Inventário Do Patrimônio Azulejar Do Maranhão [PDF]

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Zitiervorschau

do

M aranhão

I nventário do P atrimônio A zulejar do M aranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

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2004 - 2005 - 2006

São Luís-MA 2012

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GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO Roseana Sarney Murad SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA Olga Simão CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA, filho. Diretora Ceres Costa Fernandes ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA FILHO Presidente Joany de Jesus Araújo Reis Equipe Técnica Coordenação Geral da Pesquisa Margareth Gomes de Figueiredo Elaboração do Projeto para Finaciamento Fárida da Silva Carvalho Rocha Patrocínio Vale Elaboração de Projetos e Textos da Pesquisa Domingos de Jesus Costa Pereira – Especialista em Azulejaria Letícia de Maria Paixão Martins de Castro – Especialista em Azulejaria Valflor da Conceição Louzeiro Oliveira – Especialista em Azulejaria Margareth Gomes de Figueiredo – Arquiteta

Equipe de Estagiários Inventário 2004: Ana Carolina Leda da Costa - Arquitetura Camila Moraes Rêgo Rocha – Arquitetura Daniel Paixão Martins – Sistemas de Informação Jalila Eos Amate Amorim – Arquitetura Joseana Cristina Morais Anchieta – Arquitetura Keyla Cristine Barros da Costa – Arquitetura Raimundo Nonato Correa Filho – Arquitetura Inventário 2005: Caio José Martins Serra – Arquitetura Claudiceia Silva Mendes – Arquitetura Daniel Paixão Martins – Sistemas de Informação Gustavo Cordeiro Rodrigues – Arquitetura Gabriela Fiquene Pereira – História Jairid Leandro Martins Costa – Arquitetura Luisa Carvalho Venâncio – Arquitetura Inventário 2006: Amanda Moura Cruz – Arquitetura Ana Isabela Soares Martins – Arquitetura Daniel Paixão Martins – Sistemas de Informação Jairid Leandro Martins Costa – Arquitetura Jalila Eos Amate Amorim – Arquitetura Marco Aurélio Moraes Rego Rocha – Arquitetura Thayse Melo de Castro Santos – Arquitetura

Bibliotecária Lélia Edwiges Gomes dos Santos Supervisão de Informática Pablo Rodrigo de Castro e Lima Supervisão Técnica Jairid Leandro Martins Costa - Arquiteto

Lima, Zelinda Machado de Castro e: Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão/Zelinda Machado de Castro e Lima (Org.) – São Luís: Santa Marta, 2012 (510) p.. Il. ISBN 978-85-98274-35-5 1. Azulejos tradicionais – Inventário. 2. Cidades Históricas – Maranhão. I. Título

Diagramação: Adailton José Costa da Silva Jairid Leandro Martins Costa Fotografia Camila Aragão Gonçalves Camila Moraes Rego Rocha Daniel Lopes Luísa Carvalho Venâncio Margareth Gomes de Figueiredo Roberto Monteiro de Sousa Sobrinho

CDD 666.733.042 ( 812.1)

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Prefácio

Zelinda Machado de Castro e Lima*

F

oi com grande emoção que recebi a “boneca” do livro Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão, que reúne os registros de um projeto desenvolvido entre os anos de 2004, 2005 e 2006, sob minha

coordenação. O referido projeto promoveu uma pesquisa bibliográfica e de campo, realizada por equipe de técnicos e estagiários das áreas de Arquitetura e Tecnologia da Informação. Em parceria com o Instituto Federal Tecnológico do Maranhão – IFMA, e com a Universidade de São Carlos – SP, além do indispensável patrocínio da Vale, a Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa, Filho assumiu o desafio de promover o Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão, projeto desenvolvido em três etapas, a saber: Inventário dos Azulejos de São Luís, Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís e Inventário dos Azulejos das Cidades Históricas do Maranhão. Ao final de cada uma das etapas, foram lançados catálogos trazendo o relatório impresso e em CD dos principais dados coletados, além de fotos, mapas e cadastro de cada imóvel pesquisado. Fruto da parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), foi montado, no espaço do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, um laboratório de azulejaria. Este, com apoio da Fundação Ricardo Espirito Santo, passou a ser dinamizado por técnicos locais, capacitados em restauração, confecção e conservação de azulejos, passando por experiências de formação em Lisboa. Após terem concluído a formação em Portugal, contribuíram com sua técnica na restauração da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, em

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Salvador e na Igreja do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro. Cumpre destacar a importância da participação dos moradores, comerciantes, estudantes, gente do povo que, com grande interesse e entusiasmo, acolheram as equipes de pesquisa, respondendo plenamente ao objetivo primordial de conscientização do valor do nosso patrimônio azulejar, fazendo compreender que os azulejos são, além de ladrilhos belos e valiosos, peças vivas de nossas raízes culturais, expressando um tempo histórico, um modo de viver e de fazer arte. Ainda na linha da conscientização, realizamos aquela que talvez seja a mais importante atividade de todo esse trabalho: o Projeto Educar para Preservar, ação desenvolvida junto a estudantes do ensino fundamental de escolas públicas estaduais, motivando-os a um contato efetivo e íntimo com nossa História e Patrimônio arquitetônico e cultural. O Projeto proporcionou visitas das crianças à oficina de azulejaria para conhecerem o processo de manufatura do azulejo, passeio a pé pelo Centro Histórico para apreciação do acervo a céu aberto e também daquele reunido no Museu de Artes Visuais do Estado. Em síntese: promoveu importante trabalho de formação das equipes pedagógicas dessas escolas, oferecendo subsídios aos educadores para o aprofundamento do tema em sala de aula. A experiência, em parte relatada nesse livro, é uma prova de que é possível envidar esforços em prol da preservação do nosso tão maltratado patrimônio histórico. A reunião de atores com diferentes talentos e capacidades, a vontade política de realizar e o profundo amor a nossa História foram, e permanecem sendo, o motor que impulsiona resultados. Resta-nos o desejo de apreciar esse trabalho sendo continuado de modo que muitas e muitas gerações possam ainda desfrutar o prazer de enlevar-se, em uma tarde quente da Upaon-açu, com a beleza de nossa azulejaria.

*Pesquisadora de Cultura popular, autora de diversos livros e estudos sobre temas da Cultura maranhense, tendo dirigido o Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, no período de 1997 a 2005.

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Apresentação Ceres Costa Fernandes*

N

este ano de 2012, todos os olhares estão voltados para São Luís do Maranhão. Não é para menos: a cidade completa 400 anos de sua fundação. E nada mais significativo a caracterizar a Cidade

Patrimônio Arquitetônico da Humanidade, a cidade dos sobradões de grossas paredes de pedra e fachadas recobertas de porcelana, que o símbolo maior de São Luís: o azulejo. Resultante de três anos de pesquisa, o Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão, desde o final de 2006, estava pronto para ser transformado em livro, aguardando o patrocínio para uma edição condigna. Esse inventário retrata na sua iconografia o mais rico patrimônio de azulejos de fachadas do Brasil. Registra, ainda, vários prédios, fachadas e interiores não mais existentes, possibilitando o cotejo com o que subsiste; o passado no presente, na tentativa de, conhecendo a beleza do primeiro, reacender o desejo da preservação do nosso patrimônio arquitetônico, agora não apenas nosso, mas de toda a Humanidade. A sensibilidade da Vale ao se incorporar preciosamente às homenagens à cidade no seu 4º Centenário permitiu esta edição. A publicação do levantamento do Patrimônio Azulejar do Maranhão é uma fonte de pesquisa e conhecimento, uma forma de lutar pela preservação de algo que, ao mesmo tempo em que embeleza o nosso cenário arquitetônico, é marcante na nossa História e indissociável da nossa identidade cultural.

*Diretora do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho

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SUMÁRIO PREFÁCIO APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO.............................................................................................................................13 INVENTÁRIO DOS AZULEJOS DE SÃO LUÍS ....................................................................17 1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..........................................................................................19 2. ASPECTOS DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DE SÃO LUÍS...............................................21 3. HISTÓRICO DA AZULEJARIA .........................................................................................................27 4. PATRIMÔNIO AZULEJAR DE SÃO LUÍS ..........................................................................................29 - PLANILHA DOS AZULEJOS INVENTARIADOS .............................................................................81 - MAPAS DO INVENTÁRIO ....................................................................................................................151 INVENTÁRIO DOS AZULEJOS DA ILHA DE SÃO LUÍS ..................................................165 5. AZULEJOS PORTUGUESES ...............................................................................................................167 6. IGREJAS ...................................................................................................................................................169 7. SÍTIOS ......................................................................................................................................................231 8. MUSEUS ..................................................................................................................................................245 9. AZULEJOS DA ILHA ...............................................................................................................................259 10. PEÇAS ORNAMENTAIS ......................................................................................................................265 11. CEMITÉRIO DO GAVIÃO ..................................................................................................................267 - PLANILHA DOS AZULEJOS INVENTARIADOS ............................................................................269 - MAPAS DO INVENTÁRIO ....................................................................................................................253 INVENTÁRIO DOS AZULEJOS DAS CIDADES HISTÓRICAS DO MARANHÃO............365 12. AZULEJOS NO BRASIL .......................................................................................................................367 13. AZULEJOS DE ALCÂNTARA ...........................................................................................................371 14. AZULEJOS DE CAXIAS .....................................................................................................................393 15. AZULEJOS DE GUIMARÃES ............................................................................................................403 16. AZULEJOS DE ROSÁRIO ...................................................................................................................409 17. AZULEJOS DE VIANA ........................................................................................................................419 - PLANILHA DOS AZULEJOS INVENTARIADOS ...........................................................................429 - MAPAS DO INVENTÁRIO ....................................................................................................................453 CONCLUSÃO .........................................................................................................................487 GLOSSÁRIO ............................................................................................................................489 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................503

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão





INTRODUÇÃO

O

Estado

do

Maranhão

possui,

em

algumas edificações das suas cidades históricas, valioso acervo de azulejos

antigos, remanescentes dos séculos XVIII, XIX e meados do século XX, procedentes principalmente de Portugal, Inglaterra, França, Holanda e Alemanha. Esse acervo vem, ao longo dos anos, sofrendo processo de deterioração constante, apresentando, em alguns imóveis, um estado precário de conservação. Considerando o delicado estado de conservação do vasto acervo azulejar distribuído no centro antigo de São Luís e nas cidades históricas de Alcântara, Caxias, Guimarães e Viana, surgiu entre os técnicos da Oficina de Azulejaria do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Domingos Pereira, Valflor Oliveira e Letícia Castro, o projeto de identificar e cadastrar os azulejos maranhenses. Em 2001, a equipe técnica elaborou um Projeto de Inventário dos Azulejos do Maranhão, com o intuito de documentar e inventariar todo acervo azulejar, por ser esta a primeira tarefa (conhecer para preservar) necessária para reverter e estagnar o processo de deterioração. O Projeto do inventário foi apresentado à Vale, que patrocinou sua execução em três etapas: Inventário dos Azulejos de São Luís (2004), Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís (2005) e Inventário dos Azulejos das Cidades Históricas do Maranhão (2006). Os três inventários foram realizados sob a coordenação da arquiteta Margareth Figueiredo e das presidentes da Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Zelinda Lima (20042005) e Maria Leandro Cavalcante (2006). Nesta publicação, registram-se os relatórios

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

técnicos detalhados de cada etapa do Inventário, uma vez que, anteriormente, ao fim de cada etapa só foi possível publicar catálogos contendo informações básicas, com identificação de todos os endereços dos imóveis com azulejos. Ressalte-se que os relatórios técnicos, agora publicados, complementam as informações contidas nos catálogos, na medida em que procuram identificar todos os elementos que envolvem a preservação e conservação do patrimônio azulejar. Desde o estilo, tipologia, proteção legal e estado de conservação dos imóveis que possuem azulejos antigos, detalhandose em seguida a quantificação e qualificação dos azulejos catalogados, indicando-se: local de aplicação, tipo, padrão, técnica de decoração, procedência, dimensões, peças faltantes, estado de preservação, causas da deterioração, superfície, peças de reposição, acessórios fixados, azulejos subtraídos e planilha dos azulejos inventariados. O objetivo principal do inventário consistiu em registrar-se e catalogar-se azulejos antigos existentes no Maranhão, procurando-se identificar os tipos de aplicações, padrões, técnicas de decoração dos azulejos, de maneira a fornecer elementos que permitam aos técnicos especializados em restauração elaborarem diagnósticos sobre o estado de conservação e preservação dos mesmos. A primeira etapa do trabalho, iniciada em 2004, foi o Inventário dos Azulejos de São Luís. Este consistiu no cadastro das edificações de Arquitetura civil do centro histórico de São Luís, revestidas com azulejos em paredes externas e internas. Posteriormente, deveriam ser inventariados, da mesma forma, os imóveis do interior do Estado que possuem revestimento azulejar. Contudo, durante o desenvolvimento do Inventário dos Azulejos de São Luís, verificou-se a necessidade de ampliar a pesquisa, para incluir o acervo das igrejas, museus e peças de faiança ornamentais da arquitetura (na área do Centro Histórico), além de expandi-la para outras áreas da Ilha, possibilitando assim, identificar e cadastrar os azulejos e registros devocionais encontrados em cemitérios, bairros, sítios históricos e municípios.

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Uma das hipóteses levantadas pela equipe técnica era a de que alguns exemplares de azulejos antigos, remanescentes dos séculos XVIII e XIX, por motivos diversos, poderiam ter migrado para outras localidades da cidade de São Luís, ou talvez até para os municípios de Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa. Após a sistematização e análise dos dados coletados na pesquisa de campo, verificou-se que o maior número de azulejos antigos, aplicados em forma de silhar, adorno isolado e registros devocionais, encontrava-se nos bairros às margens da Avenida Getúlio Vargas, via de continuidade ao antigo Caminho Grande (atual Rua Grande), estrada de penetração para o interior da Ilha de São Luís. Cadastraram-se também adornos e registros devocionais nos bairros Lira, Belira e imediações. Nenhum tipo de azulejo foi encontrado no município da Raposa.

Em Paço do Lumiar

cadastrou-se um único registro devocional. Em São José de Ribamar foram inventariados alguns adornos isolados e vários registros devocionais. Com a realização do Inventário dos Azulejos das Cidades Histórica do Maranhão, em 2006, concluiuse a terceira etapa do trabalho. Teve como principal objetivo inventariar aos azulejos antigos dos imóveis das cidades de Alcântara, Caxias, Guimarães, Rosário e Viana. Nesses municípios, procurou-se identificar os tipos de aplicações, padrões e técnicas de azulejos, assim como o estilo arquitetônico e estado de conservação dos imóveis azulejados. Espera-se, com a publicação das três etapas dos relatórios do Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão, uma divulgação de dados mais abrangente da identificação, localização e o estado de conservação do acervo de azulejos tradicionais existentes no Maranhão, de forma a permitir-se uma nova leitura, um novo olhar que revele a sua vetustez e beleza, tornando mais fácil a atuação do Poder público, em parceria com a sociedade civil, na difícil e imperiosa tarefa de restauração, preservação e manutenção de tão rico acervo do nosso patrimônio cultural.

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O

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS s azulejos constituem parte importante do

Foi realizado pela equipe técnica composta de 12

patrimônio artístico, histórico e cultural da

pessoas a saber: 1 arquiteta Coordenadora do Projeto,

cidade de São Luís, que possui um dos mais

3 técnicos especialistas em Conservação e Restauro,

ricos e diversificados acervos azulejares deixados pelos

06 formandos em Arquitetura e Urbanismo, 1 Digita-

povos europeus como espólio cultural a todos os mara-

dor e 1 Fotógrafo.

nhenses.

Os procedimentos metodológicos desenvolvidos no decorrer do Inventário pautaram-se no levanta-

O “Inventário do Patrimônio Azulejar do Mara-

mento dos dados bibliográficos, elaboração de fichas,

nhão” tem como função primordial promover o conhe-

treinamento de estagiários, coleta de dados em campo,

cimento atualizado do acervo, servindo como um ins-

preenchimento de fichas de identificação do imóvel e

trumento para as ações de proteção e conservação do

dos azulejos, registro fotográfico dos imóveis e azule-

patrimônio azulejar, bem como possibilitar à sociedade

jos, análise de dados, digitação das fichas, sistematiza-

o acesso a essas informações, contribuindo para a com-

ção e mapeamento de dados, revisão, elaboração de

preensão e valorização.

Catálogo e Relatório Final.

O Inventário realizado no período de janeiro a

É oportuno registrar que o ponto de partida do

maio do ano de 2004 teve como objetivo principal

inventário adotou como parâmetros referenciais os

identificar e cadastrar os azulejos antigos que revestem

cadastros publicados pelos arquitetos Olavo Pereira

fachadas e interiores de imóveis existentes na arqui-

Filho em Arquitetura Luso-brasileira no Maranhão

tetura civil dos séculos XVIII, XIX e início do século

(1986) e Dora Alcântara em Azulejos Portugueses em

XX, nas áreas de tombamento Federal e Estadual do

São Luís do Maranhão (1980).

centro histórico de São Luís.

Praça João Lisboa, 66

Rua da estrela, 350

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Aplicações azulejares na arquitetura de São Luís

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ASPECTOS DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DE SÃO LUÍS Margareth Gomes de Figueiredo

2.1 Histórico

A

conquista francesa, quase oitenta anos após a criação da esquecida Capitania do Maranhão, concretiza-se em 1612, com sua fundação denominada França Equinocial e a construção do Forte “Saint Louis” em homenagem a Luís XVIII, futuro rei da França. No entanto, em 1615, com a retomada do domínio luso, ruíam as últimas possibilidades de consolidação de uma colonização francesa no Brasil.

pressivos do país, que resultou do impulso desenvolvimentista, a partir de 1755, com a criação, por iniciativa Marquês de Pombal, da Companhia Geral do Comércio do Grão Pará e Maranhão. Esse empreendimento favoreceu a prosperidade da Capitania do Maranhão, através de incentivos a cultura do algodão, com fornecimento de crédito, ferramentas e mão de obra escrava. Em pouco tempo o Maranhão tornou-se um dos maiores produtores e exportadores de algodão e arroz,

A implantação do traçado urbano inicial de São Luís, em 1615, enfatizou o resgate do domínio português, obedeceu ao plano viário do engenheiromor Francisco Frias de Mesquita, que estabeleceu um ordenamento físico, atingindo na época todo o contingente populacional da cidade. Seu crescimento posterior significou apenas a ampliação do espaço urbanizado, sem perder de vista a concepção (ortogonal no sentido dos pontos cardeais) de sua malha original. A presença holandesa registrada a partir de 1641, encerrou os conflitos em torno da posse das terras maranhenses, assegurada definitivamente com a expulsão desses invasores, em 1644. Tendo sido breve a permanência francesa e holandesa na história de sua colonização ocorrida nos períodos iniciais da formação urbana de São Luis, e considerando-se a precariedade das técnicas e materiais (taipa e palha) empregadas em suas construções, somada aos séculos já passados, foram estes fatos suficientes para suplantar a possibilidade de quaisquer remanescentes arquitetônicos do século XVII. A cidade de São Luís hoje detém um conjunto de Arquitetura civil de interesse histórico dos mais ex-

Rua do Sol, 65

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propiciando principalmente a São Luís e Alcântara a circulação da riqueza gerada por essas culturas.

cimento econômico, que prosseguiu, então, com sua

O Centro Histórico de São Luís reporta-nos a esse período áureo de crescimento econômico do Estado do Maranhão no cenário brasileiro. A riqueza vigente traduziu-se em uma extraordinária qualidade de vida urbana na capital, considerada no início do século XIX a quarta cidade brasileira em desenvolvimento e prosperidade, precedida de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. A paisagem urbana de São Luís floresce com a construção de sobrados e solares, que adquirem aspecto de nobreza, resultado das novas edificações “a moda do reino” (LEMOS, 1979).

No início do século XIX a cidade passou por melhorias de infra-estrutura urbana, iluminação pública, instalação de fontes e chafarizes, além de incremento nas construções civis de sobrados de dois, três e até quatro pavimentos, alguns com fachadas totalmente revestidas em azulejo português.

independência financeira consolidada.

O processo de declínio da promissora economia, atribuído em parte à Abolição da Escravatura, (mãode-obra essencial à produção das lavouras), e as tentativas, nem sempre bem sucedidas de substituição da atividade agrícola pela implantação de indústrias têxteis, culminou com a estagnação do Maranhão no final do século XIX e, inevitavelmente, com fortes reflexos no desenvolvimento urbano.

Em 1778, extinto o monopólio da Companhia, cessaram as vantagens de incentivos de produção e exportação agrícola, que não chegaram a abalar o cres-

Praça João Lisboa, 37

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2.2 Acervo Arquitetônico

cidade cresce pelo eixo principal do antigo Caminho Grande (atual Rua Grande), Rua da Paz, Rua do Sol, Rua Rio Branco, Rua do Passeio e suas transversais, de cruzamento ortogonal.

O Centro Histórico de São Luís, com área de aproximadamente 220 ha, é formado pelo conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo Governo federal e estadual, compreendendo uma área contínua do Caís da Sagração até as imediações da Praça Deodoro (sentido oeste-leste) e da Praça Gonçalves Dias aos bairros de São Pantaleão e Madre de Deus (sentido norte-sul), reunindo cerca de 5.600 imóveis.

A diferenciação de poder aquisitivo das novas classes sociais significou o surgimento de padrões de moradias térreas, tipologicamente hierarquizadas. Desse modo, basicamente as “moradas inteiras” e “meias-moradas” pertenciam aos funcionários públicos, profissionais liberais e aos pequenos comerciantes e as “portas e janelas” à população mais pobre.

O acervo arquitetônico que compõe o Centro Histórico de São Luís é essencialmente de Arquitetura civil. As edificações, em sua maioria construídas no período imperial, concentram-se ainda hoje no núcleo urbano mais antigo, compreendendo os bairros da Praia Grande, Desterro, Praça Pedro II e Praça João Lisboa, onde se evidencia o número mais significativo de sobrados e solares com características coloniais.

Sendo assim, as edificações nesses novos trechos diversificam-se em termos de tipos, com predominância de habitações térreas com características já não apenas coloniais, mas ecléticas, resultantes das novas tendências construtivas do final do século XIX. Solares, sobrados, morada inteira, meia morada, porta e janela, tipologias encontradas também em outras cidades brasileiras, aqui adquiriram peculiaridades regionais: o grande número de fachadas revestidas de azulejos portugueses, a presença constante de mirantes nos sobrados, moradas inteiras e até nas meias-moradas, as soluções de iluminação e ventilação através do uso de pátios internos com avarandados, protegidos por largas venezianas (tabicão) e bandeiras vazadas; a utilização em abundância da pedra de lioz, procedente do Reino, nos balcões das sacadas, ombreiras de vãos de portas e janelas, pavimentação de calçadas e alinhamento de meio fios.

Desde a fundação da cidade, o trecho situado hoje ao longo da Avenida Pedro II é o referencial administrativo, político e religioso mais importante, reunindo o Palácio do Governo (local do antigo Fort Saint-Louis fundado pelos franceses), a Casa de Câmara e Cadeia (hoje, sede da Prefeitura Municipal), o Fórum e a Catedral Metropolitana (Igreja da Nossa Senhora da Vitória). Apesar de todas estas edificações terem sofrido reformas ao longo do tempo, ainda se constituem em exemplares de importante valor histórico e arquitetônico. Na Praia Grande e imediações da Praça João Lisboa, comerciantes, em geral portugueses, enriquecidos com a exportação de algodão e arroz e a venda de artigos do Reino, construíram sobradões, determinando a utilização do pavimento térreo para o estabelecimento comercial e os pavimentos superiores para moradia.

Em especial, os solares primam pela suntuosidade e apuro no acabamento, possuindo vãos de portas trabalhadas em cantaria, algumas com feições neoclássicas e balcões sinuosos, sacados em pedra de lioz, guarnecidos por grades de ferro com desenhos apurados. Internamente, no pavimento térreo, um grande vestíbulo, piso quase sempre decorado em seixo de rio e pedra de lioz, dando acesso à escada principal, que conduz aos pavimentos onde a família residia. O restante do pavimento térreo era destinado a abrigar carruagens e dependências de serviços.

Já os solares, construídos com requinte pela alta burguesia dos séculos XVIII e XIX, foram, desde sua concepção, tipicamente residenciais; ainda hoje podem ser identificados no Centro Histórico.

Os sobrados, mais despojados que os solares, atendiam às funções comercial e residencial, onde o comércio e as dependências de serviço definiam a utilização do pavimento térreo. De uso exclusivamente residencial, os demais pavimentos têm seu corpo

No decorrer do século XIX o surgimento de novos segmentos sociais formados por servidores públicos pequenos comerciantes e profissionais liberais passa a se constituir em fator de expansão urbana. A

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principal formado por amplas salas que se voltam para rua e alcovas centrais. Para as dependências da parte posterior, o avarandado, que recebia iluminação e ventilação do pátio interno.

bandas, frontões triangulares, colunatas e escadarias. A Arquitetura religiosa maranhense prescinde da suntuosidade e riquezas das igrejas encontradas em outras cidades antigas do litoral brasileiro. As capelas religiosas, construídas inicialmente de forma provisória, atendiam de imediato às ordens religiosas na missão da catequese. Essas toscas edificações, em grande parte, foram substituídas por templos erigidos em pedra e cal.

Sem a mesma suntuosidade, os sobrados seguem o mesmo ritmo dos solares, quanto às sacadas e balcões corridos em pedra de loiz e gradis de ferro. O telhado, de inclinação acentuada, divide suas águas para o pátio interno e para a rua, com beirais arrematados por cimalha.

Os exemplares que compõem hoje o acervo arquitetônico religioso de São Luís foram ao longo do tempo submetidos a intervenções e reformas, descaracterizando principalmente seus interiores. Algumas igrejas já não existem, em função de demolições ocorridas nas primeiras décadas deste século, a exemplo da Igreja de Santaninha, construída em 1791 (praça Deodoro – no local do prédio da Caixa Econômica Federal) demolida em 1930; a Igreja Nossa Senhora da Conceição, situada na Rua Grande (no local onde está construído o Edifício Caiçara) e a Igreja das Mercês, pertencente ao antigo Convento das Mercês.

Com a finalidade exclusiva de habitação, o surgimento das edificações térreas mereceu a identificação tipológica e inclusive popular de “morada inteira” quando apresenta na composição de fachada uma porta central com duas janelas de cada lado; “meia morada”caracterizando a porta de entrada em uma das extremidades com duas janelas laterais e um tipo de habitação mais simples a “porta e janela”, cuja própria denominação define seus elementos de fachada. Várias construções de caráter oficial e civil não obedecem a uma tipologia e, em particular, apresentam afastamentos frontais e laterais (tipo de implantação de lote urbano adotado no final do século XIX), desenhos de feições neoclássicas, principalmente na composição dos elementos de fachada, como plati-

Mesmo sem uma tradição em Arquitetura religiosa, São Luís ainda possui muitas igrejas e capelas de importante valor histórico e artístico, algumas ainda possuem silhares revestidos em azulejos antigos. Na Catedral Metropolitana – Igreja da Sé, destaca-se o altar-mor,

Morada inteira

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Conjunto de meias-moradas

(em estilo barroco nacional português), tombado como Monumento Nacional. A edificação inicial é do século XVII, passou por sucessivas reformas, uma delas (1922) substituiu o frontispício de estilo barroco, pela a atual fachada de feição neoclássica.

e alfaias, que hoje fazem parte de museus e coleções particulares. Os principais templos religiosos, que embora tenham sofrido tantas mutilações em tempos passados, encontram-se hoje totalmente protegidos por legislações específicas de tombamento Federal e Estadual.

As igrejas maranhenses, além das intervenções físicas, privam-se de grande parte do mobiliário, estatuária

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HISTÓRICO DA AZULEJARIA Domingos de Jesus Costa Pereira

O

azulejo teve sua origem em civilizações

das externas e raramente azulejavam fachadas.

orientais

O azulejo português de revestimento exterior começou “a sair à rua” no século XVII, revestindo os majestosos jardins do Palácio do Marquês de Fronteira, isto foi apenas em “caráter excepcional”. No início do século XIX deixou de ser um privilégio só de interiores e passou a valorizar com sua beleza e arte, os revestimentos arquitetônicos externos. Nesse período, ocorreram mudanças econômicas e políticas importantes em Portugal a exemplo da invasão francesa, da fuga da corte portuguesa para a colônia, da independência do Brasil, da abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional e da guerra civil. Tudo isso alterou a produção de azulejos portugueses com o fechamento de fábricas.

antiguíssimas,

atribuindo-se

sua utilização em construções e monu-

mentos na China, Índia, Mesopotâmia, Egito, etc., há 7.000 anos. No século XI, os árabes invadiram a Península Ibérica e desenvolveram a técnica de produção de azulejo, influenciados pela porcelana chinesa milenar. A confecção de azulejos em Portugal teve início em meados do século XV e aumentou progressivamente devido à grande procura. Houve profundas transformações na azulejaria portuguesa, a partir do Século XVI, utilizando-se a técnica majólica de influência ítalo-flamenga, com expressão artística decorativa de motivos locais e das viagens dos descobrimentos. Nesse período o Brasil recebeu o conjunto mais antigo de

O reflorescimento do azulejo para decorar superfícies externas, coincidiu com a vinda da família real para o Brasil em 1808, garantindo-se aqui seu sucesso no “novo uso”. Proporcionou suntuosidade à fidalguia elitista, gerando polêmica entre os historiadores da arte azulejar, onde primeiro utilizou-se o azulejo para revestir fachadas, se no Brasil ou em Portugal. O certo é que, no Brasil, essa técnica se desenvolveu compatível com o clima tropical: quente e úmido, salino e outras vantagens como refletir os raios solares, evitar infiltrações, pinturas repetitivas, manter estética, higiene, além da arte e cintilação das fachadas decoradas. O hábito de azulejar exteriores retornou a Portugal, pelos “enriquecidos brasileiros”, portugueses que fizeram fortuna no Brasil e regressando à terra natal recorreram ao “seu gosto” de azulejar fachadas, exteriorizando o poder econômico, embelezando as moradas com azulejos, são atitudes saudosistas das plagas brasileiras. O primeiro revestimento bem ao “jeitinho brasileiro” provocou um “repelente escândalo” na cidade do Porto, quebrando a monotonia da rua e perturbando,

azulejos que possuímos. Durante o período de expansão ultramarina, os lusitanos levaram consigo o idioma, a religião, hábitos de vida e o padrão cultural, para as colônias mediterrâneas e atlânticas. A azulejaria, no século XVIII, fez parte da cultura dos continentes africano e americano. Assumiu grandes proporções nas artes ornamentais e decorativas com integração do azulejo nas construções arquitetônicas de palácios e igrejas com painéis historiados, narrando cenas da vida de santos, profanos, caçadas, contos de batalhas, a vida da nobreza e outros, envolvidos com molduras de rica decoração de influência barroca, onde predominam as volutas, pilastras florais, etc que se constituem importantes documentos iconográficos. Nesse período foi utilizada a figura avulsa, azulejos azuis e brancos com motivos independentes, florais, pássaros, animais, barcos, figuras humanas, etc. A produção de azulejos dessa época destinava-se a revestir superfícies interiores, algumas vezes decoravam pequenas áreas exteriores: jardins, varandas, esca-

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com seu brilho e cor, os transeuntes. Lentamente o hábito cultural de azulejar e refletir a luz do sol, como em “São Luís do Maranhão”, fez parte da exuberante paisagem urbana. “Afinal valeu a pena”. Os revestimentos de fachadas iniciaram-se com azulejos brancos, destinados ao interior, como cozinhas, banheiros, corredores, etc. Foi então que surgiram preocupações decorativas com azulejos de padrão policromados, que deram origem ao tapete, uma repetição de padrões. São combinações formadas de 2X2, 4X4 nas composições mais simples e 6X6 até 12X12 nas padronagens mais complexas, de acordo com a escala arquitetônica a que se destinam. No Brasil os azulejos de fachadas estão localizados

quanto em outra os azulejos estavam pintados. Nesse trabalho foram catalogados 144 padrões, 15 cercaduras e 39 frisos diferentes. O pesquisador Olavo Pereira da Silva, em seu levantamento de 1973 a 1986, contabilizou somente 177 fachadas revestidas com azulejos. O Inventário de Azulejaria de São Luís, realizado de janeiro a maio de 2004, por Técnicos Especialistas em Conservação e Restauro de Azulejos e formandos em Arquitetura, registrou 423 imóveis com azulejos dos séculos XVIII, XIX e início do século XX, compondo os revestimentos tanto no interior como no exterior à arquitetura aplicados de várias formas e locais, sendo catalogadas 213 fachadas, 181 totalmente revestidas e por razões desconhecidas da equipe, 33 fachadas incompletas ou parciais; foram localizadas 245 aplicações diversas, entre estas 80 no interior dos prédios e 165 em outros procedimentos parietais. Os revestimentos localizados na Arquitetura do Centro Histórico de São Luís estão distribuídos em diversos tipos de aplicações, segundo a nomenclatura utilizada: 3 Painéis Figurados, 12 Tarjas, 36 Silhares, 98 Adornos Isolados; 36 adaptações em espelhos de escadas, rodapés, barra, e 213 Tapetes de fachadas. Este acervo forma 139 padrões de azulejos, 29 cercaduras emoldurando 79 fachadas, 59 frisos, guarnecendo 164 revestimentos; ainda foram catalogados 84 registros devocionais entre antigos e novos, com figuras de santos.

no litoral de norte a sul. Belém, São Luís, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras cidades, com menor intensidade. A grande concentração em azulejaria de fachada está em São Luís e Belém; estas cidades são superadas apenas por Lisboa. A capital maranhense é “conhecida como a cidade de maior acervo de azulejos coloniais da América Latina”. Com o desenvolvimento sócioeconômico do Estado do Maranhão no século XIX, surgiu um conjunto arquitetônico peculiar que resgata as raízes culturais portuguesas com o gosto de azulejar fachadas. Segundo o historiador Domingos Vieira Filho, o primeiro registro de remessa de azulejo em São Luís data de 1778, quando chegaram cerca de 107.402 unidades. Com a Independência do nosso país, em 1822, as relações comerciais entre o Brasil e Portugal se estabeleceram. A partir de meados do século XIX, o Maranhão intensificou a importação de azulejos portugueses, contudo, outros países como Espanha, Holanda, França e posteriormente Inglaterra, Bélgica e Alemanha forneceram os azulejos já industrializados para compor fachadas de São Luís. O primeiro registro do número de edifícios com superfícies exteriores revestidas com azulejos antigos em São Luís, foi elaborado por Dora Alcântara, em 1959, que catalogou 270 fachadas azulejadas, em 1968, vinte destas haviam sido demolidas e outras substituídas por padrões novos nacionais. Em 1972, a pesquisadora atualizou o cadastro, encontrando apenas 221 edificações azulejadas, sendo 88 sobradões e 133 casas térreas. Duas estavam em processo de demolição, en-

Rua Portugal, 199

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PATRIMÔNIO AZULEJAR DE SÃO LUÍS Domingos de Jesus Costa Pereira

O

conjunto azulejar de São Luís é um raríssimo tesouro de formas, decorações e cores. É uma exposição de Arte, que reveste os casarões antigos embelezando as ruas de pedras e ladeiras desta cidade equatorial, onde o sol reflete o brilho das paredes, enquanto as escadarias, sacadas e peitoris contam sua história cultural, remontando um período distante de bom gosto pela arte. Os padrões formam os tapetes e as fachadas, uma coleção de azulejos ornamentais expostos permanentemente nos revestimentos de São Luís, inspirados na criatividade de artesões e artistas de vários países do velho continente europeu, mas predomina o gosto lusitano pela arte cerâmica. Se a população despertar, antes que seja tarde demais, contemplará nas paredes de suas casas, nas ruas de sua cidade e nos casarões que estão ruindo, os azulejos decorados com as mais belas flores cultivadas nos jardins da Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha, Espanha, produzidos por seus melhores operários e artistas; reconhecerá a técnica e leveza dos traços holandeses, identificará o conjunto com mais de cem padrões diferentes da arte portuguesa. Quando os ludovicenses tiverem consciência dessa herança valiosa, então terão orgulho de sua cidade e toda a sociedade será mobilizada: os meios de comunicação, comércio, indústria, imobiliária e o patrimônio serão tratados com dignidade e respeito.

vegetações, insetos, microorganismos e, os piores problemas, vandalismos e negligência de todos os tipos e espécies. Azulejos do século XVIII são quebrados a marretadas e jogados nas lixeiras públicas em reformas de prédios antigos, saque de silhares completos tem ocorrido em plena luz do dia, de sobradões arruinados também seticentista cujas peças são vendidas por vândalos no “comércio negro”.

A azulejaria é o símbolo cultural e arquitetônico de São Luís; e a cidade, referência nacional de azulejo de fachada. Poucos compartilham da riqueza desse patrimônio artístico e não conhecem a importância, que este espólio representa à vida cultural de seus habitantes. O grande desafio é impedir as agressões que o conjunto arquitetônico está sofrendo; atacar as causas de deterioração, que comprometem as estruturas das edificações e o revestimento azulejar: infiltrações,

Sobrados à Rua da Estrela

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Segundo estimativas estatísticas fundamentadas

restaurar e conservar prédios e fachadas azulejadas. Urge, então, punirem-se vândalos e negligentes; desburocratizar instituições fiscalizadoras, federais, estaduais e municipais para que haja integração e coerência desses órgãos em defesa dos bens culturais; agilizar as buscas e apreensões de objetos de arte e materiais do patrimônio histórico; treinar e habilitar construtores, mestres-de-obra e operários para identificar e manusear obras de artes encontradas em escombros e reformas de prédios, sítios históricos e áreas arqueológicas. São Luís agradece aos “os bens aventurados”, que cuidam da preservação de seu patrimônio arquitetônico cultural para que as futuras gerações possam usufruir dessa herança histórica.

em pesquisas anteriores, o patrimônio urbanístico cultural do centro histórico de São Luís está perdendo aproximadamente 2 casarões com fachadas azulejadas por ano, além do desgaste das peças decoradas pelas ações das intempéries e vandalismos. Não estão contabilizadas as perdas de revestimentos interiores, por não existir registro exato deste acervo. É difícil inventariar azulejos de interior das propriedades privadas e coleções particulares. Estão caracterizadas e identificadas as síndromes dos males, que atacam o patrimônio azulejar; carecem urgentemente de decisões políticas concretas, honestas e objetivas para resgatar o conjunto arquitetônico,

Rua Rio Branco, 216

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4.1 Locais de Aplicação

Os azulejos aplicados nas fachadas são do tipo tapete ou lisos, guarnecidos com frisos e/ou cercaduras próprios, mas acontece também serem guarnecidos por outras padronagens. O “tapete” é infinito e significa a repetição de um determinado padrão que pode ser 2X2, 4X4 e padrão único. Existem fachadas com azulejos sem padrão, que são os lisos. Em algumas, nos “tapetes”, notamos a ausência de cercadura e friso.

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

4.1.1 Fachada Em São Luís, os azulejos são bens integrados à Arquitetura de interior e exterior, formando as mais variadas composições. A aplicação nas fachadas individualizou-se pela forma invulgar de tapetes e transformou a arquitetura através de suas cores de pintura, da concentração decorativa e da cintilação do material. Grande parte dos azulejos foi aplicada nas fachadas e se encontram em diversos imóveis do Centro Histórico. Alguns em revestimento total, outros parcial. Foram encontrados prédios de esquina com fachadas azulejadas, o que acontece também quando existem mirantes. Estes podem ser azulejados só na fachada ou totalmente (fachada e lateral).

Possuímos disposições variadas de aplicação de um mesmo padrão, fornecendo, assim, diferentes leituras do mesmo desenho. Em algumas fachadas encontramos agrupamentos isolados, tipo “adorno” – dois casos são de azulejos de “tapete”, padrão semelhante ao do séc. XVII (Santos Simões – “Azulejaria em Portugal no séc XVII” - Tomo I, pág 55.), um na Rua dos Afogados- nº 437, esquina com Flores e outro na Travessa da Lapa, nº 178 – Portinho, fato bastante curioso esse, visto que em ambas as construções não existe nenhum outro tipo de azulejamento. Achamos que talvez sejam remanescentes de azulejaria exterior retirada de outro prédio ou que sejam réplicas portuguesas do original, visto que a aplicação de azulejos internamente em São Luis teve início na segunda metade do século XVII e nas fachadas no século XIX.

Padrão encontrado

Padrão do livro de S. Simões

Algumas casas possuem suas fachadas com azulejos lisos (amarelo, verde, branco, creme ou rosa), guarnecidos por frisos estampilhados que delimitam todo o seu espaço, como o sobrado da Rua do Sol nº 230, que tem toda sua fachada em azulejos lisos rosa, com friso policrômico. Existem 180 fachadas totalmente azulejadas e 33 parcialmente. Os azulejos são encontrados nas diversas tipologias arquitetônicas existentes em São Luis: na morada inteira, meia-morada, porta e janela, assim como nos sobrados; nem sempre os azulejos que se encontram na fachada do imóvel são da época de construção deste.

Rua da inveja, 72

Como de costume, as casas geralmente têm na fachada a barra rebocada no embasamento ou chapiscada contudo, em alguns casos, são azulejadas com padrão diferente do tapete da fachada. Encontramos azulejos esponjados, relevados e lisos (verdes – provavelmente da primeira metade do séc. XX).

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4.1.2 Interior

4.1.3 Outros locais de aplicação

A aplicação interna deu-se principalmente na forma de silhar, com friso ou não, acompanhando a inclinação das escadas, contornando salas, corredores, cozinhas, banheiros e varandas. Também foi constatada a existência de azulejos em espelhos de escadas.

Também foram encontrados azulejos aplicados em outros espaços, como pátio interno. Em uma só casa, situada na Rua Afonso Pena, nº 213, encontramos azulejos aplicados na base das colunas da varanda, recobrindo banco no jardim, forrando chafariz e porão nos fundos; são azulejos portugueses do século XIX e ingleses da primeira metade do século XX. Durante a pesquisa do inventário, em um prédio na Rua Portugal, nº 165 (reduto comercial nos séculos XVIII e XIX), sendo “reformado”, foram encontrados azulejos do século XVIII que foram retirados por operários, localizados em um muro interno nos fundos, com saída para a Rua de Nazaré. Estavam encobertos por reboco azulejos de cercadura (ornato de cartelas, renda portuguesa) e de “tapete”, todos em estilo pombalino. Todo o material encontrado foi recolhido pela equipe do Inventário e se encontra sob a guarda da Oficina de Azulejaria do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Revestindo uma fonte em casa da Av. Silva Maia, nº 131, temos azulejos (PE-41), frisos (FE-33) e cercaduras (CE-06) estampilhados em azul. Num pátio interno na Rua da Saúde, encontramos dois padrões (PR-09 e PR-10) diferindo apenas o colorido, com técnica que lembra a de “corda seca” de estilo mudéjar, com semirrelevo. Segundo a pesquisadora Dora Alcântara, ele é português do séc. XIX; só foi encontrado nesse imóvel.

Rua da Saúde, 221

Algumas vezes o azulejo do silhar é o mesmo da fachada, de “tapete”. Ocorre também do prédio não possuir azulejos na fachada; só internamente, como silhar. Outra forma de aplicação interna e externa de azulejos é o Registo ou Registro, que são minipainéis com o santo de devoção do proprietário da casa. Localizamos em alguns imóveis da área de tombamento federal silhares com azulejos do século XVIII, de motivos pombalinos, em vestíbulos e escadarias. No Beco da Alfândega, prédio de nº 180, os azulejos estão recobertos por grossa camada de tinta. Retiramos essa camada de alguns e pudemos confirmar a existência dos padrões já cadastrados também por Dora Alcântara, embora não tenha citado este endereço: PA 5.1.1, CA 1.1.1, CA 4.1.1, um padrão mais ou menos parecido com o padrão PA 11.1.1, outro parecido com o PA 13.1.2 e outro com o PA 9.1.2. Da mesma forma com os padrões cadastrados por Olavo P. da Silva: nº 219 e nº 13. Foram encontrados 79 imóveis com azulejaria interna: silhares, registos, espelhos de escada, jardins e varandas.

Rua da Saúde, 221

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Rua da Saúde, 221

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4.2 Tipo de Revestimento Azulejar

acompanhando a inclinação das escadas. Em um prédio na Rua da Saúde, nº 94, desmoronado recentemente, encontramos vestígios de silhares com azulejos do séc. XVIII, no hall de entrada, acompanhando a escada e no pavimento superior. Formavam painéis em estilo “pombalino”, com cercaduras “ornato de cartelas”, “renda portuguesa” e marmoreadas, além de terem sido encontrados também outros padrões na parte de dentro do pavimento superior, todos azulejos do séc. XVIII.

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro 4.2.1 Silhar Silhar ou Alizar são aplicações que ocupam a parede do piso até aproximadamente 1,5 m de altura, equivalendo a mais ou menos 10 fiadas de azulejos. Os primeiros silhares de São Luís estão localizados nas Igrejas. São silhares de almofadas marmoreadas, com florão estilizado, do século XVIII, embora também tenhamos encontrado silhares com azulejos de “tapete”, estilo pombalino, no interior de alguns prédios. Assim como as fachadas, o silhar algumas vezes tem friso e cercadura, outras só com o friso, que pode ser próprio (o mesmo motivo do padrão da fachada se azulejada), ou não. Os silhares quase sempre estão no corredor principal da casa, ou na varanda e em algumas casas com mais de um pavimento estão

Na área de tombamento federal do Centro Histórico existiam vários silhares em forma de painéis com altura inferior aos do século seguinte (XIX), com azulejos do séc. XVIII, emoldurados por cercadura de cartela com marmoreado e rodapés esponjados. Foram encontrados 36 silhares com azulejos dos séculos XVIII e XIX. Esse acervo vem sendo destruído ao longo dos anos por intempéries, vandalismos, descaso e negligência dos proprietários.

Rua do Sol, 230

Rua da Saúde, 244

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4.2.2 Tapete

Rua dos Afogados nº 538, localizados em sua fachada. Possuímos cerca de 10 (dez) padrões com motivos de laçarias. Noutra, à Rua da Saúde, nº 244, padrões tipicamente mouriscos semi-relevados (PR–10 e PR–09), localizados em pátio interno. Este padrão português não foi visto aqui em nenhum outro local, (Dora Alcântara em “Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão”, p. 31), possivelmente do século XIX, talvez da Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha, que recriou exemplares hispano-mouriscos, ou da Fábrica Santo Antônio do Vale da Piedade que também produziu padrões em estilo árabe.

É o revestimento constituído em geral pela repetição de padrões policromos que cobrem paredes inteiras ou, pelo menos, grandes áreas murais. A grande maioria dos nossos azulejos de “tapete” é estampilhada, contudo encontramos exemplares decorados com as técnicas de decalcomania e majólica. Existe uma variação bastante curiosa na forma de aplicação dos azulejos de “tapete” aqui em São Luís, o que não sabemos é se nas outras cidades, onde existe Arquitetura tradicional portuguesa, também foi utilizado esse artifício: a composição não obedece ao feitio pré-determinado pelos fabricantes e é disposta de maneira diferente, formando novos desenhos, o que ocorreu com alguns padrões tais como “luz-e-sombra”, “pintura-em-negativo”, “caixilho” e outros.

Dos padrões de “tapete”, os mais frequentes na paisagem urbana de São Luís são os de “ferradura”, “pintura-em-negativo” e “estrela-e-bicha”. O padrão PE –22, que representa um dos vários padrões de pintura-em-negativo, foi o mais encontrado, quer em silhares, quer em fachadas quer ainda como adornos isolados.

PE-10, aplicado de formas diferentes PE-01

Os padrões portugueses de “tapete” possuíam nomes próprios (ou apelidos), batizados pelos operários das fábricas e merecem ser aqui registrados para conhecimento de simpatizantes e estudiosos do assunto: cobrinha ou estrela-e-bicha, laçarias, hispano-mourisco, exaquetados, caixilho, sargento-grande, luz-e-sombra, marmoreados, motivo–de-lira, pintura-em-negativo, figura avulsa e crochê. São desenhos em composições geométricas ou estilizações de motivos fitomórficos.

PE-22

Os padrões de “tapete” do século XVIII que foram encontrados estavam aplicados em silhares e raros casos em adornos isolados. Muito interessante o caso de azulejos de “tapete” em miniatura em um só azulejo, encontrado num estabelecimento comercial situado na Av. Gomes de Castro, nº 88. Esta mesma padronagem existe em outra cor, só que não mais revestindo fachada, mas, sim como adorno isolado na Rua do Sol, nº 562.

Em algumas fachadas com azulejos de tapete notamos a ausência de cercadura e friso. Temos 10 casas com o padrão caixilho (PE-56) aplicado principalmente nas fachadas, e 4 com o enxaquetado (PE - 50 e PE- 57), só fachadas. Uma parte de nossa azulejaria de “tapete” é de laçarias, que são motivos de influência mourisca com decoração em diagonal, possuindo dois centros de rotação, de forma que na composição 2x2 as linhas geométricas formem uma estrela de oito pontas e a cruz, como encontrados na

PE-88, aplicado na fachada e em adorno

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4.2.3 Painel Figurado

Em uma residência na Rua Afonso Pena nº 213, encontramos dois padrões de azulejos semirrelevados (PR-04 e PR-05) das primeiras décadas do século XX, os quais possuem frisos próprios, relevados de origem inglesa. Ainda nesse imóvel encontramos azulejos portugueses, estampilhados (século XIX) e lisos, verdes (século XX). É o único local onde existe o padrão estampilhado com o chamado “motivo crochet” (PE-69), produzido na França e em Portugal, sendo que este, encontrado, obedece às dimensões de azulejos portugueses, 13,5 cm x 13,5 cm. Foi produzido por várias fábricas portuguesas (Viúva Lamego, Carvalhinho e Sacavém) em diversas cores, usando-se dois tipos de estampilha: por aerografia e à trincha.

Painéis são “quadros” de azulejos que retratam figuras, cenas profanas, históricas ou religiosas. Neste sentido o que conseguimos localizar foram três. São Luís não possui grande quantidade de painéis figurados propriamente ditos. O que se encontrou e classificou como “painel figurado” foi um que existe acima do portão de entrada para o Hospital Português. Na realidade, é um painel informativo ou “Cartela”, pois contém data de fundação, nomes e outras informações, todo em majólica, policromo, do início do século XX.

Rua do Passeio, 365

PR-05

Em uma residência na Av. Pedro II, nº 221, um painel em azul e branco retratando uma embarcação portuguesa em alto mar, todo em majólica com cercadura em azulejos de “tapete”, estampilhados, provavelmente das primeiras décadas do século XX.

PR-04

Av. Pedro II, 221

PE-69

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4.2.4 Tarjas

O 3º painel encontrado foi no interior de uma residência na Av. Silva Maia nº 131, retratando a “Santa Ceia”, com 18 peças em majólica, de procedência portuguesa (Fábrica Aleluia – Aveiro), também do século XX.

Tarja é um tipo de decoração que emoldura vãos de portas e janelas, adornando algumas fachadas. Foram encontradas 12, a maioria em azulejos de padrão, estampilhados ou em decalcomania. Dois casos se destacaram dos demais por serem tarjas feitas em majólica, recortadas, com figuras aladas em azul e branco: uma na Rua Rio Branco, nº 379 e na Praça Deodoro, nº 398. Elas contornam vãos, janelas e seriam de procedência inglesa, do século XX, segundo o arquiteto Olavo P. da Silva em “Arquitetura Luso-Brasileira no Maranhão”, p. 204.

Av. Silva Maia, 131

Outros painéis de que temos notícia, estavam no Palacete Gentil Braga, com medalhões de motivos orientais no estilo D. Maria I; hoje se encontram no Museu de Artes Visuais; na sacristia da Igreja de Santana acha-se um hagiográfico, procedente da extinta Igreja de Nossa Senhora da Conceição, alusivo a Nossa Senhora da Piedade. Temos notícias de outros painéis que pertenciam a residências de São Luís os quais estão no Museu do Açude no Rio de Janeiro. Padrão ferradura estampilhado

Vários painéis policromáticos em azulejos industriais foram encontrados, feitos na técnica da pintura de mufla, internos (varanda, sala, garagem) e externos (fachadas, terraços). A maior parte deles elaborados pelo artista plástico (já falecido) Elyan Bacelar. São painéis com paisagens, religiosos e até um onde vemos a figura de um índio. Outros dois da autoria de “Rako”, são monocromáticos (em castanho escuro) e localizam-se na Rua Rio Branco, nº 379. Na fachada lateral do antigo BEM – Banco do Estado do Maranhão, encontramos um grande painel da autoria de Antônio Almeida (escultor e escritor), que foi concluído por Edmar Santos (artista plástico), da década de 80 do século passado.

Tarja em majólica, possivelmente inglesa.

Painel Estilo D. Maria I - Museu de Artes Visuais

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4.2.5 Cercadura

Dentre todos os padrões encontrados, o mais utilizado foi o CE – 06, estampilhado em azul e branco, português, do século XIX.

A cercadura normalmente vem acompanhando azulejos de “tapete” nas fachadas (embora tenhamos encontrado algumas sem cercadura), pois delimita a área azulejada ou, ainda, faz a divisão de pavimentos e contornos de envasaduras. Contudo encontramos também algumas casas com suas janelas e portas emolduradas por cercaduras, colocadas como adornos. Às vezes, acontece de vir logo abaixo da cimalha, em forma de faixa, tendo ou não fachada azulejada. Essa faixa pode ser de uma ou duas fiadas de azulejos de cercadura (alguns autores a chamam de “barra”). As cercaduras são reconhecidas pela presença de dois bordos no mesmo azulejo: o externo e o interno ao painel ou ao “tapete”. A aplicação de azulejos nas fachadas com cercadura é uma tradição portuguesa.

CE-06

Quase todas as cercaduras encontradas possuem suas peças de canto e quando não existem, são apostas sem dar continuidade ao desenho ou colocadas a meia esquadria. Foram encontradas cercaduras de meandros, de “folhas-em-cadeia”, “renda portuguesa”, “ondulada”, com motivos fitomórficos e com azulejos de padrão (caixilho) ou lisos (brancos) funcionando como tal.

CE-07

As cercaduras portuguesas obedecem às mesmas dimensões do azulejo: 13,5X13,5 cm, já as francesas são de 11,0X11,0 cm; uma de origem belga (Rua Grande nº 1454) possui dimensões diferentes: 14,5X14,5cm. Encontramos cercaduras de origem portuguesa, francesa, holandesa e belga. Possuímos 30 padrões de cercaduras em 79 imóveis, quer guarnecendo “tapetes”, quer como adornos. Foram colhidas 13 cercaduras na técnica de estampilha, 3 em relevo, 4 em decalcomania e 11 em majólica. Das cercaduras em relevo, uma é portuguesa (azul e branco); as outras duas são provavelmente de origem inglesa, monocromáticas (verdes) e se encontram guarnecendo barra em um imóvel de construção do início do século XX, na Rua do Sol nº 660.

CE-07 - Peça de canto

As cercaduras eram feitas por encomenda para cada tipo de azulejo, isto é, todo azulejo tinha sua cercadura onde a composição possuía algum elemento da composição do azulejo. Existem cercaduras relevadas, em majólica, estampilhadas (aerografadas ou não), em decalcomania e até com técnica mista: esponjado com estampilha e estampilha com retoque a mão. Num imóvel na Rua Portugal, revestido em toda a sua fachada com azulejos franceses e portugueses, a cercadura de “meandros” é estampilhada com aerógrafo (através de pistola onde se coloca a tinta a ser usada), e de origem francesa.

Cercadura francesa

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

4.2.6 Frisos

Observamos frisos relevados lisos e decorados. Os lisos são nas cores branca e verde. Os decorados são coloridos, destes, dois são em alto relevo: um azul e branco e o outro acompanha azulejo similar português (azul-amarelo-branco), ambos são provavelmente da Fábrica de Massarelos (Porto – Portugal), segunda metade do século XIX. Três são de origem inglesa e trazem em seu tardoz a marca “H & R JOHNSON LTDA”: dois coloridos e um branco, manufaturados talvez por prensagem com molde de metal, sendo que o branco possui nas partes mais fundas um tom levemente esverdeado com alguma parte do seu relevo acentuado por ouro. Todos três parecem ser do início do século XX, da mesma forma que os lisos que se encontram em silhares internos. Possuímos 164 imóveis com frisos de diversas origens: portugueses, ingleses, alemães e holandeses.

Os Frisos realçam os vãos das fachadas, desempenhando importante papel na integração dos azulejos na Arquitetura, tradição que remonta a azulejaria do século XVII. São peças retangulares que correspondem aproximadamente à metade do azulejo. As dimensões mais comuns são 6,75X13,5 cm, porém encontramos também até de 8,5X15,0 cm. Assim como as cercaduras, eram feitos para acompanhar determinados padrões e também possuíam nomes próprios, tais como meandros, corda, galão e outros. Temos frisos com motivos zoomórficos, marmoreados, enxaquetados e vários com folhas ou flores estilizadas, nas técnicas de Estampilha, Decalcomania e manufaturados em relevo, sendo que a maioria é estampilhada. Encontramos 7 em relevo, 9 em decalcomania, um em majólica (o marmoreado da Rua do Giz), 3 lisos e 38 em estampilha. Os frisos também possuem suas peças de canto. Muitas vezes encontramos frisos cortados diagonalmente para dar ideia da peça de canto original. Possuímos cerca de 60 padrões de frisos, sendo a maioria de procedência lusitana.

Friso em Decalcomania - FD-03

FE-12 e sua peça de canto

Alguns não foram identificados, ficando a dúvida se seriam holandeses ou ingleses. Não identificamos frisos de procedência francesa. O friso mais encontrado foi FE – 02, em estampilha, nas cores azul, branco e amarelo. Deveríamos ter mais frisos em decalcomania, entretanto um deles só foi encontrado em serigrafia em uma fachada na Rua 13 de Maio o qual, aliás, está com os azulejos em réplicas de serigrafia.

Friso português em Relevo - FR-01

FE-02

Friso em Relevo - FR-03

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4.2.7 Adornos Isolados

Foram encontrados mais adornos na área de tombamento estadual, perfazendo um total de 99.

Uma forma de decoração em fachadas bastante encontrada em São Luís são os adornos isolados. Pequenos agrupamentos de azulejos lisos, de tapete ou de padrão único, encontrados nas variadas técnicas, principalmente em estampilha ou majólica.

Também foram encontrados adornos com peças de cercaduras, de frisos estampilhados (de corda), azulejos lisos, sem decoração (azul) e outros em majólica, padrão do séc. XVIII. Alguns padrões de azulejos só foram achados em adornos, como os situados na Rua Jacinto Maia nº 271. Expõe-se o padrão numa composição a que Udo Knoff (“Azulejos das Bahia”, prancha XXVI, pág. 64) que se diz ser “punta-de-clavo”, decoração com motivos geométricos.

Rua da Cruz, 200

Foram encontrados adornos feitos com azulejos de padrão único, em agrupamentos de vários azulejos, formando tarjas, emoldurando ou delimitando portas, janelas e vãos. Algumas vezes encontramos só a composição do “tapete” (padrão 2x2), localizada simetricamente na parte superior da fachada. Também observamos alguns adornos com ladrilho hidráulico e um caso de adorno “Art Nouveau” em peça côncava de porcelana na Rua da Paz nº 605.

Rua da Inveja, 154

Rua dos Afogados, 416

Rua da Paz, 605

Rua Jacinto Maia, 271

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4.2.8 Registo

Foi achada grande quantidade de Registos em 4 peças (quatro azulejos), aplicados de forma oblíqua, com molduras monocromáticas (azul), na técnica de pintura em porcelana, também chamada de “decoração ao fogo de mufla”. Neste caso a moldura é sempre a mesma, só mudando a figura do santo. Achamos que seja de origem local, de artista popular não identificado; são em número de 13. Outros também foram encontrados, de fabricação local, com origem em autores não identificados. Existem Registos de vários tamanhos, até com a quantidade de 31 peças (azulejos). Registramos vários em majólica, de procedência portuguesa, alguns com o nome da fábrica, como “Aleluia-Aveiro”, da Fábrica Aleluia em Aveiro (Portugal), origem da maioria deles. Outras localidades encontradas: Fábrica das Devezas (Vila Nova de Gaia), Fábrica Soares dos Reis (Vila Nova de Gaia), Fábrica do Cavaco (Vila Nova

Registo ou Registro é uma forma de decoração, tanto exterior quanto interior, muito encontrada em São Luís. Os “Registos Devocionais” são pequenos painéis com simbologia religiosa, surgidos em Portugal durante o séc. XVIII. Sua característica principal é a de proteger a residência de catástrofes e males diversos. São figuras de santos ou anjos, integrados ou não nos revestimentos de “tapete” da fachada, variando muito de localização. Tanto podem estar nesta, quanto na varanda, nos terraços ou hall de entrada, até internamente, como num pátio (Av. Silva Maia, 131) onde foram encontrados dois, ambos portugueses, na técnica majólica da Fábrica Aleluia (Aveiro-Portugal), século XX.

Montanha Russa, 52

Av. Silva Maia, 131

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4.2.9 Outros

de Gaia ), Fábrica de Valadares (Vila Nova de Gaia), Fábrica Corticeira (Porto), Fábrica de Valente (Porto), Estatuária Artística (Coimbra) e Faianças do Outeiro (Águeda). Esses Registos portugueses geralmente possuem molduras com elementos fitomórficos em estilo barroco, rococó ou neoclássico, monocromáticas ou policromáticas, assim como a imagem do Santo. Todos são provavelmente do século XX. Com relação ao Santo de devoção em maior quantidade encontrada seria pela ordem, Santo Antônio, São José e Nossa Senhora de Fátima.

Também foram encontrados azulejos em espelhos de escadas. Temos um bom exemplo à Rua Oswaldo Cruz, nº 1374 (ou Rua Grande), com azulejos em decalcomania (com motivos florais, “Art Déco” e “Art Nouveau”), estampilhados, lisos e semi-relevados. Nesse mesmo imóvel, em uma pequena escada que dá para o pátio interno, o espelho é de azulejos relevados, o mesmo que está fazendo silhar e que reveste um depósito nesse pátio. São azulejos portugueses da Fábrica das Devezas (Porto – Portugal), provavelmente do século XIX.

Outros Registos que se assemelham ao mesmo estilo dos portugueses foram encontrados. São de origem nacional, alguns do Rio de Janeiro (“M.ARTES”) e um onde se lê embaixo “Belém – Pará”. A maior parte dos Registos está localizada na área de tombamento estadual, principalmente nas ruas dos Afogados, do Alecrim e de São Pantaleão. O número total encontrado (área federal e estadual) foi de 86. Além de todos esses tipos de decoração citadas, existem também as Barras e os Espelhos de escadas. As barras podem ser com azulejos de “tapete” ou com cercaduras, e são formadas por duas linhas de azulejos sobrepostos na fachada.

Rua Grande, 1374

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4.3 Padrão

Consideramos o azulejo sem padrão o liso, sem qualquer tipo de decoração. O azulejo de padrão úni-

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co é aquele em que o centro de rotação está contido

Os padrões, quando se repetem, geram linhas de

nele mesmo; não precisa de outros elementos para

forças, ora perpendiculares ora oblíquas. Todos os pa-

dar continuidade à composição; pode conter com-

drões possuem seu “centro de rotação”: o principal

posições geométricas ou estilizações de motivos fito-

que é central e as vezes um secundário que é o elo de

mórficos. Para exemplificá-lo citemos o prédio onde

ligação com os outros padrões, que ao agruparem-se

funciona o Museu de Arte Sacra, Rua 13 de Maio, nº

repetidamente formam o “tapete”.

500 – com motivo fitomórfico (PE 55), estampilhado, sendo talvez de procedência inglesa.

Embora o desenho seja igual, cada azulejo se comporta em relação ao outro como a sua imagem num espelho, de tal maneira que um é considerado “direito” e o outro “esquerdo”, formando assim um padrão de azulejos iguais e simétricos 2 a 2. Nos azulejos de fachada os padrões, na maioria dos casos, são constituídos por 4 azulejos iguais, “padrão 2X2” (dois por dois), o mais frequente aqui em São Luís. As “padronagens” são uma criação portuguesa, o que explica a existência da enorme quantidade de padrões 2X2 em nossa cidade, onde a maioria dos azulejos é de origem lusitana; os azulejos franceses que possuímos contêm o padrão na própria peça. Para nossa surpresa, foi encontrado um exemplo onde o padrão é 3X3/2, situado na Rua Oswaldo Cruz, nº 1454, em Decalcomania, com motivo floral

PE-55

(PD-01 e PD-02). Segundo Dora Alcântara, é belga (“Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão”,

Na fachada da casa na Av. Gomes de Castro, nº 88

p. 43).

um azulejo estampilhado possui “elementos que parecem conter um padrão e mais, em miniatura” – (Dora Alcântara, pág. 36). Foi localizado o mesmo padrão com outra cor, só que em adornos isolados (Rua do Sol, nº 562); esse padrão foi inspirado num azulejo inglês produzido pela “Minton, China Works & Co.” em 1880 e é português, de “A.A.Costa & CA.”, Fábrica das Devezas (Porto), 1ª metade do século XX. O PE-51 também só foi encontrado em adornos isolados existindo similar no mesmo catálogo de azulejos, é o de nº 508, desenhado pelo arquiteto neogótico A.W.N. Ougion, amigo pessoal de Herbert Minton; foi baseado em estudos diretos de exemplos medievais, sendo que o exemplar do catálogo é azul, vermelho, branco e castanho claro. O padrão “estrela-e-bicha” também chamado de

Rua Oswaldo Cruz, 1454

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“cobrinha” e “bicha-da-praça”. Foi produzido por ho-

Outro exemplo de padrão encontrado em uma só

landeses e portugueses e tornou-se característico da

residência (Rua 14 de Julho, 182) é o PE-52. Dele só

azulejaria portuguesa por mais de um século. Em

temos em verde e amarelo. De acordo com Dora Al-

São Luís, foi encontrado em cinco versões: duas sem

cântara, é português, inspirado em similar holandês

contornos (azul e amarelo), duas com contorno (azul

(Fábrica de Harlingen) cujas cores são vinho e azul

claro com azul colonial e amarelo com castanho) e

(Alcântara, 1980, p. 38).

uma onde ao centro, no meio da cobrinha existe uma estrela de oito pontas. Esse padrão estava em um livreto de desenhos de manufatura holandesa já em 1680. De acordo com estudos e pesquisas, as fábricas portuguesas usavam a estrela como figura de canto e também gostavam de usar o contorno de desenhos em tons mais fortes (azulejos de números 147 e 148 do de Olavo P. Silva, 1997).

PE 52 O padrão único cujo motivo é uma estrela de oito pontas, encontrado nas cores amarela ou azul sobre fundo branco, sendo que, nesse padrão, a estrela só tem seis pontas – PE-60 e PE-61. Foi encontrado também em Portugal, no Palácio da Pena (Sintra), nos aposentos íntimos de D. Carlos I, só que nas cores verde e vermelho separadamente, com branco. Trata-se de encomenda feita a um fabricante em Lisboa chamado Eugênio Rosenbaum (ou Roseira), proprietário da Fábrica Roseira (PEREIRA e CARNEIRO, 1999, pág. 78).

PE-31, PE-32 e PE-33

O azulejo PE- 67 achado em três imóveis, esteve em voga durante quase 200 anos. Pintado a mão e em variações diversas. Os primeiros chegaram de Portugal em finais do século XVIII e após Abertura dos Portos, “vieram às toneladas da Holanda” (Knoff, 1986, pág. 76).

PE.67

PE-61

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Os azulejos PE-63 e PE-64 são do final do século XVIII e início do século XIX, originários de um desenho utilizado tanto pela França quanto por Portugal e Holanda. A decoração feita em estampilha com exceção das pétalas centrais que são pintadas a mão. De acordo com pesquisas, as fábricas portuguesas davam preferência por usar em determinados desenhos uma só cor, clara e escura; outro fator importante é a presença da estrela nos cantos, típico da decoração portuguesa. Ocorre que várias fábricas portuguesas produziram o mesmo padrão por terem importado de outros países as mesmas matrizes e terem acesso aos mesmos catálogos. Outras vezes teriam copiado os desenhos umas das outras, por preferência da clientela ou para satisfazer encomendas destinadas ao restauro de fachadas degradadas. Assim sendo, o PE – 64 é português e o PE – 63 pode ser holandês.

Palácio de Pena - Sintra

O azulejo de “figura avulsa” praticamente não existe aqui em São Luís. Encontramos, porém, um padrão em duas residências: uma em demolição situada na Rua Rio Branco, nº 216, e outra na Av. Kennedy, formando painel no terraço. São azulejos com fundo branco, desenho em azul com figuras de motivos holandeses (moinho, camponesa , farol, casal, embarcação e outros), na técnica de decalcomania, com dimensões bastante diferentes das outras encontradas: 25,0X25,0 cm. São peças do século XX.

O padrão PE-22, a chamada pintura-em-negativo,foi muito usada em Portugal entre 1790 e 1830, aproveitava-se o branco do azulejo para motivo da decoração. O uso da pintura-em-negativo iniciou-se na Bélgica, no século XVII. O PE – 66, padrão colorido estampilhado, é uma produção portuguesa, do Porto,. Existe similar em azul e branco em Salvador.

PE-66 O padrão “ferradura” ( PE-01, PE-02, PE-03, PE-04 e PE-05) que é muito frequente em São Luis, foi produzido pela Fábrica Viúva Lamego (Lisboa-PORTUGAL), no século XIX. Bastante encontrado tanto em sua forma policrômica como na monocrômica, que é rara em Portugal.

Azulejo de figura avulsa

O padrão PE-27 de origem portuguesa, segundo Udo Knoff (“Azulejos da Bahia”, prancha X, pág. 32), é encontrado em praticamente todos os cantos do Brasil, de norte a sul e, após a Abertura dos Portos, entraram no país mais de 5.000 peças num único dia. Pode ser visto nas Ruas Afonso Pena, Antônio Rayol, Rio Branco e outras.

PE-01

PE-02

PE-03

PE-04

PE-05

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Durante o trabalho, em visita de estudo ao “Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão”, podemos apreciar fragmentos de azulejos encontrados no trabalho desenvolvido pela equipe do órgão,

um marmoreado que não foi achado durante todo o

no “Projeto de Monitoramento Arqueológico das Obras

também não visto em qualquer outro lugar de São

de Ampliação da Rêde Hidráulica no Centro Histórico

Luís. Foi decorado na técnica “corda seca”, possui

de São Luis”, executado pela CAEMA (Companhia de

pouca espessura, desenho floral em diagonal e colo-

Águas e Esgotos do Maranhão), de abril a novembro

rido em verde claro, amarelo e vermelho sobre fun-

de 2003. Foram encontrados fragmentos de azulejos

do branco, de origem francesa, século XIX. (http://

estampilhados (PE-10, PE-64, PE-07, PE-51 e PE-74),

www.ironbridge.org.uk)

levantamento; um fragmento estampilhado em azul e branco com flores pequeninas não identificado e um fragmento de azulejo hispano-mourisco. Esse azulejo

Acervo do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão

Fragmento de azulejo francês

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4.4 Técnicas de Decoração

Ficou constatada a existência de 139 padrões de azulejos em São Luís, sendo um do século XVII, o restante dos séculos XVIII, XIX e alguns do início do século XX.

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro Dentre as técnicas de decoração encontradas em São Luís estão a Estampilha, a Decalcomania, Majólica, o Marmoreado e Esponjados. Foram encontrados também azulejos sem decoração lisos e outros de técnica mista. A Estampilha e a Decalcomania surgiram como alternativa à pintura manual (Majólica) e representaram a modernização no fabrico do azulejo. Estas foram as mais usadas em Portugal, nosso maior fornecedor.

O que se notou em São Luís foi a repetição de várias padronagens nas fachadas. Padrões que estão definitivamente ligados à paisagem da cidade, tornando-se familiares para seus habitantes. Isso ocorreu com os padrões ferradura, pintura-em-negativo, estrela-e-bicha, sendo estes os mais comuns.

4.4.1 Estampilha Nessa técnica os azulejos eram decorados com desenhos simples e pintados por um processo que consiste em colocar sobre o vidrado um molde de papel próprio, ou acetato vazado no local desenhado, permitindo assim criar uma matriz para cada cor aplicada com trincha ou aerógrafo. Por terem sido assim fabricados, de forma artesanal, é que se observam algumas vezes certas imperfeições em inúmeras peças. Este era o processo mais comum.

Rua da Estrela, 327 Esta breve análise dos padrões existentes nas fachadas de São Luís apenas pretende levantar algumas informações sobre alguns aspectos que mais chamaram nossa atenção ao longo deste trabalho.

Português

Holandês

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4.4.2 Decalcomania A Decalcomania é uma técnica de decoração que surgiu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Os azulejos em decalcomania são geralmente monocromáticos e as cores mais utilizadas são azul, verde e castanho. Possuem decoração minuciosa. Também chamada de “impressão a talhe doce” ou “impressão mecânica”, era feita com a transferência para a peça cerâmica de um desenho cujo original foi gravado numa placa de cobre, passada com uma mistura de óxidos metálicos e óleo. Um papel fino e absorvente recolhe o desenho gravado na chapa, que por sua vez é comprimido sobre a superfície vítrea ou diretamente sobre a chacota, neste caso posteriormente a decoração é coberta com vidro transparente e tudo será fixado numa segunda cozedura. A maioria das matrizes em Portugal era importada da Inglaterra, explicando-se assim a semelhança entre várias estampas utilizadas na decoração dos azulejos portugueses e ingleses.

Francês

Os azulejos em estampilha em sua maioria são portugueses, contudo temos também holandeses e franceses. Normalmente são em cores muito fortes. Os portugueses são de manufatura mais rústica, com pequenos defeitos durante a estampilhagem. Os padrões estampilhados se espalharam por toda a cidade, principalmente nas fachadas mais antigas da área de tombamento estadual. Um dos padrões mais frequentes em estampilha em São Luís é o “ferradura”, da Fábrica Viúva Lamego, de Lisboa. Foi encontrado revestindo fachadas, como adornos e até em rodapés. Foi bastante aceito no mercado brasileiro e, por isso, muito explorado, com pequenas variantes no centro de rotação.

Os azulejos em Decalcomania são facilmente identificados dos outros por ter seus desenhos de contornos bem definidos e possuírem dimensões maiores, 15,0X15,0 cm, sendo que os bisotados possuem 11,5X18,0 cm.

Foram registrados no Centro Histórico de São Luís 282 imóveis com padrões estampilhados.

PD-03

Rua Portugal, 251

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4.4.3 Lisos

Durante o inventário, foram observados alguns exemplares de azulejos em decalcomania com cercaduras e frisos próprios; do padrão PD 9.1.2 (ALCÂNTARA, 1980, prancha XVII) só encontramos réplica em serigrafia. Esses azulejos estão mais concentrados no trecho das Ruas Grande, do Sol, Afogados e Passeio, não deixando de ter também em outras localidades. Notamos que, no Centro Histórico, na área de Tombamento Federal, não foi encontrado nenhum prédio com azulejos em decalcomania. Provavelmente eles só chegaram aqui no século XX e revestem as edificações da área de expansão da cidade com as ruas acima citadas . A quantidade imóveis azulejados com técnica de decalcomania é de 25 apresentando 18 padrões.

Constatamos a existência de fachadas revestidas com azulejos lisos, sem padrão, da mesma cor. Esta forma de utilização do azulejo, aliás pouco frequente, seria uma preferência pelos aspectos utilitários em prejuízo dos efeitos decorativos. Contudo muitos desses exemplares acompanham-se de frisos ornamentados, monocrômicos ou não. Os azulejos lisos encontrados foram nas cores Rosa, Amarelo, Azul, Verde, Creme, Branco e Marrom. Os dois primeiros acreditamos ser de origem portuguesa por possuírem as mesmas dimensões de azulejos portugueses do século XIX. Os verdes e os marrons (Rua dos Afogados, nº 690), do início do século XX, já têm uma pasta cerâmica mais clara e homogênea, no entanto é desconhecida sua procedência. O Azul não foi possível medir e só foi encontrado em adornos isolados. Foram achados 17 imóveis com azulejos lisos, de aplicação interna e externa. Foi localizado um imóvel com azulejos lisos e retangulares na cor verde em sua fachada e outro com brancos bisotados como silhar.

PD-07

PD-09

Rua do Sol, 176

PD-13 PL-03

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4.4.4 Marmoreados

4.4.5 Esponjados

Geralmente estão associados a efeitos “trompe loeil”, sugerindo molduras. Encontramos 5 casos onde a decoração do azulejo imita os veios de mármore, o que é feito com o pincel. Possui friso próprio e está situado em um conjunto de prédios na Rua do Giz, nº 149, 155, 161, 167 e 175, que se encontram já praticamente todo “desnudado” desses azulejos. É na cor rosa, procedência portuguesa e possui friso próprio. Foi o único caso de azulejos realmente marmoreados. Alguns autores chamam os azulejos esponjados de marmoreados, unindo as duas formas de decoração numa só.

Azulejos Esponjados, também chamados de “pedra torta”, são aqueles que reproduzem o efeito do granito ou aparência marmórea. Este efeito é conseguido por meio da utilização de esponjas na aplicação das tintas ou mesmo com o próprio pincel. Possuem função de rodapés e surgiram no século XVIII, início do barroco em Portugal. A Fábrica Viúva Lamego produziu alguns destes exemplares. Costumam aparecer em silhar com painel de almofadas (é o caso das Igrejas de Santana, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e Igreja da Sé), embora tenhamos um caso de barra na Rua do Giz, nº 149, 155, 161 e 167, onde a camada de vidrado se encontra bastante prejudicada por intempéries, vandalismos e outros tipos de agressões. Encontramos restos de um exemplar na cor azul clara, proveniente de demolição do prédio na Rua Portugal, nº 165. No total foram 7 prédios com azulejos esponjados, sempre nas cores roxo avinhado, azul claro e amarelo (este fazendo parte de painel).

Rua do Giz, 175

PM-02

PM-01

PM-05

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4.4.7 Mista

4.4.6 Majólica

Dizemos que a técnica de decoração é mista quando se juntam dois tipos de decoração em um só padrão. Pode ser estampilha com retoque à mão ou esponjado com estampilha, o que normalmente é uma cercadura, padrão do século XVIII. Como exemplo, colha-se o prédio na Rua do Giz, nº 53, ou ainda na Rua Grande, nº 782. Restam pouquíssimos casos.

A Majólica é uma técnica que consiste basicamente na aplicação da pintura a pincel sobre esmalte estanífero. Os azulejos decorados na técnica da majólica existentes em São Luís estão aplicados principalmente no interior dos prédios e, sobretudo, na área de tombamento federal, pois normalmente são do século XVIII. São azulejos de estilo pombalino, com flores e folhas estilizadas, usando principalmente as cores azul, amarela e vinho sobre fundo branco.

Pode ser também estampilha aerografada, que é feita através de pistola com a tinta sobre o vidrado opaco, ao invés de passá-la com trincha, como no caso dos azulejos franceses da Rua Portugal, nº 185. Essa técnica é também chamada de “decoração ao terceiro fogo”.

Encontramos 69 imóveis com azulejos decorados na técnica da majólica.

Rua Portugal, 185 - PE-54

O acabamento a mão se encontra em muitos azulejos estampilhados e é um processo moroso, sendo muito frequente nos exemplares mais antigos. Alguns exemplares fabricados na 1ª e 2ª décadas do século XIX tiveram acabamento à mão. Encontramos 26 imóveis com azulejos decorados por mais de uma técnica.

PMJ-02

PMJ-07

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4.5 Procedência

para o Brasil e, consequentemente, para o Maranhão. Daí, podemos afirmar, de acordo com a presente pesquisa, que é de produção lusitana a grande maioria dos azulejos de revestimento de fachadas da cidade de São Luís. Existem azulejos de vários países além de Portugal, originários da França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Holanda e Bélgica.

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira A identificação da origem de cada padrão reveste-se de grandes dificuldades, já que não podemos examinar o tardoz dos azulejos aplicados nas paredes e, se conseguirmos em algum exemplar, talvez nada seja encontrado, pois nem todas as fábricas marcavam a chacota. A identificação de azulejos não marcados tem de se basear nas consultas do pouco material bibliográfico existente, no conjunto de elementos menos objetivos e rigorosos provenientes do estudo da matéria-prima, das técnicas de fabrico, do tipo de desenho, da gama de cores utilizadas, das técnicas de vidragem e pintura e das dimensões da chacota. Os frisos e cercaduras que acompanham alguns padrões poderão também ser elementos importantes na identificação.

Além das diferenças que dizem respeito às técnicas de fabrico, existem as referentes ao tipo de desenho e cores utilizadas, que permitem em alguns casos, distinguir a procedência. Eis algumas características de manufatura que determinam a procedência dos azulejos: Holandesa: chacota com pouca espessura pasta cerâmica homogênea, “pintura transparente”, uso de figura de canto, frieza gráfica, estilo bastante pormenorizado. O azulejo holandês era mais delgado confeccionado com barro de finíssima granulação e amassado de forma homogênea com cores predominando o azul muito claro e transparente, aspecto este que apontou para uma forte influência chinesa que os holandeses se apressaram em copiar.

Procuramos, sobretudo, seguir as indicações da pesquisadora e arquiteta Dora Alcântara, do também pesquisador Udo Knoff e do arquiteto Olavo Pereira da Silva. De alguns padrões encontramos a procedência em seus livros, de outros foi-nos necessário fazer um estudo específico e ainda assim, surgiram dúvidas diversas vezes por existirem padrões que eram fabricados em um país, vendidos para outro e neste revendidos a um terceiro país. Por outro lado, existem padrões “copiados” (por outro país), com pequenas modificações.

Fábricas Holandesas: Keinklijke Fabrick Van Murrtyls (fica em Harlingen); Utrecht, que a partir de 1907 mudou o nome para Westraven (em Makun). Inglesa: chacota com dimensões oscilantes entre 14 e 16,5cm, corpo cerâmico de barro vermelho e estilo clássico. Fábricas Inglesas: Minton China Worts e Maw & Co, Hollins e Copeland. Francesa: sem retoques manuais, cores azuis e violetas borrados,como se o azul transbordasse, desenhos compostos por traços, pequenos arabescos, círculos ou curvas, padrão contido na própria peça que aqui em São Luís aparece sempre sem frisos, mas com cercaduras. Variações de tamanhos, sendo que a dimensão mais encontrada foi 11,0X11,0 cm. Na segunda metade do século XIX, a França concorreu com Portugal na exportação de azulejos para o Brasil; portanto, há exemplares com motivos idênticos de produção francesa como também portuguesa.

No século XIX, com o fechamento das fábricas em Portugal, algumas casas comerciais portuguesas negociavam azulejos de outros países e os revendiam para o Brasil, já que esse era obrigado a obedecer ao monopólio, adquirindo azulejos e porcelanas só da metrópole (Portugal). Esses países seriam a Holanda, tradicional também na fabricação de azulejos e o primeiro a vender azulejos para o Brasil nesse período, seguida pela Inglaterra, França, Alemanha, Espanha e Bélgica. Tem-se notícias de que a firma “Ricardo Graça e Cia”, no Rio de Janeiro, vendia azulejos alemães, franceses e belgas (J. M. dos Santos Simões para “Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”, nº 14, 1959).

A França não só produziu azulejos para o Brasil como também para Montevidéu e Buenos Aires. Os centros produtores de azulejos franceses localizam-se em Desvres, Pas-de-Calais, em Serreguemines,

Portugal foi o país que mais exportou azulejos

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Alsácia Lorena e Aubágne, na Boca do Rhódano ou Choisy Le Roy, região de Paris. A fábrica mais importante é Pas-de-Calais, da família Fourmaintraux.

das Caldas da Rainhas, Goarmon, entre outras. Fazem parte da história do azulejo em Portugal. A fábrica Sacavém produziu azulejos cujo tardoz era canelado apresentando uma inscrição com o nome da fábrica e esporadicamente, com uma pequena coroa, cuja forma foi sofrendo algumas alterações ao longo dos anos.

Outra grande fábrica francesa é a Villeroy e Boch (atualmente tem sede na Alemanha, próximo da fronteira com a França). Foi criada com a união de duas famílias, uma francesa e outra alemã. Ficaram também conhecidas como as fábricas Blim Pêre et Fils e Blin Frères, em Aubane.

A fábrica Desterro também operou com azulejos com tardoz canelado, sentido transversal muito semelhante ao da fábrica Sacavém, com a seguinte inscrição “Fábrica Desterro-Lisboa”.

Quase todas as variantes têm marcas incisivas dos fabricantes no seu tardoz (um selo elipsóide ou circular). Os exemplares de produção de Pas-de-Calais, Fourmaintraux têm 11,0 cm de dimensão, o que é uma das características dessa fábrica. Enquanto que

As fábricas Goarmon e Constância produziram azulejos de fachada, mas não registraram nenhuma marca da fábrica no verso das chacotas, era completamente lisa. Outras fábricas como Campolide, Miragaia, Cavaquinho e Santo Antônio da Piedade, também não marcavam os biscoitos, nenhum dos exemplares dessas fábricas pode ser identificado como pertencentes às mesmas.

os azulejos com 20,0 cm de dimensão são da fábrica Aubagne ou J.C.Givet, ambas fabricavam com as mesmas medidas. Os exemplares da Villeroy Boch, variam de tamanho (de 11,0 a 15,0 cm). A padronagem desta fábrica

A maioria das matrizes de metal para azulejos em decalcomania de Portugal foi importada da Inglaterra, o que explica a semelhança de vários padrões portugueses com ingleses.

apresenta formas geométricas e tem duas características, azul e violeta borrados semelhante ao “azul borrão” da louça inglesa e os desenhos pontilhados ou pintura “puntillista”.

Os exemplares produzidos pela Fábrica Viúva Lamego em Portugal quase sempre se acompanhavam de frisos e, menos frequentemente, de cercaduras. Os frisos produzidos por ela mais comuns entre nós são os “de corda” (FE-22), “de trança” (FE-20 e FE –21) e os “de galão” (FE – 30 e FE – 35).

As interpretações de Art Nouveau e Art Déco, foram reproduzidas nos azulejos das famosas fábricas Faiemceries de Sarreguemines e Villeroy & Boch caracterizando assim um importante período da arte azulejar francesa. Espanhola: são tricrômicos (azul, amarelo e branco), coloridos alegres.

Os azulejos mais antigos frequentemente possuem alguns pequenos defeitos como empenamento da chacota e irregularidades no vidrado. O acabamento era feito a mão, principalmente nos estampilhados, persistindo até mais ou menos a primeira e segunda décadas do século XX. Esses defeitos são de uma época de fabricação artesanal. À medida que as fábricas foram se modernizando, o acabamento foi atingindo grau de perfeição. Apesar disso tudo, a evolução tecnológica das fábricas ocorreu lentamente e de modo irregular, pois na mesma época coexistiam técnicas de fabrico diferentes, tornando assim mais difícil a classificação cronológica.

Belgas: motivos em diagonais com flores, folhas estilizados estrelas de 6 e 8 pontas, meandros e uso da decalcomania. Portuguesa: camada do vidrado apresentando por vezes alguns defeitos, pasta cerâmica granulada, de grossa espessura, uso da estrela como decoração nos cantos, desenhos grosseiros, toscos em azul e branco ou em policromia. O padrão é desdobrado em 2X2 ou 4X4, sempre contornados por frisos ou cercaduras. Fábricas portuguesas de grande, médio e pequeno porte como: Viúva Lamego, Constância, Sacavém, Devezas, Desterro, Carvalhinho, Miragaia, Cavaquinho, Lusitânia, Massarelos, Bica do Sapato, Faiança

No que diz respeito às marcações de tardoz, em algumas fábricas portuguesas, só começou a ser feita

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por volta de 1942. Atribuir com precisão uma data de fabricação e de colocação dos azulejos torna-se, em muitos casos, impossível. Apesar destas dificuldades, existem alguns dados com os quais podemos contar para classificar cronologicamente, de forma aproximada, alguns padrões. Os azulejos de alto relevo, por exemplo, são todos portugueses do Porto, do século XIX, Fábrica de Massarelos ou Fábrica das Devezas. Ocorreu também o fenômeno da reciclagem, na 2ª metade do século XIX, da apropriação do passado, por carência de conteúdo, foi lançada mão do que dispunham em termos de modelos, adequando para os novos modos de produção.Outro fator muito importante seria o conhecimento da época em que se ocorreu a expansão da cidade. O PE-51 só foi encontrado em adornos isolados e existe similar no catálogo de azulejos da “Mintons, China Works & Co.” de 1880, é o de nº 508 e foi desenhado pelo arquiteto neogótico A.W.N. Ougion, amigo pessoal de Herbet Minton (“Azulejos Decorativos”. LIBSA, lâmina 18), sendo que o exemplar do catálogo é em azul, vermelho, branco e castanho claro. De acordo com nossas pesquisas, alguns azulejos puderam ser identificados quanto a sua procedência, destes 346 são portugueses, 2 são holandeses, 16 ingleses, 3 franceses, 5 alemães e 6 belgas, entretanto 76 não foram identificados. Rua das Crioulas, 324

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4.6 Dimensões

10X10 cm; 10,4X10,4 cm; 10,8X10,8 cm 11,0X11,0 cm e 11,4X11,4 cm de dimensões. Os azulejos bisotados ingleses possuem as seguintes dimensões: 11,5X18,0 cm e os retangulares (verdes) 10,0X16,0 cm.

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira

A Bélgica também produziu azulejos com as dimensões de 10,2X10,2 cm; 11,0X11,0 cm; 13,0X13,0 cm e 13,3X13,3 cm. Os padrões encontrados possuem 14,5X14,5 cm e 15,0X15,0 cm.

Os azulejos possuem diferentes dimensões, de acordo com suas origens. Verificamos que há uma variedade muito grande de tamanhos, pois os tamanhos nem sempre são exatos; por sua vez, adquiriam também características de outras fábricas (estrangeiras).

A Espanha produziu azulejos com dimensões um pouco maior que os demais países (chegando até 21,0 cm) 13X13 cm; 14X14 cm; 14,5X14,5 cm; 15,3X15,3 cm; 20,0X20,0 cm e 21,0X21,0 cm.

As fábricas portuguesas Sacavém, Lusitânia e Desterro produziram azulejos em diversos tamanhos, como por exemplo: 12,6X12,6 cm; 13,5X13,5 cm; 14X14 cm. O mesmo acontecendo com as fábricas Devesas, Carvalhinho e Constância que produziram azulejos com a dimensões de 14,5X14,5 cm e 14,9X14,9 cm.

Os azulejos franceses possuem dimensões variadas, podem ter 10,5X10,5 cm, 11,0X11,0 cm, 15,0 ou até 20,0 cm.

Algumas fábricas portuguesas usavam 15,0X15,0 cm, outras usavam dimensões mais reduzidas (13,0X13,0 cm ou 14,0X14,0 cm). Nem sempre essas dimensões são exatas, por causa da retração, que faz com que a chacota diminua de tamanho, durante a queima. A cercadura portuguesa relevada CR-01, da Rua Rio Branco, nº 314 (ou Praça Gonçalves Dias), possui 16,0 cm x 16,0 cm. O friso relevado FR-04, português, possui 8,5X13,5 cm. A Holanda produziu azulejos com as seguintes dimensões: 10,5X10,5 cm; 11,5X11,5 cm: 12,8X12,8 cm e 13,5X13,5 cm. Quase todas as fábricas holandesas utilizaram os mesmos motivos, com ou sem pequenas variações. Assim como a Holanda, Portugal também fez pequenas variações criando novos padrões. Fábricas da Inglaterra produziram azulejos com CR-05 - Praça Gonçalves Dias, 314

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4.7 Peças Faltantes Domingos de Jesus Costa Pereira A herança de bens culturais “foi-nos legada pelos nossos antepassados para que dela pudéssemos usufruir!”. Nela está inserida a história de um povo e o modo de fazer arte. Cabe a todas as gerações ter a sensibilidade de absorver, respeitar e preservar seu patrimônio histórico. A sociedade deve conhecer o acervo cultural de sua cidade e assumir a responsabilidade por sua integração física, estabelecer normas e criar hábitos saudáveis de uma convivência harmoniosa das pessoas com a arte, proporcionar condições necessárias para preservar e conservar sua herança cultural, que tem grande importância artística e uma história milenar, conhecida em todos os continentes, envolvendo artistas, técnicos e operários, compondo e ilustrando as páginas mais belas da história da arte universal.

Rua do Giz, 426

quisadora, de 1959 a 1972 em apenas 13 anos a cidade perdeu 49 prédios revestidos de azulejos antigos. Cerca de 11 imóveis referidos em trabalhos anteriores, foram demolidos ou desabaram no último quartel do século XX; 73 fachadas de padrões antigos foram simplesmente removidas nos últimos tempos; 163 imóveis perderam azulejos, uma quantidade que varia entre uma unidade a 30%, às vezes mais, como consta do fichário anexo, a falta destas peças nos revestimentos deixa uma lacuna sombria do descaso público e dos proprietários na conservação do patrimônio.

A descaracterização do patrimônio artístico, muitas vezes tem a conivência de construtores, comerciantes e proprietários, que não reconhecem ou desrespeitam o valor histórico cultural dos seus revestimentos, gradis, portadas e bandeiras antigas. A valorização extrema ao moderno e a aversão ao clássico criam uma mentalidade errônea de que o patrimônio cultural impede o desenvolvimento. Surgem os adeptos da substituição dos prédios antigos por novos e a vontade das imobiliárias por desabamentos para novos projetos.

Não foi possível contabilizar o número de azulejos extraviados do conjunto arquitetônico dos imóveis citados. É um trabalho exaustivo, que deverá ser feito especificamente com esse objetivo. Alguns exemplares remanescentes desta catástrofe histórica cultural estão expostos em forma de faixas e tarjas nos frontais dos casarões suntuosos, outros fazem parte da pinacoteca de coleções particulares, ou como adornos e outros ornamentos nas fachadas de 135 imóveis, só na área tombada do centro histórico, estes últimos ornatos estão em geral nas casas simples provavelmente de operários que trabalharam na remoção do acervo perdido.

A pesquisadora Dora Alcântara, em seu trabalho sobre “Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão”, faz referência de um caso típico, que justifica o quanto se tem perdido desse patrimônio magnífico, no decorrer dos anos. Com as melhores intenções transcrevemos o texto na íntegra: “um construtor português, há muitos anos radicado em São Luís, Manuel Fernandes, com quem tivemos oportunidade de falar, disse ter executado reformas em fachadas azulejadas de vários prédios e demolido outros tantos. O mesmo, dissera ele, a Mário Barata em 1955, estimando então em 300 as fachadas azulejadas que teriam desaparecido ‘nos últimos 30 anos’ ”. Embora a autora considere a informação “um pouco exagerada”, os acontecimentos confirmam a veracidade da história.

Basta uma análise simples dos resultados dos trabalhos recentes e para constatar-se a dimensão da perda do rico patrimônio artístico do centro histórico, as agressões indiscriminadas dos últimos três quartéis do século passado e início deste, parece a história de uma cidade decadente esquecida no tempo. Onde existiam bonitos casarões azulejados, foram encontrados apenas terrenos vazios ou usados para estacionamentos, alguns estão registrados em livros ou catálogos históricos, outros fazem parte dos tristes contos: “aqui era uma vez...”. Ainda integram o conjunto arquitetônico grandes sobradões arruinados escorados ou não com peças de madeira, algumas portas e janelas estão veda-

Com o episódio citado, conclui-se que a partir do segundo quartel do século XX, tivemos as primeiras informações, que caracterizam a gravidade do processo de perda do conjunto arquitetônico azulejado do Centro Histórico de São Luís. Segundo a mesma pes-

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das com tijolos e cimento bruto, compondo, há anos, um cenário horroroso e lamentável, como se o tempo recuperasse o desleixo das instituições responsáveis de resguardar a memória cultural da cidade. Azulejos belíssimos são sacados à força dos revestimentos por raízes de arbustos, que crescem nas paredes; fachadas inteiras foram substituídas por padrões novos. - “Os azulejos eram muito velhos, troquei por novos”,- diz orgulhosa a proprietária da casa nº 218, da Rua Antônio Rayol.

possível documentar, em alguns cômodos, mesmo arruinados, uma pequena quantidade de azulejos empilhados, fragmentos descartados, as marcas deixadas das peças saqueadas no “Hall” de entrada do primeiro e segundo pavimento dos silhares das escadarias e numa dependência do andar superior. São exemplares de procedência lusitana com as referências de padronagem PA 5.1.1, PA 10.1.1, PA 15.1.1, PA 2.1.1, PA 16.1.1, PA 12.1.1.1, PA 12.2.2, CA 5.1.1 (Código de Dora Alcântara) e Nº 304 (Código de Olavo P. Silva) do seleto conjunto do século XVIII.

A equipe de pesquisadores formada por onze integrantes, que durante cinco meses, de janeiro a maio de 2004, dedicou-se intensamente às investigações e análises da situação atual do acervo azulejar do centro histórico de São Luís, passou momentos de angústia ante os problemas que parecem insolúveis. Azulejos que despencam das fachadas, prédios que desabam e são saqueados por vândalos, reformas que fragmentam azulejos antigos e descartam no entulho; negligência, roubo, descaso das instituições responsáveis pela preservação dos bens culturais. Um conjunto de ocorrências contínuas, que levam ao caos qualquer patrimônio. Três casos ilustram bem as preocupações dos inventariantes neste período:

Nos três casos referidos, calcula-se cerca de mil azulejos que decoravam os interiores desses imóveis. Foram eliminados da memória. Estas perdas poderiam ter sido evitadas ou recuperadas para museus ou resguardadas por qualquer órgão responsável pelo acervo. A coordenação do inventário comunicou às instituições de direito em tempo hábil para que providências fossem tomadas, com exceção da Rua Portugal, onde um especialista em azulejaria não pertencente à equipe já havia denunciado o fato por escrito. Engana-se quem pensa que os azulejos, que revestem interiores de imóveis, estão mais protegidos que os das fachadas; às vezes são extraviados sem deixar pelo menos o registro histórico de seus valores artísticos para as futuras gerações conhecerem a criatividade da memória coletiva dos seus antepassados. Diz um filósofo dos primórdios das Ciências: “na natureza nada se perde, nada se cria e tudo se transforma”. Assim, o sábio transforma o barro em arte; e o ignorante, a cultura em lixo.

1) Rua Rio Branco, casa nº 216. Foi demolida toda a estrutura interna e posteriormente a fachada com azulejos do século XX foi removida. Nos escombros foram encontrados dois belos padrões de azulejos portugueses com as referências PE 1.1.2 , PE 23.1.1, revestindo paredes do interior do imóvel e um painel de figuras avulsas com desenhos e traços finos que caracterizam a arte holandesa, todas essas relíquias foram quebradas a picareta e jogadas no entulho. 2) O sobradão nº 165 da Rua Portugal estava em reforma, os operários removeram o revestimento de um muro com azulejos portugueses do século XVIII, com os seguintes padrões antigos: PA S/Nº , CA 3.1.1, CA 3.1.2, CA 4.1.1, CA 5.1.1, CA 6.1.1, PA 12.1.1, PA 12.2.2 (Código de Dora Alcântara) , Nº 13, Nº 23, Nº 219, Nº 221, Nº 304 , (Código de Olavo P. Silva). Raríssimos no acervo ludovicense e que foram parar no contêiner de lixo público; alguns exemplares foram resgatados por “flanelinhas” do estacionamento da Praia Grande e vendidos livremente aos transeuntes do logradouro interessados nas peças. Os fragmentos foram abandonados no lixão. 3) Dois sobradões conjugados desabaram, um de esquina com a Rua da Saúde, nº 94; e o outro, na Rua da Palma nº 445. As fachadas não ruíram. Ainda foi

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4.8 Estado de Preservação

e microfraturas; a umidade e raízes de vegetações provocam destacamento de azulejos dos suportes. Os revestimentos de uma forma geral são afetados por manchas e sujeiras superficiais decorrentes das decomposições naturais dos materiais orgânicos e aglutinantes utilizados nas fixações dos suportes, adesivos e colas da panfletagem. Registrou-se ainda perdas parciais de chacotas.

Domingos de Jesus Costa Pereira A metodologia utilizada para avaliação da deterioração do revestimento azulejar no centro histórico de São Luís foi através de observação visual pormenorizada por técnicos e estagiários, analisando as causas e detectando os problemas em cada local de aplicação, contabilizando por estimativas as perdas de vidrados, partes das chacotas, fraturas, sujidades, danos por intempéries e estupidez humana. As fichas individuais dos imóveis azulejados apresentam a estatística dos resultados da situação atual do patrimônio.

Nos prédios encontrados com fachadas azulejadas, muitos adornos e registos estão em avançado estado de deterioração por intempéries, agentes biológicos, vandalismo e negligência. Foram contabilizadas 56 edificações com infiltrações, 57 fachadas com alguma espécie de vegetais; 340 locais com aplicações, cujas fissuras estão infestadas por quaisquer tipos de colônias de microorganismos degradativos dos vidrados; 182 agressões de vândalos a exemplo de saques, além das pichações, colagens, peças fragmentadas por impactos com objetos metálicos e outras ações brutais.

A equipe de trabalho constatou problemas variados no estado de preservação da azulejaria, integrada à Arquitetura ao longo dos anos e concluiu: os azulejos sofreram acentuado processo de fragilização com perda de vidrados, provavelmente em consequência da existência de sais solúveis nos monumentos e dos ciclos das chuvas, que favorecem o aparecimento de organismos vivos com ação devastadora. O período de estiagem com a elevação de temperatura contribui para formação de cristais, aparecimento de craquelês

Esses dados caracterizam o estado físico da azulejaria do Centro Histórico de São Luís, o qual foi classificado em três categorias: bom, regular e péssimo, segundo investigações minuciosas do sistema estrutural de cada revestimento.

Rua do Giz, 426B

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rão mencionadas, às vezes replicadas, devido tamanha preocupação com o acervo. A pesquisa detectou que os principais agentes do processo deteriorativo do acervo azulejar são danos irreversíveis, que afetam esse patrimônio valoroso, necessita-se de cuidados urgentes para salvar-se o que resta da memória preciosa dessa arte arquitetônico-decorativa e manter em condições de ser visto e apreciado com todo seu valor e beleza artística cultural, sob rigoroso cuidado de preservação e vigilância.

Azulejo com sujidades

As informações catalogadas demonstraram outras razões prejudiciais ao patrimônio: o próprio envelhecimento natural; degradação com perdas de vidrados; microfraturas e pulverulência das chacotas; manchas e sujeiras diversas; zonas afetadas por sais, infestações biológicas tanto animais como vegetais e as agressões humanas “involuntárias”: azulejos antigos assentados com massa de cimento; restaurações mal feitas; réplicas (Serigrafia) para reposição, que perdem a decoração; peças com tonalidades diferentes das antigas e vários fatores agravantes, cujas causas já foram ou se-

Azulejos danificados

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4.9 Causas da Deterioração

por ativando o processo de envelhecimento da azulejaria no decorrer dos anos.

Domingos de Jesus Costa Pereira

São preocupantes as contribuições biológicas

Os revestimentos azulejares em suportes arquitetô-

no arruinamento das construções antigas. Arbustos

nicos permanecem interados com as estruturas físicas

crescem nas fachadas e nos beirais, trepadeiras esten-

das peças cerâmicas e das edificações. Esta diversidade

dem-se nos telhados e dependuram-se nas cimalhas,

material cria um mecanismo de resistências opostas,

formando enormes cortinas verdes; até a embaubeira,

provocando as causas de deterioração do patrimônio

árvore dos pântanos, tem seu lugar de destaque nas

artístico. O levantamento do estado de conservação

coberturas dos casarões. As raízes dessas vegetações

elaborado no “Inventário de Azulejos de São Luís” não

penetram pelas paredes muitas vezes de taipa e adobe,

tem o caráter de diagnosticar, mas apenas obter uma

encontram nutrientes necessários para a perpetuação

constatação visual dos problemas graves que intera-

das espécies formando verdadeiros jardins suspensos

gem no acervo de maneira danosa, isto é fundamental

no alto dos prédios, provocando rachaduras e desaba-

para análises laboratoriais e um diagnóstico definitivo

mentos de paredes azulejadas. Os revestimentos são

para futuras intervenções de conservação e restauro.

infestados de fungos, liquens, bolores e outros tipos de microorganismos nocivos ao patrimônio, as colô-

Foram detectadas várias causas externas e inter-

nias se desenvolvem nas fraturas, lacunas e rejuntes

nas de degradação que agridem a integridade física

dos azulejos, provocando destacamento de vidrado e

dos azulejos que integram a arquitetura. Os danos

fragilidade dos biscoitos.

externos estão relacionados com as radiações solares, os efeitos dos raios ultravioletas, as mudanças climáti-

As causas internas de degradação das estruturas

cas equatoriais bruscas com variações de temperatura

de suporte são igualmente perigosas. As paredes rece-

e precipitações de chuvas, a grande acumulação de

bem água por ascensão através de hidroscopia capilar,

umidade no solo e no ar, além de uma névoa salina

dissolvendo sulfatos e sais solúveis ativando os ciclos

que envolve as ilhas oceânicas, como São Luís, pro-

iônicos, fragilizando o corpo cerâmico, provocando

vocando efeitos físico-químicos nos materiais, como

fissuras nos vidrados, aflorações pulverulentas dos

uma estufa com alteração de calor e circulação de va-

materiais estruturais e desintegração das pinturas. As goteiras e infiltrações provocam danos irreparáveis ao patrimônio arquitetônico, as estruturas parietais intumescem e dilatam-se provocando rachaduras, às vezes desabando, arruinando o prédio e rasgando a história cultural da cidade.

Rua do Giz, 53

PE-33

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Largo de Santiago - Fábrica Martins

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4.10 Superfície Letícia de Maria Paixão Martins de Castro Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira Ao longo dos séculos o azulejo sofreu várias influências, adaptou-se como ornamento no espaço arquitetônico, encontrando no Brasil o acolhimento devido e fixando raízes de origem portuguesa. A integração do azulejo na Arquitetura deve ser realçada com uma das características mais originais no revestimento parietal, a qual deixa de ter o papel estritamente decorativo para se transformar num elemento intimamente ligado a estrutura arquitetônica. Os azulejos relevados merecem referência especial. O relevo sempre foi a forma de expressão preferida dos ateliers de Vila Nova de Gaia, localizada na cidade do Porto. Esta técnica encontrou poucos adeptos no centro de Portugal. Existem dois processos para conseguir-se relevos. Uma técnica que consiste em despejar a argila liquida no molde de gesso ou madeira; a outra maneira é prensando argila molhada de encontro a placa de madeira (gesso ou metal), em negativo.

PR-01

Vila Nova de Gaia anunciava no jornal O 1º de Janeiro, da cidade do Porto: “Continuar a fabricar azulejos de alto-relevo, lisos e muitas qualidades com desenhos que recebeu da Inglaterra, França, Bélgica, Suíça, acabando com tal perfeição como não vêm melhor do estrangeiro”(Dora Alcântara – Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão). Outra informação pesquisada sobre o início da produção dos azulejos relevados data do ano de 1886 pela fábrica Devezas, logo seguida por outras fábricas do Norte tais como Massarelos, Cavaquinho e Santo Antônio da Piedade, diferenciaram-se pela produção do verdadeiro azulejo “de” meio-relevo e alto-relevo que ainda hoje a cidade do Porto mantém um precioso mostruário. Nesse tipo de azulejo a superfície é valorizada pela luminosidade do brilho e as riquezas das cores.

Técnica bastante utilizada nos séculos XV e XVI,

Quase toda a nossa azulejaria é de superfície plana, embora tenhamos vários padrões em relevo e alguns bisotados. Possuímos três modalidades de azulejos com superfície em relevo: alto, baixo e semirrelevado. Em alto relevo foram encontrados 4. padrões 2x2; em baixo relevo encontramos um, padrão único; semirrelevado, foram encontrados 6 padrões, sendo que de um deles só foi detectado um elemento em espelho de escada (Rua Oswaldo Cruz nº 1.374).

PR-03

pelos De La Robia, sendo posteriormente retomada em Portugal no século XIX e divulgada por artistas como: Rafaell Bordalo Pinheiro; bem como em produção de azulejo das fábricas de Sacavém, Devezas e Massarelos.

Os azulejos semirrelevados são ingleses do início do século XX, manufaturados e decorados pela técnica conhecida como tubagem na qual uma pasta com mistura de barro, fundente e quartzo é aplicada criando

Em 1822, a Fábrica Santo Antônio do Vale de

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um desenho com finas linhas de aresta na superfície do azulejo, posteriormente estas áreas são preenchidas com vidrados coloridos e as arestas funcionam como fronteiras entre cada cor.

Existe fachada toda recoberta por azulejos em alto-relevo (PR - 02 com PR- 01) que não possuem friso, mas o PR - 11, português, possui friso próprio e só foi encontrado em residência na Rua do Ribeirão nº 68. Foram encontrados azulejos em alto relevo como adornos isolados, embasamentos e barra abaixo da cimalha. No total foram 21 imóveis com azulejos em relevo, sejam eles em alto, baixo ou semirrelevado.

Um deles possui no tardoz “H & R JOHNSON” e no interior de um desenho em forma triangular a inscrição “Cristal – Trade Mark”, segundo catálogo da “MINTON CHINA WORKS & Co.”, os azulejos lembram o estilo hispano-mouriscos de aresta. Um destes semi-relevados é “Art Dèco” e os outros são “Art Nouveau”.

Encontramos azulejos de superfície bisotada, retangular, liso ou em decalcomania, talvez de origem inglesa, revestindo fachadas e áreas internas como jardim de inverno, casa de banho e cozinha. O padrão liso é na cor branca e o decorado em dois padrões, um azul e outro vermelho sobre fundo branco. Ao todo foram 5 imóveis com este tipo de azulejo.

Em baixo-relevo temos o PR - 06, só encontrado à Rua Oswaldo Cruz nº 1.474. É provavelmente português, cidade do Porto, da Fábrica das Devezas, não possui friso próprio.

PL-08 PR-06

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trializado, tecnicamente é um procedimento errado utilizar peças serigrafadas e expor às intempéries.

4.11 Peças de Reposição

A utilização de produtos cerâmicos inadequados às fases do processo de sinterização, causam a incompatibilidade entre o vidrado original da indústria e o sobresmalte usado na composição pictórica do artista, quando os pontos de fusibilidade dos materiais decorativos são diferentes, portanto não há reações de oxidação e redução das substâncias, são características físico-químicas importantíssimas na miscividade durante a cozedura de vitrificação.

Domingos de Jesus Costa Pereira Durante o inventário foram coletadas informações criteriosas de várias situações diferentes, que caracterizam o estado degradativo do acervo azulejar de São Luís. Os problemas mais agravantes são as danificações naturais de diversas etimologias; encontram-se peças tão estragadas, que não permitem mais recuperação, além da grande quantidade de azulejos faltantes por depredação de vândalos e negligências. Tendo em vista tudo isto existem as causas de degradação cometidas por intervenções inadequadas de empresas ou pessoas desprovidas de conhecimento, sem consciência profissional, nem orientação técnica específica, nas tentativas empíricas de restauração, provocam danos irrecuperáveis no patrimônio azulejar, utilizando metodologia errada, réplicas sem qualidade técnica e materiais impróprios.

Raramente coincide o ponto de fusão dos materiais empregados nas fábricas com os usados nos ateliês. Tudo pode ser corrigido, consultando técnicos ou fabricantes de matérias primas e adquirindo material compatível com a utilidade desejada. Este é um procedimento técnico para utilização de materiais cerâmicos de revestimentos exteriores.

A questão das réplicas encontradas no acervo da azulejaria antiga do centro histórico é muito preocupante, as peças de reposição serigrafadas nas fachadas com restauração mal sucedidas e quando os azulejos faltantes foram substituídas por novos, cuja reconstituição decorativa utiliza-se a técnica de serigrafia. Esse processo apresenta decomposição da arte, desenho e cor, impressa na superfície vidrada do azulejo indus-

Azulejos antigos dos revestimentos parietais em restaurações recentes são assentados com argamassas de cimento portland que, comprovado em análises químicas, possui elevado teor de sulfatos e halogenatos, que migram em formas iônicas para as superfícies vidradas e espaçamentos de juntas, provocando verdadeiras corrosões das extremidades para o centro e causando aflorações fissurais com destacamento da área decorada. Naturalmente acontece a solidificação das massas, incorporando-se no tardoz do azulejo, fragili-

Peças de reposição em serigrafia - Prédio ao lado

Peças de reposição em serigrafia - Rua de Nazaré, 328

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zando o biscoito, tornando inseparáveis por processos químicos ou mecânicos sem danificar as peças; são as “conseqüentes alterações e degradações que daí advém”.

interferir no acervo artístico, sem os devidos conhecimentos técnicos e científicos dos materiais constituintes das obras em execução e saber quais os procedimentos, os produtos que deverão ser usados para aumentar a longevidade e não acelerar o processo de degradação do patrimônio abordado.

Quanto aos azulejos, que por razões diversas não existam mais nos revestimentos ou os que não podem ser restaurados, há instituições especializadas em conservação e restauro de patrimônio artístico. Elas orientam equipes de restauradores para o consenso técnico e histórico na manufatura de réplicas de azulejos, utilizando processos metodológicos originais e fazendo análises químicas dos azulejos para identificar os materiais constituintes do corpo cerâmico, vidrados e tintas decorativas. Os resultados permitirão a escolha dos produtos mais adequados, existentes no comércio, como os utilizados nos séculos XVIII e XIX, as pastas cerâmicas ricas em óxido de ferro, vidrados em óxido de estanho e os componentes corantes da decoração original, assim teremos um produto bastante similar aos antigos. A tecnologia de conservação e restauro dos bens culturais evoluiu, no decorrer dos séculos, com o conhecimento científico. Os países que respeitam a memória de seus antepassados, investem em estruturas básicas para a capacitação de técnicas e equipamentos de laboratórios para pesquisar as estruturas dos seus monumentos tombados, estudar os materiais e produtos para resolver os problemas de recuperação e preservação do patrimônio, resguardar as características originais e o valor histórico. Ninguém tem o direito de

Meia-morada com 50% de azulejos em serigrafia

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4.12 Acessórios Fixados

103 ferragens encravadas nos azulejos e outros objetos diferentes, danificando as peças; 60 placas de vários tamanhos e modalidades com anúncios comercias e referências profissionais. Estas são as principais causas que descaracterizam e degradam o patrimônio azulejar.

Domingos de Jesus Costa Pereira A negligência é um dos principais fatores de depredação dos revestimentos de fachada. Os pesquisadores deste inventário registraram um arsenal de acessórios fixados nas paredes azulejadas, quebrando a harmonia decorativa do conjunto; outros objetos mutilam completamente as peças que compõem o tapete. Existe uma parafernália de artefatos montados em suportes encravados em perfurações diretas nos revestimentos, além de diversos tipos de quinquilharias metálicas para sustentar placas, banners, fiações e outros objetos suspensos nas fachadas, destruindo e ocultando a estética do acervo azulejar. O vandalismo é uma epidemia preocupante que afeta intensamente o patrimônio cultural com agressões tão graves ou piores que as causas já referidas. São numerosos saques de peças decoradas antigas que integram o conjunto original pela pirataria de pessoas inescrupulosas sem princípios e nem consciência do valor cultural para especular no comércio “negro” com turistas e colecionadores. São azulejos que vão e jamais retornam aos locais de origem. O vazio ficará para sempre na fachada e na história da arte. Cartazes, panfletos, publicidades gráficas, pichações e outros meios bizarros de comunicação são colados ou grafitados no patrimônio, descaracterizando a beleza natural e prejudicando a seqüência da leitura decorativa do conjunto. As colas e produtos adesivos desses materiais são ricos em substancias orgânicas, que servem de nutrientes para microorganismos que proliferam nos craquelês, manchando as pinturas e destacando o vidrado.

Rua Grande - Fachada com placas fixadas

São Luís é uma cidade única, encantadora por sua simplicidade, diferente na tipografia, possui uma arquitetura suntuosa e bela com o brilho das fachadas azulejadas; tem folguedos alegres e contagiantes; o clima é ameno com lindas praias ensolaradas o ano inteiro; esta ilha, cheia de atributos, inspira os poetas, que cantam e cultuam sua beleza noites a fio; os visitantes ficam contagiados pela magia e romantismo, que brotam dos seus casarões, escadarias e ruas tortuosas. A população é acolhedora, mas precisa despertar para os valores históricos de sua memória artística e usufruir de suas riquezas culturais, tornar mais agradável sua cidade, preservando seu patrimônio para as pessoas que vem desfrutar de suas maravilhas e conhecer o legado de seus antepassados.

O patrimônio sofre as conseqüências levianas de vândalos e os efeitos do desenvolvimento modernista, que não têm limites com os bens culturais; prédios tradicionais são modificados com eliminação de portas, janelas ou abertura de porões para construção de garagem e salões comerciais; azulejos antigos substituídos por novos; revestimentos alterados com acessórios fixados, que perfuram as peças e interrompem abruptamente a visão do tapete. Neste desequilíbrio babilônico foram registradas sobre as fachadas azulejadas: 96 instalações elétricas; 25 instalações hidráulicas,

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Rua do Ribeirão, 68

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4.13 Azulejos Subtraídos Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira Foi constatado após a realização do Inventário Azulejar de São Luís, no período de janeiro a maio de 2004, por técnicos especialistas em conservação e restauro de azulejos e formandos em arquitetura e urbanismo, a existência de 452 prédios com azulejos dos séculos XVIII e XIX e início do século XX, com revestimentos azulejar na fachada, silhar, embasamento, adorno isolado, tarjas, registros e frisos.

4.13.1 Registro de Subtração

Rua do Sol, 479

Conforme pesquisas realizadas nos anos de 1959 pela historiadora Dora Alcântara, existiam na cidade de São Luís, 270 prédios com fachadas azulejadas do padrão do século XIX.

Obs: Esta contagem refere-se à perda do revestimento azulejar, total ou parcial nas fachadas, silhares, barras, adornos e outros que vai de 40 à 100%.

Nove anos depois, ou seja: em 1968, aproximadamente 20 prédios foram removidos, os azulejos e outros substituídos por padrões nacionais.

O total foi de 110 imóveis que sofreram perda azulejar, 75 perderam completamente os azulejos originais e outros 33 sofreram perda parcial.

Em 1972 a pesquisadora atualizou o cadastro e registrou a existência de 221 prédios azulejados, o que demonstra que a perda sofrida em relação ao primeiro inventário foi 49 prédios azulejados. Já o pesquisador Olavo Pereira Filho registrou em seu levantamento de 1973 a 1980, um total de 177 prédios com fachadas azulejadas que comparado com o diagnóstico de Dora Alcântara, a subtração foi de 93 fachadas.

Constatamos ainda a existência de inúmeros azulejos dispostos na fachada em forma de adornos isolados, emoldurando portas e janelas, faixas azulejadas logo abaixo das cimalhas, barras e tarjas, talvez procedentes de antigas demolições. Encontramos ainda vários azulejos na parte interna dos prédios, em forma de silhar, revestindo escadas, vestíbulos, banheiros e varandas, não sendo cadastrados como azulejos de fachadas, porém fazem parte da riqueza azulejar da cidade de São Luís contidos neste inventário.

O nosso levantamento catalogou 217 imóveis revestidos com azulejos nas fachadas e 108 imóveis com azulejos subtraídos das fachadas e dos silhares.

No decorrer do nosso trabalho “in loco” registramos a retirada de azulejos dos Séculos XVIII e XIX, de (três) prédios localizados: na Rua Rio Branco, 216, Rua Portugal nº 165, Rua da Saúde nº 94 sendo jogados em lixeira pública, para serem posteriormente comercializados, por atravessadores a turistas. Outro fato comprovado por nós foi a não localização de alguns endereços onde existiram azulejos. Supõe-se que eles hajam sido incorporados ao imóvel do lado, e outros demolidos.

Comparando o nosso trabalho com o de Dora Alcântara, estima-se que a subtração foi de 53 prédios azulejados, com concentração maior nas ruas: Grande, Paz, Santana,Giz e Sol. O quadro a seguir, identifica os prédios que perderam azulejos externos bem como os internos, comparados com os diagnósticos de Dora Alcântara, Olavo Pereira e relação fornecida pelo IPHAN-MA.

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LOGRADOURO

PRÉDIOS N°

QTD.

1

Beco da Alfândega

180A

1

2

Rua 14 de Julho

182

1

3

Rua dos Afogados

187-704-712

3

4

Rua Afonso Pena

126-138- 244-378

4

5

Rua do Alecrim

133

1

6

Rua da Alegria

179

1

7

Rua Antônio Rayol

218-616

2

8

Rua da Cruz

574

1

9

Rua das Crioulas

250

1

10

Rua Direita

202

1

11

Rua da Estrela

113-350

2

12

Rua do Giz

161-167-214-444-445-461

6

13

Rua Grande

63-73-133-301-321-333-399-445-471-599-611-751-782

13

14

Rua das Hortas

120-259-267

3

15

Rua Humberto de Campos

185

1

16

Rua Isaac Martins

56-89-111

3

17

Rua Jacinto Maia

333

1

18

Rua Jansen Müller

32-141-178

3

19

Rua João Vital

141

1

20

Rua da Manga

58-184

2

21

Rua da Mangueira

166

1

22

Rua de Nazaré

58-127-284-377

4

23

Rua da Palma

66-208-323-360

4

24

Rua do Passeio

203-248-278

3

25

Rua da Paz

116-121-202-292-316-378-422-588-629

9

26

Rua do Pespontão

303

1

27

Rua Portugal

165-303

2

28

Rua Rio Branco

180-190-216-323

4

29

Rua de Santana

81-94-241-249-384-446-612-632

8

30

Rua Santo Antônio

298

1

31

Rua de São João

41-47-74-419

4

32

Rua São Pantaleão

132-274-492

3

33

Rua da Saúde

94-178-224-249

4

34

Rua do Sol

188-413-479-567-672-s/n

6

35

Largo de Santiago

Fábrica Martins

1

36

Parque XV de Novembro

314

1

37

Praça João Lisboa

78-200

2

38

Travessa do Jaú

44

1

TOTAL DE PRÉDIOS

110

70

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revestimento azulejar original foi retirado e uma pequena parte dos azulejos foram recolocados na fachada como barra (embasamento) no padrão PE 38. Atualmente os azulejos estão completamente cobertos de tinta plástica branca e amarelo ouro.

4.13.2 Prédios onde não existem mais Azulejos 1. Rua 14 de julho nº 182: Neste prédio existiu revestimento azulejar internamente, segundo fotos nº 3180.3 (fotos do IPHAN). O padrão não foi identificado.

11. Rua do Giz nº 214: Segundo os arquivos do IPHAN, existiram azulejos na forma de silhar no 2º pavimento, de padrão não identificado.

2. Rua dos Afogados nº 187: Não existem mais azulejos originais. As informações que tivemos, é que existiram azulejos no padrão liso amarelo claro no 1º pavimento.

12. Rua do Giz nº 445: A fachada continua com o revestimento azulejar original no Padrão PE 01 e friso FE 30. Contudo os revestimentos internos aplicados no silhar da sala e da varanda foram retirados. Portanto os padrões existentes foram: PE 31, PE 54.1.1, PE 42, PE 61.1.1 (com remendos) e frisos FE 13.1.1, FE 0, FE 11, FE 33 e FE 06. Todos foram extraviados conforme arquivos do IPHAN.

3. Rua dos Afogados nº 704: Neste prédio existiram azulejos de fachada no padrão PE 01 e friso FE 02. Atualmente a fachada encontra-se com azulejo de padrão recente. 4. Rua dos Afogados nº 712: Prédio de esquina com 2 pavimentos. A fachada perdeu cerca de 98% do revestimento azulejar de padrão PE 01 e friso FE 22. Atualmente encontra-se em ruínas.

13. Rua Grande nº 73: O prédio totalmente descaracterizado perdeu todo o revestimento azulejar de padrão marmoreado retangular. PM 01 e friso FM 01. Atualmente funciona a loja Esplanada.

5. Rua Afonso Pena nº 126: Neste imóvel existiu revestimento azulejar na fachada no padrão PE 01 e PE 03. O prédio foi semidemolido perdendo assim os azulejos originais. Atualmente a fachada está totalmente descaracterizada e revestida com azulejo industrial.

14. Rua Grande 301: O imóvel foi totalmente modificado e perdeu todo o revestimento azulejar da fachada de padrão marmoreado retangular Pm 1 e friso Fm1. Durante vários anos funcionou a Loja Mara.

6. Rua Afonso Pena nº 244: O Prédio perdeu todo o revestimento azulejar na fachada com o padrão PE 06 e FE 25, além da cercadura embaixo da cimalha com o padrão PE 43 e friso FE 20, conforme as fotos nº 2759.1 e 2759.2 (Fotos do IPHAN).

15. Rua Grande nº 321: Conforme a foto nº 361 do IPHAN. Neste prédio existiu revestimento azulejar na fachada; não foi possível identificar o padrão, mas supõe-se que tenham sido azulejos retangulares nas cores rosa e verde.

7. Rua da Alegria nº 179: Neste imóvel, não encontramos mais azulejos antigos. Anteriormente existiu o padrão PE 23 revestindo a fachada. Hoje o prédio está totalmente modificado.

16. Rua Grande nº 333: Neste, não existem mais azulejos antigos na fachada, mas anteriormente havia azulejo de padrão liso na cor branca. Atualmente a fachada não tem mais azulejos.

8. Rua Antônio Rayol nº 218: Este prédio foi ligeiramente restaurado e o revestimento azulejar da fachada foi retirado. O padrão existente e o PE 31 e FE 08. Hoje a fachada está revestida com azulejo industrial.

17. Na Rua Grande nº 445: Segundo as fotos do IPHAN nº 393.2, o prédio teve sua fachada revestida com azulejos de padrão liso.

9. Rua da Cruz nº 574: Neste prédio, segundo as informações do livro de Dora Alcântara, existiu azulejamento na fachada do padrão PE 23.1.2 e friso FE 35, porém este padrão (*PE 23.1.2) é desconhecido por nós.

18. Rua Grande nº 471: Aqui perdeu-se o revestimento azulejar da fachada, com padrão não identificado, conforme foto nº 393.3 (IPHAN). 19. Rua Grande nº 599: O prédio encontra-se

10. Rua Direita nº 202: O prédio foi demolido. O

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totalmente descaracterizado. Perdem, assim, todo o revestimento azulejar da fachada de Padrão PE 11 e friso FE 32. Atualmente funciona a loja Charmille.

substituída por azulejos industriais. Anteriormente existiu azulejo de padrão PE 14 e PE 37.1.1 e Cercadura CE 10, colocados alternadamente. 30. Rua de Nazaré nº 127: Existiu aqui revestimento azulejar interno na forma de silhar na varanda, não temos conhecimento de azulejos de padrão, todos foram retirados da parede. A foto só registrou alguns restos de cercadura do padrão antigo CA 3.1.1, conforme foto nº 1152.2 (IPHAN).

20. Rua Grande nº 611: Prédio totalmente descaracterizado, com perda total do revestimento azulejar de padrão decalcomania *PD 7.1.1 e Friso *FD 4.1.1. Atualmente funciona Loja Comercial Norte. 21. Rua Grande nº 751: Aqui todo o revestimento azulejar da fachada foi retirado. Porém nele existiu o padrão PE 64 e Friso FE 20.

31. Rua da Palma nº 66: Na fachada deste imóvel existiram azulejos na fachada na forma de adorno, azulejo de padrão PE 73. Este endereço não foi localizado por nós. Pode ter sido incorporado ao imóvel do lado.

22. Rua Isaac Martins nº 89: Neste imóvel conforme informações e foto nº 1530 do IPHAN, existiram azulejos internos em forma de silhar da escada com padrão não identificado.

32. Rua da Palma nº 323: Este imóvel não foi localizado pela nossa equipe, mas nele existiu azulejo de padrão *PE 23.1.2 e *PA 10.1.1 (código do livro de Dora Alcântara), ambos como adornos.

23. Rua Isaac Martins nº 111: Neste prédio não existem mais azulejos, porém nele existiram azulejos no padrão PE 43 e friso FE 31. Atualmente encontrase em ruínas.

33. Rua do Passeio nº 203: Neste prédio existiram azulejos sem padrão (liso) na cor branca, na fachada e friso FE 33. Atualmente a fachada encontra-se com azulejos de padrão industrial.

24. Rua Jansen Müller nº 32: Esta construção perdeu todo o revestimento da fachada, anteriormente existiu o padrão PE 04 e friso FE 15. Posteriormente foi substituído por azulejos de padrão industrial.

34. Rua do Passeio nº 248: Segundo fotos do arquivo do IPHAN, neste imóvel existiu azulejo. O padrão não foi identificado.

25. Rua Jansen Mülle nº 141: Neste prédio existiram azulejos em decalcomania PD 11 e friso PD 01, mas hoje não existem mais. Encontra-se totalmente descaracterizado e recuado do nível da rua.

35. Rua do Passeio nº 278: Aqui existiu revestimento azulejar no padrão PE 01 e friso FE 02. Não encontramos este endereço e supõe-se que tenha incorporado ao número do lado.

26. Rua Jansen Mülle nº 178: Aqui existiu revestimento azulejar na fachada de padrão PE 58 e friso FE 35. Atualmente a fachada encontra-se com o azulejo industrial.

36. Rua da Paz nº 116: Este prédio perdeu todo o revestimento da fachada no padrão PE 01 e cercadura CE 12.1.2. Atualmente a fachada não tem mais azulejo. Funciona a loja Armazém Paraíba.

27. Rua da Manga nº 184: Este endereço não foi encontrado por nós, mas, segundo as fotos do IPHAN, nele existiram azulejos como revestimento no padrão PE 03 e PE 56 usado como cercadura.

37. Rua da Paz nº 121: Este prédio perdeu todo o revestimento azulejar original padrão PE 16. A fachada foi substituída por azulejos de padrão industrial.

28. Rua das Mangueiras nº 166: Totalmente descaracterizado, não possui mais azulejos originais. Hoje a fachada está revestida de azulejo industrial.

38. Rua da Paz nº 202: Neste prédio existiu revestimento azulejar na fachada com padrão marmoreado Pm 01 e friso Fm. Atualmente a fachada está sem azulejos.

29. Rua de Nazaré nº 58: Este prédio perdeu todo o revestimento azulejar da fachada; esta foi

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retirado, tanto da fachada como do interior. Anterior a esta reforma, o padrão existente era PE 10 e friso FE 01. Além da fachada nele também existiram azulejos internos na sala, quarto, banheiro e no muro. Alguns azulejos do século XIX e outros do século XX, de procedência holandesa, de figura avulsa. Todo este revestimento azulejar interno. foi retirado durante o período de realização da nossa pesquisa.

39. Na Rua da Paz nº 292: Neste prédio, segundo a foto nº 363.2 do IPHAN, existiu azulejo colonial na fachada em forma de adorno, localizados em cima das janelas. O padrão não foi identificado. 40. Rua da Paz nº 316: Aqui existiu revestimento azulejar na fachada com padrão PE 64. O prédio foi demolido perdendo assim todo os azulejos originais – Atualmente encontra-se caracterizado como prédio moderno.

48. Rua de Santana nº 81: Aqui existiram azulejos aplicados em forma de adorno na fachada de padrão não identificado, conforme fotos nº 501.9 (fotos do IPHAN). O prédio foi demolido e atualmente topa-se um prédio novo.

41. Rua da Paz nº 422: Neste prédio a fachada teve revestimento azulejar no padrão PE 50 e cercadura CE 07. Hoje a fachada encontra-se sem azulejo. 42. Rua da Paz nº 588: Neste existiu uma morada inteira, com revestimento azulejar no padrão PE 33 e FE 01, conforme a foto nº 417.2 (IPHAN). O prédio foi demolido, portanto, todos os azulejos foram perdidos. Atualmente existe um estacionamento particular.

49. Rua de Santana nº 94: Este prédio foi demolido e descaracterizado, perdendo assim, azulejos originais de padrão PE 14. Atualmente a fachada encontra-se sem azulejos. 50. Rua de Santana nº 241: Neste prédio existiu azulejo antigo no padrão PE 01 e FE 02. Atualmente a fachada encontra-se sem vestígio de azulejos.

43. Rua da Paz nº 629: Prédio de esquina com 2 pavimentos. Perdeu ele todo o revestimento azulejar da fachada no padrão PE 56 e friso FE 02.

51. Rua de Santana nº 249: Neste imóvel existiu revestimento azulejar na fachada com padrão PE 10 e FE 04. Este endereço não foi encontrado por nós.

44. Rua Portugal nº 165: Este prédio foi recentemente reformado e dele foram retirados inúmeros azulejos e cercaduras de padrão antigo: *CA 5.1.1, *CA 1.1.1, *CA 4.1.1, *CA 3.1.1, *CA 3.1.2, *PA 12.1.1, *PA 12.2.2, PA (?) padrão desconhecido (com flor amarela e folhas verdes). Azulejos marmoreados de • nº 219 e • nº 221 é também azulejo de padrão antigo • nº 23. Todos esses azulejos encontravamse localizados na parte superior de uma parede no quintal, servindo como impermeabilização no acabamento de cima do muro. Todos foram retirados e jogados numa lixeira pública como entulho. Este fato aconteceu durante o nosso inventário.

52. Rua de Santana nº 384: Neste endereço existiram azulejos antigos na fachada em forma de adorno, com fileiras de 6 x 7 azulejos entre vãos do terraço e janela do pavimento superior, com o padrão PE 01. Conforme foto 558.2 (IPHAN). 53. Rua de Santana nº 446: Este imóvel perdeu todo o revestimento azulejar original. Atualmente a fachada deste imóvel encontra-se totalmente revestida de réplicas serigrafada do padrão PE 22 e friso FE 08. Este era o padrão original do revestimento azulejar anterior.

45. Rua Rio Branco nº 180: Este imóvel teve azulejos sem padrão (lisos) na cor amarela. Atualmente o prédio encontra-se sem revestimento original.

54. Rua de Santana nº 612: A fachada encontra-se sem qualquer vestígio de que um dia teve azulejo. Mas existiu o azulejo de Padrão PE 27 e friso FE 08.

46. Rua Rio Branco nº 190: Esta construção encontrase modificada do estilo original; anteriormente teve a fachada revestida com azulejo de padrão liso na cor azul claro.

55. Rua de Santana nº 632: Este prédio também perdeu o azulejamento externo, mas existiu azulejo de padrão PE 01 e friso FE 31.

47. Rua Rio Branco nº 216: Este imóvel foi totalmente demolido. O azulejamento original foi todo

56. Rua de Santo Antônio nº 298: Atualmente este imóvel não possui mais revestimento azulejar na

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fachada, anteriormente existiu o padrão PE 38 e friso FE 08.

não foi possível identificar o padrão por se tratar

57. Rua de São João nº 47: Neste prédio não existem mais azulejos antigos mas existiu o PE 31 e friso FE 02 (Segundo informações do livro de Dora Alcântara). A nossa pesquisa não encontrou este endereço. supomos que ele haja incorporado ao prédio do lado.

64. Rua da Saúde nº 224: Este prédio foi restaurado

das fotos em preto e branco. recentemente.

O

revestimento

azulejar

da

fachada era PE 33 e friso FE 02. Portanto, todo o revestimento foi perdido. 65. Rua da Saúde nº 249: Neste imóvel existiram azulejos antigos de Padrão PE 10 e friso FE

58. Rua de São João nº 419: O prédio perdeu todo o revestimento azulejar da fachada. Atualmente encontra-se revestido com réplicas serigrafadas no padrão original *PD 9.1.2 e Friso FD 01.

04, conforme foto do arquivo do IPHAN. Não identificamos se era silhar ou fachada. 66. Rua do Sol s/nº: Prédio com 2 pavimentos. A fachada era revestida de azulejos de padrão, não

59. Rua de São Pantaleão nº 132: Este imóvel não possui mais revestimento azulejar na fachada; os azulejos originais foram substituídos por padrão industrial. O padrão original era o PE 58 e friso FE 35. O prédio está descaracterizado e foi aberto um portão na fachada para o funcionamento de comércio.

identificado, conforme foto do arquivo do IPHAN. 67. Rua do Sol nº 188: O prédio foi demolido e todo o revestimento azulejar foi perdido. Anteriormente existiu o azulejo no padrão PE 42.1.2. Hoje o prédio encontra-se estabilizado. 68. Rua do Sol nº 413: Aqui existiram azulejos

60. Rua de São Pantaleão nº 274: Este prédio encontrase modificado do estilo original, mas anteriormente existiu azulejo na fachada com padrão PE 33, friso FE 02 e PE na barra (embasamento). Atualmente a fachada encontra-se revestida de azulejo de padrão recente.

adornando um chafariz, de acordo com foto 327 do IPHAN. Padrão não foi identificado. 69. Rua do Sol nº 567: Neste prédio existiram azulejos originais revestindo a fachada, mas todos os azulejos foram substituídos por azulejos industriais. Não temos certeza do tipo padrão que

61. Rua de São Pantaleão nº 492: Aqui existiu azulejamento na fachada, com azulejos de padrão PE 03 e friso FE 15. Atualmente a fachada encontra-se sem azulejo.

existe, mas supõe-se que seja do tipo ferradura nas cores verde, amarelo e branco. 70. Rua do Sol nº 672: Nesta construção existiu

62. Rua da Saúde nº 94: Prédio de esquina, com 2 pavimentos. Nele existiram vários tipos de azulejo internamente, com os seguintes padrões: (PA 15.1.1, PA 12.1.1, PA 12.1.2, PA 10.1.1, PA 10.1.2, PA 16.1.1, PA 5.1.1, PA 2.1.1, cercadura CA 3.1.1 e outro azulejo do padrão antigo que não se encontra catalogado em nenhum dos livros que pesquisamos (Dora Alcântara e Olavo Pereira). Todos esses exemplares encontravam-se pintados com tinta branca por cima. Faziam parte de um silhar na varanda do pavimento superior. Conforme fotos 3135.3, 3135.5 e 3135.6 do IPHAN.

revestimento azulejar na fachada de padrão PE 03 e FE 01. Todos os azulejos da fachada foram perdidos. 71. Parque 15 de novembro nº 314: Neste imóvel existiu revestimento na fachada com o padrão PE 27 e cercadura CE 05. Atualmente o prédio encontra-se totalmente descaracterizado com construção nova. 72. Travessa do Jaú nº 44: Este prédio foi demolido e nele existiu o Padrão PE 7.1.1 e Friso FE 17.1.2. O revestimento foi todo perdido. Hoje se encontra

63. Rua da Saúde nº 178: Neste endereço existiu revestimento azulejar interno segundo podemos comprovar com fotos do arquivo do IPHAN, mas

um prédio de construção nova.

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4.13.3 Fachadas com perda do revestimento azulejar de aproximadamente 40 a 98%.

azulejar está em torno de 50% do revestimento. 7. Rua da Estrela nº 350: O imóvel está com 50% da fachada restaurada com réplicas serigrafadas no padrão PE 03 e friso FE 08.

1. Beco da Alfândega nº 180A: Este imóvel está em fase de restauração. Nele ainda existem azulejos de padrão antigo na escadaria e no hall. Sendo que, anteriormente, havia azulejos na varanda e em um dos quartos, ambos no 2º pavimento, mas foram arrancados e hoje estão guardados em vários caixotes conforme fotos. Encontramos 4 tipos de azulejo de padrão antigo Pm marmoreado roxo nº 219 (Código Olavo), PA 5.1.1 (Código de Dora Alcântara). Além de mais 2 padrões antigos não catalogados pelos pesquisadores Dora e Olavo. Um com uma flor roxa de 4 pétalas no centro, o outro com uma flor de 4 pétalas no centro com folhas pequeninas em diagonal, na cor azul claro, muito parecido com PA 3.1.2 (Código de Dora) e 4 cercaduras, CA 1.1.1, CA 4.1.1, CA 5.1.1 (Código de Dora) e nº 13 (Código de Olavo). Para registramos os padrões tivemos que raspar a tinta

8. Rua do Giz nº 161: Este imóvel teve 50% de perda azulejar na fachada. O padrão existente é o marmoreado roxo. 9. Rua do Giz nº 167: Aqui perdeu-se o revestimento da fachada em torno de 50% dos azulejos originais (marmoreado). A fachada encontra-se precisando de restauração urgente. 10. Rua do Giz nº 175: Neste prédio, a fachada perdeu inúmeros azulejos originais (Padrão Marmoreado). 11. Rua do Giz nº 444: A fachada deste prédio encontra-se revestida com 50 a 55% de réplicas serigraficas do padrão PE 56 e friso FE 02. 12. Rua do Giz nº 458: Grande parte do revestimento azulejar deste prédio foi perdida. A fachada encontra-se com remendos de concreto no local dos azulejos faltantes. Nele existe o padrão PE 56 e FE 02. A fachada necessita de restauro urgente.

2. Rua Afonso Pena nº 378: Este prédio no ano 2002, encontrava-se com perda azulejar de apenas 20% do revestimento. Atualmente a fachada esta restaurada com 80% de réplicas serigrafica de padrão PE 66. Conforme foto em anexo (antes e depois).

13. Rua do Giz nº 461: O imóvel foi recentemente restaurado e sua fachada contém 75% de réplicas. Sobraram somente 25% dos azulejos originais no padrão PE 56 e friso FE 02.

3. Rua Afonso Pena nº 138: A fachada encontrase restaurada com 50% de réplicas serigraficas do padrão original PE 27 e cercadura CE 05. Atualmente esta com 2 portas grandes de rolo, descaracterizando totalmente o prédio.

14. Rua Grande nº 63: Este prédio foi restaurado com 50% de réplicas serigrafadas. A fachada encontra-se apenas com 50% de azulejos originais no padrão PE 30.

4. Rua Antônio Rayol nº 616: Este prédio encontrase com a fachada restaurada com 50% de réplicas serigrafadas do padrão original PE 27 e friso FE 08.

15. Rua Grande nº 133: Sobrado de esquina com dois pavimentos e mirante, totalmente descaracterizado. As fachadas principal e lateral perderam o azulejamento original. A fachada lateral, do 1º e 2º pavimento, está totalmente revestida com azulejo industrial. Na fachada principal existem 3 tipos diferentes de azulejo sendo: no 1º e 2º pavimentos com azulejo industrial, o 2º pavimento com 2 tipos de réplicas serigrafadas do padrão original PE 22 e cercadura CE 06, outra parte ainda do 2º pavimento com réplicas do padrão PE 27 e contornados com algumas peças de cercadura original (CE 06). O mirante está revestido com cerca de 80% de

5. Rua das Crioulas nº 250: Neste prédio a fachada está revestida com 50% de réplicas serigrafadas no padrão PE 58 e com friso FE 35 e também cercadura com o padrão PE 60. 6. Rua da Estrela nº 113: Prédio com 3 pavimentos, sendo que o revestimento azulejar do 1º e boa parte do 2º pavimento foram todos retirados, ficando os azulejos originais em todo o 3º pavimento e três fileiras de azulejos no padrão PE 65 e uma fileira de cercadura CE 10 no 2º pavimento. A perda

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

réplicas em serigrafia do padrão original já citado. Existem aproximadamente entre 12 a 13 fileiras de azulejos originais entre os vãos das janelas. A perda total do revestimento original do prédio foi em torno de 95 à 98%.

24. Rua de Nazaré nº 377: Prédio de esquina com 3 pavimentos. Atualmente a fachada este revestida com 60% de réplicas serigrafadas no padrão PE 27, cercadura CE 05 e também o friso FE 08 encontram-se contornando uma placa com pedra de lioz de número 33.

16. Rua Grande nº 399: Este prédio encontra-se com a fachada restaurada com 50% de réplicas serigraficas no padrão PE 31 e friso FE 04.

25. Rua da Palma nº 208: Aqui o revestimento original encontra-se somente no parte superior da fachada. Todo o pavimento inferior perdeu os azulejos originais, cerca de 50%. O padrão existente é PE 22 e cercadura 06.

17. Rua Grande nº 782: Prédio de esquina com 2 pavimentos e mirante. Revestido com 2 tipos de azulejos: PE 27 no mirante e o PE 10 na fachada principal e lateral. As fachadas e o mirante estão restauradas com aproximadamente 60% de réplicas serigrafadas dos referidos padrões.

26. Rua da Palma nº 360: A fachada deste imóvel perdeu cerca de 70% do revestimento original. O padrão existente é o PE 05 e friso FE 01.

18. Rua das Hortas nº 120: A fachada deste imóvel está restaurada com 40% de réplicas serigrafadas no padrão PE 43.

27. Rua da Paz nº 378: A fachada deste prédio é revestida com azulejos em decalcomania no PD 19 e cercadura CD 04, sendo que as peças originais encontravam-se somente na parte superior em torno de 40%, o restante de fachada esta restaurada com réplicas serigrafadas (60%).

19. Rua Humberto de Campos nº 185: Prédio com 2 pavimento. Sendo que o 1º pavimento e uma parte do 2 º encontram-se revestida com azulejo industrial. Somente a fachada do 2º pavimento continua com os azulejos originais de padrão PE 22 e cercadura CE 06. A perda é em torno de 70 a 75% de azulejos coloniais.

28. Rua do Pespontão nº 303: Neste endereço foram perdidos vários padrões internamente como remendos. PE 18; PE 25; PE 03. Esta fachada encontra-se com 40% de réplica serigrafadas. 29. Rua Portugal nº 303: Este imóvel está com a fachada restaurada com 40% de réplicas serigrafadas no padrão PE 25 e cercadura CE 06.

20. Rua Isaac Martins nº 56: A fachada desta construção encontra-se restaurada com 50% de réplicas serigrafadas no padrão PE 27 e friso FE 08.

30. Rua de São João nº 41: A fachada do prédio é revestida com azulejos de padrão PE 42 e friso FE 15. Porém está restaurada com 80% de réplicas serigrafadas no padrão original. Os exemplares originais encontram-se na parte superior da fachada.

21. Rua Jacinto Maia nº 333: Prédio de esquina com 2 pavimentos, com azulejamento só na fachada principal. A fachada do pavimento inferior foi restaurada com 40% réplicas serigráficas no padrão original ( PE 14 e friso FE 11). Somente o pavimento superior encontra-se com azulejos originais.

31. Rua de São João nº 74: Este prédio perdeu quase todo o revestimento azulejar da fachada, cerca de 80%. Somente na parte superior da janela e porta que se encontram os azulejos e cercaduras originais no Padrão PE 17 e CE 06. O restante da fachada está revestida com azulejo industrial.

22. Rua da Manga nº 58: Este prédio está totalmente descaracterizado. Atualmente está transformado em um ponto comercial e muito dos seus azulejos originais foram perdidos, cerca de 40%. O padrão existente é PE 38 e cercadura CE 05.

32. Rua do Sol nº 479: O imóvel tem a fachada revestida com azulejos de padrão PE 22 e Cercadura CE 06. O prédio encontra-se em ruínas a parte superior da fachada já perdeu inúmeros azulejos. Perda azulejar em torno de 40% do revestimento.

23. Rua de Nazaré nº 284: No 2º e 3º pavimentos deste prédio existem azulejos de fachada no padrão marmoreado Pm e Friso FE 30, sendo que os azulejos do trecho do pavimento térreo foram todos retirados.

33. Largo do Santiago – Fábrica Martins: Este

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

4.13.4 Casos Excepcionais:

prédio encontra-se em ruínas, todo o telhado foi retirado, deixando assim o revestimento azulejar mais exposto a infiltrações. Cerca de 35% a 40% dos azulejos já se destacaram da parede e foram extraviados. Nele existe o azulejo no padrão PE 33 e Friso 12. Este é outro exemplo de prédio que precisa de uma restauração o mais rápido possível, para que os revestimentos dos seus azulejos não sejam perdidos.

1. Rua Afonso Pena nº 310: Este prédio encontrase com os azulejos da fachada cobertos de tinta plástica na cor pink. Não podemos identificar o padrão existente. 2. Rua das Hortas nº 259: Este imóvel foi recuado do nível da rua e totalmente descaracterizado. Seus azulejos e frisos originais foram retirados e

34. Praça João Lisboa nº 78: Prédio com 2 pavimentos com perda azulejar em torno de 30 a 35%. Os azulejos originais estão no 2º pavimento e parte do 1º . Atualmente, a fachada está restaurada com 20% de réplicas serigrafadas no padrão original PE 03 e friso FE 01.

alguns dos remanescentes foram recolocados na fachada atual. Os azulejos existentes são os de padrão PD 10 e frisos FD 01 e PD 06 e FD 02. 3. Rua das Hortas nº 267: O prédio encontrase totalmente descaracterizado; foi recuado do nível da rua. O revestimento original de padrão

35. Praça João Lisboa, 200: Neste prédio, 40% dos azulejos da fachada principal (padrão PE 14 e friso FE 01) e 30% da fachada lateral (padrão PE 25 e friso 02) destacaram-se da parede e foram perdidos. Além da fachada principal e lateral, existiram azulejos internamente na circulação da sala, como silhar no padrão PE 14 e Friso 02 e no 1º pavimento existiu silhar de padrão liso com friso. Hoje o prédio encontra-se estabilizado, conforme foto nº 3242.1 do IPHAN.

PE 10 foi retirado e alguns destes originais foram posteriormente recolocados na coluna da fachada atual. 4. Rua Portugal nº 263: Segundo informação extraoficiais, no prédio nunca existiram azulejos, mas, para compor conjunto azulejar existente da rua, o prédio foi azulejado. Hoje a fachada encontra-se revestida com réplicas serigrafadas no padrão PE 10 e cercadura CE 09. 5. Rua de Santana nº 414: Prédio comercial encontra-se descaracterizado, com porta de enrolar. Boa parte dos azulejos originais foram perdidos. 6. Rua de São João nº 70: O prédio está descaracterizado. Na parte inferior foi aberta uma garagem, mas a fachada continua com azulejos no padrão PE 22 e cercadura CE 06.

Praça João Lisboa, 200

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

4.13.5 Azulejos, frisos e cercaduras que não existem mais em São Luís.

6. Rua Rio Branco nº 190: *PL – Padrão liso azul claro

1. Rua do Giz nº 445:

7. Rua de São João nº 419:

*PE 54.1.1 - *FE 13.1.1 - *PE 61.1.1

*PD 9.1.2 - *FD 1.1.1

FE 13.1.1 FD 1.1.1 PE 54.1.1 PD 9.1.2

2. Rua Grande nº 73 e 301: 8. Rua da Saúde nº 94:

Pm 1 - Padrão marmoreado retangular

* PA 16.1.1 - * CA 5.1.1 * PA 2.1.1 * CA 3.1.1 PM 1

* PA 10.1.2 * PA 10.1.1

3. Rua Grande nº 611:

* PA 12.1.1

*PD 7.1.1 - *FD 4.1.1

* PA 12.2.2

PA 10.1.1

4. Rua da Paz nº 116: * CE 12.1.2

9. Rua do Sol nº 188: * PE 42.1.2

CE 12.1.2

PE 42.1.2

5. Rua Portugal nº 165: • nº 23

-

10.Travessa do Jaú nº 44:

• nº 221

*PE 7.1.1

PE 7.1.1

Nº 221

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Nota: Alguns destes padrões já podemos apreciar como parte do acervo azulejar do Museu de Artes Visuais.

É uma pena que grande parte desse acervo azulejar da cidade de São Luís esteja desaparecendo, por vários motivos como falta de informação do valor histórico e artístico do azulejo pelos proprietários, a

LEGENDA

falta de conhecimento técnico-científico das empresas



Numeração de Olavo Pereira

*

Código de Dora Alcântara

PL

Padrão Liso

Pm

Padrão Marmoreado

PD

Padrão Decalque

PA

Padrão Antigo

PE

Padrão Estampilha

CA

Cercadura Antiga

CE

Cercadura Estampilha

FE

Friso Estampilha

FD

Friso Decalque

responsáveis pela reforma dos prédios e o descaso dos órgãos competentes e outros. Alguns proprietários desses imóveis preferem arrancar todo o revestimento azulejar original das fachadas e silhares, e substituírem por réplicas serigrafadas ou azulejos industriais de padrão recente. Acham que é mais fácil e barato. Esta atitude, que nos deixa profundamente preocupados, porque, se os órgãos responsáveis pelo Patrimônio não tomarem medidas urgentes, futuramente esse acervo tenderá a desaparecer completamente. Gostaríamos que as empresas de Construção civil, responsáveis técnicos em restauro, proprietários dos prédios coloniais e órgãos competentes, passassem

Além desses endereços já citados, houve perda azulejar na rua Rio Branco nº 323, na forma de silhares, na Avenida Gomes de Castro, padrão relevo totalmente branco e na Rua João Vital nº 141, internamente na Rua Grande nº 782. Existiram painéis figurados chineses estilo D. Maria I, localizados na varanda da casa que pertenceu ao Sr. Inácio Ferreira Kesket Oliveira. Atualmente fazem parte do acervo do Museu de Artes Visuais, situado à Rua Portugal nº 273 – Praia Grande.

a valorizar mais o azulejo não só como material decorativo, mas, sim, como um registro verdadeiro de uma época que foi muito importante para a história econômica do Maranhão. Com este trabalho não pretendemos apenas inventariar os diversos padrões, mas, sobretudo, conscientizar a população da nossa cidade sobre a importância de preservar e conservar os azulejos originais. Eles fazem parte do passado, contudo, se

Também foram retirados vários silhares como os da Rua do Giz nº 214, outro na Rua da Palma nº 205, além de muitos outros que foram arrancados do seu local de origem e, posteriormente, recolocados em outros lugares. Alguns exemplares de certos padrões só existem como adornos e barras, outros revestem uma única fachada na cidade. Estes azulejos foram retirados e extraviados.

forem resguardados chegarão ao futuro. Se nenhuma atitude for tomada para protegê-los dessa destruição, brevemente serão vistos apenas como peças nos Museus.

A maioria dos imóveis que possuem azulejos antigos na fachada, está precisando urgentemente de restauração, pois os azulejos estão com perda de vidrado e alguns com fungos; a tendência normal é a perda total deste revestimento. No período das chuvas há infiltração, piorando o estado dos mesmos, ocasionando, assim, o destacamento do azulejo da parede. Como por exemplo, o caso da Fábrica Martins.

PMJ-19 - Museu de Artes Visuais

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Inventário dos Azulejos de São Luís - 2004 -

Planilha dos azulejos inventariados

81

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Inventário dos Azulejos.indd 82

11/08/2012 14:13:24

PD 02

PD 03

PD 04

3

4

CÓDIGO

2

AZULEJO

PD 01

PADRÃO

1

ÍTEM

AZULEJO DECALCOMANIA

1.1 AZULEJOS

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

TÉCNICA

15 x 15

15 x 15

15 x 15

15 x 15

DIMENSÃO (cm)

FACHADA

FACHADA

NÃO IDENTIFICADO

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

INGLÊS

ALEMÃO

ALEMÃO

PROCEDÊNCIA

RUA DO SOL, 175

PRAÇA DEODORO, 446

RUA DE SANTANA, 318

RUA GRANDE, 1454

RUA GRANDE, 1454

ENDEREÇO

PD: PADRÃO DECALCOMANIA – PE: PADRÃO ESTAMPILHA – PL: PADRÃO LISO – PMJ: PADRÃO MAJÓLICA – PM: PADRÃO MARMOREADO – PR: PADRÃO RELEVO – CD: CERCADURA DECALCOMANIA – CE: CERCADURA ESTAMPILHA – CMJ: CERCADURA MAJÓLICA – FD: FRISO DECALCOMANIA – FE: FRISO ESTAMPILHA – FL: FRISO LISO – FM: FRISO MARMOREADO – FR: FRISO RELEVADO.

1. PLANILHAS DE AZULEJOS, CERCADURAS E FRISOS INVENTARIADOS.

82

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DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 06

PD 07

PD 08

PD 09

6

7

8

9

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 05

5

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ÍTEM

83

14 x 14

14,5 X 14,5

15 x 15

15 x 15

15 x 15

DIMENSÃO (cm)

HOLANDÊS

ALEMÃO

ALEMÃO

ALEMÃO

INGLÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

FACHADA

AZULEJOS REMOVIDOS DE FACHADA ANTERIOR E UTILIZADOS EM NOVA FACHADA

FACHADA

RUA GRANDE, 1374

ESPELHO DA ESCADA

RUA DOS AFOGADOS, 690

RUA DO SOL, 223

RUA DAS HORTAS, 259

RUA DE SÃO JOÃO, 389

RUA GRANDE, 1044

RUA GRANDE, 1032

RUA GRANDE, 1018

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

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PD 11

PD 12

PD 13

PD 14

12

13

14

CÓDIGO

11

AZULEJO

PD 10

PADRÃO

10

ÍTEM

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

TÉCNICA

15 x 15

15 x 15

15 x 15

15 x 15

14 x 14

DIMENSÃO (cm)

84

RUA GRANDE, 1374

FACHADA

ESPELHO DA ESCADA

NÃO IDENTIFICADO

INGLÊS

FRANCÊS

INGLÊS

RUA DO PASSEIO, 250

FACHADA

RUA DO SOL, 680

RUA GRANDE, 1374

FACHADA

ESPELHO DA ESCADA

RUA DASHORTAS, 259

RUA DAS HORTAS, 277

RUA DAS HORTAS, 267

RUA DOSAFOGADOS, 985

RUA DAS HORTAS, 249 NÃO IDENTIFICADO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

PROCEDÊNCIA

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PD 16

PD 17

PD 18

PD 19

17

18

9

CÓDIGO

16

AZULEJO

PD 15

PADRÃO

15

ÍTEM

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

TÉCNICA

85

15 x 15

15 x 15

15 x 15

15 x 15

15 x 15

DIMENSÃO (cm)

RUA GRANDE, 1374

ESPELHO DA ESCADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

INGLÊS

NÃO IDENTIFICADO

NÃO IDENTIFICADO

NÃO IDENTIFICADO

RUA DA PAZ, 378

RUA GRANDE, 1296

RUA DOS AFOGADOS, 690

RUA GRANDE, 1374

ESPELHO DA ESCADA

INGLÊS

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

PROCEDÊNCIA

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11/08/2012 14:13:32

PD 21

CÓDIGO

21

AZULEJO

PD 20

PADRÃO

20

ÍTEM

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

TÉCNICA

18 x 12

18 x 12

DIMENSÃO (cm)

86

LOCAL DE APLICAÇÃO

SILHAR

SILHAR

PROCEDÊNCIA

NÃO IDENTIFICADO

NÃO IDENTIFICADO

RUA GRANDE, 1374

RUA GRANDE, 1374

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 87

11/08/2012 14:13:33

1

ÍTEM

PADRÃO

AZULEJO ESTAMPILHA

AZULEJO

PE 01

CÓDIGO

ESTAMPILHA

TÉCNICA

87

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

ADORNO

ADORNO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

RUA DOS AFOGADOS, 434

ADORNO

RUA DO NORTE, 259

RUA DO NORTE, 146

RUA DO NORTE, 142

RUA DO NORTE, 138

RUA DO NORTE, 134

RUA DO NORTE, 128

RUA DO NORTE, 124

RUA HORTAS, 322

RUA MANGUEIRAS, 367

RUA JANSEN MILLER, 291

RUA DO GIZ, 445

RUA DAS CRIOULAS, 324

RUA DOS AFOGADOS, 712

RUA DOS AFOGADOS, 698

RUA DOS AFOGADOS, 452

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 88

11/08/2012 14:13:35

PE 02

CÓDIGO

2

AZULEJO

PE 01

PADRÃO

1

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

88

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

SILHAR

ADORNO

ADORNO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DA SAÚDE, 221

RUA DA SAÚDE, 247

RUA DA SAÚDE, 243

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 1113

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 1109

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 1105

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 1101

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 1095

RUA DE SÃO JOÃO, 43

RUA DE SANTANA, 184

RUA DO RIBEIRÃO, 176

RUA DO RIBEIRÃO, 164

RUA DO PORTUGAL, 199

RUA DO PASSEIO, 288

RUA DA PALMA, 446

RUA DE NAZARÉ, 328

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 89

11/08/2012 14:13:37

PE 04

PE 05

PE 06

5

6

CÓDIGO

4

AZULEJO

PE 03

PADRÃO

3

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

89

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA DA SAÚDE, 244

RUA DAS MANGUEIRAS, 367

ADORNO

FACHADA

RUA DA PALMA, 360

RUA JANSEN MILLER, 291

RUA DO EGITO, 221

RUA DA PAZ, 414

RUA DA MANGA, 178

RUA DE SÃO JOÃO, 106

PRAÇA JOÃO LISBOA, 78

FACHADA

ADORNO

FACHADA

FACHADA

RUA DA ESTRELA, 350

FACHADA

RUA DA MANGA, 48

RUA DO EGITO, 226

RUA DAS CRIOULAS, 118 RUA DAS CRIOULAS, 348

RUA GRANDE, 1282 RUA DE SANTA RITA, 701

RUA AFONSO PENA, 34

RUA DOS AFOGADOS, 541

ENDEREÇO

ADORNO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 90

11/08/2012 14:13:39

PE 08

PE 09

PE 10

9

10

CÓDIGO

8

AZULEJO

PE 07

PADRÃO

7

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

90

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA DO COQUEIRO, 15 RUA DAS CRIOULAS, 372 LICEU MARANHENSE RUA DE NAZARÉ, 328 RUA DA PALMA, 446

ADORNO FACHADA ADORNO

FACHADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

RUA DOS AFOGADOS, 538

FACHADA

PRAÇA JOÃO LISBOA, 114

RUA PORTUGAL, 251

RUA DA PALMA, 375

RUA GRANDE, 782

RUA DO GIZ, 53

RUA AFONSO PENA, 486

RUA PORTUGAL, 273

RUA RIO BRANCO, 437

RUA RIO RIO BRANCO, 459

RUA DO SOL, 524

RUA DO SOL, 156

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 303

RUA RIO BRANCO, 264

PRAÇA JOÃO LISBOA, 66

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 91

11/08/2012 14:13:41

PE 13

13

14

PE 12

12

PE 14

PE 11

CÓDIGO

11

AZULEJO

PE 10

PADRÃO

10

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

91

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

ADORNO

FACHADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

ÁREA DE LAZER

FACHADA

RUA DO SOL, 585

FACHADA

RUA DAS HORTAS, 207

RUA DA CRUZ, 200

BECO DOS BARQUEIROS, 74

RUA DOS AFOGADOS, 221

RUA DOS AFOGADOS, 127

RUA DA ESTRELA, 329

RUA DA ESTRELA, 327

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 519

RUA GRANDE, 1241

RUA DIREITA, 396

RUA DO SOL, 616

RUA DA SAÚDE, 221

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 441

PRAÇA JOÃO LISBOA, 37

RUA DO PASSEIO, 169

RUA DIREITA, 396

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 474

RUA PORTUGAL, 263

FACHADA ADORNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 92

11/08/2012 14:13:43

PE 16

PE 14

CÓDIGO

15

AZULEJO

PE 15

PADRÃO

15

14

14

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

92

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA JANSEN MILLER, 173 RUA DA MANGA, 333

ADORNO FACHADA

FACHADA

FACHADA

ADORNO

ADORNO

FACHADA

ADORNO

RUA DAS HORTAS, 345

FACHADA

RUA DAS CRIOULAS, 148

RUA DA SAÚDE, 251

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 356

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 350

RUA SÃO JOÃO, 92

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 340

RUA DE SANTA RITA, 700

RUA DE SANTA RITA, 496

RUA DO RIBEIRÃO, 120

RUA DO RIBEIRÃO, 86

RUA DO RIBEIRÃO, 76

PRAÇA JOÃO LISBOA, 200

RUA DO PASSEIO, 195

RUA DA PALMA, S/N

RUA DA PALMA, 659

RUA DA PALMA, 147

RUA DE NAZARÉ, 96

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 93

11/08/2012 14:13:45

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 19

PE 20

19

20

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 18

CÓDIGO

18

AZULEJO

PE 17

PADRÃO

17

ÍTEM

93

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA DA SAÚDE, 244

PRAÇA JOÃO LISBOA, 53

FACHADA

SILHAR

RUA DO MACHADO, 43

RUA AFONSO PENA, 213

RUA DO SOL, 168

RUA DO SOL, 33

ENDEREÇO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 94

11/08/2012 14:13:47

22

21

ÍTEM

PADRÃO

AZULEJO

PE 22

PE 21

CÓDIGO

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

94

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

RUA DA PAZ, 436

ADORNO

RUA DO SOL, 479

RUA DE SANTANA, 446 RUA DE SANTO ANTONIO, 75 RUA SÃO JOÃO, 70 RUA SÃO JOÃO, 74 RUA DO SOL, 95 RUA DO SOL, 325

RUA RIO BRANCO, 80

RUA RIO BRANCO, 66

PRAÇA JOÃO LISBOA, 102

RUA PORTUGAL, 295

RUA PAZ, 643

RUA DA PALMA, 486 RUA DA PALMA, 549 RUA DA PAZ, 133

RUA DA PALMA, 208

RUA DA PALMA, 92

RUA DO MOCAMBO, 346

RUA HUMB. DE CAMPOS, 185

RUA GRANDE, 153

RUA GODOFREDO VIANA, 240

RUA GODOFREDO VIANA, 216

RUA DA ESTRELA, 415

RUA DA ESTRELA, 362

RUA AFONSO PENA, 28

RUA DA PAZ, 192

ENDEREÇO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

SILHAR

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 95

11/08/2012 14:13:49

PE 24

PE 25

25

CÓDIGO

24

AZULEJO

PE 23

PADRÃO

23

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

95

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

ADORNO

OUTROS

FACHADA

ADORNO E BANCO NO JARDIM

ADORNO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 148

PRAÇA JOÃO LISBOA, 200

RUA PORTUGAL, 303

RUA DO MOCAMBO, 133

RUA DA CRUZ, 194

RUA DO ALECRIM, 404

RUA DO ALECRIM, 400

RUA AFONSO PENA, 213

RUA DO SOL, 65

RUA PORTUGAL, 285

MEDEIROS DE ALBUQUERQUE, 1034

RUA DO EGITO, 185

RUA DA CRUZ, 200

RUA DOS CRAVEIROS, 122

RUA AFONSO PENA, 98

RUA DO ALECRIM, 249

RUA DO NORTE, 334

RUA DO NORTE, 330

RUA DO NORTE, 328

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 96

11/08/2012 14:13:51

27

27

26

ÍTEM

PADRÃO

AZULEJO

PE 27

PE 27

PE 26

CÓDIGO

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

96

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

FACHADA

ADORNO

FACHADA

ADORNO

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DO SOL, 496

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 126

RUA DE SÃO JOÃO, 124

RUA DE SANTANA, 414

RUA DE SANTA RITA, 496

RUA DE SANTA RITA, 484

RUA DE SANTA RITA, 306

SANTA CASA

RUA RIO BRANCO, 308

RUA RIO BRANCO, 248

RUA PORTUGAL, 303

RUA DA PAZ, 151

RUA DA PALMA, 376

RUA GRANDE, 1222 RUA ISAAC MARTINS, 56 RUA DE NAZARÉ, 377

RUA GRANDE, 782

RUA DO EGITO, 185

RUA DIREITA, 397

RIA ANTONIO RAYOL, 616

RUA AFONSO PENA, 213

RUA AFONSO PENA, 195

RUA AFONSO PENA, 138

RUA DO SOL, 211

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 97

11/08/2012 14:13:53

PE 29

PE 30

PE 31

PE 32

30

31

32

CÓDIGO

29

AZULEJO

PE 28

PADRÃO

28

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

97

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

SILHAR E ADORNO

ADORNO

FACHADA

FACHADA

SILHAR

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DA SAÚDE, S/N

RUA MONTANHA RUSSA, 66

RUA MONTANHA RUSSA, 52

RUA GRANDE, 399

RUA GRANDE, 63

AV. SILVA MAIA, 131

RUA DA SAÚDE, 221

RUA DOS AFOGADOS, 61

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 98

11/08/2012 14:13:55

PE 34

PE 35

PE 36

35

36

CÓDIGO

34

AZULEJO

PE 33

PADRÃO

33

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

98

RUA DAS HORTAS, 189

ADORNO

FACHADA

FACHADA

NÃO IDENTIFICADO

FACHADA

FACHADA

ADORNO

RUA DE NAZARÉ, 31

RUA GRANDE, 511

RUA PORTUGAL, 185

RUA DO SOL, 393

RUA DO SOL, 217

RUA DO SOL, 205

SANTA CASA

RUA DA PAZ, 251

RUA DO PASSEIO, 611

RUA DO PASSEIO, 601

RUA DE NAZARÉ, 353

FÁBRICA MARTINS

RUA AFONSO PENA, 213

QUADROS NA VARANDA

FACHADA

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

1. PLANILHAS DE AZULEJOS, CERCADURAS E FRISOS INVENTARIADOS.

TÉCNICA

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 03

PD 04

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 02

PD 01

AZULEJO

CÓDIGO

PADRÃO

3

4

1

2

ÍTEM

AZULEJO DECALCOMANIA

1.1 AZULEJOS

15 x 15

15 x 15

15 x 15

15 x 15

DIMENSÃO (cm)

FACHADA

FACHADA

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

INGLÊS

NÃO IDENTIFICADO

ALEMÃO

ALEMÃO

PROCEDÊNCIA

RUA DO SOL, 175

PRAÇA DEODORO, 446

RUA DE SANTANA, 318

RUA GRANDE, 1454

RUA GRANDE, 1454

ENDEREÇO

PD: PADRÃO DECALCOMANIA – PE: PADRÃO ESTAMPILHA – PL: PADRÃO LISO – PMJ: PADRÃO MAJÓLICA – PM: PADRÃO MARMOREADO – PR: PADRÃO RELEVO – CD: CERCADURA DECALCOMANIA – CE: CERCADURA ESTAMPILHA – CMJ: CERCADURA MAJÓLICA – FD: FRISO DECALCOMANIA – FE: FRISO ESTAMPILHA – FL: FRISO LISO – FM: FRISO MARMOREADO – FR: FRISO RELEVADO.

Inventário dos Azulejos.indd 99

11/08/2012 14:13:57

PE 38

PE 39

PE 40

39

40

CÓDIGO

38

AZULEJO

PE 37

PADRÃO

37

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

99

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA GRANDE, 1374

ADORNO

FACHADA

FACHADA

ADORNO

PRAÇA GONÇALVES DIAS, 314

PRAÇA GONÇALVES DIAS, 314

RUA DO NORTE, 245

RUA DO MOCAMBO, 374

RUA DA MANGA, 58

RUA DA MANGA, 44

RUA DIREITA, 202

FACHADA

FACHADA

RUA DA CRUZ, 274

ENDEREÇO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 100

11/08/2012 14:13:59

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 43

PE 44

PE 45

43

44

45

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 42

CÓDIGO

42

AZULEJO

PE 41

PADRÃO

41

ÍTEM

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

100

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

HOLANDÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

ADORNO

FACHADA

AFONSO PENA, 213

CHAFARIZ

RUA DOMINGOS BARBOSA, 67

RUA DOMINGOS BARBOSA, 63

RUA DOMINGOS BARBOSA, 59

RUA DO SOL, 218

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 268

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 262

RUA RIO BRANCO, 404

RUA DA SAÚDE, 244

RUA DO PASSEIO, 124

RUA DAS HORTAS, 120

RUA DE SÃO JOÃO, 41

AV. SILVA MAIA, 131

RUA RIO BRANCO, 115

RUA DA PAZ, 546

RUA DO ALECRIM, 517

RUA DOS AFOGADOS, 265

RUA DOS AFOGADOS, 255

ENDEREÇO

FACHADA E SILHAR

FACHADA

FACHADA

TANQUE NA LATERAL

ADORNO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 101

11/08/2012 14:14:01

PE 47

PE 48

PE 49

PE 50

48

49

50

CÓDIGO

47

AZULEJO

PE 46

PADRÃO

46

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

101

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

SILHAR

ADORNO

ADORNO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DO SOL, 311

RUA DO SOL, 247

RUA DE NAZARÉ, 365

RUA DO SOL, 562

AV. GOMES CASTRO, 88

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 102

11/08/2012 14:14:02

PE 52

PE 53

PE 54

PE 55

53

54

55

CÓDIGO

52

AZULEJO

PE 51

PADRÃO

51

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

102

FACHADA

FACHADA

NÃO IDENTIFICADO

FACHADA

FRANCÊS

PORTUGUÊS

FACHADA

ADORNO

NÃO IDENTIFICADO

PORTUGUÊS

LOCAL DE APLICAÇÃO

PROCEDÊNCIA

RUA DE SÃO JOÃO, 500

RUA PORTUGAL, 185

RUA DO SOL, 247

RUA 14 DE JULHO, 182

RUA DO SOL, 254

RUA DO PASSEIO, 597/593

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 103

11/08/2012 14:14:04

PE 57

PE 58

PE 59

PE 60

57

58

59

60

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 56

56

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ÍTEM

103

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

CRIOULAS, 250

RUA 14 DE JULHO, 182

SILHAR E FACHADA

FACHADA

RUA DO SOL, 247

RUA DA MANGA, 162

RUA GRANDE, 1291

RUA GRANDE, 1269

RUA DAS CRIOULAS, 250

RUA 14 DE JULHO, 182

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 290

RUA DA PAZ, 472

RUA DA PAZ, 462

RUA ISAAC MARTINS, 117

RUA INVEJA, 72

RUA DO GIZ, 461

RUA DO GIZ, 458

RUA DO GIZ, 444

RUA DO GIZ, 426

RUA DOS AFOGADOS, 680

ENDEREÇO

SILHAR

FACHADA

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 104

11/08/2012 14:14:06

PE 62

PE 63

PE 64

PE 65

63

64

65

CÓDIGO

62

AZULEJO

PE 61

PADRÃO

61

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

104

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

MIRANTE

FACHADA

FACHADA

RUA DAS CAJAZEIRAS, 56

ADORNO

RUA DOS CRAVEIROS, 122

RUA DA ESTRELA, 113

RUA AFONSO PENA, 378

ESTRELA, 113

RUA DA SAAVEDRA, 159

RUA JANSEN MILLER, 42

RUA GRANDE, 483

RUA DO NORTE, 334

RUA DO NORTE, 330

FACHADA

FACHADA

RUA DO COQUEIRO, 127

OUTROS

RUA DO NORTE, 328

AV. PEDRO II, 102

ENDEREÇO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 105

11/08/2012 14:14:08

PE 69

PE 70

70

PE 68

69

68

PE 67

CÓDIGO

67

AZULEJO

PE 66

PADRÃO

66

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

105

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

FRANCÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

ADORNO

RUA AFONSO PENA, 213

REVESTINDO BANHEIRO NO QUINTAL

TRAVESSA DA LAPA, 178

RUA DOS AFOGADOS, 437

AV. SILVA MAIA, 131

RUA DO PESPONTÃO, 303

RUA DA MANGA, 62

RUA DOS AFOGADOS, 393

RUA DA SAÚDE, 244

RUA AFONSO PENA, 378

ENDEREÇO

ADORNANDO JANELA DO PAVIMENTO SUPERIOR

FACHADA

SILHAR

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 106

11/08/2012 14:14:10

PE 72

PE 73

PE 74

PE 75

73

74

75

CÓDIGO

72

AZULEJO

PE 71

PADRÃO

71

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

106

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

NÃO IDENTIFICADO

NÃO IDENTIFICADO

PROCEDÊNCIA

SILHAR

ADORNO

ADORNO

ADORNO

RUA RIO BRANCO, 379

RUA MARANHÃO SOBRINHO, 13A

RUA DA PALMA, 58

RUA DO OUTEIRO, 660

AV. SILVA MAIA, 131

SILHAR

RUA DA CRUZ, 366

REVESTE FONTE EM PÁTIO INTERNO

RUA DO NORTE, 728

RUA DAS CRIOULAS, 167

ADORNO

ADORNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 107

11/08/2012 14:14:12

PL 02

PL 03

PL 04

3

4

CÓDIGO

2

AZULEJO

PL 01

PADRÃO

1

ÍTEM

AZULEJO LISO

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

SEM DECORAÇÃO (VERDE)

SEM DECORAÇÃO (AMARELO)

SEM DECORAÇÃO (BEGE)

SEM DECORAÇÃO (ROSA)

107

DIMENSÃO

TÉCNICA

PORTUGUÊS

NÃO IDENTIFICADO

PORTUGUÊS

NÃO IDENTIFICADO

PROCEDÊNCIA

AV. SILVA MAIA, 131

OUTROS

FACHADA

FACHADA

SILHAR

FACHADA

FACHADA

RUA DA INVEJA, 66

FACHADA

RUA DO SOL, 230

RUA DO SOL, 176

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 290

RUA DA SAÚDE, 221

RUA DE SANTANA, 586

RUA DO PASSEIO, 195

RUA GRANDE, 829

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 108

11/08/2012 14:14:14

18 x 12

SEM DECORAÇÃO (BRANCO)

PL 08

8

13,5 x 13,5

SEM DECORAÇÃO (AZUL)

13,5 x 13,5

SEM DECORAÇÃO (BRANCO)

PL 07

13,5 x 13,5

SEM DECORAÇÃO (VINHO)

7

DIMENSÃO

TÉCNICA

PL 06

CÓDIGO

6

AZULEJO

PL 05

PADRÃO

5

ÍTEM

108

INGLÊS

PORTUGUÊS

NÃO IDENTIFICADO

NÃO IDENTIFICADO

PROCEDÊNCIA

SILHAR

GRANDE, 1374

AFONSO PENA, 213

RUA DOS AFOGADOS, 416

ADORNO NA FACHADA

REVESTE BANHEIRO

RUA DO PASSEIO, 195

RUA DOS AFOGADOS, 690

RUA DOS AFOGADOS, 690

ENDEREÇO

FACHADA

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 109

11/08/2012 14:14:16

MARMOREADO

MARMOREADO

PM 01

PM 02

1

2

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

MAJÓLICA

MAJÓLICA

TÉCNICA

CÓDIGO

ÍTEM

AZULEJO MARMOREADO

PMJ 02

CÓDIGO

2

AZULEJO

PMJ 01

PADRÃO

1

ÍTEM

AZULEJO MAJÓLICA

109

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

15 x 15

15 x 15

DIMENSÃO

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

FACHADA

FACHADA

RUA DO GIZ, 167

RUA DE NAZARÉ, 284

RUA DO GIZ, 161

RUA DO GIZ, 155

RUA DO GIZ, 149

RUA DO GIZ, 167

RUA DO GIZ, 161

RUA DO GIZ, 155

RUA DO GIZ, 149

RUA DO GIZ, 175

ENDEREÇO

RUA RIO BRANCO, 343

ADORNO NA FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DO GIZ, 221

ENDEREÇO

SILHAR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 110

11/08/2012 14:14:18

SEMI-RELEVADO

PR 04

4

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

13,5 x 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

PR 03

13,5 x 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

3

DIMENSÃO

TÉCNICA

PR 02

CÓDIGO

2

AZULEJO

PR 01

PADRÃO

1

ÍTEM

AZULEJO RELEVO

110

INGLÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

RUA AFONSO PENA, 112 RUA GRANDE, 285 PQ. 15 DE NOVEMBRO

FACHADA ADORNO ADORNO

TRAV. COUTO FERNANDES, 84

ADORNO

RUA AFONSO PENA, 213

RUA DO RIBEIRÃO, 68

FACHADA

SILHAR

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 905

RUA DE SÃO PANTALEÃO, 901

FACHADA

ADORNO

RUA GRANDE, 285

RUA GRAÇA ARANHA, 88

RUA DOS AFONSO PENA, 112

ADORNO

ADORNO

RUA DOS AFOGADOS, 985

RUA DOS AFOGADOS, 976

RUA AFOGADOS, 976

ADORNO

FACHADA

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 111

11/08/2012 14:14:20

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

SEMI-RELEVADO

RELEVO COM PINTURA MANUAL

PR 07

PR 08

PR 09

8

9

SEMI-RELEVADO

111

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

13,5 x 13,5

DIMENSÃO

7

SEMIRRELEVADO

SEMI-RELEVADO

TÉCNICA

PR 06

CÓDIGO

6

AZULEJO

PR 05

PADRÃO

5

ÍTEM

PORTUGUÊS

INGLÊS

INGLÊS

PORTUGUÊS

INGLÊS

PROCEDÊNCIA

OUTROS

OUTROS

SILHAR

RUA DA SAÚDE, 221

RUA GRANDE, 1374

AV. PEDRO II, 221

RUA GRANDE, 1374

RUA AFONSO PENA, 213

ADORNO E SILHAR

ADORNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 112

11/08/2012 14:14:22

10

ÍTEM

PADRÃO

AZULEJO

PR 10

CÓDIGO

DIMENSÃO

13,5 x 13,5

TÉCNICA

RELEVO COM PINTURA MANUAL

112

PORTUGUÊS

PROCEDÊNCIA

OUTROS

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DA SAÚDE, 221

ENDEREÇO

113 Inventário dos Azulejos.indd 113

11/08/2012 14:14:23

114 Inventário dos Azulejos.indd 114

11/08/2012 14:14:25

115 Inventário dos Azulejos.indd 115

11/08/2012 14:14:27

116 Inventário dos Azulejos.indd 116

11/08/2012 14:14:29

117 Inventário dos Azulejos.indd 117

11/08/2012 14:14:31

118 Inventário dos Azulejos.indd 118

11/08/2012 14:14:33

119 Inventário dos Azulejos.indd 119

11/08/2012 14:14:35

120 Inventário dos Azulejos.indd 120

11/08/2012 14:14:37

121 Inventário dos Azulejos.indd 121

11/08/2012 14:14:39

122 Inventário dos Azulejos.indd 122

11/08/2012 14:14:41

123 Inventário dos Azulejos.indd 123

11/08/2012 14:14:43

124 Inventário dos Azulejos.indd 124

11/08/2012 14:14:45

125 Inventário dos Azulejos.indd 125

11/08/2012 14:14:47

126 Inventário dos Azulejos.indd 126

11/08/2012 14:14:49

127 Inventário dos Azulejos.indd 127

11/08/2012 14:14:51

Inventário dos Azulejos.indd 128

11/08/2012 14:14:53

Santo Antônio

Santa Terezinha

2

3

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

1

Nº DE ORDEM

1.4 Registos

Majólica

Pintura de Mufla

Faianças do Outeiro, Águeda Portugal

São Luís Autor Desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Majólica

ORIGEM

Português

128

Rua dos Afogados 931

Rua dos Afogados 565

Rua dos Afogados 331

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 129

11/08/2012 14:14:54

Sagrada Família

Sagrada Família

5

6

ÍCONE DEVOCIONAL

N. S. de Fátima

REGISTOS

4

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

129

Majólica

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

Português

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Rua do Alecrim 153

Rua dos Afogados 1123

Rua dos Afogados 1053

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 130

11/08/2012 14:14:56

Santo Antônio

9

Autor desconhecido

Águeda – Portugal.

N. S. do Perpétuo Socorro

8

ORIGEM

Águeda – Portugal.

ÍCONE DEVOCIONAL

Imaculada Conceição

REGISTOS

7

Nº DE ORDEM

130

Pintura de Mufla

Majólica

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Rua do Alecrim 359

Rua do Alecrim 249

Rua do Alecrim 247

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 131

11/08/2012 14:14:58

Autor desconhecido

São Jorge

12

131

Autor desconhecido

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

N. S. de Fátima

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

11

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

10

Nº DE ORDEM

Rua da Alegria 209

Rua da Alegria 30

Rua do Alecrim 484

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 132

11/08/2012 14:15:00

São José de Ribamar

Sagrada Família

15

16

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

14

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

Majólica

“M.ARTES-Rio” Rio de Janeiro

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

São Luís Autor Desconhecido

Fábrica Aleluia Aveiro-Portugal

ORIGEM

132

Av. Beira Mar 330

Rua Antônio Rayol 276

Rua Antônio Rayol 273

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 133

11/08/2012 14:15:02

São José

N. S. de Fátima

Sagrada Família

19

20

21

ÍCONE DEVOCIONAL

Sagrada Família

REGISTOS

18

Nº DE ORDEM

133

Autor desconhecido

Autor desconhecido

“M.ARTES-Rio” Rio de Janeiro

Autor desconhecido

ORIGEM

Majólica

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Av. Silva Maia 131

Av. Pedro II 221

Av. Pedro II 221

Av. Pedro II 221

ENDEREÇO São José

Santo Antônio

Santo Antônio

25

ÍCONE DEVOCIONAL

24

REGISTOS

23

Nº DE ORDEM

Majólica

Majólica

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Português

Português

ORIGEM

Fábrica do Cavaco Vila Nova de Gaia Portugal

Av. Silva Maia 71

Av. Silva Maia 219

Av. Silva Maia 131

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 134

11/08/2012 14:15:04

Santo Antônio

Santo Antônio

24

25

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

23

Nº DE ORDEM

Português

Majólica

Majólica

Majólica

Fábrica do Cavaco Vila Nova de Gaia Portugal

Português

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

134

Av. Silva Maia 71

Av. Silva Maia 219

Av. Silva Maia 131

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 135

11/08/2012 14:15:05

Autor desconhecido

N. S. do Perpétuo Socorro

30

135

Autor desconhecido

Santo Antônio

Autor desconhecido

Autor desconhecido

ORIGEM

29

São José

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

28

27

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Cajazeiras 426

Beco dos Barqueiros 74

Basílio de Sá 147

Basílio de Sá 131

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 136

11/08/2012 14:15:07

São José

Santo Antônio

São José

33

34

35

ÍCONE DEVOCIONAL

N. S. Aparecida

REGISTOS

32

Nº DE ORDEM

Majólica

Majólica

Fábrica do Cavaco Vila Nova de Gaia Portugal

Fábrica Aleluia Aveiro – Portugal

Majólica

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

F. Corticeira – Porto Portugal

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

136

Rua do Egito 166

Rua do Egito 139

Rua da Cruz 52

Rua das Crioulas 405

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 137

11/08/2012 14:15:09

39 São José

São Domingos da Queimada

38

ÍCONE DEVOCIONAL

São Judas Tadeu

REGISTOS

37

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

137

Majólica

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Português

“M. F. O – Rio”

ORIGEM

Rua Godofredo Viana, 357

Rua do Giz 305

Rua do Egito 196

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 138

11/08/2012 14:15:11

N. S. de Fátima

N. S. da Conceição

41

42

ÍCONE DEVOCIONAL

N. Senhora de Fátima

REGISTOS

40

Nº DE ORDEM

Fábrica do Cavaco Vila Nova de Gaia Portugal

Majólica

Majólica

Majólica

Fábrica do Cavaco Vila Nova de Gaia Portugal

Autor desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

138

Rua das Hortas 256

Rua Grande 1269

Rua Grande 907

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 139

11/08/2012 14:15:13

Santo Antônio

Santo Antônio

Anjo da Guarda

45

46

47

ÍCONE DEVOCIONAL

Sagrada Família

REGISTOS

44

Nº DE ORDEM

139

Fca. de Valadares –Vila Nova de Gaia / Portugal (do Anjo ) e Lourdes Courtinhas - local (Cartela de identificação).

Autor desconhecido

Majólica

Pintura de Mufla

Majólica

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

Autor desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Rua Montanha Russa 52

Rua do Mocambo 342

Rua das Mangueiras 360

Rua João Henrique 617

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 140

11/08/2012 14:15:14

Santa Rita de Cássia

N. S do Perpétuo Socorro

Sagrado Coração de Jesus

49

50

51

ÍCONE DEVOCIONAL

Santa Terezinha

REGISTOS

48

Nº DE ORDEM

São Luís Autor desconhecido

São Luís Autor Desconhecido

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

São Luís Autor desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

140

Rua do Outeiro 725

Rua do Norte 672

Rua do Norte 627

Rua de Nazaré 58

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 141

11/08/2012 14:15:16

Majólica

Fábrica Aleluia- Aveiro/ Portugal

N. S. de Fátima

56

141

Majólica

Fábrica Aleluia – Aveiro/Portugal

N. S. do Perpétuo Socorro

55

Majólica

“Belém-Pará”

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

N. S. das Graças

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

54

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

53

Nº DE ORDEM

Rua do Passeio 1014

Rua do Passeio 195

Rua do Passeio 136

Rua da Palma 651

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 142

11/08/2012 14:15:18

Santo Antônio

São José

Santo Antônio

58

59

60

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

57

Nº DE ORDEM

Majólica

Majólica

Fábrica Aleluia- Aveiro/ Portugal

“M.ARTES-Rio” Rio de Janeiro

Pintura de Mufla

Majólica

Fábrica Aleluia- Aveiro/ Portugal

São Luís Autor desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

142

Praça Antonio Lobo Seminário Santo Antônio

Rua do Pespontão 312

Rua da Paz 605

Rua da Paz 439

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 143

11/08/2012 14:15:20

Sagrada Família

65

143

Alvares – Porto Portugal

Majólica

Majólica

N. S. de Fátima

64

Estatuária Artística, Coimbra – Portugal 1949

Sagrada Família

63

Majólica

Majólica

Fábrica Aleluia- Aveiro/ Portugal

Sagrado Coração de Jesus

62

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Português

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua de Santa Rita 410

Rua da Saavedra 137

Rua Rio Branco 420

Praça Gonçalves Dias 351

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 144

11/08/2012 14:15:22

Santa Terezinha

N. S. de Fátima

São José

67

68

69

ÍCONE DEVOCIONAL

N. S. de Fátima

REGISTOS

66

Nº DE ORDEM

São Luís Autor desconhecido

Fábrica Aleluia- Aveiro/ Portugal

Pintura de Mufla

Majólica

Pintura de Mufla

Majólica

Vila Nova de Poiares Coimbra - Portugal

São Luís Autor desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

144

Rua de Santaninha 627

Rua de Santaninha 122

Rua de Santa Rita 713

Rua de Santa Rita 410

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 145

11/08/2012 14:15:24

São João

N. S. de Fátima

São José de Ribamar

72

73

74

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

71

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

145

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

Pintura de Mufla

Majólica

Autor

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

“Valentes” Fábrica das Devezas Vila Nova de Gaia Portugal

São Luis desconhecido

ORIGEM

Rua de São Pantaleão 251

Rua de São Pantaleão 245

Rua de São João 425

Rua de Santo Antônio 289

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 146

11/08/2012 14:15:26

Santo Antônio

O Papa

São José

76

77

78

ÍCONE DEVOCIONAL

N. S. da Conceição

REGISTOS

75

Nº DE ORDEM

Majólica

“M.ARTES-Rio” Rio de Janeiro

Pintura de Mufla

São Luís Autor desconhecido

Pintura de Mufla

Majólica

“Valentes” Fábrica das Devezas Vila Nova de Gaia Portugal

Autor Desconhecido

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

146

Rua da Saúde 218

Rua de São Pantaleão 1327

Rua de São Pantaleão 1141

Rua de São Pantaleão 692

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 147

11/08/2012 14:15:28

São Judas Tadeu

Santo Antônio

Santo Expedito

81

82

83

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

80

Nº DE ORDEM

Majólica

“F. Soares dos Reis” Vila Nova de Gaia Portugal

147

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís Autor Desconhecido

Autor desconhecido

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Português

ORIGEM

Rua da Viração 75

Rua do Sol 597

Rua do Sol 590

Rua do Sol 393

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 148

11/08/2012 14:15:29

84

Nº DE ORDEM

REGISTOS

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Pintura de Mufla

ORIGEM

São Luís Autor desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

148

Rua da Viração 95

ENDEREÇO

149 Inventário dos Azulejos.indd 149

11/08/2012 14:15:31

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

150

Inventário dos Azulejos.indd 150

11/08/2012 14:15:32

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Inventário dos Azulejos de São Luís - 2004 -

Mapas do Levantamento

151

Inventário dos Azulejos.indd 151

11/08/2012 14:15:34

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

152

Inventário dos Azulejos.indd 152

11/08/2012 14:15:38

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

153

Inventário dos Azulejos.indd 153

11/08/2012 14:15:40

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

154

Inventário dos Azulejos.indd 154

11/08/2012 14:15:44

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

155

Inventário dos Azulejos.indd 155

11/08/2012 14:15:46

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

156

Inventário dos Azulejos.indd 156

11/08/2012 14:15:50

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

157

Inventário dos Azulejos.indd 157

11/08/2012 14:15:52

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

158

Inventário dos Azulejos.indd 158

11/08/2012 14:15:56

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

159

Inventário dos Azulejos.indd 159

11/08/2012 14:15:59

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

160

Inventário dos Azulejos.indd 160

11/08/2012 14:16:02

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

161

Inventário dos Azulejos.indd 161

11/08/2012 14:16:05

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

162

Inventário dos Azulejos.indd 162

11/08/2012 14:16:08

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

163

Inventário dos Azulejos.indd 163

11/08/2012 14:16:10

Inventário dos Azulejos.indd 164

11/08/2012 14:16:11

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís - 2005 -

165

Inventário dos Azulejos.indd 165

11/08/2012 14:16:13

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

166

Inventário dos Azulejos.indd 166

11/08/2012 14:16:14

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

5

AZULEJARIA PORTUGUESA Domingos de Jesus Costa Pereira

A

história da Azulejaria Portuguesa, deno-

pictórica, com grandes produções de painéis historiados,

mina de período arcaico a produção ini-

assinados pelos próprios artistas, superando as técnicas

ciada em meados do século XV, usando as

do mestre Del Barco. Destacaram-se Antônio Pereira,

técnicas mouriscas de corda-seca, aresta e a “decoração

Manuel dos Santos, Bernardes e o filho Policarpo, que

geométrica” mulçumana, progressivamente evoluiu

revolucionou a arte decorativa azulejar, pois soube

para os figurativos com estilo renascentista. A técnica

manipular a luz e extrair da monocromia uma enorme

majólica surgiu em Portugal, na metade do século XVI,

variedade de tons. Os magníficos painéis historiados

com a “importação de azulejaria e faiança flamengas e

foram enquadrados por volumosas cercaduras com

italianas”, quando se desenvolveu o desenho clássico e

cenas barrocas dinâmicas. O artista destacou-se de

painéis figurativos de excelente qualidade, que revesti-

seus contemporâneos pela quantidade de suas obras

ram os interiores de igrejas e palácios de Lisboa, predo-

e reproduziu “gravuras francesas, com os costumes da

minando a resistência antibarroca.

nobreza de seu tempo”.

Na primeira metade do século XVII, com a

No período das obras dos grandes mestres, no

evolução da padronagem inspirada nos desenhos

segundo quartel do século XVIII, destacou-se a fase de

têxteis e o surgimento da azulejaria de tapete para

“grande produção joanina”, incentivada pela procura

decoração exterior, desenvolveu-se a policromia e

de azulejo, quando se inicia a intensa exportação para

variedade de padronagens, destacando-se os frontais

o Brasil. Salvador (Bahia) tem o segundo maior acervo

de altar, imitando os “tecidos ricos de brocados, as

de painéis do mundo, na ordem Primeira e Terceira

rendas e até tecidos de proveniência indiana”. No final

de São Francisco. O Claustro da Ordem Terceira foi

do século XVII, persistiam as padronagens de tapete

revestido de azulejos com cenas do cortejo da “Festa

“azul e branco”, uma imitação portuguesa da louçaria

Barroca Azul e Branco”, do casamento do príncipe,

oriental. É desse período a produção dos famosos

“futuro rei D. José, com a infanta espanhola D.

azulejos de figura avulsa, de influência holandesa.

Maria Ana Vitória”, em 12 de fevereiro de 1729. Estes magníficos painéis são atribuídos ao mestre do barroco

O espanhol Gabriel Del Barco, que esteve em

Valentim de Almeida, enquanto que o consistório da

Portugal (1669 – 1703), revolucionou a pintura azulejar

mesma Ordem está revestido de belos silhar historiados

portuguesa dos painéis historiados, abrindo caminho ao

da cidade de Lisboa, antes do terremoto (1755).

ilusionismo óptico tão característico do gosto barroco, mas não abandonou a azulejaria seriada, despertando

Na segunda metade do século XVIII, final do

o interesse de azulejamento de interior de Igrejas, com

reinado de D. João V, (1706-1750) e início do reinado

cenas historiadas, que iniciou em Lisboa e espalhou-se

de D. José I, refloresceu a “policromia na azulejaria

em outras cidades portuguesas.

portuguesa”; preservam-se as cenas azul e branca e as cercaduras policromadas com influência dos

No início do século XVIII, começou o “ciclo dos

motivos rococó, ostentando uma cenografia recheada

mestres”, quando se destacaram os excelentes pintores

de curvas, concheados, asas de morcegos, ornatos de

de azulejos com características específicas na arte

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palmas e flores em tons amarelos, verdes e roxo de manganês. Com o terremoto de Lisboa em 1755, surgiu a necessidade de uma produção maior de azulejos para suprir as demandas impostas pela catástrofe. A política do Marquês de Pombal levou à criação da “Real Fábrica de Faianças do Rato”, com a produção de “padronagens decorativas”, em grande escala,

PMJ-27

para composição de silhares de novas construções

característica de azulejaria holandesa, retratando uma

durante este período. Os pintores Francisco de Paula

ponte com dois pescadores sentados numa encosta

Oliveira e Francisco Jorge da Costa marcaram o final

ribeirinha, debaixo de uma árvore, no fundo uma colina

da produção setecentista com painéis do rococó

e uma casa no alto formando, painéis com cercaduras

evoluído” e a transição para o neoclássico. O

estilo

“padronagem

neoclássico utilitária”

deu

continuidade

pombalina

carteladas em amarelo e roxo, sendo estes os únicos

à

exemplares do gênero encontrados em São Luís.

(1755-1778),

A Catedral Metropolitana de São Luís mantém

ainda que modificando a policromia, e adequando-a

na sacristia silhares azulejados divididos em painéis,

decoração do “papel de parede”. Desenvolveu-se a

enquadrados por cercaduras; no centro circular,

simpatia pela pintura dos marmoreados do começo

florões formados por oito corolas tipo ramifores,

do século XVIII. A

concepção

da

azulejaria

contornados por azulejos esponjados de cor amarela,

neoclássica

embasados com duas peças de altura marmoreadas

concretizou-se nas duas últimas décadas setecentista,

roxo forte. Recentemente, foram removidos os silhares

são azulejos importantes nas composições dos silhares

das escadarias de outra dependência da Igreja, com

das igrejas de São Luís e Alcântara, que formam

padronagens idênticas às da sacristia.

“painéis decorativos do tipo almofadas marmoreados”

A Nave da Igreja de Santana resguarda o

de fabricação portuguesa, afirmando Dora Alcântara

revestimento tipo silhar, composto de azulejos de tapete,

com muita propriedade: “A importância que vimos

com padronagem antiga de fabricação portuguesa,

nestes azulejos reside no fato de que representam

com técnicas de decoração mistas, estampilha e

a transição dos painéis figurados do século XVIII,

majólica, formando flores com oito pétalas de cor roxa

para os “tapetes”, que voltariam no século XIX”.

enquadradas com padrões de motivos florais de quatro

(ALCÂNTARA, 1997, p. 34)

pontas azuis e com cercadura de ornato de cartela azul

A capela-mor da Igreja de Nossa Senhora do

e esponjado com roxo manganês.

Rosário é revestida com silhares divididos em painéis

“O azulejo conta sua própria história”, pela

do tipo “almofada marmoreada” com florões de

carência de informações bibliográficas sobre as datas

dezesseis pétalas em azul e branco, emoldurados com

de importação e revestimentos da arquitetura religiosa

cercaduras de cartela com barra e efeito de mármore,

e civil. Resta-nos pesquisar a cronologia através das

nas mesmas cores e com rodapés roxo manganês, com

características tipológicas, técnicas de decoração,

até cinco peças de altura. São azulejos de “fabricação

período de manufatura e utilização. Portanto, acredita-

lisboeta de 1790-1805”.

se que o azulejamento das naves e sacristias das igrejas

A sacristia da Igreja de Santa Teresa é revestida

de São Luís aconteceu no período de transição dos

com silhares da azulejaria típica figura avulsa, nas

magníficos painéis historiados da época setecentista

cores azul e branco, composta por duas peças com

e início do renascimento de azulejaria de tapete, do

imagem espelhada, que completa o desenho, com

século XIX.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

6

IGREJAS

Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira

6.1 Capela do Recolhimento

A

Capela do Recolhimento, construída em meados do século XVIII, popularmente conhecida como Capela de Santa Teresa, está situada à rua do Egito, n° 71, pertencente à Irmandade de Santa Doroteia. Essa capela foi construída como casa de oração do Asilo de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios. Foi fundada pelo Jesuíta Padre Gabriel Malagrida, da Companhia de Jesus, cujo nome está ligado à fundação dos Seminários de São Luís e Belém, e que instituiu o Recolhimento para a educação de meninas e convertidas. Esse Recolhimento foi autorizado a funcionar pelo Alvará Régio de 1753, sendo instalado provisoriamente na casa do Padre Teles Vidigal, no então Largo João do Vale (atual Praça Benedito Leite), onde durante muitos anos funcionou a Escola Técnica Centro Caxeiral do Maranhão. Obtida a licença da Câmara Eclesiástica para a fundação da Casa, escolheu o Padre Malagrida uma área que ficava ao lado da Igreja do Rosário, que foi inaugurada em 1753 com o nome de Recolhimento de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios. Foi o primeiro educandário feminino da província.

Fachada

À direita da porta principal da capela encontra-se a gruta de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1858 e restaurada em 1926. Hoje em dia a Capela está em bom estado de conservação e apenas na sacristia encontramos vários azulejos de padrão antigo.

Com a expulsão dos jesuítas das terras maranhenses, as recolhidas foram obrigadas, em 1768, a mudar o regulamento e o hábito, substituídos pelo das agostinhas. Hoje a Casa está transformada no

Essa capela possui cinco silhares de azulejos com decoração do tipo “chinoiserie”, do século XVIII, muito raro na azulejaria maranhense e semelhante ao azulejo holandês encontrado na Bahia. São painéis figurativos com regular estado de preservação que tiveram suas características originais alteradas por adaptações para abertura de vãos, porém, ainda mantém intactos, a maior parte de seus azulejos.

Colégio de Santa Teresa, sob a direção das piedosas Irmãs Doroteias. O banco onde o Padre dormia e a imagem de Nossa Senhora das Missões, que ele costumava conduzir em procissão pelas ruas da cidade, ainda hoje existem.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

6.1.1 Descrição dos Painéis

Painel N.º 01

Constituídos por azulejos figurativos de padrão

O painel n° 01 não pôde ser conferido em seu

único e espelhados, na cor azul e branco de expressão

número total de azulejos, pois ele estava interrompido

naturalista, contendo no primeiro plano uma cena com

pela abertura de uma porta para a capela, e também

figura de duas pessoas sentadas embaixo de uma árvore

porque parte destes azulejos está atrás de um “móvel”

pescando no rio; no segundo plano, uma ponte sobre

muito grande. Só foram conferidos aproximadamente

o rio e no terceiro plano mais no fundo, duas árvores

142 azulejos.

e uma casa sobre o morro. Painel contornado por cercadura de três cores com duas técnicas diferentes

Local de Aplicação:

(majólica e marmoreado). A parte superior da cercadura

Sacristia

contém linhas finas em azul e semicírculos (ou óvulos) na cor amarelo com efeito marmoreado e uma linha

Tipo de Revestimento:

fina em azul. No rodapé dos painéis, encontram-se

Parietal

azulejos no mesmo padrão do painel, além de azulejos marmoreados na cor azul, aparecendo algumas

Estilo:

unidades na cor roxo de manganês.

Neoclássico

Abaixo, os padrões de azulejos encontrados na Capela do Recolhimento.

Técnica de Decoração: Majólica Data: Século XVIII

PMJ-27

PMJ 27.jpg

Dimensões: a) Altura: 8 azulejos; b) Largura: Aproximadamente 17 azulejos; c) Total: Aproximadamente 142 azulejos. Procedência: CMJ-06 PC

Possivelmente português, muito semelhante a um azulejo holandês encontrado na Bahia.

CMJ-06

Estado de Preservação: Regular. Alguns azulejos estão com fraturas e muita sujidade. Observações: PM-03

Rodapé com azulejos do mesmo padrão do painel.

PM-05

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Painel N.º 02

Painel N.º 03

O painel n° 2 também não pôde ser conferido no

Não foi possível conferir o total dos azulejos deste

total de seus azulejos, pelo mesmo motivo: a abertura

painel. Ele está interrompido pela abertura de uma

de uma porta para a cozinha e dois armários na parede,

porta para o pátio. Só foi possível conferir 477 azulejos.

à frente dos azulejos. O painel está dividido em 2 partes. A 1ª parte com 40 azulejos e a 2ª parte com

Abaixo da porta, existem duas fileiras de azulejos com

24 azulejos. Portanto, a parte que pôde ser conferida

linha A tem 3 azulejos trocados ou invertidos “A51”,

resultou em 64 azulejos.

“A52” e “A54”. Na linha “H” tem 3 azulejos trocados ou

14 azulejos inteiros e 2 azulejos partidos ao meio. Na

invertidos “H60”, “H61” e “H62”, também “H64” está

Local de Aplicação:

faltante.

Sacristia Tipo de Revestimento: Parietal Estilo: Neoclássico Técnica de Decoração: Majólica Data: Século XVIII

Local de Aplicação:

Técnica de Decoração:

Sacristia

Majólica

Tipo de Revestimento:

Data:

Parietal

Século XVIII

Estilo:

Procedência:

Neoclássico

Possivelmente português

Dimensões: a) Altura: 8 azulejos; b) Largura: 8 azulejos; c) Total: 64 azulejos.

Dimensões: a) Altura: 8 azulejos;

Procedência:

b) Largura: 65 azulejos;

Possivelmente português, muito semelhante a um azulejo holandês encontrado na Bahia.

c) Total: 477 azulejos. Estado de Preservação:

Estado de Preservação:

Alguns dos azulejos estão com perda de vidrado e com

Regular. Alguns azulejos estão com fraturas e muita sujidade.

lacunas na chacota. Existem bastantes fraturas e muita sujidade; alguns estão trocados de lugar e falta 1 (um) azulejo na parte superior do painel “H64”.

Observações:

Observações:

Rodapé com azulejos do padrão marmoreado azul.

Rodapé com azulejos do padrão marmoreado azul e alguns do marmoreado roxo manganês.

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Painel N.º 04

Painel N.º 05

O painel n° 4 contém 85 azulejos, sendo que

O painel de n° 5 contém 112 azulejos, sendo que

14 desses estão trocados de lugar. Sobre o painel há

13 estão trocados de lugar na última fileira de baixo.

um lavabo em pedra de lioz portuguesa, tendo como

Tem azulejos, cercaduras e rodapé iguais aos do painel

decoração dois golfinhos. O painel tem cercadura igual

de n° 4.

aos anteriores e rodapé no mesmo padrão do painel.

Local de Aplicação: Sacristia

Técnica de Decoração: Majólica

Tipo de Revestimento: Parietal

Data: Século XVIII

Estilo: Neoclássico

Procedência: Possivelmente português

Local de Aplicação:

Técnica de Decoração:

Sacristia

Majólica

Tipo de Revestimento:

Data:

Parietal

Século XVIII

Estilo:

Procedência:

Neoclássico

Possivelmente português

Dimensões: a) Altura: 8 azulejos; b) Largura: 14 azulejos;

Dimensões:

c) Total: 112 azulejos.

a)Altura: 8 azulejos; Estado de Preservação:

b)Largura: 14 azulejos;

Regular. Azulejos com perda de vidrado e chacota,

c) Total: 85 azulejos.

algumas fraturas e bastante sujidade.

Estado de Preservação:

Observações:

Regular. Azulejos com perda de vidrado e chacota, algumas fraturas e bastantes sujidades. Possui 14

O painel encontra-se com 13 azulejos da linha “A”

azulejos trocados de lugar.

trocados ou com posição invertida. (“A1” ao “A13”).

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ARMÁRIO PS 05

ARMÁRIO

PS 04

PS 01

PS 03

SACRISTIA

ARMÁRIO

PS 02

ARMÁRIO

CAPELA DE SANTA TEREZA CROQUI DE LOCALIZAÇÃO DOS PAINÉIS

LEGENDA PAINÉIS LOCALIZADOS PAINEL DA SACRISTIA

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ARMÁRIO

ARMÁRIO

PORTA

174

ARMÁRIO

PAINEL 02

PORTA

AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL

AZULEJO FALTANTE

LEGENDA

PAINEL 01

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PAINEL 04

LAVABO

175

PAINEL 05

AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL

AZULEJO FALTANTE

LEGENDA

PAINEL 03

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

6.2 Igreja do Carmo Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

na fachada e torres, pedras de cantaria nas escadas,

Designação: Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

altares em mármore, gesso no forro, ladrilho hidráulico

Local/endereço: Largo do Carmo.

e granito no piso, grades de ferro nos balcões e

Proprietário: Arquidiocese de São Luís

esquadrias de madeira.

Município: São Luís. Categoria: Arquitetura Religiosa. Estilo arquitetônico: dadas as diversas modificações, não possui classificação. Época de construção: Séc. XVII. Situação e ambiência: O monumento integra a área tombada pelo IPHAN, cercado por construções do Séc. XVIII e XIX. Dados jurídicos: Arquidiocese de São Luís (Cúria dos Frades Menores Capuchinhos). Dados técnicos: Construção robusta em alvenaria de pedra e barro nas paredes internas e externas; azulejos

PE-31 - Principal azulejo da fachada

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

sacrário; do outro lado (esquerdo), São José ladeado

6.2.1 Dados tipológicos

pelas imagens de São Benedito e São Geraldo; para o

a) Fachada

lado da Epístola, vemos a Capela do SS. Crucifixo.

A Igreja do Carmo é composta por uma nave

Para o lado do Evangelho, vemos a Capela do

central e uma lateral, com capelas laterais, coro alto e

Sagrado Coração, onde existem várias imagens, como,

altar-mor; a sacristia se encontra ao lado do altar-mor.

por exemplo: Santa Bárbara, Santo Expedito e São

A igreja é precedida por um adro que constitui

Caetano, além de alguns freis carmelitas já falecidos;

uma grande plataforma retangular revestida com

soubemos através do Frei Rogério Beltrami, morador

ladrilhos hidráulicos, alguns franceses e possui acessos

do convento, que a bancada deste último altar foi

laterais em forma de escadarias com pedras de cantaria

produzida no Campo D’Ourique. Toda a nave central

e peitoril de proteção, composto de membro em

possui forro quadriculado de gesso em relevo, contendo

alvenaria revestido de azulejos, intercalado por gradis

rosetas dentro de cada quadro, alternando os padrões

de ferro.

que são em número de dois, ora um,ora outro. Abaixo

A fachada principal possui duas torres sineiras

do forro, uma cercadura em gesso de mais ou menos

quadradas, que terminam cada uma por bulbo arestado

cinqüenta centímetros contorna toda a nave central; é

encimado por cruz de ferro. Entre as torres, fica um

relevada, policrômica, onde aparecem alternadamente

frontão triangular tendo ao centro um óculo fechado

o símbolo mariano e o emblema franciscano. Os arcos

por vidro azul. Abaixo do entablamento, que se

dos altares também possuem o mesmo trabalho do

resume atualmente a uma fileira de azulejos brancos,

forro da nave, só que agora menor e um só padrão de

há três janelas centralizadas no corpo da fachada

roseta.

com balcões de ferro entalados; logo abaixo da torre

As paredes da nave são divididas por cinco gregas

esquerda, uma pequena envasadura correspondente

verticais em relevo, de gesso, com cerca de vinte

ao espaço de três azulejos, é fechada por vidro azul; a

centímetros de largura, que descem da cercadura até

portada é composta de ombreiras contornando porta

o piso em estilo clássico, onde os elementos internos

em madeira maciça com almofadas grandes, recortada

são uma cruz estilizada verde e um trevo vermelho.

na parte superior e entalhes em relevo com motivos

Nos cantos internos da igreja ficam duas gregas, uma

fitomórficos centralizados; acima da porta, o símbolo

de frente para outra, exceto no canto esquerdo de

mariano em relevo, de massa.

quem entra, onde ainda se pode ver parte dos pilares

No átrio, para-vento em madeira, com três folhas,

originais. Todas as pilastras internas são brancas e

a parte de cima recortada e vazada, na folha do meio

possuem caneluras. As paredes internas da nave

em cima, a figura da custódia entalhada e pintada

possuem revestimento de placas de cimento até

em ouro, na parte inferior almofadas. Sob o adro,

uma altura de dois metros. Possui piso de granito e

um lavabo em lioz faz frente para a praça onde está

de ladrilho hidráulico sob os bancos dos fiéis, sendo

o relógio. Possui bicas que partem de entre golfinhos

todo o seu piso originalmente revestido por ladrilhos

entrelaçados; já não estão mais lá as torneiras, nota-se

hidráulicos, assim como a capela-mor.

que foram arrancadas, pois parte do lioz está quebrado.

Do lado direito, no meio da nave, há uma janela de basculantes com local adequado, na parte de baixo,

b) Nave

para que os fiéis acendam velas.

Existem vários altares na Nave sendo, a partir da

entrada, do lado direito, Santo Antônio com sacrário;

A nave lateral hoje está preenchida por dois

no altar da esquerda, São Francisco ladeado pelas

confessionários de tabica, localizados entre o altar de

imagens de São Judas Tadeu e São Luís Rei de França;

S. Francisco e o de S. José, onde ficam os acessos às

novamente à direita, altar de Santa Terezinha com

partes conventuais. Todos os altares são em mármore;

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

no de São José está “a bancada de mármore que estava

o mesmo trabalho quadriculado e rosetas aplicadas no

encostada em uma casa do Campo D’Ourique”,

interior dos quadros com padrões alternados; como

segundo o cronista da ordem em 1904 (BELTRAMI,

cercadura, guirlandas

1994, p. 159). Acima do arco central, entre a cercadura

em gesso sustentadas por mísulas de anjos típicos do

e o forro, existe um pequeno afresco, onde vemos a

renascimento italiano primitivo. À direita está o único

figura de Cristo sendo apoiado por um franciscano,

vitral existente na Igreja, em forma de janela com

ao sair da cruz. No extremo da nave, em oposição à

basculante, retratando Nossa Senhora do Carmo, o

Capela-Mor, está o coro alto.

Monte Carmelo, um anjo guiando uma mulher e, na

amarelas de pequenas flores

parte de baixo, um casal chorando entre as labaredas

c) Capelas da Igreja

de fogo no inferno.

No transcepto, existiam duas capelas: uma ruiu e

A pia da Sacristia e outros objetos que faziam parte

foi refeita menor; a do Senhor dos Passos, que também

do acervo da Igreja do Carmo estão hoje no Museu de

já foi de Santa Margarida, atualmente é a Capela do

Arte Sacra.

SS. Crucifixo. De cada lado do Senhor existe uma pequena janela com balcão de madeira e vidros azuis.

“Dali (da escadaria), também, falou um dia ao

O mesmo acontece do lado do Evangelho, na Capela

povo José do Patrocínio, quando deportado com

do Sagrado Coração de Jesus.

outros companheiros para os confins da Amazônia, em protesto pelo empastelamento de um jornal político,

A antiga “Capela de Santa Teresa” era onde hoje

que se editava no Carmo.” (Astolfo Serra em “Guia

ficam as construções da “Policlínica N. Sª do Carmo”;

Histórico e Sentimental de São Luís do Maranhão”).

os objetos e atributos que existiam nela foram distribuídos entre os outros altares.

No Convento, já funcionou o Centro Social de S. Tereza, a casa Santo Antônio para estudantes, e os

Os vãos em arco das capelas laterais também

Seminários Seráfico de Barra do Corda e do Anil, com

possuem o mesmo trabalho do forro da nave, quadros

internos vocacionados.

e rosetas.

A Igreja do Carmo possui cerca de dez tipos de

d) Capela-Mor

padrão de ladrilhos hidráulicos; três deles, diferentes,

O altar-mor original era todo em madeira, branco

foram fabricados no próprio Convento. Um dos

com ouro; foi substituído por outro, de mármore que

padrões de ladrilho hidráulico encontrado no adro (azul

veio da Itália; na lateral se lê: “Eseguito dai Fratelli

e branco) é francês, de acordo com leitura em forma

Agrone-scultori Genova” (Realizado pelos Irmãos

circular no tardoz: “PARAY-LE-MONIAL. SAONE &

Agrone - escultores de Gênova); foi consagrado em 9

LOIRE”. A cercadura que reveste o piso atrás do altar-

de abril de 1910, por D. Francisco de Paula e Silva. A

mor, castanho escuro e branco com folha de parreira

imagem de N. Sra. do Carmo, que se encontra no altar-

em voluta, faz parte do catálogo da “Sociétè Anonyme

mor, é a original.

des Carrelages Céramiques” de Paray-le-Monial, página 39, fechada em 1911.

A Capela-Mor é mais estreita que a Nave e possui no coro, cadeiral de madeira confeccionado na escola

A tribuna com N. Srª da Piedade se encontra em

de carpintaria dos próprios frades, em Presidente

pátio interno, entre a policlínica e a igreja; a imagem

Dutra; possui balaustrada de separação toda em

de Santa Filomena, doada pelo Barão de Coroatá

mármore, janelas com basculantes no alto e passagens

(morador de sobrado azulejado no Largo do Carmo),

para o convento e policlínica. No forro, em cima da

além de outras raridades que fazem parte do acervo, se

tribuna de Nossa Senhora do Carmo, está em alto-

encontram no Consistório, no andar de cima.

relevo e pintada a figura do Cordeiro de Deus. A parte central do forro é lisa e nas laterais possui sancas com

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

parte do Evangelho é de Santa Luzia, a da parte da Epístola é de Santo Amaro. Dentro do cruzeiro há duas capelas: a da parte do Evangelho tem a milagrosa imagem de Cristo Senhor Nosso com a cruz às costas, que está recolhido em uma perfeita tribuna; a nobreza desta terra serve a este Senhor em uma bem governada Irmandade. A parte da Epístola é do Santíssimo Sacramento. Em uma tribuna está a Senhora da Piedade, e da parte de fora dela as imagens da Senhora da Penha de França e da Guia. É a Senhora festejada nestes títulos com grande solenidade. Tem o convento sua livraria com bastante livros, assim de Padres Expositores, Concio-natórios, de uma e outra Teologia, e alguns de Filosofia. Nossa Senhora do Carmo é o título deste convento”. (Frei Manuel de Sá, da mesma Ordem da Província de Portugal – Lisboa Oriental, na Oficina Ferrerigana – 1724).

6.2.2 Estado de conservação De modo geral tanto o Convento quanto a Igreja se encontram em bom estado, a não ser a fachada que teve boa parte de seu revestimento original retirado (vandalismo), tendo sido novamente revestida essa parte com azulejos lisos, industriais. Dentro, a igreja se encontra limpa, asseada e bem conservada; no adro, os tapetes de ladrilho hidráulico estão

bastante

desgastados,

alguns

fraturados,

principalmente nos locais por onde as pessoas mais transitam.

6.2.3 Dados históricos 1624 – Foi erigido o primeiro convento, localizado no “Sítio do Monsieur Pineau”, atualmente Igreja do Rosário.

1641 – Com a invasão holandesa, o Convento

1627 – Conclusão do segundo Convento do

foi transformado em fortim pelos portugueses, que

Carmo, na colina mais alta e ensolarada da cidade,

nele instalaram suas artilharias pesadas. A frontaria e

onde já havia a Capela de Santa Bárbara, doada pelo

parte dos dormitórios foram arrasados. No Convento

primeiro Governador do Maranhão, Francisco Coelho

do Carmo, combatentes, mulheres e crianças tiveram

de Carvalho.

abrigo e sustento. Antônio Muniz Barreiros Filho, ex-capitão-mor do Maranhão, ferido em combate, aí

Descrição feita por cronista da Ordem dos

faleceu.

Capuchinhos:

Após a expulsão dos holandeses, o governador

“É o dito primeiro convento no meio da cidade de São Luis com o frontispício para o poente, tem duas torres, uma de cada banda, as janelas dos dormitórios são para a parte do mar, tem uma boa cerca povoada de muitas e várias plantas frutíferas, toda murada de pedra e cal. A igreja tem cento e sessenta palmos de comprido e cinqüenta de largo. A capela-mor é muito formosa, o seu comprimento são sessenta palmos, a largura trinta, a tribuna é de talha coberta de tintas, ouro, e é a melhor que há na cidade. Tem uma milagrosa imagem de Nossa Mãe Santíssima do Carmo, de seis palmos; da parte do Evangelho está o nosso protopatriarca Elias, e da parte da Epístola, o nosso Padre Santo Eliseu. Nesta capela-mor há coro que tem duas ordens de cadeiras de pau de cedro curiosamente lavrado. Saindo da capelamor, tem duas capelas colaterais: a da

não quis restaurar os danos causados ao edifício pelo bombardeio holandês, o que posteriormente foi feito pelos padres. 1808 – Foram feitos na Igreja e no Convento vários consertos, com a conclusão da sua fachada e das torres que receberam revestimento de azulejos. 1828 - Foi instalada no andar superior do Convento e mais tarde no inferior, a Biblioteca Pública, “na parte que dá para a Rua da Paz” (José Ribeiro do Amaral em “O Maranhão Histórico”). 1829 – Foi instalado no convento o Corpo Policial de Segurança Pública. 1831 – (3 de maio) – A Biblioteca Pública Providencial foi oficialmente aberta ao público de São Luís, com um acervo de 1448 volumes, a maioria

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

proveniente de doações. (Jomar Moraes, em “Guia

(12 de julho) - A Lei nº69, “autoriza o governo a

Histórico da Biblioteca Pública Benedito Leite”, p. 16).

mandar procedor aos consertos de que precisa o Lyceu Maranhense” (FERNANDES, 1929, p. 392).

1837 – A parte fronteiriça à praça, é adaptada e

(10 de setembro) – Frei Carlos de São Martinho

transformada em Liceu Imperial e o andar de cima,

Olearo, chefe da Missão Capuchinha, recebeu a

correspondente ao Liceu, em Biblioteca Pública.

obrigação de fazer os reparos devidos no Convento,

1838 – Instalado no pavimento térreo o Liceu

pois está em ruína. Ficou até setembro de 1895 em

Maranhense, criado pelo presidente da província,

reforma.

Vicente Tomaz Pires de Figueiredo Camargo, e que aí ficou instalado durante cinqüenta e dois anos. Existe

(10 de outubro) – O Convento do Carmo foi

na fachada do convento, à esquerda de quem entra,

vendido em hasta pública, sendo arrematado pelos

uma cartela datada em lioz, onde se lê “LYCEO 1838”.

frades capuchinhos italianos, pela quantia de Rs 16:500$000.

1839 – Inauguração do Liceu Maranhense.

1895 (01 de janeiro) – A Igreja do Carmo,

1852 a 1861 – O Convento do Carmo e outros

restaurada, foi reaberta solenemente ao público.

“estavam em deplorável decadência” (na gestão de D.

1899 (outubro) à 1900 (julho) – Consertos da

Manuel da Silveira).

Igreja do Carmo.

1863 – D. Luís da C. Saraiva autorizou a

1904 – Compra do altar em mármore de carrara,

restauração da Igreja do Carmo e outras. 1865

que custou Rs 31:240$00, cujo desenho foi do

– Passou por grandes obras, devido

engenheiro Viveiros de Castro.

estar arruinada; funcionou aí o Instituto Literário

1905 (14 de abril) – A Lei nº 372 “autoriza o

Maranhense.

governo a reformar o Lyceu Maranhense”.

1866 (outubro) – A fachada recebeu revestimento

1909 (23 de maio) – Assentamento da 1ª pedra do

de azulejos.

altar-mor.

1873 – O Convento do Carmo cedeu parte de sua

1910 – Bênção da Imagem de N. Sª do Carmo que

cerca para a construção de uma escola; mais tarde, no

veio de Portugal, em cedro.

local, passou a ser a Biblioteca Pública.

1911 – Novamente o convento é posto em hasta

1882 (março) - O presidente da província, José

pública.

Manuel de Freitas, em sua fala à Assembleia Legislativa, disse que o edifício, onde funcionava o Liceu, estava

1912 (janeiro) – Foi sede da Cúria Custodial;

bastante arruinado (no térreo); lá também funcionava

reparos no Liceu, no convento e na igreja também.

a Secretaria da Instrução Pública.

1919 (13 de fevereiro) – Inauguração da “União

1889 – Os estudantes do Liceu vaiaram de suas

Operária Maranhense”, organização cujo objetivo

janelas o Conde D’Eu, que se encontrava na escadaria,

principal era preservar a classe operária existente

em sua pregação monarquista.

à época, de “uns emissários comunistas espanhóis

1891 (9 de maio) - O Convento foi incorporado aos

que estavam se infiltrando nas classes operárias” (frei

bens da União e a igreja é requisitada, em conseqüência

Rogério Beltrami,” Acordando Palavras Dormidas”,

da morte do seu provincial, frei Caetano de Santa Rita

p.189), com sede no Convento.

Serejo, ficando em abandono, “quase completa ruína”

1930 – Substituição de teto, piso e altares (que

(José Ribeiro do Amaral in “O Maranhão Histórico”).

eram de madeira).

1894 - (12 de maio) – Instalação da Missão dos

1931 (03 dezembro) – Início dos trabalhos

Capuchinhos Lombardos.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

de demolição da parte oriental do Convento para

Convento, a Policlínica N.S. ª do Carmo (inaugurada

alargamento da Rua da Paz; retirada a parte do

em 13 de junho de 1978), o Refeitório dos Pobres (de

Convento que compreendia as três últimas janelas

2ª a 6ª feira) e a “Irmandade São Pio”. Ao fundo, o

que dão para o Largo, onde funcionava o Liceu,

Convento recebeu um anexo e do lado esquerdo da

devido à necessidade de alargamento da Rua da Paz.

Igreja, lajes e pilastras de concreto em substituição das

Essa atitude fazia parte do plano de modernização da

arcarias do claustro.

cidade, haja vista o aumento do número de carros. Por

O Centro Pio XII inicialmente foi sede do Pequeno

esse motivo também foi retirada a escadaria frontal.

Jornaleiro e depois do Movimento Familiar Cristão.

1932 (16 de junho) – Término dos trabalhos de

Na Igreja do Carmo funcionou o “Jornal A Cruzada”,

demolição e reconstrução do Convento do lado da Rua

dirigido pelo Pe. Silvino.

da Paz; iniciou-se o restauro da Capela de Santa Teresa, por conta dos Capuchinhos (Fr. Rogério Beltrami, Acordando Palavras Dormidas, p. 131) (16 de julho) – Terminou o trabalho de reconstrução da “Capela de Santa Tereza”. Aí passaram a funcionar os consultórios da Policlínica e o Refeitório dos Pobres. 1943 (março) – A Capela do Senhor dos Passos desaba; após sua reconstrução, passou a ser definitivamente Capela do SS. Crucifixo e sepulcrário dos missionários capuchinhos. 1952 (6 de janeiro) – Inauguração da Casa do Pequeno Jornaleiro.

Igreja e Convento

1959 (setembro/ novembro) – Reforma da fachada da Igreja. 1961 (9 de agosto) – Inauguração do “Centro Pio XII) 1961 / 1966 – Reestruturação radical na igreja e no convento, com nova e ampla construção que eliminou, infelizmente, o que ainda restava da primitiva arquitetura (VELAR, 1993, pág. 89); forro de gesso e revestimento de placas de cimento nas paredes. 1963 (14 de setembro) – Inauguração do Centro do Movimento Familiar Cristão. 1967/1968 – Fechamento pelos Superiores da Ordem do “Centro Pio XII”. 1992 / 1994 – Ao celebrar o centenário dos capuchinhos no Carmo, foram feitas novas reformas no convento e na igreja; colocação de piso em granito. 2005 – Atualmente funciona na Igreja do Carmo a “Cúria dos Frades Menores Capuchinhos”, o

Fachada da igreja

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6.2.5 Revestimento azulejar

6.2.4 Elementos gráficos Existe na fachada do convento, à esquerda de

O revestimento de azulejos da fachada e das torres está bastante comprometido. Na parte inferior da fachada já houve significante perda de peças, em torno de cinco por cento do padrão amarelo (PE-31). Foram assentados no local, azulejos industriais na cor castanho claro e acima desta, azulejos industriais brancos. O entablamento se resume a uma linha de azulejos brancos. O revestimento das torres está com grande perda de vidrado, causando o ataque dos fungos, deteriorando mais ainda a peça; a vegetação aflora entre as juntas em várias partes das torres.

quem entra, uma cartela datada, em lioz, onde se lê “LYCEO 1838”.

À direita da porta de entrada para a Policlínica,em um pequeno adro lateral, existe uma lápide em lioz

Ultimamente, após as chuvas e ventanias do inverno, vinte azulejos se destacaram da fachada, o padrão PE-31, tornando mais fácil ações de vandalismo, causando a satisfação de ladrões e atravessadores, que os objetos comercializam para colecionadores e

com os seguintes dizeres:

“Aqui jaz Filippe Pedro Borges Cavalleiro Professo na Ordem de Christo E Comissário Geral das 3 Ordens Millitares Nesta Província do Maranhão Falleceo a 16 de Fevereiro de 1824 Com 69 annos 1 mez e 16 dias”.

turistas. Azulejo português de pintura policromada do final do séc. XIX, padrão 2X2, estampilhado, composição de origem árabe, com base no esquema estrela e cruz, cujo principal centro de rotação é a cruz e, nos espaços entre ela, motivos fitomórfitos. Está localizado no peitoril de proteção do adro, formando quadros. Dimensões: 13,5X13,5cm.

1. No altar de São Francisco encontra-se uma lápide em comemoração ao terceiro centenário da primeira missa na ilha. 2. Na Capela do Sagrado Coração de Jesus, também uma lápide, pelo término da Primeira Guerra Mundial. PE-07

1

PE-07 - Peitoril do adro

2

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6.2.6 Perigos potenciais

Azulejos portugueses do início do séc. XIX, com desenho de influência holandesa, de estilo neoclássico; padrão 2X2, estampilhado, apresentando composição

Constatamos um desgaste muito grande nos

simples contendo apenas dois elementos: uma estrela

azulejos, principalmente nos que revestem as torres,

de oito pontas que se forma pela articulação de quatro

provocado por intempéries e salinidade. Essa grande

azulejos contíguos e que constitui o único centro de

perda de vidrados vai fazer com que cada vez mais

rotação do padrão; uma linha contendo curvas, que

fungos ataquem e assim “expulsem” a camada vítrea,

liga em diagonal dois dos cantos de cada azulejo.

que vai se destacando. A vegetação, aflorando nas

Também conhecido como “cobrinha” e “bicha da

juntas, à proporção que cresce, vai forçando os

praça”; na Holanda tinha o nome “viersterren”, que

azulejos fixados que, aos poucos se destacarão do

significa “quatro estrelas”. Dimensões: 13,5X13,5cm.

suporte.

Fabricado, possivelmente, na fábrica Viúva Lamego,

A fachada da igreja, por conta das intempéries,

Lisboa. O PE-31 (amarelo) reveste toda a fachada e

já perdeu alguns azulejos que já se achavam retidos no

grande parte das torres; o PE-33 (azul) reveste a divisão

suporte, devido a infiltrações, salinidade, etc., fazendo

entre o corpo das torres e seus bulbos.

acentuar o processo de destacamento dos outros azulejos, o que proporcionará novas ações de vandalismo, com conseqüências irreversíveis e lametáveis. O convento também está com sua fachada precisando de reparos, devido, a falhas já perceptíveis no seu reboco.

PE-31

PE-33

Na entrada para a Policlínica, do lado esquerdo, existe um painel devocional, com 49 azulejos industriais, vendo-se Nossa Senhora amparando Cristo ao pé da Cruz; autor desconhecido.

Convento do Carmo Painel devocional

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6.3 Igreja do Rosário Domingos de Jesus Costa Pereira pretendia construir uma igreja para o culto de devoção à santa. Os frades Carmelitas, vendo a necessidade e união dos pretinhos, “ofereceram e de espontânea vontade lhes faziam doação, de então para todo o sempre, pelo amor de Deus, de um terreno” para construir a igreja no sítio, chamado “Carmo Velho”. Em 17 de maio de 1717, o tabelião Antônio da Silva Duarte lavrou a escritura pública de doação, autorizada pelo superior do convento, frei Tomaz Jardão. Assinaram o documento de concessão o tabelião, os carmelitas do convento e as testemunhas: O capitão Gregório da Costa Goulart e Gabriel da Costa de Matos. A solenidade aconteceu no Convento do Carmo. A confraria tinha como representante o “Rei da Irmandade, preto Luís João da Fonseca”. As mesmas escrituras determinavam que a doação ficaria sem efeito se não fosse construído o templo e que, se por acaso ele se arruinasse ou caísse, deveria ser recuperado; caso contrário, o terreno voltaria ao poder dos padres. A irmandade ainda ficaria na obrigação de contratar os frades do Convento do Carmo para a “Celebração de todas as suas festas” e para o cargo de capelão, se fosse criado a capelaria.

N

a expedição de Jerônimo de Albuquerque, em 1614, que expulsou os franceses de Upaon-Açu, vieram os missionários carmelitas André da Natividade e São Cosme d’Assunção, que receberam do General Alexandre de Moura um sítio como doação para construir o Convento dos Frades, no mesmo terreno em que está a igreja do Rosário. Os padres construíram um novo templo, em 1627, “na antiga capela de Santa Bárbara”, no atual Largo do Carmo. O local do primeiro ficou conhecido como “Carmo Velho”.

A confraria concordou com as condições das escrituras e deu início à “construção da ermida no mesmo lugar onde esteve primeiramente o convento do Carmo”, na rua Tarquino Lopes, atual Rua do Egito. “Os pretinhos irmãos da virgem Nossa Senhora do Rosário” edificaram a Igreja sobre essas ruínas. Dedicaram-se ao trabalho árduo da construção do

“A Irmandade dos Homens Pretos devotos de Nossa Senhora do Rosário”, em São Luís do Maranhão,

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templo no período colonial, sob o rigor da escravatura, nos horários minguados que tinham para repouso, com sacrifícios e “ajuda de devotos brancos”; conseguiram assim edificar o espaço sagrado para a congregação da irmandade dos pretos celebrar o culto à santa protetora, livre das exigências senhoris.

6.3.1 Tipologia da igreja de Nossa Senhora do Rosário

Em 1772, a igreja foi restaurada; quatro anos mais tarde a ermida foi batizada pelo vigário Antônio Cordeiro Roxas e seu altar-mor recebeu a imagem de sua santa padroeira. Numa “terça-feira, 1º de novembro de 1814, saiu dessa igreja, pela primeira vez, a procissão da caridade”

no entanto, apenas um sino do lado direito; elas são

O padre português Domingos Cadavila Veloso, professor de instrução das “primeiras letras desta cidade”, ministrou aulas nas dependências da igreja, por volta de 1821, época em que o sacerdote, entusiasta da Independência, distribuiu panfletos indecorosos contra o presidente Miguel Inácio Ferreira Bruce, tornando-se famoso nos “anais provincianos” por suas ideias políticas em prol da Independência.

retas, abaixo do entablamento, em eixo de simetria

A igreja de Nossa Senhora do Rosário serviu de catedral Metropolitana na administração do 17º Bispo de São Luís do Maranhão, D. Manoel Joaquim da Silveira (1852 – 1861). A transferência da Sé ocorreu por motivo dos grandes estragos provocados por um raio, que atingiu a torre dos sinos, em abril de 1849, “até hoje nenhuma providência se tem dado...” (7 de junho de 1851).

lateral esquerda, destaca-se por apresentar duas belas

A igreja possui uma fachada retangular simples. Ostenta duas torres paralelas de base quadrangular com quatro campanários cada uma delas. Existe, entabladas por cornijas com as cúpulas em forma de bulbos e terminam com peanhas singelas encimadas por cruzes. Um pequeno frontão do tipo bulboso recortado e embasado sobre meia lua figurada. O retângulo frontal apresenta três janelas de vergas com a porta principal de arco pleno, contornado por cornijas. A nave tem piso de ladrilhos e forro de madeira em forma de berço. Possui quatro nichos de pouca profundidade revestidos com madeira talhada, cada um apresenta decorações diferentes; o último da colunas Salumônicas decoradas com ramos e frutas de parreira. Na parte superior central encontra-se o símbolo da “Sagrada Trindade”, gravado em alto relevo. O frontão compõe-se por folhas de acanto volumosas, cartelas com pontas de diamantes, contornadas por volutas e centralizadas por uma concha em estilo rococó. Nos cantos da nave com o arco cruzeiro, existem dois altares semelhantes, construídos de madeira, com colunas laterais lisas e capitéis coríntios, encimados por cornijas e frontão cartelado. A Capela-Mor contém as paredes revestidas por silhares de azulejos do tipo “almofada marmoreada”, em cor amarela, com florão azul no centro. Ladeados por belos ramiformes policromados, sobre um fundo pintado de cobalto e o rodapé esponjado de roxo manganês; os painéis são interceptados abruptamente por uma mureta, no ultimo degrau dos três, que divide a Capela-Mor em dois planos. O Altar-Mor fica centralizado, reconstruído em alvenaria e mármore.

Interior da Igreja do Rosário

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7.3.2 Descrição dos painéis a) Painéis 01 e 04

Painel nº 01 Local de Aplicação: Capela-Mor

Painéis de azulejo tipo “almofadado marmorea-

Tipo de Revestimento: Silhar

do” são do período de transição dos grandes mestres

Estilo: Transição de Rococó para o Neoclássico

do Rococó para o Neoclássico, manufaturados em

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Lisboa, com decoração simples com o fundo azul e

Procedência: Portuguesa

branco, destacando-se, no centro, uma almofada no

Período: Último quartel do século XVIII

sentido vertical de cor amarela, contornada por mol-

Dimensões:

dura com linhas fortes e nuanças de cor roxa, com

a) Altura: 11 azulejos;

duas conchas estilizadas nas laterais direita e esquer-

b) Largura: 8 azulejos;

da; os cantos côncavos com minúsculas volutas de um

c) Total: 85 azulejos.

rococó diluído. Dois ramiformes amarelo e azul ao

Estado de Preservação: o painel apresenta bom estado físico; existem poucas perdas de vidrados, fraturas e sujidades, além do processo natural de envelhecimento e marcas de manuseios inadequados de equipamentos e materiais de limpeza.

lado da almofada, revela a delicadeza do neoclássico e a leveza com motivos florais, que caracterizam o reinado de Dona Maria I. O contorno é emoldurado por cercaduras com duas partes distintas, a interior próxima da almofada, utilizou-se a técnica de pintura esponjada e a exterior forma um friso de elementos curvilíneos, numa faixa contínua, adornada por linhas retas e côncavas nos cantos. Esse tipo de guarnição utiliza-se frequentemente para contornar vários tipos de silhar. O rodapé revestido por cinco azulejos de altura, esponjados em roxo manganês, justifica-se o número exagerado de fileiras na barra, para manter o nível dos painéis e acompanhar os degraus, que dão ao altar-mor, facilitando a leitura harmoniosa do conjunto.

Observações: Nesse painel falta uma peça de canto da cercadura; existe uma invertida e outra não pertencente à moldura. O rodapé tem cinco azulejos de altura, é interrompido em duas colunas na lateral direita da parede. Possui duas peças de cantoneira e falta outra. Ao lado do painel, em ângulo de noventa graus com a boneca lateral da porta, encontra-se uma coluna com dois azulejos de largura e a mesma altura do silhar com peças de cercadura recortadas para preencher o espaço; o rodapé é igual ao do painel, com cinco azulejos de altura, marmoreados de cor roxa.

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Painel nº 04

b) Painéis 02 e 03

Local de Aplicação: Capela-Mor

Os painéis 02 e 03 estão localizados nas laterais

Tipo de Revestimento: Silhar

da capela-mor em paredes opostas, são semelhantes

Estilo: Transição de rococó para o neoclássico

em quantidade, tipologia, decoração e procedência,

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

cada um contém cinco almofadas, instaladas no

Procedência: Portuguesa

sentido horizontal com nove azulejos de comprimento

Período: Último quartel do século XVIII

e quatro de altura; contornadas com linhas roxas e

Dimensões:

sombreadas da mesma cor; possuem quatro asas de

a) Altura: 8 azulejos;

morcegos aplicadas no meio das molduras superiores,

b) Largura: 11 azulejos;

inferiores e nas verticais; os cantos concheados são

c) Total: 86 azulejos.

ornados com pequenas volutas iguais. No centro de cada almofadão existe um florão azul com 16 pétalas,

Estado de Preservação: o painel está bem conser-

com o núcleo amarelo pontilhado como semente do

vado; existem poucas fraturas, alguns destacamento

tipo “botão floral” do girassol. Os painéis possuem

de vidrado e sujidade pontuais, apresentando sinais de

os fundos marmoreados nas cores azul e branco; são

envelhecimento próprios dos seus mais de duzentos

decorados com ramicelos de folhagem esverdeada,

anos. O rodapé retém manchas de tintas velhas e sujei-

flores amarelas, pedúnculos e estiletes violáceos.

ra do uso indevido de materiais de limpeza.

Os silhares são emoldurados com as mesmas cercaduras dos painéis: 01 e 04. Os rodapés começam da mesma forma com cinco azulejos de altura e vão diminuindo com a subida dos degraus da escada que dá acesso ao Altar-Mor e termina com fiada única. Os painéis são interrompidos por uma mureta construída no último patamar da escadaria.

Observações: Esse painel é similar ao 01, apresentando as mesmas características tipológicas; ambos ficam junto ao arco cruzeiro, onde se encontra uma coluna com dois azulejos de largura, na mesma seqüência do silhar e do rodapé com cinco peças de altura; ele também é interrompido em duas colunas na lateral esquerda da parede.

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Painel nº 02 Estado de Preservação: O painel está em bom estado de conservação. Apresenta poucas perdas de vidrados, de fraturas e sujidades; percebem-se sinais de envelhecimento próprio da idade. O rodapé tem ranhuras e manchas do uso indevido de materiais e equipamentos de limpeza.

Local de Aplicação: Capela-Mor Tipo de Revestimento: Silhar Estilo: Transição de Rococó para o Neoclássico Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado Procedência: Portuguesa

Observações: o painel é interrompido por uma mureta, que dificulta a visão panorâmica do silhar, dividindo-o em duas partes. O rodapé se inicia com cinco azulejos e termina com uma peça, perdendo altura com os degraus da escada, que dá acesso ao

Período: Último quartel do século XVIII Dimensões: a) Altura: 11 azulejos; b) Largura: 48 azulejos;

altar-mor.

c) Total: 423 azulejos.

CMJ-07

CMJ-07 PC

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Painel nº 03 Estado de Preservação: este painel está em bom Local de Aplicação: Capela-Mor

estado de conservação, existem poucas fraturas e as

Tipo de Revestimento: Silhar

perdas de vidrado são marcas do tempo. O rodapé

Estilo: Transição de Rococó para o Neoclássico

apresenta manchas de tinta e de materiais de limpeza.

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Observações: o painel nº 03 é semelhante ao 02;

Procedência: Portuguesa

possui as mesmas características físicas e tipológica,

Período: Último quartel do século XVIII Dimensões:

sendo também interrompido pela tal mureta que

a) Altura: 11 azulejos ;

divide o painel e quebra alguns azulejos. O rodapé,

b) Largura: 18 azulejos;

com cinco peças, é interditado pelos degraus da escada

c) Total: 423 azulejos.

e termina com apenas um azulejo.

PM-05

PM-04

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PC 03

PC 02

CAPELA-MOR

GUARDA-CORPO

GUARDA-CORPO

PC 01

DEGRAUS DA ESCADA

NAVE

IGREJA DO ROSÁRIO CROQUI DE LOCALIZAÇÃO DOS PAINÉIS

LEGENDA PAINÉIS LOCALIZADOS PAINEL DA CAPELA-MOR

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5 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL N° 02

AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL

AZULEJO FALTANTE

LEGENDA

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PAREDE ESCADA

PAINEL 01

PISO DO ALTAR

5 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

COLUNAS NA PAREDE LATERAL

COLUNA COM CANTONEIRAS

MURETA

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1/2 AZULEJO DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL INTERROMPIDO POR PORTA

1 AZULEJO DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL INTERROMPIDO POR PORTA

PAINEL N° 03

MURETA ESCADA

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5 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

CANTONEIRA - 2 PEÇAS

COLUNA NA PAREDE LATERAL

PAINEL 04

PISO DO ALTAR

PAREDE

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AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL

AZULEJO FALTANTE

LEGENDA

5 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

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6.4 Igreja de Santana

o escritor Jomar Moraes, retrata a ambiguidade com exatidão: “incide em erro, confundindo-a com a hoje demolida a Capela de Santana da Sagrada Família popularmente conhecida como Igreja Santaninha”, que ficava na Rua dos Afogabuzios, atual Afogados.

Domingos de Jesus Costa Pereira

Referindo-se às igrejas de São Luís, Raimundo José de Sousa Gaioso afirma: “a de Santa Anna, edificada no ano de 1790 pelo falecido cônego João Maria da Leu Costa”. Apesar da escassez de fontes, que tratam da construção, reformas antigas, revestimento azulejar, etc, foram coletados alguns fragmentos históricos como a substituição do piso de soalho e lajota de cerâmica vermelha por ladrilhos hidráulicos; as paredes grossas foram utilizadas como sepulturas para pessoas importantes falecidas no século XIX, entre elas o português Luís Paulino Homem Loureiro Sequeira, que pode ser um dos importadores dos azulejos lisboetas, pois, antigamente, os fiéis que prestavam serviços de relevância às igrejas e irmandades, recebiam como “prêmio” a morada eterna nas igrejas. “A 27 de Janeiro de 1867 foi benzido o sino maior, doado pelo maranhense Villaça, residente em Pernambuco”. Os documentos recentes registram o painel figurativo retratando a cena de Jesus crucificado, descido da cruz nos braços de Nossa Senhora. O magnífico painel pertencia à Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos, localizada na Rua Grande (Oswaldo Cruz), demolida, em 1939, para alargamento da artéria. Outro, semelhante a este, estaria na Igreja de Nossa Senhora das Flores, em Florença, Itália. Segundo a crença popular, eles fazem parte de uma série única da Via Sacra pintada em azulejos e espalhada pelo mundo.

O templo está localizado na Rua José Augusto Corrêa, consagrada pela população como Rua de Santana, em homenagem à Igreja da Santa, situada entre a São João (Antonio Rayol) e a da Cruz (7 de Setembro).

O difícil acesso aos documentos bibliográficos, ou mesmo a carência destes, deixou a Igreja de Santana numa espécie de latência, entre os monumentos antigos mais importantes de São Luís.

A pesquisa para o inventário da azulejaria portuguesa, que compõe os silhares da Nave, em busca de fontes históricas para comprovar o período de revestimento azulejar, detectou que os cronistas, que escreveram sobre os monumentos arquitetônicos de São Luís, omitiram informações da história da igreja. Os poucos que o fizeram, resumidamente, equivocaram-se. Referindo-se ao livro MONUMENTOS HISTÓRICOS DO MARANHÃO,

Em agosto de 1984, durante um inventário do Departamento do Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico do Estado do Maranhão, para efeito de tombamento, os técnicos ficaram estarrecidos diante do “belo exemplar da arquitetura religiosa primitiva, em estilo neoclássico com características do barroco.”

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6.4.1 Tipologia da igreja

7.4.2 Descrição dos painéis

A fachada apresenta frontão semicircular central com cartela em alto relevo, contornada com volumosas cornijas e no topo um pedestal, que sustenta uma cruz de ferro. Duas torres laterais com bases quadrangulares e os cantos boleados com suavidade, acompanhados por pequenas colunas e intensamente entablados por molduras; as torres sineiras possuem quatro vãos cada uma, a do lado direito com dois sinos e a esquerda com apenas um; as cúpulas em forma de bulbos, terminam com peanhas, exibindo galos de metal, uma espécie de simbologia lusitana. A fachada de estilo neoclássico, com três janelas com vergas retas para iluminar e ventilar o coro alto, encimadas por cornijas e frisos. E a porta de entrada, em arco abatido, possui dois degraus de pedra de cantaria bastante desgastados.

a) Painéis: 01 e 10 A classificação numeral dos painéis da nave da Igreja de Santana segue as normas de identificação do patrimônio azulejar de revestimento parietal de interior. Os painéis de 01 a 10 apresentam composições semelhantes a formadas por duas padronagens diferentes com motivos fitomórfitos do tipo pombalino. Na realidade, trata-se de dois arranjos em forma de silhares, que ficam escondidos por trás das folhas da porta de entrada do templo. Há duas hipóteses prováveis para a formação desses pseudopainéis: primeira, são constituídos das sobras de padrão, cercadura, rodapé dos silhares da nave e vindos de outros locais; segunda, os azulejos desses silhares serviriam para completar as padronagens dos outros seriados mais evidentes do conjunto da igreja.

A igreja possui apenas uma nave com forro em abóbada de berço, piso de ladrilhos e paredes revestidas com belos silhares de azulejos fabricados em Lisboa. Nichos profundos ladeados por duas colunas encimadas por arco pleno e cornijas. O arco cruzeiro constituído por duas pilastras, que sustentam o frontão rebuscado com linhas retas e curvas, decorado com volutas, cartelas e pintura em afresco com “cena celeste com anjos e querubins”, os adornos são inteirados por cornijas, frisos e denticulas.

As cercaduras dos dois silhares são iguais e complementados com padrões não pertencentes ao conjunto da guarnição da igreja. O rodapé possui três peças de altura, marmoreadas e roxas. Em uma das laterais, de cada painel, duas fileiras destes azulejos acompanham a moldura até o final superior. Os dois painéis possuem seis padronagens diferentes e dois tipos de cercaduras distintas da original.

A Capela-mor possui forro igual à nave, janelas nas laterais com aberturas para Sacristia e para o lado aposto; o altar-mor localiza-se na parte central, edificado sobre seis colunas caneluradas, espiraladas lisas, contornadas com flor-de-lis, na parte superior sobre os capitéis coríntios, o frontão retangular, entablado por friso, cornijas, decorado com cartelas e volutas; por trás uma janela em arco pleno com vitral ornado em amarelo com cruz central de cor azul. Um conjunto de estilo neoclássico com evidências barrocas. Ao lado esquerdo do Altar-mor, onde funcionava o camarim, encontrase a Capela da Mãe Rainha, instalada recentemente após uma reforma com revestimento das paredes com lajotas 20 x 20cm de cor cinza, o piso de cerâmica vermelha, forro de PVC e um oratório moderno. A sacristia com sala sóbria, piso de ladrilho, forro inclinado e o painel figurado com cena de arte sacra da azulejaria portuguesa, famoso por ser único no Maranhão e talvez o segundo do gênero no mundo.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Painel nº 10

Painel nº 01 Local de Aplicação: Nave – lateral da porta de

Local de Aplicação: Nave – lateral da porta de

entrada

entrada

Tipo de Revestimento: Silhar

Tipo de Revestimento: Silhar

Estilo: Pombalino

Estilo: Pombalino

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portuguesa

Procedência: Portuguesa

Período: Último quartel do século XVIII

Período: Último quartel do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 9 azulejos;

a) Altura: 9 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

c) Total: 45 azulejos.

c) Total: 45 azulejos.

Estado de Preservação: o painel apresenta bom

Estado de Preservação: o painel apresenta bom

estado

físico,

possui

algumas

estado de conservação, existem pequenas perdas de

vidrado,

perdas de vidrado,

fraturas

chacota, há poucas

pontuais. Os azulejos

fraturas e sujidades.

do rodapé apresentam

Nota-se

tonalidades

sinais

de

e

poucas sujeiras

diversas,

envelhecimento

envelhecimento

e

manchas causadas por

manchas

de

matérias de limpeza,

materiais

principalmente

da Nave. As cercaduras

no

rodapé.

é

direita

painel;

desse

de

azulejos

pertencentes

ao

contorno.

cercaduras no canto à

toda

não

falta uma peça de

do

limpeza

à esquerda do painel

Observações:

superior

de

e

Observações: painel

é

esse

semelhante

mesmo lado todas as

ao seu oposto do outro

peças de contorno

lado da porta, possui

não

cinco colunas, sendo a

pertencem

a

cercadura, incluindo as do rodapé, que possui três

primeira e segunda compostas por um e meio azulejos

azulejos e meio de altura marmoreados de cor roxa.

de largura, marmoreados de cor roxa; a terceira e a

À esquerda do painel existe uma barra vertical com

quarta coluna compõem a cercadura e a quarta forma

apenas um azulejo e meio de largura semelhante ao

o centro do painel com quatro azulejos pombalinos,

do rodapé. Completando o silhar, uma cantoneira na

pintados na técnica majólica com motivo florais. O

vértice da parede, faceando com o painel número dois,

rodapé é formado por três peças e meia marmoreadas

também marmoreada de cor um pouco mais clara do

em roxo, na quarta coluna existe uma peça diferentes

que as outras peças.

na base e cinco não pertencente a cercadura.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

b) Painéis 02 a 09

Painel nº 02 Local de Aplicação: Nave

A nave da Igreja de Santana está revestida com belos silhares da azulejaria portuguesa do estilo

Tipo de Revestimento: Silhar

pombalino policromado, provavelmente do último

Estilo: Pombalino

quartel do século XVIII ao início do XIX. O conjunto

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

é constituído de uma combinação formada por seis

Procedência: Portuguesa

padrões diferentes e uma cercadura comum.

Período: Último quartel do século XVIII

Os painéis apresentam as mesmas composições

Dimensões:

com dois padrões com motivos fitomórfitos, um florão

a) Altura: 9 azulejos;

vinho de oito pétalas e outro decorado com uma pequena flor central de quatro corolas em azuis e

b) Largura: 19 azulejos;

iguais números de folhas, que se prolongam ao ângulo

c) Total: 171 azulejos.

do quadrado, unido-se umas as outras, com a repetição

Estado de Preservação: o silhar perdeu 6 peças

de vários azulejos, formam diagonais, que se cruzam,

da cercadura; toda a 19ª coluna de meio azulejo

constituindo formas tipo losangos, que emolduram as

amarelo e mais três peças da 3ª coluna da mesma cor.

flores roxas de motivo avulso. A disposição seqüenciada

As lacunas foram preenchidas com massas e feita uma pintura grosseira, imitando os originais. Existem

das peças permite a constituição de pequenos e

perdas de vidrado, fraturas e muita sujidade e sinais de

grandes painéis das mesmas padronagens.

deterioração do tempo e manutenção inadequada.

As molduras são iguais para todos os painéis

Observações: o silhar é interrompido por uma

da nave, contornados com cercaduras próprias com

mureta que incide no terceiro azulejo de cima para

motivos simples, decoradas com duas técnicas de

baixo, cobrindo uma fileira e meia até o piso, divide o

pintura: a parte interior esponjada de cor manganês

painel em duas partes. O rodapé tem três azulejos de

e a exterior majólica em azul e branco do tipo

altura, marmoreados de cor manganês, separando da

disco, separadas por linhas, como se fossem dois

cercadura por um friso bege de 3 centímetros e meio de largura. O vértice da parede é revestido por cantoneiras,

frisos utilizados com freqüência nas guarnições das

que separam os painéis 01 e 02, sendo seguidas por duas

padronagens pombalinas.

fileiras verticais, ambas com azulejos marmoreados, uma de cor roxa e outra amarela, esta última fica sobre uma base de duas peças a primeira de baixo, um florão e a segunda com figura geométrica.

No

outro lado do painel, onde

existia

uma

fileira de azulejos amarelos,

resta

apenas uma faixa de cimento pintada da mesma cor.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Painel nº 03

Observações: a mureta que interrompe o painel dois, também corta o painel três na 19ª coluna,

Local de Aplicação: Nave

atingindo até a 6ª fileira. Em frente ao silhar foi

Tipo de Revestimento: Silhar

colocada a imagem de “Nossa Senhora do Sagrado

Estilo: Pombalino

Coração de Maria”, sobre o globo terrestre, tendo como

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

evidência o mapa do Brasil, apoiado num pedestal

Procedência: Portuguesa

retangular ladeado por dois candelabros. Todos esses arranjos e ornamentos dificultam a visão completa

Período: Último quartel do século XVIII

do painel. O rodapé possui 3 azulejos de altura,

Dimensões:

marmoreados de cor roxa, a última fileira é completada com 6 ladrilhos hidráulicos. No final do painel existe

a) Altura: 9 azulejos;

uma coluna com uma única peça de largura, de cor

b) Largura: 29 azulejos;

amarela separando o painel três do quatro, sobre uma

c) Total: 261 azulejos.

base de dois azulejos, sendo um florão de cor azul e

Estado de Preservação: o painel está bastante

outro com figura geométrica. Na primeira coluna desse

danificado, perdeu 21 azulejos originais nas lacunas

painel, localizada no ângulo da parede, não foi possível

foram que preenchidas com massa, havendo uma

constatar a existência da algum azulejo, puseram uma

tentativa de reintegração pictórica, que não deu certo.

camada de massa pintada de amarelo.

Possui perdas de vidrado, fraturas e sujeiras.

PMJ-15

PMJ-16

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Painel nº 04

Painel nº 05 Local de Aplicação: Nave

Local de Aplicação: Nave

Tipo de Revestimento: Silhar

Tipo de Revestimento: Silhar

Estilo: Pombalino

Estilo: Pombalino

Técnica de Decoração:

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Majólica e marmoreado

Procedência: Portuguesa

Procedência: Portuguesa

Período: Último quartel do século XVIII

Período: Ultimo quartel

Dimensões:

do século XVIII

a) Altura: 8 azulejos;

Dimensões:

b) Largura: 27 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

c) Total: 216 azulejos.

b) Largura: 7 azulejos;

Estado de Preservação: apresenta bom estado

c) Total: 56 azulejos.

de conservação, existem poucas perdas de vidrado e

Estado

de

fraturas mas possui muita sujidade, a fileira superior

Preservação: esse é um

tem uma espessa camada de massa de cimento. A

painel pequeno e bem

cercadura possui dois azulejos que não pertencem ao

conservado,

contorno e a peça de canto foi deslocada para a 24ª

azulejo na parte superior junto à cercadura; a lacuna

coluna.

está preenchida com massa. Quase não se notam

falta

um

perdas de vidrado e fraturas, existem respingos de tinta

Observações: esse painel tem uma boa visibilidade,

e outras sujeiras principalmente no rodapé e percebe-

a leitura é interrompida no canto esquerdo por cinco

se o envelhecimento natural do conjunto azulejar.

azulejos não pertencentes ao conjunto e outro que está fora do local. O rodapé possui dois azulejos de

Observações: o painel contém apenas três colunas,

altura, marmoreados de cor roxa com três diferentes

sendo duas de meio azulejo, a cercadura está perfeita,

destes, de cor amarela e uma faixa de 3 centímetros

forma um retângulo vertical, ladeado por duas colunas

acompanhando o piso. Existe um friso de 3 centímetros,

de uma única peça de largura, a da lateral direita, fica

separando o rodapé da cercadura, como em todos os

apoiada sobre meio azulejo de florão azul, sob outra

silhares desta nave. O painel termina com uma coluna

metade de motivo fitomórfito em amarelo. O rodapé possui duas peças de altura, e um friso que o separa

de azulejos amarelos, junto a porta que dá acesso a

do painel.

Sacristia.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Painel nº 06

Painel nº 07

Local de Aplicação: Nave

Local de Aplicação: Nave

Tipo de Revestimento: Silhar

Tipo de Revestimento: Silhar

Estilo: Pombalino

Estilo: Pombalino

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portuguesa

Procedência: Portuguesa

Período:Último quartel do século XVIII

Período: Último quartel do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 9 azulejos;

a) Altura: 9 azulejos;

b) Largura: 7 azulejos;

b) Largura: 29 azulejos;

c) Total: 63 azulejos.

c) Total: 261 azulejos.

Estado de Preservação: está em bom estado de

Estado de Preservação: o painel está em bom

conservação; existem poucas

estado de conservação; apresenta poucas perdas de

perdas de vidrado, fraturas

vidrado, fraturas e sujidades, existem alguns respingos

e

notam-se

de tinta. Está entre os melhores do acervo e com boa

as marcas do tempo e de

visibilidade, sem ornamentos e nem imagens na frente.

sujidades

e

manuseios inadequados de

Observações: o painel se inicia com a fileira de

materiais de limpeza. O painel apresenta um bonito

azulejos amarelos de uma única peça e termina com

aspecto.

outra igual, separando o sétimo painel do oitavo, tendo

Observações: é característica dos painéis dessa

como base o florão azul, contornado por fragmentos

nave serem separados ou ladeados, quando são isolados por colunas de um único azulejo de largura de cor

decorados com motivos geométricos. Forma uma

amarela e um friso bege de 3 cm, isolando o rodapé da

circunferência com a flor no centro, sob outro azulejo

cercadura. Esse painel também apresenta essas duas

de figura também geométrica. O rodapé tem três peças

propriedades marcante do conjunto.

de altura em cor roxa manganês.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Estado de Preservação: apresenta bom estado de con-

Painel nº 08

servação, contudo, na nona coluna, existe uma rachadura,

Local de Aplicação: Nave

provavelmente parietal, que coincide com a junção dos az-

Tipo de Revestimento: Silhar

ulejos sem danos até a quarta fileira, quando quebra uma

Estilo: Pombalino

peça da cercadura e outra do rodapé, existe poucas perdas

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

de vidrado, fraturas e sujidades.

Procedência: Portuguesa

Observações: o rodapé possui três azulejos de altura e uma

Período: Último quartel do século XVIII

barra de reboco de 5 cm de largura, acompanhando o piso.

Dimensões:

No ângulo da parede, encontra-se uma fiada de meio az-

a) Altura: 9 azulejos;

ulejo amarelo, que faz junção com o painel nove. Na parte superior dos dois silhares sobre a última fileira das cerca-

b) Largura: 28 azulejos;

duras, no canto da parede, foi construída uma gruta, onde

c) Total: 252 azulejos.

se encontra a imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

PM-04

PMJ-20

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Estado de Preservação: o painel aparente bom estado físi-

Painel nº 09

co, entretanto possui algumas falhas de vidrados, pequenas fraturas e sujidade pontuais, percebe-se o envelhecimento natural dos séculos que tem. O rodapé apresenta um cor

Local de Aplicação: Nave

cinza e manchas de uso inadequado de equipamentos e ma-

Tipo de Revestimento: Silhar

teriais de limpeza.

Estilo: Pombalino

Observações: o Silhar se inicia com uma coluna de meio azulejo amarelo e termina com outra igual, seguida por

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

uma fiada vertical de peças marmoreadas de cor roxa, que

Procedência: Portuguesa

também é ladeada no vértice da parede por cantoneiras,

Período: Ultimo quartel do século XVIII

que separam o painel nono do décimo. Na parte superior

Dimensões:

da cercadura, nas colunas de 13 a 17, existe uma pia de água benta, adaptada, provavelmente, quando colocaram o

Altura: 9 azulejos

painel, fizeram um arranjo com fragmentos de cercadura, ficou bem original o rodapé; possui três azulejos de altura,

Largura: 80 azulejos

marmoreados de cor roxa e o friso de 3 cm, acompanhando

Total: 180 azulejos

a cercadura.

CMJ-05

CMJ 05-PC

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

c) Painel Hagiográfico da Sacristia O painel de motivo hagiográfico aplicado na sacristia da Igreja de Nossa Senhora de Santana tem caráter devocional, representando cena do calvário com Cristo morto, amparado pela Virgem Maria. As imagens são pintadas em azul e branco contornadas por molduras de forma ovalada e coroada por uma espécie de dossel colorido, como suporte de uma majestosa cortina que abre o cenário. É uma obra clássica da azulejaria lusitana, no estilo medalhão, com 17 peças de altura e 11 de largura, recortado com enquadramento policromado de molduras mistilíneas, decoradas com ramicelos de vários tipos, festões, jarros de flores e volutas. Produzido no final do último quartel setecentista nas oficinas portuguesas, por pintor desconhecido e sem data definida. Sua importância e valor artístico foram exaltados pelo “papa” da azulejaria mundial, o português João Miguel dos Santos Simões: “É, no gênero, dos mais belos exemplares que se conhecem... Corresponde ao que de melhor se fabricava no Reino...”. Esse painel hagiográfico encerra em primeiro

sustentação a sanefa, que apresenta o cortinado

plano, um episódio sacro da paixão de Cristo, na cena

suntuoso, decorado com arranjos florais e contornados

principal, a imagem de Nossa Senhora da Piedade

com linhas curvas terminando em forma de gregas

com Jesus descido da cruz, com a mão direita segura

com dois pássaros de lados opostos em posição de vôo,

um braço, e a esquerda protege a cabeça, o corpo

segurando nos bicos ramiformes.

recostado sobre as pernas, o olhar fixo no rosto propaga

No plano inferior do medalhão, no centro de uma

a mensagem de sentimento, carinho e dor pelo filho

cartela, a imagem de São Marçal, “o santo advogado

crucificado; por detrás, um tronco sugerindo o símbolo

contra os incêndios...”, sereno conduz seu cajado, ao

do sacrifício, com os restos da túnica pendurada;

fundo cena de uma cidade em chamas, num pequeno

no fundo, o céu com espessas nuvens e os anjinhos

cenário em azul e branco, contornando por belas

solidários ao momento de tristeza.

volutas e ramalhetes delicados.

No plano inferior a Jesus e Maria os objetos de

A igrejinha é guardiã de um painel de azulejos com

torturas e crucificação: cravos, martelo, alicate e coroa

composição magnífica, pintura com traços delicados

de espinho. O conjunto cenográfico mais importante

em policromia de períodos diferentes, com harmoniosa

está inserido no medalhão central, em azul e branco

tonalidade dos grandes pintores, um conjunto de

emoldurado por majestosa guirlanda inspirada em

formas, traços e cores, digno de um momento de

composições de rica expressão pictórica policromada,

transição do estilo rococó, com a profusão da elegância

ostentando os requintes da arte decorativa azulejar,

requintada dos elementos decorativos e com expressão

com motivos fitomórfitos, com pequenas albarradas

dos motivos neoclássicos em busca do retorno dos

no centro e nas laterais, como suporte das grinaldas

padrões e suavidade dos insuperáveis mestres das artes

hasteadas na parte superior, tendo como base de

antigas.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

PS 01 PAINEL HAGIOGRÁFICO

CAPELA CAPELA-MOR

SACRISTIA

PN 02

PN 08

PN 03

PN 04

PN 07

PN 06

PN 05

NAVE

PN 01

PN 10

PN 09

IGREJA DE SANTANA CROQUI DE LOCALIZAÇÃO DOS PAINÉIS LEGENDA PAINÉIS LOCALIZADOS PAINEL DA NAVE PAINEL DA SACRISTIA

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

COLUNA COM CANTONEIRAS (26,5 X 7 cm)

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 01

COLUNA COM CANTONEIRAS (26,5 X 7 cm)

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

LADRILHOS

PAINEL 02

MURETA FIXADA

COLUNA COM AZULEJOS PM 03

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 7 cm)

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm)

LADRILHO HIDRÁULICO

3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

2 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

MURETA FIXADA

PAINEL 03

LEGENDA AZULEJO FALTANTE AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS - PM 03

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 2 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 04

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS - PM 03

COLUNA COM AZULEJOS - PM 03

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 2 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 05

COLUNA COM AZULEJOS - PM 03

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS - PM 03

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 2 AZULEJOS E MEIO DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 06

LEGENDA AZULEJO FALTANTE AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

205

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS - PM 03

COLUNA COM AZULEJOS - PM 03

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 07

COLUNA COM AZULEJOS - PM 03

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 08

PIA DE ÁGUA BENTA CERCADURAS SERRADAS CONTORNAM A PIA

COLUNA COM AZULEJOS SERRADOS - PM 03 COLUNA COM CANTONEIRAS (26,5 X 7 cm)

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS (14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 09 LEGENDA AZULEJO FALTANTE AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

COLUNA COM CANTONEIRAS (26,5 X 7 cm)

LINHA COM AZULEJOS SERRADOS(14 X 3 cm) 3 AZULEJOS DE ALTURA NO RODAPÉ

PAINEL 10

CONTORNO DO PAINEL

PS 01 PAINEL HAGIOGRÁFICO DA SACRISTIA

LEGENDA AZULEJO FALTANTE AZULEJO NÃO PERTENCENTE AO PAINEL AZULEJO TROCADO OU INVERTIDO

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

6.5 Igreja da Sé Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira

A

Catedral da Sé está localizada na Avenida D.

Diogo Machado da Costa, mandou construir com

Pedro II, esquina com a Praça Benedito Leite.

seus próprios recursos a Igreja de Nossa Senhora da

Primeiramente denominada a Nossa Senhora

Vitória, sendo concluída em 1622, marcando assim o

da Vitória, em homenagem a aparição da Santa, na

final de seu mandato e dando origem à atual Catedral

Batalha de Guaxenduba. Edificada no século XVII, é

Metropolitana (Monumentos Históricos do Maranhão

uma das igrejas mais antigas de São Luís. Segundo o

p114).

historiador César Marques, não se sabe, com precisão,

Em 1626, o padre Luís Figueira construiu um

a data da sua construção. “Não precisamos com certeza

colégio e uma capela na ala norte do colégio dos

a época em que foi edificada, porém sabemos que é o

jesuítas, construção de pedra e cal a 60 passos da

segundo templo construído nesse mesmo lugar pelos

antiga igreja construída por Diogo, a qual foi chamada

jesuítas, podendo, contudo dizer-se, sem engano que

de Igreja Nossa Senhora da Luz.

a primeira não passou de uma simples capelinha feita

No ano de 1679, a capela foi demolida para dar

às carreiras para celebração dos ofícios divinos quando

lugar à ala nascente do colégio.

aqui chegaram os primeiros jesuítas como vamos provar” – (MARQUES, 1970, p. 588).

Com autorização da Câmara dada ao padre João Felipe Bettendorf, iniciou-se no ano de 1680 a

Em 1619 houve um surto de varíola que assolava

construção de um novo templo (atual Igreja da Sé),

a população da época e com intuito de reforçar a fé

com trabalhos dirigidos pelo mestre pedreiro Francisco

dos atingidos pela peste, o Terceiro Capitão-Mor

Pereira e pelo entalhador português Manoel Mansos,

208

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

6.5.1 Descrição dos painéis

que executou o retábulo barroco, em estilo nacional português, ornado por oito colunas pseudo-salomônicas

Após

e elementos fitomórficos, anjos e cariátides. No ano de

minucioso

levantamento,

localizamos

azulejos apenas na sacristia, cujo ano de sua colocação

1681, devido o grande número de pessoas interessadas

não temos informações precisas, supomos serem do

em estudar nesse colégio, a capela foi transformada em

final do século XVIII e início do século XIX.

ala funcional do colégio.

Na sacristia da Sé encontramos 22 silhares de

Ao longo dos séculos XVIII e XIX, passou por

variados tamanhos. Sendo 9 painéis de azulejos

várias intervenções. Em 1701, o governador Cristóvão

do tipo almofada marmoreada, contendo florão ao

da Costa Freire restaurou com seus próprios recursos

centro, sob fundo marmoreado amarelo, emoldurado

o frontispício da Igreja de Nossa Senhora da Vitória.

com cercadura bastante simples de cor azul, composto

Nessa época a igreja tinha apenas um campanário. Em

com rodapé de efeito marmoreado, na cor roxo de

1737, a Casa da Câmara doou o relógio que foi afixado

manganês; 6 painéis menores com formas geométricas

na torre sineira do lado esquerdo da igreja. No dia 07 de

no centro de azulejos marmoreados na cor amarela,

janeiro de 1762, passou a ser Catedral da Sé Bispado.

com desenho contornado por uma linha azul com

Em 1768 a capela-mor foi ampliada pelo Cabido.

cercadura e rodapé igual aos anteriores; 4 painéis

Em 1851 a 1854, a igreja encontrava-se em estado

aproximadamente no mesmo tamanho dos anteriores,

de ruína e foi restaurada por D. Joaquim da Silveira.

sem nenhum desenho no centro, somente com

Em 1869 foi feito um assoalho em todo o piso da igreja

azulejos marmoreados em amarelo, com cercadura e

a qual recebeu encanamento para luz de gás hidrogênio

rodapé iguais aos anteriores; 1 painel relativamente

e colocados bonitos candeeiros, na administração do

grande, composto por 3 figuras geométricas no centro,

Exmo. Sr. Luís da Conceição Saraiva.

com azulejos marmoreados em amarelo, contornados

Em 1922, a fachada foi totalmente reformada por ordem de D. Helvécio Gomes Oliveira, tendo sido eliminado o frontão curvo, de característica barroca, e

por uma linha azul, com cercadura e rodapés iguais aos

adicionados novos elementos de feições neoclássicas,

no centro um lavabo de pedra de lioz portuguesa do

como pilastras, uma segunda torre e frontão triangular,

século XVIII, sob rodapé com duas fileiras de azulejos

encimado por uma imagem de Nossa Senhora da

marmoreados na cor roxo de manganês; 1 painel de

Luz. Logo abaixo do frontão encontra-se a seguinte

azulejo de padrão antigo, com uma flor amarelo ocre

inscrição: 1620... MARIE DE VICTORIA DICATUM

no centro, com pequenos galhos verde azeitona nas

– 1922.

diagonais e duas pétalas avinhadas nas extremidades.

demais; 1 silhar de azulejo do início do século XIX, de padrão 2X2, nas cores amarelo, azul e verde, tendo

Esse painel está localizado atrás do móvel onde se

Houve, ainda, no século XX, várias intervenções

encontra a imagem do “Senhor Morto”.

significativas, tais como em 1927, substituição do piso de assoalho por ladrilho hidráulico e nova pintura. Em 1959 foi feito um trabalho de restauração do dourado dos altares e das janelas, pelo mons. Frederico Pires Chaves, trabalho este anteriormente iniciado pelo Padre Pucínio Costa, sob orientação do IPHAN. Em 1993 a 1996, o retábulo da capela-mor foi restaurado pelo Governo Federal, sob supervisão da 3ª Coordenação Regional do IPHAN. Em 1997 a 1998 a igreja passou por uma ampla restauração, cuja obra foi financiada pelo o Governo do Estado e pela TELEBRÁS, através Programa de Mecenato do Ministério da Cultura.

Detalhe de florão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Entre os painéis aparece como novidade uma coluna

de

ramicelos

policrômicos,

a) Painel nº PS 01

separando

verticalmente os painéis PS 01 – PS 02 e PS 13 - PS

Local de Aplicação: Sacristia

14, contendo uma cercadura simples na cor azul, sob o rodapé com dois azulejos marmoreados na cor roxo

Tipo de Revestimento: Parietal

de manganês. Todos estes azulejos são de procedência

Estilo: Neoclássico

portuguesa, do final do século XVIII e início do século

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

XIX, possivelmente de fabricação da “Real Fábrica do

Procedência: Portugal

Rato”, que funcionou até 1834. Além

dos

azulejos

da

sacristia

Data: Final do século XVIII

também

encontramos, em uma das dependências da Igreja,

Dimensões:

caixotes com azulejos antigos, todos do mesmo padrão

a) Altura: 8 azulejos;

da sacristia. A informação que nos foi dada é de que esses azulejos foram retirados da escadaria lateral de

b) Largura: 11 azulejos;

acesso ao Salão Paroquial da Igreja. Esperamos que

c) Total: 88 azulejos.

sejam restaurados e recolocados no silhar da referida

Estado de Preservação: Bom, com pouquíssima

escada, como medida de salvaguarda do patrimônio

perda de vidrado e chacota.

azulejar maranhense.

Observações: Entre os painéis PS 01 e PS 02 existe uma coluna de ramicelos, contendo 5 azulejos policrômicos, 1 azulejo de cercadura relativamente simples, sob rodapé com 2 azulejos marmoreados. Nesse painel existe 8 azulejos cortados ao meio (D4, D9, E4, E9, F4, F9, G4 e G9) Descrição: Painel de azulejo decorativo do tipo almofada marmoreada com florão no centro na cor amarelo com cercadura relativamente simples na cor azul sob rodapé de azulejos marmoreado na cor roxo de manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

c) Painel nº PS 03

b) Painel nº PS 02

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado Procedência: Portugal

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Data: Final do século XVIII

Procedência: Portugal

Dimensões:

Data: Final do século XVIII

a) Altura: 8 azulejos;

Dimensões:

b) Largura: 8 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

c) Total: 64 azulejos;

b) Largura: 11 azulejos;

Estado de Preservação: bom, com pouquíssima perda de vidrado. Observações: no painel existe 01

c) Total: 88 azulejos.

(um) azulejo de cercadura trocado de lugar, ou seja; falta

Estado de Preservação: bom, pouquíssima perda

o canto da cercadura (H8) Descrição: painel de azulejo decorativo do tipo

de vidrado.

almofada marmoreado com florão no centro na cor

Observações: nesse painel existem 8 azulejos

amarelo, com cercadura relativamente simples na cor

cortados ao meio (D4, D9, E4, E9, F4, F9, G4 e G9).

azul sob rodapé de azulejos marmoreado na cor roxo de manganês.

Descrição: painel de azulejos decorativo do tipo almofada marmoreado com florão no centro na cor amarelo com cercadura bastante simples de cor azul sob rodapé de azulejos marmoreado na cor roxo de manganês.

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d) Painel nº PS 04

e) Painel nº PS 05

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento:

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado Procedência: Portugal

Procedência: Possivelmente português

Data: final do século XVIII

Data: século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

c) Total: 40 azulejos.

c) Total: 40 azulejos;

Estado de Preservação: bom, pouquíssima perda

Estado de Preservação: bom, pouquíssima

de vidrado.

perda de vidrado.

Observações: o painel PS 05 encontra-se com 3

Descrição: painel de azulejos marmoreados na

azulejos não pertencentes ao painel. (D2, D3 e D4)

cor amarelo, com cercadura bastantes simples na

Descrição: Painéis de azulejos marmoreados

cor azul, sob barra de azulejos marmoreados roxo de

na cor amarelo, com cercadura bastante simples na

manganês.

cor azul, sob rodapé de azulejo marmoreado roxo de manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

f) Painel nº PS 06

g) Painel nº PS 07 Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração:

Procedência: Portugal

Majólica e marmoreado

Data: Final do século XVIII

Procedência: Portugal

Dimensões: a) Altura: 8 azulejos;

Data: final do século XVIII

b) Largura: 5 azulejos;

Dimensões:

c) Total: 40 azulejos.

a) Altura: 8 azulejos;

Estado de Preservação: Bom

b) Largura: 9 azulejos;

Observações: o painel PS 07 encontra-se com 02 azulejos da cercadura não pertencentes ao painel. (F1 e G1).

c) Total: 72 azulejos.

Descrição: painéis de azulejos marmoreado na cor amarelo contendo contorno com forma geométrico de cor azul, no centro do mesmo, cercadura simples na cor azul sob rodapé de azulejo marmoreado roxo de manganês.

Estado de Preservação: Bom, com ouquíssima perda de vidrado. Descrição: Painel de azulejos decorativos do tipo almofada marmoreado com florão no centro na cor amarelo, com cercadura relativamente simples na cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreado na cor roxo de manganês.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

h) Painel nº PS 08

i) Painel nº PS 09

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e Marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

c) Total: 40 azulejos.

c) Total: 40 azulejos.

Estado de Preservação: regular, apresenta perda de vidrado, chacota, fratura e sujidades.

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de

Descrição: painel com azulejo marmoreado na cor amarelo contendo contorno com forma geométrica na cor azul no centro do mesmo, com cercadura bastante simples na cor azul, sob rodapé de azulejo marmoreado roxo de manganês.

Observações: o painel encontra-se com alguns azulejos trocados de lugar D2, D4, G2 e G4.

vidrado, chacota, fratura e sujidades

Descrição: painel de azulejo marmoreado na cor amarelo com cercadura bastante simples na cor azul sob rodapé de azulejo marmoreado roxo de manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

j) Painel nº PS 10

l) Painel nº PS 11

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portuguesa

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

b) Largura: 5 azulejos;

b) Largura: 10 azulejos;

c) Total: 40 azulejos. Estado de Preservação: Bom

c) Total: 80 azulejos.

Observações: este painel encontra-se com 5 peças de

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de

cercadura trocadas ou invertidas. (E1, F1, G1, H1 e H2)

vidrado, chacota, fraturas e sujidades.

Descrição: painel com azulejos marmoreados em amarelo

Observações: este painel contém 8 fileiras de azulejos

com contorno da figura geométrica na cor azul, cercadura

inteiros e 2 fileiras de azulejos na metade.

simples na cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreados roxo de manganês.

Descrição: painel de azulejos decorativos do tipo almofada marmoreada com florão no centro na cor amarelo com cercadura bastante simples na cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreado roxo de manganês.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

m) Painel nº PS 12

n) Painel nº PS 13

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração:

Técnica de Decoração:

Majólica e marmoreado

Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal Data: final do século XVIII

Procedência: Portugal

Dimensões:

Data: final do século XVIII Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos; b) Largura: 14 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

c) Total: 112 azulejos.

b) Largura: 10 azulejos;

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de vidrado, chacota, fraturas e sujidades.

c) Total: 80 azulejos. Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de vidrado,

Observações: o painel está com os azulejos de cercadura da fileira “C” na posição invertida C2, C9, C10, C11, C12 e C13. As cercaduras D2, D3, D4 D5, D6, D7, D8, D10, D12 e D13 estão repetidas, a peça D9 não pertence ao painel. A parte superior do painel, ou seja, a fileira “H” está com H1, H2, H3 e H4 não pertencentes ao painel, faltando também a peça de canto da cercadura H14.

chacota, fraturas e sujidades. Observações: entre os painéis PS 13 e PS 14 existe uma coluna de ramicelos contendo 5 azulejos policromicos, 1 azulejo de cercadura relativamente simples e rodapé com 2 azulejos marmoreado. Descrição: painel de azulejo decorativo do tipo almofada

Descrição: painel com azulejos marmoreados em amarelo contendo três figuras geométricas no centro, cercadura bastante simples de cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreado roxo de manganês.

marmoreado com florão no centro na cor amarelo com cercadura relativamente simples na cor azul sob rodapé de azulejo marmoreado na cor roxo de manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

o) Painel nº PS 14

p) Painel nº PS 15

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Pombalino

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração:

Técnica de Decoração:

Majólica e marmoreado

Majólica e marmoreado

Procedência: Portuguesa

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões: a) Altura: 7 azulejos;

Dimensões:

b) Largura: 17 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

c) Total: 135 azulejos aproximadamente.

b) Largura: 10 azulejos;

Estado de Preservação: bom, com pouquíssima perda de

c) Total: 80 azulejos.

vidrado.

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de vidrado,

Observações: este painel fica atrás do móvel onde fica o

chacota, fraturas e sujidades.

“Senhor Morto. Painel localizado entre o PS 14 e PS 16.

Descrição: painel de azulejo decorativo do tipo almofada

Descrição: painel com azulejos de padrão antigo 2X2, contendo uma flor de 6 pétalas amarelo ocre no centro e

marmoreada com florão no centro na cor amarelo com

galhos de folhas verde azeitona em diagonal e 2 pétalas

cercadura relativamente simples na cor azul, sob rodapé de

avinhadas nas extremidades, contornado por cercadura na

azulejos marmoreado na cor roxo de manganês.

cor azul com 1 fileira de rodapé marmoreado na cor roxo de manganês.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

q) Painel nº PS 16

r) Painel nº PS 17

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo:

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos

a) Altura: 8 azulejos;

b) Largura: 4 azulejos

b) Largura: 6 azulejos;

c) Total: 32 azulejos

c) Total: 48 azulejos.

Estado de Preservação: bom, compouquíssima perda de vidrado

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de vidrado, chacota, fratura e sujidades.

Descrição: painel de azulejo marmoreado na cor amarelo contendo um contorno com forma geométrica de cor azul, no centro do mesmo, cercadura simples na cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreado roxo manganês.

Observações: neste painel, não existe definição de figura geométrica e nem contorno, somente azulejo marmoreado. Descrição: painel de azulejo marmoreado na cor amarelo com alguns na cor azul, cercadura simples na cor azul, sob rodapé de azulejo marmoreado roxo de manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

s) Painel nº PS 18

t) Painel nº PS 19

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Português

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos;

a) Altura: 8 azulejos;

b) Largura: 3 azulejos;

b) Largura: 4 azulejos;

c) Total: 24 azulejos.

c) Total: 29 azulejos.

Estado de Preservação: péssimo. Apresenta perda parcial da chacota, perda de vidrado, fraturas e bastante sujidades.

Estado de Preservação: Regular. Apresenta perda de chacota, fraturas e sujidades.

Observações: painel com uma única fileira de azulejos

Observações: O painel não tem a rodapé, existe apenas um azulejo de cercadura na fileira A4. Estão faltantes os azulejos A1, A2 e A3. O azulejo C2 não pertence ao painel. O lado esquerdo do painel está sem os azulejos de cercadura. A impressão que temos é que o painel foi cortado.

marmoreado amarelo no centro, com contorno azul formando uma figura geométrica. Descrição: painel de azulejos marmoreado de cor amarelo, cercadura bastante simples na cor azul, sob rodapé de azulejos marmoreado de cor roxo de manganês.

Descrição: Painel de azulejo marmoreado de cor amarelo contendo um contorno de forma geométrica de cor azul no centro com cercadura bastante simples de cor azul, ausência de rodapé.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

u) Painel nº PS 20

v) Painel nº PS 21

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo:

Técnica de Decoração:

Técnica de Decoração:

Majólica e marmoreado

Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 8 azulejos

a) Altura: 8 azulejos

b) Largura: 12 azulejos

b) Largura: 11 azulejos

c) Total: 96 azulejos

c) Total: 88 azulejos

Estado de Preservação: Regular. Apresenta perda de

Estado de Preservação: regular. Apresenta perda de

vidrado, chacota, fraturas e sujidades.

vidrado, chacota, fraturas e sujidades.

Observações: Existe uma coluna 5 com azulejos

Observações: entre os painéis PS 20 e PS 21 existe

de ramicelos, 1 azulejo de cercadura, 2 azulejos de

uma coluna de ramicelos contendo 5 azulejos

rodapé separando os painéis PS 20 e PS 21. Ao lado

policromos e 1 azulejo de cercadura relativamente

esquerdo deste painel existe uma coluna com 6

simples sob rodapé com 2 azulejos marmoreados.

azulejos de cercadura e 2 azulejos marmoreado em

Este painel tem 10 azulejos cortados em tamanhos

roxo de manganês.

diferentes.

Descrição: Painel de azulejo decorativo do tipo

Descrição: painel de azulejo decorativo do tipo

almofada marmoreada com florão no centro na car

almofada marmoreada com florão no centro na

amarelo, com cercadura bastante simples na cor azul,

cor amarelo, com cercadura simples na cor azul,

sob rodapé de azulejos marmoreados na cor roxo de

sob rodapé de azulejo marmoreado na cor roxo de

manganês.

manganês.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

6.2 Descrição do silhar

6.3 Descrição de rodapés

Silhar com Lavabo

Revestimento de rodapé da janela nº 1

Local de Aplicação: Sacristia

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo:

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração: Estampilha e marmoreado

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Portugal

Data: Século XIX ou XVIII

Data: final do século XVIII

Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 14 azulejos b) Largura: 11 azulejos

a) Altura: 4 azulejos;

c) Total: 104 azulejos

b) Largura: 11 azulejos;

Estado de Preservação: bom

c) Total: 44 azulejos (40 azulejos inteiros e 4

Observações: no centro do silhar existe um lavado de pedra

azulejos cortados ao meio).

de lioz portuguesa.

Estado de Preservação: regular.

Descrição: silhar com azulejos de padrão 2 x 2 nas cores azul, amarelo e verde com desenhos fitomórficos de

Observações: a janela nº 1 está entre o PS 4 e PS 5

contorno bem definido, muito conhecido pelo apelido de

da Sacristia. Alguns azulejos estão trocados de lugar ou

padrão “ferradura”, sobe rodapé de azulejo marmoreado na

invertidos. Os azulejos A6, B6, C6. D6 E D11 estão cortados

cor roxo de manganês.

ao meio. Descrição: duas fileiras de azulejos marmoreados como rodapé na cor roxo de manganês e uma fileira de azulejos de cercadura na cor azul e alguns azulejos marmoreados em amarelo misturado com outras peças de cercadura.

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Revestimento de rodapé da janela nº 3

Revestimento de rodapé da janela nº 2 Local de Aplicação: Sacristia da Igreja da Sé

Local de Aplicação: Sacristia

Tipo de Revestimento: Parietal

Tipo de Revestimento: Parietal

Estilo: Neoclássico

Estilo: Neoclássico

Técnica de Decoração:

Técnica de Decoração: Majólica e marmoreado

Majólica e marmoreado

Procedência: Portugal

Procedência: Portugal

Data: final do século XVIII

Data: final do século XVIII Dimensões:

Dimensões:

a) Altura: 4 azulejos b) Largura: 11 azulejos

a) Altura: 4 azulejos;

c) Total: 44 azulejos

b) Largura: 11 azulejos;

Estado de Preservação: Regular

c) Total: 44 azulejos.

Observações:

Estado de Preservação: Regular

Descrição: Duas fileiras de azulejos marmoreados

Observações: algumas peças de cercadura não pertencentes

como rodapé na cor roxo de manganês e uma fileira de azulejos de cercadura na cor azul e uma fileira de azulejos marmoreado nas cores amarelo e azul contornado por uma linha azul.

ao painel C1, C2, C3, C4 e C6, outras peças com posição invertida (D2, D3 e D4). Descrição: duas fileiras de azulejos marmoreados como rodapé na cor roxo de manganês, uma fileira de azulejo de cercadura na cor azul, contendo na parte superior do rodapé de azulejos marmoreado nas cores amarelo e azul formando uma figura geométrica contornada com uma linha azul.

Rodapé 2

Rodapé 3

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7

7.1 Sítio do Físico

SÍTIOS

Valflor da Conceição Louzeiro Oliveira

O

sítio Santo Antônio da Alegria, popularmente conhecido como Sítio do Físico, está situado no município de São Luís, à margem direita do rio Bacanga, a 10km do Centro Histórico de São Luís, ocupando uma área de 100 hectares. Antes da barragem seu acesso fazia-se através de barco no rio ou pelo igarapé do Coelho.

Como características ainda: 3 poços empedrados; 4 rampas de acesso a setores das fábricas, escadaria de acesso ao porto de embarque e desembarque de mercadorias para a Europa, 72 tanques para curtimento de couro, sistema de drenagem, canalização de água e rede de esgoto. Os registros provam que o fundador do Sítio do Físico foi Antônio José da Silva Pereira, médico português formado pela Universidade de Coimbra no periodo de 1787 – 1796.

O sítio foi uma potência industrial para a época, constituído por um conjunto de edificações. Compunha-se de casa grande, senzala, igreja, praça e estrebaria. Ali funcionou curtume de couros, caeira para fabricação de cal, fábrica de beneficiamento de arroz, fábrica de cera e posteriormente, fábrica de fogos de artificio.

Foi nomeado pelo Decreto Real no dia 5 de dezembro de 1798, para exercer o cargo de físico-mor na capitania do Maranhão no período de 1798 a 1817,

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chegando a São Luís em junho de 1799, como se pode conferir pelo ofício do Governador do Maranhão, Dom Diogo de Souza ao escrivão da Fazenda.

De acordo com o parecer dado pelo professor Mario Barata e a colaboração da pesquisadora Dora Alcântara, consta no relatório de Pesquisa de Arqueologia Histórica e História sobre o Sítio Santo Antônio da Alegria (Sítio do Físico) o “Parecer sobre fotos de azulejos encontrados pelo Dr. Ulysses Pernambuco de Melo Neto, no Sítio do Físico”.

“Ao que se sabia, não existe, até hoje, um corpus de dados informativo que permita, por via direta e/ ou indireta, levantar o completo perfil biográfico de Antônio José da Silva Pereira. E pelo tempo decorrido desde sua morte, a 15 de novembro de 1817, nada leva a crer que seja possível avançar muito além do que já se tenha revelado”, diz Jomar Moraes em seu Livro: O Físico e o Sítio.

A arquiteta e pesquisadora concluiu, sobre os azulejos das fotografias, que são portugueses e situam-se na fase de importação de azulejos de 1800 a 1820, são de padrões estampilha com retoques à mão, de estilo pombalino, sendo:

O Sítio e principalmente o físico passaram e marcaram a história do Maranhão, tratando-se de um pólo industrial e tendo todo esse complexo sido implementado pelo físico, gerando curiosidades pela quantidade de histórias duvidosas a respeito do médico.

a) 03 fragmentos – padrão n°09; b) 14 fragmentos – padrão n°08. c)

Ambos

bastante

parecidos,

variando

as

Ótimo ou péssimo aluno? Servidor exemplar da Coroa ou mais um individuo indesejado por Portugal? Tendo como castigo vir para a terra das pragas e dos índios? Bonapartista, espião infiltrado na colônia? Suicida ou morto? Não se sabe e talvez nunca se saberá. Do físico restam essas dúvidas.

disposições dos arremates interflorais, desigualdades

Quando o médico português chegou a São Luís, em junho de 1799, encontrou uma cidade de beleza arquitetônica marcante, já com os primeiros sobrados revestidos de azulejos.

g) 01 fragmento de cercadura – padrão n°358;

nas extremidades, raramente usado. d) 537 fragmentos do tipo esponjado – muito comum em nossa azulejaria; f) 09 fragmentos de cercadura – padrão n°18;

05 fragmentos de cercadura – padrão desconhecido; h) 51 fragmentos – padrão n°01;

O azulejo foi introduzido em São Luís desde o século XVIII, como componente decorativo da nossa arquitetura, primeiramente no interior das igrejas e residências; logo no século seguinte os azulejos passaram a revestir as fachadas dos sobrados, conforme se deduz pela Balança Geral do Comércio de Portugal, nos anos de 1776 a 1800.

i) 08 fragmentos – padrão n°147 – uma variante do tipo conhecido como estrela-e-bicha; Resta-nos apenas estes fragmentos como fonte de informação da existência dos azulejos no Sítio do Físico. Após as escavações realizadas por Joaquim C. da Silva, último proprietário do Sítio, numa escavação com a esperança de achar um tesouro enterrado, onde se localizava a casa grande foi encontrada a maior quantidade de azulejos até hoje nesse imóvel.

O levantamento publicado no Jornal do Brasil, edição do dia 15/12/1957, indica que somente no ano de 1778 desembarcaram no Porto de São Luís aproximadamente 107.402 peças de azulejos vindas da Europa, principalmente de Portugal.

Esses fragmentos catalogados pelos pesquisadores Ulysses e Virgínia Pernambuco de Melo foram perdidos. Não há registros em São Luís do paradeiro dessas peças. Somente uma pesquisa arqueológica terá condições de relacionar estes azulejos aos encontrados no Sítio do Físico. OBS: todos estes códigos são do livro de Olavo Pereira, Arquitetura Luso Brasileira no Maranhão.

Segundo o Relatório de Pesquisa de Arqueologia Histórica e História sobre o Sítio Santo Antônio da Alegria (Sítio do Físico), feito pelos pesquisadores Ulysses Pernambuco de Melo Neto e Virgínia Pernambuco de Melo, foram recolhidos 657 fragmentos de azulejos de variados padrões. Supõe-se que esses azulejos teriam sido usados no sítio como revestimento parietal, estando alguns deles ainda com massa de assentamento.

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7.2 Sítio Piranhenga Domingos de Jesus Costa Pereira

Escadaria com 96 degraus

Às margens direitas do Rio Bacanga, uma pequena colina avança para seu curso, contornado de manguezais, coberta de vegetações de terra firme e uma pequena clareira no altiplano de onde se avistam as águas tranqüilas que vêm das bandas do Sítio do Físico; banham o Campus Universitário da UFMA, chocam-se com a barragem do Bacanga e correm em direção ao Tamancão para a baía de São Marcos. Esse paraíso é chamado Sítio Piranhenga, que mantém em silêncio os fragmentos de etnias, índia, negra e branca, que fizeram a história de São Luís e constituem sua população.

de conchas de crustáceos e um depósito entre as fornalhas para armazenar a produção e a matéria prima. O terminal do velho porto dá continuidade a uma escadaria com noventa e seis degraus, quatro lances, três patamares, com bancos azulejados nas muretas de proteção para descanso dos transeuntes, ligando o cais ao jardim da Casa Grande e a Capela. Não foi encontrada informação sobre a data de edificação desse conjunto “semirrural”; pelos resquícios históricos, conclui-se que é uma construção da primeira metade do século XIX, constando em uma lápide que se encontra na Igrejinha, a inscrição: “Aqui jaz o tente José Clarindo de Souza, desvelado fundador desta Capella, nascido em 6 de setembro de 1789 e faleceu em 2 de junho de 1863. Sua inconsolável viúva d. Pulcheria Eduarda Freire de Souza, em testemunha da sua viva dor e pungente [sic] saudade, mandou erigir-lhe esta lapide”

Resta da cultura indígena apenas o nome “Piranhenga” (pira – peixe, nhenga – palavra), “peixe que fala”, enquanto a memória do trabalho pesado dos escravos permanece bem conservada nas antigas construções de pedras. No plano baixo do terreno encontram-se duas caieiras para fabricação de cal, por calcinação

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Junto à mensagem póstuma, está escrito em latim na pedra: “Fundite Lágrimas in sepulchro Ejus – Parcite sepulte et eum com men data Deo” – Derramai lágrimas no sepulcro dele – Participai da sepultura e recomendai-lhe a Deus.

rio de Imóveis da primeira zona de São Luís; “a outra metade, por compra feita a Nila Muniz Pires, conforme escritura de 13 de setembro de 1947” e registrado em cartório. Na relação de inventário do patrimônio está mencionado: “uma casa de moradia, construída de pedra, cal e madeira”, com descrição dos compartimentos e terreno; “Uma capela revestida de azulejos, com imagens, 03 sinos”, faz referência à “dependência”, que está ao lado da Igrejinha; dois fornos para o fabrico de cal; um depósito para estocagem e uma casa coberta de palha.

Da primeira documentação das terras a que tivemos acesso, consta: “o abaixo assinado dá o registro das terras de sua propriedade, em dois exemplares iguais: setenta e cinco braças de frente, com oitenta e cinco de fundo, no seu Sítio Piranhenga, no Rio Bacanga, nesta freguesia de Nossa Senhora da Conceição, da Capital do Maranhão...As quais se acham completamente demarcadas, e confinam, do nascente, com as terras de d. Gertrudes Lima, e do poente, com o rio “Piranhenga: São Luís, vinte e dois de maio de mil oitocentos e cinqüenta e seis. José Clarindo de Souza... E eu Vigário Pedro Nicolau Pereira, que a escrevi e assino”.

Em 28 de novembro de 1978, o tabelião Tito Antônio de Souza Soares lavrou escritura pública de compra e venda do Sítio Piranhenga, tendo como outorgante Lucy Pires Gomes e outorgado Jean Eftimié, brasileiro naturalizado (engenheiro químico) e a esposa Virgínia Eftimié (artista plástica), que compraram e preservaram o patrimônio. Ornamentaram a escadaria, jardim, casa, igreja e conservaram a vegetação rica em variedades nativas, que embelezam a área florestal, e proporcionam clima ameno e tranqüilo.

A última herdeira descendente dos proprietários do Sítio Piranhenga, a senhora Lucy Pires Gomes, recebeu “metade de herança”, segundo consta na certidão de 25 de novembro de 1941, registrada no Cartó-

O Sítio Piranhenga atualmente abriga o CEPROMAR – Centro de Educação Profissionalizante do Maranhão, sob a coordenação do padre João de Fátima.

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7.2.1 Azulejos

No jardim, em frente da casa grande, encontrase uma belíssima pinha de porcelana estilizada, com moldura em alto relevo e adornada por gregas no bojo, na base principal e a do pináculo; decorada nas técnicas de estampilha e majólica, com as cores azul, branca e amarela, as estrelinhas de cinco pontas, espalhadas na peça com tonalidade azulada, completam a suntuosidade da obra de arte, que foi utilizada, como pistilo de uma flor modificada com estilo e criatividade composta com sete pétalas de concreto amareladas e vermelha, sobre a coluna revestida de azulejos portugueses, nas cores da peça; um pedestal com cerâmica nova e volutas de cimento decoram a base de sustentação.

O azulejo é o principal elemento decorativo do Sítio e está presente em todos os espaços parietais, como peças isoladas na escadaria, muretas de arrimo, adornos compondo padronagens, revestindo bancos, encostos e peitoris, colunas de suporte de objetos ornamentais; fachada total da capela e dependência anexa; a nave da Igreja é contornada por silhares azulejados.

Esse monumento como que simbolicamente guardasse uma mensagem genética para preservação da biodiversidade, ainda em estado natural a perder de vista. Existe outra pinha em azul e branca, diante da Igreja, dentro de um jarro em forma de bacia com plantas ornamentais em cima de uma coluna octogonal com faces azulejadas com dois padrões diferentes, alternados com motivos florais de massa em relevo.

Azulejos no banco da escada

Diz-se que a artista plástica Virgínia Eftimié, exproprietária do Piranhenga, em suas excursões pela Europa e África, inspirou-se em materiais cerâmicos e cores vivas para decorar o Sítio. Subindo as escadarias o visitante encontra globos e pinhas revestidas de fragmentos de azulejos, louçaria e vidro. No primeiro e segundo patamar, existem duas bancadas embutidas no muro de proteção, adornos com três padronagens da azulejaria portuguesa, com decoração em estampilha; o primeiro banco tem o encosto azulejado com dois padrões azul e branco e contornado por friso em alto relevo, enquanto o outro, bem maior, recebe no assento e encontro, fileiras de azulejos de cor verde. A mureta de contorno do jardim é ornamentada com peças unitárias de vários padrões e cercaduras antigas, uma parte do muro sobreposto por volutas e concheados, preenchidos com azulejos industrializados nas cores azul, branco e amarela; ornado por colunas com base vermelha e termina circulado por flores relevadas coloridas e pinha no ápice.

Azulejos da mureta do jardim

Pinha em porcelana

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O casarão é circulado por varandas com colunas adornadas com azulejos isolados na base e com peitoris cobertos com padrões, cercaduras e pedaços de azulejos portugueses; as paredes contornadas pelo avarandado recebe silhar de azulejos industrializados; no alto encontram-se 5 adornos com 04 peças de padronagens diferentes. No oitão, que dá acesso à área de recreação, as peças de friso foram colocadas isoladas acima de portas e janelas. A parede abaixo do beiral do casarão sobre o telhado da varanda, contém duas fileiras horizontais de azulejos novos, intercalados por balaústres.

dificultam a leitura panorâmica do conjunto artístico. O revestimento está enquadrado com frisos em relevos próprios para esse tipo de padrão. A “dependência” em anexo à capela tem a parede lateral conjugada e a frente recuada alguns centímetros, a porta principal fica junto ao corpo da Igreja, formando uma fachada em “L” invertido, revestida com azulejos azul e branco com dois padrões de azulejaria portuguesa e um francês. Organizaram uma composição bonita, intercalando padronagens diferentes, oferecendo uma leitura agradável, destacando dois módulos de padrões (2X2), tipo pombalino, enquadrados por azulejos franceses, que são emoldurados por unidades de composições lusitanas e contornados por cercaduras com motivos florais. Abaixo da cimalha, há uma fiada das mesmas peças da fachada, separada por friso de alto relevo, que também encaixilha a coluna de separação da capela e sua cornija.

Varanda do casarão

Na lápide do túmulo de José Clarindo de Souza, que viveu de 1789 a 1863, está gravado na pedra “o fundador desta Capella”. Conclui-se que a ermida foi construída provavelmente na primeira metade do século XIX. Outros fatores relevantes na análise cronológica da edificação da Igreja: um pequeno frontão cartelado central com óculo, terminando com uma cruz de ferro; uma cimalha frontal com beiral e uma fileira de telhas; a porta de entrada com arco pleno; azulejos de relevo que revestem a fachada, produzidos na segunda metade do século XIX, na Fábrica Devezas na região do Porto, Portugal. Alguns destes elementos integram a arquitetura neoclássica do final do século XIX e início do século XX, o que leva a crer ter passado a capela de estilo popular por reformas e mudanças neste período, quando recebeu o revestimento das mais belas padronagens relevadas de tapetes em azul, branco e amarelo da azulejaria portuguesa. Estão bem conservadas, não apresentam causas de deterioração comuns na azulejaria de exterior, nem existem objetos fixados, que danificam as peças e

Fachada lateral da capela

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7.2.2 Silhar da capela Na relação dos imóveis do Sítio, registrada em cartório no dia 25 de novembro de 1941, está citada “uma capela revestida de azulejos”, esta foi a única indicação azulejar encontrada na história do Piranhenga, e não faz referência de revestimento exterior ou interior; portanto, não se pode afirmar que o azulejamento da fachada ocorresse no mesmo período dos silhares da “Nave”, embora sejam padronagens do mesmo período, meados do século XIX, exceto os adornos pontuais. Os relevados, que revestem a frente, vieram provavelmente da “Fábrica de Louça de Massarelos” e os padrões estampilhados do silhar da “Fábrica Miragaia”, todos do Norte de Portugal da região do Porto. O silhar da capela é bastante simples, constituído em cinco peças de altura, enquadrado por uma cercadura tosca de lajotão de cimento em alto relevo com motivos florais de cor marrom, o rodapé de uma espécie de ladrilho ou pedra com 20 centímetros, coberta por espessa camada de tinta. As paredes são revestidas

Fachada da capela

por réplicas de azulejos, confeccionados de cimento em alto relevo, imitando os da fachada, pintados de cinza. Estes materiais caracterizam reforma recente no interior da Igrejinha. Os silhares revestem as laterais da capela e ladeiam o altar sendo interrompidos várias vezes por faixas de reboco ressaltado formando três faces cilíndricas, ladeadas por fileiras verticais com apenas um azulejo de largura e cinco de altura, totalizando quinze pseudo-colunas, decoradas com nove padrões de estilo pombalino com florões; quatro com peças de

Silhar da capela

cercadura ornadas com ramicelos e linhas curvas, que se prolongam formando figuras ovaladas e losangos; finalmente duas padronagens de tapete igual aos silhares. Os azulejos que compõem os painéis da capela apresentam motivos fitomórfitos decorados com ramicelos em diagonal de padronagens estampilhadas com retoques manuais, em duas tonalidades azul com fundo branco; fazem parte das grandes produções portuguesas de azulejaria de tapete do século XIX, para revestimento parietal.

Coluna da capela

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7.3 Sítio Tamancão Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

7.3.1 Localização

7.3.2 Histórico

O Sítio Tamancão localiza-se à margem esquerda

A partir da segunda metade do século XVIII, com

do Rio Bacanga, na área denominada “Itaqui –

a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e

Bacanga”, a 620 metros do Aterro do Bacanga, em

Maranhão (1756), o Estado passou por transformações

frente ao bairro do Desterro, na foz do rio do mesmo

econômico-sociais, e foi justamente nesse momento

nome (área de ria), em confluência com a Baía de São

que ocorreram as construções dos primeiros engenhos, voltados para beneficiamento e transformação da

Marcos, área pertencente à “Freguesia de São Joaquim

matéria prima (o arroz). À época, a produção agrícola

do Bacanga”.

maranhense era exclusivamente voltada para o

O Tamancão é também chamado de “Ilha

auto-sustento mas, a partir daí, direcionou-se para o

do Tamancão”, por ser cercado de manguezais,

mercado externo.

provavelmente tratava-se de igarapés que foram

Segundo Ananias Martins, em São Luís –

assoreados, o que o isolou, durante um certo tempo,

Fundamentos

das regiões vizinhas.

do

Patrimônio

Cultural, “grandes

plantações de algodão, de arroz e de cana foram

É formado por uma série de antigos armazéns, casa

desenvolvidas na segunda metade do século XVIII

grande e um complexo sistema de canais e comportas

e início do século XIX, necessitando de enormes

destinados ao aproveitamento do potencial hidráulico

propriedades de terras, algumas maiores que a Illha

das marés.

de São Luís. Nelas, os trabalhadores eram escravos trazidos em navios da África”. (P. 64). Na Freguesia de

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região, o Sítio Tamancão foi tombado pelo Governo do Estado, por intermédio do DPHAM - Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão, através do decreto 11.592 de 12 de outubro de 1990, com número de inscrição 051, no livro de Tombo folha 11, em 29 de novembro de 1990, com nº de inscrição 051, no livro de tombo folha11, em 29 de novembro de 1990.

São Joaquim do Bacanga foram implantadas várias fazendas que produziam alimentos para o comércio local e, após a alforria de 1888, ficou sensivelmente despovoada. De acordo com César Marques, em Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, entre o final do século XVIII e o início do XIX (1780-1819), existiam na capital quatro fábricas de descascar arroz,

Atualmente, no Sítio Tamancão, funciona o

sendo três movidas a vapor e uma a água.

“Estaleiro Escola de São Luís” ocupando as áreas dos

As instalações do Sítio Tamancão, antiga indústria

antigos galpões e outras construções ligadas às atividades

de beneficiamento de arroz e depois também do

de armazenamento e processamento de arroz.

fabrico de sabão, foram construídas no início do século XIX, pelo engenheiro prático português naturalizado brasileiro Joaquim Luís Simões Lírio. Seus proprietários se utilizaram da energia das marés para movimentar suas máquinas através de um mecanismo denominado “moinho de maré”: um complexo sistema hidráulico acionado por força motriz, produzida através do escoamento da àgua represada durante a maré cheia. Em 1842, o Sítio Tamancão beneficiou a maior safra de arroz do Estado. Sua proprietária então era a viúva Brito e Castro; consta que o maquinário de sua fábrica possuía “força hidráulica de 15 HP, produzia 60 a 70 sacas por dia e ocupava 25 escravos” (Jerônimo Viveiros, em História do Comércio do Maranhão).

Área externa do Estaleiro-escola, antigo trapiche

Em 1895, o Sítio Tamancão era propriedade da firma “Henrique Gaspar & Cia”, que possuía um capital de 40 contos e consta que ocupava uma área de 1.440m². Nessa época era utilizado no processamento de arroz em casca e no fabrico de sabão. Possuía um motor hidráulico de 30 HP e demais aparelhos. Tinha capacidade para pilar 30.000 sacas de arroz e fabricar 120.000 quilos de sabão por ano. O quilo do arroz era vendido a 300 réis e o do sabão 500 réis. Trabalhava com 12 pessoas e pagava de 1$000 a 4$000 (Jerônimo Viveiros, vol. II p. 564). Durante a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado como depósito de combustível, cujo dono seria o senhor Nilo Jansen. Por seu valor histórico, como referência das primeiras etapas do processo de industrialização da

Área interna do Estaleiro-escola

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7.3.3 Casa grande A casa do Sítio Tamancão é uma edificação “semirrural contemporânea da formação urbana do século XIX”, segundo Olavo Pereira da Silva (Arquitetura Luso-Brasileira no Maranhão, 1997, p. 27).

Fonte: SILVA, 1997

Possui arquitetura de estilo tradicional português, em alvenaria de pedra e cal, com área aproximada de 790 m². Sua planta é em forma de “O”, com pequeno pátio interno descoberto, correspondendo ao vão da escada que dá acesso às dependências de serviço. Aproveitando o desnivelamento do terreno possui porão com piso de terra socada e arcos plenos.

A comunicação dos ambientes térreos era feita através de grandes arcos em tijoleira, técnica construtiva adotada na época, estruturando as alvenarias para receber o pavimento superior. De acordo com a produção, cada atividade possuía dependência própria e desligada do corpo da casa. As paredes internas do pátio e os espelhos dos de-

A fachada principal possui uma rampa com acessos simétricos (calçadão disposto em forma de leque, convergindo raios formados em pedra de cantaria, para o eixo da grande escada de acesso), que ocupa toda sua extensão e conduz ao nível superior, à porta, valorizando-o como pavimento principal. Apresenta uma porta central e três janelas de cada lado, todas com moldura em massa de reboco e arco pleno. Na parte frontal da rampa e na fachada principal (barra), vê-se

graus da escada aí existente eram revestidos em azulejos portugueses, de cima a baixo. O piso da escada era em lioz, ainda se encontram no local alguns afixados, com bastantes sujidades, microorganismos, fraturados ou com a camada de vidrado em destacamento; outros no chão, caídos, fragmentados, misturados aos escombros no chão. Todos os ambientes se desenvolvem em torno da circulação que ladeia o pátio interno.

nitidamente restos da argamassa de assentamento dos azulejos, já todos retirados; nota-se que na barra da casa eram quatro linhas em horizontal e na rampa nove linhas; não conseguimos descobrir quais seriam esses padrões da fachada.

Ruínas da Casa Grande Fonte: SILVA, 1997

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Elevação. Fonte: SILVA, 1997

Atualmente o imóvel encontra-se em estado bastante precário, em ruínas, sem cobertura e esquadrias, com alvenarias e rebocos totalmente desprotegidos, inúmeras rachaduras que comprometem a estabilidade

geral da edificação. A vegetação invadiu a casa, tornando bastante difícil o acesso ao que restou dela. Além de tudo isso, “visitantes” esporádicos deixam seus lixos e dejetos quando por lá estão.

Pátio interno - 1973. Fonte: SILVA, 1997

Pátio interno - 2005

8.3.4 Armazém Construção em pedra e cal, formada por quatro galpões que se comunicam entre si por portas centralizadas no meio do vão. Em frente da janela principal encontra-se um antigo atracadouro que adentra o Rio Bacanga, com dimensão de 16.00m por 5.00m de largura.

Atracadouro

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7.3.5 Revestimento azulejar

PMJ-13: padrão tipicamente português de tapete, possivelmente da Real Fábrica do Rato ou

No século XIX, “após a revolução liberal, a

da Fábrica Viúva Lamego, do século XVIII, período

nova classe burguesa emergente, teve nos azulejos

pombalino (1755-1780), contendo desenho hachurado

fabricados neste período, suas exigências atendidas

em diagonal e nas extremidades, ¼ de flores que ao

e satisfeitas. Essa burguesia enriquecida logo inseriu

unirem-se as quatro peças, formam centros de rotação;

o azulejo à arquitetura do estilo neoclássico. Com

encontra-se como um pequeno silhar. Esse padrão

a corte aqui instalada, este modismo neoclássico

(2X2/1) existe também em outra versão onde as flores

rapidamente se manifestou e as novas construções

são azuis. Possui dimensões de 14 x 14 cm e suas cores

brasileiras, particularmente as edificações urbanas e

são amarelo ocre, avinhado, verde azeitona e azul

as casas grandes dos engenhos, passaram a seguir os

acinzentado. Sua técnica de decoração é a majólica.

parâmetros neoclássicos, ostentando, assim, a riqueza

CMJ-17: de origem holandesa, azul em fundo

dessa nova elite brasileira. Conforme Santos Simões,

branco apresentando desenhos com grinalda de flores,

entre 1815 e 1850, ‘a importação de materiais nobres

delimitada por barras a azul, com apontamentos

e de acessórios decorativos’ tiveram papel importante

manuais; nas paredes do pátio encontra-se entre o

no país” (Estudos de Azulejaria. Coleção Presenças

PE-34 e o PMJ-12, uma só linha, da mesma forma na

da Imagem. Imprensa Nacional – Casa da Moeda,

parte de cima entre o PE-34 e onde deveria ser o forro;

Lisboa, 2001, p.26) - Retirado de www.fec.unicamp.br

é possivelmente do século XIX. Possui dimensões

Foram encontrados dois padrões de azulejos e

13,2X13,2 cm (Udo Knoff, in “Azulejos da Bahia”,

um de cercadura localizados nas paredes do pátio

1986, prancha LII).

interno, onde existe uma escada que também possuía

PE-34

azulejos nos espelhos, segundo histórico do dossiê

:

padrão

de

origem

portuguesa,

estampilhado, com retoques à mão; vemos o

existente no DPHAM (Departamento de Patrimônio

mesmo motivo (fitomórfico) repetido quatro vezes;

Histórico e Artístico do Maranhão) utilizado para seu

provavelmente das fábricas do Porto/Vila Nova

tombamento. São os seguintes padrões:

de Gaia, século XIX, possui decoração diagonal, formando a figura do “X” quando se

completa a

composição; reveste grande parte das paredes do pátio; suas dimensões são 13,5X13,5 cm.

PMJ 13.jpg

Detalhe do revestimento azulejar

CMJ-17

PE 34.jpg

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MUSEUS

S

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

ão Luís possui dois museus com coleções de azulejos, o Museu Histórico e Artístico do Maranhão e o Museu de Artes Visuais. No primeiro a coleção se restringe ao pouco que está exposto, já no segundo a coleção é bem maior.

Pretende-se mostrar a evolução desta arte decorativa, exemplificando-a com os “nossos” azulejos, apresentados com um certo critério didático e na medida do possível, cronológico. A exposição deverá fazer com que o visitante parta à descoberta, ele próprio, de um patrimônio único e original como o que temos aqui em São Luis. Padronagem de tapete português, estampilhado,

O Museu de Artes Visuais expõe uma das coleções mais ricas de azulejos do Estado. A história do acervo está ligada ao gosto pessoal dos proprietários dos sobrados e casarões de São Luis dos séculos XVIII, XIX e do início do século XX, por causa da privilegiada situação política, econômica e social à época. Foi inicialmente constituída, sobretudo, de objetos vindos de prédios arruinados, de importantes legados com doações e aquisições originadas de quando ainda era Departamento de Cultura do Estado. Possui o museu uma vasta coleção de azulejos muito variada, formada por cerca de 799 azulejos na Reserva Técnica, incluindo exemplares portugueses, franceses, holandeses e alemães de excelente qualidade, alguns raros.

2X2/1, motivo “estrela e bicha”, desenho de influência holandesa, início do século XIX, estilo neoclássico, Fábrica Viúva Lamego (Lisboa-PT), com dimensões 13,5X13,5 cm. Registro: 2668

A produção portuguesa desse período encontra-se bem representada nas várias técnicas de decoração, dos mais variados estilos, com exemplares de fábricas como a Real Fábrica do Rato, a Fábrica Viúva Lamego ou a Fábrica das Devezas. Esse acervo deixa em evidência não só a forma das relações que, ao longo dos tempos, o Maranhão foi estabelecendo com Portugal e outros países após a Abertura dos Portos e a Independência do Brasil, como também deixa transparecer o evoluir das produções portuguesas. A exposição se restringe ao piso térreo e sua montagem está organizada segundo uma ordem cronológica de maneira a dar ao espectador uma noção do desenvolvimento das técnicas de manufatura, de decoração, enfim, do fabrico do azulejo. No lado direito após a entrada, estão os azulejos do século XVIII, e do lado esquerdo, os dos séculos XIX e XX. Esta coleção inclui preciosidades como o painel com chineserias em estilo D. Maria I do séc.XVIII e Figuras de Convite do início do século XIX.

PE-33

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

PE-58 (Registro: 2670) Padronagem de tapete português, estampilhado, 2x2/1, motivo “luz e sombra”, do tipo enxaquetado, da segunda metade do séc. XIX, possivelmente da Fábrica Viúva Lamego (Lisboa-Portugal), dimensões 13,5 x 13,5cm.

PE-76, PE-77, PE-78, PE-79. Registro: 4278) Azulejos franceses, estampilhados, padrão único, segunda metade do séc. XIX, produção de Fourmaintraux – Pas de Calais, dimensões 11,0X11,0 cm. PE-22 (Registro: 2671) Painel de azulejos portugueses estampilhados, padrão de tapete, 2X2/1, motivo “pintura em negativo”, séc. XIX, dimensões 13,5X13,5cm.

CE-06 (Registro: 2672) Guarnição para tapete, cercadura portuguesa, estampilhada, final do séc. XIX, motivo “pintura em negativo” de folhas em cadeia, dimensões 13,5X13,5cm.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

PE-81 (Registro: 2681)

PE-03 (Registro: 1361)

Azulejo português estampilhado, pintura semi-

Padronagem de tapete com azulejos portugueses,

mecanizada, desenho de influência francesa, do séc

estampilhados, 2 x 2/1, motivo “ferradura” séc. XIX,

XIX, padrão único, dimensões: 13,6 x 13,6 cm.

possivelmente Fábrica Viúva Lamego (Lisboa-Portu-

FE-38 (Registro: 2682)

gal), dimensões 13,5 x 13,5 cm.

Friso português estampilhado, dimensões 13,5 x 6,5 cm.

PE-64 Painel de azulejos portugueses com desenho de influência holandesa, estampilhado com retoque manual, séc. XIX, padrão 2x 2/1, dimensões 13,0 x 13,0 cm. Registro: 1367 e 2787

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

PE-27

PE-07

Azulejos portugueses, estampilhados, padrão de

Padrão de azulejos de tapete “estrela e cruz” portugueses, estampilhados, possivelmente da Fábrica

tapete 2x2/1, da 2ª metade do séc. XIX, dimensões

Viúva Lamego, padrão 2x2/1, 2ª metade do séc. XIX,

13,5 x 13,5 cm.

dimensões 13,2 x 13,2 cm.

Registro: s/nº, 4294 e 2998

Registro: 2669 e 4293

CE-16 PE-12

Guarnição para tapete, cercadura estampilhada

Padronagem de azulejos portugueses estampilha-

portuguesa, com apontamentos manuais e no tardoz:

dos, padrão 2x2/1, dimensões 13,2 x13, 2 cm; séc. XIX.

“A. A. Costa & C.F. das Devezas” (Fábrica das Devesas), dimensões: 14,2 x14, 2; final do séc. XIX.

Registro: s/n

Registro: 4287 e 2992

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

PE-52

PRD-01

Painel de azulejos portugueses com padrão de

Azulejo de origem alemã com dupla técnica de

tapete estampilhado e desenho de influência holan-

decoração, relevo e decalcomania, do séc. XX, padrão

desa, 2x2/1, dimensões: 13,2 x 13,1.

2x2/1, dimensões 14,6 x14, 6 cm.

Registro: 4286 e 4296.

Registro: 4277

PE-62

Painel de azulejos

Azulejos portugueses estampilhados, possivel-

do tipo Figura de Con-

mente da Fábrica Viúva-Lamego, desenho inspirado

vite (figura de respeito),

no esquema “estrela e cruz” séc.XIX padrão 2x2/1 com

português, de estilo ne-

dimensões 13x13cm.

oclássico, da primeira metade do séc. XIX,

Registro: 2693/2786

representando figura de “Granadeiro”, com traje de soldado da 5ª Companhia do 1º Batalhão de Fuzileiros da Guarnição da Corte: Infantaria pesada (1845), procedente de casa a Rua dos Afogados, esquina com na Rua das Flores; técnica de decoração: majólica,

dimensões:

1,75m x 54 cm (13 x 4 azulejos = 52 azulejos). Registro: s/n

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

PD-08 (Registro: 2696)

PE-19 (Registro: 4300/2996)

Padrão de Azulejo alemão em decalcomania, fabri-

Painel com azulejos portugueses estampilhados

cação de “Villeroy Boch VBD-DRESDEM”, do final

com retoques manuais do séc. XIX, padrão 2x2/1.

do século XIX, padrão único com dimensões 14,5 x

Dimensões 13,5 x13, 5.

14, 5.

PE-84 (Registro: 2694) Azulejo português estampilhado, da Fábrica das Devezas, final do séc. XIX, padrão 2x2, com inscrição no tardoz “J.P. V F°”, com dimensões 14x14 cm. CE-17 (Registro: 2695) Cercadura portuguesa estampilhada, do séc. XIX, Fábrica das Devezas (Porto), dimensões 14x14 cm.

PE-01 (Registro: 4267) Azulejo português padrão de tapete estampilhado do início do séc. XIX, motivo “ferradura”, padrão 2x 2/1, com centro de rotação principal em motivo fitomórfico, Fábrica Viúva Lamego. Dimensões 13,5x13, 5.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

PE-92 (Registro: 2679)

Painel português do tipo Figura de Convite, com figura de respeito de estilo neoclássico, da primeira

Painel com azulejos portugueses estampilhados,

metade do séc. XIX, representando figura de “Porta-

final do séc. XIX, padrão 2x2, com dimensões 13,5 x

-Machado”, soldado da 5ª Companhia de Granadeiros

13, 5 cm.

do 1º Batalhão de Fuzileiros da Guarnição da Corte (1845), procedente de casa na Rua dos Afogados, esquina com Rua das Flores, técnica de decoração: majólica, dimensões: 1,75m x 40 cm, quantidade: dois. Registro: 2662

CE-18 (Registro: 2685) Cercadura portuguesa estampilhada, do séc. XVIII, dimensões 13,5 x 13, 5 cm.

CMJ-07 (Registro: 4281) Cercadura portuguesa em majólica, com motivo “renda portuguesa”, do séc. XVIII, dimensões 13,5 x 13, 5 cm.

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

PMJ-06 (Registro: 4291)

PM-03 (Registro: 2678)

Azulejo português em majólica, padrão único de

Azulejo português marmoreado, segunda metade

tapete, início do séc. XVIII, período pombalino, pos-

do séc. XVIII, estilo pombalino, Fábrica Viúva Lame-

sivelmente Real Fábrica do Rato, chacota manual, di-

go, chacota manual, dimensões 13,5 x 13,5 cm.

mensões 14x14 cm.

CMJ-03 (Registro: 2677)

CMJ-10 (Registro: 4290)

Cercadura portuguesa em majólica, com ornato

Cercadura portuguesa em majólica, do séc. XVIII,

de óvalos e marmoreado, do séc. XVIII, estilo pombali-

período pombalino, normalmente usada em painéis

no, chacota manual, dimensões 13,5 x 13,5 cm.

almofadados, chacota manual, dimensões 14 x14 cm.

PMJ-21 (Registro: 2666) Azulejo português em majólica,padrão único, início do séc. XVIII, período pombalino, releitura do motivo “ponta de diamante”, chacota manual, dimensões 13,5 x 13,5 cm. CMJ-19 (Registro: 2667) Cercadura portuguesa em majólica, do séc. XVIII, período pombalino, chacota manual, dimensões 13,5 x 13,5 cm.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

CMJ-11 (Registro: 4273)

Azulejos portugueses, de painel figurativo, com decoração em majólica e esponjado, com duas peças

Cercadura portuguesa esponjada, segunda meta-

de canto da almofada, possivelmente da segunda me-

de do séc. XVIII, período pombalino, possivelmente

tade do séc. XVIII, transição do período pombalino

Fábrica Viúva Lamego, chacota manual, dimensões

para rococó, da Real Fábrica do Rato, chacota manual,

14x14 cm.

dimensões 14x14 cm.

PM-04 (Registro: 4274)

Registro: 4274

Azulejo português esponjado, talvez de painel figurativo almofadado, séc. XVIII, período pombalino, chacota manual, dimensões 14x14 cm. CMJ-24 (Registro: 4272) Cercadura portuguesa em majólica, do séc. XVIII-XIX, estilo rococó, possivelmente Fábrica Viúva Lamego, chacota manual, dimensões 14x14 cm.

Barra em forma de minissilhar, português, de almofadas marmoreadas e cercaduras em pintura manual, segunda metade do séc. XVIII, chacota manual, dimensões 14 x 14 cm. Registro: 4289 (almofada); 4290 (cercadura).

PM-01 Azulejo português marmoreado, pintura manual, possivelmente da fábrica Viúva Lamego, séc. XVIII, padrão único, dimensões 13,5 x 13,5 cm. Registro: s/n

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PMJ-18 (Registro: 2688) Azulejos portugueses em majólica, padrão único com motivo fitomórfico central, de chacota manual, do período pombalino, séc. XVIII, dimensões 13,5 x13, 5 cm.

PMJ-01 Azulejos portugueses em majólica, padrão de tapete 2 x 2/1 do período pombalino, esquema da diagonal cruzada, da segunda metade do séc. XVIII, policromo, chacota manual, possivelmente da Real Fábrica do Rato, dimensões 14 x 14 cm. Registro: 1377

PMJ-11 Padronagem de tapete pombalina, português em majólica, padrão 2 x 2/1, da segunda metade do séc. XVIII, policromo, chacota manual, possivelmente da Real Fábrica do Rato, dimensões 14x14 cm. Registro: 4291; 2664

PMJ-08 Azulejos portugueses em majólica, padrão de tapete 2 x 2/1 do período pombalino, estilo D. Maria I, segunda metade do séc. XVIII, chacota manual, possivelmente da Real Fábrica do Rato, dimensões 14 x 14 cm. Registro: 4295

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

PMJ-10 Azulejos portugueses em majólica, padrão de tapete 2 x 2/1 do período pombalino, da segunda metade do séc. XVIII, policromo, com ramicelos em diagonal, chacota manual, possivelmente da Real Fábrica do Rato, dimensões 14x14 cm. Registro: 2680

PMJ-12 Azulejo português seguindo esquema da diagonal com estrela, em majólica, padrão de tapete 2 x 2/1 do período pombalino, da segunda metade do séc. XVIII, policromo, chacota manual, dimensões 13,5 x 13,5 cm. Registro: 2665

CMJ-04 (Registro: 2675; s/n°) Cercadura portuguesa esponjada com ornato de óvalos, finais do séc. XVIII, estilo pombalino, chacota manual, dimensões 14x14 cm. PMJ-23 / PMJ-24 Azulejos portugueses em majólica, padrão 2 x 2/2, do séc. XVIII, estilo D. Maria I, Fábrica Viúva Lamego, chacota manual, dimensões 14 x14 cm. Registro: 2676

Pormenor de moldura de painel português almofadado com florão central, esponjado com pintura manual; estas cinco peças correspondem ao “arremate” lateral da almofada. Século XVIII chacota manual, dimensões 14x14 cm. Registro: 4283

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Painel de azulejos do tipo Silhar, português, fabrico de Lisboa, entre 1790 – 1800, policromo, neoclássico, estilo “D. Maria I”, evocativo do gosto pela “chinoiserie”, de biscoito manual, com 4.86 m de largura por 0.81 m de altura, 216 peças em exposição, decoração em majólica. Primeiramente localizado em prédio comercial na Rua do Trapiche, na Praia Grande, posteriormente transferido para a Rua Osvaldo Cruz nº 782, sendo lá localizado na sala de refeições. As imagens sobrepõem-se ao fundo branco emoldurado por cercaduras de azulejos azuis composta por grinaldas e linhas geométricas; possui medalhões centralizados com figuras chinesas e pássaros em azul e branco circundadas por molduras finas. Registro: 4304

Painel do tipo Registo Devocional, retratando os “Sagrados Corações de Jesus e Maria”, em azul e branco, emoldurados por cercadura com concheados e motivos fitomórficos policromos em cartela, produzido na Fábrica Aleluia em Aveiro – Portugal, séc. XX, com 0,60m x 0,75m, com 4 azulejos de altura por 5 de largura, totalizando 20 peças. Registro: s/n

Azulejo francês vendo-se no tardoz “Maison FOURMAINTRAUX – HORNOY, DESVRES, Pas de Calais”, 2ª metade do século XIX, estampilhado por pistola em duas cores com formas geométricas e motivos fitomórficos; padrão único, dimensões 10,5 x 10,5 cm. Registro s/nº

Azulejo espanhol do tipo figura avulsa, de Sevilha, com retrato de “Luís de Camões” e dimensões 13,5 x 13,5 cm/ 1,5 cm de altura. Registro s/nº

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Telha com decoração vegetalista estampilhada

Pinha portuguesa da Fábrica de Santo Antônio

em dois tons de azul sobre fundo branco esmaltado,

de Vale da Piedade (Porto), decorada nas cores azul,

cantos ornados com estrelas, portuguesa de fabrica-

castanho, verde e vermelho em estampilha e pintu-

ção do Porto, sem decoração ou qualquer outra marca

ra a mão sobre relevos na base e na grega que a cir-

no anverso; procedente do Edifício São Luís (Rua de

cunda; do século XIX e dimensões 40 cm x 22 cm.

Nazaré e Odylo nº 377), do 3º quartel do século XIX.

Registro s/nº

Dimensões: 6,5 cm de altura x 19 cm de largura x 53 cm de comprimento.

Pinhas portuguesas da Fábrica Santo Antonio de Vale da Piedade (Porto), com decoração em azul sobre branco, do século XIX, apresentando como decoração circular grega em relevo de motivos vegetalistas; possui dimensões 40 x 22 cm.

Pinha portuguesa da Fábrica Santo Antônio de Vale da Piedade, Porto, do século XIX, com decoração relevada e marmoreada (castanho) sobre fundo branco, apresentando-se circundada por grega, com folhas acima do pescoço; dimensões 45 cm x 28 cm, procedente do jardim de casa na Praça Deodoro nº 12.

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9

AZULEJOS DA ILHA

O

9.1 Bairros de São Luís

s azulejos antigos, do século XIX, que revestem um número considerável dos imóveis componentes do acervo azulejar

Os azulejos antigos, aplicados em forma de silhar,

do Centro Histórico de São Luís, podem ser encontra-

adorno isolado, registros devocionais e peças orna-

dos em outras localidades da cidade, como também em

mentais, foram encontrados nos bairros às margens da

São José de Ribamar, município que forma com Paço

Avenida Getúlio Vargas, via de continuidade ao antigo

do Lumiar e Raposa a grande ilha de São Luís.

Caminho Grande (atual rua Grande), estrada de pene-

Na pesquisa procurou-se identificar esses azulejos

tração ao interior da Ilha de São Luís. Encontramos

fora da área protegida pelo Instituto do Tombamento,

também adornos e registros devocionais nos bairros da

considerando-se a sua importância para a salvaguarda

Madre de Deus Lira, Belira, Codozinho e imediações.

do acervo azulejar maranhense, por se tratar de exem-

A equipe identificou e documentou, nos bair-

plares remanescentes do século XIX. Por motivos di-

ros, os seguintes exemplares: 01 registro devocional e

versos, foram removidos de prédios do Centro Históri-

02 pinhas no Anil; 05 registros devocionais no Apea-

co para outras localidades da Ilha.

douro; 02 pinhas no Apicum;

03

regis-

tros devocionais na Camboa; 01 adorno isolado e 04 registros devocionais no Caminho da Boiada; 02 registros devocionais no Canto da Fabril; 05 adornos isolados e 02 registros devocionais no Codozinho; 02 registros devocionais no Diamante; 01 adorno isolado, 03 registros devocionais no Filipinho; 01 adorno isolado e 07 registros devocionais no João Paulo; 03 registros devocionais e 01 silhar na Jordoa; 01 adorno isolado e 03 registros devocionais na Madre de Deus; 07 adornos isolados, 15 registros devocionais e 03 pinhas no Monte Castelo; 01 registro devocional na Belira; 12 registros devocionais na Vila Bessa e 03 registros devocionais na Vila Passos.

Av. João Pessoa, 240

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9.2 Paço do Lumiar

9.4 São José de Ribamar Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

Esperava-se encontrar azulejos antigos em Paço do Lumiar, que fica a 37 km de São Luís, consideran-

São José de Ribamar está localizada na extremi-

do-se a historiografia do município. A sede do municí-

dade leste, a trinta quilômetros da ilha de São Luis,

pio encontra-se no local do antigo Sítio do Anindiba,

com área de 436 km² e população de 18.350 habitan-

que, no século XVII, tinha como proprietário o jesuíta

tes. Limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico e Paço

Luís Figueira. Os padres da Companhia de Jesus cons-

do Lumiar; ao Sul com Rosário e Axixá, ao Leste com

truíram a Igreja de Nossa Senhora da Luz, importante

a Baía de São José e a Oeste com São Luis, capital do

exemplar de arquitetura religiosa jesuítica, tombada

Estado.

como monumento estadual, através do Decreto n° 9.659, em 10/08/1980. Não se tem notícias de azulejos antigos em Paço do Lumiar, cadastrou-se um único registro devocional.

Fundada no século XVII, em 1627, passou a existir

9.3 Raposa

politicamente em 1757, quando o Governador da Província do Maranhão, Gonçalo Pereira Lobato e Sousa, declarou diante do Padre jesuíta José Vellez Vidigal

O município de Raposa, anteriormente subordi-

que ali residia, de acordo com o alvará com força de lei

nado à Comarca de Paço do Lumiar, foi criado pela

datado de 07 de junho de l755, que removia os padres jesuítas do local e restituía aos índios Gamelas a posse

Lei n° 6.132, em 10 de dezembro de 1994. Tem como

das terras, já que estes não possuíam terras para cultura, a liberdade às suas pessoas, dando o direito de ir e

atividades principais a pesca e a confecção de rendas

vir com quem lhes merecesse. Essas terras foram con-

de bilros. Nenhum tipo de azulejo foi encontrado no

cedidas à Companhia de Jesus por datas e sesmarias

município da Raposa.

pelo Governador Francisco Coelho de Carvalho, em 16 de dezembro de 1627.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Foram também doados terrenos pelo Governador

289, o município teve sua autonomia restaurada e re-

Gonçalo Pereira Lobato e Sousa para 100 casais, sendo

cebeu o topônimo simplificado de “Ribamar”. A Lei

para isso encarregados os senhores João Ferreira An-

Estadual nº 758 de 24 de setembro de 1952 restituiu

diroba, Theodoro Amado Anes, Theodósio da Silva e

definitivamente a categoria de Município e a 16 de

Francisco Xavier Correia, os quais foram mais além e

setembro de 1969 teve seu nome retificado para “São

marcaram terras para 200 casais, durante um século.

José de Ribamar” em homenagem ao santo milagroso.

Esses casais teriam por função dar início à população

Conta a lenda que um navio português, procuran-

da cidade e, possivelmente, seriam açorianos. Foi ele-

do nosso porto, desviou-se na barra chegando à Baía de

vada à categoria de “Lugar” em 1757, com a mesma

São José e, quando a tripulação ficou assustada ante o

denominação.

perigo, seu capitão invocou a proteção de São José e

No início era habitada pelos índios Gamelas, que

imediatamente uma onda livrou o navio dos terríveis

se distribuíam entre o Caúra, onde havia um grande

baixios que lá se encontram. Muitos anos depois, an-

espaço arredondado no qual realizavam suas festas

tes de 1624, quando o capitão desse navio regressou

(onde nunca mais nasceu mato algum a não ser ca-

de Portugal, trouxe a imagem do Santo e a colocou

pim), e Itapary do Mar, Itapary de Janoca, Mirititiúa,

numa “modesta ermida” em frente à baía, na parte ex-

Sítio do Apicum, fazendo de São José dos Índios o lu-

trema do promontório, onde se deu o milagre. O local

gar de realizar grandes comemorações.

recebeu o nome de “Riba-mar”. Os habitantes a removeram para a matriz, em São José dos Índios, à noite e

São atribuídas aos índios as “Camboas”, curral

às ocultas. No dia seguinte, o santo não se encontrava

feito de pedras com mais ou menos 2 metros e meio

lá, havia voltado para “sua” ermida. Novamente os mo-

de altura em semicírculo com abertura para a praia,

radores levaram a imagem do santo e deu-se da parte

nas quais os peixes ficavam presos e eram despescados

dele o mesmo procedimento. Então aí a deixaram, por-

quando a maré secava. Havia Camboas desde a Praia

que era o seu desejo.

de Panaquatira até em frente ao antigo “Bosque”, em frente à Igreja; numa delas, no promontório, foi colo-

O santo usa botas como os navegadores portugue-

cada a imagem de São José.

ses, possui formas rústicas e desproporcionais entre as partes do corpo, suas vestes são pintadas em dourado

Em 11 de março de 1913 o Lugar São José foi ele-

atualmente, mas no original não era assim. As imagens

vado à categoria de Vila e Município ao mesmo tempo,

de Nossa Senhora e do Menino Jesus, que está junto

porém o Decreto Lei nº 47 de 27 de fevereiro de 1931,

com ele sobre uma mesma peça de madeira, têm esti-

extinguiu o município conservando a categoria de

los diferentes, o que demonstra parecer esculpidas por

“Vila de São José”. Em 06 de dezembro de 1938 pelo

diferentes artistas. A do Menino Jesus se assemelha à

Decreto Lei Estadual nº 159, a Vila São José passou

de N. Senhora, com as partes do corpo proporcionais e

para o distrito de São Luís.

acabamento mais cuidadoso; presença de brincos nas

Em 30 de dezembro de 1943, o Decreto Lei Esta-

orelhas, faces coloridas, diadema na cabeça e terço nas

dual criou o Município de Ribamar.

mãos. Não é conhecida a época em que a imagem teria

Na interventoria do Dr. Paulo Ramos foi restituída

chegado, bem como as imagens de Nossa Senhora e do

à categoria de “Município” a São José, sendo novamen-

Menino Jesus ter-se-iam se juntado à de São José; exis-

te anexado a São Luís por força da Constituição de

te uma lenda em que ambas teriam chegado juntas.

1946. Com a Lei nº 269 de 31 de dezembro de 1948,

A Festa a São José de Ribamar acontece todos os

que estabeleceu a divisão administrativa do Estado, vi-

anos no mês de setembro e reúne milhares de fiéis du-

gorando de 1949 a 1953, Ribamar voltou a integrar a

rante a lua cheia. Dura cerca de 10 dias.

municipalidade de São Luís. Em 26 de janeiro de 1949, pela Lei Estadual nº

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

em 1965, tendo suas peças e imagens ficadas sob a

9.4.1 Igreja

guarda de algumas famílias da cidade. Do original restou apenas a tampa do oratório; a imagem de São José foi então colocada em um nicho na parede. Em 1994, os padres, atendendo a pedidos da população, resolveram reconstruir o altar e pediram às famílias a devolução das peças que estivessem em seu poder. Só apareceram duas colunas e o “Olho da Trindade”. Então, a partir de uma antiga fotografia do altar original, Antônio Miranda fez uma maquete que serviu como orientação para construir o outro altar. O santuário teve sua reforma finalizada em 2001. Foi incluída na reforma a colocação de vitrais na Basílica , construídos pela GEUKA, empresa dos herdeiros e

Em 1870 a capela de São José era Capela da Igreja

descendentes dos artistas que fizeram os vitrais da Ca-

de São José do Lugar dos Índios, que ficava localizada

tedral de Colônia na Alemanha, que trabalham com

“na parte oriental da dita freguesia”, segundo César

vitrais há quatro gerações.

Marques (Dicionário Histórico e Geográfico do Mara-

A cidade possui belas praias. São elas: Panaquati-

nhão).

ra, Caúra, Ponta-Verde, Boa Viagem, Vieira, Praia de

A primeira capela era de palha e o navegador por-

Banho e do Barbosa. Possui ainda “o bosque”, locali-

tuguês construiu outra melhor. As duas primeiras igre-

zada de frente para a Praia de Banho, que é a mais

jas foram construídas com a frente para a entrada da

freqüentada, onde fica a Gruta de Nossa Senhora de

cidade e os fundos para o mar, ambas desabaram; a

Lourdes, com sua descida de água considerada ben-

atual igreja é a terceira edificada no mesmo lugar.

ta, que os frequentadores levam para casa; lá também existe o “Calvário”, no qual está exposto o corpo do

Em 1900 o arraial possuía 29 casas de telhas e

Senhor Morto.

muitas de palha; a igreja já tinha um bom material em adornos de ouro e prata, ricas alfaias, móveis e vasos,

A Gruta de Lourdes foi construída e inaugurada

oferecidos pelos fiéis que vinham em devota romaria,

pela paróquia em fins de 1957, na praça São José, onde

porém, quando o Vigário Geral José Constantino Go-

foi antigamente o lugar chamado “Bosque”. É uma

mes de Castro determinou o inventário dos objetos de

imitação da gruta existente na França. Na gruta de

uso da Igreja, foi constatado pelo Rev. Pe. José João

Lourdes de Ribamar também jorrava água, mediante

Beckman e Caldas que tudo havia desaparecido por

dispositivo de construção; possuía altar onde o pároco

ocasião da Revolta da Balaiada em 1839. O Vigário-

de vez em quando celebrava Missa. A Gruta também

-Capitular João Tolentino Guedelha Mourão designou

serve de altar de fé, onde as pessoas rezam e acendem

uma comissão para dirigir os bens da Igreja, composta

velas em busca de dias melhores.

pelos senhores Pe. Gervásio Antônio Nogueira, o Ar-

Na Praia de Banho, são famosos o “Poço da Saú-

cediago Manoel Tavares da Silva e o Capitão Antônio

de” e as “Poçinhas”, cujas águas, segundo os moradores

Joaquim Lima Júnior.

da cidade, possuem qualidades curativas.

Em 18 de março de 1900, chegaram à cidade duas

A Avenida Gonçalves Dias é a via principal e a

carroças puxadas a bois trazendo mercadorias e junto

mais conhecida, chamada também de “Rua Grande”.

com elas um grande sino.

Começa na Praça Capitão João Pedro, mais conhecida

O altar-mor foi construído em 1921 e destruído

como “Cruzeiro” (pela existência de uma grande cruz

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

lá) e termina na Praça São José, em frente à Igreja. Na esplanada em frente da Igreja, estão 8 conjuntos de estátuas esculpidas pelo artista goiano Sinval Floriano Veloso, baseados em passagens bíblicas que dão destaque para a trajetória de São José na terra: a) Um anjo apareceu a São José em sonho e lhe disse que aceitasse Maria como esposa (Mateus 1, 2123); b) O noivado de José e Maria (Lucas 1, 21-27); c) Os Reis Magos entregam presentes a Jesus (Mateus 2, 1-12); d) José e Maria levam Jesus para ser apresentado no templo. José leva em suas mãos dois pombos para serem sacrificados conforme costume (Lucas 2, 21-35); e) José, o Menino Jesus e Maria fogem para o Egito (Mateus 2, 13-23);

Azevedo, o qual escreveu “Os Milagres de São José de Ribamar”. Faleceu no dia 24 de Maio de 1900, sendo

f) A morte de José nos braços de Jesus e Maria;

sepultado no dia seguinte.

g) Perda e reencontro de Jesus entre os doutores

Algumas sepulturas possuem painéis devocionais,

(Lucas 2, 41-52). José e Maria retornam a Jerusalém e

tipo Registo, feitos em azulejos industriais na técnica

levam o menino Jesus de volta;

da pintura de mufla, que ornam lápides. Como as se-

h) São José assiste o nascimento de Jesus (Lucas

pulturas são muito próximas umas das outras, alguns

2, 1-20);

deles foram até prejudicados por isso, deixando que outra sepultura se encostasse ao painel, o que lhe tornou impossível a visão total; foi o caso de um painel

9.4.2 Cemitério

onde só se consegue ver a parte superior do corpo de Cristo com braços abertos para o alto.

Em 15 de Maio de 1997, durante escavações para canalização de rede de esgoto, foram descobertas ossa-

Foi encontrado lá um total de seis painéis: um po-

das humanas, remanescentes de antigo cemitério exis-

licromico onde vemos um anjo com vestes azul claro

tente ali entre 1854 / 1889.

sobre fundo amarelo emoldurado por cercadura serigrafada em azul, carregando uma faixa com frases sem

O Cemitério atual, localizado na Av. Gonçalves

identificação do autor; no segundo vemos o Sagrado

Dias, esquina com a Rua Antenor Melo, foi fundado

Coração de Jesus em pintura policroma, também um

no início de 1900, todo na grama, não havendo edifi-

trabalho em pintura de mufla; o terceiro, muito pare-

cações do tipo gaveta. Foi dividido em duas seções: a

cido com o primeiro (o Anjo), tem a figura de São José

primeira vai da Capela, que fica no meio do terreno,

com o Menino Jesus no braço. No quarto painel vemos

até o fundo; a segunda seção faz o caminho inverso,

a Sagrada Família, em pintura de mufla, policroma,

indo da Capela ao portão de entrada.

também sem identificação do autor; o quinto painel

A primeira pessoa a ser sepultada foi Américo

mostra Nossa Senhora com o Menino Jesus alimen-

Garibaldi de Azevedo, na 1ª seção; era poeta, jorna-

tando pombos novamente pintura em porcelana e sem

lista e teatrólogo, irmão dos escritores Artur e Aluízio

qualquer identificação do autor.

263

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

9.4.3 Revestimento Não foram encontradas casas com revestimentos de azulejos antigos na fachada (Séc. XIX ou do início do Séc. XX). Os únicos azulejos de fachada encontrados estavam como Adornos Isolados somente em duas casas. Foram encontrados ao todo 21 Registos Devocionais, entre os do Cemitério e os espalhados pela cidade: (Av. Gonçalves Dias, Praça São José, Rua Amadeu Freitas, Rua de Santana, Rua Menino Deus, Rua Modesto de Sousa e Rua Zeca Lima. A Av. Gonçalves Dias e a Rua Menino Deus são as que têm mais). PE.01 – Azulejo português da segunda metade do século XIX, possivelmente da Fábrica Viúva Lamego

PE-86

em Lisboa, Portugal, é conhecido como padrão “ferradura”, possui decoração estampilhada e padrão 2 x 2, medindo 13,5 x 13,5 cm; está localizado em residência à Rua Avenida nº 770.

Rua Avenida, 748

PE.86 – Azulejo português do século XIX, padrão 2 x 2, decoração monocrômica estampilhada, possui dimensões iguais a 13,5 x 13,5 cm. Localiza-se na Rua Avenida nº 748.

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Inventário dos Azulejos.indd 264

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

10

PEÇAS ORNAMENTAIS

Margareth Gomes de Figueiredo Valflor da Conceição Louzeiro Oliveira

A

Arquitetura tradicional portuguesa construída em São Luís entre meados do século XVIII e XIX, apresenta técnica cons-

trutiva e característica arquitetônica semelhante àquelas edificadas no litoral brasileiro no período colonial. São construções sólidas de pedra e cal, alinhadas nos limites frontais e laterais do lote urbano, de feições singelas, desprovidas de elementos arquitetônicos decorativos. São sobrados, solares e moradas térreas, cuja beleza e harmonia das fachadas são conseguidas pelo equilíbrio dos cheios e envasaduras, ombreiras com molduras em argamassa ou em pedra de lioz, esquadrias em madeira e vidro e largos beirais arrematados por cimalhas. Um grande número de edificações apresenta fachada revestida em azulejo do século XIX.

Rua do Sol, 33

No século XIX, por influência da Missão France-

No sentido de promover o aformoseamento e re-

sa, trazida ao Brasil por D. João VI, o estilo Neoclássico

gularidade das fachadas, os administradores munici-

passou a dominar as formas arquitetônicas, em substi-

pais do século XIX, através dos Códigos de Posturas

tuição aos elementos do barroco. Em São Luís poucos

de 1866 e 1893, determinaram o uso de platibanda nas

são os exemplares desse estilo.

fachadas frontais das edificações de São Luís, quando

No final do século XIX e inícios do XX a arqui-

proibiram o lançamento de águas pluviais sobre as cal-

tetura brasileira passa por novas influências de estilo;

çadas. O Código de 1893, no seu Art. 215 determinava:

dessa vez o ecletismo, em voga na Europa, dominou

“São prohibidas as calhas ou goteiras para o despejo

as novas construções. Algumas edificações do centro

das águas pluviaes dos telhados, que devera ser feito

antigo sofrem transformações na implantação no lote

pelo interior das paredes por meio de canos de louça

urbano apresentando recuos frontais e/ou laterais,

ou metal”.

platibandas e adornos. Em São Luís algumas dessas

Assim, a feição das construções em novas áreas

edificações são consideradas ecléticas apenas pela or-

da cidade já não apresentava o arremate do telhado

namentação de sua fachada, pois apresentam simetria

em beira e bica e beira-seveira, tão tradicional da ar-

na distribuição dos vãos de portas e janelas e o mesmo

quitetura colonial, surgindo em seu lugar platibandas

partido em planta da arquitetura do período colonial.

ornamentadas com balaustres, florões, esculturas, pi-

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Inventário dos Azulejos.indd 265

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

nhas e pináculos. Parte desses ornamentos eram peças de faiança, confeccionadas com acabamento em vidrado branco e decorado. Além das platibandas as edificações do período eclético apresentavam recuos frontais e/ou laterais formando aéreas ajardinadas que geralmente eram ornamentadas com esculturas, que representavam as quatro estações do ano, além de figuras femininas simbolizando deusas e virtudes como a paz e a amizade. Registra-se também, em São Luís, na Rua de Nazaré n°. 377, esquina com a Rua do Egito, uma edificação com beiral em telha cerâmica, com acabamento em faiança decorada em azul e branco.

-se em péssimo estado de conservação, quebrados os membros, a cabeça, além de outras partes. As pinhas são peças ornamentais, imitando o fruto do pinheiro. Em São Luís as pinhas são encontradas na ornamentação exterior de residências do final do século XIX e início do século XX, em varandas, jardins, muros, platibandas e portões. Também encontramos estas peças expostas no Museu de Artes Visuais, Museu Histórico e Artístico do Maranhão e Sítio Piranhenga.

Peça ornamental - Hospital Português

Apresentam ligeiramente o mesmo formato, variando o tamanho e a técnica de decoração. Encontra-

As estátuas são elementos ornamentais de enor-

mos diferentes tipos de pinha, todas tendo como fun-

me beleza, a grande maioria encontrada pela nossa

do o esmalte branco e com técnicas variadas, como:

equipe foi de figuras do sexo feminino. De modelação

branco com relevo em folhas e flores formando guir-

delicada, vidrada a branco monocrômico, sem nenhu-

landas e com efeito marmoreado; branca com dese-

ma decoração, geralmente de origem portuguesa, da

nhos estampilhados no seu bojo e com relevo na parte

cidade do Porto, como as da Fábrica Santo Antônio e

inferior da base; branca com desenhos fitomórficos no

algumas possivelmente da Fábrica Miragaia (Fundada

meio do bojo, pintados na trincha na técnica majólica

em 1775).

e com relevos e incisões na base; branca com peque-

Nessa fábrica, durante o século XIX, foram produ-

nos gomos como se fosse a própria fruta com folhas na

zidos bustos de figuras alegóricas e estátuas represen-

parte inferior da peça; branca com um cone na parte

tando os continentes e as estações do ano. Dos exem-

superior, decorada na técnica da estampilha e majó-

plares mais significativos de estátuas encontradas, des-

lica com relevos em grega no bojo da peça. Podemos

tacam-se: “Amizade”, Diana – Deusa da Caça”, “A Paz”,

afirmar que a grande maioria destas peças é de origem

“Verão” e “Primavera”. As estátuas estão localizadas nas

portuguesa, pois habitualmente encontramos na base

platibandas, em cima dos muros, em nichos, terraços

delas a inscrição: “Fábrica de Santo Antônio-Porto”.

e jardins internos das residências.Algumas encontram-

266

Inventário dos Azulejos.indd 266

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

11

CEMITÉRIO DO GAVIÃO Valflor da Conceição Louzeiro Oliveira

O

primeiro cemitério da cidade de São Luís ficava situado atrás da Igreja da Misericórdia, no antigo Terreiro do Paço, atual

Praça Pedro II, localizado no trecho hoje ocupado por uma agência bancária, em frente ao Palácio dos Leões. O cemitério foi construído nos moldes europeus de sepultamento, fundado pela Irmandade da Misericórdia, atual Santa Casa de Misericórdia, em 1623. Era responsável pelo sepultamento dos negros escravos, miseráveis e condenados à morte. Já os sepultamentos dos comerciantes e de pessoas ligadas ao poder administrativo ocorriam dentro das igrejas ou, no máximo,

prio, financiado pela Coroa Britânica, para abrigar os

nas suas proximidades.

ingleses não-católicos, que cada vez mais participavam

Em 1801, por determinação da Câmara Municipal

da vida comercial da cidade. Esse cemitério funcionou

de São Luís, foi aberto o segundo cemitério no Can-

até o inicio do séc. XX na Rua de São Pantaleão.

to da Viração, que foi repassado pela Câmara para a

No ano de 1841, foi iniciada a construção de mais

administração da Irmandade, devendo nele ser enter-

um cemitério da Irmandade do Senhor do Bom Jesus

rados os escravos, pobres ou falecidos no Hospital da

dos Passos, recebendo sepultamento somente no ano

Misericórdia.

de 1849. Esse foi denominado de Cemitério da Santa

Com o esgotamento dos Cemitérios Municipal

Cruz dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, locali-

e Cemitério Velho da Misericórdia, a Câmara de São

zado na Quinta do Machadinho, ao pé do Alto da Car-

Luís doou um terreno e autorizou a instalação de um

neira (hoje Praça Catulo da Paixão Cearense, na Vila

novo Cemitério da Misericórdia, atrás da Igreja de São

Passos).

Pantaleão, benzido em 1805. Em 1815 o terreno do

No ano de 1855, o Cemitério de São Pantaleão

Cemitério Velho da Misericórdia foi vendido a particu-

foi desativado por estar sobrecarregado, não podendo

lares, a fim de serem obtidos recursos para o término

suportar a epidemia de varíola que assolava a popula-

da construção da Igreja do Novo Cemitério. O Cemité-

ção à época. Nesse mesmo ano um novo cemitério foi

rio de São Pantaleão ficou conhecido como Cemitério

aberto para abrigar esses mortos, pela mesma Irman-

Novo da Misericórdia, ocupando o terreno onde hoje

dade da Misericórdia.

está instalado o Hospital Djalma Marques (Socorrão).

O Cemitério do Gavião foi fundado na segunda

Em agosto de 1817, foi instalado um cemitério pró-

267

Inventário dos Azulejos.indd 267

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

metade do século XIX, e está situado no final da Rua

01 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, todos em bom

do Passeio, em frente à Praça da Saudade. Comple-

estado de preservação, sendo confeccionados na téc-

tamente fechado por muros, com portão de ferro na

nica de pintura em porcelana e alguns com cercadura

entrada principal, com capela para velar os corpos e

em serigrafia. Esses registros devocionais estão loca-

ossuário lateral.

lizados nas sepulturas da parte antiga do cemitério, onde existem túmulos suntuosos com esculturas de

Antes de ser vendido, o terreno era uma bonita

imagens religiosas e adereços funerários.

chácara com casa de vivenda, a qual foi vendida por 6:400 $ réis, para a Irmandade da Misericórdia, por Ja-

Por estar sobrecarregado esse campo santo foi

nuário Martins Pereira, no ano de 1855. O cemitério

ampliado, ficando o muro dividindo a parte antiga da

começou a funcionar em 6 de dezembro do mesmo

nova. Na parte nova do cemitério não existem regis-

ano. “A estatística demonstra que entre 6 de dezembro

tros devocionais. Nessa parte, as sepulturas são simples

de 1855 a 31 de dezembro de 1859, foram enterrados

e sem ornamentos, algumas revestidas de azulejos de

16.358 mortos entre homens e mulheres, livres e es-

padrão recente outras simplesmente rebocadas e pin-

cravos”, segundo César Marques em seu Dicionário

tadas, algumas somente com a cruz colocada no chão.

Histórico-Geográfico da Província do Maranhão. O novo Cemitério de São José da Misericórdia, localizado no final da Rua do Passeio, na Quinta do Gavião, ganhou uma pequena Capela na Gestão do Procurador Geral da Irmandade, João Joaquim Lopes de Sousa. A capela, sob a proteção de São José, foi reedificada nos anos de 1869 a 1873 pelo mordomo da Irmandade da Misericórdia, Adriano Duarte Godinho. O Cemitério do Gavião, inicialmente sob responsabilidade da Misericórdia, depois passou obrigatoriamente para a administração municipal Na pesquisa efetuada no Cemitério do Gavião, encontramos apenas 1 túmulo com azulejos antigos, logo na entrada, na rua principal. Túmulo com 45 azulejos de padrão PE 13, sendo 2 painéis de azulejos: um painel com 25 azulejos e outro com 20, contornado por cercadura CE 06. Os azulejos encontrados são portugueses de padrão 2 x 2, nas cores azul e branco, com 02 centros de rotação com desenhos de motivos fitomórficos nas extremidades e cercadura em negativo.O túmulo está em péssimo estado de conservação, com vegetação entre as juntas dos azulejos, com perda de

São José

vidrado, muitas fraturas, perda parcial de chacota e bastante sujidade. Encontramos em túmulos diversos 9 registros devocionais dos seguintes santos: 01 São Benedito, 01 Nossa Senhora de Nazaré, 02 de São José, 02 Nossa Senhora da Conceição, 01 Nossa Senhora das Graças,

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís - 2005 -

Planilha dos azulejos inventariados

269

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PADRÃO

DECALCOMANIA

PD 23

TÉCNICA

2

CÓDIGO

CORDA SECA

PCS 01

DECALCOMANIA

AZULEJO

TÉCNICA

CÓDIGO

PD 22

PADRÃO

AZULEJO

1

ITEM

AZULEJO DECALCOMANIA

1

ITEM

AZULEJO CORDA SECA

15 X 15

14,5 X 14,5

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

ALEMANHA

PROCEDÊNCIA

ESPANHA

PROCEDÊNCIA

MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

EM EXPOSIÇÃO

ENDEREÇO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

MONTRA

LOCAL DE APLICAÇÃO

PCS: PADRÃO CORDA SECA • PD: PADRÃO DECALCOMANIA • PDR: PADRÃO DECALCOMANIA E RELEVO • PE: PADRÃO ESTAMPILHA • PL: PADRÃO LISO • PMJ: PADRÃO MAJÓLICA • PM: PADRÃO MARMOREADO • PR: PADRÃO RELEVO • CE: CERCADURA ESTAMPILHA • CE-PC: CERCADURA ESTAMPILHA PEÇA DE CANTO • CMJ: CERCADURA MAJÓLICA • CMJ-PC: CERCADURA MAJÓLICA PEÇA DE CANTO • CR: CERCADURA RELEVO • FD: FRISO DECALCOMANIA • FR: FRISO RELEVO

1.1 Unidades de Padrões Identificados no Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís

270

Inventário dos Azulejos.indd 271

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PADRÃO

PE 77

PE 78

3

CÓDIGO

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

271

10,7 X 10,7

10,7 X 10,7

10,7 X 10,7

DIMENSÃO (CM)

14,6 X 14,6

DECALCOMANIA E RELEVO

PDR 01

2

AZULEJO

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

CÓDIGO

PE 76

PADRÃO

AZULEJO

1

ITEM

AZULEJO ESTAMPILHA

1

ITEM

AZULEJO DECALCOMANIA E RELEVO

FRANÇA

FRANÇA

FRANÇA

PROCEDÊNCIA

ALEMANHA

PROCEDÊNCIA

RUA DO SOL, 218, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO E RESERVA TÉCNICA FACHADA (3 UNIDADES NA FACHADA)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

EXPOSIÇÃO

EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 272

11/08/2012 14:17:57

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 80

PE 81

PE 82

PE 83

6

7

8

TÉCNICA

5

CÓDIGO

ESTAMPILHA

AZULEJO

PE 79

PADRÃO

4

ITEM

14 X 14

10,5 X 10,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

10,7 X 10,7

DIMENSÃO (CM)

272

PORTUGAL

FRANÇA

PORTUGAL

FRANÇA

FRANÇA

PROCEDÊNCIA

SILHAR

EXPOSIÇÃO

EXPOSIÇÃO

PEITORIL DA VARANDA

FACHADA RECUADA DA CAPELA

MURETA DO JARDIM

EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

PRAÇA DEODORO, 42, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

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11/08/2012 14:17:59

PE 85

PE 86

PE 87

PE 88

11

12

13

CÓDIGO

10

AZULEJO

PE 84

PADRÃO

9

ITEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

273

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

14 X 14

13,5 X 13,5

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RUA DA PAZ, 436, CENTRO RUA GRANDE, 732, CENTRO

ADORNO BANCO NO INTERIOR DO PRÉDIO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA CONDE D'EU

RESERVA TÉCNICA

MESA DE CENTRO

SÍTIO PIRANHENGA

RUA RIO BRANCO, 66, CENTRO

FACHADA LATERAL

FACHADA LATERAL DO ANEXO DA CAPELA BANCO DA ESCADA PEITORIL DA VARANDA COLUNA EM FRENTE À CAPELA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

SÃO JOSÉ DE RIBAMAR

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

ADORNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 274

11/08/2012 14:18:01

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 91

PE 92

PE 93

PE 94

16

17

18

19

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 90

CÓDIGO

15

AZULEJO

PE 89

PADRÃO

14

ITEM

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

15 X 15

15,2 X 15,2

DIMENSÃO (CM)

274

-

-

PORTUGAL

PORTUGAL

-

-

PROCEDÊNCIA

RUA STO ANTÔNIO, 289, CENTRO

CAMINHO DA BOIADA, 260, CENTRO

RUA RIO BRANCO, 248, CENTRO

ADORNO NA FACHADA

UNIDADES NA FACHADA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO ADORNOS NA FACHADA

RUA DO SOL, N° 230, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

SILHAR

RUA AFONSO PENA, N° 213, CENTRO

ENDEREÇO

INTERIOR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 275

11/08/2012 14:18:03

PL 10

PL 11

3

CÓDIGO

2

AZULEJO

PL 09

PADRÃO

1

ITEM

AZULEJO LISO

275

23 X 23

LISO SEM DECORAÇÃO (VERMELHO)

15,3 X 10

23 X 23

LISO SEM DECORAÇÃO (AMARELO)

SEM DECORAÇÃO

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

-

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

BARRA

SILHAR DA ESCADA

SILHAR DO HALL

SILHAR DA ESCADA

SILHAR DO HALL

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DO SOL, 660, CENTRO

RUA DE SANTANA, 184, CENTRO

RUA DE SANTANA, 184, CENTRO

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 276

11/08/2012 14:18:05

PMJ 04

PMJ 05

PMJ 06

PMJ 07

3

4

5

CÓDIGO

2

AZULEJO

PMJ 03

PADRÃO

1

ITEM

AZULEJO MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

TÉCNICA

14 X 14

14 X 14

14 X 14

14 X 14

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

276

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

ENCONTRADA NO CAIXOTE E NO HALL

SILHAR DA VARANDA

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO E RESERVA

SILHAR

RUA CONDE D'EU

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO

SILHAR

BECO DA ALFANDEGA, 180 A, CENTRO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

SILHAR

BARRA DA ESCADA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

SILHAR

RESERVA TÉCNICA

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 277

11/08/2012 14:18:07

PMJ 10

PMJ 11

PMJ 12

8

9

10

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

PMJ 09

TÉCNICA

7

CÓDIGO

MAJÓLICA

AZULEJO

PMJ 08

PADRÃO

6

ITEM

277

14 X 14

13,5 X 13,5

14 X 13,8

14 X 13,8

14,2 X 14,2

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

IGREJA DA SÉ

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

SILHAR

RUA DO SOL, N° 175, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

ADORNO

RUA DO SOL, N° 175, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

ENDEREÇO

SILHAR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 278

11/08/2012 14:18:09

PMJ 15

PMJ 16

PMJ 17

13

14

15

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

PMJ 14

TÉCNICA

12

CÓDIGO

MAJÓLICA

AZULEJO

PMJ 13

PADRÃO

11

ITEM

13 X 13

14 X 14

14 X 14

14 X 14

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

278

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO

IGREJA DE SANTANA

SÍTIO PIRANHENGA

SILHAR FACHADA LATERAL DO ANEXO DA CAPELA SILHAR DE DENTRO DA CAPELA COLUNA EM FRENTE À CAPELA PEITORIL DA VARANDA

BECO DA ALFANDEGA, 180A, CENTRO

SÍTIO TAMANCÃO

PAREDE INTEIRA

SILHAR DA VARANDA

RUA CONDE D'EU

SILHAR

IGREJA DE SANTANA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

SILHAR

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 279

11/08/2012 14:18:10

PMJ 19

PMJ 20

PMJ 21

PMJ 22

PMJ 23

18

19

20

21

CÓDIGO

17

AZULEJO

PMJ 18

PADRÃO

16

ITEM

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

TÉCNICA

279

14 X 14

13,8 X 14

13,8 X 14

14 X 14

14 X 14

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

SILHAR

SILHAR

EXPOSIÇÃO

RUA CONDE D'EU

IGREJA DE SANTANA.

MUSEU DE ARTES VISUAIS

IGREJA DE SANTANA

RUA DA PALMA, 323, CENTRO

ADORNO

SILHAR

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

SILHAR

MUSEU DE ARTES VISUAIS

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

BARRA DA ESCADARIA

EXPOSIÇÃO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 280

11/08/2012 14:18:12

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

PMJ 25

PMJ 26

PMJ 27

24

25

TÉCNICA

23

CÓDIGO

MAJÓLICA

AZULEJO

PMJ 24

PADRÃO

22

ITEM

14 X 14

13,2X 13,2

13 X 14

13,7 X 14

DIMENSÃO (CM)

280

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

IGREJA DE SANTA TEREZA

SILHAR DA CAPELA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO

RUA DA PALMA, 360, CENTRO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

SILHAR

SILHAR DA SALA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

REVESTIMENTO DE CIMA DO RUA PORTUGAL, 165, CENTRO MURO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO SILHAR

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 281

11/08/2012 14:18:14

PM 04

PM 05

3

CÓDIGO

2

AZULEJO

PM 03

PADRÃO

1

ITEM

AZULEJO MARMOREADO

MARMOREADO

MARMOREADO

MARMOREADO

TÉCNICA

281

14 X 14

14 X 14

13,3 X 13,3

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RESERVA TÉCNICA

RODAPÉ DO SILHAR

MUSEU DE ARTES VISUAIS

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

IGREJA DO ROSÁRIO

IGREJA DE SANTANA

IGREJA DA SÉ

CONDE D'EU

SILHAR

IGREJA DE SANTANA

SILHAR

MUSEU DE ARTES VISUAIS

IGREJA DE SANTA TEREZA

RODAPÉ

EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

ENDEREÇO

EM EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO

Inventário dos Azulejos.indd 282

11/08/2012 14:18:16

PR 12

PR 13

2

3 RELEVO

RELEVO

RELEVO

PR 11

1

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

AZULEJO RELEVO

14,5 X 14,5

14,5 X 14,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

282

PORTUGAL

-

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

FACHADA

FACHADA

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA DOS AFONSO PENA, 28, CENTRO

RUA DOS AFOGADOS, 732, CENTRO

RUA DA PAZ, 133, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 283

11/08/2012 14:18:18

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

CE 15

CE 16

CE 17

CE 17 PC

2

3

4

5

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

CE 14

1

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

CERCADURA ESTAMPILHA

283

14 X 14

14 X 14

14,2 X 14,2

14 X 14

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

EXPOSIÇÃO

MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO

PRAÇA DEODORO, 42, CENTRO

ENDEREÇO

EXPOSIÇÃO

SILHAR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 284

11/08/2012 14:18:20

CE 18 PC

CE 19

7

8 ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

CE 18

6

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

284

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

PEITORIL DA VARANDA MURETA DO JARDIM BANCO DA ESCADA COLUNA EM FRENTE À CAPELA PEITORIL DA VARANDA

MURETA BANCO DA ESCADA FACHADA DO ANEXO DA CAPELA PEITORIL DA VARANDA COLUNA EM FRENTE À CAPELA EXPOSIÇÃO FACHADA DO ANEXO DA CAPELA MURETA DO JARDIM

LOCAL DE APLICAÇÃO

SÍTIO PIRANHENGA

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 285

11/08/2012 14:18:21

14 X 14

14 X 14

14 X 14

MAJÓLICA E MARMOREADO

MAJÓLICA E MARMOREADO

MAJÓLICA E MARMOREADO

CMJ 04

CMJ 04 PC

CMJ 05

3

4

5

285

14 X 14

MAJÓLICA E MARMOREADO

14 X 14

CMJ 03 PC

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

2

CÓDIGO

MAJÓLICA E MARMOREADO

AZULEJO

CMJ 03

PADRÃO

1

ITEM

CERCADURA MAJÓLICA

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO CAIXOTE

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO EXPOSIÇÃO

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

RUA CONDE D'EU

CAIXOTE

SILHAR E JARDINEIRA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

RUA CONDE D'EU

JARDINEIRA E PAINEIS

REVESTIMENTO EM CIMA DO MURO RESERVA TÉCNICA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA E EXPOSIÇÃO

INTERIOR

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

RUA DE NAZARÉ, 127, CENTRO

RUA DA SAÚDE, 94, CENTRO

ENDEREÇO

EM CIMA DO MURO

SILHAR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 286

11/08/2012 14:18:23

14 X 14

14 X 14

14 X 14

MARMOREADO E MAJÓLICA

MARMOREADO E MAJÓLICA

MAJÓLICA E MARMOREADO

MAJÓLICA E MARMOREADO

MAJÓLICA

CMJ 06

CMJ 06 PC

CMJ 07

CMJ 07 PC

CMJ 08

7

8

9

10

11

13,5 X 13,5

14 X 14

14 X 14

MAJÓLICA E MARMOREADO

CMJ 05 PC

DIMENSÃO (CM)

6

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

286

PORTUGUAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

EM CIMA DO MURO

IGREJA DA SÉ

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

SILHAR

IGREJA DE SANTANA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

IGREJA DO ROSÁRIO

RUA DE NAZARÉ, 127, CENTRO

SILHAR

EXPOSIÇÃO

SILHAR

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA

RUA DE SAÚDE, 94, CENTRO

IGREJA DE SANTA TEREZA

IGREJA DE SANTA TEREZA

SILHAR

SILHAR

IGREJA DE SANTANA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

SILHAR

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 287

11/08/2012 14:18:25

14 X 14

14 X 14

MAJÓLICA E MARMOREADO

MAJÓLICA

ESTAMPILHA

MAJÓLICA E MARMOREADO

CMJ 09

CMJ 09 PC

CMJ 10

CMJ 10 PC

CMJ 11

13

14

15

16

17

287

14 X 14

MAJÓLICA E MARMOREADO

14 X 14

14 X 14

13,5 X 13,5

MAJÓLICA

CMJ 08 PC

DIMENSÃO (CM)

12

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

MURETA DO JARDIM

ADORNO NA VARANDA DA CASA PRINCIPAL

COLUNAS DA CAPELA

PEITORIL DA VARANDA

RESERVA TÉCINCA

EXPOSIÇÃO

SÍTIO PIRANHENGA

SÍTIO PIRANHENGA

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO

EXPOSIÇÃO

RESERVA TÉCNICA

IGREJA DA SÉ

ENDEREÇO

SILHAR

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 288

11/08/2012 14:18:27

CMJ 13

CMJ 14

CMJ 15

CMJ 16

19

20

21

22

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

14 X 14

14 X 14

14 X 13,8

14 X 14

14 X 14

MARMOREADO E MAJÓLICA

CMJ 12

18

MAJÓLICA

DIMENSÃO (CM)

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

288

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

BARRA DA ESCADARIA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

REVESTIMENTO EM CIMA DO MURO

REVESTIMENTO EM CIMA DO MURO

BECO DA ALFÂNDEGA, 180A, CENTRO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EXPOSIÇÃO

CAIXOTE

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

RUA PORTUGAL, 165, CENTRO

RUA SÃO PANTALEÃO, 340, CENTRO

RUA DE SAÚDE, 94, CENTRO

SILHAR DO HALL ADORNO ABAIXO DO BEIRAL REVESTIMENTO DE CIMA DO MURO

MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO

ENDEREÇO

EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 289

11/08/2012 14:18:29

CMJ 18

CMJ 19

25

CÓDIGO

24

AZULEJO

CMJ 17

PADRÃO

23

ITEM

MAJÓLICA

MAJÓLICA

MAJÓLICA

TÉCNICA

289

14 X 14

14 X 14

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

HOLANDA

PROCEDÊNCIA

MURETA DO JARDIM

RESERVA TÉCNICA

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO TAMANCÃO

PAREDE INTEIRA

EXPOSIÇÃO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 290

11/08/2012 14:18:31

PORTUGAL

15,8 X 17

VIDRADO SEM DECORAÇÃO

VIDRADO SEM DECORAÇÃO

RELEVO COM PINTURA MANUAL

CR 03

CR 04

CR 05

3

4

5

14 x 14

-

15 X 15

VIDRADO SEM DECORAÇÃO

CR 02

2

-

-

-

15,8 X 17

VIDRADO SEM DECORAÇÃO

CR 01

PROCEDÊNCIA

1

AZULEJO

DIMENSÃO (CM)

PADRÃO

TÉCNICA

ITEM

CÓDIGO

CERCADURA RELEVO

290

FACHADA

BARRA

BARRA

BARRA

BARRA

LOCAL DE APLICAÇÃO

PRAÇA GONÇALVES DIAS, Nº 314, CENTRO

RUA DO SOL, 660, CENTRO

RUA DO SOL, 660, CENTRO

RUA DO SOL, 660, CENTRO

RUA DO SOL, 660, CENTRO

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 291

11/08/2012 14:18:32

PADRÃO

FR 09

2 RELEVO

RELEVO

FR 08

DECALCOMANIA

TÉCNICA

1

AZULEJO

FD 10

CÓDIGO

TÉCNICA

PADRÃO

AZULEJO

CÓDIGO

ITEM

FRISO RELEVO

1

ITEM

FRISO DECALCOMANIA

291

2,5 X 10,6

DIMENSÃO (CM)

15,1 X 7,6

DIMENSÃO (CM)

INGLATERRA

-

PROCEDÊNCIA

-

PROCEDÊNCIA

ENDEREÇO

SÍTIO PIRANHENGA

AV. PEDRO II, 221, CENTRO

PEDESTAL DE IMAGEM NO ALTAR DA CAPELA

SILHAR (BANHEIRO)

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 292

11/08/2012 14:18:34

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 09

PD 11

PD 18

2

3

4

DECALCOMANIA

DECALCOMANIA

PD 08

1

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

AZULEJO DECALCOMANIA

15 X 15

15 X 15

15 X 15

14,5 X 14,5

DIMENSÃO (CM)

-

-

-

ALEMANHA

PROCEDÊNCIA

RUA SÃO PANTALEÃO, 303 (CENTRO)

RUA DO COQUEIRO, 53 (CENTRO)

BATENTES DAS JANELAS

PISO

PRAÇA DEODORO, 106 (CENTRO)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

PLATIBANDA

EM EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

PD: PADRÃO DECALCOMANIA • PE: PADRÃO ESTAMPILHA • PL: PADRÃO LISO • PMJ: PADRÃO MAJÓLICA • PM: PADRÃO MARMOREADO • PR: PADRÃO RELEVO • CE: CERCADURA ESTAMPILHA • CMJ: CERCADURA MAJÓLICA • FD: FRISO DECALCOMANIA • FR: FRISO RELEVO

1.2 Unidades de padrões já identificados no Inventário dos Azulejos de São Luís, localizados em novos endereços.

292

Inventário dos Azulejos.indd 293

11/08/2012 14:18:36

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 01

PE 03

PE 05

PE 07

PE 11

1

2

3

4

5

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

AZULEJO ESTAMPILHA

293

13,5 X 13,5

13,2 X 13,2

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

AV. JOÃO PESSOA, 419 (CUTIM)

RUA AVENIDA, 770 (SÃO JOSÉ DE RIBAMAR)

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

TARJAS

ADORNO

RUA TIRADENTES, S/N (CODOZINHO)

AV. GETÚLIO VARGAS, S/Nº

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA DO SOL, 567 (CENTRO)

PAINEL (JARDIM) EM EXPOSIÇÃO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 294

11/08/2012 14:18:38

ESTAMPILHA

PE 14

PE 16

PE 19

8

9

10

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 13

CÓDIGO

7

AZULEJO

PE 12

PADRÃO

6

ITEM

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

294

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

EM EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

AV. GETÚLIO VARGAS, 2640 (MONTE CASTELO) ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO

ADORNO

SILHAR EM EXPOSIÇÃO

CEMITÉRIO DO GAVIÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

RUA LUZIA BRUCE, 74 (FILIPINHO) RUA CATULO DA PAIXÃO CEARENSE, ENTRE 137 E 149 (MONTE CASTELO) RUA VENEZA, 67 (MONTE CASTELO RUA TEÓFILO DIAS, 134 (MONTE CASTELO) RUA RIACHUELO, 300 (JOÃO PAULO) IGREJA DA SÉ MUSEU DE ARTES VISUAIS

SEPULTURA

EM EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 295

11/08/2012 14:18:40

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 27

PE 32

PE 33

13

14

15

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 24

TÉCNICA

12

CÓDIGO

ESTAMPILHA

AZULEJO

PE 22

PADRÃO

11

ITEM

295

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

AV. JOÃO PESSOA, 351 (JORDOA) MUSEU DE ARTES VISUAIS

EM EXPOSIÇÃO

AV. JOÃO PESSOA, 240 (JOÃO PAULO) RUA ADELSON FERRO, 94/95 (MONTE CASTELO)

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA DO SOL, 567 (CENTRO). RUA TEÓFILO DIAS, 212 (MONTE CASTELO) RUA ADELSON FERRO, 94/95 (MONTE CASTELO) SÍTIO PIRANHENGA

LARGO DO CAROÇUDO, 136 (MADRE DEUS)

MESA

ADORNO

SILHAR

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

ADORNO

IGREJA DE SANTANA

SILHAR (PEÇA TROCADA)

RUA DO SOL, 567 (CENTRO)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

RUA DO SOL, 567 (CENTRO)

ENDEREÇO

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 296

11/08/2012 14:18:42

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 41

PE 45

PE 46

PE 47

17

18

19

20

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 34

16

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

296

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

SÍTIO PIRANHENGA

AV. GETÚLIO VARGAS, 35 (MONTE CASTELO)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

AV. GETÚLIO VARGAS, 179 (MONTE CASTELO)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO TAMANCÃO

SÍTIO PIRANHENGA

PAINEIS (CAPELA)

PÁTIO INTERNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 297

11/08/2012 14:18:44

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 56

PE 58

PE 60

PE 62

23

24

25

26

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 52

CÓDIGO

22

AZULEJO

PE 48

PADRÃO

21

ITEM

297

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,3 X 13,3

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO

EM EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

TRAVESSA DO PASSEIO, S/N (CODOZINHO)

ENDEREÇO

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 298

11/08/2012 14:18:46

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 69

PE 71

PE 72

PE 74

29

30

31

32

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 65

TÉCNICA

28

CÓDIGO

ESTAMPILHA

AZULEJO

PE 64

PADRÃO

27

ITEM

13 X 13

15 X 15

15 X 15

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13 X 13

DIMENSÃO (CM)

298

PORTUGAL

-

-

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RESERVA TÉCNICA

ADORNO

ADORNO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA MOURÃO RANGEL, 237 (MONTE CASTELO)

RUA CATULO DA PAIXÃO CEARENSE, 348 (MONTE CASTELO)

RUA DOS CRAVEIROS, 183 (CENTRO)

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

ADORNO

SÍTIO PIRANHENGA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EM EXPOSIÇÃO

ADORNO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 299

11/08/2012 14:18:48

MAJÓLICA

MAJÓLICA

PMJ 01

PMJ 02

2

299

14 X 14

14 X 14

DIMENSÃO (CM)

18 X 11,7

SEM DECORAÇÃO (BRANCO)

1

AZULEJO

15 X 15

SEM DECORAÇÃO (BRANCO)

TÉCNICA

PADRÃO

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

CÓDIGO

ITEM

AZULEJO MAJÓLICA

PL 08

CÓDIGO

2

AZULEJO

PL 06

PADRÃO

1

ITEM

AZULEJO LISO

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

INGLATERRA

-

PROCEDÊNCIA

SILHAR

EM EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA CONDE D’EU

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

RUA PAULINO SOUZA, 274 (MONTE CASTELO)

IGREJA DE SÃO JOÃO

SILHAR

FACHADA

RUA PAULINO SOUZA, 274 (MONTE CASTELO)

ENDEREÇO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 300

11/08/2012 14:18:50

PR 02

2

CÓDIGO

PR 01

PADRÃO

1

ITEM

AZULEJO

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

RELEVO COM PINTURA MANUAL

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

MARMOREADO

PM 02

2

AZULEJO RELEVO

MARMOREADO

PM 01

1

AZULEJO

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

AZULEJO MARMOREADO

300

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

ADORNO

RUA AFONSO PENA, 28 (CENTRO)

FACHADA

SITIO PIRANHEGA

RUA GRAÇA ARANHA, 88 (CENTRO)

SITIO PIRANHENGA

ADORNO

ENDEREÇO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

LOCAL DE APLICAÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

ENDEREÇO

EM EXPOSIÇÃO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 301

11/08/2012 14:18:52

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

CE 02

CE 03

CE 05

CE 06

2

3

4

5

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

CE 01

1

CERCADURA

TÉCNICA

PADRÃO

CÓDIGO

ITEM

CERCADURA ESTAMPILHA

301

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

SÍTIO PIRANHENGA

ADORNO EM EXPOSIÇÃO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

CEMITÉRIO DO GAVIÃO

SEPULTURA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TÉCNICA

EM EXPOSIÇÃO

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 302

11/08/2012 14:18:54

PADRÃO

PADRÃO

ESTAMPILHA

FE 02

TÉCNICA

2

CÓDIGO

DECALCOMANIA

FD 07

ESTAMPILHA

FRISO

TÉCNICA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

CÓDIGO

CE 13

CÓDIGO

FE 01

PADRÃO

FRISO

AZULEJO

1

ITEM

FRISO ESTAMPILHA

1

ITEM

FRISO DECALCOMANIA

6

ITEM

302

13,5 X 6,5

13,5 X 6,5

DIMENSÃO (CM)

15 X 7,5

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

-

PROCEDÊNCIA

-

PROCEDÊNCIA

RUA DE SANTANA, 184 (CENTRO). SITIO PIRANHENGA MUSEU DE ARTES VISUAIS RUA CONDE D’EU

SILHAR

ADORNO RESERVA TÉCNICA MESA

ENDEREÇO

RUA SÃO PANTALEÃO, 303 (CENTRO)

PISO DE ENTRADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

ENDEREÇO

RUA CONDE D’EU

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

MESA

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 303

11/08/2012 14:18:56

1

ITEM

PADRÃO

FR 03

CÓDIGO

FE 38

7

FRISO

ESTAMPILHA

FE 30

6

FRISO RELEVO

ESTAMPILHA

FE 12

5

14 X 7,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

303

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 6,5

13,5 X 6,5

13,5 X 6,5

13,5 X 6,5

13,5 X 6,5

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

FE 08

CÓDIGO

4

AZULEJO

FE 05

PADRÃO

3

ITEM

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

MUSEU DE ARTES VISUAIS

EM EXPOSIÇÃO

FACHADA (ANEXO)

LOCAL DE APLICAÇÃO

EM EXPOSIÇÃO

SILHAR

SILHAR

SÍTIO PIRANHENGA

ENDEREÇO

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RUA DO SOL, 230 (CENTRO)

AV. JOÃO PESSOA, 240 (JOÃO PAULO)

RUA ADELSON FERRO, 94 / 95 (MONTE CASTELO)

MUSEU DE ARTES VISUAIS

RESERVA TECNICA

FACHADA

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Inventário dos Azulejos.indd 304

11/08/2012 14:18:57

40 x 22 cm

Cerca de 35 cm x 20 cm

Pinha (04 peças)

Pinha (02 peças)

02

03

Dimensão

Local não acessível

Tipo de Peça

Pinha

Foto

01

Nº ORD

1.3 Peças Ornamentais de Cerâmica

Majólica

Majólica

Majólica

Técnica de Decoração

Brasil

Procedência

Portugal

Fortaleza (CE)Brasil

304

Bom

Bom

Bom

Estado Físico

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Muro

Muro

Telhado

Av. Casemiro Júnior, s/nAnil

Av. Gomes de Sousa, 480 Beira Mar

Local de Aplicação

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 305

11/08/2012 14:18:59

Dimensão

Cerca de 32 cm x 20 cm

38 cm x 26 cm

Aproximadam. 44 x 89 cm

Aproximadam. 45 x 22 cm

Pinha (02 peças)

Pinha (02 peças)

Pinha

Pinha

04

05

06

07

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Majólica

305

Marmoreado

Majólica

Majólica

Técnica de Decoração

Brasil

Portugal

Portugal

Brasil

Procedência

Bom

Regular

Péssimo

Bom

Estado Físico

Rua Barão de Bajé, s/n Apicum

Rua Afonso Pena, 213 Centro

Rua Afonso Pena, 213 Centro

Av. Brito Passos, 119 Olho D’Água

Endereço

Muro

Muro (quintal)

Varanda

Muro

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 306

11/08/2012 14:19:01

Local não acessível

Local não acessível

Pinha (02 peças)

Pinha (02 peças)

Pinha

Pinha

08

09

10

11 37,5 x 18 cm

50 x 32 cm

Dimensão

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Majólica

Majólica

Majólica

Majólica e Estampilha

Técnica de Decoração

306

Portugal

Portugal

-

Portugal

Procedência

Bom

Bom

Bom

Regular

Estado Físico

Muro

Jardim

Muro

Rua Domingos Perdigão, 125 - Apicum

Rua Genésio Rego, 185 Monte Castelo

Muro

Local de Aplicação

Rua Celso Magalhães, 23 Sítio Leal

Rua Cond’Eu, 68 Monte Castelo

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 307

11/08/2012 14:19:03

Dimensão

Possivelmente 45 x 26 cm

44 x 26 cm

44 x 26 cm

37 x 18 cm

Pinha (02 peças)

Pinha

Pinha (02 peças)

Pinha (02 peças)

12

13

14

15

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Majólica

Majólica

Majólica

Marmoreado

Técnica de Decoração

307

Portugal

Brasil

Bom

Bom

Bom

Regular

Fábrica Stº Antônio (Porto) Portugal

Brasil

Estado Físico

Procedência

Rua do Sol, 33 Centro

Na extremidade da Platibanda

Muro

Muro

Rua de São Pantaleão, 31 Centro

Rua de São Pantaleão, 31 Centro

Platibanda

Local de Aplicação

Rua do Passeio, 249 Centro

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 308

11/08/2012 14:19:05

Dimensão

Local não acessível

Cerca de 45 cm de altura

35 cm x 25 cm

Pinha

Pinha (02 peças)

Pinha (02 peças)

Pinha

16

17

18

19

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Majólica

Portugal

Portugal

Portugal

Vidrada sem decoração

Majólica

Procedência

Técnica de Decoração

308

Regular

Bom

Bom

Regular

Estado Físico

Jardim

Jardim

Sítio Piranhënga Bacanga

Platibanda

Telhado

Local de Aplicação

Praça Gonçalves Dias,351 Centro

Rua do Norte, 94 Centro

Rua do Sol, 413 Centro

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 309

11/08/2012 14:19:07

Pinha

Pinha

21

22

Tipo de Peça

Pinha

Foto

20

Nº ORD

Bom

Bom

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Majólica

Majólica

Aroximadam. 40 cm x 22 cm

Aproximadam. 40 cm x 22 cm

309

Regular

Portugal

Majólica e Estampilha

74 cm x 108 cm

Estado Físico

Procedência

Técnica de Decoração

Dimensão

Museu de Artes VisuaisCentro

Museu de Artes Visuais Centro

Sítio Piranhënga Bacanga

Endereço

Montra

Montra

Jardim

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 310

11/08/2012 14:19:09

Marmoreado

Regular

72 cm x 40 cm

25

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Pinha (02 peças)

Bom

40 cm x 22 cm

Pinha

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Estampilha Majólica

24

Bom

Marmoreado

Pinha

23

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Aproximadam. 45 cm x 28 cm

Estado Físico

Procedência

Técnica de Decoração

Dimensão

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

310

Museu Histórico Centro

Museu de Artes Visuais Centro

Museu de Artes VisuaisCentro

Endereço

Montra

Montra

Montra

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 311

11/08/2012 14:19:10

Dimensão

Local não acessível

Cerca de 80 cm x 25 cm

Cerca de 80 cm x 25 cm

Estátua femenina

Estátua “Inverno”

Estátua “Primavera”

26

27

28

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Vidrado sem decoração

Vidrado sem decoração

Vidrado sem decoração

Técnica de Decoração

311

Portugal

Péssimo

Péssimo

Péssimo

Fábrica Santo Antônio (Porto) Portugal

Portugal

Estado Físico

Procedência

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Av. Beira Mar, s/n Centro

Endereço

Jardim

Jardim

Em cima da Platibanda

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 312

11/08/2012 14:19:12

Dimensão

Cerca de 80 cm x 25 cm

Cerca de 90 cm x 30 cm

Cerca de 80 cm x 25 cm

Estátua “Verão”

Estátua Menino

Estátua “Inverno”

29

30

31

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Vidrado sem decoração

Vidrado sem decoração

Vidrado sem decoração

Técnica de Decoração

312

Portugal

Portugal

Portugal

Procedência

Regular

Péssimo

Péssimo

Estado Físico

Rua Afonso Pena, 213 Centro

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Endereço

Nicho em cima da janela

Jardim

Jardim

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 313

11/08/2012 14:19:14

Dimensão

Cerca de 80 cm x 25 cm

Local não acessível

Local não acessível

Estátua Feminina “Primavera”

“Diana deusa da guerra”

Estátua Feminina “Primavera”

32

33

34

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Vidrada sem decoração

Vidrada sem decoração

Vidrado sem decoração

Técnica de Decoração

313

Bom

Bom

Fábrica Santo Antônio (Porto) Portugal

Bom

Estado Físico

Portugal

Portugal

Procedência

Rua do Passeio Hospital Português

Rua do Passeio Hospital Português

Rua Afonso Pena, 213 Centro

Endereço

Muro

Muro

Nicho em cima da janela

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 314

11/08/2012 14:19:16

Dimensão

80 cm x 30 cm

+- 70 cm de altura

-

Estátua “Inverno”

Estátua “Diana”

Estátua “Verão”

35

36

37

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

Bom

Portugal “Fábrica Santo Antônio” (Porto)

Portugal

Vidrada sem decoração

Vidrada sem decoração

Regular

Bom

Portugal Fábrica Santo Antônio (Porto)

Vidrada sem decoração

Estado Físico

Procedência

Técnica de Decoração

314

Rua do Sol, 570 Centro

Praça Gonçalves Dias,351 Centro

Rua do Passeio Hospital Português

Endereço

Jardim Interno

Muro

Em cima da Platibanda

Local de Aplicação

Inventário dos Azulejos.indd 315

11/08/2012 14:19:18

Decalque

Majólica

44 cm x 27 cm

Cerca de 50 cm x 25 cm

Bengaleiro

40

315

Portugal

-

-

Vidrada sem decoração

Jarro Invertido

Procedência

Técnica de Decoração

39

Dimensão

-

Tipo de Peça

Estátua

Foto

38

Nº ORD

Regular

Regular

Péssimo

Estado Físico

Jardim

Muro

Rua de São Pantaleão, 31 Centro

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Jardim Interno

Local de Aplicação

Rua do Sol, 570 Centro

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 316

11/08/2012 14:19:19

Bengaleiro

Jarro

Leão

42

43

44

Tipo de Peça

Bengaleiro

Foto

41

Nº ORD

Técnica de Decoração

Majólica

Majólica

Majólica

Vidrada sem decoração

Dimensão

Cerca de 50 cm x 25 cm

Cerca de 50 cm x 25 cm

Cerca de 40 cm x 25 cm

Cerca de 55 x 40 x 30 cm

316

Portugal

Portugal

Portugal

Portugal

Procedência

Regular

Péssimo

Regular

Regular

Estado Físico

Jardim

Jardim

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Jardim

Jardim

Local de Aplicação

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 317

11/08/2012 14:19:21

53 cm x 19 cm

53 cm x 19 cm

Golfinho

Telha

Telha

46

47

48

Majólica

Majólica

Majólica

Vidrada sem decoração

Cachorro:40 x 30 x 25 cm, Pombo: 25 x 15 x 15 cm

Pombo e Cachorro

45

50 cm x 27 cm

Técnica de Decoração

Dimensão

Foto

Tipo de Peça

Nº ORD

317

Portugal

Portugal

Portugal

Portugal

Procedência

Regular

Bom

Bom

Regular

Estado Físico

Jardim

Chafariz do Jardim

Montra

Telhado

Rua Domingos Perdigão, 125 - Apicum

Museu de Artes Visuais Centro

Rua de Nazaré, 377 Centro

Local de Aplicação

Av. S. Rei de França, 164 Olho D’Água

Endereço

Inventário dos Azulejos.indd 318

11/08/2012 14:19:23

São Luís-MA Autor Desconhecido

Sagrado Coração de Jesus

03

Pintura de Mufla

Majólica

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

Pintura de Mufla

São Luís-MA Paulo César

Santo Antônio

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

02

ÍCONE DEVOCIONAL

São José das Laranjeiras

REGISTROS

01

Nº DE ORDEM

1.4 Registros localizados na área tombada

318

Rua Antônio Rayol 604

Rua da Alegria 323

Casa das Tulhas, Mercado da Praia Grande

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 319

11/08/2012 14:19:25

Autor Desconhecido Portugal

Origem Desconhecida

Sagrado Coração de Jesus e Maria

Sagrado Coração de Jesus

06

07

319

Autor Desconhecido Portugal

Sagrado Coração de Maria

Majólica

Majólica

Majólica

Pintura de Mufla

05

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

São João Batista

REGISTROS

04

Nº DE ORDEM

Rua da Cruz 231

Rua da Cruz 160

Rua da Cruz 156

Rua do Coqueiro 279

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 320

11/08/2012 14:19:27

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Santo Antônio

Santo Antônio

09

10

11

ÍCONE DEVOCIONAL

Sagrado Coração de Jesus

REGISTOS

08

Nº DE ORDEM

Majólica

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Origem Desconhecida

Portugal - Autor Desconhecido

ORIGEM

320

Rua Jansen Muller 89

Rua da Inveja 180

Rua da Inveja 170

Rua da Cruz 186

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 321

11/08/2012 14:19:29

Portugal – Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Fátima

15

321

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São José

14

Majólica

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Majólica

13

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Portugal – Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

12

Nº DE ORDEM

Rua Rio Branco 407

Rua do Ribeirão 226

Rua do Norte 111

Rua de Santana 492

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 322

11/08/2012 14:19:30

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor não identificado

São Luís-MA Autor não identificado

Pe. Antônio Vieira

Santo Antônio

17

18

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTROS

16

Nº DE ORDEM

322

Rua do Rancho, 168 Centro

Rua do Rancho, 110 Centro

Travessa Couto Fernandes, 83

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 323

11/08/2012 14:19:32

Majólica

Majólica

Pintura de Mufla

Portugal – Autor Não Identificado

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

São Luis – MA Autor Desconhecido

Cartela Informativa

Santo Antônio

Santa Rita de Cássia

01

02

03

323

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

1.5 Registros localizados na área não tombada

Av. João Pessoa, 369 Jordoa

Av. João Pessoa, 351A Jordoa

Av. João Pessoa,419

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 324

11/08/2012 14:19:34

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Cosme e Damião

São José

Nossa. Senhora de Fátima

São Benedito

04

05

06

07

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

324

Av. Newton Belo, 557 Monte Castelo

Av. Newton Belo, 517 Monte Castelo

Av. Newton Belo, 471 Monte Castelo

Av. João Pessoa, 351 Jordoa

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 325

11/08/2012 14:19:36

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Santa Luzia

11

325

Pintura de Mufla

Autor não Identificado

Nossa Senhora das Graças

10

Pintura de Mufla

Autor não Identificado

Nossa Senhora da Conceição

Pintura de Mufla

09

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTROS

08

Nº DE ORDEM

Av. Venceslau Brás, 106 Camboa

Av. Venceslau Brás, 15 Camboa

Av. Santos Dumon, 39 Anil

Av. Newton Belo, 557 Monte Castelo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 326

11/08/2012 14:19:37

São Jorge

São Francisco de Assis

Santo Antônio

13

14

15

ÍCONE DEVOCIONAL

São Cosme e Damião

REGISTROS

12

Nº DE ORDEM

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Majólica

Majólica

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Portugal – Autor Desconhecido

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

326

Av. Getúlio Vargas, 1710

Av. Getúlio Vargas, 1839

Av. Venceslau Brás, 106 Camboa

Av. Venceslau Brás, 106 Camboa

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 327

11/08/2012 14:19:39

“M. Artes” Rio de Janeiro

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora de Fátima

Sagrada Família

São José

16

17

18

19

Majólica

“M. Artes” Rio de Janeiro

327

Pintura de Mufla

Majólica

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

São Luís-MA Autor Desconhecido

Portugal – Autor Desconhecido

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Caminho da Boiada, 285

Av. Senador João Pedro, 51 Canto da Fabril

Av. Getúlio Vargas, 2357

Av. Getúlio Vargas, 223

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 328

11/08/2012 14:19:41

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Fátima

Sagrada Família

22

23

Majólica

Possivelmente Português

Nossa Senhora de Fátima

Majólica

21

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

“M. Artes” Rio de Janeiro

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

20

Nº DE ORDEM

328

Rua 1º de Maio, 210 Monte Castelo

Rua 1º de Janeiro, 191 Monte Castelo

Caminho da Boiada, 391

Caminho da Boiada, 296

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 329

11/08/2012 14:19:43

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Benedito

Nossa Senhora da Conceição

26

27

329

Majólica

Porto - Portugal

Nossa Senhora das Graças

25

Pintura de Mufla

Majólica

Portugal - Fábrica “Cavaco/Gaia”

Nossa Senhora de Fátima

24

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Afonso Celso, 70

Rua Afonso Celso, 44

Rua Adelson Ferra 61 ou 38 Monte Castelo

Rua 18 de Novembro, 51 Sítio do Meio

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 330

11/08/2012 14:19:44

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luis – MA “Sandro”

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Sagrado Coração de Jesus

São Cosme e Damião

Nossa Senhora do Carmo

São José de Ribamar

28

29

30

31

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

330

Rua Alípio Durans, 128 João Paulo

Rua Alípio Durans, 128 João Paulo

Rua Alencar Campos, 37 Vila Bessa

Rua Alencar Campos, 27 Vila Bessa

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 331

11/08/2012 14:19:46

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Lourdes

34

331

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor: “Elyan”

São Judas Tadeu

33

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Fátima

32

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Armando Vieira, 47 Apeadouro

Rua Antônio Bayma, 410 João Paulo

Rua Alípio Durans, 128 João Paulo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 332

11/08/2012 14:19:48

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Santo Antônio

Santo José

Nossa Senhora das Graças

36

37

38

Pintura de Mufla

Majólica

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTROS

35

Nº DE ORDEM

332

Rua Belo Horizonte, 24 Vila Bessa

Rua Astolfo Marques, 232 Apeadouro

Rua Astolfo Marques, 232 Apeadouro

Rua Astolfo Marques, 160 Apeadouro

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 333

11/08/2012 14:19:50

Pintura de Mufla

Majólica

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Origem e Autor Desconhecidos

Portugal - Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Jorge

São José

Sagrado Coração de Jesus

São José

39

40

41

42

333

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Conde D’eu, 64 Monte Castelo

Rua Catulo da Paixão Cearense, 349

Rua Catulo da Paixão Cearense, 73 ou 13

Rua Carlos Gomes, 129 Vila Passos

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 334

11/08/2012 14:19:51

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Portugal Autor Desconhecido

Nossa Senhora da Conceição

Sagrado Coração de Jesus

Nossa Senhora de Fátima

Nossa Senhora das Graças

43

44

45

46

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

334

Majólica

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Rua Euclides da Cunha, 81 Codozinho

Rua Cristóvão Colombo, 107 Diamante

Rua Creme, 56 Monte Castelo

Rua Creme, 48 Monte Castelo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 335

11/08/2012 14:19:53

Majólica

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

São Joaquim

50

335

Majólica

Portugal – Autor Desconhecido

Nossa Senhora do Carmo

49

Majólica

Autor: “Frazão”

Nossa Senhora de Fátima

Pintura de Mufla

48

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

47

Nº DE ORDEM

Rua Genésio Rêgo, 201 Monte Castelo

Rua Genésio Rêgo, 173 Monte Castelo

Rua Euclides da Cunha, 224 Codozinho

Rua Euclides da Cunha, 131 Codozinho

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 336

11/08/2012 14:19:55

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São José de Ribamar

São Jorge

Nossa Senhora da Conceição

52

53

54

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

51

Nº DE ORDEM

336

Rua Itabira, 48 Vila Bessa

Rua da Glória, 186 Monte Castelo

Rua Getúlio Vargas, 409 João Paulo

Rua Getúlio Vargas, 09 João Paulo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 337

11/08/2012 14:19:57

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São José

São Francisco das Chagas

57

58

337

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Santa Teresinha

56

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Fátima

55

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Paulo Frontim, 268 Monte Castelo

Rua Luzia Bruce, 74 Filipinho

Rua Luzia Bruce, QD 15, C20 Filipinho

Rua Luzia Bruce, QD 15, C15 Filipinho

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 338

11/08/2012 14:19:59

Majólica

Majólica

“M. Artes” Rio de Janeiro

Fábrica “Aleluia/Aveiro” Portugal

Nossa Senhora da Conceição

São José

Nossa Senhora (?)

60

61

62

Majólica

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Jorge

59

Não Identificada

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

338

Rua Mourão Rangel, 237 Monte Castelo

Rua Martim Afonso, 92 Monte Castelo

Rua Martim Afonso, 85 Monte Castelo

Rua Martim Afonso, 45 Monte Castelo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 339

11/08/2012 14:20:00

Pintura de Mufla

“M. ARTES” - Rio

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora da Conceição

Santo Antônio

65

66

339

Majólica

São Luís-MA Autor Desconhecido

Imagem do santo depredada

64 Pintura de Mufla

Majólica

Português Autor não identificado

Nossa Senhora das Graças

63

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Oswaldo Cruz 1611

Rua Oliveira Lima, 91 Lira

Rua Oliveira Lima, 83 Lira

Rua Odilon Soares, 110 Monte Castelo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 340

11/08/2012 14:20:02

Não Identificado

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora de Fátima

Nossa Senhora da Conceição

69

70

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Não identificado

Majólica

68

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Português Autor não identificado

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antîonio

REGISTOS

67

Nº DE ORDEM

340

Travessa Iracema, 270 Monte Castelo

Rua Silvio Romero, 168 Monte Castelo

Rua Raimundo Correia, 116 Monte Castelo

Rua Riachuelo, 300 João Paulo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 341

11/08/2012 14:20:04

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor: “Elyan”

São Luís-MA Autor Desconhecido

Santo Antônio

São Pedro

São Jorge

72

73

74

341

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

71

Nº DE ORDEM

Rua Primavera, 58 Monte Castelo

Rua Primavera, 51 Monte Castelo

Rua Paulo Krugger de Oliveira, 03 – Vila Bessa

Rua Padre Manoel da Nóbrega, 149 - Apeadouro

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 342

11/08/2012 14:20:06

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor: “Paulo César”

São Luís-MA Autor Desconhecido

Sagrada Família

Nossa Senhora da Conceição

77

78

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora da Conceição

Pintura de Mufla

76

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Santo Antônio

REGISTOS

75

Nº DE ORDEM

342

Rua Sotero dos Reis, 124 João Paulo

Rua Sotero dos Reis, 106 Vila Bessa

Rua Santa Helena, 134 João Paulo

Rua Rubem Goulat, 137 Monte Castelo

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 343

11/08/2012 14:20:07

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São José

82

343

Decalcomania E Serigrafia

Origem Desconhecida

Sagrado Coração de Maria

81

Majólica

Portugal – Autor Desconhecido

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Sagrada Família

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

80

ÍCONE DEVOCIONAL

São José

REGISTOS

79

Nº DE ORDEM

Av. Gonçalves Dias, 362 São José de Ribamar

Av. Gonçalves Dias, 351 São José de Ribamar

Av. Gonçalves Dias, 351 São José de Ribamar

Av. Gonçalves Dias São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 344

11/08/2012 14:20:09

Jesus Cristo

São José de Ribamar

São José

84

85

86

ÍCONE DEVOCIONAL

São José de Ribamar

REGISTOS

83

Nº DE ORDEM

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA “Da Vince”

São Luís-MA Autor Desconhecido

344

Rua de Santana, 95 São José de Ribamar

Rua Amadeu Freitas, 23 São José de Ribamar

Rua Amadeu Freitas, 28 São José de Ribamar

Praça São José, 135 São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 345

11/08/2012 14:20:11

São José de Ribamar

São José de Ribamar

São José de Ribamar

88

89

90

ÍCONE DEVOCIONAL

São José de Ribamar

REGISTOS

87

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA “Da Vince”

São Luís-MA Autor Desconhecido

345

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

Rua Menino Deus, s/n São José de Ribamar

Rua Menino Deus, 67 São José de Ribamar

Rua Menino Deus, 187 São José de Ribamar

Rua Menino Deus, 177 São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 346

11/08/2012 14:20:13

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA “Paulo César”

São José de Ribamar

Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora da Conceição

92

93

94

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

ÍCONE DEVOCIONAL

Sagrada Família

REGISTROS

91

Nº DE ORDEM

346

Praia de Panaquatira

Rua Vicente Maia, 13 Paço do Lumiar

Rua Zeca Lima, 23 São José de Ribamar

Rua Modesto de Sousa, 397 São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 347

11/08/2012 14:20:15

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Não Identificado

São José

97

347

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Santo Antônio

96

Santa Rita de Cássia

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

São José

95

98

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTOS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Rua Mourão Rangel, entre 105 e 115 – Monte Castelo

Travessa Belira, 06

Praça da República, 158 Diamante

Largo do Caroçudo, 40

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 348

11/08/2012 14:20:16

ORIGEM

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

São Luís-MA Autor Desconhecido

Recife-PE DECORART

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

01

02

03

04

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

1.6 Registros localizados nos cemitérios

348

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 349

11/08/2012 14:20:18

São Luís-MA Autor Desconhecido

Nossa Senhora de Nazaré

São Benedito

São José

São José

05

06

07

08

349

Origem Desconhecida

Origem Desconhecida

Origem Desconhecida

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

Cemitério do Gavião

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 350

11/08/2012 14:20:20

Origem Desconhecida

Origem Desconhecida

Anjo

Sagrado Coração de Jesus

São José

09

10

11

Origem Desconhecida

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

350

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

Pintura de Mufla

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 351

11/08/2012 14:20:22

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Jesus Cristo

14

351

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Painel com Nossa Senhora e Menino Jesus

13

Pintura de Mufla

São Luís-MA Autor Desconhecido

Painel da Sagrada Família

12

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

Cemitério Municipal de São José de Ribamar

ENDEREÇO

Inventário dos Azulejos.indd 352

11/08/2012 14:20:24

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

Inventário dos Azulejos da Ilha de São Luís - 2005 -

Mapas do Levantamento

353

Inventário dos Azulejos.indd 353

11/08/2012 14:20:27

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

354

Inventário dos Azulejos.indd 354

11/08/2012 14:20:29

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

TRECHO 1

TRECHO 2

TRECHO 3

RUAS PERCORRIDAS NA PESQUISA DE CAMPO NO 1º TRECHO CENTRO ATÉ MONTE CASTELO

LEGENDA RUAS PERCORRIDAS LIMITE DOS BAIRROS

355

Inventário dos Azulejos.indd 355

11/08/2012 14:20:31

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

356

Inventário dos Azulejos.indd 356

11/08/2012 14:20:33

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

TRECHO 1

TRECHO 2

TRECHO 3

RUAS PERCORRIDAS NA PESQUISA DE CAMPO NO 2º TRECHO APEADOURO ATÉ OUTEIRO DA CRUZ

LEGENDA RUAS PERCORRIDAS LIMITE DOS BAIRROS

357

Inventário dos Azulejos.indd 357

11/08/2012 14:20:33

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

358

Inventário dos Azulejos.indd 358

11/08/2012 14:20:34

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

TRECHO 1

TRECHO 2

TRECHO 3

RUAS PERCORRIDAS NA PESQUISA DE CAMPO NO 3º TRECHO SANTO ANTÔNIO ATÉ CRUZEIRO DO ANIL

LEGENDA RUAS PERCORRIDAS LIMITE DOS BAIRROS

359

Inventário dos Azulejos.indd 359

11/08/2012 14:20:35

A-16

A-17

A-18

A-19

A-20

A-21

Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

O-05

O-04

O-03

O-02

A-14

A-13

A-12

A-10

A-15

O-06

A-22

A-23

VARANDA

PIA BATISMAL

O-31 O-32

A-11

RESIDÊNCIA

O-30

O-01

A-24

A-25

ESPAÇO CULTURAL (COBERTURA DE PALHA)

A-09

VARANDA

A-01

A-02

A-03

A-04

A-05

A-06

A-07

A-08

PIN PINHA 02 Azulejo

JARDIM + 35cm do chão

+ 15cm do chão

MURETA DO JARDIM

A-44

A-45

A-43

A-42

+ 35cm do chão

A-41 + 15cm do chão

O-29

A-39

A-40

A-38

A-37

+ 35cm do chão

A-36 + 15cm do chão

A-34

A-35

A-33

A-32

A-31

+ 35cm do chão

+ 15cm do chão

A-29

A-30

A-28

A-27

A-26

A-47 A-49

A-46

O-33

A-48

A-50 A-51

PATAMAR DA ESCADA 2

A-52 A-53

PATAMAR DA ESCADA 1

O-34

A-54 A-55 A-56

A-57 A-58

A-59

A-60

A-61

A-63 A-62

360

Inventário dos Azulejos.indd 360

11/08/2012 14:20:36

C

9

Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

O-07

O-08 P-05

O-11

P-06 P-07

O-21 O-24

ADORNO

P

PAINEL

O

ORNATO

ADORNO COM 4 AZULEJOS ADORNO COM 1 AZULEJO

P-08

O-10

A

LEGENDA 2

PAINEL/ORNATO/FACHADA ORNATO (PEITORIL DA VARANDA)

A-10

O-28

O-25

O-27

O-26

A-09 A-07

LEGENDA 1

ADORNO DE FRISO (LOSANGOS)

O-09

O-04 O-05

O-20 O-18

CAPELA

PLANTA BAIXA ESQUEMÁTICA DE LOCALIZAÇÃO DOS AZULEJOS INVENTARIADOS NO SÍTIO PIRANHENGA

O-23

O-19 O-22

O-13

O-16

O-15 O-17

ALTAR

P-01

O-03

O-02

O-06

VARANDA

A-11

O-01

O-12

P-02

O-14

P-03

P-04

A-08

ORNATO (BASE DA PIA DA CAPELA)

FACHADA

ORNATO (COLUNAS DA PIA BATISMAL) ORNATO (BORDA DA PIA BATISMAL)

PINHA 01

ORNATO (BASE DA PINHA DO JARDIM)

PADRÕES ENCONTRADOS NO SÍTIO PIRANHËNGA Azulejo

Código

Técnica

Dimensão

Procedência

Local de Aplicação

Azulejo

Código

Técnica

Dimensão

Procedência

Local de Aplicação O-06 Peitoril da varanda

PE 01

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-15 Interior da varanda

PE 87

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

O-27 Base da pinha em frente à Capela Fachada recuada da Capela O-34 Patamar da escada 01

A-12 até A-14 Interior da varanda PE 05

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-06 Base da coluna da varanda

PMJ 17

Majólica

13,5 X 13,5

Portugal

Fachada recuada da Capela O-25 - Base da pinha em frente à Capela O-10, 11, 12, 15, 16, 19, 20, 23 e 24 Interior da Capela O-04 Peitoril da varanda

PR 01

Relevo

13,5 X 13,5

Portugal

Fachada da Capela

PR 02

Relevo

13,5 X 13,5

Portugal

Fachada da Capela

CE 06

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-08 Base da coluna da varanda

CE 18

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

O-26 - Base da pinha em frente à Capela A-29 e A-38 Mureta do jardim

CE 18 PC

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

O-03 e O-05 Peitoril da varanda

CE 19

Estampilha

O-29 Base da pinha do jardim

PE 07

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

PE 11

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-07 Base da coluna da varanda

O-30 Borda da pia batismal O-33 Patamar da escada 02 A-46 até A-63 - Patamar da escada 02

PE 16

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

PE 22

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-05 Base da coluna da varanda

A-28 - Mureta do jardim A-04 Base da coluna da varanda

Fachada recuada da Capela O-03 e O-05 Peitoril da varanda

A-26 e A-41 Mureta do jardim PE 27

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-34 - Mureta do jardim

Fachada recuada da Capela A-45 Mureta do jardim O-34 Patamar da escada 01

PE 32

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-43 - Mureta do jardim

O-09 Base da pia da Capela O-31 e O-32 Colunas da pia batismal P-01 até P-08 Interior da Capela O-17 e O-18 - Interior da Capela A-02 Base da coluna da varanda A-27 Mureta do jardim O-34 Patamar da escada 01

PE 34

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

PE 47

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-03 Base da coluna da varanda

13,5 X 13,5

Portugal

O-28 - Base da pinha em frente à Capela O-03 e O-05 Peitoril da varanda O-01 Peitoril da varanda

CMJ 10

Majólica

14 X 14

Portugal

CMJ 10 CP

Majólica

14 X 14

Portugal

A-11 Interior da varanda

CMJ 11

Majólica

14 X 14

Portugal

A-31, A-36, A-40 e A-44 Mureta do jardim

CMJ 19

Majólica

14 X 14

FE 01

Estampilha

13,5 X 6,5

Portugal

FR 03

Relevo

13,5 X 6,5

Portugal

FR 08

Relevo

14 X 6,8

O-13, O-14, O-21 e O-22 Interior da Capela

A-35 Mureta do jardim A-10 Base da coluna da varanda PE 58

Estampilha

13,5 X 13,5

Portugal

A-37 Mureta do jardim A-39 Mureta do jardim A-33 Mureta do jardim

A-01 Base da coluna da varanda PE 69

Estampilha

13,5 X 13,5 A-30 Mureta do jardim O-02 Peitoril da varanda

PE 80

Estampilha

13,5 X 13,5

França

Fachada recuada da Capela A-32 Mureta do jardim

A-16 até A-21 Parte posterior da casa Fachada da Capela Fachada recuada da Capela O-07 e O-08 Interior da Capela

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Inventário dos Azulejos das Cidades Históricas do Maranhão - 2006 -

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão



12

AZULEJOS NO BRASIL

Valflôr da Conceição Louzeiro Oliveira

O

azulejo tem uma origem longínqua e um extenso trajeto, tanto histórico como geográfico, chegou até nós através da Pe-

nínsula Ibérica, especialmente Portugal. Sua produção se iniciou nos países da Europa como Espanha, Holanda e Itália, mas foi em Portugal que o azulejo começou a ser fabricado com características próprias, a partir do século XV. “Desde o século XV, que o azulejo está intimamente ligado a história do povo português”. (Azulejo de Fachada em Lisboa. (VELOSO E ALMASQUÉ, 1979, p. 13). Lisboa foi o principal produtor de azulejos e a

Beco do Largo do Carmo, 98, Alcântara

que mais contribuiu para a divulgação deste material

Nessa época o azulejo se destinava a revestir as

decorativo em escala continental, insular e colonial.

superfícies interiores, raras vezes eram colocados para

Desempenhou papel primordial desde os meados do

decorar varandas, escadarias e exteriores de jardins.

século XVI até início do século XIX.

Tradição que se mateve ao longo dos séculos XVII e

Durante os séculos XVII e XVIII, Portugal

XVIII.

produziu em suas olarias inúmeros painéis destinados

Há uma grande polêmica sobre onde primeiro se

a revestir igrejas e palácios das ilhas Atlânticas dos

utilizou o azulejo para revestimento de fachadas: se foi

Açores e Madeiras e também do Brasil. Nesse período

no Brasil ou em Portugal. Embora não haja consenso

foram produzidos os dois maiores conjuntos azulejares

sobre esse fato, parece ter sido aqui, em nosso país,

jamais feitos em Portugal, um para o Mosteiro de São

segundo alguns autores, que pela primeira vez foram

Vicente de Fora em Lisboa (Portugal) e outro para o

aplicados azulejos na fachada.

Convento de São Francisco em Salvador (Bahia).

“É porém no Brasil, e ainda nos meados do séc.

“No Brasil são inúmeros os exemplares, como no

XVIII, que o azulejo sai dos interiores e vai também

Convento de Santo Antônio (Recife), no Convento de

vestir as fachadas”. (KNOFF, 1986, p. 11).

Ipojuca (Pernambuco), na Igreja Matriz de Cachoeira e no Convento de Santo Antônio, em São Francisco

Portugal atravessava um dos períodos mais críticos

do Conde (Bahia)” OCEANOS – Azulejos Portugal e

de sua história, por consequência três fatos marcaram

Brasil, número 36/37, Outubro de 1998 / Março 1999,

a evolução das olarias portuguesas: A Invasão Francesa,

p. 10.

a Independência no Brasil e a abertura de Portos

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Brasileiros ao comércio livre com outros países, fato

abastecerem todo o território continental e também o

este que deixava o Brasil livre para importar azulejos de

Brasil, no nosso país o azulejo estendeu-se ao longo do

países como Holanda, Inglaterra, França, Alemanha,

litoral brasileiro, que abrange desde Belém do Pará até

Bélgica e Espanha.

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul passando por São Luís e Alcântara (Maranhão), João Pessoa (Paraíba),

Foi o século XVIII que marcou o fim da

Olinda (Recife), Goiânia, Igarassú (Pernambuco),

utilização suntuosa do azulejo. A industrialização, o

Maruim, Laranjeiras e Estância (Sergipe), Maceió

desenvolvimento dos produtos seriados, através das

(Alagoas), Salvador, Santo Amaro e Cachoeira (Bahia),

estampilhas e o surgimento de novas fábricas, tanto em

Rio de Janeiro e Santos (São Paulo).

Lisboa como no Porto. Em Lisboa surgiram as fábricas Constância, Sacavém, Desterro, Roseira e Viúva

A azulejaria portuguesa teve seu apogeu no século

Lamego. Na região do Porto as Fábricas Massarelos,

XVIII e seu declínio no século XIX. Um dos fatores

Carvalhinho, Santo Antônio, Vale da Piedade e

que contribuiram para o declínio do azulejo foi o

Devesas.

aparecimento do papel de parede, inventado pelos franceses.

Esses dois centros produtores de azulejos,

Rua da Manga, 162

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São Luís e na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em

12.1 Azulejos no Maranhão

Alcântara. O pesquisador diz também que a primeira edificação civil que recebeu azulejos em São Luís

Em 1755 foi fundada a Companhia do Comércio

foi um sobrado na Rua Oswaldo Cruz, em 1800. Os

do Grão Pará e Maranhão, pelo Marques de Pombal,

primeiros registros de importação de azulejos para o

que criou leis que desfavoreciam os Jesuítas. Em 1760,

Maranhão são do ano de 1778, vindos de Lisboa no

Pombal autorizou que fossem confiscados todos os

valor total de 4.296$080.

bens dos Jesuítas, alegando que estes se tornaram ricos, escravizando os índios e exportando cacau e cravo,

“Conforme dados da “Balança Geral do Comércio

produtos estes que só poderiam ser comercializados

de Portugal, nos anos 1776 à 1800”, no ano de 1778,

pela Metrópole, mas sem nenhum lucro para o Estado.

chegaram a São Luís, cerca de 107.402 peças”. (Azulejaria no Maranhão – Domingos Vieira Filho,

Antes da criação da Companhia do Grão Pará e

1978, p. 1). Assim sendo, de acordo com este registro,

Maranhão, o Estado do Maranhão viveu um período

conclui-se que foi no século XVIII que se iniciou a

prolongado de economia de subsistência e abandono.

utilização do azulejamento interno em São Luís; isto

Em virtude dessa situação econômica por que

se refere aos azulejos de padrão antigo, muito utilizado

atravessava o Estado, este não havia condições

em silhares nas igrejas. Por sua vez, o azulejamento

financeiras para importar azulejos de Portugal, a não

de fachadas chegou ao Maranhão a partir do século

ser que fossem encomendas feitas pelos Jesuítas para

XIX, por volta do ano de 1840, surgindo, assim, uma

as suas edificações, pois eram eles que controlavam a

nova utilização do azulejo, que passou a revestir

economia da região na época.

vastas superfícies exteriores de edifícios religiosos

Segundo os historiadores e pesquisadores da Arte

e civis. No entanto, é sobretudo a integração do

Azulejar, o Maranhão só recebeu azulejos a partir

azulejo na Arquitetura urbana, que exerce um papel

da segunda metade do século XVIII, isto é, para

simultaneamente funcional e decorativo constituindo-

resvestimento interno. Quanto ao revestimento de

se parte importante do nosso patrimônio histórico e

fachada só começou no século XIX. Época aproximada

cultural.

da utilização do azulejo na Brasil, período em que foram estabelecidos os laços comerciais entre Brasil e Portugal, após a independência do Brasil. Com a separação das Companhias do Grão Pará e Maranhão em 1772, os Estados se tornaram economicamente desenvolvidos colocando Belém (Pará) na frente de São Luís. No ano de 1776, o Convento de Santo Antônio em Belém recebeu azulejos de Portugal para o revestimento interno. Quatro anos depois (1780), chegou também de Portugal uma nova remessa de azulejos para o revestimento interno das capelas. Segundo

o

pesquisador

Santos

Simões,

o

Maranhão recebeu azulejos portugueses em 1790, para o revestimento interno do antigo convento franciscano da Igreja de Santana e da Igreja do Rosário, ambas em

Rua do Sol, 211

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13

AZULEJOS DE ALCÂNTARA Margareth Gomes de Figueiredo Domingos de Jesus Costa Pereira

A

lcântara, antiga aldeia Tapuitapera dos índios tupinambás, Capitania de Cumã, elevada à categoria de vila em 1648, com o

nome “Santo Antônio de Alcântara”, em homenagem a uma das aldeias portuguesas. É uma das poucas cidades históricas brasileiras que conserva o seu valioso acervo arquitetônico, remanescente dos séculos XVIII e XIX, praticamente inalterado. A cidade de Alcântara, assim como São Luís, teve seu apogeu em meados do século XIX, período de florescimento econômico do Maranhão, através da agro-exportação do algodão, arroz e açúcar. O empreendimento que enriqueceria o Maranhão nos séculos XVIII e XIX se iniciou em 1755, com a criação, pelo Marquês de Pombal, da Companhia do Grão-Pará e Maranhão.

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Principal sede da aristocracia rural maranhense, ainda guarda até os dias atuais, a malha urbana do seu traçado inicial, sólidas construções de pedra e cal, que registram a memória do que foi um dia esse passado glorioso. São sobrados e moradas com mirantes, sacadas guarnecidas por gradis de ferro forjado com belos desenhos, ombreiras e portadas em lioz procedentes de Portugal. Alguns desses imóveis localizados no Largo da Matriz de São Matias, Rua de Baixo, Rua Grande, Rua Direita e Igreja do Carmo, apresentam azulejos antigos no seu interior e fachada. O tempo também deixou sua marca nas ruínas da Rua da Amargura, nos Palácios da Rua Grande, Matriz de São Matias e igreja de São Francisco de Assis.

Santo, que acontece todo ano no mês de maio, é uma mistura de devoção ao Divino com homenagem ao Império e sua corte, lembrando o tempo em que era uma rica cidade do imperial.

A cidade histórica de Alcântara, tombada como monumento nacional em 1948, possui como um dos seus mais valiosos bens culturais, os alcantarenses, suas devoções, festas e culinária. A festa Divino Espírito

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13.1 Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Alcântara Painéis da Nave e da Capela Nosso Senhor dos Passos

Painel da nave - Azulejos de tapete

A igreja de Nossa Senhora do Carmo de Alcântara possui o maior acervo azulejar de procedência portuguesa das igrejas do Maranhão, que caracteriza a importância sócioeconômica e cultural da cidade no período colonial. O azulejo despertou a sensibilidade dos artistas para a arte pictórica de grandes painéis, que tiveram funções importantíssimas nos revestimentos arquitetônicos para decorar palácios e igrejas. Tornouse símbolo de nobreza e acompanhou os colonizadores a bordo dos navios para embelezar outras cidades além-mar.

monocromia, com os magníficos painéis historiados, obras dos grandes pintores. A arte azulejar refloresceu com a policromia no Rococó, ostentando concheados, curvas, motivos florais, etc. No período de mudança para o neoclássico, surgiram os painéis do tipo almofadados marmoreados e logo deram continuidade a padronagens de tapete. São essas espécies de azulejos que compõem o belíssimo silhar da Igreja do Carmo de Alcântara, que está dividido em vinte e cinco painéis: dezoito na Nave, catorze destes são do tipo almofadado, quatro de padrão e outros sete revestem a capela lateral, todos de padronagem de estilo pombalino do final dos século XVIII, de “fabricação corrente das oficinas de Lisboa” (Santos Simões).

Durante séculos, ele incorporou os movimentos culturais da época, aderiu ao gosto barroco, com expressão máxima de ilusionismo óptico da

Painel da nave - Almofadado

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Painel da capela – azulejos de tapete

Painel Almofadado Marmoreado O

silhar

da

Nave

forma

catorze

painéis

girassol. As laterais dos almofadões são decoradas com

almofadados que apresentam composições azulejares

ramicelos de folhas verdes, flores amarelas, haste violeta

diferentes das padronagens, são separados por uma

e um laço azul na parte superior, os ramos originais

barra vertical, com uma única peça de largura na cor

foram divididos ao meio, certamente por restauradores

roxa. Este tipo de alizar tem decoração simples em

e decoram treze dos catorze painéis, apenas dois

azul e branco, sobrepondo almofadas amarelas com

possuem o arranjo completo, demonstrando a

manchões azulados, no sentindo horizontal, com

harmonia das cores na arte neoclássica.

tamanhos variados, entre quatro e nove azulejos de

Os painéis são emoldurados com cercaduras, que

comprimento, por quatro de largura. Contornadas

apresentam decorações diferentes, a parte interior

por linhas grossas e finas em perspectivas de cor azul

esponjada e exterior em majólica com frisos ovalados,

e branco, ornadas por pequenas conchas, aplicadas

nuanças azuladas, contornados por linhas retas azuis

no meio das molduras superiores, inferiores e nas

e brancas. Esta guarnição é registrada com bastante

verticais, com volutas amarelas e azuladas de onde

frequência no contorno de vários tipos de silhares deste

sobem e descem folhas verdes de acanto.

período, nos revestimentos do Maranhão. O rodapé é

No centro das almofadas existem florões com 32

formado por três azulejos de altura, marmoreado de

pétalas em azul e branco e o núcleo pontilhado em

cor manganês.

amarelo, imitando as sementes do vertículo floral do

Detalhe do florão Painel almofadado marmoreado

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Painéis de Padronagem de Tapete

Painel de padronagem de tapete

Os painéis de padronagem de tapete são do estilo pombalino, policromado com motivos fitomórfitos do último quartel do século XVIII. Os azulejos são decorados na técnica estampilha com retoque manual; apresentam segmentos de retas amarelos e roxos, que têm origem no centro da peça e prolongam-se ao ângulo do quadrado, entrelaçado por ramicelos de trepadeira; a composição das unidades de padrão formam linhas transversais, que se unem constituindo losangos e servem de suportes para os ramos de folhas pequenas e verdes. No interior de cada painel existe uma flor estilizada ou uma estrela com doze pontas agudas, também amarela e roxa, em alternância e bem contornadas; no núcleo azul pontilhado, destaca-se uma circunferência branca; a figura floral está envolvida por uma espécie de corrente, com os elos pintados com a mesma tonalidade das pétalas, o

Detalhe da flor estilizada ou estrela

círculo fecha com um laço verde. O conjunto preconiza a arte neoclássica. O silhar da Nave contém o mesmo tipo de cercadura em todos os painéis de padronagem e almofadados, enquanto o rodapé varia entre duas e três peças de altura, todas marmoreadas de cor manganês.

Painéis da Capela Lateral A capela lateral da nave é revestida com silhares,

dos anteriores, contudo, a arte decorativa é diferente,

constituídos por sete painéis da azulejaria portuguesa,

dos ângulos da peça brotam ramiscelos verdes que

também do estilo pombalino, policromado, com

convergem no centro, compondo uma flor roxa

motivos fitomórfitos. O conjunto é composto apenas

de quatro pétalas. A composição das unidades do

por azulejos de padronagem 2X2, do mesmo período

padrão forma linhas transversais e transforma-se em

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belo tapete com ramalhetes coloridos em formas

curvilíneo, contornado por linhas retas. O rodapé com

quadriculadas. Os painéis são emoldurados com

dois azulejos de altura, esponjado de cor azul. Este

cercaduras decoradas em duas técnicas: marmoreada

acervo tornou-se raridade por integrar o patrimônio

de cor manganês e majólica com friso azul e branco,

azulejar mais antigo do Maranhão, confeccionado nas oficinas portuguesas.

Painel de padronagem de tapete

Igreja do Carmo de Alcantara

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Painéis da Igreja do Carmo

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AZULEJOS DE CAXIAS

Valflor da Conceição Louzeiro Oliveira

14.1 História A história de Caxias começou em 1612 com a chegada dos franceses à margem do rio Itapecuru, os quais, reconhecendo que as terras eram férteis, ocuparam-nas.

São Benedito, conforme a Lei Provincial do dia 8 de Maio de 1835. A prosperidade econômica e o crescimento urbano contribuíram para que Caxias fosse elevada à categoria de “cidade” no dia 5 de julho de 1836, pela Lei nº 24 da Assembleia Legislativa Provincial do Maranhão, cuja Lei foi sancionada pelo Presidente da Província Senador Antônio Pedro da Costa.

O local onde hoje está situada a cidade de Caxias foi primitivamente um agregado de aldeias dos índios Timbiras e Gamelas. A princípio batizada com o nome indígena de Guanaré, mais tarde Aldeias Altas, posteriormente Caxias das Aldeias Altas e atualmente Caxias.

Há diferentes denominações para justificar o nome Caxias a saber: “foi em homenagem a uma flor existente no Palácio Imperial da época, mas logo se tornou ‘Caxias’, devido a influência portuguesas na língua na qual significa ‘cidade’.” (Jornal Cazumbá – Portal Turístico e Cultural do Maranhão ano IV, nº 15, março/abril 2005, p. 03.)

Os índios temerosos da escravidão portuguesa abandonavam suas habitações fugindo para as florestas e montanhas. Os portuguesas ocuparam as aldeias desativadas, fixando-se nelas e assim fundando uma igreja em homenagem a N.S da Conceição (Seminário – Colégio) servindo de educação aos filhos dos fazendeiros do Maranhão e Piauí.

Caxias seria “nome este de uma freguesia do Conselho de Oeiras, onde está o forte de D. Luis I do campo entrincheirado de Lisboa” (Perfil do Maranhão, 79 – Cordeiro Filho – p. 138).

Nessa época (séc XVIII), com a chegada dos jesuítas as antigas aldeias eram administradas pelos padres, que aos poucos conseguiram que as tribos se integrassem no convívio dos civilizados. Posteriormente estas foram substituídas por um pequeno arraial, sob invocação de N. S. de Nazaré e que mais tarde passou a chamar-se Arraial das Aldeias Altas.

“A denominação do nome da Cidade de Caxias foi uma homenagem à linda Quinta Real do Marques de Pombal, antiga residência dos reis de Portugal”. Esta palavra tem origem do nome “cachias”, flor do arbusto chamado Corona Christ. O vocábulo deriva do cacho, antigamente escrito “cachias”. (Perfil do Maranhão , 1990 - Cordeiro Filho, pág 102).

O antigo arraial foi elevado à “vila” no dia 31 de

Muito antes de Caxias ser elevada a vila, em 1796, já se registrava sua importância histórica, pois era ponto central de comunicação entre as capitanias da Bahia, Pernambuco e Ceará. Caxias teve posição de destaque na luta pela Adesão do Maranhão a Independência do Brasil, sendo o morro das Tabocas (atual morro do Alecrim), cenário de luta entre o grupo resistente a adesão comandada pelo português João

outubro de 1811, com o nome de Caxias das Aldeias Altas, pelo Alvará do Príncipe Regente D. João V. Na época a capitania do Maranhão era governada pelo General Silveira, último governador nomeado pelo Governo Português e solenemente instalada pelo Ouvidor Desembargador José Mota Azevedo. A Vila foi dividida em duas freguesias: Nossa Senhora da Conceição e

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José de Cuba Fidié, o qual foi vencido pelas tropas rebeldes comandadas pelo major Salvador Cardoso de Oliveira e pelo civil João Costa Alecrim. O outro juramento à Independência foi assinado no dia 1º de agosto de 1823, na igreja da matriz N. S. da Conceição e São José.

para participarem da luta que ele chamava de Guerra da Lei da Liberdade Republicana” (texto do Memorial da Balaiada). O movimento teve origem numa escaramuça de tropeiros e soldados de polícia na longínqua Vila da Manga do Iguará, próximo a cidade de Vargem Grande, estendendo-se por todo o território maranhense, envolveram-se nesta luta quase dez mil homens.

Durante o século XVIII, Caxias das Aldeias Altas começou a prosperar com a chegada dos comerciantes portugueses, lavradores açorianos e criadores de gado vindo da Bahia. (História do Maranhão, Carlos Lima, 1981).

Os balaios ocuparam as cidades mais importantes inclusive Caxias, que era rica, grande empório comercial e com boa localização estratégica. Esses revoltosos dominaram a cidade, invadiram a Câmara, igrejas e cartórios, colocando fogo em todos os documentos. Esta revolução durou por mais ou menos um ano e meio, no entanto a população caxiense resistiu bravamente, entrincheirada no Morro do Alecrim. Apenas com a intervenção das tropas chefiadas pelo oficial do Exército brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, sendo este enviado pelo Imperador, o movimento chegou ao fim. A pacificação da província só foi reconhecida oficialmente no dia 19 de Janeiro de 1841, dando ao coronel Luis Alves de Lima e Silva os títulos honoríficos de Barão, Marquês e finalmente de Duque de Caxias. Foi também presidente da Província e comandante das Armas do Maranhão.

Na primeira metade do século XIX, o Maranhão vivenciou uma profunda crise sócioeconômica e política, resultante das desigualdades sociais pelas quais passavam a sociedade na época. Três anos depois da luta à Adesão à Independência do Brasil em 1838, a cidade de Caxias foi o foco mais importante da batalha entre a tropas do Norte, fato este que marcou a história do Maranhão: “A Guerra da Balaiada”, movimento que surgiu da insatisfação do povo em geral contra a política aristocrática e oligarquias das classes mais ricas de latifundiários, senhores de engenhos e fazendeiros que dominavam a região. No dia 1º de Julho de 1839 a cidade foi invadida e ocupada pelos rebeldes que instalaram a Junta Governativa. Esta passou a negociar a legitimidade do movimento com a Presidência da Província.

No Morro do Alecrim, está localizado o Memorial da Balaida e ainda hoje existem ruínas e os canhões do antigo quartel general como fragmentos das batalhas ali realizadas.

A Balaiada ou Revolta dos Balaios teve vários membros importantes como chefe Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, conhecido pelo apelido de “Balaio”, por ser fabricante de balaios. “Branco alto e filho de pobres agricultores, participou do exército de independentes, depois que foi dissolvido, voltou a vida de roceiro e fabricante de balaios. Vivia com a família à margem do Rio Mearim por onde passava a estrada que ligava a Vila de Itapecuru Mirim à Chapadinha” (texto do Memorial da Balaiada).

Caxias, cidade de grande poetas como Gonçalves Dias, o mais famoso deles; Coelho Neto, conhecido como príncipe dos prosadores do Brasil; Vespaziano Ramos, chamado o poeta da embriaguez, pela sua fama de seresteiro. Além de outros literatos famosos, a exemplo de Afonso Cunha, Teixeira Mendes, Teófilo Dias e César Marques. Pela sua importância histórica foi tombada pelo Governo do Estado, por meio do Decreto nº 11.681 do dia 29/11/1990, no livro Tombo nº 059, folha 13 em 04/12/1990, conforme Diário Oficial do dia 30/11/1990.

“Raimundo Gomes Vieira (o Cara Preta), chefe do grupo de vaqueiros que a 13 de dezembro de 1838, tomou de assalto a cadeia de Vila da Manga, era capataz do fazendeiro Inácio Mendes de Moraes e Silva, vigário da Freguesia do Arari no Baixo Mearim”. (texto do Memorial da Balaiada).

Caxias, cidade possuidora de um conjunto urbanístico e arquitetônico de valioso acervo cultural, formado por casarões coloniais revestidos de azulejos portugueses. Esse acervo cultural merece ser preservado e conservado para que futuras gerações possam também conhecer a cultura e arte azulejar como uma das prin-

“Cosme Bento das Chagas (O líder Negro), natural da Vila de Sobral, província do Ceará, morador do Olho D’Água, termo da Vila do Rosário, intitulava-se ‘Defensor da Liberdade’, reuniu mais de 3000 escravos

cipais riquezas do Patrimônio Artístico do Maranhão.

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14.2 Imóveis azulejados atualmente existentes na cidade de Caxias Rua 1º de Agosto nº 754 – Caxias-MA – imóvel residencial de propriedade da Sra. Conceição Medeiros. A fachada contém 3 adornos, sendo um com 2 azulejos, outro com 4 azulejos e outro de canto, contendo 25 azulejos. A fachada encontrase totalmente pintada de tinta branca, inclusive os azulejos.

Azulejos de Padrão PE 01 e friso FE 02

Praça Rui Barbosa nº 839 – Centro – Caxias-MA – morada inteira, imóvel onde funciona um Hotel Pousada Casarão e também onde reside a família da Sra. Míriam Menezes Graça. O revestimento azulejar deste imóvel encontra-se na fachada contornada com friso FE 02 e está em bom estado de conservação.

Descrição Azulejo português produzido na Fábrica Viúva Lamego (Portugal), do século XIX, conhecido como “ferradura”, padrão 2 x 2, na técnica estampilha, policromo nas cores verde, amarelo, azul e branco, com motivos fitomórficos e movimentos lineares, contendo dois centros de rotação, um formado por uma cruz mourisca e outro composto de ramos fitomórficos. Possui dimensão 13,5 x 13,5 cm. Azulejo muito comum em várias cidades brasileiras como Olinda, Alcântara, São Luís, Caxias e Rio de Janeiro.

Rua Benedito Leite nº 716 – Centro – CaxiasMA – morada inteira de propriedade do Sr. José Miguel Simão (falecido), onde funcionam as lojas Caxias Toldos e Tapeçaria. O revestimento azulejar desse imóvel encontra-se na fachada, contornado com friso FE 02, em bom estado de conservação, mas com 2 placas de publicidade presas em cima dos azulejos.

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Este imóvel pertenceu ao português Francisco Rodrigues Lopes que o deixou como herança, depois de sua morte, ao Sr. Manoel de Pinho e Castro por volta de 1873, ano em que possivelmente ocorreu seu revestimento azulejar, segundo informações da sua bisneta D. Ivelta Silveira. (MOURA, 1998) Atualmente é da propriedade da Sra Dominique Cantanhede Gomes, e está alugado a três locatários diferentes, sendo as salas da frente para comércio e a parte interna para residência.

Azulejo de Padrão PE 27 e friso FE 01 Rua Parnásio S/N, Bairro Ponte, na chacará “Xangri-lá”, de propriedade do Dr. Artur Almada Lima. Os azulejos estão distribuídos na fachada na forma de adorno isolado e barra contornada por friso FE 01. Esses azulejos são remanescentes de sua antiga construção e estão em bom estado de conservação.

Esse imóvel anteriormente era uma morada-inteira; hoje encontra-se descaracterizado, pois a fachada original foi modificada com a abertura de 4 portas para funcionamento de lojas comerciais (Farmácia Droga MIX e Silvia Art Baby), na parte interna é de uso residencial e alugado à Patrícia Lobão Vanucy. A fachada deste imóvel é totalmente revestida de azulejos policromos, sendo que a parte inferior contém uma carreira de friso FE 39 no sentindo horizontal e 7 fileiras no sentindo vertical, dando um efeito de embasamento na fachada. A parte interna também é revestida com azulejos do mesmo padrão da fachada, na forma de pequenos silhares e painéis nos 2 corredores e na ampla varanda.

Descrição

Corredor 01 – existem 06 painéis com altura de 4 azulejos, todos contornados por duas fileiras de frisos, sendo uma fileira em cima e outra em baixo. Os painéis P 02, P 03, P 04 e P 05 têm rodapé de cimento pintado de verde. Os painéis P 01 e P 06 têm rodapé com azulejo do mesmo padrão. Todos os painéis do corredor 01 tem como acabamento uma barra de madeira (10 cm de altura) pintada de verde logo acima dos azulejos. O corredor tem um total de 242 azulejos, 150 frisos e 2 frisos faltantes.

Azulejo português, produzido na Fábrica Vila Nova de Gaia, do século XIX, padrão 2x2, com dimensão 13,5 x 13,5 cm, decorado na técnica da estampilha nas cores azul e branco, contém uma linha em diagonal com pequenos pontos e motivos fitomórficos nas duas extremidades, formando o 2º centro de rotação.

Azulejo de Padrão PE 95 e Friso FE 39

Corredor 02 – existem 4 silhares e 2 fileiras atrás das portas, com altura de 5 azulejos, todos sem frisos, com rodapé de cimento pintado de verde e acabamento em madeira também pintado de verde na mesma largura do rodapé. O corredor tem 310 azulejos inteiros e 6 pedaços. Varanda em forma de “U”, com paredes revestidas em azulejos policromos, no mesmo padrão da fachada e dos corredores. Contendo 10 silhares com 05 azulejos de altura, contornados por uma barra de madeira (10 cm), pintada de verde e rodapé de cimento pintado de

Praça Cândido Mendes nº 423A/423B – Largo da Matriz – Centro de Caxias-MA.

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verde com 14 cm de altura.

Friso FE 39 é uma variação do FE 37, em verdade da falta de registro em São Luís e Portugal, não podese afirmar que é de fabricação portuguesa, porém pode ter sido fabricado sobre encomenda, segundo a pesquisadora Dora Alcântara. (MOURA, 1998).

Conjunto: S 01 – com 145 azulejos S 02 – com 45 azulejos S 03 – com aproximadamente 285 azulejos S 04 – com 190 azulejos S 05 – com 90 azulejos, 14 frisos inteiros e 8 pedaços S 06 – com 90 azulejos, 18 frisos inteiros e 5 pedaços S 07 – com 195 azulejos S 08 – com 340 azulejos

Azulejo de Padrão PE 96 e friso FE 18

S 09 – com 40 azulejos S 10 – com 135 azulejos

TOTAL 1.895 azulejos. Os silhares S 01 e S 10 têm como detalhe uma pequena elevação na alisar da janela, contendo 6 azulejos cortados ao meio. Somente os silhares S 05 e S 06 são contornados com frisos iguais ao da fachada e corredor 01, porém no S 05 existem 14 frisos inteiros e 5 quebrados. Ambos são contornados por uma barra de tinta acrílica verde.

Rua Benedito Leite nº 848 – Centro de Caxias-MA – Imóvel residencial de propriedade da Sra. Lilá Maria Machado Costa. O revestimento azulejar encontrado nesse imóvel está disposto na fachada na forma de barra ou embasamento, contendo 208 azulejos e 40 frisos e estão em bom estado de conservação.

O silhar 07 encontra-se com bastantes azulejos quebrados ao meio e muita sujidade. Parte interna do imóvel tem o total de 2.107 azulejos e 182 frisos inteiros e 13 frisos quebrados. Segundo a pesquisadora Dora Alcântara (1980) esse padrão é único no Brasil. Foi encontrado nas cidades do Porto (Portugal) e nas cidade brasileiras de Belém (PA) e Salvador (BA), porém em cores diferentes. Assim afirma a pesquisadora Dora Alcântara. (MOURA, 1988)

Sobre esses azulejos e frisos a pesquisadora Dora Alcântara diz que, em Lisboa e Belém, existem semelhantes, porém na cor azul. Segundo informações, esses azulejos não perteciam anteriormente ao imóvel (MOURA, 1998).

Descrição Azulejo do século XIX, estampilhado, de origem portuguesa, produzido na fábrica Viúva Lamego, com nítida influência dos antigos azulejos de “caixilhos” do século XVII. Esta denominação caracteriza motivos entrelaçados num esquema de cruzadas contendo 2 linhas retas e largas nas 4 diagonais e um pequeno quadrado nas extremidades, criando o 2º centro de rotação no centro 4 pequenos quadrados em forma de xadrez. Azulejo policromo nas cores amarelo, verde e branco.

Descrição Azulejo português, produzido pela Fábrica Viúva Lamego, da segunda metade do século XIX, padrão 2 x 2, decorado na técnica da estampilha, em dois tons verde, com dimensão 13,5 x 13,5 cm, contendo dois outros centros de rotação, o principal em formato de cruz em negativo no centro e o outro em ramos fitomórficos nas extremidades.

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Azulejo de Padrão PR 14 e friso FR 10

Rua São Benedito, nº 725 (Praça Vespaziano Ramos) – Largo de São Benedito – Caxias-MA: Anteriormente esse imóvel era uma morada inteira, foi descaracterizada com a transformação de dois vãos de janelas em uma grande porta de garagem. Antigamente era de propriedade da Sra. Graça Torres. Possui tombamento isolado pelo Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico do Maranhão. Casa onde nasceu e morou o poeta Vespaziano Ramos; está em bom estado de conservação e atualmente é residência. A fachada contém 05 adornos isolados, cada adorno contém 5 azulejos em relevo branco com o fundo verde, distribuídos ao longo da fachada.

Praça Gonçalves Dias 197/243, (esquina com a Av. Otávio Passos), centro de Caxias-MA. Este imóvel pertenceu anteriormente ao Sr. José Delfino, depois ao Sr. João Lobo (MOURA, 1998); a atual proprietária é a Sra Francisca dos Santos Lima (segundo informações). Atualmente funcionam o laboratório São João, Lino Cabeleireiro e RC Modas. Sobrado com dois pavimentos, conhecido como “Edifício Duque de Caxias”, construção do século XIX, possui todos os elementos arquitetônicos da época, com sacada guarnecida por grades de ferro, apresentando faixa superior e barra em azulejos em relevo branco com fundo verde contornada com frisos das mesmas cores. Os azulejos da faixa superior estão colocados na fachada, logo abaixo da cimalha, a faixa de azulejos contorna todo o prédio. Na parte inferior da fachada é decorada na forma de barra, contendo 5 carreiras de azulejos de altura e uma carreira de friso (FR 10). Segundo informações, esses azulejos pertenciam à residência da Praça Vespaziano Ramos nº 725 de propriedade da Sra Graça Torres, os quais foram retirados e vendidos ao Sr. José Delfino que os colocou na fachada desse imóvel.

Segundo informações, esses azulejos pertenciam ao imóvel, mas foram retirados e alguns vendidos ao Sr. José Delfino (já relatado) sendo alguns recolocados na fachada como adornos isolados. Rua Afonso Cunha, nº 362 (Caxias-MA) –

Os azulejos estão em péssimo estado de conservação, com bastante perda de vidrado; alguns quebrados, outros faltantes, e muitos deles estão pintados com tinta por cima na cores amarela, cinza e vermelho, sendo: a) 110 azulejos pintados na cor amarela; b) 60 azulejos inteiros e 4 pedaços pintados na cor cinza;

Imóvel residencial e comercial; a fachada encontra-se descaracterizada, contendo 4 adornos com o total de 14 azulejos de relevo com fundo verde.

c) 50 azulejos pintados na cor vermelha.

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Descrição Azulejo português, provavelmente produzido pela Fábrica Massarelos, região do Porto (Portugal) no século XIX, em relevo branco e fundo verde. Este mesmo padrão foi encontrado na cidade do Porto (Portugal) e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro, Fortaleza e São Luís porém com pequenas diferenças: fundo azul com relevo branco; fundo branco com relevo azul e ainda fundo amarelo com relevo branco.

Na fachada estão localizados 5 adornos em diferentes formas, contendo 34 cercaduras em decalque, distribuidos na parte superior da fachada.

Cercadura de Padrão CD 05

Cercadura possivelmente alemã (MOURA, 1998), século XIX, em decalcomania, nas cores branco e azul.

14.3 Cemitério dos Remédios Cemitério fundado no século XIX. Localiza-se entre as ruas Princesa Isabel e Santa Luzia na cidade de Caxias-MA, apresenta muro de alvenaria, pintado de branco com 12 colunas de alvenaria, com portão central, dividindo 6 colunas para cada lado. Tem portão de ferro no centro, com bandeiras e inscrição do ano da fundação 1862; em cima do portão há uma cruz de ferro. Dentro do cemitério encontra-se uma capela pintada de branco. Com inúmeros túmulos tendo como decoração 8 colunas em alvenaria, onde anteriomente existiram estátuas e vasos de faianças marmoreados nas cores azul, roxo e vinho, produzidos na Fábrica das Devezas no Porto – Portugal. Atualmente um dos vasos encontra-se exposto no Memorial da Balaiada. Ainda hoje podemos ver fragmentos de duas estátuas situadas na base das colunas, uma delas com inscrição “CARIDADE”.

Rua Arão Reis nº 612, esquina com Riachuelo – Caxias-MA – Imóvel comercial de propriedade da Sra. Terezinha Ferro. Nele funcionam as lojas C&A Comércio, R&N Variedades, Concita Modas e Elisa Confecções.

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O cemitério ainda hoje ostenta bastante riqueza, com inúmeros túmulos revestidos em azulejos portugueses, esculturas em faianças e mármore, além de outros adornos decorativos. Tudo isso nos leva a crer que este cemitério foi um dos mais ricos do Maranhão no século XIX. Ainda hoje está ativado, porém ao longo de tempo sofreu várias ampliações, contudo ainda existe o muro original que demarcava o limite antigo do cemitério.

Padrões encontrados no Cemitério dos Remédios: Azulejo de Padrão PE 03 e friso FE 12

Azulejo de Padrão PE 01

Padrão encontrado no Cemitério dos Remédios em um Padrão encontrado no Cemitério dos Remédios. Túmulo sem identificação de proprietário.

Padrão encontrado no Cemitério dos Remédios em um túmulo sem identificação. Pelas dimensões, acredita-se que seja de uma criança. Encontra-se em

O Túmulo com lápide e base da coluna revestida

bom estado de conservação.

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em azulejos desse padrão. Com 60 peças, 9 pedaços e

“Este azulejo é encontrado praticamente em todos

20 azulejos faltantes, tanto na lápide como na base da

os cantos do Brasil, de Norte a Sul. Há registro de que,

coluna, tornando-o em péssimo estado de conservação.

após a abertura dos portos, entraram no país mais de 5.000 peças num único dia.” (Azulejo da Bahia – Udo

Este padrão é uma variação de PE 01 porém na

Knoff, 1986)

cor azul com o fundo branco; é raro no Brasil.

Túmulo simples, totalmente revestido com azule-

Sepultura sem identificação. Pelas dimensões,

jos de três padrões (FE 30 – 40 peças; PE 27 – 11 peças;

acredita-se que seja de uma criança. Encontra-se em

PE 33 – 111 peças; PE 03 – 2 peças), contornado por

bom estado de conservação.

friso FE 01, em péssimo estado de conservação.

Azulejo de padrão PE 33 e friso FE 08 Padrão encontrado revestindo cinco túmulos diferentes, sendo que três deles túmulos são contornados com o friso FE 08: um decorado com

Descrição

uma cruz no centro do friso FE 30 e outro com

Azulejo português, provavelmente da Fábrica

azulejos de diferentes padrões. Anteriormente citado,

Viúva Lamego (Portugal) do século XIX, monocrômico

também contornado com o friso FE 30.

(azul), conhecido como “ferradura”, padrão 2x2, decorado na técnica da estampilha, com dimensão de 13,5 x 13,5 cm.

Azulejo de padrão PE 27 e friso FE 30

Encontrado em túmulo no Cemitério dos Remédios e também na Rua do Parnásio S/N no Bairro da Ponte.

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São difíceis de classificar segundo o país de origem e sua época, já que este desenho foi usado simultaneamente na Holanda e Portugal”. Azulejos da Bahia – Udo Snoff – 1986.

apenas alguns, na base. Azulejo português, produzido na Fábrica Portugal, do século XIX, de padrão único, decorado na técnica da estampilha nas cores azul escuro, azul claro e branco, com dimensão 13,5 x 13,5 cm.

“Foi ainda Dora Alcântara que, na consulta que fez aos catálogos das fábricas holandesas, encontrou alguns padrões idênticos aos portugueses pertencentes à Kenin Klijk e Fabrik Van Murretegels de Harlingen e à Gebr Revesteyn de Utrebcht”. Azulejos de Fachada de Lisboa – A. J. Barroso Veloso, Isabel Almasqué – 1989 – p. 60.

Azulejo de influência árabe, desenho semelhante aos azulejos enxaquetados, com composição decorativa diagonalmente das linhas horizontais e verticais, obtendo um vigoroso efeito decorativo.

Há divergência quanto à origem desse padrão e não sabemos com precisão se é holandês ou português, pois ele foi fabricado pelos dois países (Holanda e Portugal), sendo que o desenho é de origem holandesa, bastante copiado pelos portugueses. Padrão de provável influência holandesa, apelidados carinhosamente de “bicha da praça” ou “cobrinha”. Dora Alcântara o chama de “estrela e bicha” e refere que na Holanda tinha o nome de “Viersterren” (quatro estrelas). Azulejo provavelmente português, possivelmente produzido na Fábrica Viúva Lamego, do século XIX, padrão 2x2/1, decorada na técnica da estampilha nas cores azul e branco, com dimensão 13,5 x 13,5 cm, contém uma linha ondulada em diagonal ligando duas extremidades uma parte da estrela nos 4 cantos.

Azulejo de padrão PE 58 e friso FE 35

Descrição do Vaso Época provável: século XIX – (1862) Vaso branco, composto por base octogonal, abrigando a inscrição à frente, parte superior em formato campanular, rematada por anel, contonado por friso em óvulo. Bojo campanular com parte inferior contornada por bastonetes, ladeada por pares de cabeça masculina na parte superior, duas esfinges antropomorfas, voltada para baixo, contornada por friso em óvalo e perolado. (Descrição do Vaso exposto no Memorial da Balaiada).

Proprietário: João Antônio de Melo Bastos, falecido em 8 de setembro de 1884. Esse padrão encontra-se revestindo a base de uma coluna de um túmulo (nº4); supõe-se que ele tenha perdido os azulejos com o passar do tempo, restando

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AZULEJOS DE GUIMARÃES Domingos de Jesus Costa Pereira

15.1 Aspecto Físico

A topografia é plana com pequenas elevações; quanto à vegetação, ainda resiste aos desmatamentos seculares, pouquíssimas reservadas de florestas virgens primitivas; predominam as matas de capoeiras, baixas e cerradas, palmeiras babaçu, buriti, juçara, tucum e outras espécies de palmáceas, com menos intensidade. Nos sítios, preservam-se antigas árvores frutíferas: mangueiras, jaqueiras, cajueiros, abacateiros, coqueiros e outras plantas típicas da região como o murici, com frutos apreciados pela população, além das ervas medicinais.

O

Município de Guimarães fica localizado na Zona do Litoral Norte, pertence a microrregião da Baixada Ocidental do Estado do Maranhão; possui uma área de 940 km²; a sede do município está a 5M de altitude. Distante 72 Km em linha reta da capital São Luís. Limita-se com os municípios: Cedral, ao norte; Bequimão, ao sul, Mirinzal, a oeste e Baía de Cumã, ao leste. Meios de transporte: Táxi aéreo, 20 minutos de São

O clima é tropical. Apenas duas estações são evidentes e bem definidas; chama-se verão o período de estiagem de julho a dezembro com temperaturas amenas, principalmente à noite; os ventos sopram do leste em direções constantes. O inverno é uma estação chuvosa, quente e úmida de janeiro a junho, com poucos ventos em direções variadas.

Luís à sede municipal; via marítima, barco motorizado de 6 a 8 horas de viagem; “ferry-boat” – rodoviário, 3:30 horas, apenas rodoviário, cerca de 440 km. No período chuvoso o percurso pode durar até 12 horas, devido às péssimas condições das estradas neste ano de 2006.

A agricultura é de subsistência, exercida por pequenos lavradores, que cultivam milho, arroz, feijão, batata, cana-de-açúcar, etc. A criação é feita de maneira extensiva com poucos e pequenos rebanhos de gado bovino, suíno, ovino, caprino, aves e outros animais para trabalhos domésticos. A pesca é uma atividade bastante rendosa, nos portos o movimento permanente de pescadores, chegando e saindo para o mar em canoas, igarités e barcos com suas tarrafas, puçás, espinhéis, redes e outros atavios de pescaria. Com maré baixa, avistam-se ao longe os currais, armadilhas de varas para pegar peixes.

15.2 Aspecto Geográfico O litoral é pouco recortado, apresenta algumas pontas e ilhas; não existem muitas praias de areia, predominam os manguezais, vegetação de áreas costeiras que sofrem alagamentos com as marés. Encontram-se vários rios e igarapés de grande importância para as comunidades, que vivem em suas margens. A Baía de Cumã é uma dádiva para Guimarães. Além de sua beleza e navegabilidade, é um viveiro abundante de onde são pescadas as melhores espécies de peixe, camarão e crustáceo, que abastecem o município e são exportados para outras cidades.

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15.3 Histórico

amigo dos franceses, partiu para o Rio Cumã, que fica depois de Tapuitapera, com margens bonitas e terras férteis, onde existiam cerca de 20 aldeias dos índios Tupinambá, a principal delas chamada Cumã (“Rio para pescar peixes”) e o cacique Itaoc-Miri (“casinha de pedra”).

O Norte do Brasil despertou a cobiça dos europeus, que imaginavam ser fácil chegar ao Peru, viajando pelos grandes rios. Acreditavam em fábulas, que diziam possuírem as cidades indígenas, tesouros inesgotáveis, até as ruas tinham o calçamento de outro e prata. Enquanto umas expedições com os navios avariados se perdiam nas águas dos mares maranhenses, buscando em vão a via de acesso aos Andes, outros exploraram as riquezas da Amazonas.

Existem mais habitantes nessas aldeias de que na Ilha Grande; são todas confederadas e aliadas “como se fosse uma só nação” pronta para guerra contra os inimigos. As “Embaixadas de Tapuitapera e Cumã” segundo d’Abbeville, fizeram alianças com os Tupinambá, garantindo mais apoio e segurança para a Colônia, unindo forças contra as ofensivas, tanto europeia, quanto indígenas de outras tribos e lograram êxito na exploração mercantil.

Os franceses foram pioneiros na região. Mantinham estreitos relacionamentos com os povos indígenas do litoral. Conseguiram madeira, especiarias, tintas vegetais e sonhavam com minas abundantes de ouro, prata e pedras preciosas; contavam com apoio dos nativos para conseguir esses minerais preciosos, que só eles sabiam das jazidas. A França tinha grande interesse pelo Norte brasileiro.

A França Equinocial na Ilha do Maranhão durou pouco. Uma expedição portuguesa comandada por Jerônimo de Albuquerque, expulsou os franceses em 1614 e deixou La Ravardière refém no Forte de São Luís até dezembro de 1615. Foi também uma grande derrota para seus aliados indígenas, que ficaram ao dispor dos novos exploradores e o rumo da história mudou. Os nativos foram perseguidos, mortos ou escravizados.

Uma expedição francesa, comandada pelo Sr. De La Ravardiere, desconsiderou o tratado que existia entre as coroas de Portugal e Espanha, dividindo as terras das Américas com os dois reinados, e estabeleceu uma Colônia, que chamou “França Equinocial”, em Upaon-Açu, a Ilha Grande dos Índios Tupinambá do Maranhão. Construiu o “Forte de São Luís, em memória eterna de Luís XIII, Rei de França e Navarra”, (Pe. Cláudio d’Abbeville – p. 104).

Os portugueses dominaram os índios rebeldes e dividiram a região. Cumã foi elevada à capitania em 1633, tendo como donatário Antônio Albuquerque de Carvalho. Seu território foi povoado por famílias católicas, vindas das Ilhas dos Açores. Os padres missionários tinham dificuldades de visitar as povoações e aldeias das margens do “Rio Cumã” e da Baixada Maranhense. O pároco Roberto Martins solicitou ao Imperador de Portugal a criação de duas paróquias, uma em Viana e outra na Fazenda Guarapiranga (Guimarães), do outro lado da Baía de Cumã, de propriedade de João Teófilo de Barros.

Os franceses conheciam muito bem o Golfão Maranhense, os obstáculos e perigos da entrada da barra, onde as naus portuguesas iam a pique. A Ilha Grande do Maranhão foi escolhida por ser um lugar seguro, ficavam protegidos da pirataria que atacava a costa brasileira, além de ser um ponto estratégico para se defenderem de possíveis investidas portuguesas e os exploradores do Maranhão e da região Amazônica.

A Coroa, que havia doado as terras aos colonos, tempos depois fez reverter ao Governo as terras doadas em sesmarias. Assim, a Fazenda Guarapiranga, legada a José Bruno de Barros, voltou a pertencer à Coroa em 12 de janeiro de 1758, Gonçalo Pereira Lobato e Sousa, governador tomou posse da propriedade em nome do rei a 19 do mesmo mês e ano com a criação da Vila de Guimarães de Cumã. Foi erguido o pelourinho, símbolo do poder imperial. Posteriormente, foi chamada Vila

Após a submissão dos Índios Tupinambá de Upaon-Açu “ao domínio e governo dos franceses” (Cláudio d’Abbeville), iniciaram as conquistas dos habitantes indígenas do continente. Uma expedição foi enviada para Tapuitapera (Alcântara), sob o comando de David Migan, acompanhado por alguns caciques da Ilha Grande e outra, dirigida pelo Sr. Des Vaux em companhia do Cacique Januariauaeté,

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Detalhe da varanda com o porão

Casarão Antigo, Rua Sotero dos Reis, 787

Joaquim de Melo Povoas, em ofício de 1766, a “Sua Majestade”.

de São José de Guimarães. Três razões provavelmente influenciaram para acrescentar o nome de São José: primeiro era o padroeiro da Vila; outra, José Bruno de Barros, era proprietário da fazenda e devoto do Santo, finalmente, o imperador de Portugal, chamavase D. José I. Depois, ficou apenas Guimarães, uma homenagem a cidade portuguesa do mesmo nome.

O rápido crescimento econômico da Vila de São José de Guimarães, se deveu graças à fertilidade do solo, às condições climáticas e ambientais da região. Encontrava-se abundância de peixes nos rios e mares, para o consumo e exportação; muitas caças nas matas e ovos de pássaros nas areias do litoral, que serviam para alimentação e venda. Toda geração de riquezas ocorreu pelo trabalho escravo nos engenhos de açúcar, agricultura, fazenda de gado, fabricação de cal, pescaria, etc. Quando o município chegou a 14.500 habitantes, possuía “9.400 livres e 5.100 escravos”. Isto representa 35,17% da população em cativeiro.

No Registro de doação da Fazenda Guarapiranga, consta a relação dos bens do proprietário: 360 índios (“com justos títulos de cativeiro”), casas residenciais, ranchos, uma capela, fábrica (olaria para fabricação de telhas e tijolos). Além de outras posses: o terreno da fazenda, lavouras, casas de forno para fazer farinha de mandioca e salinas, “na paragem chamada Guarapiranga, nas partes de Cumã”. As escrituras foram lavradas na Vila de Santo Antônio de Alcântara.

“Huma produção de riquezas tão brilhantes, huma exportação avultada... Huma capitania que se fez opulenta com a producto de dous gêneros somente”. Algodão e arroz, exalta Raimundo José de

As margens de “um rio chamado Cumã” de terras “boas e bonitas, férteis e abundantes...”. Desta maneira peculiar, Cláudio d’Abbeville trata a região, que prometia prosperidade e atraiu os imigrantes portugueses para o plantio de mandioca, canade-açúcar, algodão, arroz, criação de gado, ainda encontraram fartura de peixes e abundância de crustáceos, que serviam de alimentação e matéria prima para fabricação de cal. A primeira mão-de-obra utilizada pelos colonos foi de escravos indígenas; logo chegaram os africanos para reforçar os trabalhos e aumentar e produção. Em poucos anos a Vila de São José de Guimarães tornou-se uma das maiores do Maranhão, “com tantos moradores brancos, que forma uma companhia de 80 praças”, dizia o governador,

Centro Cultural Gastão Vieira (C.C.G.V) Rua Dr. Urbano Santos, S/N

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Sousa Gaioso, para então lamentar a decadência da produção maranhense. “Mil entraves que todos os dias vão empobrecer os lavradores...”, e menciona os principais problemas: a falta de matas virgens nas margens dos rios, que foram “reduzidas a arbustos”, o preço alto dos escravos, o mais caro das Américas, “diminuindo a riqueza dos lavradores”; a redução do preço do algodão com os empecilhos da exportação e a concorrência americana; o arbítrio da cobrança do dízimo pela “Fazenda Real”. Posteriormente, a Abolição da Escravatura, no final do século XIX, obrigou os lavradores a vender suas propriedades produtivas ou as abandonar à própria sorte, empobrecendo as cidades do interior e o Estado.

Assimilou da colonização a religiosidade, a prática agropecuária, a vocação mercantilista, todavia não resistiu a decadência econômica do Estado do Maranhão. A colonização portuguesa deixou raízes profundas no município, os imigrantes se estabeleceram nas terras, produziram riquezas e bens culturais. Transmitiram aos seus descendentes como herança patrimonial: crenças, costumes, folguedos e um acervo arquitetônico no centro urbano de Guimarães, que remonta o apogeu econômico das elites. São construções antigas em pedra e cal do período da colônia e do império, que resistem aos tempos modernos com dificuldades de manter o estilo original. Encontram-se casarões semelhantes aos de São Luis, caracterizados como morada inteira, morada e meia e um magnífico sobradão.

A primeira escola oficial foi “criada pela Lei provincial nº3 de 30 de março de 1835”. Consta ter sido administrada pela professora régia, Maria Firmina dos Reis, considerada “a pioneira romancista e poetisa brasileira”, ludovicense. Ela escolheu a Vila de São José de Guimarães para viver e trabalhar na educação de sua gente, que tem orgulho e respeito pela poetisa educadora.

Neste legado está inserida a história de um povo corajoso e trabalhador. Resta aos vimarenses preservar seu patrimônio histórico e zelar por sua integridade

Os vimarenses também são responsáveis pelas riquezas culturais deste país, berço de pessoas ilustres, políticos e intelectuais, como Joaquim de Souza Andrade, SOUZÂNDRADE, precursor do Modernismo literário brasileiro e Dr. Urbano Santos da Costa Araújo, filho de família vimaranse, juiz de direito. Fez carreira política sendo eleito deputado federal, senador, governador do Maranhão; ministro da viação, vice-presidente da República por duas ve-

Estilo Tradicional Português, morada inteira Praça Luís Domingues

zes e presidente interino por um mês. Além das três pessoas ilustres supracitadas, muitos outros educadores, poetas e políticos tem brilhado na cultura nacional, ainda hoje, homens notáveis compõem os cenários judiciário, legislativo, administrativo e da intelectualidade brasileira. A Vila de São José de Guimarães recebeu o título de Cidade, em 26 de janeiro de 1920, através da Lei 885, sancionada pelo então Governador do Maranhão, Dr. Urbano Santos da Costa Araújo. 162 anos transcorreram entre a criação da Vila e elevação à categoria de cidade de Guimarães, que nasceu mais lusitana de que qualquer outra no Brasil.

Ruínas do antigo Correio Rua Dias Vieira, S/N

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Ruínas do antigo Correio Rua Dias Vieira, S/N

Morada e meia estilo tradicional português

física, artística e cultural, para que as futuras gerações possam usufruir destes bens coletivos.

genealógico de suas famílias ilustres. No entanto, existe

A equipe de pesquisadores de “Azulejos nas Cidades Históricas do Maranhão” constatou uma coincidência de fatos relevantes para região: a fundação da Vila de Guimarães e a criação da “Companhia Geral do Comércio do Maranhão e Grão-Pará”, criada por Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, ministro do Rei de Portugal, D. José I. A medida tomada pela Coroa, acelerava a exportação para Lisboa, que estava arrasada com o terremoto de 1755. Aumentou a produção agrícola, exportação e incentivou a emigração portuguesa para o Norte brasileiro, ocupando áreas remotas desse território, habitadas por índios conhecedores das matas e suas riquezas, que se tornaram escravos dos colonos, hábeis coletores dos produtos do sertão, caçadores, pescadores e trabalhadores na agricultura.

que caracteriza a riqueza produzida nas fazendas e

Decorreram quatro séculos do início da colonização portuguesa na região. Várias gerações passaram durante essa escalada cronológica, mas as influências históricas e o comportamento cultural permanecem e continuarão como “padrões” sociais de seus descendentes. São reflexos dos costumes e acontecimentos da metrópole, que repercutiam na Colônia, daí provem a herança arquitetônica com o estilo lusitano.

e mandioca; construiu caieira para fabricação da cal

carência na historiografia de sua arquitetura antiga, engenhos de açúcar e água-ardente, que fomentaram sua produção e contribuíram com a economia do Estado do Maranhão. A cidade possui um casarão com fachada azulejada, que, segundo contam os professores e habitantes antigos, teria sido uma das residências construída pela família do açoriano Manoel Coelho de Sousa, que chegou ao Maranhão no final do último quartel do século XVIII. Recebeu uma gleba em Pindobal (Mirinzal), onde se estabeleceu com sua esposa, a maranhense D. Maria Francisca da Pureza Gomes. Tiveram 18 filhos. A família Coelho de Sousa prosperou trabalhando na agricultura, com plantio de cana-de-açúcar, algodão e explorou o comércio. Desenvolveu as fazendas: Pindobal, Frechal, Haiti, Mondego e o engenho São Simão (Cururupu), onde trabalhavam muitos escravos nas lavouras. A produtividade rural animou a prole Coelho de Sousa, que requisitou emigrantes portugueses para a “Colônia Santa Isabel” (Mirinzal), que cresceu e progrediu às margens férteis do Rio Uru, o mais importante da região.

A história de Guimarães possui rico acervo bibliográfico, uma contribuição do seu passado vitorioso na produção de riquezas e um vasto conteúdo

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15.4 Azulejaria

Fachada azulejada, Casa Paroquial Rua Dr. Urbanos Santos, 75

amarelo, verde e contornos bem definidos. O fundo branco com tonalidade azulada realça a policromia.

Guimarães é guardiã de azulejos portugueses do século XIX, que revestem a fachada da Casa Paroquial, situada na Rua Dr. Urbano Santos, número 75. São relíquias históricas, artísticas e culturais, que só as cidades antigas dos litorais e das margens de alguns rios importantes têm o privilégio de possuir. O acervo azulejar tem como suporte arquitetônico uma construção de pedra e cal, remanescente do período de prosperidade econômica; conserva o estilo peculiar e tradicional português e a tipologia caracterizada como morada-inteira. Possui cimalha com cornijas volumosas e profundas, um beiral tipo bica simples, semelhante a outros casarões desta cidade, que remontam um período de riqueza e crescimento econômico da sociedade vimarense.

As unidades da padronagem possuem dimensões 13,5 x 13,5 cm. Procedentes da “Fábrica Viúva Lamego”, de Lisboa, Portugal, produzidos no início do primeiro quartel do século XIX. Foram bastante solicitados para revestir solares, sobrados e casarões em Lisboa, São Luis, Alcântara, Olinda, Rio de Janeiro e esta morada em Guimarães. A beleza dos azulejos dessa fachada pode ser contemplada pela população amante da Arte e Cultura. Ficam em exposição permanente no exterior do prédio, acessíveis a todas as camadas sociais. Aí está a importância do tombamento como um bem coletivo legalizado, sob a responsabilidade das instituições públicas e da sociedade que zela pela preservação do acervo, para que as futuras gerações possam usufruir dos bens artísticos, expostos nas páginas culturais da história dos nossos antepassados.

A fachada é revestida de azulejos com padrão 2 x 2, constituído por quatro peças iguais, aplicados em seqüências, formando uma bela decoração parietal, transformando a superfície em tapete policromado. Uma composição bem articulada com os azulejos vizinhos, destacando-se três eixos de rotação, que se repetem sucessivamente, numa dinâmica visual agradável. Os azulejos são decorados na técnica de estampilha, apresentam desenhos diferentes e variados com motivos fitomórficos, em cores vivas, azul forte,

Padrão 2X2, quatro azulejos Unidade de padrão: 13,5 x 13,5

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AZULEJOS DE ROSÁRIO Domingos de Jesus Costa Pereira

A

Ruinas do Forte do Calvário

Ruinas do Forte do Calvário

cidade de Rosário nasceu à margem es-

A terceira cidade mais velha é Alcântara. “A partir de 02 de janeiro de 1616, data em que Alexandre de Moura expediu em São Luís, do Forte de São Felipe, o regimento a Martim Soares, ficou praticamente e historicamente esboçada a Capitania em Tapuitapera e Cumã...” (LOPES, 2003, p.53). “Tapuitapera foi arraial onde se instituiu presídio militar em 1617 e, então ou mais, a paróquia a freguesia” (Idem p. 69).

querda da foz do Rio Itapecuru, na região pertencente à Zona da Baixada, distante,

em linha reta, 42 quilômetros da Capital do Estado. A sede municipal fica a uma altitude de 14 metros do nível do mar. É a quarta cidade mais antiga do Maranhão. Teve sua origem em 1620, na Povoação de Nossa Senhora do Rosário, com a construção da Fortaleza do

O crescimento demográfico de uma região brasileira segue uma estrutura hierárquica e admistrativa, que teve início na Colônia, conforme o processo de desenvolvimento. Classificam-se: Povoação ou Arraial; Freguesia, sob o ponto de vista eclesiástico; Vila, categoria superior a povoado; Cidade com complexo administrativo, social e econômico.

Calvário, por Bento Maciel Parente, “para conter os índios hostis destas paragens” (Spix Martius, Viagem pelo Brasil). A primeira cidade do Maranhão foi São Luís, que surgiu em 1612, com a fundação do Forte, em homenagem a Luís XIII, monarca francês. A segunda, Icatu, teve origem na Vila Velha do Icatu; nasceu no Arraial de Águas Boas, numa remanescência nos arredores do antigo Forte de Santa Maria de Guaxenduba, erguido às pressas pelo comandante das tropas portuguesas Jerônimo de Albuquerque.

Esta evolução territorial e orgânica crescia em cima dos restos das nações indígenas; lugares com terras férteis, abundantes em caças, peixes e frutos típicos das regiões. Os colonizadores não respeitavam as propriedades dos nativos. Chegavam desencadeavam massacres e

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terrores, os índios sobreviventes partiam em fuga para as matas e contavam as barbaridades dos homens brancos. Isto criava aversão aos colonos, que invadiam suas terras e impunham as normas de uma nova cultura.

Os holandeses foram surpreendidos com os ataques furiosos e cruéis dos senhores de engenhos das margens do Itapecuru. Lançaram fogo, tiroteio e golpes de espada; dominando, assim, os invasores. Apenas 40 homens sobreviveram, feridos e prisioneiros, inclusive o Capitão Maximiliano Schade.

A colonização europeia do litoral maranhense continuou pelos rios acima, com relações não amistosas entre colonizadores e os habitantes nativos. A ocupação das margens férteis e abundantes do Rio Itapecuru começou em 1615, com as chamadas “missões volantes”, sendo precursores os missionários jesuítas Manuel Gomes e Diogo Nunes. A ocupação das margens do Rio Itapecuru não foi pacífica, houve confrontos e massacres entre colonizadores, nativos e invasores. A orla ribeirinha guardava uma região promissora de terras férteis. Teve início uma grande produção de riquezas: açúcar, algodão, arroz, gado, pescado, frutas, etc. “As margens deste rio poderiam fornecer algodão para as necessidades de toda a Europa. Essa grandiosa pujança de solo” ( Spix e Martius. Op. Cit)

Os missionários jesuítas das “Missões Volantes” que primeiro aportaram nas ribeiras do Itapecuru, empenharam-se no combate aos holandeses. “Antônio Teixeira de Melo atesta que o Padre Lopo do Couto, que deu princípio e foi o primeiro motor desta guerra, com as orações e merecimentos do Padre Benedito Amodei, se atribuiu a vitória e restauração deste Estado”. (Mário Meireles) – Rosário do Itapecuru Grande, p. 41. A Vitória do Itapecuru incentivou os maranhenses a expulsar os invasores de São Luís. A tropa seguiu para a Ilha Grande. Lá travou-se uma guerra, que se arrastou por 17 meses. Antônio Muniz Barreiros morreu na luta, Antônio Teixeira de Melo continuou no comando. Finalmente, os holandeses derrotados arribaram do Maranhão em 28 de fevereiro de 1644. O êxito dos maranhenses na guerra repercutiu no Brasil. Pernambuco encorajou-se e fez o mesmo, em 1654.

Enquanto os lavradores implementavam a produção nas fazendas, sofreram um assalto impetuoso com a invasão dos holandeses. Em 25 de novembro de 1641, sob o comando do Almirante João Corneles, primeiro saquearam São Luís, aprisionaram o governador Bento Maciel Parente. Dominada a Capital, partiram para o interior da Capitania. Subiram o Rio Itapecuru, 300 homens renderam as povoações ribeirinhas, apropriaram-se dos engenhos e exigiram a produção de “cinco mil arrobas de açúcar”. – (MARQUES, 1970) Dicionário Histórico e Geográfico do Maranhão - Cerca de 75 toneladas, na época uma fortuna.

Poucos anos após a dissipação holandesa, outro episódio triste e cruel marcou a história das margens do Itapecuru: o massacre dos padres Francisco Pires, Manuel Muniz e Gregório Fernandes, em 28 de agosto de 1649, pelos índios tapuyos-uruatis. A atrocidade ocorreu no “Engenho do Itapecuru”, propriedade que Antônio Muniz Barreiros deixou como legado à Companhia de Jesus, que assumiu a educação do seu filho, Ambrósio Muniz Barreiros. Os tapuios cercaram a casa de palha, um tiro para “afugenta-los” disparado do interior incendiou a palhoça. Os portugueses fugiram. Os padres, confiantes nos nativos, permaneceram no local, agredidos, pediram clemência, mas foram executados a golpe de borduna. No Engenho, “estavam quatorze homens, brancos e alguns indígenas mofilos” (batizado) – Raimundo Medeiros Rio Itapecurú.

Os holandeses reconstruíram o Forte de Vera Cruz, que estava arruinado e lhe deram o nome de Monte Calvário. Guarneceram-no com uma tropa de 70 homens e 8 peças de artilharia sob as ordens do Capitão Maximiliano Schade. Com essas ações esperavam explorar as riquezas da região. Os proprietários dos engenhos saqueados das ribeiras do Itapecuru, constrangidos com a situação devastadora, prepararam um levante comandado por Antônio Muniz Barreiros, auxiliado por Antônio Teixeira de Melo. As tropas dos lavradores marcharam contra os holandeses. Na noite de 30 de setembro de 1642, emboscaram cinco engenhos, incendiando as casas onde os invasores estavam hospedados. Ao amanhecer do dia 1º de outubro tomaram o Forte de Vera Cruz, localizado abaixo da Vila de Nossa Senhora do Rosário.

A barbaridade dos tapuios contra os padres fez os missionários recuarem das margens do Itapecurú, sendo restabelecidas suas presenças com a chegada do Padre Antônio Vieira ao Maranhão, em 16 de janeiro de 1653. Ele preparou uma missão e mandou reatar as relações com os índios e catequizar outras aldeias. Logo, a Companhia de Jesus teve problemas políticos com o governo do Maranhão, que defendia o interesse dos

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colonos na captura dos índios para trabalharem como escravos nas produções, enquanto os padres pregavam a criação das “aldeias de paz”. Os jesuítas se dedicaram aos ideais da Missão. O Padre Pedrosa insistia na pacificação indígena; conseguiu organizar as aldeias. O Padre João Avelar implementou o Aldeamento de São Miguel, construiu, no centro do povoamento, uma Capela a Nossa Senhora de Lapas e Pias, erguida com taipa de pilão, à margem direita do Itapecuru, quase em frente à Povoação de Rosário. A ribeira do Itapecuru ficou devastada com a invasão holandesa e os ataques indígenas, mas os jesuítas não se intimidaram. Com ações corajosas e munidos de confiança nos nativos, restabeleceram a paz na região. O governo do Maranhão, para consolidar o trabalho missionário, muitas vezes prejudicado pela política provincial, recuperou o Forte Vera Cruz da boca do rio e construiu o fortim Santo Cristo na “Serra Semide”. Os lavradores restabeleceram a pro-

Fachada atual da Igreja de São Miguel

Antiga fachada da Igreja de São Miguel

quanto os missionários descansavam, foram despertados por gritos de guerra. O Pe. Avelar foi o primeiro a tombar, em seguida vários da comitiva religiosa sucumbiram. Alguns escaparam em estado deplorável por flechadas e bordunadas dos guanarés. Depois da barbárie, fugiram levando como prisioneiros vários índios cristãos da “Aldeia de Paz” São Miguel.

dução, e a povoação de Nossa Senhora do Rosário voltou a crescer, em paz. O Pe. João Avelar conseguiu a proeza de colocar os índios guanarés no Aldeamento de São Miguel. O missionário estava em São Luís quando recebeu uma comissão com oito índios, enviada pelo cacique, convidando o Pe. Avelar para uma jornada catequética, que se estendia às aldeias dos Ubirajas “Barbudos”. A missão teve uma recepção jubilosa. Todos se demonstravam felizes. Após a festividade, os índios retornaram à floresta. À noite, en-

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Os padres não desistiram da catequese e fizeram os guanarés voltar ao aldeamento de São Miguel em 1726 e, quatro anos mais tarde, conquistaram os ubirajaras “barbudos”. Outras nações indígenas foram catequizadas, as chamadas Aldeias Altas, onde o Pe. Antônio Dias fundou um povoado, atual cidade de Caxias. Seguiram rio acima, no Alto Itapecuru, chegaram em Pastos Bons. Os trabalhos missionários sofreram interrupção em 1760, quando o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Estado do Maranhão e Grão-Pará.

Quanto à criação da Freguesia de Rosário, na antiga Aldeia dos Índios Barbudos, o governador da Província do Maranhão, Cristóvão da Costa Freire, em Carta Régia de 24 de dezembro de 1716, dizia “estar no Rio Itapecuru a Igreja de Nossa Senhora do Rosário que servia de freguesia aos moradores do dito rio e soldados da fortaleza dele...” (C. Marques). Nossa Senhora do Rosário, venerada padroeira do Rio Itapecurú, tinha grande prestígio entre os portugueses. A igreja possuía vigário, antes mesmo de ser elevada a Freguesia, nomeado pelo governo para atender a toda população ribeirinha. “Foi pela segunda vez criada a freguesia pela provisão régia de 25 de setembro de 1801”. (C. Marques, p. 559, op.cit.).

A beleza e as riquezas naturais: abundância em caça, peixes e frutos das margens do Rio Itapecurú renderam-lhe, com muita peculiaridade, o título de “Jardim do Maranhão”. Em seguida vieram engenhos de açúcar, criadores de gado, plantadores de algodão e uma variedade de produtos agrícolas.

Continuando com as informações de César Marques, em 1802, tem-se que “a freguesia de Rosário compreendia 196 fazendas, 226 sítios, 333 agricultores, 27 negociantes, 52 artistas, além dos mais indivíduos brancos e forros de um e outro sexo, tem mais de 10.179 escravos, enfim ao todo 12.174 almas”. por esses dados estatísticos, conclui-se que a população escrava representava 83,61 % dos seus habitantes. “São Miguel era povoação de índio com seu privativo Vigário, cujos indivíduos não eram compreendidos no mapa geral da população”.

Os nativos, verdadeiros proprietários, tiveram suas terras invadidas e tornaram-se incômodos para os colonizadores, que não tinham lugar para eles na nova sociedade que se estabelecia. Quando os índios tentavam recuperar seus territórios, classificavam-nos de baderneiros ou “gente inferior”. Os governantes autorizavam a escravidão dos nativos em “guerra justa”. Os padres jesuítas tinham a missão evangelizadora, não concordavam com a política de colonização repressiva, mas os povos indígenas, assustados, não faziam diferença, a princípio, entre um missionário e um colono.

Mário Meireles, na história de “Rosário do Itapecuru Grande”, à página 63, apresenta outro levantamento demográfico de 1805, que chega a conclusões semelhantes sobre a escravatura na região. Registra 13.672 habitantes, sendo 2.497 pessoas livres e 11.175 escravos; isto equivale a 81,74 % da população em cativeiro. No período da Abolição da Escravatura, em 13 de maio de 1888, o município ainda possuía 22% da população escrava.

As margens do Itapecuru serviam de combate às lutas constantes entre colonizadores e povos nativos. Os colonos recebiam as terras, instalavam suas fazendas e engenhos nas áreas indígenas e partiam para “guerra justa”, a fim de escravizar os nativos. Essas incursões lamentáveis nas aldeias terminavam em conflitos com os índios que povoavam a região. O governador do Maranhão, João da Maia Gama, em portaria de 22 de agosto de 1722, autorizou o capitão-mor Francisco Xavier de Aragão a incitar a guerra aos índios barbudos, aldeados na Aldeia Pequena, em torno da Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Itapecuru. Mandou, ainda, aprisionar a todos e matar no furor da guerra os que resistissem, perseguir os que escapassem até se renderem, para que a ação servisse de exemplo e terror às outras nações (M. Meireles / C..Marques).

Os cientistas bávaros – Spix e Martius, Viagem pelo Brasil, vol. 2, pg.264 - no percurso da viagem entre Caxias – São Luís, via Rio Itapecuru, em 11 de junho de 1819, chegaram a “São Miguel, extensa freguesia, cujos moradores, na maioria eram gente de cor e entre eles, cerca de 300 índios”. Um aldeamento dos padres jesuítas. Prosseguindo a descida do rio, em pouco tempo aportaram ao povoado de Pai Simão, formado ao redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída pelo negro Simão da Boa Vida, que conseguiu alforria, incentivava os escravos a apoiar

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os companheiros. Convidava os amigos do cativeiro para desfrutar a liberdade no espaço sagrado, fora das gargalheiras.

na Bahia e Maranhão apresentaram resistência. As Juntas provisórias, que governavam estas províncias, permaneceram ligadas às ordens do Rei de Portugal, D. João VI. D. Pedro I mandou uma força do exército, saindo do Ceará para invadir o Piauí e o Maranhão. Reprimidos os rebelados piauienses, uma tropa atravessou o Rio Parnaíba e ocupou a Vila de Caxias e outra cercou a Vila de Itapecuru Mirim e proclamou a adesão do Maranhão; criou Independência uma junta de governo. O Capitão Salvador de Oliveira, comandante da tropa da independência, desceu o Rio Itapecuru e alojou seu exército em Rosário, enquanto esperava o comando resolver as escaramuças de Caxias, para juntar as tropas e dominar os rebelados da capital. Nesse ínterim, o Almirante Cocharne surpreendeu com sua chegada a São Luís, fechou o porto e rendeu a Junta Provisória, fiel à Coroa lusitana, que governava a Província. Às 11:00 horas da manhã do dia 28 de julho de 1823, desceu a bandeira portuguesa, hasteouse a brasileira e a Câmara proclamou a adesão do Maranhão á Independência do Brasil, apenas 8 dias após a Proclamação em Itapecuru- Mirim.

Igreja de São Simão

Nos arredores dos armazéns do lugarejo Pai Simão, os dois cientistas maravilharam-se com a produção cerâmica na olaria do Convento dos Carmelitas Calçados, que possuíam uma grande propriedade com 90 escravos trabalhando na manufatura de louça de barro, principalmente “grandes panelas e pratos redondos”, tijolos, telhas, queimavam em três fornos, as peças apresentavam coloração vermelha da mistura de argila com óxidos. Além da lucrativa produção de louça, a Fazenda do Carmo cultivava algodão, arroz e criava gado para consumo da casa.

Destituída a Junta Governativa, ligada à Corte portuguesa, D. Pedro I nomeou presidente da Província o advogado Miguel Inácio dos Santos Freire e Bruce e comandante das armas José Félix Pereira de Burgos. Instalou-se no Maranhão um período de “Violência e Arbitrariedade”, provocando a revolta na “Vanguarda dos Independentes”.

Com a invasão francesa a Portugal, o Príncipe Regente D.João VI deixou Lisboa, em 1808 e veio com a família real morar no Rio de Janeiro, então capital do Vice-Reinado do Brasil. Em sua reforma administrativa com a determinação Régia de 13 de agosto de 1811, criou em São Luís um Tribunal de Relação, cuja jurisdição integrava o território do Ceará a São José do Rio Negro, no Amazonas. A Resolução do príncipe deu prestígio político à capital Maranhense.

O Capitão Salvador de Oliveira reintegrou a corporação e instituiu a “Força Armada contra o Despotismo”. O comandante da Guarnição de Rosário, Alferes Félix Gualberto Castelo Branco, autorizou o ajudante de ordem Manuel Pinheiro a ocupar o Forte Vera Cruz na boca do Rio Itapecuru e apoderar-se do povoado de Estiva na ilha de São Luís, utilizando o destacamento de Perizes.

O movimento revolucionário de Portugal, em 1820, exigia a aprovação de uma constituição. Outro grande problema: o ressentimento dos portugueses por seu rei morar na Colônia. Tudo isso forçou D. João VI a voltar para Lisboa, em 26 de abril de 1820, abdicando da coroa ao Príncipe Regente D. Pedro. Aqui cresce a pressão pela Independência do Brasil, que aconteceu no dia 7 de setembro de 1822. Os portugueses residentes

Os comandantes de Caxias e Pastos Bons uniram a “Frente Revolucionária de Rosário” e criaram a “Comissão Expedicionária do Itapecuru Mirim”, com base militar na freguesia rosarense, para destituir o Presidente Bruce. Cercaram São Luís, em 30 de julho de 1824.

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O exército da capital estava preparado para defender o presidente da Província e rompeu fogo contra as tropas da “Comissão Revolucionária”, que não resistiu ao cerco e arribou para Rosário, três dias depois, sem realizar o plano de depor Bruce.

Em maio de 1849, a população de Rosário comemorou a chegada ao Porto da Vila, do primeiro navio a vapor do Maranhão, que iniciava a mudança do transporte nos povoados do Vale do Itapecuru, ligando São Luís a Caxias.

A revolução estendia-se por 90 dias, quando retornou ao Maranhão o Almirante Cocharne. O Presidente Bruce partiu, então, para o Rio de Janeiro; os revoltados acalmaram-se e o movimento enfraqueceu. “A Câmara da Capital, por edital de 25 de maio de 1832, fez saber seus munícipes que se achava restabelecida a tranqüilidade nesta freguesia” (César Marques).

Pela Lei provincial nº 488 de 18 de julho de 1858, foi criada a comarca de Rosário, desligando-se de Itapecuru-Mirim, com abrangência de Icatu e Miritiba (Humberto de Campos). Ainda faziam parte dessa circunscrição judiciária os principais povoados de Peris de Cima, Peris de Baixo, Cachoeira, Itamerim, Mucambo e Pai Simão 24 anos depois instalou-se a comarca de Icatu.

A provisão régia de 19 de abril de 1833, elevou a freguesia de Rosário à categoria de Vila. Isto se fez cumprir pela promulgação da Lei provincial nº 3, de 30 de março de 1835. A Vila ficaria composta pelas freguesias de Nossa Senhora de Rosário, onde se instalou a sede e Nossa Senhora de Lapa e Pias de São Miguel Arcaujo.

Depois da Proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil, em 15 de novembro de 1889, o país teve de sufocar algumas rebeliões e romper as relações com Portugal para estabelecer o regime republicano e a unidade nacional. O Maranhão,apesar da grande influência lusitana, não fez oposição ao movimento e aderiu a República em três dias.

A mesma Lei Provincial nº 3, de 30 de março de 1835, consagrou Rosário a Vila e criou a primeira cadeira de latim para meninos. Dois anos depois, outra Lei, de 26 de Julho de 1837, fundou a escola de primeiras letras para meninas. Provavelmente o ensino teve início com os professores Manuel de Jesus Lima, com a classe masculina; e Joana Raimunda de Melo, com as meninas. O mestre escola de maior destaque da Vila de Rosário, Adrião Gonçalves Lima, foi o primeiro professor de Benedito Pereira Leite, rosarense ilustre de reputação nacional.

A economia maranhense dependia da produção rural, sustentada pelo trabalho escravo. Com a Lei Áurea, a Província sofreu um grande impacto econômico. Rosário e demais municípios dependiam da produtividade agrícola. A estimativa demográfica de 1896, registrava que apenas 20% dos habitantes moravam na Vila. Na época existia na sede municipal: 436 casas, 35 quitandas, 3 padarias, 2 açougues, uma farmácia e 28 artífices (alfaiate, sapateiros, ferreiros, marceneiros e outros). Enquanto na zona rural viviam 80% da população distribuídas nas habitações dos velhos aldeamentos criados pelos missionários jesuítas e outros povoados espalhados pelas margens do rio Itapecuru e campos da região. Eram 40 fazendas, 13 engenhos de açúcar, seis olarias e duas fábricas de beneficiamento de algodão.

Com a criação da Guarda Nacional em 18 de Agosto de 1831, Rosário sediou o 17º Batalhão de Caçadores da Corporação. A Posição geográfica da Vila, próxima da foz do Rio Itapecuru, naturalmente um ponto estratégico no continente para defesa da capital da Província do Maranhão, tendo como base de proteção o Forte de Vera Cruz, que passou por uma restruturação em 1840. Nesse período, a Balaiada, revolução popular, havia arrasado a Vila de Itapecuru e os sertões maranhenses. Rosário não sofreu tantas conseqüências com a revolta, e ainda teve o privilégio de prender um dos líderes, o vaqueiro Raimundo Gomes (O Cara Preta) que perdeu 500 homens de sua coluna em confronto com as tropas imperiais nas matas de Cemimata.

A estrutura política de Rosário e dos outros municípios ficou estabelecida pela Constituição Estadual, na Lei nº 2 de 14 de setembro de 1892, que regimentava a administração municipal. O poder Executivo era exercido por um intendente, chefe do município; e o Legislativo por uma câmara municipal com cinco vereadores.

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Casarões antigos

com destino a Aldeias Altas, determinou por decreto Lei nº 1.329 de 3 de janeiro de 1905, a construção da segunda etapa da ferrovia São Luís –Caxias, conectando com os trilhos que ligavam esta cidade a Timon, em frente a capital do Piauí.

A Vila de Rosário sediava uma Coletoria Federal, que cuidava das tributações da União; outra estadual, que cobrava os impostos de sua alçada; uma agência dos correios com malas postais quinzenais. A comarca estava sobre a jurisdição de um juiz de Direito e um promotor Público. Aí funcionava um tribunal de Júri, que julgava os cidadãos. Ainda existia uma delegacia de polícia civil e três subdelegacias nos distritos policiais dos povoados.

Os trabalhos reiniciaram-se em 1907, contudo, o governador do Maranhão, Benedito Leite, rosarense, embargou a ferrovia. O primeiro traçado da Estrada de Ferro não passava em Rosário e em outras cidades do vale do Rio Itapecuru. Fez-se novo projeto, que conserva o traçado atual.

Com o título de cidade, a Câmara Municipal de Rosário ganhou mais dois vereadores, elevando de cinco para sete o número de representante da população no poder legislativo. O recenseamento de 1920 registrou 17.153 habitantes no município, 2.847 pessoas a menos que o levantamento de 24 anos atrás. Essas estatísticas demonstraram que a população rosarense diminuiu no primeiro quartel do século XX.

A linha férrea que liga Rosário a Catanhede foi inaugurada em 1º de julho de 1919, emquanto os trabalhos da ferrovia continuavam por Pirapema, Itapecuru-Mirim, Coroatá, Codó até Caxias. O Trecho que liga Rosário-São Luís teve sua inauguração em 14 de março de 1921, mas até então interrompido no Estreito dos Mosquitos. Finalmente ficou autorizada a interligação da Ferrovia São Luís- Teresina, através do decreto nº 14.823, do governador Epitácio Pessoa, de 24 de maio de 1921. O projeto Ferroviário, ligando as duas capitais do Maranhão e do Piauí. Concretizou-se com a construção das pontes: Benedito Leite, sobre o estreito dos Mosquitos, e a do rio Parnaíba. A ferrovia foi inaugurada em 31 de dezembro de 1938, 43 anos depois do primeiro trecho, Caxias-Timon.

A Estrada de Ferro São Luìs-Teresina corta 65 km do município de Rosário, passa por dentro da cidade onde existe uma Estação de Trem. A construção desta ferrovia realizou-se em duas etapas. A primeira de Caxias a São José das Cajazeiras ou Flores (Timon), autorizada por D. Pedro II, com o decreto imperial nº 10.250 de dezembro de 1888. A inauguração dos 78 km ocorreu em 9 de junho de 1895. O Presidente da República, Afonso Pena, depois de fazer uma viagem difícil, subindo o rio Itapecuru em uma gaiola a vapor, partindo da capital maranhense

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Os historiadores dizem que Bento Maciel Parente

em Rosário. As celebrações religiosas realizavam-se no

construiu o Forte de Vera Cruz em 1620. “A margem

corredor esquerdo do templo em ruínas.

esquerda do rio Itapecuru na lat. Merid. De 2º48` e na

As autoridades civis, religiosas e militares se

long. Oc. De 45º45` foi assentada a povoação outrora

mobilizaram para arrecadar fundos. O tesouro

do Itapecuru Grande, onde havia uma igreja dedicada

provincial também contribuiu para a construção do

a Nossa Senhora do Rosário” (Cesar Marques, p. 559).

novo templo. “As 5 horas da tarde de 25 de julho de

O governador do Maranhão, Cristóvão da Costa

1868 foi assentada a 1º pedra para a edificação da igreja

Freire (1707-1718), em carta régia, afirma que a

matriz pelo Exmo. Sr Bispo D. Luís da Conceição

igreja “Servia de freguesia aos moradores do dito rio

Saraiva” (Enciclopédia dos Municípios brasileiros, p.

e aos soldados da fortaleza dele, a qual era a mais

303). Estava presente na solenidade o presidente da

antiga deste Estado por ter no mesmo rio, princípio

Província do Maranhão, Dr Manuel Jansen Ferreira,

a cidade”. A Matriz voltou a ser notícia oficial devido

o juiz de direito de Rosário, Dr. Mathias Antônio da

a seu desmoramento, às 2 horas da madrugada de 26

Fonseca Morato, uma multidão de fiéis da capital e

de março de 1866, com as fortes chuvas que caíram

rosarense.

Igreja Nossa Senhora do Rosário

A igreja foi projetada pelo capitão engenheiro

a sacristia e o Consistório. As obras continuaram

Dr.Francisco Gomes de Souza, tendo 16.72m de

em pleno desenvolvimento, graças aos esforços da

frente e 33m de fundo, compondo a estrutura: a Nave,

comissão de construção do templo, destacando-se o

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por outra, no final do século XX, com azulejos novos

Dr. Morato e o coronel Rocha. O juiz promovia leilões

da mesma cor branca, após tentativa de limpeza sem

beneficentes e dirigia pessoalmente os trabalhos.

sucesso, “Os antigos estavam bastante encardidos”,

Em fevereiro de 1871, a comissão comunicou

afirma o professor Crispim Rogrigues da Silva.

oficialmente ao presidente da província, Dr. Augusto

Os azulejos da fachada da Matriz de Rosário

Gomes de Castro, o término da igreja. A pedido do

tiveram o mesmo destino de revestimento azulejares

grupo de trabalho, o benzimento aconteceu no dia 28

de dezenas de casas e sobrados de São Luís e cidades

de maio do mesmo ano.

históricas do Maranhão, que desapareceram do

A população rosarense tem orgulho de sua igreja.

patrimônio arquitetônico sem deixarem registros na

Conta ser a única do Brasil a possuir a torre sineira

história cultural e artística dos arquivos e bibliotecas do

na parte de trás, só existindo outra igual na Itália. Sua

Estado, para a população carente de conhecimentos

construção de pedra e cal durou apenas três anos,

do passado próximo e marcante. O descaso do Poder

um esforço conjunto do povo, autoridades locais e do

público e a falta de conscientização das comunidades

presidente da província do Maranhão.

urbanas são catastróficas para qualquer acervo ou bem patrimonial.

É notório que a igreja da Nossa Senhora do Rosário possuía uma fachada azulejada, que foi substituída

Torre Sineira

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AZULEJOS DE VIANA

V

Letícia de Maria Paixão Martins de Castro

iana, outrora a 3ª cidade mais importan-

A Fazenda de São Bonifácio, segundo Jerônimo Viveiros em “História do Comércio do Maranhão-1612+1895” (1º volume, pgs. 44/45), possuía quatro engenhos de cana, oito alambiques, casa de fazer farinha com duas rodas de ralar mandioca, oficinas de tecelão, carpintaria, serraria, ferraria e casa de canoas. Chegaram a construir um bergantim de 44 palmos; era a principal fazenda dos jesuítas. Lá, cultivavam cana, café, cacau, laranja, mandioca e pacova.

te da Baixada maranhense, é conhecida como Cidade dos Lagos. Península rica

em beleza, história e tradição, teve sua origem em 1709 (alguns pesquisadores falam 1702, como no Jornal “O Popular”, ANO I, nº.2, pg. 3, “As controvérsias sobre nomes e datas de Viana”, Viana- julho/2003.), na aldeia guajajara de Maracu. Foi povoada pelos missionários da Companhia de Jesus, que construíram a Fazenda São Bonifácio, nome dado em homenagem

Viana limita-se ao Norte com o lago de Aquiri, ao Sul com o de Viana, a Leste o de Itãns e a Oeste os de Maracaçumé e Cajari. Está distante da capital 210 km, possui uma população de 46.050 habitantes. A cidade fica 25 metros acima do nível do mar, sendo quase toda cercada por um imenso oceano de água doce, principalmente no inverno, quando todos eles se comunicam com o Lago de Viana por meio dos campos que se inundam, formando outros lagos, estes temporários. É a principal cidade do Vale do Pindaré, e situa-se em terreno baixo e úmido, de solo argiloso e topografia irregular ponto de convergência da vasta região campesina e lacustre.

ao mártir São Bonifácio, na localidade conhecida por Igarapé do Engenho. Depois, construíram uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição, passando a partir daí, a ser chamada “Missão da Aldeia de Nossa Senhora da Conceição Imaculada do Maracu”. Da Missão de Maracu faziam parte, além do Engenho de São Bonifácio, as roças de Tremaúba e a fazenda de gado de Araçatuba, hoje é o bairro São Brás. A Aldeia de Maracu, localizava-se onde hoje é a Praça da Matriz e, no início, se resumia à criação de gado, com seis currais, sendo cinco de gado vacum e um de gado cavalar – “todos com as casas adequadas ao fim de cada qual: curral de Ibacá, curral de São José, curral de Baixo, curral do Meio, curral de Cima e curral das Éguas.” Nesses currais estavam cerca de 15.600 cabeças de gado vacum e 500 de gado cavalar, segundo Jerônimo Viveiros em História do Comércio, vol. I pgs. 44/45.

Outrora vivenciou períodos de glória e opulência por ser um dos principais pontos do comércio marítimo fluvial, fazendo da cidade-porto um local estratégico para escoamento de toda a produção agro-pastoril da região para a capital. Com a chegada do transporte rodoviário à cidade, iniciou-se o seu declínio comercial; Deve seu nome aos colonizadores portugueses que queriam homenagear a cidade portuguesa Viana do Castelo.

A partir da fundação da fazenda agrícola São Bonifácio, começaram as correntes migratórias de portugueses acompanhados de muitos escravos, juntando-se aos nativos locais. Dedicaram-se ao comércio, à agricultura e assim foi-se formando a estrutura sócioeconômica da futura vila de Viana, acontecimento a meados do século XVII.

O escritor Raimundo Travassos Furtado, em seu livro “Minha Vida, Minha Luta”, p. 236, diz que “Muito antes da chegada ao Maranhão dos missionários da Companhia de Jesus,as terras,onde se acha situada

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hoje a cidade de Viana, eram de uma grande nação de índios tupis”, e que, segundo a carta do padre Manuel das Neves, administrador da Aldeia de Maracu (em março de 1756, ao padre José Coimbra do Nascimento), a nação era constituída de seis tribos que há mais de três anos localizavam-se naquela região, ocupando a maior parte delas, o atual Largo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que era onde residia o chefe geral de nome Timbaú.

do Padre Eider – Viana-MA), a força ali se compunha de 04 soldados de linha e 02 capitães do mato, cada um com 06 índios. A Comarca de Viana foi criada em 29 de abril de 1835, ficando constituída de dois termos: o da sede, constando de três distritos de paz e o de Vitória do Mearim. E em 30 de junho do mesmo ano, pela Lei Provincial nº. 377 Viana foi elevada à categoria de “cidade”.

Viana foi elevada à categoria de “vila” pelo Governador Gonçalo Pereira Lobato e Sousa e outras autoridades, no dia 8 de julho de 1757; no dia seguinte, na Fazenda Araçatuba, o ouvidor-geral deu posse de todo o gado vacum e cavalar aí existente que, segundo o jesuíta Joaquim da Cunha, fora adquirido com as esmolas para manutenção dos padres.

Em 1858, a cidade recebeu sua 1ª iluminação pública à base de querosene; houve comemoração e muita festividade. Mais tarde essa iluminação foi substituída pela luz de carbureto (1911), posteriormente, em 1931, pela luz elétrica, cujo motor teve sua compra financiada pelo ilustre vianense Raimundo Castro Maya. O fato foi comemorado com Missa Campal assistida por enorme multidão. Contudo a cidade teve o seu sistema de iluminação extinto, ficando às escuras por mais de 10 anos.

A escritora e pesquisadora Dinacy Correa (“VIANA – Inventário histórico/D.P.H.” fl.7) refere que “a 30 de outubro de 1759, foi concedida ao senado da localidade, uma légua de terra para formação do seu patrimônio territorial”.

Em 1860 “ a Princesa dos Lagos” possuía uma população de 8.397 habitantes, sendo 6.506 livres e 1891 escravos.

O governador Joaquim de Melo e Póvoas em comunicação feita à Coroa portuguesa em 1º de março de 1768, disse que passou por Viana, visitou todas as fazendas que foram dos jesuítas, ficando mais tempo na de Maracu, e que a vila tinha “excelente situação, boa igreja, suficiente casa de câmara e uma forte cadeia; a escola tem muitos rapazes, alguns escrevendo bem e os índios são civilizados”.

Viana foi tema na crônica de Machado de Assis “11 de setembro de 1864”, que é ao mesmo tempo nome e data em que foi escrito, nela se fala das lágrimas que surgiram em retrato de Santa Tereza num quadro durante três horas; uma comissão de eclesiásticos foi formada, examinou o quadro e não achou nada. Em 1866 a cidade era a “cabeça” da comarca do mesmo nome com dois municípios, o de Viana e o de Mearim. O de Viana possuía três freguesias: Nossa Senhora da Conceição da cidade de Viana, São Francisco de Monção e São José de Penalva; O município de Mearim possuía as freguesias de Nossa Senhora de Nazaré do Mearim e Nossa Senhora da Graça do Arari. Na época existiam em Viana 07 senhores de engenho de açúcar, 43 fazendeiros de arroz, mandioca e outros gêneros e 39 criadores. Em julho de 1868, um grupo maior de 20 escravos capitaneados por outros foragidos do Quilombo São Benedito do Céu, localizado nas cabeceiras do Bonito (braço do rio Turi que fica há três dias e meio a pés de Viana), acometera diversos lugares da comarca, soltando gritos de liberdade, a fim de incitar os escravos das fazendas por onde fossem passando,

A cidade era tão importante para a Província do Maranhão que foi escolhida para ponto de parada obrigatória do 14º Batalhão de Infantaria e de uma Companhia da Guarda Nacional. Participou do surto progressista do Maranhão no século XIX e em decorrência disso, surgiram no local sobrados e casarões construídos em pedra e cal, com ou sem azulejos na fachada. Em 1820, ela possuía uma praça regular de 60 por 30 braças onde é a matriz, cinco ruas principais, algumas travessas e 400 índios domesticados; cultivavam arroz, algodão, cana-de-açúcar e tinha algumas fazendas de gado vacum. Segundo retrato feito pelo coronel Antônio Bernardino Pereira do Lago, do Real Corpo de Engenheiros, em “Itinerário da Província do Maranhão-1820” (foto-copiado da biblioteca particular

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foi a mesma.

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A 1ª eleição municipal da cidade realizou-se em 1892, cujo intendente foi o Sr. Antônio Serafim da Costa.

a acompanhá-los e também a roubar e assassinar; ocuparam simultaneamente diversas fazendas no centro da comarca. O movimento tomou proporções aterradoras com a prática de atentados às pessoas e à propriedade individual. Os quilombolas de Viana permaneceram lutando até a Abolição, alimentados pelo sentimento de liberdade, desestruturando o sistema escravagista da região. Mesmo depois de três anos do movimento insurrecional, os quilombolas continuavam agindo, mantendo os fazendeiros em permanente estado de insegurança e terror. Depois

O 1º jornal de Viana surgiu em 1912, “A Imprensa”, circulando aos sábados; nesta mesma década outros foram impressos: A Ordem, A Reforma, Atualidade, O Vianense e A Centelha. Em 1950 a cidade já contava com 822 habitantes numa área terrestre de 818 Km², um dos menores municípios da Maranhão em tamanho, mas um dos mais povoados. A diocese de Viana foi criada no governo de D. Delgado em 15/12/1962, pelo Papa João XXIII; o Bispado de Viana abrange 12 municípios da Baixada maranhense.

disso, a situação sócioeconômica de Viana nunca mais

Igreja Matriz

Cruz de ferro - Praça da Matriz

Parte da fachada da 1ª Igreja Matriz de Viana

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Igreja e Praça da Matriz de Nossa Senhora da

Silva, Ozimo de Carvalho e Estevão Rafael de Carvalho,

Conceição – A primeira foi construída na segunda

este um dos autores intelectuais da “Balaiada”.

metade do século XVII, quando da fundação da

A equipe do “Inventário de Azulejos das Cidades

missão pelos jesuítas, passou por várias reformas que

Históricas do Maranhão” percorreu toda a área tombada

comprometeram as suas características originais; Possui

de Viana, onde encontrou os seguintes imóveis com

fachada revestida com azulejos industriais verdes lisos.

azulejos, aqui distribuídos de acordo com a rua:

Segundo entrevista com o Pe. Eider Silva, na praça, em frente da matriz, existe um cruzeiro que foi mandado

Rua Cônego Hemetério:

construir pelo escritor e historiador Antonio Lopes; a cruz de ferro está sobre um bloco de granito com o monograma “JHS”, dentro de um círculo dentado; este bloco de granito fazia parte da fachada da primeira Igreja Matriz. Atrás havia um farol a querosene, em mirante de madeira que servia de ponto de referência aos viajantes. No início do século XX, no 1º decênio, foi construída uma grande torre na frente da igreja com outro farol, este maior que o outro. Em 1981, a matriz de Viana teve seus sinos vendidos ao Governo do Estado, o que provocou tamanha revolta na cidade que alcançou repercussão na imprensa nacional e, depois de seis anos de luta, com a pressão dos vianenses, os sinos voltaram ao seu lugar. Durante o tempo em

S/N, Sobrado pertencente à Família Gaspar,

que ficaram fora, estavam em São Luís, na Igreja do

de estilo tradicional português, construído em 1843,

Desterro. Possuem a seguinte inscrição: “ANO 1848

foi armazém, fábrica de beneficiamento de arroz,

– MANOEL ANTONIO MARTINS – O. F. E. S –

algodão e café, a famosa Fábrica de Viana. Seu

FÁBRICA: Rua Augusta, Lisboa – Pertence à Matriz

primeiro proprietário foi Edgar Carvalho, neto de

de Nossa Senhora da Conceição de Viana do Maracu

Estevão Rafael de Carvalho (jornalista, fundador do

na Província do Maranhão – Mandado fundir pelo

jornal “O bem-te-vi”, idealizador da “A Balaiada”),

Capitão João Raimundo Pereira da Silva, fabriqueiro

depois o comerciante José Pinheiro e, a seguir, o Sr.

da mesma Matriz.” A chegada dos sinos à cidade foi

Armando Gaspar. Possui fachada revestida de azulejos

apoteótica com a população presente, em festa.

portugueses lisos amarelos - PL 02, do século XIX;

Viana foi tombada pelo Governo do Estado através

friso também português com decoração estampilhada

do decreto nº. 10.899, de 17 de outubro de 1988, nº.

em verde e amarelo, de folhas em cadeia – FE 40, da

de inscrição 040, no livro de tombo fl. 09, de 20 de

metade do século XIX. Está abandonado, em ruínas,

novembro de 1988. Foi publicado no Diário Oficial em

prestes a cair.

27 de outubro de 1988. A cidade deu ao Maranhão ilustres personagens de sua Cultura e História como Antônio Rayol, Celso Magalhães, Dilú Melo, Raimundo de Castro Maya, os irmãos Raimundo e Antônio Lopes, Astolfo Serra, Rogério do Maranhão; Raimundo Nonato Travassos Furtado, Pe. Eider Furtado Silva, Edith Nair Furtado

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Nº. 146 Casa da Família Azevedo ou Leovegildo

Nº. 138 Casa do Sr. João Trindade, vizinha à casa

Dominici, com fachada toda revestida em azulejos

anterior, construída em 1891, possui o mesmo padrão

estampilhados portugueses, sendo o PE 07 um padrão

de azulejos a revestir a fachada – PE 07, o mesmo

do final do século XIX, na parte superior em policromia

friso – FE 22, mas a barra/embasamento é em massa

- laçaria com motivos fitomórficos conhecida como

chapiscada; residência de tradicional estilo português,

“estrela e cruz”, desenho de influência mourisca,

do tipo morada inteira.

padrão 2 x 2; e o PE 11 na barra/embasamento em dois tons de verde, produzido pela Fábrica Viúva Lamego (Lisboa-PT), século XIX, também padrão 2 x 2. Todo o revestimento é delimitado pelo friso “de corda” - FE 22, português, estampilhado em azul cobalto e branco,

Rua Grande ou Rua Antônio Lopes:

do século XVIII, também da Fábrica Viúva Lamego. A casa não possui janelas em sua fachada principal, só três portas, o que nos leva a pensar que talvez ela e a seguinte, fossem um prédio só, então também uma construção de 1891.

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Nº. 544, Casa do Senhor Estrelinha, pertenceu ao Sr. Tolentino Veloso e ao Dr. Arthur Almada Lima, 10º juiz de direito. Tem a maior parte da fachada em azulejos portugueses, laçaria em estampilha policrômico – PE 97, alguns remendos em padrão ferradura – PE 01 e com o PE 14; frisos portugueses em estampilha - FE 33 e FE 41, em azul e branco - motivo meandro, todos do século XIX. Um Registro Devocional do tipo popular na fachada, entre as janelas, do século passado (XX), em quatro peças com São José de Ribamar com cercadura azul, elaborado na técnica da serigrafia em azulejos industrializados brancos. Nº. 193, Casa da Família Pinheiro (Sr. Manoel Pinheiro),

construída

em

1899,

meia

morada

revestida com azulejos portugueses – PE 58, da 2ª metade do século XIX, decoração conhecida como motivo “luz e sombra”, imitação de enxaquetado de fabricação da Viúva Lamego, padrão 2 x 2; o PE 11 na barra / embasamento, separados pelo friso FE 35, possivelmente da Fábrica Viúva Lamego em Lisboa, do tipo “galão”, todos do século XIX e estampilhados.

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Nº. 593, Casa do Sr. Batista Luzardo Pinheiro Barros, de tradicional arquitetura portuguesa, provavelmente morada inteira que teve duas janelas transformadas em portas, funcionando aí um cartório; possui a fachada revestida totalmente em azulejos portugueses estampilhados – PE 11 e na barra/embasamento, um “jogo” do mesmo padrão em peças claras e escuras alternadamente, separados pelo friso FE 18; todos do século XIX.

S/Nº, Casa da Família Duailibe, possui faixa superior contornando a fachada principal e a lateral, em azulejos portugueses estampilhados – PE 14, padrão 2 x 2, da Fábrica Viúva Lamego, do século XIX. Atualmente nela funciona o colégio do município “U.E. Manoel Soeiro” e a loja “SIDNA Modas”.

Rua Dr. Castro Maia: Nº. 582, Prédio da APAE / CNBB, meia morada com um Registro Devocional tipo popular, em quatro peças de azulejos industriais brancos onde se vê a imagem de São José e o Menino Jesus contornados por cercadura azul em serigrafia, na fachada principal, acima da entrada principal.

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Rua Prefeito Antônio Serafim da Costa, cemitério:

Campo Santo São Sebastião, túmulo pertencente à Maria do Socorro Gomes com painel do tipo Registro Devocional, Nossa Senhora de Fátima em azulejos industrializados, quatro peças, cercadura azul em serigrafia.

Hoje Viana oferece aos turistas, além da beleza de seus casarões coloniais alguns revestidos em azulejos, a natureza em toda a sua exuberância oferecendo passeios pelos lagos em barcos a motor, de onde se poderá apreciar melhor a diversidade das plantas e aves aquáticas. Na economia seu ponto alto é a pecuária com bubalinos, bovinos, suínos e equinos; não menos importante é a agricultura com plantações de mandioca, milho, arroz e feijão. Algumas das festas populares e folclóricas de Viana: em janeiro Festa do Divino, em outubro Festa do Arraial de Nossa Senhora Aparecida, em novembro Festa de Nazaré e em setembro Festa de São Benedito da Barreirinha. Possui também diversas manifestações Túmulo nº 5, s/identificação, com Registro Devocional

folclóricas e populares como tambor de crioula ou

de São Jorge em doze peças, cercadura azul escuro em

de mina, Bumba-meu-boi, o Baile de São Gonçalo, o

serigrafia.

Serra Velha, a Chegança, o Fandango, o Candomblé,

A Cidade dos Lagos e sua exuberante paisagem

as Ferras e as Vaquejadas.

de pura beleza tropical possuem valores culturais que

O acervo histórico e arquitetônico da área urbana

são guardados e cultuados por seu povo, mantido vivo

foi tombado juntamente com o patrimônio paisagístico

como motivo de orgulho para as futuras gerações.

da região que compreende os lagos que contornam a

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cidade. A equipe do Inventário de Azulejos das Cidades Históricas do Maranhão tomou conhecimento de alguns locais em Viana onde existiam azulejos e foram retirados, segundo levantamento feito pela equipe do Departamento de Patrimônio Histórico do Maranhão- DPH, na época do Tombamento:

Prédio da Prefeitura – (Rua Antônio Lopes

belas residências da cidade, tendo sido modificado

/ Rua grande), possuía azulejos portugueses em

pelo banco a fim de adequá-lo às exigências do modelo

sua fachada que foram retirados e trocados por

oficial a ser seguido.

novos, industrializados, em 1986 pela administração

Casa da família do Sr. Bibi Silva – (Rua Antônio

municipal, foi construído por um português rico que

Lopes / Rua Grande nº 210) destruída e saqueada pelo

tinha intenção de dar um prédio a cada uma de suas

povo em 1986 por ordem do prefeito, onde hoje é o

filhas; foi palco do desenrolar da Revolução Vianense

Fórum, cujo azulejo é possível que fosse o PE 01 ou

de 30.

PE 07.

Prédio do Banco do Brasil – era uma das mais Após o término do levantamento do patrimônio azulejar da cidade, a equipe concluiu que: a) Encontrou 7 padrões de azulejos, sendo um liso e os demais em estampilha; b) Encontrou 6 padrões de frisos, todos estampilhados. c) A maioria dos azulejos encontrados é do século XIX; d) A grande maioria deles é proveniente da Fábrica Viúva Lamego, de Lisboa - Portugal. e) Encontramos um azulejo de padrão novo – PE 97; f) Um padrão de friso novo – FE 40; g) Uma variante do friso FE 02 – o FE 41; h) Não foram encontrados azulejos em aplicação interna.

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Planilha dos azulejos inventariados

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LO 1.

HA

RI

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ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

PE 13

PE 24

6

7

10

8

ESTAMPILHA

PE 10

5

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13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIM

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

FACHADA

RU

RUA DIREITA, 253

RUA DE BAIXO S/Nº (TIJUPÁ)

BALCÃO SILHAR DA VARANDA

RUA DE BAIXO S/Nº (TIJUPÁ)

RUA GRANDE, 98

ADORNOS ISOLADOS

BALCÃO

RUA DE BAIXO S/Nº (TIJUPÁ)

RUA DIREITA, 102

BALCÃO

FACHADA

15

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13

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PR 434 Inventário dos Azulejos.indd 434

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435 Inventário dos Azulejos.indd 435

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437

CIA Inventário dos Azulejos.indd 437

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HI PC

PC

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439

11

PC 10

15

PC

PC Inventário dos Azulejos.indd 439

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PC

PC

PC

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441

20

19

18

ITEM Inventário dos Azulejos.indd 441

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442 Inventário dos Azulejos.indd 442

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CIDADE DE CAXIAS

ESTAMPILHA

PE 27

PE 33

PE 58

3

4

5

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

PE 03

CÓDIGO

2

AZULEJO

PE 01

PADRÃO

1

ÍTEM

AZULEJO ESTAMPILHA

1.2

443

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

REVESTINDO O TÚMULO

OUTROS CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

REVESTINDO O TÚMULO

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

REVESTINDO O TÚMULO

RUA DO PARNÁSIO, S/N, BAIRRO PONTE

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

REVESTINDO O TÚMULO

BARRA

RUA 1º DE AGOSTO, 754

RUA BENEDITO LEITE, 716

RUA RUI BARBOSA, 839

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

ENDEREÇO

ADORNOS ISOLADOS

TAPETE

LOCAL DE APLICAÇÃO REVESTINDO O TÚMULO

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PE 96

CÓDIGO

7

AZULEJO

PE 95

PADRÃO

6

ÍTEM

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

13,5 X 13,5

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

444

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

BARRA

SILHAR

TAPETE

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA BENEDITO LEITE, 848

RUA CÂNDIDO MENDES, 423 A/B

ENDEREÇO

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PADRÃO

AZULEJO

1

ÍTEM

PADRÃO

CERCADURA

CERCADURA DELCACOMANIA

1

ÍTEM

AZULEJO RELEVO

DECALCOMANIA

CD 05

445

---

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

TÉCNICA

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

CÓDIGO

PR 14

CÓDIGO

ALEMANHA

PROCEDÊNCIA

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

ENDEREÇO

RUA ARÃO REIS, S/N

ADORNOS ISOLADOS

PRAÇA GONÇALVES DIAS, 197/203

RUA AFONSO PENA, 362

RUA VESPAZIANO RAMOS, 725

ENDEREÇO

LOCAL DE APLICAÇÃO

BARRA E FAIXA SUPERIOR

ADORNOS ISOLADOS

LOCAL DE APLICAÇÃO

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ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

FE 08

FE 12

FE 18

FE 30

FE 35

FE 39

3

4

5

6

7

8

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

ESTAMPILHA

TÉCNICA

FE 02

CÓDIGO

2

FRISO

FE 01

PADRÃO

1

ÍTEM

FRISO ESTAMPILHA

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

6,75 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

446

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

RUA BENEDITO LEITE, 848

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

RUA CÂNDIDO MENDES, 423 A/B

REVESTINDO O TÚMULO

REVESTINDO O TÚMULO

FACHADA E INTERIOR

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

REVESTINDO O TÚMULO

BARRA

CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS

RUA RUI BARBOSA, 839

RUA BENEDITO LEITE, 716

RUA DO PARNÁSIO, S/N, BAIRRO PONTE

ENDEREÇO

REVESTINDO O TÚMULO

FACHADA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

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1

ÍTEM

PADRÃO

FRISO RELEVO

FRISO

6,75 X 13,5

RELEVO COM PINTURA MANUAL

FR 10

447

DIMENSÃO (CM)

TÉCNICA

CÓDIGO

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

BARRA E FAIXA SUPERIOR

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA GONÇALVES DIAS, 197/203

ENDEREÇO

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11/08/2012 14:22:42

PADRÃO

1

ITEM

PADRÃO

FRISO ESTAMPILHA

1

ITEM

FRISO

AZULEJO

CIDADE DE GUIMARÃES

AZULEJO ESTAMPILHA

1.3

FE 01

ESTAMPILHA

TÉCNICA

ESTAMPILHA

PE 14

CÓDIGO

TÉCNICA

CÓDIGO

6,75 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

13,5 X 13,5

DIMENSÃO (CM)

448

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

PORTUGAL

PROCEDÊNCIA

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

FACHADA

LOCAL DE APLICAÇÃO

RUA URBANO SANTOS Nº 75

ENDEREÇO

RUA URBANO SANTOS Nº 75

ENDEREÇO

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ÍTEM

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PINTURA DE MUFLA

PINTURA DE MUFLA

NACIONAL – AUTOR DESCONHECIDO

NACIONAL – AUTOR DESCONHECIDO

NACIONAL – AUTOR DESCONHECIDO

NACIONAL – AUTOR DESCONHECIDO

N. S. DE FÁTIMA

SÃO JORGE

SÃO JOSÉ E O MENINO JESUS

SÃO JOSÉ DE RIBAMAR

1

2

3

4

PINTURA DE MUFLA

PINTURA DE MUFLA

TÉCNICA DE DECORAÇÃO

ORIGEM

REGISTROS

ÍCONE DEVOCIONAL

Nº DE ORDEM

1.5 REGISTROS DEVOCIONAIS – VIANA

452

RUA ANTONIO LOPES Nº 544, VIANA

RUA DR. CASTRO MAIA Nº 582, VIANA

RUA PREFEITO ANTONIO SERAFIM DA COSTA, CEMITÉRIO SÃO SEBASTIÃO, VIANA

RUA PREFEITO ANTONIO SERAFIM DA COSTA, CEMITÉRIO SÃO SEBASTIÃO, VIANA

ENDEREÇO

453

Inventário dos Azulejos das Cidades Históricas do Maranhão - 2006 -

Mapas do Levantamento

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Alcântara

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Alcântara

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

457

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Alcântara

458

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

459

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Alcântara

460

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Alcântara

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

463

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Caxias

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

465

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Caxias

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Caxias

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Caxias

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

471

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Caxias

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

473

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Guimarães

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Viana

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Viana

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Viana

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Viana

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Viana

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão





CONCLUSÃO Desde os primeiros registros cadastrais feitos pela professora Dora Alcântara, publicados no seu trabalho Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão, em 1980, até os dias de hoje, verificase que o azulejo tradicional, símbolo da identidade cultural de São Luís, vem sendo subtraído ao longo dos anos. No intervalo de nove anos (de 1959 a 1968) foram demolidos vinte imóveis com fachadas azulejadas. O Inventário realizado, em 2004, pela Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa, Filho, registrou que, daqueles duzentos e cinquenta imóveis cadastrados em 1968 só restavam cento e oitenta imóveis azulejados, o que representa uma perda de setenta imóveis, ou seja: de 1959 a 2004 a cidade de São Luís perdeu cerca de noventa imóveis azulejados. Além das perdas de prédios e subtração de azulejos, é crescente a preocupação de técnicos e especialistas com o estado de preservação e conservação do patrimônio azulejar do Maranhão. São vários os fatores que contribuem para essa deterioração: danos decorrentes de vandalismo, descuido dos órgãos competentes, além do clima que apresenta ciclos de chuvas e estiagem a cada seis meses, contribuindo para uma degradação acentuada dos azulejos, provocando sujidades, proliferação de micro-organismos, perdas de vidrado e chacota. Registre-se também que o estado físico do acervo azulejar está comprometido não só pelo envelhecimento natural, mas também pelas agressões humanas, a exemplo de saques, roubos e restaurações sem qualidade técnica (réplicas serigrafadas de reposição, que provocam impacto entre o clássico e vulgar, descaracterizando a arte mourisca). Em outros casos são desrespeitados princípios de conservação e restauro elementares, acentuando-se o estado delicado do revestimento, a exemplo da utilização de cimento Portland para assentamento de azulejos antigos e preenchimento de lacunas de azulejos faltantes, com este material que possui substâncias agressivas às peças cerâmicas. Constatou-se também, que as alvenarias das fachadas e interiores dos sobrados e moradas dos séculos XVIII e XIX que servem de suporte dos azulejos antigos estão, muitas vezes, em processo de deterioração, contribuindo, na maioria dos casos, como condutores dos males que atacam os azulejos. No caso de São Luís, é notória a quantidade de vegetação que cresce sobre o telhado e invade fachadas, até mesmo em edificações habitadas. Conclui-se que de nada adiantará serem restaurados tapetes, silhares assentados em alvenarias lesionadas por problemas que afetam o sistema estrutural do edifício. Tem-se plena consciência de que o inventário não se conclui com esta publicação. A proposta é que seja sempre atualizado na sua base de dados, e que estes possam servir de subsídios para o planejamento e salvaguarda do patrimônio azulejar Maranhense. Os dados coletados e agora publicados nos Relatórios Técnicos poderão significar um ponto de partida para a elaboração de diagnósticos e estratégias de conservação pormenorizadas, que

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

busque restaurar, desacelerar ou interromper o processo de deterioração. É recomendável no restauro, sempre que possível, que a peça original seja recuperada em detrimento da sua substituição por réplica. Importante considerar-se que as propostas de intervenção com vista à conservação e restauração do patrimônio azulejar deverão sempre ser precedidas de estudos criteriosos, identificando-se as causas de deterioração através de pesquisas e testes laboratoriais, que comprovem o êxito do restauro diante de situações adversas. Ante de um acervo em estado precário de conservação, e com tantas perdas, está na hora de efetivamente “… opor barreiras à destruição das casas de azulejos, tão preciosas…”, como há oitenta e dois anos, já recomendava o professor Antônio Lopes. É necessário, com urgência, a elaboração de um plano de salvaguarda do acervo azulejar maranhense. Um Plano que consigne o problema da conservação na sua origem, a partir da sua identificação, pesquisa e diagnóstico, para delinear uma política cultural que contemple de uma forma abrangente todos os problemas técnicos e administrativos relativos à sua preservação.

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

GLOSSÁRIO

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Associação de Amigos do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

GLOSSÁRIO

cesto ou jarro florido em geral agrupado a formar um silhar. ALFADINS – placas cerâmicas hexagonais desti-

ABÓBADA – obra da Arquitetura que existe na

nadas a revestimentos de pavimentos, decorados a azul

forma arqueada, serve para cobrir a maneira de teto

ou roxo sobre o branco, sendo utilizada em composi-

num espaço compreendido entre paredes ou colunas.

ção com rosetas.

A parte interna das abóbadas chama-se intradorso. Co-

ALFAGRETES – composição de azulejos repre-

bertura curva de construção geralmente feita de tijolos

sentando floreiras ou hastes floridas, colocados em de-

com formato de cunha.

terminados pontos de uma fachada ou em nichos.

ACANTO – ornato inspirado nas folhas do acan-

ALFARDON – azulejo de pavimento de formato

to. Surgiu na arquitetura grega em frisos e molduras.

hexagonal, alongado, usado em combinação com lose-

Difundiu-se na arte helenística romana, pela Idade

tas quadradas. Esse tipo de agrupamento foi vulgar na

Média e Renascimento e conserva-se até os nossos

azulejaria valenciana dos séculos XV e XVI e em Itália

dias, estendendo-se na ornamentação arquitetônica as

no mesmo período. (ver loseta)

diversas artes decorativas.

ALIZAR ou SILHAR – revestimento pariental

ACERVO – nome dado à coleção de peças de pro-

que ocupa parte inferior de uma parede e cuja altura

priedade de um museu.

pode variar entre um ou dois metros; faixa de azulejo,

ADORNO – todo enfeite ou ornato usado para

madeira ou mármore que reveste as paredes até uma

aformosear qualquer parte do edifício

certa altura do piso.

ADRO – terreno em frente e/ou em volta da igre-

ALMINHAS – alegoria das almas do purgatório

ja, plano ou escalonado, aberto ou murado.

muito representadas em pequenos movimentos dis-

AEROGRAFIA – pintura de azulejos efetuados à

postas à beira de caminhos, encruzilhadas ou e registos

pistola, em geral usando máscaras de metal recortado

de azulejos no exterior das casas; azulejo isolado ou pe-

que funcionam como estampilhas. Foi vulgar durante

queno composição de azulejos representados por alma

o período “Arte Deco”, na Espanha na Fábrica de Sa-

do purgatório envolvido em chamas, na base as letras

cavém.

P.N.A.M. (Padre Nosso – Ave Maria) manifestações de culto popular.

AFRESCO – pintura realizada sobre uma parede com o reboco ainda úmida.

APARELHAMENTO – conjunto das operações de acabamento das peças em verde (rebarbagem, cola-

AGLUTINANTES – que aglutina; que pega como

gens, retoques, etc.).

grande, diz-se da língua na qual muito frequentemente ocorre a composição de elementos vocabulares em

AQUILOMBADO - Dizia-se do escravo refugiado

que os componentes guardam a significação, embora

em quilombo.

percam a individualidade fonética.

ARABESCO – ornato com decoração predomi-

ALBARRADAS – vasos de flores, ladeados por

nantemente curvilínea onde se misturam variados te-

pássaros golfinhos, representados desde a 2ª metade

mas, com execução da figura humana. Os arabescos

do século XVII. No século XVIII, pela repetição dos

da arte mulçumanos predominam as linhas retas que-

motivos intercalados por palmitos ou outros motivos

bradas e entrelaçadas, formando figuras complexas às

fitomórficos, constitui-se em painéis seriados forman-

vezes conjugadas com folhagens.

do silhares. Vasos com ou sem asas para levar flores. É

ARCARIA DO CLAUSTRO – arcada de galerias

um motivo decorativo usado em pintura, especialmen-

internas de conventos que circundam o pátio.

te no azulejo do século XVI e XVII. Motivo de vaso,

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Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão

ARESTA – saliências nas superfícies do azulejo,

do só na cor azul de cobalto, sobre o fundo branco. É

realizadas através de moldes destinados a separar os

dominante na azulejaria portuguesa entre os anos de

vidrados plumbíferos de várias cores usadas na deco-

1690-1750.

ração. Técnica hispano-mourisca que consistia na apli-

AZULEJO DE ARESTA – azulejo hispano-mou-

cação de moldes de madeira ou metal sobre o barro

risco dos fins do século XV e princípios do século XVI

cru, formando aresta salientes, que isolavam os diver-

em que as várias cores do desenho eram separadas por

sos esmaltes coloridos. Surgiu em Sevilha em finais do

intermédio de aresta saliente do próprio barro.

século XV, prolongando-se a sua utilização no século

AZULEJO DE BAIXO-RELEVO – trabalho de

XVI, substituindo a técnica de corda seca.

escultura, de largo emprego na arquitetura na qual as

ARITA – cidade japonesa onde se estabeleceram

esculturas não sobressaem no seu volume total e sim

diversas oficinas cerâmicas, nas quais as oleiras corea-

em partes, ficando aderente à superfície em que se

nas incrementaram a produção de porcelana.

aplicam. Relevo feito na superfície de uma azulejo no

ARQUEOLOGIA – ciência que deduz o conhe-

qual os motivos representados se ressaltam apenas em

cimento do passado através do estudo dos monumen-

partes. Em geral considera-se o relevo com baixo-rele-

tos e objetos antigos. O estudo de restos e de interesse

vo quando apenas 1/3 da profundidade dos motivos

quando das civilizações ou culturas desaparecidas, é

representados forma volume. É o relevo mais utilizado

precária à informação bibliográfica, dada a carência de

na arquitetura. Foi empregado nos tetos de estuque or-

notícia ou informações históricas.

namentados dos palacetes neoclássicos e em retábulos de igrejas antigas.

AZULEJO – placa cerâmica de espessura variável, geralmente quadrada ou retangular, constituído

AZULEJO DE CORDA SECA – azulejos com

por base argilosa (tardoz), decorada e vitrificada numa

contornos dos motivos decorativos, com ranhuras pre-

das faces, destinada essencialmente a revestimento

enchidas com uma mistura de gordura (óleo de linha-

pariental; placa de cerâmica vidrada que serve para

ça) e manganês, que na segunda cozedura impedem a

guarnecer paramentos. A palavra é de origem árabe –

mistura das cores. Azulejo hispano-mourisco dos finais

az-zullaiju.

do século XV e princípios do século XVI em várias cores eram separadas por intermédio de sulcos preenchi-

AZULEJO AEROGRAFADO - técnica também

dos com uma mistura de óleo de linhaça e manganês.

chamada de “decoração ao terceiro fogo”, aplicação di-

Técnica hispano-mourisca que consistia em gravar o

reta de tinta na chacota por “aerógrafo” (pistola) atra-

termo dos motivos decorativos com rasuras preenchi-

vés de estampilhas de zinco.

dos com mistura de gordura (óleo de linhaça e man-

AZULEJO ALICATADO – composição cerâmica

ganês) evitando assim que na 2ª cozedura as cores se

que resulta da composição de fragmentos cerâmicos

misturem.

vidrados de várias cores recortados a partir de placas

AZULEJO DE FIGURA AVULSA - azulejos ge-

coloridas, formando figuras geométricas. Revestimen-

ralmente monocromático representados, cada um, por

to constituído por pedaços de azulejos de diferentes

um motivo autônomo (flores, animais, barcos, etc.).

cores, recortados e aplicado de forma a organizar uma

Azulejo que contem uma composição central comple-

composição de arabescos geometrizados, como um

ta e isolada. Possui em si o mesmo motivo principal –

mosaico. E é o processo mais antigo do azulejo his-

flores, animais, frutos, figuras humanas, cestos, barcos,

pano-mourisco. Mosaico cerâmico formado por peças

construções variadas. Geralmente ornados os cantos.

de cores uniformes, em geral com formas geométricas

Influência holandesa.

cortadas por placas cerâmicas vidradas e aglomeradas a maneira de mosaico nas superfícies arquitetônica.

AZULEJO DE PADRÃO – composição ornamental formada pela repetição regular de um ou mais azu-

AZULEJO AZUL E BRANCO – azulejo pinta-

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lejos. Consoantes o número de elementos para formar

um instrumento pontiagudo, até por a descoberta a

o padrão, este pode ser classificado em 2x2 ou 4x4 até

cor natural da argila. Técnica de gravação com estilete

12x12. Os azulejos de tapete dos séculos XVII e os

ou prego no azulejo dos motivos decorativos, deixando

azulejos semi-industriais e fachada produzido no sé-

aparecer o corpo cerâmico.

culo XIX são azulejos de padrão. Painel de azulejo

AZULEJO ESPONJADO – azulejo em que as tin-

decorado, composto por um ou mais de um padrão

tas são aplicadas por intermédio de uma esponja ou de

que se repetem formando uma composição. Recebe a

uma escova de modo a sugerir um aspecto granitado.

denominação específica de acordo com a variação fei-

AZULEJO ESTAMPADO – azulejo em que o de-

ta pelo azulejo padrão. Por exemplo, quando o azule-

senho é aplicado por meio de uma estampa ou decal-

jo padrão faz uma rotação, modificando quatro vezes

comania sob o vidrado transparente. Esta técnica tem

sua disposição é chamado 2 vezes 2 barras 1. Existem

também o nome de impressão à “talhe doce”.

azulejos de padrão cujos desenhos são formados por uma variação de 2X2, 4X4, 6x6 e 12X12, implicando

AZULEJO ESTAMPILHADO – azulejo em que

respectivamente 16X16, 36X36 ou 144 variações em

as tintas são aplicadas sobre o vidro opaco utilizando

seus azulejos. Muitas vezes é também um azulejo de

uma estampilha.

tapete. Por esse motivo o azulejo de tapete é às vezes

AZULEJO HISPANO-MOURISCO – designação

também azulejo de padrão.

dada geralmente ao azulejo produzido na técnica da

AZULEJO DE TAPETE – painel de azulejos

corda seca, de aresta ou ambas. Azulejos produzidos

decorado, cuja barra externa formam uma cercadura

em Espanha, Sevilha e Toledonos. Séculos XV e XVI,

dando a este o aspecto de tapete. É usualmente com-

com técnica ou motivos de inspiração islâmica. Pode

posto or um ou mais azulejos de padrão que se repe-

também ser designado por “azulejo mudejar”. Esta de-

tem em diferentes disposições, formando uma compo-

signação mantém-se impropriamente para modelos

sição. Por esse motivo é também chamado azulejo de

mais tardios, com decoração renascentista.

padrão. Em geral tem também como característica a

AZULEJO INDUSTRIAL – azulejo de produção

policromia. Freqüentemente é azul, amarelo e branco.

seriada, decorado por processo mecânico para facha-

Revestimento pariental de azulejos ocupando toda a

das e interiores de lojas e entradas de prédios de rendi-

extensão de uma parede, formada pela repetição regu-

mento. Surgiu a partir de meados do século XIX.

lar de padrões policromados.

AZULEJO MUDEJAR – nome dado habitual-

AZULEJO ENXAQUETADO – composição de-

mente aos azulejos de corda seca e de aresta. São tam-

corativa obtida pelo agrupamento em diagonal de azu-

bém chamados azulejos hispano-arabes ou hispano-

lejos com formas geométricas e dimensões variáveis,

-mouriscos.

separados em faixas retangulares, tarjas pintadas em

AZULEJO PÓ-DE-PEDRA – azulejo industrial

cores lisas utilizam-se em revestimento parientais des-

cuja pasta se adiciona caulino para obter brancura e

de a 2ª metade do século XVI até os meados do século

maior dureza. Pó-de-pedra – argila sem ferro, mistura-

XVII. Composição de azulejos decorados em xadrez

da cm quartzo moído.

simples ou assumindo uma estrutura mais complexa

AZULEJO RELEVADO – azulejo que contém so-

com a introdução de elementos retangulares mais es-

bre a face um relevo aplicado.

treitos e de cor diferentes, sendo neste último caso denominado azulejo de caxilho.

AZULEJO SEMI-INDUSTRIAL – azulejos de padrão produzido no século XIX em que as tintas eram

AZULEJO ESGRAFITADO – cobertura com

aplicadas à trincha sobre uma estampilha.

substancia vítrea transparente ou de cores opacas, que solidifica após a fusão e confere impermeabilidade e

BAIXO-RELEVO – escultura elaborada de manei-

brilho. Técnica que consiste em riscar o engobe com

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ra que as figuras principais se sobressaem muito pouco

fileiras de azulejos inteiros.

da base que lhes serve de fundo.

BASE – designação química para as substâncias

BALCÃO – balanço, na altura dos pisos elevados,

que em solução aquosa se comporta de forma alcalina

fronteiro a uma envasadura de acesso e guarnecido de

e que reage com os ácidos dando origem aos sais.

peitoril ou grade. O termo foi e é mais empregado para

BETONITE – argila proveniente da alteração de

determinar as sacadas ou varandas de peitoris situadas

rochas vulcânicas, constituída de maioritariamente

nas fachadas dos edifícios, geralmente sustentados por

por montemorilonite e beidelite. Tem uma grande ca-

mísulas ou cachorros. Diz Assis Rodrigues que “o uso

pacidade de absorção de água, aumentando de volume

dos balcões parece não remontar além da Idade Mé-

várias vezes, quando molhada. Usa-se como plastifi-

dia” e que foram mais frequentes na Espanha e Itália,

cante na composição de plástica.

sendo raros nos países nórdicos. A palavra também é

BISCOITO – pasta de barro cozido sobre qual

empregada para designar patamares superiores de es-

é aplicado o vidrado. Pasta não esmaltada, já cozida.

cadas externas. Varanda alpendrada elevada do solo,

A cozedura do biscoito é a primeira antes da esmal-

na frente das residências. Nos cinemas, teatros e de-

tagem. Termo igualmente empregado para resultado

mais casas de espetáculos, balcão é o nome da platéias

da cozedura da porcelana. Peça de barro cozido que

suspensas sobre o primeiro pavimento de localidades.

constitui o corpo do azulejo, sobre a qual é aplicado

Mesa elevada, de madeira ou outro material, que sepa-

o vidrado. Pasta cozida uma apta a ser revestida com

ra, nos edifícios comerciais ou públicos, os estranhos

engobe, esmalte ou verniz e recozida.

ou fregueses dos funcionários ou empregados. Diz-se “ balcão de informações”, “balcão de vendas “ ou “balcão

BÓRAX – quimicamente é o tetraborato de sódio,

frigorífico” das mercearias etc.

sendo o mais comum dos minerais de boro. É usado como fundente na composição dos vidros.

BALL CLAY – designação inglesa muito definida para as argila muito plástica (barro gordo) de cozedura

BRANCO DE ESPANHA – pigmento branco

branca e que resistem a altas temperaturas. Empre-

constituído por carbonato de cálcio. É um pó muito

gam-se especialmente como componentes das partes

fino resultante da moagem da crê ou da calcite. Utili-

de porcelana e grês para aumentar a sua plasticidade.

za-se ainda na composição de muitas pastas cerâmicas ou de fritas.

BÁLSAMO DE COPAÍBA – óleo extraído de uma árvore originaria da América do Sul, que se utiliza na

CALCITE – quimicamente é o carbonato de cál-

preparação de tinta para pintura sobre peça de Porce-

cio. É o principal mineral do calcário. Associado às

lana.

argilas constitui as margas. Utiliza-se para introduzir o calcário na composição das pastas, funciona como

BARBOTINA – papa de argila ou de outra pasta

fundente sem, no entanto, tornar as pastas mais com-

cerâmica que utiliza para unir as partes de uma peça

pactas.

ou estado cru ou mole. Argila dissolvida em água sem

CAULIM – palavra derivada do chinês koo-ling

desfloculante, de consistência cremosa. Utiliza-se como aderente e como elemento de decoração.

(que significa colina alta), lugar onde se descobriu o mineral que deu origem à porcelana; argila primária

BARRA – tipo de guarnição constituída por duas

de cor branca que se utiliza na produção da cerâmica,

séries de azulejos, justapostos e sobrepostos limitando

especialmente pasta de porcelana.

uma composição. Os cantos e contracantos são soluções de fecho ou de abertura exterior ou interior cor-

CAULINITE – designação de um dos grandes gru-

respondendo as duas zonas de interseção atualmente

pos das argilas (grupo caulínico). É o principal compo-

designa um motivo linear com as mesmas dimensões

nente dos caulinos, em cuja composição chega a atin-

do azulejo. Guarnição de azulejos formados por duas

gir os 98%. Quimicamente é um silicato hidratado de

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CONTRAÇÃO – redução de tamanho sofrida

alumínio.

pelas peças, tanto durante a secagem como durante a

CERÂMICA – qualquer objeto de argila que te-

cozedura, devido à evaporação da água que contém na

nha sofrido uma transformação química durante o

argila e certas reações químicas produzidas durante o

processo de cozedura. Arte da fabricação da argila co-

processo.

zida, que recebe o nome de cerâmica artística quando engloba as atividades artesanais, cujos produtos com-

DECALCOMANIA – desenho impresso sobre o

preendem objetos de uso doméstico ou decorativo de

papel especial com cores de óxido metálicos em base

barro, louça ou porcelana.

oleosa. O papel adere à peça antes da cozedura e arde durante esta, transferindo o desenho para peça. Para

CERCADURA – o termo engloba genericamente

se transferir para a peça, o decalque deve ser umede-

as molduras ou frisos de arremate de superfície parien-

cido, em seguir a, retira-se o papel do suporte e pres-

tais ornamentadas. Guarnição formada por uma única

siona-se o decalque com uma esponja para que adira

fiada de azulejos. Tipo de guarnição simples constitu-

bem à peça e para eliminar o excesso de umidade e as

ída por uma série de placas cerâmicas (azulejos) justa-

possíveis bolhas de ar.

postos, limitando uma composição ou unidade visual

DECORAÇÃO – elementos ou motivos com os

horizontal ou longitudinalmente correspondente a um

quais adornamos uma peça. Podem utilizar-se três ti-

azulejo.

pos básicos: plástica, gráfico e pictórica.

CHACOTA – objeto e peças cerâmicas que foram cozidas no forno uma única vez e ainda não apresen-

DECORAÇÃO AO GRANDE FOGO – decora-

tam vidro. Para o caso específico da porcelana usa-se o

ção a alta temperatura (superior a 800ºC). Utilizada na

termo biscoito. Peças submetidas à primeira cozedura

pintura sob o vidrado transparente e na pintura sobre

que adquiriram dureza, mas conservam a porosidade.

vidro opaco cru. DECORAÇÃO DE MUFLA – decoração a tem-

CHACOTAGEM – primeira cozedura de uma

peratura moderada, utilizada principalmente na deco-

peça crua a temperatura de cerca de 800ºC.

ração com vidrados coloridos e na pintura do biscoito.

CHAMOTA OU CHAMOTE – resto de barro cozido, triturado ou moído. Normalmente moem-se ca-

DELFT – termo de origem holandesa, ainda que

cos restantes de uma pasta igual ou com característica

por vezes se aplique a um tipo de cerâmica inglesa.

próxima, daquele que se pretende compor. Funciona

Com intensão de imitar a pintura chinesa.

com emagrecedor e, eventualmente como refratário.

DERRAME – sistema de vidração das peças cerâmicas, pela quais estas são banhadas com vidro líquido

CHELSEA – produção de uma fábrica inglesa

em suspensão.

fundada em 1747. CHINOISERIES OU CHINESICE – desenhos

DESFLOCULANTE – produto que mantém um

com motivos orientais por influência das porcelanas

material em suspensão na água, é o caso do chamado

chinesas.

vidro solúvel, da soda etc.

CIMALHA – designa-se do conjunto de molduras

DUREZA DE COURO OU PONTO DE COU-

que se subdivide em uma superfície de parede, tanto

RO – expressão aplicada à argila que secou ao ar, mas

interna como externa. Em sentido mais amplo, cima-

que conserva ainda uma certa plasticidade, não permi-

lha é o termo empregado para referir o tope, cimo, alto,

tindo a modelagem, mas sim o corte.

cume ale de cumeeira. Saliência no topo da parede em

EMBASAMENTO – base – apoio – alicerce con-

que se firmam os beirais.

tínuo que serve de sustentáculo a um edifício. Modernamente dá-se o nome de embasamento ao primeiro

CINZAS – as da linha, da palha, etc. utilizam-se

pavimento de uma edificação – porão.

como componentes dos vidros de altas temperaturas.

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EMPENO – é a deformação de uma peça cerâmi-

recer o corpo cerâmico ou diferente cor. Técnica que

ca durante o processo de secagem, resultante de um

consiste em riscar o engobe com um instrumento pon-

aquecimento desigual.

tiagudo, até a descoberta a cor natural da argila.

ENGOBE – papa cremosa colorida que se utili-

ESMALTAGEM – técnica de cobertura de azulejo

za na decoração. As peças engobadas são ideais para

com substancia vítrea transparente ou de cores opa-

a técnica do esgrafito. Argila líquida de cor clara (que

cas, que solidifica após fusão e confere impermeabili-

pode ser embranquecida com a adição de óxido de es-

dade e brilho.

tanho), usada antes do desenvolvimento da faiança, no

ESMALTE – nome que se dá a substancia vítrea

revestimento de objetos de decoração pintada. Deve

que se funde e se aplica sobre os metais, cerâmicos ou

ser revestido por um vidro incolor. Preparado argiloso

porcelanas. Os esmaltes compõem-se principalmente

de consistência cremosa bastante fluída de cor natural

de sílica, óxido de chumbo e óxido de estanho.

ou corada com oxido metálicos para revestimento do

ESPÓLIO – bens, herança.

azulejo antes da cozedura.

ESTAMPA – desenho feito sobre uma base (papel,

ENVAZADURA – termo que, nos dias de hoje, se

tecido, etc.) através de uma matriz sobre uma base.

usa no lugar de vazaduras para designar os vãos abertos nas paredes, as portas ou janelas. Atos ou efeito de

ESTAMPAGEM – técnica que consiste na aplica-

vazar, isto é cavar, tornar oco, abrir vão, escravar, etc.

ção do desenho por meio de uma estampa ou decalcomania com ponteados no vidrado numa só cor.

ENVERNIZAMENTO – ação de cobrir com verniz uma peça crua ou chacota. O verniz pode ser

ESTAMPAGEM MECANICA - impressão do de-

aplicado por imersão derrame, pulverização ou pincel.

senho por ponteados no vidro, numa só cor. Posterior

Sobre a mesma peça pode sobrepor-se ou misturar-se

a estampilhagem.

diversos vernizes para obtenção de efeitos decorativos

ESTAMPILHA – decoração repetida de realização

especiais.

manual, com a pintura aplicada na superfície esmal-

ENXAQUETADO – composição geométrica

tada dos azulejos através de máscara ou estampilhas

compósita e derivados do xadrez, usados em Portugal

de papel encerado e recortado; papel oleado no qual

no século XVI e a primeira metade do século XVII.

estão recortados os desenhos que se pretende decorar

Agrupamento em diagonal de azulejos em formas geo-

o azulejo.

métricas e dimensões variáveis, separadas pela faixa re-

ESTAMPILHAGEM – pintura à trincha, através

tangulares tarjas. Utiliza-se em revestimento parientais

de recortes de papel encerado aplicado sobre o vidrado

desde a 2ª metade do século XVI e até os meados do

do azulejo. Técnica que consiste na colocação de um

século XVII. Disposição em xadrez de um revestimen-

papel oleado ou uma placa metálica, com o desenho

to com motivo ornamental.

que se quer produzir sobre o azulejo. O motivo é pin-

ERMIDA – pequena igreja.

tado à trincha e a cada cor corresponde uma estampilha.

ESCARAMUÇA - briga, conflito, contenda, desordem.

ESTILO KAKIEMON - trata-se de um estilo japonês muito antigo, que resistiu às imitações e conti-

ESCOMBRO – entulho, ruína. Tem maior aplica-

nua a fascinar os amantes da cerâmica de fato a sua

ção no plural: os escombros (de um edifício).

decoração é tão apreciada hoje em dia como há três

ESCUDELA – cerâmica em forma de prato com

séculos. Os seus desenhos muito alegres e espontâne-

alças laterais.

os, recortando-se espaçadamente sobe o fundo branco

ESGRAFITADO – técnica de gravação com esti-

da porcelana. Utiliza-se uma ampla gama de cores, de

lete ou prego dos motivos decorativos deixando apa-

onde ressaltam os azuis, os vermelhos, os verdes e os

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amarelos. O negro é usado nos contornos, mas nunca

bri de azulejos figurativos ou de padrão, de eu se des-

em linhas contínuas. Atribui-se este estilo a introdu-

tacam, sendo a parte superior do corpo feito com azu-

ção da técnica decorativa do esmalte sobre o verniz. O

lejos recortados. Foram produzidos no século XVIII.

estilo kakiemon teve forte influência sobre a cerâmica

FILETE – cercadura estreita

europeia e chinesa, talvez porque estas se viam obriga-

FINGIDO – efeito ilusionista conseguido em pin-

das a competir comercialmente com o Japão.

tura pelo recurso à perspectiva e a claro-escuro, que

ESTRESIDO – ação ou efeito de estresir, isto é

se faz parecer como tridimensionais ou reais seres ou

reproduzir um desenho sobre a superfície perfurando-

objetos pintados.

-o e fazendo passar pelos orifícios um pó qualquer que

FISSURAS – Fenda. Especialmente empregado

seja colorido, geralmente o carvão. Retirado o molde,

com referência a elementos construtivos de alvenaria

resta na superfície inferior uma série de pontos que

ou concreto armado quando apresentam fendas dimi-

indicam o contorno da figura a ser reproduzido. Este

nutas e de pouco desenvolvimento. Agregamento de

método substitui o que emprega a estampilha, quando

peças cozidas produzidas por um aquecimento rápido

a pintura desejada e a traços não contínua.

do forno.

FAIANÇA – designação que tem origem na cida-

FITOMÓRFICO - que tem atributos de uma

de italiana de Faenza, importante centro produtor e

planta, ou é representado por eles.

exportador de cerâmica desde o século XV. Atualmente refere-se a um grande grupo de produtos cerâmi-

FLORÃO – ornato circular com folhagens que

cos de pasta mais ou menos porosa, e mais freqüente,

decora uma chave de arco ou abóbada. Ornato com

branca, coberta por um revestimento de vidro com ou

forma de florão em remate de torres.

sem decoração. Inclui-se neste grupo uma grande par-

FLORETA – ornato em forma de flor

te da louça utilitária de mesa e decorativa.

FOGARÉU – vaso de pedra com pedestal onde

FAIXA – moldura chata e larga que se situa entre

saem linhas onduladas a imitar chamas. Decora espe-

a arquitrave e a cornija. Tipo de guarnição linear que

cialmente no Barroco e Rococó.

pode ou não encerrar uma composição ou uma área de

FOLCLORE – conjunto de costumes próprios de

cor lisa. Geralmente, a faixa tem metade do tamanho

cada povo (vestimenta, hábitos alimentar, dança, mú-

do azulejo que acompanha.

sica, lenda, etc.).

FELDSPATO – mineral do grupo dos silicatos de

FRISO – guarnição formada por uma fiada de

alumínio; um dos principais componentes dos vidra-

frações retangulares obtida pelo corte de um azulejo

dos e das porcelanas.

em duas, três ou quatro tiras. Tipo de guarnição feita

Designação genérica para um grupo de minerais

com azulejo de dimensão variável. Verificando-se mais

muito comum nas rochas ígneas e constituídas por sili-

usualmente na redução da superfície do azulejo par ½

catos duplos de alumínio e cálcio, alumínio e potássio

ou 1/3, através do recorte do mesmo. Ornamentação

e alumínio e sódio.

pintada ou esculpida abaixo do frontão.

FESTÃO – ornato composto de flores, frutos e fo-

FRITA – sílica fundida, moída e vitrificada que in-

lhagens, entrelaçada de forma encurvada, presa pelas

corporada na argila e nos vernizes, facilita o processo

extremidades, muito utilizado no Barroco e Rococó.

de vitrificação. Produto da fusão e vitrificação simultâ-

FIGURAS DE CONVITE – representação à es-

nea de vários materiais cerâmicos, que posteriormen-

cala natural de lacaios, alabardeiros, damas, guerreiros,

te triturado e moído para se incorporado em pasta ou

em atitudes de receber, colocados em átrios, escada-

vidrado.

rias e jardins Estão normalmente associadas a um lam-

FRONTÕES – estrutura geralmente triangular

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existente acima de portas e colunas e abaixo dos te-

mente.

lhados. Os frontões podem receber os mais diferentes

INCRUSTAÇÃO – técnica decorativa oriental

tipos de decoração. Arremate existente acima das pon-

que consiste em imprimir um desenho sobre a argila

tas ou colunas e abaixo dos telhados.

mole, preenchendo-se o fundo com argila colorida.

FRONTÕES DE ALTAR – revestimento azulejar

INTEMPÉRIE – mau tempo.

da frontaria de altares, ditos de caixa, utilizados do sé-

LAÇARIA – ornato agrupado (festões, por exem-

culo XVI ao XVIII. É constituído por três partes: safe-

plo) preso por fitas, linhas geométricas entrecruzadas,

na, sebastos e pano, podendo este último ser inteiro,

compondo diversas figuras angulares ou poligonais

bi ou tri partido.

(formam desenho em estrela e cruz).

FUNDENTE – substancia que se adiciona a ver-

LADRILHO – peça chata ou pouco espessa, de

nizes ou argila para facilitar a fusão e vitrificação

pedra, cimento, cerâmica ou ferro, usada para revesti-

FUTURISMO – “movimento modernista lançado

mento de piso ou paredes. Geralmente quadrado, mas

pelo poeta italiano Marinete (20 de fevereiro de 1909),

às vezes poligonais, os ladrilhos servem para dar acaba-

o qual se funda numa concepção exasperadamente di-

mento final aos pisos que pela sua localização devem

nâmica da vida, voltada para o futuro. Combate ao cul-

ser impermeabilizados. Daí o emprego de ladrilhos em

to passado e tradição, a melancolia, o sentimentalismo,

áreas descobertas, em copas, cozinhas, banheiros, al-

prega o amor das formas nítidas concisas e velozes, é

pendres, pátios, etc. Quando decorativos costumam

nacionalista e antipacifista; (por extensão e depreciati-

ser usadas em vestíbulos ou paredes. De pedra costu-

vamente) qualquer forma extravagante de arte”.

mam ser de mármore, arenito, etc. Os ladrilhos de ci-

GRAFITAGEM – nome dado às pinturas feitas

mento comprimido quase sempre decorados recebem

em muros das ruas das cidades com uso de spray ou

o nome de “ladrilho hidráulico”. Os ladrilhos cerâmicos

não. A grafitagem tem como objetivo transmitir uma

têm qualidades variadas. Podem ser porosos como os

mensagem ao observador

tijolos comuns e empregados em pátios ou terreiros impermeáveis e duros ao átrio e ao choque. Nos locais

GREGAS - Cercadura arquitetônica formada de

de grande movimento e de guarda de objetos pesados

linhas retas entrelaçadas.

são empregados ladrilhos metálicos geralmente de fer-

GRÊS – cerâmica envernizada, em que a pasta e o

ro.

vidro se fundiram completamente, dando lugar a uma

LADRILHO CERÂMICO – peças para revesti-

peça vitrificada e não porosa, resultante de uma coze-

mento de pisos ou paredes de barro cozido.

dura a temperatura superior a 1200ºC.

LADRILHO HIDRAULICO – peças para reves-

GUARNIÇÂO – limita uma composição através

timento de pisos ou paredes, obtidas pela prensagem

de fiadas simples (cercadura e friso) ou duplas (barra

hidráulica de argamassa de cimento.

de azulejos). Peças de guarnição de enquadramento de um vão de porta ou janela.

LAMBRILHA – azulejo de dimensão reduzida pintado, estampilhado ou estampado usualmente de

HAGIOGRÁFICO – biografia de santos, escrito

figuras avulsas, com ou sem ornato nos cantos, divul-

sobre santos.

gado no 2ºquartel do século XX e com grande inspira-

ILUMINURAS – ilustrações pintadas com cores

ção no imaginário e cultura populares.

vivas e ornamentadas com ouro e prata que decoravam

LIOZ – variedade de calcário branco e duro, usado

antigos manuscritos.

em cantaria e estatuaria. Face aparente das pedras de

IMERSÃO – técnica de vidração em que submer-

alvenaria. Pedra branca e rija que se emprega em can-

ge a peça num recipiente com vidro e retira rapida-

taria dos edifícios ou para escultura de estaturas.

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LOSETA – azulejo quadrado utilizado em com-

tas, frias, etc.) pereos (quartzo, feldspato, etc) outros

posição com alfardons ou tijoleira desadornada, para

componentes rijos das pastas ou vidrados. Consoante

revestimento do pavimento.

ao tipo de moinho moagem, podem fazer por via sua ou via úmida.

LUSTRE – elemento na decoração que confere as peças um aspecto metálico ou iridescente. Tipo de

MOLDE – peça única ou composta por diversas

decoração de aspecto metálico. É uma mistura de sais

partes, geralmente feita de gesso, que constitui o ne-

metálicos, resinas e nitratos de bismutos que se aplica

gativo de uma peça e utiliza-se para obter reprodução

sobre uma peça vidrada e se volta a cozer em uma tem-

da mesma.

peratura mais baixa.

MONOCROMIA – decoração realizada de uma

MAJÓLICA ou MAIÓLICA – designação com

só cor.

origem provável no nome da ilha de Maiorea, cuja pro-

MOSAICO – desenho formado por pequenos pe-

dução cerâmica se teria estendido a Itália no século

daços de vidro ou pedras coloridas, colocadas sobre pi-

XV, adquirindo aí a designação da Faiança. Consistia

sos ou paredes. Revestimento em pedaços de vidro ou

no revestimento com vidrado estanífero do corpo cerâ-

pedras coloridas criando desenhos.

mico depois da cozedura, ficando a superfície prepara-

MOURISCO – estilo arquitetônico de origem ára-

da para receber a decoração pintada.

be, do qual temos raros e maus exemplos, que indica

MARAJOARA – cultura própria da ilha de Mara-

a passagem entre o estilo bizantino e estilo ogival, no

jó. Faz parte dessa cultura a cerâmica decorada com

qual foram exímios “ou mouros”, que na Espanha usa-

motivos geométricos.

ram os maiores exemplos.

MATE – vidro opaco de bom tato.

MUDEJAR – placa cerâmica de estilo decorativo

MATURAÇÃO – fase ou ponto de cozedura de

islâmico-peninsular, em que dominam motivos releva-

uma pasta em que se processa a sintetização de uma

dos pela técnica de aresta e de corda seca. Em Por-

parte importante dos seus componentes. É o ponto

tugal, foi bastante utilizada para revestimento de por-

em que determinada pasta se considera bem cozida

tais de altar, nos séculos XV e XVI. Arte de influência mourisca produzida por artífices árabes submetidos

MERGULHO – método de envernizamento por

aos cristãos da Península Ibérica. Também designa por

meio de imersão da peça num recipiente com verniz.

extensão o ornato arquitetônico de linhas entrelaçadas

MIRANTE – ponto ou construção elevada de

em forma de figuras geométricas.

onde se descortina vasta paisagem. Lugar de onde se

MUFLA – câmara constituída no interior de um

enxerga ao longe. Construção acima do telhado de um

forno, que protege as peças da ação direta do fogo. É

edifício, provida de janela ou abertura que permite vi-

mais vulgar a utilização desse termo para designar um

sibilidade para o exterior.

forno pequeno elétrico.

MISTILÍNEAS – algo constituído em parte por

NAVE – espaço da igreja desde a entrada até o

linhas retas e em parte por linhas curvas.

altar-mor.

MISTURA – agrupamento de duas ou mais subs-

OBRA DE ARTE – a expressão, além de designar

tâncias, sem que exista combinação entre elas.

os trabalhos artísticos propriamente ditos, refere-se

MOINHO – designação genérica para um grupo

aos trabalhos de envergadura executados nas estradas

de maquina que baseando-se em princípios de funcio-

como pontes viadutos, túneis, aquedutos, etc.

namento bastante diferente (moinhos de martelo, de

ÓCULO – abertura ou janela circular ou oval

esferas, de godos, de galgas, etc.) tem como fins tritu-

aberta nas empenas, nos frontões, etc. que fornece a

rar, ou moer finamente materiais clacinados (chamo-

iluminação e ventilação interna, principalmente nos

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desvãos dos telhados. Também conhecido como olho-

chadas. Composição geométrica ou vegetalista de um

-de-boi.

número variável de azulejos.

OLARIA – parte da cerâmica que inclui as peças

PADRÃO ÚNICO – é quando o azulejo contém

de fabricação no forno.

em si próprio um padrão completo, comportando-se de forma antônima em relação aos outros.

ÓLEO DE BALEIA – material que, dizem principalmente os povos da marinha, ter sido empregado na

PAINÉIS HISTORIADOS – painéis de azulejos

composição das argamassas para assentamento de al-

nos quais estão representadas cenas históricas religio-

venaria de pedra. Talvez, na realidade, tal material haja

sas ou profanas. Painéis de azulejos com figurações

sido empregado na preparação dos antigos “betumes”

que narram acontecimentos ou fatos históricos.

usados na fixação de peças de materiais diferentes en-

PÂMPANO – ornato imitando haste de vidreira

tre si e na impermeabilização de reservatórios, canais e

com parras e também cachos de uvas.

tubulações. Na maioria das receitas de betumes encon-

PANEJAMENTO – conjunto de vestes ou panos

travam a cal e certos óleos vegetais, como linhaça ou

que cobrem as figuras pintadas ou esculpidas. Modo

de mamona. Possivelmente, no litoral, onde a cal era

como o artista cobre as figuras, tirando efeitos plásti-

obtida a partir da calcinação de conchas e ostra, o óleo

cos dos trajes pela organização das cores e texturas.

dos betumes seria peixes ou de baleia, vindo assim, do mar todos os ingredientes de massa de vedação.

PARIETAL –adorno para ser pendurado em parede.

ÓLEO DE LINHAÇA – óleo extraído da semente do linho e empregado como solvente e secante de cer-

PASTA – mistura de várias argilas minerais e ou-

tos tipos de tinta.

tros materiais não plásticos que produzem o corpo cerâmico.

ÓLEO GORDO – mistura secante composta de óleo de linhaça, alvaiade, talco, etc.

PASTICHADE – propriedade da argila que nos permite conferir-lhe diversas formas.

OPACIFICANTE – matéria que se introduz no vidro para o tornar opaco. Óxido de estanho é o melhor,

PATAMAR – operação praticada na cozedura e

mas também se usam outros.

que consiste em controlar o aquecimento do forno de modo a manter a sua temperatura invariável durante

ORIGEM – princípio, início, nascimento, proce-

um período de tempo determinado.

dência, naturalidade, pátria, ascendência.

PEANHA - espécie de pequena peça saliente de

ORNAMENTO – adorno, ornato.

paredes, retábulos etc, sobre a qual se colocam ima-

ORNATO – enfeite decorativo. Adorno.

gens, crucifixos, etc.

ORTOGONAL – que forma ângulos retos.

PELE DE LARANJA – vidro defeituoso, cuja su-

OSSUÁRIO – nos cemitérios, locais onde são re-

perfície apresenta granulações e pequenas ondulações.

colhidos os ossos retirados das sepulturas.

PINÁCULO – ornamento geralmente de pedra

OXIDAÇÃO – processo químico que ocorre du-

que coroa fachadas, torres ou frontões dos edifícios.

rante a cozedura, quando se aplica à atmosfera do for-

PIRÔMETRO – instrumento para medir a tem-

no uma alta temperatura.

peratura do forno.

PADRÃO – motivo decorativo, geométrico ou ve-

PÓ-DE-PEDRA – argila sem ferro, misturada com

getalista utilizado em repetição de módulo, cuja liga-

quartzo moído.

ção em continuidade cria efeitos de trama ornamental.

POLICROMIA – estado de um corpo em que na

Foi largamente utilizado no século XVI e 2ª metade

diferentes cores. Conjuntos de várias cores.

do século XVIII e no século XIX, então revestindo fa-

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PONTO DE FUSÃO - temperatura a que funde

intenção devocional colocado nas fachadas de prédios

o vidrado cozido.

invocando a proteção da virgem, ou santos contra cataclismos, cuja aplicação foi largamente difundida ao

PORCELANA – produto cerâmico cuja matéria-

longo do século XVIII.

-prima é uma mistura de caulim, feldspato e quartzo. O berço da porcelana foi a China, e por esse motivo

RELEVO – técnica que consiste na marcação do

a palavra china, e por este motivo a palavra CHINA é

desenho na chacota através do contorno côncavo de

sinônimo de porcelana na língua inglesa.

moldes em madeira ou metal bastante utilizado nos séculos XV e XVI, pelos dela Robia, sendo posterior-

POROSIDADE – grandeza que se determina pela

mente retomada em Portugal no século XIX e divul-

comparação ente o volume correspondente aos poros

gada por artistas, como por exemplo: Rafael Bordalo

de uma peça (aberto e fechado) e total dos componen-

Pinheiro, bem como em produção de azulejo das fábri-

tes da pasta. Esta relação inversa com a densidade da

cas de Sacavém, Desversas e Massarelos.

peça.

RENASCENTISTAS – nome dado às pessoas,

PROCEDÊNCIA – lugar de onde se procede, ori-

obras artísticas, arquitetônicas, etc. referente ao perí-

gem, qualidade de procedente.

odo do renascimento.

PUFTO – representação de uma figura reconchu-

RENDILHAS – ornato lavrado imitando renda.

da, nua. Surge na decoração renascentista inspirado em modelos do antigo EROS, e era muito comum na

RÉPLICA – repetição de uma composição plás-

época do Barroco.

tica, com ligeira variantes, feita pela seu autor ou por outro artista.

PÚLPTO – tribuna elevada em um dos lados da nave, donde o sacerdote prega aos fiéis. O mesmo que

RESTAURAR – restituir a qualquer obra de arte, o

palco.

seu estado primitivo. Recuperar. Os serviços de restauração de obras arquitetônicas, a par de seu profundo

RAJOLA – placa quadrada destinada a revestimen-

interesse, encerram problemas que exigem largos co-

to de pavimentos recortadas e decoradas a azul e roxo

nhecimentos históricos, artísticos e técnicos necessá-

sobre o vidro estanífero, utilizadas em composições

rios a boa compreensão do primitivo aspecto formal do

repetitivas. Produção de Valença bastante comum até

“resto” em recuperação.

finais do século XV e 1ª metade do século XVI.

RETÁBULO – construção de talha da madeira ou

RAMICELOS – ramos pequenos.

pedra lavrada, que guarnece uma parede em que se

RECORTADO – placa cerâmica intencionalmen-

encontra um altar possuindo nichos e pranchas para

te secionada, que se desagrega da unidade a que per-

imagens ou caixilhos para quadros ou baixo relevo.

tence. Usada para constituir remates de cercadura ou

Nos altares isolados, ou desencostado “a romana” não

barras.

há retábulo.

REDUÇÃO – processo químico que tem lugar

ROSETA – ornato com a forma de rosa. Flor que

durante a cozedura, quando a atmosfera do forno é es-

decora os capitéis coríntios e compósitos.

cassa em oxigênio.

ROSETÃO – ornato com a forma de uma grande

REFLEXO METÁLICO – decoração obtida por

rosa empregue na arquitetura romana e nos séculos

duas cozeduras: a 1ª em forno de alta temperatura, fixa

XVI a XVII, para ornar os caixotões de abóbadas ou

o vidrado estanífero, a 2ª em baixa temperatura, ori-

tactos.

gina o depósito dos óxidos de prata, cobre, ferro, que

RÚTILO – quimicamente é o dióxido de titânio

conferem um aspecto metálico.

impuro. Mineral usado como pigmento e opacificante

REGISTO ou REGISTRO – painel decorativo de

para vidros.

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SAIS SOLÚVEIS – sais que se dissolvem em água.

gurar, garantir a existência por parte de algum poder.

SANEFA - Faixa de pano, larga, que se atravessa,

TORNO – aparelho que consta de uma platafor-

como ornato, na parte superior dos cortinados, nas ver-

ma giratória montada por um eixo e que se utiliza para

gas das janelas, etc.

a modelação e também para a decoração das peças cerâmicas. Os tornos podem apresentar diferentes for-

SILHAR – revestimento de azulejo de colocação

mas e tamanhos e são acionados com a mão, os pés ou

pariental, ocupando uma superfície que vai desde o

através de gás ou energia elétrica.

piso até o meio da parede.

TREMPE – pequeno tripé de material refratário

TAPETE – composição para revestimento parien-

que se coloca entre os azulejos durante a cozedura.

tal, geralmente utilizado na cobertura de vastas superfícies, cujo efeito decorativo resulta da repetição regu-

TRIFÓLIO – Ornato com forma ou contorno da

lar de padrões. Este tipo de composição era sempre

folha do trevo.

limitado por guarnições que as definam e individuali-

URNAS FUNERÁRIAS – vasos de cerâmicas usa-

zavam no espaço. Revestimento repetitivo de padrona-

dos para colocação de corpos humanos (falecidos).

gem ao longo de vastas superfícies parientais.

VERNIZ – capa vítrea que recebe uma pequena

TARDOZ – é a superfície não vidrada de um azu-

peça e que se submete

lejo, correspondendo a sua face posterior, adossada ao

VIDRADO – cobertura construída essencialmen-

suporte. Lado ou face tosca de uma pedra de cantaria

te por silicatos e óxidos metálicos destinados a tornar

ou azulejo que fica voltada para dentro da parede. A

as peças impermeáveis. Qualquer acabamento vitrifi-

face oposta a principal. A superfície interna, que olha

cado que reveste um objeto cerâmico.

para dentro da folha de uma porta.

VIDRADO DE SAL – impropriamente chamado

TARJA – moldura desenhada, pintada ou esculpi-

de verniz, obtido pela decomposição de sal introduzi-

da eu cerca um plano onde está uma inscrição, escudo

do em forno no final da cozedura de alta temperatura.

de arma, etc. Termo utilizado para designar os azulejos reduzidos a ½, 1/3 ou 1/5 da superfície usual.

VIDRO – película vítrea que reveste a superfície dos objetos de cerâmica

TÊMPERA – processo de pintura em que os pigmentos são aglutinados, numa emulsão de água e cola,

VIDRO ACETINADO – vidro frio que contém

gema de ovo. Foi usado especialmente ao longo dos

chumbo.

séculos XIII, XIV e XV, na pintura mural e na pintura

VIDRO ESTANÍFERO – vidrado branco e opaco

de cavalete. Nome dado à tinta que é obtida da mistura

pela adição de óxido de estanho, revestia uma superfí-

de pigmentos com gema de ovo.

cie de azulejo utilizado na técnica da faiança.

TERRACOTA – designação adaptada do italiano

VIDRO OPACO – vidro que cobre a cor da peça,

terra-cota (barro cozido) originariamente referia-se a

sobre a qual foi aplicado (também se pode dizer esmal-

toda olaria de barro vermelho. Atualmente entre nós,

te).

designa um tipo de cerâmica predominantemente de-

VIDRO TRANSPARENTE – vidro que deixa ver

corativa, de pasta de cozedura vermelha coada bastan-

a cor da peça sobre a qual está aplicado.

te porosa e sem revestimento, distinguindo-a da produção da olaria de barro vermelho, normalmente de

VIDRO PLUMBÍFERO – vidrado transparente

textura mais grosseira e de característica artesanais.

pela adição de óxido de chumbo. Revestia completamente o azulejo.

TOMBAMENTO – ação ou efeito de tombar.

VISCOSIDADE – propriedade do vidro que im-

TOMBAR – fazer o tombo de alguma coisa. In-

pede que resvale pela superfície da peça. Propriedade

ventariar. Registrar. Normalmente para proteger, asse-

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de fluídos de verniz, que uma vez aplicados sobre uma peça impede que escorram pela superfície da mesma. VITRIFICAÇÃO – fusão e posterior solidificação de diversos silicatos originando o vidro ou outro material com estrutura amorfa semelhante a do vidro. Processo físico-químico que tem lugar as altas temperaturas e por meio do qual o vidrado aplicado sobre a superfície da peça forma uma capa homogênea isenta de porosidade. VOLUTA – ornato enrolado em espiral XILOGRAVURA – gravura em relevo sobre madeira. ZIRCÔNIO – quimicamente é o dióxido de zircônio. Tem diversas aplicações em cerâmicas.

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