significado: realidade, constatação (indicativo), eventualidade (subjuntivo) e possibilidade, afirmação atenuada (optativo); também pode vir construída com particípio ou infinitivo.

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¤pÜ tò kron ŽnabaÛnei XeirÛsofow prÛn tina aÞsy¡syai tÇn polemÛvn (Xen., Anáb., 4, 1, 7) Querísofo sobe até o cimo antes de algum dos inimigos perceber. polloÜ nyrvpoi Žpoyn®skousi prñteron prÜn d°loi gÛgnesyai oåoi ·san (Xen., Cir., 5, 2, 9) muitos homens morrem antes de tornarem-se evidentes [de se mostrarem] de que qualidade eram. ôlÛgon prÜn ²mw Žpi¡nai m‹xh ¤gegñnei ¤n PoteidaÛ& (Plat., Cárm., 153a) pouco antes de nós irmos embora aconteceu [acontecera] uma batalha em Potidéia. kathgoreÝw gŒr prÜn mayeÝn tñ prgm‹ mou (Aristóf., Plut., 376) tu estás me acusando antes de entender o meu problema. di¡bhsan prÜn toçw llouw ŽpokrÛnasyai (Xen., Anáb., 1, 4, 16) eles atravessaram [o rio] antes de os outros responderem. prÜn l¡gein ¤per®somaÛ ti smikrñn (Aristóf., Lis., 97) antes de falar eu vou te perguntar uma coisinha. oé prñteron ¤paæsato prÜn tòn pat¡ra ¤k toè stratop¡dou metemp¡mcato (Isócr., 16, 8) Ele não descansou antes de [que] mandar de volta seu pai do acampamento (fato real). toætou toè ¦peow LudoÛ te kaÜ oß basileÝw aétÇn lñgon oéd¡na ¤poieènto prÜn d¯ ¤petel¡syh (Hdt., 1, 13) nem os lídios nem seus reis fizeram grande conta desse oráculo antes que ele se realizou (fato real > indicativo). Žpñmnusi mhd¢n pr‹jein prÜn ’n t¯n toè †Ektorow kefal¯n ¤pÜ tòn toè Patrñklou t‹fon ¤n¡gkú (Ésquines, C. Tim., 145) ele jura que não fará nada antes de que leve (antes de levar) a cabeça de Heitor sobre o túmulo de Pátroclo (fato futuro, eventual > subjuntivo).

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deÝtai aétoè m¯ prñsyen katalèsai pròw toçw ŽntistasiÅtaw prÛn ’n aétÒ sumbouleæshtai (Xen., Anáb., 1, 1, 10) ele exige dele não relaxar diante dos adversários, antes que com ele tome conselho (fato eventual > subjuntivo). oé prñteron kakÇn paæsontai aß pñleiw prÜn ’n ¤n aétaÝw oß filñsofoi rjvsi (Plat., Rep., 487e) as cidades não terão sossego de seus males, antes que os filósofos exerçam o poder nelas (fato eventual > subjuntivo). oé prñteron oåñw te poieÝn [õ poiht®w] prÜn ’n ¦nyeow g¡nhtai (Plat., Íon, 534b) [o poeta] não é capaz de criar, antes que se torne possuído do deus (fato eventual, futuro > subjuntivo). prÜn ’n ŽmfoÝn mèyon Žkoæsúw oék ’n dik‹saiw (Aristóf., Vespas, 725) tu não poderias proferir uma sentença, antes que ouças [antes de ouvires] a história de ambas as partes (fato eventual > subjuntivo). prÜn t¯n boul¯n probouleèsai pw õ d°mow kay°to (Dem., Cor., 169) antes de a assembléia deliberar, todo o povo se sentou. oé prñteron Žp°lyon prÜn µ tÒ limÒ Žp¡kteinan (Licurgo, C. Leócr.) eles não se afastaram, antes que os mataram pela fome (fato real > indicativo). Žphgñreue mhd¡na b‹llein prÜn Kèrow ¤mplhsyeÛh yhrÇn (Xen., Cir., 1, 4, 14) ele proibia alguém atirar, antes que Ciro se enchesse de caça. [como em português, num quadro do passado o verbo da subordinada pode ir para o subjuntivo imperfeito, ou condicional (optativo grego): até que se encha de caça].

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Pvw / pv / -pv Átono e pospositivo. É o indefinido do interrogativo pÇw; - como? de que modo? de que maneira? Significa então: de algum modo, mais ou menos, assim assim, quase. Às vezes se aproxima do significado de pou. Mas nesses dois casos é mero indeterminado, indefinido. misyòw oédeÛw pv ¤faÛneto (Xen., Anáb., 7, 5, 16) salário por assim dizer nenhum aparecia. oék àsasi pv t¯n ²met¡ran summaxÛan (Xen., Anáb., 7, 3, 35) eles quase não sabem de nossa aliança. ¤peÜ ¼syñmhn ÷ti tÒ önti pepaum¡now eàh mñgiw... pvw ¤mautòn ÉspereÜ sunageÛraw eäpon (Plat., Prot., 328d) assim que eu vi que realmente ele tinha parado com alguma dificuldade... de algum modo, como tendo acordado a mim mesmo, disse.

Te / T¡ t¡... t¡ / t¡... kaÛ (lat. -que); Átono e pospositivo (enclítico): é um conetivo que pode coordenar tanto duas palavras em uma frase quanto duas frases num período. Mas a ação de te é mais globalizante, mais adicionante do que kaÛ, que é mais enumerativa, mais solta. A tradução mais comum é: e, também, e também. pat¯r ŽndrÇn te yeÇn te (A, 344) pai dos deuses e dos homens [tanto dos homens, quanto dos deuses / e também...]. s‹kow m¡ga te stibarñn te (G, 335) um escudo que era grande e sólido [e também].

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metƒ ¤keÝnow d¢ eÞw ìdvr b‹ptei p‹lin d¢ eÞw pèr aïyÛw te eÞw ìdvr (Plat., Tim., 73e) depois, ele [o] mergulha na água, de novo no fogo, e ainda novamente na água. Svkr‹thw toè sÅmatow aétñw te oék ±m¡lei toçw tƒ Žmeloèntaw oék ¤p¹nei (Xen., Mem.) Sócrates não se descuidava do corpo e não louvava os que descuidavam [e também]. Žp¡bainon t°w n®sou ¥kat¡rvyen ¦k te toè pel‹gouw kaÜ pròw toè lim¡now (Tuc., 4, 31, 1) eles desembarcaram dos dois lados da ilha, a partir do mar e na frente do porto [e também, ao mesmo tempo]. ÷stiw te êmÇn toçw oÞkeÛouw ¤piyumeÝ ÞdeÝn memn®syv Žn¯r Žgayòw eänai: ÷stiw te z°n ¤piyumeÝ peir‹syv nikn (Xen., Anáb., 3, 2, 39) dentre vós o que deseja rever os familiares lembre-se de ser um homem de bem e o que deseja viver tente vencer. ¤y®reuen Žpò áppou õpñte gumn‹sai boæloito ¥autñn te kaÜ áppouw (Xen., Anáb., 1, 2, 7) ele caçava a cavalo sempre que queria [quisesse] exercitar-se a si mesmo e os cavalos [cavalo e cavaleiro juntos]. TeisÛan d¢ GorgÛan te ¤‹somen eìdein (Plat., Fedro, 267a) nós deixaremos Górgias e Tísias repousarem [e também, juntos]. É freqüente o uso de te acoplado: • às negações: oé, m®, (oëte... oëte / m®te... m®te). • aos conetivos (conjunções): eÞ, ¤Œn / ’n / µn (eàte... eàte / ¤‹nte... ¤‹nte / ³nte... ³nte / nte... nte), Éw (Ëste consecutivo ou comparativo). • aos relativos: ÷ste, ´te, ÷te ktl. Nesse tipo de construção te enfatiza, destaca ou sublinha o paralelismo. oëte tiw m‹ntiw ¤Æn oëtƒ oÞvnÇn s‹fa eÞdÅw (A, 202) nem sendo um adivinho nem sabedor de coisas seguras dos presságios.

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tÇn oë ti... ŽlegÛzv eàtƒ ¤pÜ dejۃ àvsi... eàtƒ ¤pƒ Žrister‹ (M, 239) [desses pássaros]... eu não me importo se eles vão para a direita... se vão para a esquerda [quer... quer]. eÞ dƒ ¦tƒ ¤stÜn ¦mcuxow gun¯ eàtƒ oïn ölvlen eÞd¡nai bouloÛmeyƒ n (Eur., Alc., 140) se essa mulher ainda está viva e se então já morreu nós gostaríamos de saber. eàte pou yeoÜ µ paÝdew yeÇn aét¯n oÞkoèsin (Plat., Leis, 739d) se por acaso deuses a habitam ou filhos dos deuses. àsoi öntew maxoæmeya ³nte ¤ny‹de ¤piñntaw aétoçw dexÅmeya ³nte ¤pƒ ¤keÛnouw sun‹ptvmen. (Xen., Cir., 3, 3, 17) sendo iguais, nós combateremos quer os esperemos [aceitemos] avançando aqui, quer partamos sobre eles para confronto.

Toi Teria havido na origem dois toi: • um, antiga forma átona de um dativo de posse que passou a dativo ético do pronome de segunda pessoa sæ (soi, toi), que se usa bastante nos diálogos, onde funciona como um intensivo, sublinhando a convicção dos interlocutores: certamente, precisamente, às vezes muito próximo do ge restritivo; • outro, tônico, com função e significado semelhante ao primeiro; apenas a posição do segundo, tônica, não enclítica faz a diferença. Toi se associa ou se compõe com inúmeras outras partículas, quer como primeiro quer como segundo elemento: toig‹r, toig‹rtoi, toigaroïn, toÛnun, kaÜ g‹r toi, m¡ntoi. eÞ ktenoèmen llon Žntƒ llon sæ toi prÅth y‹noiw n (Sóf., El., 582) se matarmos um pelo [contra] outro, então tu serias a primeira a morrer!

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xalte... ÷pvw tò suggen¡w toi kŽpƒ ¤moè yr®nvn tæxú (Sóf., El., 1469) levantai o véu... de modo a que o que nasceu comigo pelo menos também encontre de mim os lamentos. ŽeÛ toi ¦fh õ K¡bhw lñgouw tinŒw Žnereun˜ (Plat., Fédon, 63a) o Cebes pelo menos, disse ele, está sempre à procura de discursos. – – – –

¤piyumeÝ Svkr‹thw Žkoèsai GorgÛou; ¤pƒ aétñ g¡ toi toèto p‹resmen (Plat., Górg., 447b) Sócrates deseja ouvir Górgias? é exatamente por isso mesmo que estamos aqui.

õ Kèrow ³reto: · oðtoi pol¡mioÛ eÞsin; – Pol¡mioi m¡ntoi (Xen., Cir., 1, 4, 19) Ciro pergunta: acaso esses são inimigos? - Inimigos com certeza. [Sim, inimigos]. – – – –

oék oàei Î SÅkratew; Oé m¡ntoi, mŒ DÛa (Plat., Menex., 235d) Tu não achas, Sócrates? Não, por Zeus, não acho.

oé sç m¡ntoi „Om®rou ¤pain¡thw eä; (Plat., Prot., 309a) tu, então, não és um admirador de Homero?

Toigaroèn (toÛ gŒr oïn) Conetivo forte, conclusivo. Somatória dos significados de toÛ, g‹r, oïn: eis por que, então, por conseguinte. oß dikastaÜ tŒw oésÛaw aétÇn [tÇn met‹llvn] ¤n ŽsfaleÛ& kat¡sthsan. Toigaroèn aß kainotomÛai nèn ¤nergoÛ, (Hipér., P. Eux., 36) os juízes colocaram em segurança o capital [as propriedades] das minas. Em conseqüência, as concessões estão ativas agora.

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Toig‹rtoi (toÛ gŒr toi) Conetivo forte, conclusivo-restritivo de acréscimo: eis por que também. pareÝxon sfw aétoçw toÝw m¢n †Ellhsi pistoçw toÝw d¢ barb‹roiw foberoæw: Toig‹rtoi diŒ taèta metŒ tosaæthw ŽsfaleÛaw di°gon. (Isócr., Aerop., 52) eles se mostravam confiáveis [fiéis] aos gregos e temíveis aos bárbaros; em conseqüência então, por esse motivo, eles viviam com tamanha segurança. ToÛnun (toi nun) Pospositiva, composta de toÛ e næn. É uma partícula de transição que liga dois membros de um raciocínio; por exemplo: • a primeira premissa à segunda: ora; • ou a segunda à conclusão: portanto, então, nesse caso. Às vezes tem um sentido próximo do d¡: por outro lado, ora, então. ¦ti toÛnun kakeÝno skopeÝte (Dem., Emb., 221) examinai então ainda esse ponto. – l¡ge d¯ tÛ f»w eänai tò ÷sion; – L¡gv toÛnun ÷ti tò ÷siñn ¤sti tÒ Ždikoènti ¤peji¡nai (Plat., Eutifr., 5d) – dize-me então o que afirmas ser o piedoso? – Ora, eu afirmo que o piedoso é perseguir (pela justiça) o que comete um crime. soÜ tò m¯ sig°sai loipòn ·n ŽllŒ dhloèn toætoiw: oé toÛnun ¤poÛhsaw (Dem., Cor., 232) a ti restava não guardar silêncio mas prestar esclarecimentos a eles; ora, tu não fizeste isso. ¤keÝnow õ kairòw ndrƒ ¤k‹lei parhkolouyhkñta toÝw pr‹gmasin... ¤f‹nhn toÛnun oðtow ¤n ¤keÛnú t» ²m¡r& ¤gÅ (Dem., Cor., 173) aquele momento pedia um homem que tinha acompanhado os acontecimentos; ora, apareceu esse homem naquele dia, era eu.

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duoÝn m¢n toÛnun lñgoin Žkhkñate: boælomai d¢ kaÜ toè trÛtou mikrŒ dielyeÝn (Isócr., 15, 67) ora, pois bem, acabastes de ouvir [passagens] de dois discursos; eu quero agora citar umas poucas do terceiro. – õrÇ gŒr ²mw oéd¢n öntaw llo pl¯n eàdvlƒ ÷soiper zÇmen µ kouf¯n ski‹n. – Toiaèta toÛnun eÞsorÇn êp¡rkopon mhd¡n potƒ aétòw eÞw yeoçw ¦pow (Sóf., Ájax, 125) – na verdade eu vejo que nós, quantos estamos vivos, não somos nada além do que imagens ou sombra vazia. – então ao contemplares essas coisas não há nenhuma palavra arrogante contra os deuses.

‘Ww 1. Conetivo entre dois: na relação comparativa tanto ligando palavras quanto frases: como, do mesmo modo que, na qualidade de. kin®yh dƒ Žgor¯ Éw kæmata makrŒ yal‹sshw (B, 144) movia-se a assembléia como as grandes ondas do mar. Éw dƒ nemow xnaw for¡ei... Ëw tñt ƒAxaÛoi... (E, 499 ) como o vento carrega a palha... assim os aqueus... Éw d¢ dr‹kvn ndra m¡núsin... Ëw †Ektvr (X, 93) como uma serpente espera um homem... assim Heitor... Éw polemÛoiw aétoÝw xrÇntai, (Xen., Cir., 3, 1, 22) eles os tratam como inimigos. Éw Ždænaton ön como sendo impossível. Žganaktoèsin Éw meg‹lvn tinÇn Žpesterhm¡nvn (Plat., Rep., 329a) eles se zangam como estando privados de algumas coisas grandes [como se estivessem]. Éw kævn nebròn (oìtvw) ¤kmasteæomen (Ésquilo, Eum., 237) como um cão [persegue] o veado, [assim] nós estamos perseguindo.

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yeòw dƒ Íw ¤tÛeto (E, 78) ele era honrado como um deus [e como deus era ele era venerado]. sæew Éw Žgridñntew (L, 413) como porcos de alvos dentes. ³rte dƒ Éw ÷te tiw drèw ³ripe (N, 389) ele caiu como quando cai um carvalho. Éw pròw ŽstronomÛan ömmata p¡phgen Íw pròw ¤narmonÛan forŒn Îta pag°nai (Plat., Rep., 530d) como a vista está fixa para o movimento dos astros, assim [também] fixar os ouvidos para condução harmoniosa. 2. em correlativo temporal Enquanto, em quanto que, durante o tempo em que. Em relação de quantidade: na medida em que. tÆw Žpexy®sv Éw nèn sƒ ¦kpaglƒ ¤fÛlhsa (G, 415) eu te odiarei tanto quanto estranhamente te amei até agora. ¥lÆn kr¡aw Ëw oß xeÝrew ¤x‹ndanon (J, 344) tendo pegado carnes como [na medida em que] suas mãos podiam conter. braxætera ±kñntizon µ Éw ¤jikneÝsyai tÇn sfendonhtÇn (Xen., 3, 3, 7) eles lançavam os dardos mais curto do quanto alcançassem os fundistas. 3. em relação; assim... como oìtv nèn kaÜ ¤gÆ no¡v Éw sç ¤iskeiw (D, 148) assim eu também penso agora como tu pensas. Éw p‹ntew ¤pist‹meya (Xen., Hier., 10, 4) como todos nós sabemos. 4. como, segundo, conforme Éw õ m‹ntiw fhsÛn (Ésquilo, Sete, 24) como [conforme, segundo] diz o adivinho.

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t¯n ¤pistol¯n dÛdvsi pistÒ ŽndrÜ Éw Õeto (Xen., Anáb., 1, 6, 3) ele entrega a mensagem a um homem de confiança, como ele pensava. proshgñreue tŒ m¢n poieÝn tŒ d¢ m¯ poieÝn Éw toè daimonÛou proshgoreæontow (Xen., Mem., 1, 1, 4) ele aconselhava a fazer estas coisas e não fazer aquelas, como o nume estava aconselhando. Éw d¢ Skæyai l¡gousi neÅtaton p‹ntvn ¤yn¡vn eänai tò sf¡teron (Hdt., 4, 5) como dizem os citas o vosso povo é o mais jovem de todos. 5. na medida em que, tanto que, como, quanto a, à maneira de Éw ¤moÛ quanto a mim. Éw Žpƒ ômm‹tvn [eÞk‹sai] (Sóf., Éd. Col., 15) a imaginar como a partir da vista. Éw ¤pÜ pleÝston como [à maneira de] sobre o máximo [possível]. Éw ¤pÜ tò polæ, como, quanto muito. Éw ¤pÛ tò pl°yow, como na maioria. ·san Éplism¡noi Éw ¤n öresin ßkanÇw pròw tò ¤pidrameÝn (Xen., Anáb., 4, 3, 31) eles estavam equipados de maneira a (quanto a) apropriadamente correr sobre as montanhas. Éw ¤m¢ eï memn°syai (Hdt., 2, 125) na medida de eu me lembrar bem. 6. à maneira de, como se, dando a impressão de (freqüentemente com particípios). Expressa a opinião da personagem e não do narrador, que não quer passar a idéia de fato objetivo, real. Essa construção se encontra também nas orações finais, em que o verbo da principal é um verbo de movimento ou intenção.

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Nesses casos, o particípio futuro da subordinada pode vir enfatizado por Éw. Nas orações completivas dependentes dos verbos dizer e sentir (verba dicendi, sentiendi), é muito comum também o uso de Éw (opinião do sujeito do verbo principal, subjetiva), em lugar de ÷ti (opinião do narrador, fato real, objetivo). Nessa mesma linha de raciocínio, podemos dizer que pode aparecer também uma relação de causa. dedÛasin Éw eÞdñtew, (Plat., Apol., 29a) eles temem como sabedores [como se soubessem, à maneira dos que sabem]. Éw eÞw PisÛdaw boulñmenow strateæesyai (Xen., Anáb., 1, 1, 11) como querendo [na vontade dele, Ciro] fazer um expedição contra os pisidas. suskeu‹zesyai Éw eÞw strateÛan (Xen., Hel., 3, 4, 11) preparar-se como [se fosse] para uma expedição. tÛ pote l¡geiw Î t¡knon; Éw oé many‹nv (Sóf., Fil., 914) o que estás dizendo, criança?, é que, [na tua opinião], eu não estou entendendo [porque]. ful‹jasyai deÝ tò ¤fƒ rpag¯n trap¡syai Éw õ toèto poiÇn oék¡tƒ Žn®r ¤stin (Xen., Cir., 4, 2, 25) é preciso precaver-se (guardar-se) de se dirigir para o roubo, porque o que faz isso não é mais homem. 7. Como conjunção final, para, para que, de modo a que, com subjuntivo eventual, ou optativo, às vezes composta. ÷pvw krÝnƒ ndraw Éw fr®trh fr®trúfin Žr®gú (B, 363) escolhe de algum modo homens para que uma tribo socorra outra. eäxon dr¡pana Éw diakñpoien (Xen., Anáb., 1, 8, 10) eles tinham foices de modo a que pudessem ceifar. 8. Como conjunção consecutiva: de modo a que (indicativo ou optativo se a conseqüência é real ou hipotética respectivamente), e de modo a (infinitivo, se a conseqüência fica em aberto, na intenção).

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Também Ëste. eïrow Éw dæo tri®reiw pl¡ein õmoè (Hdt., 7, 24) largo de modo a duas trirremes navegarem ao mesmo tempo. ¤netægxanon t‹froiw pl®resin ìdatow Éw m¯ dænasyai diabaÛnein (Xen., Anáb., 2, 3, 10) eles encontravam fossas cheias de água, de modo a não poderem atravessar. oìtvw ¤moÜ ¤bñhsaw Éw nèn s¡svsmai (Xen., Cir., 5, 4, 6) tu me socorreste de tal maneira, que agora estou salvo. nomÛzv oìtvw ¦xein Éw Žpost®sontai aétoè aß pñleiw (Xen., Hel., 6, 1, 4) eu creio que a situação está em tal ponto, que as cidades se afastarão dele. oìtv ÞsxuraÜ [Éw]... ’n lÛyÄ paÛsaw diarr®jeiaw (Hdt., 3, 12) elas são tão resistentes que batendo com uma pedra [não] as quebrarias. 9. Pode também significar: assim que, depois que, sobretudo precedida de um termo que signifique tempo: eéyæw (direto, imediato), t‹xista (rapidamente). É uma espécie de consecutiva. Éw eädon aétoçw, eéyçw ¦fugon (Xen., Cir., 3, 1, 4) assim que os viram, direto fugiram [como viram]. Éw d¢ t‹xista ŽfÛketo, eéyæw... (Xen., Cir., 1, 3, 2) assim que [imediatamente] chegou, direto... 10. Introduzindo orações ou expressões imprecativas (voto), ah! se, (como desejaria que!...) Éw ¦riw Žpñloito; (S, 107) ah se rixa perecesse!

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11. Introduzindo uma exclamativa: como! Éw noon kardÛhn ¦xew; (F, 441) como insensato tens o coração! Éw kalñw moi õ p‹ppow; (Xen., Cir., 1, 3, 2) como é belo o meu avô! Ëw moi d¡xetai kakòn ¤k kakoè aÞeÛ (T, 290) como para mim um mal sucede sempre a partir de um mal]! ‘WsaneÛ (Éw ’n eÞ) Como se, por assim dizer. ‘Wsei (Éw eÞ) Como se, como quando. †Wsper (Éw per) Como, do mesmo modo que, da maneira que etc. Tem os mesmos sentidos e as mesmas funções de Éw, mas enfatizadas pela partícula -per. ‘WspereÛ (Ësper ei) De alguma maneira, como se fosse, por assim dizer. ‘Wsperoèn (Ësper oïn) Como então, como de fato, como na realidade. †Wste (Éw te) Como (comparativo), na qualidade de (apenas mais incisivo do que Éw). Às vezes: Ësper ei : como se. Que (consecutivo), de maneira que, de modo que. Nas mesmas condições de Éw consecutivo (ver n. 8).

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os invariáveis: conjunções advérbios e partículas

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Advérbios: - ¤pÛrrhma Dionísio Trácio, 19.1. diz: “ƒEpÛrrm‹ ¤sti m¡row lñgou kliton katŒ =®matow legñmenon µ ¤pÛlegñmenon =®mati”. “Advérbio é uma parte não flexionada da frase, dita com referência ao verbo ou sobre ele aplicada (posta)”. Podemos comparar essa definição com a que ele dá ao “önoma ¤pÛyeton”, “nome epíteto, sobreposto (adjetivo)”: “ƒEpÛyeton d¡ ¤sti tò ¤pÜ kurÛvn µ proshgorikÇn õmvnæmvw tiy¡menon kaÜ dhloèn ¦painon µ cñgon...,” (12, 64) “Epíteto (adjetivo) é o que é colocado de maneira semelhante sobre nomes próprios ou apelativos e que revela elogio ou censura.” Ele desdobra essa definição em 12, 80, quando fala dos epônimos: “ƒEpÅnumon d¡ ¤stin ù kaÜ diÅnumon kaleÝtai tò meyƒ ¥t¡rou kurÛou kayƒ ¥nòw legñmenon Éw ƒEnosÛxyvn õ PoseidÇn kaÜ FoÝbow õ ƒApñllvn”. “Epônimo (sobrenome) é o que também é chamado duplo nome, o que, com um outro nome próprio, é dito sobre um só, como Poseidon, o que faz tremer a terra, e Febo, Apolo.” É lamentável que nesse detalhismo sobre o nome, Dionísio Trácio, e certamente outro gramático antes dele, tenham usado de um modo tão específico a palavra ¤pÅnumon: sobrenome > epíteto > adjetivo, o que daria um perfeito contraponto a ¤pÛrrhma: sobreverbo > advérbio. “Sobreverbo / sobrenome” dariam a exata noção das funções do “sobreverbo > advérbio” e do “ sobrenome > adjetivo”. Isto é: o advérbio é para o verbo exatamente o que o adjetivo é para o nome: os dois trazem noções acessórias, que não modificam a natureza do verbo ou do nome. As diferenças são de categoria: os adjetivos acrescentam ao nome noções secundárias nominais de qualidade ou estado, e os advérbios acrescentam ao verbo noções secundárias circunstanciais de espaço e modo. Segundo A. Meillet, “Pode-se definir o advérbio como uma palavra invariável que se coloca ao lado das outras palavras da frase (sobretudo ao lado de verbos e adjetivos) para acrescentar uma noção acessória.”

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Essa “noção acessória” é de natureza circunstancial, isto é, noção ou idéia de modo, lugar ou tempo (genitivo partitivo, genitivo-ablativo, instrumental-modal, locativo espacial-temporal e acusativo de relação). É por isso que em grego há muitos advérbios que são formas nominais flexionadas, de relações concretas, que se petrificaram, adquirindo um significado autônomo, a tal ponto que parecem casos absolutos. 1. No acusativo (de relação ou adverbial) Žrx®n primeiramente, do começo, quanto ao começo dvre‹n de graça, de presente, em vão m‹thn em vão, debalde proÝka de graça, de dom (doação) sxedÛhn imediatamente, a seguir prñfasin a pretexto, por pretexto t¡low por fim, afinal, em fim de contas makr‹n longe, distante, longo tempo eéyeÛan direto, em frente, reto ceèdow de mentira, falsamente deæteron em segundo lugar, segundamente, em seguida prÇton / prÇta em primeiro lugar, primeiramente (tŒ) prÅtista em primeiríssimo lugar, antes de tudo ¦lasson menos (comparativo de ¤laxæ) eï bem (de ¤æ, bom ) ¸sson menos (comp. de ¸ka) ´kista minimamente, o menos possível m‹la muito m‹lista muitíssimo mllon mais pl¡on mais (em número) ôlÛgon pouco polæ muito taxæ depressa, rápido ²dæ com prazer, agradavelmente sofÅteron mais sabiamente, sofÅtata muito sabiamente, sapientissimamente dein‹ terrivelmente

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dÛkhn x‹rin t¯n llvw m¡ga mñnon oåon

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na indicação de, à maneira de em favor de, graças a, por causa de de maneira contrária, em vão grandemente, grande só, somente tal qual(mente), por exemplo

Podemos acrescentar a essa relação os advérbios construídos com os sufixos -don / -dhn, que trazem a idéia de relação ou maneira: botrudñn em cachos Žgelhdñn com tropas, em massa sxedñn (segurando) perto, quase b‹dhn passo a passo lægdhn soluçando, aos soluços spor‹dhn esparsamente, disseminadamente Depois dessa relação bastante extensa de advérbios expressos pelo acusativo, não podemos deixar de fazer alguns comentários: a) nas formas expressas por substantivos no acusativo femininos e neutros, como Žrx®n, t¡low, ceèdow, não será difícil identificarmos um acusativo de relação, ou acusativo adverbial; b) nas formas expressas pelo acusativo do adjetivo feminino, como makr‹n, eéyeÛan, não será difícil identificar uma expressão elíptica, em que há um nome implícito, como õdñn, o que leva novamente à identificação do acusativo de relação ou adverbial. Essa relação adverbial de movimento, sempre presente no acusativo, também pode ser expressa com o sufixo -de/-ze/-se. ¤keÝse para lá llose para outro lugar, alhures (alio) oàkade para casa ƒAy®naze / ƒAy®naw- de para Atenas c) contudo, cremos que é muito difícil entendermos como um acusativo as formas expressas “pelo acusativo neutro do adjetivo”. Na medida em que o uso de um caso deve corresponder sempre a uma função, não poderemos encontrar aí uma função de acusativo. Cremos que a língua emprega o adjetivo no neutro, diretamente sobre o verbo a ser qualificado.

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O uso do neutro se explica pelo fato de não haver nessa relação nenhuma noção de modo, meio, lugar, ou tempo. Isso corresponde a um uso muito comum em português, como: ele canta bonito, ele anda torto, ou ele canta mais bonito, ele anda mais torto. Não é nem “bonitamente, tortamente, ou mais bonitamente ou mais tortamente”. A idéia de qualidade incide diretamente sobre a ação verbal. Podemos ver isso em grego nas variantes: prÇton / prÅtvw. É uma ligação direta da expressão de qualidade ao verbo; mas como a forma verbal não tem gênero, o neutro se faz presente (em grego o adjetivo neutro em -o com o -n eufônico se confunde com o acusativo masculino dos adjetivos de tema em -o), e no português, “bonito, torto, mais bonito, mais torto são neutros, embora a gramática não os registre assim. Em grego temos mñnon, deinñn, kalñn ktl, em que o -n não é desinência do acusativo, mas meramente eufônico. Nos adjetivos gregos de tema em consoante ou semivogal constata-se o mesmo fato: é o tema puro (neutro) que se usa: polæ, eéyæ, saf¡w ktl. Quando alguns adjetivos de tema em semivogal ou consoante em posição precária, isto é, que a língua grega não mantém em posição final, são usados adverbialmente, com freqüência usa-se um -w para reforçar a vogal ou proteger a consoante. Assim às vezes podem conviver duas formas, uma sem o -w, e outra com o -w.5 eéyæ / eéyæw direto, imediato (-mente) likrifÛw oblíquo (-mente) ŽmfÛ / ŽmfÛw de ambos os lados, em torno m¡xri / m¡xriw até ‘paj uma vez l‹j com o calcanhar kourÛj pelos cabelos ôd‹j com os dentes, a dente pæj com os punhos, a soco

5

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Já repetimos várias vezes no curso deste trabalho que a língua grega mantém em posição final só três consoantes: -r, -w, -n e por eufonia o -k/-x na negação oé / oék /oéx e na preposição ¤k/¤j.

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p¡rij xvrÛw ¤ggæw metajæ Žntikræ ‘liw poll‹ki / poll‹kiw

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em redor em separado, a parte próximo, perto no intervalo (met‹ - jun) em frente, em face bastante muitas vezes

Dentro dessa mesma linha de raciocínio vemos também o comparativo do advérbio expresso pelo tema do neutro: (acusativo singular) e o superlativo do advérbio expresso pelo neutro plural (acusativo plural). O tema neutro no singular do comparativo se explica pela relação horizontal entre dois: um em relação ao outro; no superlativo, contudo, a relação é partitiva no superlativo relativo (um entre muitos) e no superlativo absoluto é um entre todos. Por isso a preferência pelo plural neutro a, que não é a desinência do acusativo plural, mas sim a marca do coletivo indo-europeu. 2. No genitivo nuktñw ²m¡raw polloè timsyai polloè ôlÛgou deÝn mikroè ¤pipol°w ¤jaÛfnhw ¥j°w ¤fej°w

de noite (num ponto da noite) de dia (num ponto do dia) muito (de muito) relação de valor, preço estimar muito, dar muito valor a faltar pouco, de pouco de pouco na superfície (partitivo) de repente (partitivo) direto, imediatamente (ponto de partida) de imediato, na seqüência (ponto de partida)

Todos esses advérbios são genitivos petrificados, de delimitação. As gramáticas costumam arrolar aqui uma série de advérbios em ou como se fossem genitivos. Não são. Todos eles se relacionam com a questão poè; - ubi? - onde? Essa semelhança com o genitivo dos nomes em -o é enganosa. Nós vamos relacionar todos esses advérbios, quando tratarmos da questão poè/poyÛ - ubi? onde? (p. 703-4).

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3. No genitivo-ablativo6 Nas relações de lugar “de onde” - pñyen - unde? - “de onde?” o grego usa um sufixo -yen, que exprime origem e ponto de partida. São numerosos esses advérbios e podemos dizer que não há um “numerus clausus”; isto é, estão em aberto. Mas os mais comuns são os seguintes: oéranñyen do céu ±Çyen desde a aurora Uma relação maior será fornecida quando tratarmos dos advérbios dêiticos. 4. No locativo Há duas marcas do locativo: -i/-yi. A primeira se manteve, e, na flexão, se confundiu com o dativo, a ponto de as gramáticas não mais a considerarem como locativo, mas como “dativo de lugar”. Contudo, esse locativo em -i se manteve em algumas formas petrificadas, tanto no grego como em latim. Também aqui não há “numerus clausus”. Quando tratarmos dos advérbios dêiticos, forneceremos uma lista deles. As formas com -yi também se mantiveram no período arcaico (sobretudo em Homero) e depois cederam o lugar para as formas em -ou; de uma equivalência inicial poè/poyi - ubi? “onde?”, as formas em -ou prevaleceram. Trataremos delas quando tratarmos dos advérbios dêiticos. 5. No Instrumental A marca do antigo instrumental era um -a longo ou -h (ático) e a variante silábica -da / -dh. Há inúmeras formas assim:

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Não se trata de “caso genitivo-ablativo”, mas sim da relação “de onde”, que podemos chamar de “genitivo espacial” ou “genitivo-ablativo” expresso pelo sufixo adverbial -yen.

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kruf° / kræpta oédam° ²sux° p‹nth pantax° pez° ÷ph p® ‘ma l‹yra / l‹yrh sfñdra ¸ra §neka ped‹ kræbda mÛgda fægda

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em segredo de modo algum, de nenhum modo em repouso, calmamente de todas as maneiras de todas as maneiras a pé da maneira que, de que maneira de alguma maneira juntamente, ao mesmo tempo às escondidas fortemente, intensamente em favor de por causa de com os pés, a pé em segredo, secretamente confusamente, tudo misturado em fuga

Esse instrumental em -a / -h se prestou a confusões por causa da relação de lugar “por onde”, questão p»/phi/p° (qua, em latim). Houve coincidência formal e semântica, uma vez que na relação instrumental pode-se ver a idéia de o ato verbal passar pelo objeto/instrumento inerte; a partir daí torna-se fácil evoluir para a idéia de meio e depois de modo. Trataremos disso neste mesmo capítulo, quando estabelecermos o quadro dos correlativos. Há também um certo número de advérbios em -ka e -ya (²nÛka, thnÛka, aétÛka, ¦nya) com significado de tempo ou lugar, mas que serão tratados no quadro dos demonstrativos, dêiticos. Além disso, há ainda uma antiga desinência-sufixo instrumental em -fi, freqüente em Homero, mas que tendeu a desaparecer. As expressões mais comuns são as seguintes: ŽmfÛ / ŽmfÛw dos dois lados, em torno bÛhfi/bÛafi com violência, violentamente àfi com força nñsfi separadamente

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Ver Homero: àfi (A, 38), com força, dakruñfi (R, 696), com lágrimas, klisÛhfi (N, 168), na tenda, stratñfi (K, 347), com o exército, yeñfi (C, 347), com a divindade, fr®trhfi (B, 363), na fratria (em comum) öresfi (D, 452), na montanha. Nem sempre a relação instrumental está clara: às vezes se confunde com o locativo -yi e genitivo-ablativo -yen. Havia um outro sufixo de instrumental/modal em -ti, que aos poucos foi abandonado. Restam contudo algumas formas que se mantêm vivas. Também aqui a lista não é exaustiva. ônomastÛ pelo nome, nominalmente dvristÛ à moda dos dórios ¥llhnistÛ à moda dos gregos, à grega nevstÛ recentemente Dentro desses instrumentais podemos incluir também os advérbios de modo, construídos com o advérbio Éw < Wvw: como, assim sobre temas nominais, adjetivos, que é visto como sufixo -vw acrescentado ao tema do adjetivo. Esse sufixo corresponde grosso modo aos nossos advérbios em -mente. Ele tem sua origem num sufixo indo-europeu *yo-, de valor anafórico, de que derivam o relativo ÷w, ÷ e algumas conjunções, como Éw. Esses advérbios se constroem sobre temas de adjetivos (tema do adjetivo + -vw), com as adaptações fonéticas necessárias. T. sofñT. pr˜oT. sÅfron T. Žlhy¡w T. öntT. ²dW/²d¡W T. pant-

sofñw,®,ñn pr˜ow,a,on sÅfrvn,on Žlhy®w,¡w Ên,oïsa,ön ²dæw,eÛa,æ pw,psa,pn

Assim também: kalÇw brad¡vw eéprepÇw õmoÛvw õmÇw oìtvw / oìtv

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sofÇw pr–vw svfrñnvw ŽlhyÇw öntvw ²d¡vw p‹ntvw

sabiamente calmamente prudentemente verdadeiramente realmente suavemente totalmente

bem, belamente lentamente decentemente, convenientemente semelhantemente igualmente dessa maneira, desse modo, assim

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tax¡vw êperfuÇw Ïde

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em velocidade, rapidamente desmedidamente, maravilhosamente assim, desta maneira

Paralelamente a essas formações de advérbios de modo em -vw, que lembram vivamente a ligação com o significado da conjunção: como, à maneira de, a língua formou inúmeros advérbios de lugar em -v, construídos sobre temas de significado espacial, sobretudo preposições, antigos advérbios de lugar. 7 Assim: nv acima, em cima fnv de repente, subitamente oëpv / m®pv ainda não nvyen de cima, do alto k‹tv abaixo, embaixo perait¡rv mais distante, mais longe thlot¡rv mais longe, mais distante thlot‹tv muito mais longe ¦jv fora, do lado de fora eàsv no interior de, dentro ôpÛsv atrás pñrrv à frente, na frente

7

Atenção para a acentuação desses advérbios: 1. Nos adjetivos de tema em -o a vogal temática sobre elisão antes do sufixo modal vw, como em tema oxítono: kalñ-vw > kalÇw, e o advérbio de modo será perispômeno; se o tema for paroxítono, o advérbio de modo será também paroxítono ou proparoxítono, o advérbio de modo será paroxítono: diko-vw > ŽdÛkvw. 2. Nos adjetivos de tema em -w, o -s-, encontrando-se em posição intervocálica, sofre síncope e as vogais em contato se contraem, prevalecendo o timbre -o-: Žlhy¡s-vw > Žlhy¡vw > ŽlhyÇw, perispômeno, se o tema for oxítono, e paroxítono se o tema for paroxítono ou proparoxítono. 3. Nos de tema em outra consoante, dá-se o mesmo: sÇfron-vw > svfrñnvw:; eëdaimon-vw > eédaimñnvw; önt-vw. 4. Nos de tema em eW-, o -W-, encontrando-se em posição intervocálica, sofre síncope, e as vogais em contato se contraem se são do mesmo timbre, e, se de timbre diferente permanecem em hiato: tax¡W-vw > tax¡vw.

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Advérbios demonstrativos, dêiticos, de lugar e tempo Na mesma linha dos nomes e adjetivos demonstrativos, dêiticos, que os gramáticos costumam chamar de “pronomes-adjetivos”, a língua grega possui um grande número de palavras exprimindo noções de espaço e tempo, chamadas comumente de “advérbios de lugar, de tempo, de modo”. Vamos dar a seguir o quadro delas, na mesma seqüência em que demos o quadro dos nomes e adjetivos demonstrativos.

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Demonstrativos

Relativos

Indefinidos

Relativos - Indefinidos

poè; */pñyi; ÷pou;

aétoè/aétñyi

oð/oðper/÷yi/ ¦nya

poæ / poyÛ ***

÷pou /õpouoèn / oêd®pote ÷pou

onde?

aqui mesmo

onde/em que

em algum lugar

em qualquer lugar (que seja)

poÝ; /pñse, ÷poi; / õpñse;

aétoÝ/aétñse

oå /÷se

poÛ / pos¡

÷poi / õpoioèn / õpoid®pote

para onde?

para aqui mesmo

para o lugar que

para algum lugar que

para qualquer lugar (que seja)

pñyen; õpñyen;

aétñyen

÷yen

poy¡n

÷poyen/ õpoyenoèn/ õpod®pote

de onde?

do mesmo lugar

do lugar que

de algum lugar

de qualquer lugar (que seja)

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p»; / ÷pú;

aét»**

Ã



÷pú/õpúoèn/ õpúd®pote

por onde? por quê?

pelo mesmo lugar

pelo lugar q., pelo que

por algum lugar

por qualquer lugar (que seja)

pñte; / õpñte;

tñte

÷te

pot¡

õpotoèn / õpoted®pote

quando? em que tempo?

então, naquele tempo

quando, no tempo em que

um dia, certa vez,

em qualquer tempo (que seja),

alguma vez

em um tempo qualquer

thnÛka thnik‹de

²nÛka

õphnÛka

õphnikoèn/ õphnikad®pote

em que hora?

nesta hora

na hora em que

em algum momento

em qualquer hora (que seja)

pÇw; / ÷pvw;

Ïde /oìtv (w)

Éw/Ëste

pvw

õpvsoèn / õpvsd®pote /÷pvw

como?

deste modo

como/assim, do modo que

de algum modo

de qualquer modo que

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phnÛka; õphnÛka;

os invariáveis: advérbios

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Interrogativos direto/indir.

os invariáveis: advérbios

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* Várias formas que respondem à questão poè se constroem com esse sufixo, como veremos abaixo. Chamamos a atenção do leitor para não denominá-las de “genitivo locativo” ou de “genitivo de lugar onde”. Essa denominação não é lógica; ela se guia pelas aparências, isto é, o sufixo -ou faz lembrar o genitivo singular dos nomes em -o. É mera coincidência formal. ** Vale a mesma observação do item anterior. A resposta à questão p» encontra resposta nos temas de adjetivos dêiticos, como aét», t»de, aìtú, ¤keÛnú. Também aqui não se trata de um “dativo de modo, ou dativo instrumental”; trata-se de respostas à questão p», “por que lugar, por quê?”; “qua”, em latim. Ressalte-se, contudo, que, a partir da idéia “por onde, por que”, passa-se facilmente para a idéia de instrumento ou modo. Mas, tratase de sufixo adverbial e não de flexão nominal. *** É preciso notar que a acentuação dos indefinidos é meramente indicativa, porque todos são enclíticos e só se acentuam quando formam unidade tônica com a palavra anterior. O quadro acima é apenas indicativo. Se a primeira coluna só tem duas alternativas: pergunta direta e indireta, as outras colunas ficariam longas demais com uma quantidade muito grande de formas. Preferimos, então, alinhá-las verticalmente a seguir, ressalvando contudo que não são listas exaustivas. A. Respostas à questão poè;/ pñyi; - onde? em que lugar? 1. sufixo -oè e -yi oédamoè pantaxoè pollaxoè llou lloyi ¤keÝyi Žllaxoè õmoè thloè

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em nenhum lugar, em parte nenhuma em toda parte, em todos os lugares em muitos lugares em outro lugar em outro lugar lá, naquele lugar em outro lugar junto, juntamente longe, distante

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thlñyi ƒIliñyi Korinyñyi

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longe, distante em Ílion (Tróia) em Corinto

2. Alguns com sufixo locativo -i / si (-i longo) oàkoi em casa xamaÛ por terra, no chão “humi” pedoÝ no chão, por terra ƒAy®nhsi em Atenas ƒOlumpÛasi em Olímpia Plataisi em Platéias MegaroÝ em Mégara PuloÝ em Pilos SalamÝni em Salamina ¤keÝ lá, naquele lugar pandhmeÛ em massa, em todo o povo p‹lai outrora, antigamente rti há pouco, agora mesmo ¦ti / oék¡ti ainda, ainda não, não mais prÐ / prvÛ bem cedo, cedinho yærasi às portas, “foris” 3. Outros dêiticos que respondem à questão “onde?” ¦nya aqui, neste lugar, “hic” t»de aqui, neste lugar, “hic”, por aquí ¤ntaèya nesse lugar, aí, “ibi” 4. Outros sufixos par¡j ¤ntñw ¤ktñw ¤ggæw p¡law p¡rij xvrÛw p¡ra

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fora, do lado de fora dentro fora, de fora perto, próximo perto, próximo em toda a volta, em torno à parte, em separado além, do lado de lá

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B. Respostas à questão poÝ; -de / -ze / -se / ya: para onde? “quo” ¤keÝse para lá, “illuc, eo” ¤ny‹de para aqui, “huc” oàkade /-ze/-se para casa llose para outro lugar ƒAy®naze para Atenas oédamñse para nenhum lugar oédamoÝ para nenhum lugar pantaxñse para todo lugar pantaxoÝ/se para todo lugar pantñse / -oÝ para todo lugar pollaxñse/ -oÝ para muitos lugares õmñse/ -oÝ para o mesmo lugar, para junto aétñse/ -oÝ para o mesmo lugar xamze por terra, para o chão Megar‹de para Megara yæraze /-sde para a porta C. Respostas à questão pñyen; de onde, “unde” ¤keÝyen de lá. “illinc” oàkoyen de casa lloyen de outro lugar “aliunde” ƒAy®nhyen de Atenas Megarñyen de Megara ¦nyen daqui “hinc” ¤ny¡nde daqui “hinc” ¤nteèyen daí, “inde” oédamñyen de nenhum lugar, de lugar algum pantaxñyen de toda parte, de todos os lados p‹ntoyen de tudo, de toda parte pollaxñyen de muitos lugares õmñyen de junto, do mesmo lugar aétñyen do mesmo lugar xamyen do chão, da terra ¦mprosyen à frente, na frente (adiante)

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öpisyen nvyen k‹tvyen ¦ndoyen ¦jvyen pñrrvyen ¦gguyen

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atrás, de trás de cima, a partir de cima de baixo, a partir de baixo de dentro de fora de longe, a partir de longe de perto, a partir de perto

D. Respostas à questão p»; - por que lugar?, por que meio?, por que modo?, de que maneira, “qua/quo modo”. t»de por aqui, “hac”, deste modo, desta maneira taætú por aí, “istac” desse modo, dessa maneira ¤keÛnú por lá “illac”, daquele modo, daquela maneira aét» pelo mesmo lugar, do mesmo modo, da mesma maneira llú por outro lado, de outra maneira oédam» por nenhum lugar, meio, modo pantax» por todo lugar, meio, modo p‹ntú/p‹nth por tudo, de todo modo pollax» por muitos lugares, meios, modos Podemos incluir aqui alguns instrumentais petrificados, em geral construídos sobre temas de adjetivos, que, aos poucos, dispensaram o nome que fica implícito. dhmosÛ& (taf») exéquias públicas (pelo erário público) ÞdÛ& em particular koin» em comum komid» com cuidado, perfeitamente pez» a pé, como pedestre eÞk» ao acaso, à aventura, pela aparência Žm» / Žm° ao acaso, de roldão, a rodo ²sux°/ -» com tranqüilidade, placidamente E. Respostas à questão pÇw; - como? “quo modo”? Ïde deste modo, assim “ita, sic” oìtv(w) desse modo, assim “ita, sic”

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¤keÛnvw daquele modo Ésaætvw da mesma maneira llvw de outra maneira oédamÇw de modo algum, de nenhum modo mhdamÇw de modo algum, de nenhum modo p‹ntvw completamente, totalmente aÞfnidÛvw subitamente, de repente Ver a formação dos advérbios de modo (p. 700). F. Respostas à questão pñte; quando? em que tempo? “quando?” tñte* então, naquele tempo “tum” ÷te quando (rel.) no tempo em que “cum” ¥k‹stote cada vez pot¡ um dia, algum dia, “aliquando, unquam” ¤nÛote algumas vezes oëpote em tempo algum, jamais, nunca (indicativo) m®pote em tempo algum, jamais, nunca (eventual) oéd¡pote em tempo algum, jamais, nunca (indicativo) mhd¡pote em tempo algum, jamais, nunca (eventual) llote uma outra vez * Esses dêiticos de tempo podem vir compostos com a partícula eventual -an (÷tan: quando, sempre que), com o modo eventual correspondente. Outras respostas à questão: pñte; quando? prvÛ / prÐ cedo, cedinho ôc¡ à tarde, tarde s®meron/t®meron hoje (este dia) aërion amanhã xy¡w ontem nèn / nunÛ agora, neste momento m¡xri nèn até agora nèn d® agora mesmo rti há pouco, ultimamente eäta a seguir, em seguida prÛn antes ³dh já ¦ti ainda

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aétÛka næktvr ‘ma prÅhn

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imediatamente, logo de noite ao mesmo tempo anteontem, há tempos

A idéia de quantidade, valor, dimensão, intensidade que se atribui ao verbo ou ao adjetivo, se exprime pelo neutro dos nomes-adjetivos que têm esses significados (ver advérbios no acusativo). pñson quão grandemente, quanto ÷son (tão) quão grandemente ôlÛgon pouco mikrñn pouco polæ muito m¡ga grande(mente) oåon qual(mente), por exemplo pl¡on / pleÝn mais (quantidade, número) mllon mais (valor, dimensão) pleÝston muito mais (número) meÝon menos (valor) ¦latton menos (número) tosoèto(n) tanto m‹lista muito intensamente, sobretudo pleÝsta em grande quantidade, número gan demais, em excesso lÛan muito (intensamente) ‘dhn em abundância, abundantemente ‘liw assaz, bastante p‹nu muito, intensamente Com os verbos de valor ou de preço, freqüentemente se usa o genitivo dos nomes-adjetivos de quantidade-valor. É a idéia “em troca/troco de quê?” (ŽntÛ) > pñsou; que explica o uso do genitivo. Em troca: de tanto, ÷sou, de muito, polloè, de pouco, ôlÛgou, de mais, pl¡onow.

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Conclusão Ir a Ítaca é importante; mas, mais importante ainda é o caminho. Este trabalho está chegando ao fim, e precisa de uma conclusão. Mas ele terá um fim? Ou ele é como aqueles diálogos aporéticos de Platão, em que o mais importante não é o fim, mas a m¡yodow, o caminho? Como dissemos na Introdução, dizemos também agora: este trabalho não é um projeto fechado, ou uma tese programada. Se nós tivéssemos feito deste trabalho um projeto ou se tivéssemos feito um projeto para este trabalho, teríamos fracassado tantas vezes quantas tivéssemos começado; teriam sido tantos fracassos quantos os projetos. A razão disso é que ele sempre foi uma m¡yodow, um caminho, e não um t¡low, um fim. Mas, depois de chegarmos ao ponto em que estamos, algumas perguntas povoam a nossa cabeça: o que fizemos? O caminho percorrido valeu a pena? O resultado é o quê? Foi apenas um passeio sem pretensão, sem compromisso pela língua grega, ou ficou algo, ficou uma mensagem, em suma, este trabalho foi útil e será útil. Enfim, há uma conclusão? A resposta é sim, há uma conclusão. Se o leitor está lembrado, no curso do trabalho insistimos sempre sobre a relação significante-significado da nomenclatura gramatical. Cremos que conseguimos o nosso objetivo. Desde a apresentação do alfabeto, procuramos encontrar o porquê dos nomes de certas letras (grafemas): preferimos chamar o e de e cilñn “e psilón”, isto é, “e desguarnecido”, “e simples”, e não “êpsilon”, que não diz nada. Fizemos o mesmo com o o mikrñn e com o v m¡ga, respectivamente “ o pequeno” e “o grande”, o que eles são foneticamente, e não “ômicron” ou “ômega”, que também nada dizem. Essas denominações das gramáticas se prendem à tradição descritivista, que já na gramática grega alexandrina pronunciava ¤cilñn, ômikrñn, Èm¡ga; os gramáticos latinos transcreveram os dois primeiros “êpsilon, ômicron”, transformando palavras gregas oxítonas em palavras latinas proparoxítonas, e o último, por causa da penúltima breve, passou, de paroxítono em grego a proparoxítono em latim. Nossa opção é significante e clara.

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No capítulo da Fonética Aplicada procuramos mostrar que os metaplasmos, isto é, os acidentes fonéticos que as palavras gregas sofreram no curso de sua história, podem ser explicadas rigorosamente pelas funções dos componentes do aparelho fonador, sobretudo na junção dos temas nominais com os casos [as desinências dos casos] e dos temas verbais com as desinências pessoais. A língua grega, como qualquer outra língua, tem uma caraterística fonética determinada, que é um idiotismo, uma peculiaridade que a diferencia das outras. A língua grega como um todo sempre foi ciente e zelosa disso. Em toda a tradição oral, a unidade da língua grega foi perfeita. As Olimpíadas foram testemunhas disso: lá todos se entendiam e não precisavam de outro documento; o “falar grego” ¥llhnÛzein lhes dava o direito de participar delas. As diferenças lingüísticas que nós chamamos de dialetos, a que os gramáticos costumam dar grande importância, demasiada importância, não eram tão importantes assim para os gregos. Isso pode ser notado, por exemplo, nas inúmeras citações que se encontram nos diálogos de Platão. Há citações freqüentes de Homero, Hesíodo, Simônides, Píndaro, Sapho, em que se misturam os dialetos jônico, eólico e dórico, que os interlocutores absorvem naturalmente. Mesmo o menino Lísis, que tem 12 anos, diz a Sócrates que conhece a passagem de Sólon que ele cita (212a2), de Homero, Od., XVII, 218 (214a6) e de Hesíodo, Os trabalhos e os dias, 25 (215c7). Protágoras (325e) diz que os meninos atenienses aprendiam de cor os poemas de Homero, Hesíodo e os dos líricos. Então os principais dialetos gregos não soavam estranho ao menino ateniense do século V a.C., e o dialeto ático, formado pelos sofistas e pela retórica, é a combinação do dialeto jônico, substrato na Ática, e dialeto de todos os sábios da Jônia que acorreram a Atenas, e do dialeto dórico, geograficamente fronteiriço. Dentro dessa linha de raciocínio, tentamos, primeiro no capítulo da Fonética Aplicada, e depois em todas as desmostrações fonéticas das flexões nominal e verbal, mostrar ao leitor e eventual aluno, que todas as formas “estranhas” que os gramáticos classificam em separado são formas perfeitamente normais, que evoluíram naturalmente, dentro dos hábitos fonéticos da língua grega; e muitas das formas intermediárias estão registradas neste ou naquele dialeto. Por isso, também aqui, não fomos econômicos nessas demostrações. Todas as vezes em que julgamos que essas desmostrações seriam úteis ou necessárias nós as fizemos.

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Dedicamos um espaço pequeno à acentuação. Registramos apenas que os temas nominais têm tonicidade própria e que a sílaba tônica pode deslocar-se, se a quantidade da última vogal sofrer alteração: registramos também que os temas verbais não têm tonicidade própria, mas, por serem a sede do significado virtual, atraem para eles a tônica, cuja posição é regulada pela quantidade da última vogal; e que, tanto a acentuação dos nomes quanto a dos verbos obedecem à “lei dos três tempos”, isto é, das três notas musicais, a partir da última sílaba. Não há tônica anterior à antepenúltima. Quando tratamos da flexão nominal, procuramos mostrar, sempre, a relação estreita entre significante e significado e procuramos resgatar o significado original do nome dos casos. Mostramos também que cada caso tem o nome da função da palavra e que não há arbítrio algum nessa relação; há uma constante semântica em tudo. Por isso, não há regras especiais para esse ou aquele caso. Cada relação tem o caso da função das partes. Na flexão verbal, demostramos que o verbo tem apenas dois componentes essenciais: o aspecto, que definimos como “tempo interno do verbo” e o modo, que é a maneira como o dono do discurso quer passar ao receptor o ato verbal. Definimos também, em várias passagens, o que é “verbo-=°ma”. „R°ma é “o verbo-predicado do sujeito”, isto é, é o tema verbal (do infectum-inacabado, aoristo-pontual/futuro ou perfectum-acabado) acrescido das desinências pessoais, ativas, se o sujeito é agente; ou médias, se o sujeito é agente envolvido, interessado no ato verbal, e passivas, se o sujeito é paciente do ato verbal. Demostramos também que essa presença do sujeito no verbo é manifesta foneticamente. Mostramos também que o tema verbal puro, original, é o tema do aoristo, e que, por isso mesmo, se chama Žñristow, isto é “sem limites, sem horizonte” e que por isso é pontual, tanto o chamado “aoristo gnômico” quanto o “aoristo enquadrado, narrativo”, como nós o chamamos, e que sobre ele se constrói o futuro; demostramos também que, dele, derivam o tema do infectum-inacabado e o do perfectum-acabado, e que essa derivação pelo acréscimo de sufixos ou prefixos tem a ver com o significado. Verificamos também que o “tempo dêitico” não está no verbo, mas sim no enquadramento do ato verbal, e que a única marca de tempo é o

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aumento, que marca o passado, e é exterior ao verbo. O e não é uma ptÇsiw, não é uma desinência; é apenas um apêndice; está fora do tema verbal. Constatamos também que, por coerência, esse aumento só existe no indicativo, porque só o indicativo comporta a noção de tempo dêitico. Não há tempo no subjuntivo e optativo nem no particípio ou infinitivo. Demostramos ainda que, formalmente, há apenas dois modos verbais diferentes do indicativo: o eventual e o possível, e que cada um deles tem sua marca própria e que a tradução em português é fácil e sempre a mesma: o subjuntivo presente ou futuro e indicativo eventual (da repetição do ato presente) do português traduzem o eventual grego, e o imperfeito do subjuntivo ou condicional simples do português traduzem o possível grego. O imperativo é apenas o modo da interpelação ou do diálogo e só o imperativo singular direto tem formas próprias. O imperativo direto plural e os imperativos indiretos são construções analógicas e se baseiam sobre o tema do indicativo. Dedicamos grandes espaços para o verbo-adjetivo (particípio) e para o verbo-substantivo (infinitivo). A razão disso é que em português o uso dessas formas nominais do verbo é muito confuso e mal tratado pelas gramáticas. Insistimos sobretudo que, todas as formas verbais têm significado autônomo (significante-significado), pouco importando o lugar em que apareçam. Por isso não temos espaço reservado para a sintaxe desse ou daquele modo, nem tampouco para esse ou aquele tipo de orações (coordenadas, subordinadas, adversavivas, causais, temporais etc.); entendemos que essas denominações são etiquetas aplicadas por fora. Entendemos que “sintaxe” é “ordenação”, e ordenação é um segundo tempo. Preferimos, como sempre, insistir na organicidade da mensagem, na autonomia semântica das formas. Na escolha dos modos vale a vontade do “dono do discurso”, emissor da mensagem. Se há uma constatação ou afirmação (indicação) de uma realidade objetiva ou subjetiva ou a sua negação (irrealidade), o modo será o indicativo, pouco importanto se está na oração principal, coordenada, subordinada ou independente. Os conetivos (conjunções, partículas) não “regem” esse ou aquele modo; eles são a manifestação do modo com que a mensagem é enviada. Se o emissor quer passar a idéia de um fato eventual, provável, futuro, ele vai usar o modo eventual (subjuntivo presente ou futuro em por-

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tuguês). Afirmamos também que o termo “subjuntivo” é uma impropriedade semântica, porque nem sempre ele está ou sugere uma subordinação. Contudo, mantivemos essa denominação, provisoriamente, porque existe uma nomenclatura oficial prescritiva. O mesmo acontece com relação às formas do “optativo”, que também é uma impropriedade semântica. Se o emissor quer passar a idéia de possibilidade, de afirmação atenuada, de desejo (voto-suspiro-devaneio), mera operação do espírito, ele usa o possível. Em português, ele usaria o “imperfeito do subjuntivo” ou o “condicional simples” (futuro do pretérito). Tudo isso está demostrado concretamente nos inúmeros exemplos que arrolamos e traduzimos, explicando e justificando o emprego deste ou daquele modo. Terminamos o trabalho com o capítulo que denominamos “Os Invariáveis”. Nele incluimos as preposições (proy®seiw), os conetivos (sændesmoi), que são as partículas e conjunções, e os advérbios (¤pirr®mata), e demos a todos eles o mesmo tratamento semântico e orgânico dado aos nomes e verbos. Explicamos que a denominação prñyhsiw > praepositio > preposição é meramente formalista, descritivista e não leva à compreensão das relações que as preposições estabelecem. Afirmamos que todas as preposições, na origem, são advérbios com significado espacial, e que a “regência” desta ou daquela preposição não vai além da relação espacial que ela empresta ao verbo, e que o caso decorrente é o dessa relação: a) lugar onde > locativo; b) lugar para onde, e todas as relações de movimento > acusativo; c) lugar de onde, em todas as suas acepções > genitivo. Os exemplos citados demostram isso com clareza, mesmo quando as preposições são empregadas metaforicamente. Os conetivos também foram apresentados em ordem alfabética, e cada um deles tratado individualmente sob o ponto de vista semântico, e também aí mostramos que é o significado que vai determinar o modo verbal que será empregado. Finalmente estudamos os advérbios, também em ordem alfabética, e mostramos como se formaram os advérbios de lugar e de tempo e os de modo, que são os verdadeiros ¤pirr®mata > ad-vérbios e que eles

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são sobre-posições aos verbos, como os adjetivos, ¤pÛyeta, o são para os nomes. O advérbio qualifica o verbo e o adjetivo qualifica o nome. Eis aí, então, as conclusões do nosso trabalho; tememos, contudo, que não sejam realmente conclusões, porque não há conclusões; há muita coisa ainda a ser feita; há desdobramentos de todas as questões colocadas, que podem, devem e serão retomadas. Este nosso trabalho é apenas o começo de tudo.

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bibliografia

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Bibliografia Uma explicação necessária:

Costuma-se afirmar que uma das partes mais importantes de uma tese é a bibliografia, isto é, a lista de livros e artigos que o pesquisador afirma ter lido para redigir sua tese. Há algo contraditório nisso: se é uma tese, isto é, uma posição, não deve apoiar-se em ninguém e em nada! Mas, o que acontece é exatamente o contrário: é a partir de uma bibliografia que se redige uma tese! Seria por antífrase?! Na minha opinião são teses de compilação. Teriam o seu valor, é claro! Elas teriam como finalidade apresentar o estado atual das pesquisas na área estudada. O caso em tela é especial, diferente. De início não se pretendeu fazer uma tese! O autor nunca pretendeu escrever uma obra nesse sentido. O trabalho e o prazer dele começavam e se encerravam, começam e se encerram ainda, na sala de aula. Era e é o enthousiasmós, isto é, aquele estado de inspiração de que fala Platão no Íon, na discussão sobre a inspiração poética entre Sócrates e o rapsodo Íon. O trabalho do professor era diuturno: a partir da língua, dos textos, encontrar e explicar todos os esquemas dela. Esses exemplos, na forma de frases e textos, ou ele encontrava nas gramáticas ou encontrava nos textos de leitura. Os exemplos encontrados nas gramáticas foram usados para análise, interpretação e conclusões na sala de aula. Seria injusto omiti-los. Portanto, a lista bibliográfica a seguir não é exatamente uma lista bibliográfica por antífrase, mas é uma lista bibliográfica que indica as fontes de onde fomos haurir os exemplos usados. A interpretação e o uso são nossos. Procuramos também usar exemplos confirmados, abonados. Por isso, muitas vezes fomos aos originais e modificamos ou completamos as citações.

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