Lenormand PDF [PDF]

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Zitiervorschau

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BARALHO PETIT:

LE lX91(~!2l 1.

.0 'fOrALIDADE

Pesquisa sobre a origem, a estrutura eo simbolismo do sofisticado orckulo frances de Mlle. Lenormand

:

"Em reIa~ao a todos os atos de iniciativa e de cria~ao existe uma verdade fundamental, cujo desconhecimento mata inUmeros ideais e pIanos esplendidos: a de que no momento em que nos comprometemos, a Providencia move-se tambem. Todas especies de coisas ocorrem e acontecem para nos ajudar, que de outro modo nao teriam ocorrido. Toda corrente de acontecimentos brota da decisao, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes, encontros e assistencia material que nenhum ser humano sonharia que viesse em sua dire~ao. o que quer que voce possa fazer ou sonha que possa, fa~a-o! Coragem contem genialidade, poder e magia. Comece agora!"

As principais inten~oes deste trabalho de pesquisa sao resgatar e divulgar 0 Baralho Petit Lenormand, oraculo poderoso criado por Marie-Anne AdelaIde Lenormand, na Fran~a, por volta do ano de 1800. Esta pesquisa, fruto de urn trabalho arduo e paciente, em razao do escassomaterial disponivel sobre 0 assunto, esta longe de ser completa. Tenho, porem, absoluta convic~ao de que podera constituir-se num ponto de partida e estimulo a todos aqueles que estudam ou trabalham com esse fascinante oraculo. Este trabalho sera apresentado sob dois enfoques: Teorico: origens e estrutura do baralho, e os aspectos adivinhatorios e simbolicos das laminas; Pd,tico: metodos de leitura ou tiragem, bem como 0 aspecto ritualistico da prepara~ao das cartas. Fa~o-ocom prazer para atender insistentes pedidos de leitores residentes em regioes distantes, apesar de ter plena conscienciade que essas praticas, segundo a Tradi~ao, devam ser transmitidas oralmente. Nao tanto por uma questao de segredo, mas pelos aspectos praticos e dinamicos envolvidos, que so serao bem assimilados pelo aluno ao manusear as cartas. Todo novo aprendizado envolve particularidades, detalhes e procedimentos que transcendem os aspectos teoricos que podem ser encontrados em livros e manuais, e que somente urn instrutor capacitado podera transmitir de forma eficiente e eficaz. Tudo come~ou em 1972,quando tive a sorte de freqiientar urn grupo de estudos esotericos. Nele, guiado pelas maos seguras e amorosas do Guru, Prof. Molinero, tomei conhecimento das mais variadas tecnicas e linhas filosoficas dessa inesgotavel area do conhecimento humano. Apos urn longo periodo de estudo e aprendizado, chegou finalmente 0 momento em que tive de optar por urn campo, passando a me dedicar somente ao estudo e pesquisa da Astrologia e do Taro. A partir de 1986passei a ministrar cursos e seminarios nessas areas na Orion - Clinica e Centro de Estudos de Psicologia Analitica.

No final de 1994, participando de urn grupo de estudo astrol6gico, vim a tomar conhecimento do Baralho Petit Lenormand. Tao logo vi 0 Baralho fui atraido por ele e, a partir de entao, a 5incronicidade come~ou a atuar. Posteriormente, no Wcio de 1995, participei de urn treinamento intensivo sobre esse oraculo. Meses antes da possibilidade de participar desse curso, visitando uma livraria especializada, deparei-me com urn exemplar do Baralho e 0 adquiri. No momento da compra, conferindo 0 Baralho, notei a ausencia de manual e entao solicitei urn livro explicativo sobre ele. A resposta foi "nao existe". Ao iniciar 0 curso, no entanto, descobri que existia urn pequeno manual, e eu havia sido "premiado" com a sua falta. Uma colega prontamente ofereceu-me uma c6pia. No sabado dessa mesma semana, participando de urn seminario, visitei "por acaso" 0 stand promocional da referida livraria, que participava do evento. Aproveitei a oportunidade para relatar a funcionaria de plantao 0 ocorrido; ela lamentou a falta do manual e, ao mesmo tempo, informou-me que existia urn artigo nurna revista descrevendo as cartas do Baralho. Gentilmente, prontificou-se a enviar-me c6pia do artigo pelo correio. Terminado 0 curso e de posse das c6pias do manual e do artigo da revista, que foram estudados minuciosamente, dei inicio ao meu trabalho de pesquisa, meditando longamente sobre cada carta. Tomei consciencia, principalmente com rela~ao aos textos, de que todo 0 enfoque era dado a parte inferior da lamina - a Imagem - e nenhurna referencia era feita a sua parte superior - a Carta de Baralho e seu respectivo Naipe. A aten~ao exclusiva a Imagem da carta me parecia simplista demais e, dentro de mim, urn forte questionamento persistia: se Mlle. Lenormand, uma pessoa altamente versada no Esoterismo, incluiu a Carta de Baralho e a Imagem, ambas necessitavam ser analisadas. Passei varios dias relendo os textos, examinando carta por carta, e nada acontecia. Finalmente, resolvi esquecer a ordem nurnerica das cartas, agrupando-as e ordenando-as segundo os Naipes. A seguir decidi compara-las as cartas do Taro Mito16gico, meu instrumento de trabalho diario, e tudo come~ou a ficar mais claro! Descobri que 0 Baralho Petit Lenormand era

composto apenas pelas laminas As, 6, 7, 8, 9, 10, Valete, Rainha e Rei, nao sendo incluidas as cartas 2, 3, 4, 5 e Pajem. De repente, minha aten~ao foi atraida para as cartas 28 (As de Copas / Cavalheiro) e 29 (As de Espadas / Dama). Descobri nelas, expressos de forma clara, os conceitos de Anima e Animus definidos pelo Dr. Carl Gustav lung aproximadamente 70 anos ap6s a morte de Mlle. Lenormand. A simbologia utilizada era clanssima: • Cavalheiro: exterior masculino, postura forte, racional (lmagem) versus interior feminino, fragil, emocional (Naipe); • Dama: exterior feminino, postura delicada, emocional (Imagem) versus interior masculino, forte e racional (Naipe). Estava descoberta a chave: cada carta, atraves de seu Naipe e sua Imagem, apresenta aspectos complementares de uma mesma realidade. Restava ainda uma preocupa~ao: por que Mlle. Lenormand havia eliminado as cartas 2, 3, 4 e 5 em seu baralho? Para a carta do Pajem, ja conhecia a resposta: no baralho comum, utilizado em jogos, essa figura e seu significado foram incorporados a carta do Valete. A resposta nao tardou a chegar quando entrei em urna livraria e fui atraido por uma banca de saldos. Apanhei urn livro que tratava das Artes Adivinhat6rias em geral e examinei os capitulos relacionados a Astrologia e Taro, nao encontrando nada interessante. Continuei folheando ate que abri "ao acaso" no capitulo que tratava da Numerologia e, imediatamente, focalizei minha aten~ao num paragrafo que descrevia os ntuneros de 1 a 5 e de 6 a 10 -la estava a resposta que eu buscava! A partir desse ponto meu trabalho come~ou a fluke a ganhar corpo. Na elabora~ao desta pesquisa, visando transmitir informa~Oes seguras e precisas, consultei inumeras obras de autores famosos, devidamente creditadas na bibliografia incluida no final deste trabalho. Em abril de 19960 texto basico foi concluido, iniciando-se 0 processo de revisao final. 56 entao resolvi escrever para os detentores dos direitos autorais do Baralho Petit Lenormand, AGM AGMiiller, na 5ui~a, expondo meu projeto. Para a minha alegria e espanto, em quinze dias recebi a resposta: a licen~a para utilizar as cartas neste trabalho

de pesquisa, a titulo de ilustrac;ao, e, graciosamente 0 livro The Oracle of Mlle. Lenormand, de Ema Droesbeke yon Enge, Editora Urania Veriags AG. Esse livro foi extremamente uti! no processo de revisao final, principalmente quanto aos aspectos historicos apresentados. Menciono esse fato por tratar-se de urn magnifico exemplo de atenc;ao, seriedade e eficiencia que todos nos, brasileiros, deveriamos aprender e praticar. Este relato pessoal visou nao somente dar uma ideia de como este trabalho foi desenvolvido, mas, principalmente, chamar a atenc;aopara a ac;aomaravilhosa da Sincronicidade em nossa vida. Segundo Dr. Carl Gustav lung, urn dos fundadores da psicologia modema, a Sincronicidade e 0 fenomeno no qual urn evento no mundo exterior coincide, significativamente, com urn estado mental psicologico. E urn prindpio de conexao acausal, uma conexao essencialmente misteriosa entre a psique pessoal e 0 mundo material, baseada no fato de que, no £Undo,estas sao apenas diferentes formas de energia; fenomeno esse tambem estudado pelo fisico Wolfgang Pauli. Isto prova que 0 "acaso" nao existe! Segundo estudo recente, a Sincronicidade nada mais e do que a manifestac;aodas Forc;asAngelicas atuando positivamente em nosso beneficio, auxiliando nosso crescimento. Esta abordagem, feita pela autora americana Terry Lynn Taylor, parece-me bastante apropriada: "Os anjos nao apenas arranjam coincidencias uteis, como podem usar esse poder para enviarnos mensagens. Urn dos modos pelos quais se comunicam conosco e atraves de sincronismos. Urn sincronismo e uma coincidencia na qual voce reconhece aquele estranho algo mais. Os sincronismos sao dificeis de descrever; precisam ser experimentados e explorados pessoalmente". Acredito sinceramente que esta autora encontrou 0 caminho certo, precisamos apenas estar sintonizados e atentos a essas maravilhosas forc;as sutis. Minhas experiencias cotidianas tern confirmado este fato! Sempre que estamos sinceramente dedicados e dispostos a trabalhar num projeto ou a realizar urn sonho, as poderosas energias do Cosmo entram em ac;aoe tudo passa a conspirar a nosso favor!

Neste momento, dez anos depois de ter concluido a introduc;aoacima,me dou conta de quantas surpresas e desafios este trabalho me reservava. Lembro-me elaramente das palavras de meu mestre, Prof. Molinero, quando the apresentei este projeto: "Esteja preparado! Voce esta entrando num universo desconhecido, radicalmente diferente daquele em que esta habituado a trabalhar". Entendo agora perfeitamente 0 que, profeticamente, ele estava querendo dizer. Eu nao podia imaginar as dificuldades que teria de enfrentar ao tentar divulgar este sofisticado Oraculo na pratica. Desconhecia a carga energetica negativa de crenc;a e superstic;ao que 0 impregnava, fruto de uma popularizac;ao simploria e vulgar, voltada em geral para a obtenc;aode urn ganho facil.Infelizmente, isso tern me obrigado a fazer urn trabalho de conscientizac;aopreparatorio, em geral cansativo e pouco simpatico, antes de iniciar minhas aulas nesta tecnica,buscando, atraves dessa limpeza, a harmonizac;ao do grupo. Tal coisa jamais ocorreu nas outras areas a que me dedico, especificamente: a Astrologia e 0 Taro. Profissionalmente falando, confesso: nao estava preparado para enfrentar a deslealdade, as trapac;ase a pirataria que infestam este meio. Por outro lado, nao posso deixar de mencionar 0 Sucesso que tenho akanc;ado, grac;as,sem duvida, a protec;aodo Cosmo que nunca me desampara, aliada ao meu trabalho incansavel e dedicado. E urn premio verificar, ao fim dos cursos, como as pessoas saem transformadas: confiantes, seguras de si e conscientes de que terao muito estudo e trabalho pela £rente antes de poder utilizar este Oraculo com proficiencia. Vou continuar lutando ... 0 trabalho de Mlle. Lenormand merece e nao pode ser desperdic;ado!

a

Baralho Petit Lenormand, composto por 36 cartas, foi criado por Marie-Anne Adelaide Lenormand, a grande Sibila do Seculo XIX. Mlle. Lenormand, como e mais conhecida, nasceu na cidade francesa de Alen~on, regUio de Orne, em 27 de maio de 1772.

Sua vida e obra estao envoltas numa aura de misterio e lendas, mas podemos afirmar, com toda a seguran~a, tratar-se de uma pessoa altamente evoluida, versada em Astrologia, Mitologia, Cabala, Taro, Numerologia, Alquimia, Geomancia, e tambem no estudo das Flores como instrumento de mensagem oracular. Nos seus 71 anos de vida, ficou famosa pelas previs6es que fez as figuras ilustres da epoca, como Jean Paul Marat, Antoine Saint-Just, Maximilien Robespierre, Fouche, Barras, General Moreau, 0 cantor Garat, 0 pintor David, 0 principe Talleyrand, Napoleao Bonaparte e sua esposa, Josephine de Beauharnais. Mlle. Lenormand era ao mesmo tempo temida e respeitada - uma verdadeira "bruxa", sempre acompanhada de seu fiel gato preto. Era uma mulher de porte altivo e elegante, dotada

de grande forc;a de vontade e autoridade. Sua comunicac;ao era clara, com analise das questoes feita com imparcialidade e precisao. Era dotada de forte intuic;aoaliada a urna mente calma, ponderada e pratica,e tinha habilidade manual acentuada e sensibilidade artistica - ela mesma idealizou e desenhou seus baralhos. Gostava de envolver-se em atividades intelectuais, passando longos periodos nos museus e bibliotecas, pesquisando e estudando. E provavel que tenha tido participac;ao ativa em grupos esotericos, que nessa epoca eram obrigados a se manter ocultos, ja que forte repressao era exercida por parte das autoridades. Nao podemos esquecer que, desde 1666, Jean-Baptiste Colbert, ministro frances, ao fundar a Academia de Ciencias proibiu a prcitica e 0 estudo da Astrologia e de todos os outros ramos do conhecimento esoterico, tachando-os de crendices e superstic;oes. Para evitar problemas, ela mantinha em sua residencia na Rue de Toumon, n 5 - Faubourg Saint-Germain, a "Livraria Mlle. Lenormand", onde discretamente atendia a clientela num pequeno salao cabalistico localizado no porao do edificio. Consta que praticava seu trabalho de acordo com as posses do cliente: este poderia optar por urna consulta de 6, 10, 20 ou 400 francos. Mas, como era uma escritora prolifera, sua livraria provou ser ainda urn canal extremamente eficiente e lucrativo na distribuic;ao e divulgac;ao de suas obras, dentre as quais destacaremos: Q

Les Memoires Hist6riques et Secrets de l'Imperatrice Josephine. Les Souvenirs Prophetiques. Les Oracles Sibyllins. La Sybylle au Tombeau de Louis XVI. La Sybylle au Congres d'Aix-la-Chapelle. Suivi d'un Cup-d'reil sur Celui de Carlsruhe. Les Souvenirs de la Belgique ou Le Proces Memorable. L'Ange Protecteur de La France au Tombeau de Louis XVIII. L'Ombre de Catherine II au Tombeau d'Alexandre I. Sua infancia em Alenc;on foi muito boa. Seu pai era urn abastado comerciante de tecidos. Tao logo atingiu a idade escolar, foi matriculada na Abadia Real das Monjas Beneditinas.

Durante sua permanencia neste local, Marie-Anne experimentou os primeiros lampejos de seus poderes psiquicos, anunciando a iminente transferencia e substituic;ao da Abadessa por uma senhora proveniente da regiao de Picardie. Sendo urna simples crianc;a,divulgou os detalhes de sua visao cerca de dez meses antes de 0 evento materializar-se, e quando os fatos comprovaram 0 acerto de sua previsao, e facil imaginar o espanto e a admirac;ao que tomou conta de toda a irmandade. Com a morte de seu pai os negocios foram drasticamente atingidos, resultando serias dificuldades financeiras. Mlle. Lenormand, depauperada, mudou-se em 1786 para Paris. Trabalhadora incansavel e estudante dedicada, logo conseguiu certa estabilidade e, nos anos futuros, grac;asa sua competencia nas artes adivinhatorias, granjeou expressiva notoriedade e respeito junto a alta sociedade francesa da epoca. Mlle. Lenormand viveu num penodo conturbado, marcado pela queda da monarquia absoluta e a ascensao da classe media ao poder. A difundida crenc;a de que a Revoluc;ao Francesa irrompeu porque a maioria do povo passava fome por falta de pao e de que a rainha Maria Antonieta, ante esse fate, teria dito a celebre frase: "Se nao tern pao que comam brioche", esta longe de ser uma verdade historica. A Franc;a, as vesperas da Revoluc;ao,era ainda urna nac;aorica e forte. A ascensao da classe media, detentora do poder economico e faminta de poder politico, foi a condic;ao basica para 0 deflagrar da Revoluc;ao. Os pobres e miseraveis que antes existiam continuaram na mesma situac;ao, ou ate pior, apos a instaurac;ao do novo govemo. 0 regime de terror que se estabeleceu, e teve seu auge sob a ditadura de Maximilien Robespierre, causou mais de 20 mil vitimas - urna matanc;a estarrecedora que so nas ultimas seis semanas de sua ditadura fez rolar 1285cabec;asno cadafalso de Paris. Mlle. Lenormand, inteligente, ativa e idealista, dedicada aos estudos e a ajudar ao proximo, sonhava com urn mundo melhor e, a seu modo, como intelectual, acompanhava e analisava os movimentos sociais da epoca. Quando eclodiu a Revoluc;ao,seus lideres utilizaram-se de todos os meios para conseguir 0 poder e, como normalmente acontece nessas situac;oes, nao tiveram

escnipulos em aceitar a participa\ao e ajuda das mulheres e, provavelmente, de outras minorias em suas fileiras. Assim, durante 0 processo revolucionario, as mulheres participaram ativamente da luta, liderando as passeatas que acabaram levando 0 rei a abandonar 0 seu castelo em Versailles. Mas, como sempre acontece, depois de terem sido "usadas" pelos lideres, logo foram esquecidas e colocadas de lado. Na Assembleia Nacional Francesa, em 1789, foi promulgada a Dec1ara\ao dos Direitos dos Homens que, como 0 proprio nome indica, contemplava somente os direitos dos homens. Surge como conseqiiencia 0 primeiro movimento para a libera\ao feminina, liderado por uma mulher notavel, Marie Olympe Gouges, escritora francesa nascida em 1748. Em Paris formaram-se varios grupos que passaram a lutar por igualdade de direitos politicos em rela\ao aos homens, mudan\as na legisla\ao conjugal e melhores condi\6es de vida. Em 1791, Marie Olympe publicou a Declara\ao dos Direitos da Mulher. Os resultados foram a sua condena\ao morte em 1793, por ordens de Robespierre, e a proibi\ao de toda e qualquer atividade publica para as mulheres. Isto nos da uma ideia de como 0 grande ideal "Liberdade, Igualdade e Fratemidade" foi muito rapidamente esquecido e substituido pel a ganancia, injusti\a e violencia. Nesse mesmo ana de 1793, e tido como certo que Mlle. Lenormand teria recebido em sua casa a visita de ilustres consulentes - Marat, Saint-Just e Robespierre. Mlle. Lenormand, diplomaticamente, conclamou-os a tomarem consciencia da gravidade da situa\ao reinante, e nao hesitou em alerta-Ios de que seriam vitimas de morte violenta e de que somente urn deles (Mar at) teria urn honroso funeral; os outros dois seriam alvo do escamio e da zombaria do povo enfurecido. Nunca saberemos se eles acreditaram ou nao na profecia, mas a Historia confirmou, com todos os detalhes, 0 acerto das palavras de Mlle. Lenormand. Gra\as a sua fama e sabedoria, Mlle. Lenormand circulava livremente nas altas rodas da sociedade parisiense da epoca. Essa mulher, com seu charme e misterio, cativava a todos; seu nome estava sempre na lista de convidados importantes, tanto

das grandes festas como das reuni6es mais intimas e seletas da sociedade. Em uma dessas festas conheceu Josephine de Beauhamais, futura esposa de Napoleao Bonaparte, que nessa epoca era apenas urn oficial de artilharia. Pouco tempo depois, tomaramse amigas, e Josephine tomou-a por conselheira.

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Mlle. Lenormand prognosticou que Napoleao ascenderia ao trono da Fran\a e dominaria grande parte da Europa; previu tambem sua queda, associada sua ambi\ao e seu orgulho desmedido. Napoleao, incredulo, deu uma gargalhada ao ouvir tal previsao, mas, novamente, Mlle. Lenormand estava certa! E interessante mencionar que Napoleao nao nutria muita simpatia por ela. Durante seu curto reinado, mandou prendela por duas vezes sob a alega\ao de que promovia agita\ao social e politica. Mas, como nenhuma prova concreta pode ser apresentada contra ela, Napoleao foi for\ado a liberta-Ia.

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Mlle. Lenormand faleceu em 25 de junho de 1843,deixando uma heranc;a consideravel de aproximadamente 120.000 francos. Elafoi sepultada no Cemib~rio Pere Lachaise, em Paris. Por algum motivo desconhecido, 0 material escrito e os baralhos criados por Mlle. Lenormand desapareceram temporariamente, apos sua morte. Por volta de 1893 - 50 anos apos sua transic;ao - seus dois baralhos voltaram a circulac;ao: 1. Grand Jeu de Mlle. Lenormand: composto por 54 cartas de simbolismo complexo, onde sac utilizados principios Astrologicos, Mitologicos, Hermeticos, Alqufmicos e Florais. 2. Petit Lenormand: composto por 36 cartas - objeto deste nosso estudo. Na epoca atual, 0 Grand Jeu de Mlle. Lenormand e publicado na Franc;a pela Grimaud Cartomancie, France Cartes. a Baralho Petit Lenormand e publicado e impresso na Suic;a,pela AGM AGMilller.

as Sete Principios Hermeticos Quando tentamos dar os primeiros passos no Esoterismo, atraves do estudo da Astrologia, da Cabala, da Numerologia, do Taro e de tantos outros caminhos, em geral enfrentamos grande dificuldade. Ficamos confusos e perdidos com a avalanche de termos e conceitos que temos de dominar, dos paradoxos que temos de enfrentar. Se nao tivermos muita perseveranc;a e urn desejo autentico de crescer e de mudar, desistimos. Isto resulta, principalmente, da falta de urn embasamento teorico-filosOfico nos principios que fundamentam a tradic;ao esoterica. a conhecimento desses principios universais pode facilitar, e muito, 0 nosso avanc;o por esses caminhos. Hermes Trismegisto, 0 "Tres Vezes Grande", era considerado pelos egipcios 0 Mensageiro dos Deuses, por lhes haver transmitido ensinamentos e ter implantado a tradic;ao sagrada e 0 ensino das artes e das ciencias em suas Escolas de Sabedoria. A medicina, a agricultura, a astronomia, a astrologia, a botanica, a geologia, a matematica, a musica, a arquitetura e a ciencia politica eram ministrados nessas Escolas. A Ciencia Hermetica e baseada em seus ensinamentos e comprova, com seus preceitos, que 0 Grande Hermes veio transmitir para a humanidade uma Sabedoria Divina. A Filosofia Hermetica se baseia nos Principios Hermeticos incluidos no livro The Kybalion, e parece destinada a plantar uma semente de Verdade no corac;aodos sabios que perpetuam e transmitem os seus ensinamentos. Em todas as civilizac;oes sempre existiram ouvidos atentos a esses preceitos. Sao eles: 1. Principio do Mentalismo a Todo e Mente; 0 Universo e Mental. 2. Principio da Correspondencia Assim como em cima, assim e embaixo; assim como embaixo, assim e em cima. 3. Principio da Vibrac;ao Nada permanece estatico; todas as coisas se movem e vibram.

4. Principio da Polaridade Tudo e dual; tudo possui p610s; todas as coisas sao constituidas por pares opostos; os opostos sao identicos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se encontram; todas as verdades sao apenas meias verdades; todos os paradoxos podem ser harmonizados. 5. Principio do Ritmo Tudo fIui, para dentro e para fora; tudo tern sua ocasiao; todas as coisas sobem e descem; a medida da oscilac;aopara a esquerda e a medida da oscilac;aopara a direita; 0 ritmo se equilibra. 6. Principio da Causalidade Toda Causa produz urn Efeito; todo Efeito tern sua Causa; todas as coisas acontecem de acordo com uma ordenac;ao;0 acaso e apenas urn nome para uma lei nao reconhecida; existem muitos niveis de causalidade, mas nenhum escapa da Lei Universal. 7. Principio do Genero esta em tudo; tudo tern os seus principios Masculino e Feminino, 0 genero se manifesta em todos os pIanos.

o genero

Diz 0 Kybalion: "Em qualquer lugar que se achem os vestigios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber 0 seu Ensinamento se abrirao completamente. Quando os ouvidos do discipulo estao preparados para ouvir, entao vem os labios para enche-Ios de sabedoria" . Porem, 0 Kybalion tambem nos ensina que: "Os labios da Sabedoria estao fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento" . Os Templosde Iniciac;aoforam estabelecidosno antigo Egito, e atraves de seus portais eram admitidos os ne6fitos. Depois de urn longo periodo de treinamento e muito estudo, ap6s terem atingido 0 grau de Mestres e Adeptos, eles deixavam 0 Templo e iniciavam sua missao de levar aos confins da terra 0 precioso conhecimento que possuiam, a fim de ensina-Io aqueles que estivessem preparados para compreende-Io.

Atualmente, 0 termo "hermetico" significa secreta, fechado de tal maneira que nada escapa, significando que os discipulos de Hermes sempre observavam 0 principio do segredo nos seus preceitos. Os antigos instrutores pediam esse segredo, mas nunca desejaram que os ensinamentos nao fossem transmitidos. Jamais instituiram uma religiao, de forma que esses principios pudessem ser aproveitados por todos e que nao fossem propriedade exc1usivade nenhum credo. De fato, os 'Principios Hermeticos' sao baseados nas Leis da Natureza, e como tais pertencem somente a Ordem Divina. Mais uma vez, 0 Kybalion nos exorta: "As doutrinas sempre foram transmitidas de Mestre a Discipulo, de Iniciado a Hierofante, dos labios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte, sua verdade foi propositadamente velada com os termos da Alquimia e da Astrologia, de modo que s6 os que possuem a chave a podem ler bem" . o Baralho Petit Lenormand, por estar perfeitamente alinhado a esses Principios - como poderemos observar no decorrer da analise de seus aspectos estruturais - constitui valioso instrumento para 0 autoconhecimento e 0 desenvolvimento pessoal.

Visando facilitar 0 estudo e 0 entendimento desse oraculo, apresentarei suas cartas inicialmente classificadas segundo 0 Naipe e, em seguida, classificadas segundo a Numera~ao.

I. Classifica~ao das Cartas segundo os Naipes Esta abordagem visa: 1. facilitar acompreensao do significado das mensagens contidas nas cartas, pois estaremos focalizando as divers as motiva~5es que atuam e influenciam 0 ser humano no seu cotidiano de forma sistematica; 2. analisar em profundidade os conceitos basicos de Astrologia, Cabala, Taro, Numerologia e Arquetipos, utilizados por Mlle. Lenormand na cria~ao deste Baralho aparentemente simples a primeira vista, mas que encerra em si conhecimentos profundos e aspectos simb6licos inesgotaveis. Esta e a armadilha preparada para aqueles que se aproximam desse oraculo de maneira superficial, usando-o apenas no seu carater popular - adivinhar 0 futuro - quando, na verdade, ele e poderoso instrumento de autoconhecimento e crescimento pessoal para aqueles que saibam meditar, analisar e estudar em profundidade. As 36 cartas do Baralho Petit Lenormand devem ser analisadas segundo a ordem dos Naipes encontrada nos Arcanos Menores do Taro; que por sua vez obedecem aos prindpios estabelecidos pela Cabala, como segue: Naipes

Cartas Numeradas

Paus "Copas • Espadas .,.

As, 6, 7, 8, 9, 10 As, 6, 7, 8, 9, 10 As, 6, 7, 8, 9, 10 As, 6, 7, 8, 9, 10

Ouros



Cartas da Corte Valete, Rainha e Rei Valete, Rainha e Rei Valete, Rainha e Rei Valete, Rainha e Rei

AS Naipes expressam a teoria dos Elementos. as Elementos referem-se as for~as ou energias vitais que formam toda a Cria~ao percebida em comum pelos seres humanos. Eles revelam a capacidade de participar de certas esferas da exisb~ncia e de sintonizar-se com areas espedficas de experiencia de vida. Esses elementos - e born que fique claro - nada tern a ver com os elementos da Quimica. a conceito "Elementos" aparece em diversas culturas da Aniguidade. Nesta pesquisa utilizaremos os prindpios estabelecidos pela tradi~ao astrol6gica e pelas doutrinas dos fil6sofos gregos. Segundo esta linha de pensamento filos6fico, a natureza possui ao todo quatro elementos basicos, tambem chamados "raizes": Fogo, Terra, Ar e Agua. Todas as transforma~5es da natureza resultam da intera~ao desses quatro elementos, que depois, novamente, separam-se urn do outro. Assim, tem-se urna ordem quatemaria que se traduz por natureza, temperamentos, etapas e manifesta~5es da vida humana. Elementos

Fogo

Terra

Ar

Agua

Esfriar

Fluir

Outono

Etapas da Vida Opera~oes . Alquimicas Fun~oes da Psique

Intui~ao

Sensa~ao

Pensamento

Expressao Amorosa

Idealizada

Sensual

Intelectual

Romantica

Estilo de Trabalho

Dinamico

Pratico

Teorico

Emocional

Orienta~ao Espiritual

Teologia

Ciencias

Filosofia

Metafisica

Naipes

Paus

Ouros

Espadas

Copas

Sentimento

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No Taro, essencialmente ligado tradic;ao cabaHstica, encontramos os quatro Naipes ou Elementos classificados nurna ordem diversa anteriormente apresentada, a astrol6gica. No enfoque cabalistico, os elementos apresentam-se na seqiiencia: Fogo, Agua, Ar e Terra, ordem esta que explicita 0 Plano Divino da Criac;ao. A Cabala descreve 0 universo como sendo dividido em quatro mundos: 1. Atziluth - Fogo Fundamental: 0 Mundo da Emanac;ao, 0 mundo do Espirito Puro que ativa todos os outros mundos, que dele derivam. Representa a inteligencia, 0 divino, 0 inconsciente coletivo, 0 arquetipo. Nesse mundo nada mais ha senao 0 reflexo dos dez atributos divinos e os Dez Nomes de Deus, cada qual relacionado a urn atributo. 2. Briah - Agua Fundamental: 0 Mundo da Criac;ao, 0 myel do intelecto puro. Representa 0 amor, 0 inconsciente individual, o divino no humano. Nesse mundo, habitado por seres angelicais, encontramos a ideia original da Criac;ao, 0 potencial, a semente de tudo 0 que existe. 3. Yetzirah - Ar Fundamental: 0 Mundo da Formac;ao, onde sao encontrados os sutis e efemeros padroes subjacentes materia. Representa a luta, 0 consciente, os atos da realizac;ao humana. Esse mundo, habitado pelas hostes angelicais, e 0 mundo planetario, onde a ideia adquire forma, composta de materia astral, e onde a separac;ao ja se distingue em elementos relativamente independentes. E nesse plano que ocorre a separac;ao dos aspectos masculino e feminino, 0 que explica 0 relato duplo da criac;ao do ser humano, em Genesis 1,27 e Genesis 2,7. 4. Assiah - Terra Fundamental: 0 Mundo da Ac;ao, que contem tanto 0 mundo fisico das sensac;oes como as energias invisiveis da materia. Representa 0 corpo, a materia onde os atos se concretizam. Esse e 0 mundo fisico e sensorial, a Criac;ao no seu maior grau de materialidade, os reinos mineral, vegetal e animal. Este e 0 local onde 0 ser humano habita desde a Queda, quando perdeu 0 direito ao habitat original para 0 qual foi criado (Mundo de Yetzirah), onde recebeu urn corpo denso sobre seu corpo astral original, e onde devera trabalhar pela recuperac;ao de seu estagio evolutivo anterior,

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e, alem disso, pela restaurac;ao de toda a Criac;ao ao seu estado original de Dnidade retomando Fonte. as Arcanos Menores do Taro descrevem e sintetizam, simbolicamente, esse processo da Criac;ao Divina. Cad a Naipe esta relacionado a urn dos mundos: Paus a Atziluth, Copas a Briah, Espadas a Yetzirah e Ouros a Assiah.

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Polaridade e Genero Anteriormente, quando analisamos os Sete Principios Hermeticos que fundamentam todo 0 conhecimento esoterico, tomamos conhecimento de que "tudo e dual; tudo possui p610s; todas as coisas sao constituidas por pares opostos" e que "0 genero esta em tudo; tudo tern seus principios Masculino e Feminino, 0 genero se manifesta em todos os pianos". as Elementos expressam esses principios em suas manifestac;oes: 1. Fogo e Ar evidenciam 0 principio Ativo, Masculino, Positivo, Yang. ~. Terra e Agua evidenciam 0 principio Passivo, Feminino, Negativo, Yin. Em todo processo criativo faz-se ne~essario 0 concu~so destas duas forc;as, uma das quais tera de estar em ac;ao, exaurindo-se para chegar a urn estado de equilibrio, enquanto a outra permanecera inerte, em potencial, espera de estimulo. Esta ultima, a forc;afeminina, pode ser comparada a uma car~a de dinamite, em cujas particulas esta concentrada a ene~gla em forma latente, enquanto que a primeira, a forc;a masculma, pode ser comparada a urna chispa eletrica ou a urn ~olpe que detona, liberando a energia latente. Estas forc;as, 10gIcamente, estao presentes e atuantes nos seres humanos. Todo ser humano deve ser consider ado sob dois aspectos: como uma individualidade ou totalidade e como uma personalidade ou forma externa. Em sua individualidade, 0 ser humano e bilateral, positivo e negativo, tern uma fase dinamica e outra estatica, e e, portanto, "masculino e feminino" ou "feminino e masculino" de acordo com a relac;ao existente entre "forc;a" e "forma" em sua estrutura. A personalidade, porem, e unilateral e tern urn sexo definido: temos urn corpo fisico ou forma, no

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qual a con£igura~aodos orgaos geradores determina a parte que desempenharemos na polaridade da vida. Procuraremos, a seguir, dar uma ideia das motiva~oes e energias relacionadas a cada Naipe. as quatro Naipes - Paus, Copas, Espadas e Ouros - descrevem alegoricarnente as experiencias nas quatro dimensOesda vida. Atraves deles podemos vislumbrar as experiencias da vida cotidiana com as quais nos deparamos em situa~oes as mais diversas - negocios, relacio~ namentos, oportunidades, desafios, imprevistos - bem como os estados de espirito que vivenciamos. Essas qualidades ou motiva~oes podem se manifestar de forma positiva ou negativa, pois todos nos, a cada momento, estamos buscando algo alguns lutam por poder, outros por espiritualidade; uns buscarn riqueza ou seguran~a, outros procuram experiencias emocionais ou prazer ao nivel sensual. Harmonizar e conciliar todos estes apelos e motiva~oes nao e tarefa facil. Cabe a nos, uma vez deles conscientes, usar de nosso Livre Arbitrio para canaliza-Ios adequadamente, estabelecendo, assim, urn equilibrio dos nlveis espiritual, emocional, intelectual e fisico que integram 0 nosso ser. Paus: esta associado ao elemento Fogo e a polaridade Masculina-Positiva,representando a inteligencia, 0 divino, 0 inconsciente coletivo. Representa a intui~ao, a a~ao, 0 entusiasmo, a energia, 0 movimento, 0 desejo de aventura, a criatividade, os projetos, 0 otimismo, a paixao, a vitalidade, a lideran~a, 0 impulso sexual, a coragem, a independencia e a autocon£ian~a.A vibra~ao negativa de Paus gera a apatia, 0 pessimismo, a estagna~ao, a imprudencia, 0 egoismo, os bloqueios e as perdas. Copas: esta associado ao elemento Agua e a polaridade Feminina-Negativa, representando 0 amor, 0 inconsciente individual, 0 divino no humano. Representa 0 amor, a emo~ao, a arnizade, os sentimentos, a fantasia, a receptividade, a profundidade, a paz, a intimidade, a prote~ao, a nutri~ao, a sensibilidade, as artes, as religioes, 0 instinto, a abnega~ao e a memoria. A vibra~ao de Copas, tao sutil e maravilhosa, pode ser usada negativamente gerandQa acomoda~ao,a pregui~a, os sentimentos vingativos, a inseguran~a, a inconsistencia e a dependencia.

Espadas: esta associado ao elemento Ar e a polaridade Masculina-Positiva, representando os atos da realiza~ao humana, a luta, 0 consciente. Representa 0 processo intelectual e mental, a razao, a logica, 0 conflito, 0 movimento, 0 pensamento, a comunica~ao,a flexibilidade, 0 relacionarnento, a inquieta~ao, a bravura, a luta, a critica, a abstra~ao, a teoria e a analise. A vibra~ao negativa de Espadas gera a dor, os sofrimentos, a violencia, a morte, a destrui~ao, a indisciplina e omedo. Ouros: esta associado ao elemento Terra e a polaridade Feminina-Negativa, representando 0 corpo, a materia onde os atos se concretizam. Representa a riqueza, a realiza~aomaterial, a estabilidade, 0 corpo fisico, a seguran~a, 0 senso pratico, a fertilidade, 0 controle, a ordem, 0 trabalho, a economia, a estabilidade, a perseveran~a, a concretiza~ao, a propriedade e as tradi~oes. A vibra~ao negativa de Ouros gera a luxuria, a avareza, 0 oportunismo, a cobi~a, a incapacidade fisica, a corrup~ao ea rigidez.

Se os Naipes estao associados aos Elementos, como vimos anteriormente, as Cartas da Corte, atraves das figuras do Rei, da Rainha e do Valete, expressam e manifestam os Modos de A~ao da Astrologia, que saDtres: Cardinal, Fixo e Mutavel. as Modos de A~ao expressam os Princfpios Hermeticos da Vibra~ao e do Ritmo. A dinamica universal tern duas mani£esta~oes basicas: Impulso (Moviment6 Linear) e Estabilidade (Movimento Rotatorio). Estas duas manifesta~oes criam uma terceira, que se caraderiza por urn movimento pendular e representa a for~ade equilibrio entre ambas: a Mutabilidade (Movimento Vibratorio). Atraves da analise de cad a uma das Figuras da Corte que cons tam do Baralho, podemos salientar os tra~os marcantes, tanto positivos como negativos, destas dinamicas: 1. Rei: expressando 0 modo Cardinal (Impulso), e autoritario, forte e cheio de energia para organizar. Reflete a forma criativa e empreendedora de se relacionar com a vida; a vontade forte de atingir metas e realizar suas ambi~oes.

Correlaeiona-se com 0 principio da a~ao e simboliza 0 inieio de movimento de energia numa dire~ao definida. Sua tendeneia natural positiva e expressa atraves da capacidade de empreender, da eficaeia e positividade, da agressividade e criatividade, da conseieneia de si mesmo, da vontade de realizar e da independencia. Indica atividade, energia, coragem, inieiativa e audaeia. 0 abuso ou exagero desses tra~os gera a busca exacerbada de si mesmo, 0 desejo de domina~ao total de todas as situa~oes, a impaciencia para com os outros, a crueldade extrema, a tendeneia ao oportunismo, a irreflexao, o despotismo, a dispersao e 0 orgulho. 2. Rainha: expressando 0 modo Fixo (Estabilidade), e consistent~, persistente, leal e confiavel e, em geral, muito paeiente. E a imagem da estabilidade, da receptividade, da prote~ao e nutri~ao. Representa a energia concentrada acumulada intemamente em dire~ao a urn centro ou irradiandose extemamente a partir de urn centro. Sua tendeneia natural positiva e expressa pela coerencia, lealdade e seguran~a, paciencia e persistencia, grande reserva de for~a e intencionalidade. Indica a realiza~ao, a concentra~ao, a constaneia e a reflexao. 0 abuso ou exagero desses tra~os gera a teimosia, a intransigeneia, 0 fanatismo, a frieza, 0 egoismo e a tendeneia ao enfado e a inani~ao. Presa dos habitos e rotinas, tende posse de tudo e resisteneia a qualquer mudan~a, mesmo que haja a possibilidade de ela ser benefica. 3. Valete: expressando 0 modo Mutavel (Flexibilidade), e adaptavel e volatil, sempre disposto a mudar as condi~oes do ambiente que 0 cerca. Esta sempre buscando novas metas ou desafios. Correlaeiona-se com flexibilidade e mudan~a constante e pode ser concebido como urn padrao espiralado de energia. Sua tendeneia natural positiva e expressa pela faeilidade de adapta~ao, capacidade de tirar 0 maximo do minimo, complaceneia diante das palavras e das pessoas, apreensao faeil de novos metodos e capaeidade de ver todas as saidas. Indica sensibilidade, maleabilidade e percep~ao. 0 abuso ou exagero desses tra~os gera a tendeneia a perder a autonomia e 0 objetivo, levando inconstaneia, ao usa indiscriminado das palavras e descuido na escolha de amigos, faHa de perseveran~a e

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percep~ao de detalhes, negligenciando a visao global das questoes. A combina~ao dos fatores anteriormente descritos - os quatro "Elementos" e os tres "Modos de A~ao" - permitira a defini~ao dos doze "Signos AstroI6gicos". Conseqiientemente, na medida em que assoeiamos cada Figura da Corte com urn Naipe estamos, em realidade, enfocando urn Signo Astrol6gico, como demonstrado no quadro a seguir: Cardinal Rei Fogo-Masculino-Paus .A.gua-Feminino-Copas Ar-Masculino-Espadas Terra-Feminino-Ouros

Fixo Rainha

Aries Leao Cancer Escorpiao Libra Aquario Capric6mio Touro

Mutavel Valete Sagitario Peixes Gemeos Virgem

Minha inten~ao ao enforcar este aspecto e motivar 0 leitor ao estudo e analise dos Signos Astrol6gicos. Existem centenas de livros que tratam desse assunto, alguns deles meneionados na bibliografia no final desta pesquisa. Esse conhecimento podera ajuda-Io muito na amplia~ao e enriquecimento dos aspectos adivinhat6rios das Cartas.

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Ao adotarmos 0 criterio de agrupar as laminas do Baralho Petit Lenormand por N aipes, urn fato chama a nossa aten~ao de imediato: Mlle. Lenormand nao incluiu as cartas de numero 2, 3, 4 e 5, optando apenas pela inclusao das cartas de numero l(As), 6, 7, 8, 9 e 10. A justificativa para esse procedimento nos dad a pela Nurnerologia. numero 1 (As) simboliza 0 Absoluto, a Divindade, a Unidade, 0 Todo. E 0 masculino e 0 positivo, 0 Pai Criador do Universo, 0 Ser/Nao Ser, 0 Grande Cosmo. Como tal, jamais pode ser excluido. Os numeros 2, 3, 4 e 5 descrevem 0 Processo da Cria~ao - a Unidade se diferencia (Binario), se organiza (Temario), se realiza (Quatemario) e se exprime pela Vida (Quinario). Este processo constitui, de certo modo, urn caminho de involu~ao,

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de descida para materia, que 0 Absoluto realiza por Puro Amor. Como tal, e uma prerrogativa exclusiva da Divindade. Ja os nu.meros 6,7,8,9 e 10 estiio relacionados a Queda do Ser Humano. Esta segunda metade da serie mostra 0 caminho do Retorno. E 0 caminho que seguem as individualidades criadas na materia para retornar a Unidade, ao Absoluto. Com base nestes principios, podemos verificar que a exc1usiio feita e plenamente justificavel e acertada. Mlle. Lenormand, ao criar 0 seu Baralho, exc1uiu as primeiras cartas por pertencerem ao Processo de Cria~iio Divina. Profunda conhecedora da sabedoria antiga, estava interessada em criar urn oraculo eminentemente pratico e essencialmente voltado aos aspectos materiais, ao cotidiano do ser humano depois da Queda; e que pudesse de alguma forma auxilia-Io em seu processo de crescimento e de retorno a Unidade. o Numero e 0 arquetipo mais puro que introduz a compreensiio do Cosmo, que e 0 Mundo Ordenado. Niio e possivel precisar a origem dos Numeros, mas a Antiguidade teve cultores da Matematica que estudaram essa questiio a fundo e estabeleceram grandes principios. Urn dos mais famosos matematicos do passado foi Pitagoras, filosofo grego do seculo VI a.c., que racionalizou os numeros num sistema funcional. Pitagoras tambem ensinava que os numeros tinham 0 seu lado mistico, 0 que 0 ligou a magia e as filosofias esotericas. Este filosofo deu origem ao movimento denominado Pitagorismo, que consider a essencial 0 papel dos numeros na Natureza. Em epoca mais recente, 0 Dr. Carl Gustav Jung considerou que os numeros niio haviam sido inventados, mas sim descobertos, ja que siio produtos espontaneos do inconsciente, que os utiliza como fator de ordena~iio. 0 Tao Te King nos ensina: "Tao gera 0 1, 0 1 gera 0 2, 0 2 gera 0 3, 0 3 gera os Dez Mil Seres". Assim, cada numero tende a engendrar urn nu.mero superior: 0 1engendra 0 2, 0 2 engendra 0 3 e assim por diante, porque cada urn deles e impelido a ultrapassar seus limites e, concomitantemente, tern a necessidade de urn oposto ou de urn parceiro. Logo, segundo esta corrente, atribuem-se aos numeros os impulsos dos seres vivos. A titulo de complementa~iio faremos, a seguir, uma breve descri~iio dos seus significados:

1- Unidade. Representa a Divindade ou 0 Absoluto. 0 Urn e tambem 0 Principio. Apesar de niio manifestado, e dele que emana toda a manifesta~iio e e a ele que ela retorna, quando se esgota sua exisb~ncia efemera; e 0 principio ativo e criador. EI~ e 0 simbolo do ser humano em pe - Unico ser vivo que usufrUl dessa faculdade, a ponto de certos antropologos fazerem da verticalidade urn sinal distintivo do homem ainda mais radical do que a raziio. 0 Urn encontra-se igualmente nas imagens da pedra erguida, do falo e~eto, do bast~o :rertical - representa 0 homem ativo, associado a obra da cna~ao. 2 - Dualidade. Representa a resultante do Gesto Divino para tomar consciencia de Si Proprio. 0 Absoluto, para tomar consciencia de Si Mesmo, deve Se diferenciar - pela confronta~iio entre Si, as partes se distinguem. A monada se transforma em consciencia. Surge assim a dualidade que esta na base de toda opera~iio de reflexiio, de reflexo. Simbolo de oposi~iio e de conflito, ess~ nu.mero indica 0 equilib~o r:ali~ado ou as amea~as latentes. E a cifra de todas as amblvalenClas e dos desdobramentos; e a primeira e a mais radical das divisoes (0 criador e a criatura, 0 branco e 0 preto, 0 macho e a femea, a materia e 0 espirito), aquela da qual decorrem todas as outras. Dois exprime urn antagonismo que de latente se torna manifesto; rivalidade e reciprocidade, que tanto podem se~ de Mio quanta de amor; uma oposi~ao, que pode ser contrana e incompativel, mas tambem complementar e fecunda.

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3 - Cria~ao, Equilibrio, Plenitude. 0 Tres e 0 desdobramento do Urn que torna a este cognoscivel. Ele simboliza 0 Ser Primordial. 0 Tres e, universalmente, urn nu.mero fundamental; exprime a ordem intelectual e espiritual em Deus, no Cosmo e no ser humano. E 0 numero perfeito, a expressao da totalidade, da conclusao e ~ada. pode ~e~ a ele acrescentado. Indica simultaneamente a Identidade umca de urn ser e a sua multiplicidade interna; a sua permanenc~a relativa e a mobilidade de seus componentes; a autonomla imanente e a sua dependencia. 0 ternario traduz tanto a dialetica no exercicio logico do pensamento, quanto 0 movimento na Fisica e a vida na Biologia.

4 - A~ao, Realiza~ao, Poder. 0 Quatro estabiliza e toma visivel a totalidade individual, demarca limites e esta fundamentalmente ligado a Terra. As significa~oes simb6licas do Quatro ligam-se as do quadrado e da cruz; e utilizado para significar 0 s6lido, 0 tangivel, 0 sensivel. Sua rela~13.ocom a cruz faz dele urn simbolo incomparavel de plenitude, de universalidade. 0 cruzamento de urn meridiano e de urn paralelo divide 0 planeta Terra em quatro setores. Em todos os continentes, chefes e reis, ao longo da Hist6ria, foram chamados de senhores dos quatro mares, dos quatro s6is, 0 que pode significar, ao mesmo tempo, a extens13.Oda superficie de seu poder e a totalidade desse poder sobre os atos de seus suditos. Existem quatro pontos cardeais, quatro ventos, quatro fases da lua, quatro esta~oes, quatro hum ores, quatro letras no nome de Deus (YHVH) e no do primeiro ser criado(ADAM). 5 - 0 Ser C6smico, Quinta-Essencia. 0 Cinco representa 0 ponto de jun~13.oentre dois mundos: horizontal/vertical ou terrestre/divino. Por estar situado na posi~13.ocentral dos nove primeiros numeros, e considerado 0 simbolo da uni13.o;0 numero nupcial, segundo os Pitag6ricos; 0 numero da harmonia, do centro e do equilibrio. 0 pentagrama e 0 emblema do amor criador e da beleza viva, do equilibrio da saude do corpo que, proje~13.oda Alma no plano material, reflete como ela 0 Grande Ritmo. Ele e 0 simbolo do Ser C6smico: 0 ser humano, de bra~os e pemas abertos, parece disposto em forma de estrela de cinco pontas. Espelha e reflete a Vontade Divina que n13.O pode desejar sen13.O a ordem e a perfei~13.o. 6 - 0 Ser Humano Expulso do Paraiso. 0 Seis representa 0 prindpio de for~as contrarias em equilibrio. Marca a oposi~13.o da criatura face ao Criador num equilibrio indefinido, e nesse senti do pode tornar-se 0 simbolo da queda. 0 Cinco Andr6gino dara 0 Seis, ou seja, 0 homem temario e a mulher temaria. 0 Seis toma-se assim 0 simbolo da separa~13.oe da sexualidade (six, sex, sexo). E por isso que 0 Espirito-Yang procura seu complemento Corpo- Yin. 513.0os movimentos primordiais do homem a procura do "corpo" feminino ou da mulher em busca do "espirito" masculino, criando toda a dificuldade do encontro que, embora complementar, e com

freqiiencia vivido como oposi~13.o.Toda a ambivalencia do Seis resulta do fato de que ele reline dois complexos de ativida~es temarias e, como tal, pode inclinar-se para 0 bern, mas tambem para 0 mal; em dire~13.o, a uni13.ocom 0 Absoluto, ,mas tambem em dire~13.oa revolta. E 0 numero dos dons reClprocos e dos antagonismos, 0 numero do destino. 7 - Ser Humano Terrestre, a Busca do Saber e da Perfei~13.o. o Sete vai recriar, focalizar 0 que se havia perdido no movimento de separa~13.o,de dilata~13.o.No Plano Divino - 0 Reino Celestial e a Terra -, tudo esta dividido em Sete Raios. A esfera de atividade desses Raios, seus Diretores e seus Arcanjos S13.O: Raio Cor

Atributos

Diretor-Mestre

Arcanjos

III Azul

Vontade, Fe, Poder Sabedoria, Ilumina\ao Amor, Beleza, Adora\ao Pureza, Ascensao Verdade, Lei Paz, Colabora\ao Misericordia, Liberdade

El Morya Confucio Rowena Serapis Bay Hilarion Nada Saint Germain

Miguel Jofiel Samuel Gabriel Rafael Driel Ezequiel

211 Quro 311 Rosa 411 Branco 511 Verde 611 Rubi 'JIl Violeta

Ao sete e atribuida a perfei~13.odo Espirito Santo que verte na alma sete dons: Sabedoria, Inteligencia, Ciencia, Conselho, For~a, Compaix13.oe Amor a Deus. 0 Sete designa a totalidade das ordens planetarias e angelicas, das Il}oradas celestes, .da ordem moral e das energias espirituais. E 0 simbolo da vIda etema e da perfei~13.odinamica. Ele in?ica 0 sentido de u~a mudan~a depois de urn cicIo concIU1do, e uma renova~ao positiva. E a totalidade do universo em movimento. 8 - Ser Humano Transformado, Morte. 0 Oito representa o prindpio da transforma~13.o, da libera~13.o karmica, da salva~13.o, da Santidade. Ele e 0 numero da morte e d~ dissolu~13.o, ponto final da evolu~13.o terrestre que lev~ a transforma~13.o,chave de passagem do terrestre ao celest~. E 0 emblema do equilibrio central, da Justi~a. Quanto ao Oitavo Dia, que sucede aos seis da cria~13.o e ao shabat, ele e 0 simbolo da ressurrei~13.o, da transfigura~13.o, anuncio da era futura

eterna; comporta nao s6 a ressurreic;ao do Cristo, mas tambem a do ser humano e, como tal, e 0 nUmero do Novo Testamento. 9 - Ser Humano Realizado, Porta Divina. 0 Nove exprime a ideia de concentrac;ao, de acumulac;ao, de forc;a e de plena realizac;ao. Ele pode ser concebido como ponto de chegada ou de partida de uma nova serie que se iniciara com 0 Dez. E a Porta Divina, a escada de nove degraus que representa as nove etapas em dire¢o ao Divino. 0 Nove tern urn valor ritual: e a medida das gestac;oes, das buscas proveitosas, e simboliza 0 coroamento dos esforc;os, 0 termino de uma criac;ao. Os Anjos, segundo Dionisio, 0 Areopagita, sao hierarquizados em nove coros ou tres triades: a perfeic;ao na perfeic;ao, a ordem na ordem, a unidade na unidade. Sendo 0 ultimo da serie dos algarismos, o Nove anuncia ao mesmo tempo urn fim e urn recomec;o; uma transposic;ao para urn novo plano. Ultimo dos numeros do universo manifesto, ele abre a fase das transmutac;oes: ex prime o fim de urn cicIo, 0 termino de uma jornada, 0 fecho do circulo.

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10 - Ser Humano Uno, 0 Retorno Unidade. 0 Dez representa a Criac;ao acabada e perfeita. Ele traz consigo 0 sentido da concIusao, do retorno ao Pai ap6s 0 cicIo de desenvolvimento. Simbolicamente e representado pela postura das maos nas preces: juntas, a Unidade; entrelac;adas, 0 cruzamento dos dois mundos: Material e Espiritual. Para os Pitag6ricos ele tern urn sentido de totalidade, de concIusao, termo e remate; 0 sentido de volta unidade, depois do desenvolvimento do cicIo dos nove primeiros numeros. A dezena era, para aquela escola filos6fica, 0 mais sagrado dos numeros, 0 simbolo da criac;ao universal. Se tudo deriva dela, tudo a ela retorna; conseqiientemente, ela e tambem a imagem da totalidade em movimento. Totalizador, acima de tudo, 0 numero dez aparece no Decalogo, que simboliza 0 conjunto de dez mandamentos que se resurnem em urn.

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II) Classifica~ao das Cartas segundo sua

Numera~ao Tudo indica que Mlle. Lenormand, para ordenar as laminas de 1 a 36, preocupou-se com 0 simbolismo global de cada lamina _ Carta de Baralho e Imagem - e estabeleceu esse arranjo levando em conta os principios basicos da Numerologia e, muito provavelmente, 0 simbolismo dos Arcanos Maiores do Taro, em especial os nove primeiros. Urn dos postulados basicos da Numerologia, que por sua vez deriva da Cabala, afirma que todos os numeros de dois digitos se reduzem a urn digito simples compreendido entre os numeros de 1 a 9. Assim, 0 digito duplo reflete a variac;ao do numero simples. Uma imagem analoga seria a de pessoas que moram numa me sma cidade, porem em ruas diferentes. As cartas 11 e 20, segundo esse principio, refletem ambas 0 numero basico 2. Entretanto, 0 digito duplo expressa uma variac;ao do 2 original. Este conhecimento extremamente uti! e importante permitira uma leitura mais rica. 0 conceituado mestre Nei Naiff denomina esta pratica de Sintoma Secundario. Como ele define, Sintoma e 0 resultado de uma expressao simb6lica, 0 que se almeja em profundidade. Ele e uma situac;ao com caracteristicas particulares que iraQ pressagiar urn futuro determinado atraves do atributo da carta em sua posic;ao estrutural. 0 chamado Sintoma Secundario sera 0 produto ou decomposic;ao do numero se tornando a "carta ressonante". Exemplo: a Lamina 28 - Cavalheiro (2 + 8 = 10) tera como" carta ressonante" a Lamina 10 - Foice (1 + 0 = 1), que, por sua vez, tera como "carta ressonante" a Lamina 1 - Cavaleiro. o ensinamento que podemos extrair de sse aspedo e 0 seguinte: Ser homem em essencia (Carta 28 - Cavalheiro) implica em desenvolver a capacidade critica e analitica, aliada ao trabalho que permita a fazer cortes e ajustes adequados (Carta 10 - Foice); que, por sua vez, possibilitara urna abertura para o novo que possibilitara a realizac;ao de urn ideal (Carta 1 Cavaleiro).

Certamente, Mlle. Lenormand utilizou-se deste principio, para ordenar numericamente seu BaraIho como segue:

Taro Mago Sacerdotisa Imperatriz Imperador Hierofante Amantes Carro Justic;a Eremita

Baralho Petit Lenormand 1 Cavaleiro 2 Trevo 3 Navio 4 Casa 5 Arvore 6 Nuvens 7Serpente 8 Caixao 9 Buque

10 Foke 11 Chicotes 12 Corujas 13 Crianc;a 14 Raposa 15 Urso 16 Estrelas 17 Cegonhas 18 Cao

19 Torre 20 Jardim 21 Montanha 22 Caminhos 23 Ratos 24 Corac;ao 25 Anel 26 Livro 27 Carta

28 Cavalheiro 29 Dama 30 Urios 31 Sol 32 Lua 33 Chave 34 Peixes 35 Ancora 36 Cruz

Analisando cada uma das linhas acima obteremos, tomando como referencia 0 Taro, nove Grandes Caminhos, cada urn deles englobando quatro cartas e suas respectivas motiva